ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NO CUIDADO AO PACIENTE DE TUBERCULOSE: REVISÃO DE LITERATURA

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/pa10202501261318


Elaine Cristina Dos Santos Coelho1
Nara Gomes Da Silva2


Resumo

O Programa Nacional de Controle da Tuberculose tem por finalidade promover, avaliar e fazer a prevenção, garantindo o tratamento até o fim. A enfermagem tem o papel fundamental na promoção da saúde, na prevenção e no diagnóstico precoce e através da educação em saúde que pode-se conscientizar o portador de tuberculose sobre a doença e o seu tratamento. Tem como objetivo reunir e sintetiza resultados de pesquisas relacionados a tuberculose e o papel do enfermeiro na assistência deste paciente. Trata-se de um estudo descritivo, de abordagem qualitativa do tipo revisão bibliográfica. Cabe ao enfermeiro frente ao paciente acometido com tuberculose obter história completa e realizar o exame físico no indivíduo, Foi observada no estudo a importância da enfermagem que desempenha papel crucial nos programas de controle da Tuberculose, sendo o protagonista na prevenção e controle da tuberculose, realizando o planejando intervenções de forma integral.

Palavras-chaves: Enfermagem. Cuidado. Tuberculose

Abstract

The National Program for Tuberculosis Control aims to promote, evaluate and carry out prevention, guaranteeing the treatment to the end. Nursing plays a fundamental role in promoting health, in prevention and early diagnosis and through health education that can make the person with tuberculosis aware of the disease and its treatment. It aims to gather and synthesize results of research related to tuberculosis and the role of nurses in the care of this patient. This is a descriptive study, with a qualitative approach such as bibliographic review. It was observed in the study the importance of nursing that plays a crucial role in tuberculosis control programs, being the protagonist in the prevention and control of tuberculosis, performing Or planning interventions in a comprehensive way.

Key words: Nursing. Caution. Tuberculosis

Introdução

Segundo o Ministério da Saúde (2011) a tuberculose é considerada uma prioridade no Brasil desde 2003 e é uma das cinco doenças mais em foco atualmente. Está presente no programa Mais Saúde, na Programação das Ações de Vigilância em Saúde, no Pacto pela Vida, entre outros. Está sendo discutida a inclusão da incidência de tuberculose como um indicador para o programa Brasil sem Miséria (BRASIL, 2011).

A despeito disso o Programa Nacional de Controle da Tuberculose tem por finalidade promover, avaliar e fazer a prevenção, garantindo o tratamento até o fim. Afirma que a busca a interrupção da transmissão da doença e a consequente diminuição dos riscos de adoecer e morrer por ela, e tem como um dos principais pontos a identificação dos doentes de tuberculose, principalmente os da forma bacilífera (Brasil, 2011; CARDOZO, D. F. et al, 2013).

Considera que os sinais e sintomas da tuberculose é transmitida de pessoa a pessoa, principalmente através do ar. Afirma-se que a fala, o espirro e principalmente a tosse de um doente que lança no ar gotículas de tamanhos variados e contendo no seu interior o bacilo, podendo permanecer assintomático até que a doença se encontre em um estágio avançado. Muitos pacientes apresentam febre baixa, tosse, sudorese noturna e perda de peso. A tosse pode ser produtiva ou não, havendo a expectoração de escarro mucopurulento (BRASIL, 2010; Brasil, 2011; Ministério da Saúde, 2011; BEZERRA, W. K. T. et al., 2014).

A enfermagem tem o papel fundamental na promoção da saúde, na prevenção e no diagnóstico precoce. Através da educação em saúde que pode- se conscientizar o portador de tuberculose (TB) sobre a doença infecciosa e o seu tratamento na rede pública, este processo precisa ser desenvolvido levando- se em consideração o contexto de vida e os aspectos socioculturais nos quais os sujeitos estão inseridos.

O enfermeiro precisa avaliar o seu nível de conhecimento sobre TB, para atende melhor a população que procuram assistência. Assim ajudar o usuário avaliar os riscos sobre TB e proporcionar à pessoa condições para que avalie seus próprios riscos e tome decisões realistas. Levando o indivíduo a reconhecer-se como sujeito na prevenção e manutenção da sua saúde.

