ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NA PREVENÇÃO DE HIPERTENSÃO ARTERIAL E DIABETES MELLITUS: EM UNIDADES DE SAÚDE DA FAMÍLIA

NURSES’ ROLE IN PREVENTING HYPERTENSION AND DIABETES MELLITUS: IN FAMILY HEALTH UNITS

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ra10202412082328


Carla Araújo da Silva1
Lucas Silva dos Santos2
Caroliny Medeiros de Souza3


RESUMO

Este estudo tem como objetivo investigar os desafios e perspectivas da atuação do enfermeiro na prevenção de hipertensão arterial e diabetes mellitus em Unidades de Saúde da Família (USF). A pesquisa é de caráter bibliográfico, com análise de literatura recente que discute a atuação do enfermeiro nesse contexto. Foram utilizados artigos científicos, teses e dissertações que abordam a temática da enfermagem em relação às doenças crônicas, focando nos aspectos relacionados à comunicação, educação em saúde e condições estruturais das unidades. Os resultados evidenciam que a comunicação inadequada entre enfermeiros, pacientes e suas famílias é uma barreira significativa para a adesão ao tratamento e à adoção de hábitos saudáveis. Além disso, foram identificados problemas como a insuficiência na quantidade e qualidade das refeições, dificuldades logísticas e resistência dos pacientes em modificar seu estilo de vida. A análise discute a importância de uma abordagem mais empática e personalizada por parte dos profissionais de saúde, bem como a necessidade de maior suporte estrutural nas USFs. Conclui-se que, para otimizar a atuação do enfermeiro na prevenção e controle dessas doenças crônicas, é fundamental aprimorar as práticas de comunicação e educação em saúde, bem como fomentar um ambiente de trabalho que permita um acompanhamento mais eficaz e humanizado dos pacientes nas USFs.

Palavras-chave: diabetes mellitus; hipertensão arterial; saúde da família.

ABSTRACT

This study aims to investigate the challenges and perspectives of nurses’ work in the prevention of high blood pressure and diabetes mellitus in Family Health Units (FHUs). The research is bibliographic in nature, with an analysis of recent literature that discusses the role of nurses in this context. Scientific articles, theses and dissertations that address the theme of nursing in relation to chronic diseases were used, focusing on aspects related to communication, health education and structural conditions of the units. The results show that inadequate communication between nurses, patients and their families is a significant barrier to adherence to treatment and the adoption of healthy habits. In addition, problems such as insufficient quantity and quality of meals, logistical difficulties and patients’ resistance to changing their lifestyle were identified. The analysis discusses the importance of a more empathetic and personalized approach by health professionals, as well as the need for greater structural support in the USFs. It is concluded that, in order to optimize the performance of nurses in the prevention and control of these chronic diseases, it is essential to improve communication and health education practices, as well as foster a work environment that allows for more effective and humanized monitoring of patients in the USFs.

Keywords: diabetes mellitus; arterial hypertension; family health.

INTRODUÇÃO

A hipertensão arterial e o diabetes mellitus são dois dos principais problemas de saúde pública no Brasil, afetando milhões de pessoas e sendo responsáveis por complicações graves, como doenças cardiovasculares e renais. Ambos os agravos estão frequentemente associados ao estilo de vida, incluindo alimentação inadequada, sedentarismo e consumo de tabaco e álcool, tornando sua prevenção essencial para a melhoria da qualidade de vida da população.

Dentro desse cenário, as Unidades de Saúde da Família (USF) desempenham um papel fundamental no enfrentamento dessas doenças crônicas, já que são a porta de entrada preferencial do Sistema Único de Saúde (SUS) para a população. Nesses espaços, a atuação do enfermeiro se torna central, pois ele está diretamente envolvido tanto no atendimento primário quanto na implementação de estratégias educativas voltadas para a prevenção e controle dessas enfermidades.

Nesse caso, o tema da atuação do enfermeiro na prevenção de hipertensão arterial e diabetes mellitus nas Unidades de Saúde da Família (USF) levanta questões cruciais sobre a efetividade das ações de saúde pública voltadas para o controle dessas doenças crônicas. Considerando o papel central que o enfermeiro desempenha no atendimento primário, o problema de pesquisa que norteia este estudo é: como as práticas preventivas realizadas pelos enfermeiros nas USFs contribuem para a redução dos casos de hipertensão arterial e diabetes mellitus entre os usuários dessas unidades? Essa questão busca investigar em que medida as atividades de promoção de saúde, como a educação sobre hábitos saudáveis, o monitoramento regular e o acompanhamento contínuo, impactam a prevenção e o controle dessas enfermidades.

O objetivo geral deste trabalho é analisar como a atuação dos enfermeiros nas Unidades de Saúde da Família contribui para a prevenção da hipertensão arterial e do diabetes mellitus, com foco nas estratégias de promoção de saúde e nas práticas de cuidado preventivo. Busca-se compreender de que maneira as ações realizadas por esses profissionais impactam a redução dos fatores de risco e promovem a melhoria da qualidade de vida dos usuários atendidos.

A metodologia utilizada neste trabalho foi a revisão bibliográfica, com o objetivo de reunir e analisar a produção científica existente sobre a atuação dos enfermeiros na prevenção de hipertensão arterial e diabetes mellitus nas Unidades de Saúde da Família. Através da seleção de artigos, livros e documentos oficiais, foi possível construir uma análise teórica das práticas preventivas desenvolvidas por esses profissionais, considerando os diferentes contextos e abordagens adotadas.

1 HIPERTENSÃO ARTERIAL E DIABETES MELLITUS

A hipertensão arterial e o diabetes mellitus são duas das principais doenças crônicas não transmissíveis que afetam milhões de pessoas em todo o mundo. Essas condições representam um grande desafio para os sistemas de saúde, devido às suas complicações graves e custos associados ao tratamento. Nesse contexto, a atuação do enfermeiro desempenha um papel fundamental na prevenção, identificação precoce e manejo dessas doenças, especialmente em Unidades de Saúde da Família (USF) (Ministério da Saúde, 2001). Sendo assim, conforme a Organização Mundial de Saúde (2024), estima-se que em 2030 quase 23,6 milhões de pessoas morrerão de doenças cardiovasculares.

