ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NO CUIDADO COM O CATETER CENTRAL DE INSERÇÃO PERIFÉRICA (PICC) NO RECÉM-NASCIDO

NURSE’S ROLE IN CARING FOR THE PERIPHERALLY INSERTED CENTRAL CATHETER (PICC) IN NEWBORNS

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cs10202504232252


Maria Jeciane de Oliveira Araujo Morais1
Pâmela Andressa Freitas Franco2


RESUMO: 

Introdução: O Cateter Central de Inserção Periférica (PICC) é amplamente utilizado em  unidades neonatais devido à sua durabilidade e menor necessidade de punções venosas  repetidas. A atuação do enfermeiro é fundamental para garantir a segurança e eficácia do PICC,  desde a inserção até a manutenção e monitoramento. Objetivo: Descrever a atuação do  enfermeiro no cuidado com o PICC em recém-nascidos. Métodos: Revisão integrativa de literatura, realizada nas bases de dados BVS, SciELO e PubMed, no período de 2019 a 2024.  Utilizou-se a estratégia PICo (População: Recém-nascidos; Intervenção: Cateter Central de  Inserção Periférica; Contexto: Cuidados de Enfermagem) com os descritores “Cateterismo  periférico”, “Recém-nascido” e “Cuidado de enfermagem”. Resultados: Foram incluídos 6 artigos. A análise revelou a importância da atuação do enfermeiro para a redução de  complicações relacionadas ao PICC, devido ao seu preparo técnico, capacidade de avaliação e  habilidade na tomada de decisões. Conclusão: A atuação do enfermeiro é crucial para o sucesso  do PICC em recém-nascidos. Recomenda-se a realização de educação permanente para esses  profissionais, a implementação de Procedimento Operacional Padrão (POP) e a vigilância  contínua por meio de indicadores de qualidade. 

Palavras–Chave: Enfermagem. PICC. Recém-nascido. 

ABSTRACT:  

Introduction: The Peripherally Inserted Central Catheter (PICC) is widely used in neonatal  units due to its durability and reduced need for repeated venipunctures. The nurse’s role is  essential to ensure the safety and effectiveness of the PICC, from insertion to maintenance and  monitoring. Objective: To describe the nurse’s role in caring for PICCs in newborns. Methods: Integrative literature review, conducted in the BVS, SciELO and PubMed databases,  from 2019 to 2024. The PICo strategy (Population: Newborns; Intervention: Peripherally  Inserted Central Catheter; Context: Nursing Care) was used with the descriptors “Peripheral  catheterization”, “Newborn” and “Nursing care”. Results: Six articles were included. The  analysis revealed the importance of the nurse’s role in reducing PICC-related complications,  due to their technical preparation, assessment skills and decision-making ability.  Conclusion: The nurse’s role is crucial for the success of the PICC in newborns. It is  recommended to carry out continuing education for these professionals, implement a Standard  Operating Procedure (SOP) and continuous monitoring through quality indicators. 

Keywords: Nursing. PICC. Neworn. 

1. INTRODUÇÃO 

O PICC (Cateter Central de Inserção Periférica) é um cateter longo e flexível, no qual  é inserido na veia periférica. Após inserido, o mesmo é guiado através do fluxo sanguíneo até  uma veia central, como a veia cava superior (se inserido nos membros superiores) ou a veia  cava inferior (se inserido nos membros inferiores) (Lima et al., 2023). 

O Cateter Central de Inserção Periférica (PICC -no inglês, “Peripherally Inserted  Central Catheter”) é amplamente utilizado em unidade neonatais, pois tem duração de  semanas até a alta hospitalar, com a redução da necessidade de múltiplas punções venosa nos  recém-nascidos (RN). A introdução desse acesso central periférico em neonatos é desafiante;  devido a fragilidade da rede venosa periférica, que colabora na redução de durabilidade dos  dispositivos periféricos em neonatos (Hu et al., 2021). 

Portanto, a atenção especial a cuidados específicos, como assepsia e monitorização  rigorosa, é crucial para a segurança do paciente e a excelência na assistência de enfermagem.  A implementação de medidas preventivas consistentes e contínuas é essencial para alcançar  esses objetivos (Onofre et al., 2016). 