Analisando a problemática que envolve a tuberculose, o presente estudo tem como objetivo reunir e sintetiza resultados de pesquisas relacionados a tuberculose e o papel do enfermeiro na assistência deste paciente

REFERENCIAL TEORICO

A Tuberculose é um problema de saúde pública no Brasil. Uma doença infecciosa, atinge principalmente o pulmão. A forma primária da tuberculose ocorre durante uma primo-infecção podendo evoluir para o foco pulmonar. A Tuberculose pós-primária ocorre no organismo que tem sua imunidade desenvolvida, tanto pela infecção natural quanto pelo BCG. Quando a doença atinge os pulmões, o indivíduo pode apresentar dor torácica e tosse produtiva, acompanhada ou não de escarros hemoptóicos. Os demais órgãos também podem ser acometidos por lesões idênticas. As doenças associadas as tuberculoses são HIV, AIDS e o tabaco As doenças associadas as tuberculoses são HIV, AIDS e o tabaco (BRASIL, 2011; Ministério de Saúde, 2011).

EPIDEMIOLOGIA

A epidemiologia mundial e de 9,27 milhões de casos novos. Apesar do aumento no número de casos, a incidência global vem diminuindo 1% ao ano, sendo estimada uma taxa de 139 casos por 100 mil habitantes. Correu o declínio em cinco das seis regiões da OMS e somente a Europa manteve a taxa estável (Ministério da Saúde, 2011).

O Brasil está concentra 80% da carga mundial de TB priorizados pela OMS. Valer ressalta que foram notificados 72 mil casos novos, que colocam o Brasil na 19ª posição e anualmente ainda morrem 4,5 mil pessoas por tuberculose, doença curável e evitável. A TB foi a quarta causa de morte por doenças infecciosas e a primeira causa de morte dos pacientes com aids (BRASIL1, 2011; OLIVEIRA, G. P. et al., 2012; Boletim Epidemiológico1, 2012; Boletim Epidemiológico2, 2013).

A vigilância epidemiológica é um conjunto de ações que proporciona o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual e coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as mediadas de prevenção e controle das doenças e agravos (Ministério de Saúde, 2011; Boletim Epidemiológico1, 2012; Boletim Epidemiológico2, 2013).

ETIOLOGIA

É uma doença infecto-contagiosa causada por uma bactéria Mycobacterium tuberculosis ou Bacilo de Koch (BK), que afeta principalmente os pulmões, mas, também podem ocorrer em outros órgãos do corpo, como ossos, rins e meninges e membranas que envolvem o cérebro (Brasil, 2010; BRASIL, 2011; Ministério da Saúde, 2011).

MODO DE TRANSMISSÃO

A tuberculose é transmitida por via aérea em praticamente a totalidade dos casos. A infecção ocorre a partir da inalação de gotículas contendo bacilos expelidos pela tosse, fala ou espirro do doente com tuberculose ativa de vias respiratórias (Brasil, 2010; BRASIL, 2011; Ministério da Saúde, 2011).

MANIFESTAÇÕES CLINICAS

Os sinais e sintomas da Tuberculose pulmonar são insidiosos, variam de pessoa a pessoa, podendo permanecer assintomático até que a doença se encontre em um estágio avançado. Muitos pacientes apresentam febre baixa, tosse, sudorese noturna e perda de peso. A tosse pode não ser produtiva ou pode haver a expectoração de escarro mucopurulento. A hemoptise também pode acontecer. Em geral, os sintomas sistêmicos e pulmonares são crônicos, podem ter estado presentes durante semanas a meses. A dispnéia são características dos estágios finais da doença (Brasil, 2010; Ministério de Saúde, 2011; BEZERRA, W. K. T. et al., 2014).

DIAGNOSTICO

Assim enfatizar o Ministério de Saúde (2011) e Bezerra et al. (2014), que a tuberculose doença causada pelo Mycobacterium tuberculosis, pode acometer uma série de órgãos e/ou sistemas. A apresentação da TB na forma pulmonar, além de ser mais frequente, é também a mais relevante para a saúde pública, pois é a forma pulmonar, especialmente a bacilífera, a responsável pela manutenção da cadeia de transmissão da doença. A busca ativa de sintomático respiratório é a principal estratégia para o controle da TB, uma vez que permite a detecção precoce das formas pulmonares. Raramente, a tuberculose pode manifestar-se sob diferentes apresentações clínicas, que podem estar relacionadas com o órgão acometido. Desta forma, outros sinais e sintomas, além da tosse, podem ocorrer e devem ser valorizados na investigação diagnóstica individualizada.