Assim sendo, a reflexão sobre a relevância da atuação do enfermeiro no enfrentamento dessas condições crônicas, como a hipertensão arterial e o diabetes mellitus. Considerando a elevada mortalidade estimada para doenças cardiovasculares até 2030, conforme a Organização Mundial da Saúde (2024), a abordagem precoce e contínua por parte de profissionais da saúde torna-se crucial.

Nas Unidades de Saúde da Família (USF), o enfermeiro desempenha um papel multifacetado que vai além da assistência clínica direta. Ele é responsável por ações de promoção da saúde, prevenção de complicações e reabilitação, acompanhando o paciente de forma integral. Entre as suas atividades estão a aferição da pressão arterial, a realização de exames de glicemia capilar, o monitoramento contínuo dos sinais de alerta, além de orientar os pacientes quanto à importância da adesão ao tratamento e à adoção de um estilo de vida saudável.

1.1 Hipertensão arterial

A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é uma condição em que a pressão do sangue nas artérias está cronicamente elevada. Emerge como uma das principais doenças cardiovasculares (DCVs) que representam um significativo risco para complicações cardíacas e cerebrovasculares. Sua crescente prevalência a torna um problema de saúde pública em âmbito global. Em 2000, a HAS afetava aproximadamente 25% da população mundial, e projeções indicam que essa prevalência aumentará para 29% até 2025 (Organização Mundial da Saúde, 2024). 

Nesse sentido os autores Paula e Andrade (2012, p. 140), apontam que: 

Além de sua importância isolada, a hipertensão arterial e a alteração da glicemia também têm papel relevante como componentes da síndrome metabólica, apontada como responsável pelo aumento da mortalidade geral e mortalidade cardiovascular Revista da Sociedade Brasileira de Hipertensão.

No contexto brasileiro de acordo com a pesquisa de Silva et al. (2023), estudos revelaram uma variação na prevalência da hipertensão, situando-se entre 22,3% e 43,9%, com uma média alarmante de 32,5%. Esses dados evidenciam a magnitude do problema no país, destacando a urgência de estratégias eficazes de prevenção, diagnóstico precoce e manejo adequado da hipertensão arterial. 

Para sua ampla definição, o Ministério da Saúde (2024), descreve que: 

A hipertensão arterial é uma condição crônica multifatorial, geralmente não associada a sintomas, caracterizada por elevação sustentada dos níveis de pressão (≥ 140 mmHg e/ou ≥ 90 mmHg). É considerada um dos fatores de risco metabólico que mais contribuem para todas as causas de óbito e para a morbidade e mortalidade por doenças cardiovasculares (DCV). Por se tratar de um mal silencioso, podem ou não ocorrer sintomas. Quando estes aparecem, os principais são: tontura, falta de ar, palpitações, dor de cabeça frequente e alteração na visão.  

A HAS não apenas aumenta o risco de eventos cardiovasculares graves, como infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral, mas também está associada a outras condições de saúde, como doença renal crônica, retinopatia e comprometimento cognitivo. Além disso, os custos socioeconômicos relacionados ao tratamento e às complicações da hipertensão são substanciais, impactando os sistemas de saúde e as famílias dos pacientes.

A classificação da hipertensão arterial sistêmica pode ser feita com base em sua etiologia e nos níveis de pressão arterial. A hipertensão primária, também chamada de essencial, representa a maioria dos casos e não possui uma causa específica identificável (Brasil, 2024). 

Essa forma de hipertensão é geralmente atribuída a uma combinação de fatores genéticos, ambientais e comportamentais, como obesidade, sedentarismo e dieta inadequada. Por outro lado, a hipertensão secundária resulta de condições subjacentes conhecidas, como doenças renais, distúrbios endócrinos ou o uso de certos medicamentos. Essa distinção é importante, pois a hipertensão secundária pode ser tratada de maneira mais específica, abordando diretamente a causa subjacente (Silva; Procópio, 2021).

Tabela 1 – Classificação da Hipertensão conforme o Ministério da Saúde.

ClassificaçãoPASPAD
Normal<120<80
Pré-hipertensão121-13981-89
Hipertensão estágio 1140-15990-99
Hipertensão estágio 2160-179100-109
Hipertensão estágio 3>180>110

Fonte: Brasil (2022).

Nesse contexto, a categorização possibilita orientar o tratamento adequado, uma vez que cada indivíduo apresenta necessidades específicas, o que resulta em um gerenciamento mais eficaz dos cuidados. ‘‘Isso permite ao enfermeiro conduzir a terapêutica, com os recursos disponíveis e ter como resultado uma melhora clínica do paciente’’ (Silva; Procópio, 2021, p. 3).

Segundo Silva et al. (2023), dados da OMS, uma pesquisa abrangente realizada entre 1990 e 2019 mostrou um aumento alarmante no número de adultos diagnosticados com HAS, passando de 650 milhões para 1,28 bilhão de pessoas na faixa etária entre 30 e 79 anos. Esse aumento substancial sugere uma tendência preocupante de crescimento da incidência da doença ao longo das últimas décadas. É notável que a grande maioria das pessoas afetadas pela HAS, cerca de 82%, estejam concentradas em países de baixa e média renda. Esse dado ressalta as disparidades socioeconômicas no acesso aos cuidados de saúde e na prevenção das doenças crônicas não transmissíveis, como a hipertensão arterial.