Em relação a atuação do enfermeiro, o COFEN estabeleceu em 2001 a Resolução  258/2001, que permite aos enfermeiros realizar a inserção de cateter central periférico, desde  que habilitados profissionalmente. Em 2017, a Portaria COFEN nº 1090 atualizou essa  resolução para incluir a aprovação da inserção do PICC com anestesia subcutânea e guiada  por ultrassonografia (CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM-COFEN 2001;2017). 

Diante disso, ressalta-se que os cuidados de enfermagem são substanciais para garantir  a segurança e a eficácia do PICC, desde sua inserção até a manutenção e monitoramento  contínuo do dispositivo. Dessa forma, a capacitação adequada da equipe de enfermagem para  o manejo desse cateter reduz o risco de complicações, como infecção da corrente sanguínea,  trombose e deslocamento do cateter (Vilão et al., 2024). 

Embora o PICC representa avanço significativo na terapia intravenosa, sua aplicação  deve ser precedida por avaliação criteriosa das condições clínicas do paciente. A inserção e  manutenção, apesar dos benefícios, estão associadas a risco considerável de complicações, no  qual exige uma análise individualizada para determinar a relação risco-benefício (Schults et  al., 2019). Além disso, o uso do PICC também previne complicações iatrogênicas como  pneumotórax e hemotórax, pois o cateter é inserido perifericamente. No entanto, o PICC tem  riscos, tais como trombose venosa profunda, embolia pulmonar, infecção da corrente sanguínea  associada ao cateter e oclusão do PICC (Mitbander et al., 2022).

Dentre as complicações mais frequentes do PICC, a oclusão pode causar atrasos no  tratamento, aumento de custos e remoção prematura do cateter. Além disso, há associação entre  a oclusão do PICC e a infecção da corrente sanguínea associada ao cateter central. Ao se  formar, o coágulo bloqueia o cateter, pode levar à proliferação bacteriana, o que pode causar aumento significativo na morbidade, mortalidade e custos (Broadhurst et al., 2019). Diante disso e da relevância do cuidado de enfermagem frente à implantação e  manutenção do PICC, a presente pesquisa teve como objetivo descrever a atuação do  enfermeiro no cuidado com o cateter central de inserção periférica em recém-nascidos, através  da presente revisão integrativa. 

2. MATERIAIS E MÉTODOS 

A presente pesquisa trata-se de um estudo descritivo/exploratório, do tipo revisão  integrativa. O estudo descritivo aborda as características de determinada população ou  fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis (SOUZA et al., 2010). Segundo  Soares et al (2014), este tipo de revisão engloba trabalhos com diferentes abordagens  metodológicas, e permite aos revisores sintetizar resultados de maneira organizada, lógica e  rigorosa sem ferir a filiação epistemológica dos estudos empíricos incluídos. 

Para construção desta pesquisa, foi utilizada a estratégia PICo onde o P – população:  Recém-nascido; I – Interesse: Cateter Central de Inserção Periférica; Co – contexto: Cuidados  de Enfermagem. Dessa forma, a pergunta norteadora foi: “Quais os cuidados de enfermagem  quanto a inserção e manutenção do Cateter Central de Inserção Periférica em recém nascidos?”. 

A pesquisa foi desenvolvida entre os meses de novembro de 2024 a janeiro de 2025,  e foi realizada nas bases de dados: Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) Scientific Electronic  Library Online (SciELO) e PUBMED. A estratégia de busca foi estruturada com base nos  Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) e Palavras-chave: “Cateterismo periférico”,  “Recém-nascido”, “Cuidado de enfermagem”, foi utilizado os operadores booleanos AND e  OR. 

Foram utilizados como critérios de inclusão: artigos completos no idioma português e  inglês, publicados no período de 2019 a 2024. Os critérios de exclusão foram: dissertações e  teses, artigos duplicados, editais, artigos incompletos e artigos que fugiram do foco principal  do tema.

Em relação à coleta e organização dos dados, inicialmente, foram lidos os títulos e  resumos de cada artigo para avaliar a temática e a elegibilidade, então foram excluídos os  artigos que não responderam à pergunta norteadora. Em seguida, procedeu-se à leitura  completa dos artigos restantes, a fim de selecionar aqueles que foram incluídos nesta revisão. 

Após a seleção dos artigos científicos, foi realizada leitura exploratória com objetivo  de verificar quais os conteúdos das obras consultadas têm relação com a pesquisa.  Posteriormente, realizou-se a leitura analítica desses artigos, com objetivo de ordenar e  sumarizar os dados contidos nas fontes, com a finalidade de obter respostas ao problema da  pesquisa. 