Tuberculose Pulmonar

O Ministério da Saúde (2011) destaca que a tuberculose pulmonar é dividida em primária (primoinfecção) e secundária. A forma primária é a que ocorre em indivíduos que ainda não tiveram contato com o bacilo, sendo mais comum em crianças. A forma secundária desenvolve a partir de uma nova infecção no caso uma reinfecção exógena e na reativação de bacilos latentes ocorrendo a reinfecção endógena.

Valer ressaltar ainda segundo o Ministério da Saúde e Bombrada et al. (2011) que a doença primária evolui a partir do foco pulmonar que tem o processo pneumônico parenquimatoso com maior frequência no foco ganglionar. Relata que esses gânglios podem passa para um brônquio adjacente e determinar a disseminação broncogênica da tuberculose. Com a expansão das lesões destrutivas, os bacilos atingem os vasos sanguíneos e disseminam-se para o pulmão e outros órgãos.

Bombarda et al. (2011) destaca que a lesão inicial parenquimatosa ou uma nova infecção se originam a necrose central, liquefação e eliminação do material por um brônquio de drenagem com a formação da cavitação.

Os exames para fecha o diagnóstico de tuberculose pulmonar são: baciloscopia direta do escarro, cultura de escarro e exame radiológico (Brasil, 2010; BOMBARDA, S. 2011; BRASIL, 2011; Ministério de Saúde, 2011).

  • Baciloscopia direta do escarro: a baciloscopia direta deverá ser indicada para todos os sintomáticos respiratórios para indivíduo com tosse e expectoração por três semanas e mais. Para realização deste exame, em pacientes que apresentem alterações pulmonares na radiografia de tórax e nos contatos de Tuberculose pulmonar bacilíferos, também é utilizada para acompanhar a evolução bacteriológica do paciente pulmonar, inicialmente positivo, durante o tratamento. O controle bacteriológico deve ser de preferência mensal e, obrigatoriamente, ao término do segundo, quarto e sexto mês de tratamento. Recomenda-se, para o diagnóstico, a coleta de duas amostras de escarro: uma por ocasião da primeira consulta, e a segunda na manhã do dia seguinte, ao despertar.
  • Cultura de escarro: indicada para suspeitos de Tuberculose pulmonar negativos ao exame direto do escarro, e para o diagnóstico de formas extrapulmonares, como meníngea, renal, pleural, óssea e ganglionar, e também para o diagnóstico de Tuberculose em pacientes HIV positivo. Também está indicada a solicitação desse exame acompanhado do teste de sensibilidade, nos casos de suspeita de resistência bacteriana às drogas, ou ao final do segundo mês de tratamento quando a baciloscopia se mantem positiva, retratamento após falência ao esquema básico ou reinício após abandono. Nos casos de suspeita de infecção por micobacterias não-tuberculosas, notadamente nos doentes HIV positivos ou com aids, além de cultura, deverá ser realizada a tipificação do bacilo.
  • Exame radiológico: a radiografia de tórax é um método para investigação da tuberculose que apontar a suspeita de doença em atividade ou doença no passado, além do tipo e extensão do comprometimento pulmonar. Este exame permite a identificação de pessoas portadoras de imagens sugestivas de Tuberculose, ou de outras patologias. O exame radiológico, em pacientes com baciloscopia positiva, tem como função principal, a exclusão de outra doença pulmonar associada, que necessite de tratamento concomitante, além de permitir avaliação da evolução radiológica dos pacientes, sobretudo daqueles que não responderam à quimioterapia.

Tuberculose Extrapulmonar

Segundo Lopes et al. (2011) uma das principais dificuldades da tuberculose (TB) são as formas extrapulmonares que são muitas, incluem o difícil acesso à maioria das lesões e o fato de habitualmente serem paucibacilares, situação na qual a baciloscopia costuma ser negativa. Os achados histopatológicos de reação granulomatosa, por sua vez, não afastam a possibilidade de outras doenças.