Um aspecto relevante identificado na pesquisa é a diferença de gênero na prevalência e no controle da HAS. Em 2019, constatou-se que 59% das mulheres e 49% dos homens com hipertensão arterial relataram já terem recebido um diagnóstico prévio da doença. No entanto, apesar desse diagnóstico, o acesso ao tratamento ainda não é equitativo entre os gêneros, com 47% das mulheres e 38% dos homens sendo tratados para HAS (Organização Mundial da Saúde, 2024). Desse modo Silva et al. (2023) ressalta que, embora o tratamento esteja em curso para uma parte significativa dos diagnosticados, as taxas de controle permanecem relativamente baixas. Apenas 23% das mulheres e 18% dos homens com diagnóstico prévio de HAS alcançaram níveis ideais de controle da pressão arterial.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (2024), os fatores de risco comportamentais desempenham um papel significativo no desenvolvimento de doenças cardíacas e acidentes vasculares cerebrais (AVCs), representando um desafio crucial para a saúde pública em todo o mundo. Dietas inadequadas, sedentarismo, tabagismo e consumo nocivo de álcool são considerados os principais vilões nesse contexto. Esses comportamentos não saudáveis podem desencadear uma série de efeitos adversos no organismo, incluindo pressão arterial elevada, glicemia alta, hiperlipidemia, sobrepeso e obesidade – os chamados “fatores de risco intermediários”. A mensuração desses fatores intermediários em unidades básicas de saúde desempenha um papel crucial na identificação de indivíduos em maior risco de desenvolverem doenças cardiovasculares. Uma vez detectados, é possível intervir precocemente, implementando estratégias de prevenção e manejo para reduzir o risco de complicações graves, como ataques cardíacos, AVCs e insuficiência cardíaca.

Segundo o ministério da saúde (2022), várias intervenções têm demonstrado eficácia na redução desses fatores de risco e, consequentemente, na prevenção de doenças cardiovasculares. A cessação do tabagismo, a redução do consumo de sal na dieta, o aumento da ingestão de frutas e vegetais, a prática regular de atividades físicas e a moderação no consumo de álcool têm sido amplamente reconhecidos como medidas eficazes para promover a saúde cardiovascular.

Sendo assim, o controle inadequado da pressão arterial, um dos principais desafios no tratamento da Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), frequentemente está relacionado à baixa adesão ao tratamento. A adesão, conceituada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como a medida do comportamento individual em conformidade com as recomendações de cuidados em saúde, desempenha um papel crítico na eficácia do tratamento e, consequentemente, na qualidade de vida dos pacientes e nos custos associados à saúde (Malta et al., 2022). No contexto do tratamento da HAS conforme o Ministério da Saúde (2022), a baixa adesão pode ser influenciada por uma série de fatores interligados. Em primeiro lugar, questões individuais, como crenças pessoais sobre a doença e seu tratamento, compreensão das instruções médicas e motivação para seguir o plano de tratamento, desempenham um papel fundamental na adesão do paciente. 

Além disso, Malta et al. (2022) descreve em sua pesquisa, que a própria condição de saúde do paciente pode afetar sua capacidade de aderir ao tratamento, especialmente se houver comorbidades ou complicações relacionadas à hipertensão. A complexidade e os efeitos colaterais da terapia também podem influenciar a adesão, especialmente se os medicamentos forem difíceis de tomar ou causarem efeitos adversos significativos. Aspectos socioeconômicos, como acesso limitado aos cuidados de saúde, custos dos medicamentos e falta de suporte financeiro, podem representar barreiras significativas para a adesão ao tratamento da HAS, especialmente em países de baixa e média renda. Da mesma forma, o funcionamento do sistema de saúde, incluindo a disponibilidade de serviços de saúde e a qualidade do atendimento, pode afetar a capacidade dos pacientes de seguir o tratamento prescrito.

1.2 Diabetes mellitus

Conforme Brasil (2024), o Diabetes Mellitus é uma doença crônica complexa que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, representando um dos maiores desafios de saúde pública do século XXI. Caracterizado por níveis elevados de glicose no sangue devido à produção insuficiente ou inadequada de insulina pelo pâncreas, ou à incapacidade do organismo de utilizar eficazmente a insulina produzida, o diabetes requer uma abordagem multifacetada para prevenção, diagnóstico precoce e manejo eficaz.

Nesse sentido, de acordo com o Brasil, o Ministério da Saúde (2006, p. 9), Cadernos de Atenção Básica, ressalta-se que:

O diabetes é um grupo de doenças metabólicas caracterizadas por hiperglicemia e associadas a complicações, disfunções e insuficiência de vários órgãos, especialmente olhos, rins, nervos, cérebro, coração e vasos sanguíneos. Pode resultar de defeitos de secreção e/ou ação da insulina envolvendo processos patogênicos específicos, por exemplo, destruição das células beta do pâncreas (produtoras de insulina), resistência à ação da insulina, distúrbios da secreção da insulina, entre outros.

De acordo com os dados do Ministério da Saúde (2024), identifica que mais de 13 milhões de brasileiros convivem com essa condição, o que equivale a cerca de 6,9% da população nacional. Esses números evidenciam a magnitude do desafio que o diabetes representa para a saúde pública do país. Embora o diabetes seja uma doença complexa, com fatores genéticos e ambientais desempenhando papéis significativos em seu desenvolvimento, muitos casos podem ser prevenidos ou retardados por meio de mudanças no estilo de vida. 

Sendo assim, conforme o Ministério da Saúde (2024), o Diabetes Mellitus Tipo 1 é uma doença crônica não transmissível, geralmente hereditária, que afeta entre 5% e 10% do total de diabéticos no Brasil. Embora seja mais comum em adultos, também pode ocorrer em crianças, sendo diagnosticado com maior frequência na infância ou adolescência, embora não seja incomum em adultos. Um fator de risco significativo para o desenvolvimento do diabetes tipo 1 é a história familiar da doença. Portanto, pessoas com parentes próximos que têm ou tiveram a condição devem estar atentas e realizar exames regularmente para monitorar os níveis de glicose no sangue.

O tratamento do diabetes tipo 1 envolve o controle cuidadoso dos níveis de glicose no sangue, o que geralmente requer o uso diário de insulina e/ou outros medicamentos. Este tratamento visa manter a glicose no sangue dentro de níveis normais, prevenindo assim complicações associadas ao diabetes, como danos aos nervos, rins, olhos e coração (Gross et al., 2022).

Apesar dos avanços na compreensão e tratamento do diabetes tipo 1, a causa específica da doença ainda não é completamente compreendida pela comunidade médica. Sabe-se que envolve uma resposta autoimune em que o sistema imunológico ataca erroneamente as células beta do pâncreas, responsáveis pela produção de insulina. No entanto, os desencadeadores exatos desse processo autoimune ainda não foram totalmente identificados (Gross et al., 2022).