3. RESULTADOS 

Os dados foram apresentados com o auxílio do fluxograma PRISMA (2020) (Moher,  2020) (Quadro 1) e a tabela com dados: autor/ano, objetivo, método, resultados principais  relatados/observados (Quadro 2). 

Quadro 1. Identificação de estudos por meio das bases de dados.

A síntese dos 6 artigos foi organizada de acordo com autor/ano, objetivo, método,  resultados principais relatados/observados (Quadro 2).

Título Autor Ano Objetivo Métodos Principais resultados
Os cuidados de enfermagem na prevenção de infecção relacionados ao PICC em unidade neonatalGomes et al. 2019 Analisar os cuidados de enfermagem  na prevenção desinfecção relacionados ao cateter central de inserção periférica em neonatos da  UTIEstudo transversal, descritivoFatores para o aumento de infecção relacionada ao PICC  em neonatos, educação e treinamento profissional para a  inserção do PICC em neonatos e Cuidados  de enfermagem na inserção do PICC em  neonatos
Os cuidados de  enfermagem no  manuseio do  cateter central  de inserção  periférica na UTI neonatalSilva et al. 2024 Conhecer a  atuação do  Enfermeiro  nos cuidados  relacionados  ao manuseio  do cateter central  de inserção  periférica na  UTI NeonatalNatureza 
descritiva e de abordagem  qualitativa
O profissional de  enfermagem tem importante atuação na  inserção e manutenção  do PICC em UTI 
Neonatal, pois é responsável pela prática segura, técnica  asséptica,  competências e  
conhecimento técnico científico, 
avaliação constante do  dispositivo, o 
profissional se 
mostrou presente em  todas as fases do procedimento.
Cateter central de inserção periférica em recém nascidos: fatores de retiradaMitang et al. 2020 Identificar os principais fatores de retirada do cateter central de inserção periférica em recém nascidos em unidade de terapia intensiva neonatal e verificar a associação de variáveis do recém-nascido e do cateter  com os fatores de retiradaPesquisa retrospectiva, documental, transversal e quantitativaA idade gestacional, o número de 
diagnósticos e o posicionamento do  cateter foram os principais preditores associados aos fatores  de retirada.
Termos da linguagem  especializada  de enfermagem  no cuidado ao recém-nascido com cateter venoso centralPrado et al. 2022 Construir e validar  terminologias especializadas de enfermagem para o cuidado a recém nascidos com  cateter venoso central de inserção  periférica (PICC)Estudo metodológico,  realizado em maternidade  pública.Identificaram-se termos relevantes, que  oportunizam a assistência aos recém nascidos em uso de 
cateter venoso central;  assim se contribuirá com um  subconjunto terminológico para a informação na prática de enfermagem
Atualização das recomendações da prática quanto ao cateter central de inserção periférica em recém-nascidosBeleza et al. 2021 Discorrer  sobre as recomendações para prática de enfermagem mais atuais no manejo de cateter central de inserção 
periférica (PICC) em recém 
nascidos (RNs)
Estudo descritivo, transversal,  com abordagem qualitativaHouve grande evolução do conhecimento referente ao manejo do PICC na população neonatal, mas ainda existem lacunas de conhecimento a serem exploradas. Espera-se que haja melhoria da assistência ao RN que receberá um PICC
Práticas de Inserção, Manutenção e  Remoção do Cateter Central de Inserção Periférica em NeonatosRangel al. 2019 Avaliar as 
práticas de  
enfermagem na inserção, manutenção e  remoção do  
Cateter Central de Inserção  Periférica em neonatos
Estudo 
correlacional  retrospectivo  realizado em  um Hospital  Universitário  com amostra  de 137 neonatos no período de 2009 a 2012
Destaca-se a necessidade de elaboração de protocolos e a realização de programas de intervenção educativa, a fim de garantir a segurança do paciente e a qualidade da assistência

4. DISCUSSÃO 

Através da análise do conteúdo, surgiu as seguintes categorias: Cateter Central de  Inserção Periférica (PICC); e Atuação do enfermeiro nos cuidados e manutenção da PICC 

Categoria 1: Cateter Central de Inserção Periférica (PICC) 

O Cateter Central de Inserção Periférica (PICC) teve sua origem em 1711, com os  estudos do fisiologista inglês Stephen Hales. No Brasil, seu uso teve início a partir de 1990,  direcionado inicialmente a recém-nascidos hospitalizados em unidades de terapia intensiva  neonatal, devido à flexibilidade e ao pequeno diâmetro do material (Mittang et al.,2020). 