Cabe citar que Bezerra et al. (2014), Lopes et al. (2011) e o Ministério da Saúde (2011) levaram em consideração outro aspecto a Aids tem associação nas formas extrapulmonares da tuberculose, para sustentar este diagnostico só é possível através da biópsias ou exames bacteriológicos. Atualmente, novas modalidades diagnósticas têm sido utilizadas na tuberculose. Dentre elas, destacam-se a dosagem da adenosina deaminase (ADA) e a reação em cadeia da polimerase (PCR), que podem ser úteis em certas formas extrapulmonares da doença.

Os exames para a tuberculose extra-pulmonar são: bioquímico e sorológico (Brasil, 2010; BRASIL,2011; LOPES, A. J., 2011; Ministério de Saúde, 2011).

  • Exame bioquímico: são mais utilizados em casos de Tuberculose extra- pulmonar, principalmente no derrame pleural, derrame pericárdico e meningoencefalite tuberculosa.
  • Exame sorológico: exame sorológico anti-HIV deve ser oferecido o mais cedo possível a todo indivíduo com diagnóstico estabelecido de Tuberculose, independentemente da confirmação bacteriológica. Caso o exame seja positivo, o doente deve ser encaminhado para um serviço ambulatorial especializado (SAE) no tratamento da infecção do HIV e AIDS, mais próximo de sua residência.

Tuberculose em Criança

Silva et al. (2013) menciona que a tuberculose que atinge na infância e através do contato com doentes que tem bacilíferos, e está associada a infecção pelo Mycobacterium tuberculosis.

A despeito disso o Ministério de Saúde (2011) e Silva et al. (2013) afirma que na criança o controle da tuberculose é feito pelo rastreamento da idade pediátrica, uma vez que as crianças constituem possíveis reservatórios da doença no futuro, existindo ainda morbilidade e mortalidade associadas à tuberculose na infância. Na idade pediátrica tem sido um desafio no diagnóstico da tuberculose por conta de características muito particulares no que respeita à grande variabilidade e por ter períodos de incubação variáveis.

Os exames feitos são de baciloscopia direta do escarro, cultura de escarro e exame radiológico (BRASIL, 2011; Ministério de Saúde, 2011; SILVA, S. F. 2013).

TRATAMENTO

O tratamento da tuberculose à base de antibióticos é 100% eficaz, não pode haver abandono. A cura da tuberculose leva seis meses, mas muitas vezes o paciente não recebe o devido esclarecimento e acaba desistindo antes do tempo. Por isto que Tratamento Diretamente Observado (TDO) e importante para o paciente de TB, portanto um profissional da equipe da unidade de saúde observa a tomada da medicação do paciente desde o início do tratamento até a sua cura. Esta estratégia, também, oferece maior acolhimento ao doente, melhor adesão com aumento da cura e redução de abandono ao tratamento. Todo paciente com Tuberculose deve receber este tipo de tratamento (Divisão de Tuberculose, 2010; Programa Nacional de Controle da Tuberculose,2014).

As drogas usadas, nos esquemas padronizados pelo Ministério da Saúde são as seguintes:

  • Isoniazida – H
  • Rifampicina – R
  • Pirazinamida – Z
  • Etambutol – E

Tabela 1. Efeitos adverso dos fármacos e a conduta a ser realizada.

Fonte: Ministério da saúde,2011.

Identifica que tratamento e dividido em 2 fases que é preconizado pelo Ministério são eles:

  • 1ª fase (ou de ataque): as 4 drogas preconizadas serão administradasem comprimidos compostos por dosagens fixas de Rifampicina 150mg, Isoniazida 75mg, Pirazinamida 400mg e Etambutol 275mg.
  • 2ª fase (ou de manutenção): as 2 drogas preconizadas serão administradas em comprimidos com dosagens fixas de Rifampicina 150mg e Isoniazida 75mg.

Tabela 2. Esquema básico para adultos e adolescentes

Fonte: Ministério da saúde,2011.

Tabela 3. Esquema para meningoencefalite para adultos e adolescentes.

Fonte: Ministério da saúde,2011.

PREVENÇÃO

Para prevenir a tuberculose é necessário imunizar as crianças com a vacina BCG. Crianças soropositivas ou recém-nascidas que apresentam sinais ou sintomas de Aids não devem receber a vacina. A prevenção da tuberculose inclui evitar aglomerações, especialmente em ambientes fechados.(Divisão de Tuberculose, 2010; Programa Nacional de Controle da Tuberculose, 2014).

ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO EM RELAÇÃO A TUBERCULOSE

O estabelecimento de vínculo entre os profissionais e usuários na assistência é de grande importância para sua formação, pois além de permitir uma melhor sensibilização, ajuda o profissional a relacionar-se com a prática cotidiana identificando as reais necessidades desse usuário.

Os profissionais de enfermagem devem ficar sempre atentos ao abandono do tratamento e realizar a visita domiciliar. Essa ação tem o objetivo de criar vínculo com o paciente e seus familiares. Uma importante atuação também é a Vigilância Epidemiológica das pessoas que convivem com o paciente tuberculoso, sendo que todas as pessoas que tiveram contato com ele durante o período de incubação e diagnóstico da doença devem ser avaliados por meio da anamnese e exame físico criterioso, com objetivo apontarem ou não sintomas da doença (SANTOS, T. M. M. G., 2012; DURANS J. J. F., 2013).

As atribuições do enfermeiro na Unidade de Saúde preconizados pelo Ministério da saúde (2011) são:

  • Realizar a consulta de enfermagem;
  • Identificar os sintomáticos respiratórios na comunidade quer seja dentro da unidade de saúde;
  • Solicitar exame de HIV e notificar por meio da Ficha de Investigação os casos positivos;
  • Solicitar o exame de Baciloscopia (duas amostras) por meio do preenchimento do pedido de exame;
  • Explicar ao paciente todo o procedimento de coleta em casa;
  • Investigar contatos e comunicantes do doente de tuberculose;
  • Dispensar os medicamentos para o doente em tratamento, explicando seu uso correto;
  • Realizar visita domiciliar ao paciente em tratamento: sendo recomendados 24 dias de observação na fase de ataque e mais 48 dias na fase de manutenção;
  • Realizar a busca dos faltosos;
  • Preencher todos os registros da unidade: livro de registro de pacientes em tratamento, livro de registro de pesquisa em sintomático respiratório;

Realizar o planejamento, monitoramento e avaliação das atividades que envolvem a tuberculose na unidade de saúde.

Cabe ao enfermeiro frente ao paciente acometido com TB obter história completa e realizar o exame físico no indivíduo, observando manifestações como sudorese noturna, tosse produtiva, fadiga, perda de peso, anorexia e febre (ROSSONI et al, 2016).

A partir do levantamento dos diagnósticos relacionados à TB, o enfermeiro pode prescrever os cuidados necessários, que incluem: promover a permeabilidade das vias aéreas, orientar para a adesão ao tratamento, promover a atividade e a nutrição adequada e monitorar as complicações potenciais. Além disso, a evolução e os resultados obtidos com o tratamento devem ser analisados e registrados pelo enfermeiro (SILVA et al, 2011).

Conclusão

O controle da tuberculose integra uma das vertentes para o alcance dos Objetivos do Milênio e exige melhoria nas abordagens assistenciais, gerenciais e educacionais, desde a identificação precoce do caso até o tratamento que não deve ser interrompido para garantir o sucesso no desfecho, ações nas quais a enfermagem pode atuar e contribuir para atingir tais metas.

Foi observada no estudo a importância da enfermagem que desempenha papel crucial nos programas de controle da Tuberculose, sendo o protagonista na prevenção e controle da tuberculose, realizando o planejando intervenções de forma integral.

O levantamento dos diagnósticos de enfermagem permite o direcionamento da atenção às necessidades do paciente uma vez que auxiliam no estabelecimento de medidas preventivas e de intervenções focando em cada problema detectado, assim promovendo a melhora na qualidade da assistência prestada ao paciente e também, que a mesma seja realizada de forma sistemática e individualizada.

Não se pode esquecer que ao falar em cuidado de enfermagem ao ser humano implica, essencialmente, mencionar o cuidado humanizado. Porém, frequentemente, devido à sobrecarga imposta pelo cotidiano do trabalho, a enfermagem presta uma assistência mecanizada e tecnicista, não reflexiva, esquecendo-se de humanizar o cuidado.

Referências

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1 Enfermeira pela Faculdade São Miguel, e mail: elainecristina_coelho@hotmail.com

2 Enfermeira pela Universidade Mauricio de Nassau, e mail:
nara_silva21@hotmail.com