Conforme o Ministério da Saúde (2024), é demonstrado que,  o diabetes tipo 2 é uma condição em que o corpo não consegue usar efetivamente a insulina produzida, resultando em níveis elevados de glicose no sangue. Esta forma de diabetes está intimamente ligada ao estilo de vida e aos hábitos alimentares inadequados, bem como a fatores genéticos. Fatores como sobrepeso, obesidade, sedentarismo, níveis elevados de triglicerídeos e hipertensão arterial estão entre os principais contribuintes para o desenvolvimento do diabetes tipo 2. No Brasil, estima-se que cerca de 90% dos casos de diabetes sejam do tipo 2, o que destaca a importância da conscientização sobre os fatores de risco e da promoção de hábitos saudáveis para prevenir essa condição.

Conforme aponta Nunes et al. (2023), é fundamental compreender que o diabetes tipo 2 não é apenas uma condição isolada, mas muitas vezes está associado a outras doenças crônicas, como a hipertensão e dislipidemia. Por isso, é crucial um acompanhamento médico abrangente para tratar não apenas o diabetes, mas também essas condições coexistentes. Isso ajuda a reduzir o risco de complicações e melhora a qualidade de vida dos pacientes.

Além do diabetes tipo 2, o ministério da saúde, descreve que existe uma variante menos comum conhecida como Diabetes Latente Autoimune do Adulto (LADA). Essa forma de diabetes afeta predominantemente adultos e pode ser considerada um estágio avançado do diabetes tipo 2. No entanto, o que a distingue é o desenvolvimento de um processo autoimune em que o próprio corpo começa a atacar as células do pâncreas responsáveis pela produção de insulina. Isso resulta em uma progressão mais rápida da doença e uma dependência mais precoce da terapia com insulina em comparação com o diabetes tipo 2 tradicional.

A atuação do enfermeiro na prevenção de hipertensão arterial e diabetes mellitus em Unidades de Saúde da Família desempenha um papel fundamental na promoção da saúde e no manejo dessas condições crônicas não transmissíveis. De acordo com Marques Neto et al. (2024), em primeiro lugar, o enfermeiro desempenha um papel crucial na educação e conscientização da comunidade sobre os fatores de risco e medidas preventivas relacionadas à hipertensão arterial e ao diabetes mellitus. Por meio de campanhas educativas, palestras e atividades de promoção da saúde, o enfermeiro pode orientar os indivíduos sobre a importância de adotar um estilo de vida saudável, incluindo dieta balanceada, atividade física regular, controle do peso corporal e abandono do tabagismo e do consumo excessivo de álcool.

No contexto do manejo de casos, Marques Neto et al. (2024) descreve que, o enfermeiro desempenha um papel central no acompanhamento e monitoramento dos pacientes com hipertensão arterial e diabetes mellitus. Isso inclui a educação dos pacientes sobre a importância da adesão ao tratamento medicamentoso prescrito, monitoramento regular dos níveis de pressão arterial e glicemia, orientação sobre dieta e estilo de vida saudáveis, e suporte emocional para lidar com os desafios do manejo dessas condições crônicas.

2 ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NA PREVENÇÃO E CONTROLE

Os profissionais de saúde desempenham um papel crucial na comunicação direta com os pacientes, sendo responsáveis por compreender a condição de saúde de cada indivíduo. Essa conexão direta é fundamental para o desenvolvimento de um plano de cuidado personalizado e eficaz. A abordagem multiprofissional, que integra diferentes áreas de conhecimento e especializações, tem se mostrado especialmente valiosa no controle da hipertensão arterial (Oliveira; Lago, 2021). É sábio notar, que ao unir esforços, os profissionais de saúde conseguem proporcionar um atendimento mais abrangente, considerando não apenas os aspectos físicos da doença, mas também as dimensões emocionais e sociais que influenciam a saúde do paciente.

As Unidades de Saúde da Família (USF) constituem um dos pilares fundamentais da atenção básica à saúde no Brasil, sendo o principal modelo de organização dos serviços no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). A proposta das USFs visa promover a saúde e prevenir doenças por meio de um atendimento próximo da comunidade, envolvendo uma equipe multidisciplinar composta por médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, agentes comunitários de saúde e, em alguns casos, dentistas (Brasil, 2019).

A atuação do enfermeiro nas Unidades de Saúde da Família é de extrema importância, pois ele exerce papel central na coordenação do cuidado, realizando consultas, orientações, acompanhamento de grupos específicos e ações educativas. No caso de doenças crônicas como hipertensão e diabetes, o enfermeiro é responsável pelo monitoramento dos pacientes, controle de pressão arterial, glicemia e promoção de hábitos saudáveis, além de identificar fatores de risco e implementar ações preventivas junto à população (Santana et al., 2021).

Ademais, segundo Paula e Andrade (2012, p. 144), descrevem que:

Uma das principais funções da enfermagem em saúde da família é atuar na promoção e prevenção da saúde dos pacientes em geral. O enfermeiro deve ser um agente facilitador para que os indivíduos, famílias e grupos desenvolvam competências para agir consciente em questões de saúde.

A Estratégia de Saúde da Família (ESF) é uma das principais políticas públicas adotadas para fortalecer o vínculo entre as equipes de saúde e as comunidades. A ESF foca na unidade familiar como o núcleo central de cuidado, garantindo que as ações de saúde sejam voltadas para o contexto em que o indivíduo vive e se relaciona. O acompanhamento dessas famílias é feito por meio de visitas domiciliares periódicas, no mínimo uma vez por mês, o que permite uma avaliação contínua das condições de saúde e uma resposta rápida às necessidades que surgem no dia a dia (Grossi; Pascali, 2019).

2.1 A atuação do enfermeiro frente à hipertensão arterial

A atuação do enfermeiro em relação à hipertensão arterial é essencial para o gerenciamento eficaz dessa condição crônica, que representa um dos principais fatores de risco para doenças cardiovasculares.  Os autores Silva e Procópio (2021) expõem que, os enfermeiros desempenham um papel vital na detecção precoce da hipertensão, bem como na monitorização regular da pressão arterial, assegurando que os pacientes recebam o cuidado adequado. Além disso, a educação em saúde é uma parte fundamental do trabalho do enfermeiro, que orienta os pacientes sobre a importância da adesão ao tratamento, que abrange não apenas a medicação, mas também a adoção de um estilo de vida saudável, que inclui a prática de exercícios físicos e uma dieta equilibrada.