O PICC é considerado seguro, inserido na veia central de grosso calibre por meio da  punção de algum vaso periférico. Ele atende às demandas de infusão de pacientes que  necessitam de acesso intravenoso centralizado, no entanto, apresenta menor risco de  complicações devido à sua inserção periférica (Pizarro Canales et al., 2023). 

Dentre as recomendações do PICC, de acordo com Silva et al., (2024), as principais  indicações são síndromes respiratórias, ventilação mecânica, coagulopatias, além de outras  condições na qual a punção no tórax ou pescoço podem aumentar o risco de complicações. Como sua inserção é preferencialmente realizada nos membros superiores, facilita o cuidado  com o sítio de inserção em pacientes submetidos à pronação periódica. Além disso, reduz o  risco de contaminação dos profissionais de saúde durante a inserção e manipulação do  dispositivo, pois mantém o operador afastado da região oral e nasal do paciente, o que diminui  a exposição a secreções respiratórias e o risco de contaminação pelo ar (Silva et al., 2024). 

Sobre as vantagens do PICC, Silva et al., (2024) ressalta que este procedimento reduz  o risco de complicações, incluindo infecções, flebites e tromboses, em comparação com  cateteres venosos centrais inseridos por punção direta. Além disso, sua maior durabilidade  permite que o dispositivo permaneça por período prolongado, e assim, evita múltiplas punções  venosas, com minimização do desconforto do recém-nascido.  

Em outro estudo, ressalta-se que o PICC também facilita a administração de fármacos  e nutrição parenteral, pois possibilita infusões contínuas de medicações irritantes ou  vesicantes sem causar danos às veias periféricas. Outra vantagem destacada é a redução da  dor e do estresse no recém-nascido, uma vez que diminui a necessidade de punções frequentes,  o que acarreta em seu bem-estar. Além disso, o cateter oferece segurança e estabilidade ao  proporcionar acesso venoso confiável para terapias de longo prazo, por meio da redução de intercorrências como o extravasamento de líquidos. Por fim, o procedimento de inserção do PICC é menos invasivo, assim pode ser realizado à beira do leito por enfermeiros capacitados,  sem necessidade de intervenção cirúrgica, assim, mostra-se eficiente, segura e alternativa para  a assistência neonatal (Prado et al., 2021). 

Entretanto, estudos também afirmam que se não houver a inserção de acordo com as  técnicas corretas, o mesmo pode gerar algumas complicações. Diante disso, Beleza et al.  (2021), aborda as principais recomendações para o manejo deste cateter, abordando aspectos como mensuração do tamanho do cateter, visualização da veia a ser  puncionada, escolha do sítio de inserção, acompanhamento da migração do cateter,  confirmação da posição da ponta do PICC e cuidados de manutenção e remoção do  dispositivo.  

Entretanto, mesmo de acordo com as recomendações, é importante se atentar às principais complicações, que estão relacionadas principalmente ao extravasamento de infusão,  infecção, trombose, luxação prematura, sepse, embolia, oclusão e ruptura. Embora sejam  menos frequentes em comparação a outros tipos de cateteres, demandam atenção cuidadosa  dos profissionais responsáveis por sua indicação e manejo (Silva et al., 2024). Portanto, a  vigilância rigorosa no uso do PICC é fundamental para a segurança do paciente, que representa  a dimensão mais crítica e decisiva, pois visa minimizar os riscos de danos desnecessários  associados aos cuidados de saúde dentro dos limites aceitáveis (Rangel et al., 2019). 

Categoria 2: Atuação do enfermeiro nos cuidados e manutenção da PICC

O procedimento de inserção do PICC é considerado tecnicamente invasivo,  portanto, é de responsabilidade do enfermeiro ou médico capacitado, tanto para sua inserção  quanto para a manipulação e remoção do cateter. Para realizar esse procedimento, o  profissional deve possuir a devida qualificação. No Brasil, o respaldo legal para o  enfermeiro executar essa prática está assegurado pela Resolução COFEN nº 258/2001, e é  parte integrante dos cuidados de enfermagem conforme o Parecer de Conselho Federal nº  243/2017/COFEN, que está previsto em protocolos institucionais (COREN, 2011; COFEN,  2017).  