Adicionalmente, Oliveira e Lago (2021, p. 3) descrevem que: ‘‘a atuação do enfermeiro frente à hipertensão arterial é um componente fundamental dentro da equipe multidisciplinar, que tem como objetivo proporcionar um atendimento abrangente e personalizado aos pacientes’’. Nesse contexto, Silva et al. (2023) demonstra que o enfermeiro deve acompanhar de perto os usuários do sistema de saúde e realizar intervenções coletivas que considerem o perfil da comunidade atendida. A identificação das características e necessidades específicas da população é crucial para o desenvolvimento de estratégias de prevenção e controle eficazes.

Assim sendo, conforme Soares et al. (2021, p. 4) para uma prevenção adequada da hipertensão arterial

[…] é essencial que a orientação sobre os riscos associados à doença seja uma prioridade. Essa abordagem não apenas informa os pacientes sobre a condição, mas também destaca a importância de mudanças de comportamento que podem prevenir o agravamento da hipertensão.

Por ser uma doença silenciosa, caracterizada pela ausência de sintomas evidentes, a hipertensão arterial demanda uma atenção cuidadosa e constante por parte da equipe de Saúde da Família. É fundamental que esse enfoque seja contínuo e de alta qualidade, direcionado especificamente aos pacientes hipertensos (Brasil, 2021). Nesse contexto, o enfermeiro, como profissional essencial na unidade básica de saúde, deve desenvolver um julgamento clínico apurado, capaz de identificar as necessidades e os problemas de saúde dos pacientes. A partir dessa avaliação, o enfermeiro pode implementar intervenções eficazes, contribuindo significativamente para o manejo adequado da hipertensão e para a promoção da saúde da comunidade (Silva et al., 2023).

Nesse caso, a educação em saúde desempenha um papel vital. É uma atividade que visa não apenas aumentar o conhecimento teórico e prático dos pacientes, mas também promover a transformação de atitudes em relação à saúde (Silva; Procópio, 2021).

Os grupos de apoio educativo, quando incorporados à prática do enfermeiro, tornam-se um instrumento poderoso nesse processo. Essas interações possibilitam a troca de experiências entre os pacientes e os profissionais de saúde, permitindo que eles reflitam sobre suas realidades e compartilhem desafios comuns. Essa troca de informações enriquece o aprendizado e facilita a identificação de hábitos que precisam ser mudados para melhorar a saúde (Soares et al., 2021).

A assistência de enfermagem a esses pacientes deve ser orientada pela sistematização dos cuidados, que envolve a coleta do histórico de enfermagem, a formulação de diagnósticos, a execução de intervenções e a avaliação dos resultados do cuidado. Essa metodologia facilita a criação de um protocolo que inclua estratégias educativas direcionadas tanto para os pacientes quanto para seus familiares. A valorização da interação entre os profissionais de saúde e os usuários permite ao enfermeiro ter uma visão mais aprofundada da realidade do paciente, reconhecendo seus desafios e limitações (Soares et al., 2021).

Por meio do histórico de enfermagem, o enfermeiro pode reunir informações cruciais sobre o estilo de vida, hábitos alimentares e níveis de pressão arterial dos pacientes. Essas informações são fundamentais para a construção de um raciocínio clínico sólido, que embasa suas decisões e intervenções. Além disso, a coleta sistemática de dados não só aprimora a qualidade do atendimento, mas também fortalece a relação de confiança entre o enfermeiro e o paciente, promovendo um ambiente mais colaborativo (Carvalho et al., 2014).

Dessa maneira, a sistematização dos cuidados torna-se um instrumento essencial para a melhoria da saúde dos pacientes hipertensos. De acordo com Silva e Procópio (2021), ao implementar um acompanhamento regular e individualizado, o enfermeiro não apenas contribui para o controle da hipertensão, mas também capacita os pacientes e suas famílias a adotarem estilos de vida mais saudáveis. Isso se traduz em uma abordagem holística que, ao abordar tanto os aspectos físicos quanto emocionais da saúde, resulta em um cuidado mais eficaz e integrado.

2.2 A atuação do enfermeiro frente à diabetes mellitus

A atuação do enfermeiro frente à diabetes mellitus é crucial para o manejo eficaz dessa condição crônica, que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. É sábio notar que o enfermeiro desempenha um papel multifacetado que abrange não apenas a avaliação e monitoramento dos pacientes, mas também a educação em saúde e a promoção de práticas de autocuidado.

Um estudo realizado por Pereira et al. (2017) sobre a diabetes mellitus destaca a importância da atuação dos enfermeiros na prevenção do pé diabético. Nesse estudo, constatou-se que as ações desenvolvidas pelos enfermeiros não se limitaram apenas ao exame físico dos pacientes, mas também incluíram um enfoque educativo, essencial para a sensibilização e o desenvolvimento de habilidades de autocuidado nos pacientes.

A diabetes mellitus, por ser uma condição crônica que afeta múltiplos sistemas do corpo, exige cuidados contínuos, e o pé diabético é uma das complicações mais temidas. De acordo com o estudo, os enfermeiros desempenham um papel crucial ao realizar avaliações regulares dos pés dos pacientes, buscando sinais de alteração, como feridas, infecções ou perda de sensibilidade (Grossi; Pascali, 2019). Entretanto, o exame físico, por si só, não é suficiente para garantir a prevenção de complicações mais graves.

Pereira et al. (2017) evidenciam que as ações de educação em saúde realizadas pelos enfermeiros vão além do atendimento clínico e ajudam a capacitar os pacientes para que adquiram as habilidades necessárias para o autocuidado. Através de orientações práticas, os enfermeiros ensinam os pacientes sobre a importância de cuidados básicos diários, como a higienização correta dos pés, a verificação de lesões e o uso adequado de calçados. Essas medidas preventivas são fundamentais para evitar o agravamento das complicações do pé diabético, que podem, em casos extremos, levar à amputação.