Rangel et al. (2021) afirma que, a inserção do cateter é realizada predominantemente  por enfermeiras treinadas, desde a preparação do paciente, assepsia, punção venosa com  cateter curto sob agulha, progressão intravenosa e verificação do posicionamento da ponta  por meio de imagem radiológica, antes da liberação para uso. Todas as etapas devem ser registradas em ficha de acompanhamento específica para o PICC, que contém dados sobre a  inserção, manutenção e remoção do cateter. 

Gomes et al., (2019), em seu estudo, afirma que há diversas complicações  infecciosas e não infecciosas em recém-nascidos (RN). Entre as principais, destacam-se  obstrução do cateter, formação de trombos, sangramentos, flebite, migração do cateter,  ruptura, extravasamento, perfuração cardíaca ou vascular, flebite infecciosa, infecção no  local de inserção e infecção sistêmica (sepse). 

Dessa forma, é essencial que o profissional de enfermagem disponha de sólido  embasamento teórico e competência técnica para subsidiar a tomada de decisão clínica.  Além disso, cabe ao enfermeiro adotar medidas que assegurem a eficácia e a segurança da  assistência prestada durante a inserção do PICC, levando em consideração as  particularidades da terapia medicamentosa envolvida (Sena, 2015) 

O enfermeiro é o profissional de saúde que mantém maior contato com o paciente,  assim desempenha papel essencial na prevenção de complicações. Sua atuação inclui a  identificação precoce de possíveis problemas, a fim de permitir a implementação e  avaliação de intervenções com rigor técnico-científico, a fim de prevenir ou minimizar  efeitos indesejáveis (Lomba et al., 2020). 

Dessa forma, os cuidados de enfermagem são fundamentais para a manutenção do  PICC e a prevenção de infecções. O sucesso do uso do cateter depende da escolha adequada  do local de inserção, da sua manutenção e remoção, fatores essenciais para evitar infecções e perdas do dispositivo. Além disso, é necessário atenção especial ao peso do recém nascido, e à duração do uso do cateter em neonatos internados na UTI (Gomes et al., 2019).  Assim, os cuidados de manutenção englobam prevenir a infecção, estabilizar o cateter,  trocar o curativo, rotina de lavagem do cateter, e desobstrução com substâncias de acordo  com cada tipo de obstrução (Cordeiro et al., 2023). 

Diante disso, torna-se necessário ampliar as pesquisas sobre o PICC, com ênfase na  Assistência Sistematizada de Enfermagem em publicações nacionais. Silva, Barbosa e Silva  (2021), relatam que há escassez de estudos nacionais que abordem o uso desse dispositivo.  A capacitação contínua e a educação permanente dos profissionais demonstram maior  eficácia na manutenção do PICC e na prevenção de infecções. Além disso, a assistência  adequada e a avaliação contínua por parte do enfermeiro são fundamentais para garantir a  manutenção do cateter e a detecção precoce de sinais de infecção, flebite, necessidade de punções repetidas e outras complicações em neonatos internados na UTI neonatal.

5. CONCLUSÃO 

O objetivo deste estudo foi descrever a atuação do enfermeiro no cuidado com o cateter  central de inserção periférica em recém-nascidos. As análises realizadas permitiram identificar  que a presença do enfermeiro é crucial para a redução de complicações relacionadas ao cateter,  em razão da sua formação técnico-científica, capacidade de avaliação e habilidade na tomada  de decisões. 

Nesse contexto, reforça-se a importância da realização de educação permanente para  esses profissionais, bem como da implementação de Procedimento Operacional Padrão (POP)  e a vigilância contínua por meio de indicadores de qualidade. Ademais, ressalta-se a  necessidade de ampliar as publicações nacionais sobre essa temática, tendo em vista que uma  das limitações deste estudo foi a escassez de artigos de abrangência nacional. 

REFERÊNCIAS 

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1Acadêmico do curso de Bacharelado em Enfermagem do Instituto de Ensino Superior do Sul do Maranhão – IESMA/Unisulma. E-mail: maria.jeciane.edl@gmail.com 
2Enfermeira. Especialista em Unidade de Terapia Intensiva. Docente do curso de Bacharelado em Enfermagem do Instituto de Ensino Superior do Sul do Maranhão – IESMA/Unisulma. E-mail: pamela.franco@unisulma.edu.br