Exemplos esses, conforme Gross et al. (2022) enfatiza-se a importância da atuação da enfermagem no processo de educação dos pacientes, auxiliando-os a entender a doença e a valorizar o autocuidado diário. Os autores apontam que essa transformação é gradual, demandando empenho tanto do paciente quanto do enfermeiro, que assume o papel de educador ao transmitir orientações e ensinamentos. Segundo Chaves, Teixeira e Silva (2013), o processo educativo deve incluir o planejamento de estratégias que envolvam não apenas o paciente, mas também sua família no tratamento.

Nesse sentido, Pereira e Freitas (2022) também destaca a importância da educação em saúde no cuidado com pacientes diabéticos. De acordo com ele, aqueles que participam de programas educativos e são acompanhados de forma contínua apresentam melhores resultados em termos de autocuidado e controle do diabetes mellitus (DM). Gross et al. (2022) complementam que pacientes bem-informados e que recebem suporte de qualidade têm uma maior adesão ao tratamento, o que contribui significativamente para o manejo da doença.

Transmitir conhecimento ao paciente vai além de ensinar sobre a aceitação da doença; envolve também a reformulação de conceitos previamente estabelecidos. Durante esse processo, o paciente pode enfrentar diversos desafios e momentos de estresse. Destacando-o os autores Nunes et al. (2023), mesmo quando o indivíduo compreende a doença, isso nem sempre garante a adoção de hábitos saudáveis. Muitas vezes, a falta de adesão ao tratamento está ligada a frustrações decorrentes das complicações do diabetes.

Nessas situações, é papel do enfermeiro identificar as razões reais para a não adesão ao tratamento, compreendendo as dificuldades que o paciente encontra para manter as ações necessárias à melhoria de sua qualidade de vida. O desafio maior, de acordo com os autores, é identificar as barreiras que o paciente enfrenta e planejar estratégias para superá-las, a fim de proporcionar uma convivência mais saudável com a doença.

Por fim Teston et al. (2018) destacam que o cuidado ao paciente com diabetes tem como principais objetivos o controle das alterações metabólicas, a prevenção de complicações da doença e a promoção de uma melhor qualidade de vida. A abordagem terapêutica que combina medicamentos hipoglicemiantes com intervenções não farmacológicas, como a prática de atividade física regular e uma dieta equilibrada, tem se mostrado eficaz na obtenção de bons resultados. No entanto, o autor observa que os pacientes tendem a aderir menos ao tratamento não medicamentoso do que ao uso de medicamentos.

Esse cenário é muitas vezes influenciado por crenças dos pacientes, que tendem a valorizar mais o uso de medicamentos, acreditando que estes são mais eficazes do que a adoção de hábitos saudáveis, como uma alimentação adequada e a prática de exercícios físicos regulares. Para muitos, o medicamento é visto como a solução mais direta e confiável para o controle da doença, enquanto mudanças no estilo de vida são percebidas como menos imediatas ou difíceis de manter a longo prazo (Pereira et al., 2017). Essa percepção contribui significativamente para a baixa adesão ao tratamento não farmacológico, mesmo que ele seja essencial para o controle do diabetes.

A resistência a aderir a práticas como dieta e exercícios pode estar relacionada a diversos fatores, como falta de motivação, dificuldades em mudar hábitos enraizados e o esforço que essas mudanças exigem (Santana et al., 2021). Além disso, a sensação de que os medicamentos por si só podem controlar a doença pode gerar uma falsa segurança nos pacientes, levando-os a negligenciar aspectos importantes do tratamento que envolvem autocuidado e hábitos saudáveis.

3 DESAFIOS E PERSPECTIVAS NA ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO

A atuação do enfermeiro na prevenção de doenças crônicas, como a hipertensão arterial e o diabetes mellitus, é de extrema relevância no contexto da saúde pública. Ambas as doenças figuram entre as principais causas de mortalidade e morbidade no Brasil e no mundo, demandando uma abordagem contínua e integrada no cuidado aos pacientes.

O papel do enfermeiro, nesse sentido, vai além do atendimento clínico, englobando ações educativas, de promoção à saúde e de monitoramento contínuo. No entanto, a implementação dessas estratégias enfrenta desafios significativos, como a falta de recursos, a necessidade de atualização contínua dos profissionais e o enfrentamento das desigualdades de acesso aos serviços de saúde (Lopes, 2019).

Diante da crescente prevalência dessas condições, o papel desses profissionais tem se expandido, abrangendo não apenas o cuidado clínico direto, mas também a educação em saúde e o acompanhamento de indivíduos em risco. Nesse contexto, uma pesquisa qualitativa realizada por Barcellos et al. (2021) com 15 enfermeiros de um Hospital de Ensino do Rio Grande do Sul revelou importantes insights sobre os desafios e as estratégias adotadas por esses profissionais na prevenção e manejo do diabetes mellitus, em particular. A coleta de dados ocorreu entre outubro e novembro de 2019, por meio de entrevistas semiestruturadas, nas quais os enfermeiros compartilharam suas experiências e percepções sobre a doença e o tratamento do diabetes. 

De acordo com um dos primeiros resultados apresentados Barcellos et al. (2021, p. 373) destaca que: 

Para os enfermeiros, há obstáculos que correspondem principalmente, a dificuldade de entendimento e, conhecimento insuficiente do paciente acerca da doença e tratamento para o diabetes. Este entendimento e conhecimento pode variar de acordo com o contexto sociocultural, e nível de escolaridade, associado ao acesso de informação nos serviços de saúde. Em decorrência disso, poderá resultar em complicações agudas, por exemplo, a descompensação daglicemiae, recorrentes internações no hospital.

Sendo assim, conforme a citação acima, essa situação reforça a necessidade de uma abordagem educativa mais eficaz por parte dos profissionais de saúde, que devem adaptar suas estratégias de comunicação para se alinhar às particularidades socioeconômicas e culturais da população.

Desse modo como forma de complementar Carvalho, Carvalho e Lopes (2023, p. 55) também realizou algumas entrevistas, evidenciando: 

Ah, tu vais conversar com as pessoas que tem menor poder aquisitivo assim, e até as que têm até certo nível de compreensão, de escolaridade assim, sabem um pouco melhor, eles não entendem bem o que é o diabetes. Eles não entendem as implicações relacionadas ao diabetes, então é bem, em função disso é difícil tu manteres, tu podes tentar cuidar. Mas, a gente precisa da participação do paciente nesse processo, porque ele não é uma mão de via única, então o paciente precisa participar do processo de seu próprio cuidado. A dificuldade é, não só em específico o paciente diabético, acho que a maior, a maioria dos pacientes em geral, é a questão do nível de compreensão da própria doença.

O trecho revela que, mesmo entre pessoas com algum nível de escolaridade, o entendimento sobre o diabetes é frequentemente insuficiente. Esse desconhecimento não se restringe apenas aos aspectos técnicos da doença, mas abrange também as consequências que ela pode trazer, como complicações a longo prazo e a importância do autocuidado.

A observação dos autores vai ao encontro de uma questão central na relação entre profissionais de saúde e pacientes: a necessidade de participação ativa dos pacientes no seu próprio processo de cuidado. No caso do diabetes, que exige monitoramento contínuo, mudanças de estilo de vida e adesão a tratamentos médicos, essa participação é fundamental.

Além do mais, de acordo com Lopes (2019), os enfermeiros justificam a dificuldade dos pacientes em compreender a progressão do diabetes mellitus, destacando que, por ser uma doença muitas vezes assintomática nos estágios iniciais, os indivíduos têm a sensação constante de que estão saudáveis. Essa percepção enganosa leva muitos pacientes a negligenciarem o autocuidado e a não seguirem adequadamente as orientações médicas. A diabetes mellitus é frequentemente descrita pelos profissionais de saúde como uma doença “silenciosa”, uma vez que, na maioria dos casos, seus sinais e sintomas só se manifestam quando a condição já está em um estágio mais avançado.

Essa falta de sintomas perceptíveis nos estágios iniciais contribui para o atraso no diagnóstico e, consequentemente, no tratamento, o que aumenta o risco de complicações graves ao longo do tempo. Os enfermeiros ressaltam que a ausência de sensações físicas imediatas faz com que os pacientes subestimem a gravidade da doença, o que dificulta ainda mais a promoção de práticas preventivas e de autocuidado. Como resultado, muitos indivíduos só passam a reconhecer a seriedade da doença quando surgem complicações significativas, como problemas cardiovasculares, lesões nos nervos ou nos olhos, entre outras (Barcellos et al., 2021).

Outros desafios apontados, pela pesquisa dos autores Barcellos et al. (2021, p. 374) destaca-se que: ‘‘a comunicação inadequada entre enfermeiros, pacientes e suas famílias constitui um dos principais desafios no cuidado e acompanhamento de pessoas com diabetes mellitus’’. Desse modo Carvalho, Carvalho e Lopes (2023), argumentam sobre a interação entre esses atores, quando mal conduzida, pode dificultar a adesão ao tratamento e gerar resistência por parte dos pacientes. Isso ocorre especialmente quando os indivíduos se veem obrigados a mudar drasticamente seus hábitos de vida, sem antes terem um entendimento claro e aprofundado dos benefícios que essas mudanças podem trazer para sua saúde. Assim sendo, segundo Gross et al. (2022), a resistência surge, em grande parte, da falta de informações claras e acessíveis que expliquem de maneira compreensível as implicações da doença e o impacto positivo das mudanças no estilo de vida, como a alimentação adequada e a prática regular de exercícios.

Esse problema de comunicação é agravado quando os profissionais de saúde, ao invés de promoverem um diálogo aberto e colaborativo, adotam uma postura autoritária. Alguns enfermeiros, ao acompanhar e orientar os pacientes com diabetes, acabam estabelecendo uma relação impositiva, em que as orientações são passadas de maneira rígida e proibitiva, sem espaço para o esclarecimento de dúvidas ou a consideração das realidades individuais dos pacientes. Esse modelo de relação, que se baseia em uma hierarquia rígida, dificulta o desenvolvimento de um vínculo de confiança entre o profissional e o paciente, o que é essencial para a adesão ao tratamento (Nunes et al., 2023).

Ademais, de acordo com Barcellos et al. (2021), um dos principais desafios mencionados é a mudança nos horários das refeições, que muitas vezes não segue a regularidade necessária para o manejo adequado do diabetes. Pacientes diabéticos requerem um controle rigoroso dos horários de alimentação para manter estáveis os níveis de glicose no sangue, e qualquer alteração pode afetar negativamente esse controle, contribuindo para episódios de hiperglicemia ou hipoglicemia.

Além disso, a troca de empresas terceirizadas que fornecem as refeições tem gerado instabilidade no serviço, resultando em falhas na qualidade e na quantidade dos alimentos oferecidos aos pacientes. A restrição no horário de funcionamento do serviço de nutrição terceirizado também agrava essa situação, limitando o acesso a refeições adequadas fora dos horários padrão, o que é especialmente problemático para pacientes com necessidades alimentares específicas, como os diabéticos (Barcellos et al., 2021). É sábio notar que essas mudanças comprometem a segurança e a eficácia das intervenções nutricionais, fundamentais para o manejo da doença.

Outro ponto crítico relatado pelos enfermeiros é a insuficiência na quantidade de alimentos nas refeições fornecidas. Pacientes diabéticos precisam de refeições balanceadas, tanto em termos de qualidade nutricional quanto de quantidade, para evitar desequilíbrios no controle glicêmico. A oferta inadequada de alimentos pode levar os pacientes a desnutrição, agravando sua condição de saúde e dificultando a recuperação durante a internação (Barcellos et al., 2021).

Assim como no caso do diabetes mellitus, o manejo da hipertensão arterial também apresenta uma série de desafios no contexto da assistência de enfermagem, especialmente em relação à adesão ao tratamento e ao controle da doença. Conforme Alves et al. (2023, p. 7), a hipertensão arterial, muitas vezes referida como o ‘‘assassino silencioso’’, por não apresentar sintomas evidentes em seus estágios iniciais, compartilha características semelhantes com o diabetes no que diz respeito à dificuldade de conscientização dos pacientes. Sendo assim de acordo com Brasil (2022), essa ausência de sintomas perceptíveis faz com que muitos indivíduos não percebam a gravidade da condição e, portanto, não se comprometam de maneira adequada com o tratamento, o que pode levar a complicações graves, como acidentes vasculares cerebrais, insuficiência cardíaca e doenças renais.

Um dos principais desafios enfrentados pelos enfermeiros no cuidado de pacientes hipertensos está relacionado à falta de adesão ao tratamento medicamentoso e às mudanças necessárias no estilo de vida. Muitos pacientes resistem a seguir as prescrições de uso contínuo de medicamentos, especialmente quando não sentem sintomas imediatos que os motivem a manter o tratamento. Além disso, a adoção de hábitos saudáveis, como a prática regular de exercícios físicos, a redução do consumo de sódio e a moderação no consumo de álcool, frequentemente encontra resistência, seja por falta de conhecimento, apoio familiar ou dificuldades socioeconômicas (Barcellos et al., 2021).

Outro fator que complica o manejo da hipertensão é a insuficiente educação em saúde sobre a doença. Assim como no diabetes, a falta de compreensão sobre os riscos associados à hipertensão e os benefícios do controle adequado é uma barreira significativa. Muitos pacientes, principalmente aqueles de menor escolaridade ou de contextos socioculturais desfavorecidos, têm dificuldades em compreender as orientações sobre a importância de monitorar regularmente a pressão arterial e manter o tratamento ao longo da vida. Isso reforça a necessidade de uma comunicação mais eficaz e adaptada às realidades dos pacientes, de forma que eles possam se engajar ativamente no controle da doença.

Além disso, os enfermeiros também enfrentam desafios relacionados às condições estruturais dos serviços de saúde. A sobrecarga de trabalho, a falta de recursos e a dificuldade de garantir um acompanhamento regular dos pacientes hipertensos limitam a eficácia das intervenções. O acompanhamento contínuo é fundamental para o controle da hipertensão, já que ajustes periódicos no tratamento e no estilo de vida são essenciais para evitar complicações (Malta et al., 2022). No entanto, a falta de consultas regulares, o subdimensionamento de equipes e a ausência de políticas públicas de prevenção que integrem diferentes níveis de atenção à saúde dificultam o estabelecimento de um cuidado mais abrangente e eficaz (Marques Neto, 2024).

A hipertensão arterial também é um exemplo de como a assistência em saúde depende não apenas do tratamento medicamentoso, mas de um acompanhamento multifacetado, que envolve o monitoramento regular, a educação continuada e o apoio no desenvolvimento de hábitos saudáveis. A ausência de uma abordagem integrada e o enfoque excessivo no tratamento curativo, sem a devida ênfase na prevenção, aumentam o risco de complicações graves, que muitas vezes poderiam ser evitadas por meio de intervenções preventivas (Malta et al., 2022).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante dos desafios expostos, a atuação do enfermeiro na prevenção da hipertensão arterial e do diabetes mellitus em Unidades de Saúde da Família (USF) emerge como um componente essencial para o controle dessas doenças crônicas na Atenção Básica. O papel do enfermeiro transcende a simples execução de procedimentos técnicos e inclui a educação em saúde, o acompanhamento contínuo e a promoção de práticas preventivas, que visam à adoção de hábitos de vida mais saudáveis e à adesão ao tratamento por parte dos pacientes.

No contexto das USFs, onde a proximidade com a comunidade é um dos principais diferenciais, os enfermeiros têm a oportunidade de estabelecer um vínculo mais direto e efetivo com os pacientes, especialmente no que se refere à comunicação. No entanto, como foi destacado, a inadequação na comunicação, muitas vezes resultante de uma abordagem autoritária ou impositiva, pode gerar resistência por parte dos pacientes, tanto no que diz respeito à aceitação de mudanças no estilo de vida quanto à adesão ao tratamento medicamentoso. A sensibilização dos enfermeiros para a adoção de uma comunicação mais empática e colaborativa é, portanto, crucial para superar essa barreira, ajudando os pacientes a compreenderem a gravidade das doenças e a importância do autocuidado.

Outro aspecto importante na atuação do enfermeiro é a adaptação das intervenções às realidades socioeconômicas e culturais dos pacientes. Tanto a hipertensão arterial quanto o diabetes mellitus estão diretamente ligados a fatores de risco modificáveis, como alimentação inadequada, sedentarismo e consumo de álcool, mas a transformação desses hábitos exige um entendimento profundo das condições em que cada indivíduo está inserido. A conscientização da equipe de enfermagem sobre essas particularidades permite que as orientações sejam mais eficazes, pois se tornam adequadas às possibilidades e limitações de cada paciente.

Adicionalmente, enquanto membro da equipe multiprofissional, o enfermeiro também deve garantir um acompanhamento regular e sistemático dos pacientes, integrando-se à equipe da USF para agendar e lembrar consultas, monitorar indicadores de saúde, além de coordenar atividades de prevenção com toda a comunidade. Portanto, devido ao caráter crônico da hipertensão e do diabetes, a vigilância é bastante importante, e o enfermeiro tem um papel significativo na garantia de que as estratégias de manejo devem ser constantemente avaliadas e adaptadas para cada paciente. 

Por fim, as barreiras estruturais, como a carência de recursos e infraestrutura, precisam ser endereçadas. Mesmo se o enfermeiro atuar da maneira mais qualificada possível, a prevenção e controle não serão sustentáveis se as condições de trabalho e suporte forem inadequadas para prevenir complicações para a hipertensão e diabetes.

REFERÊNCIAS

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1Acadêmica de Enfermagem pela UNAMA
E-mail: dasilva.carlaaraujo@gmail.com
2Acadêmico de Enfermagem pela UNAMA
E-mail: lucaxenfer@gmail.com
3Especialista em Atenção Primária com Ênfase na Estratégia de Saúde da Família pela instituição DNA Pós-Graduação, Bacharelado em Enfermagem pela UFAC, Docente pela UNAMA
E-mail: caroliny.0011@gmail.com