NURSE’S ROLE IN EARLY IDENTIFICATION OF SEPSIS IN CRITICAL PATIENTS
REGISTRO DOI:10.5281/10.5281/zenodo.10174422
Gabrielly Magnólia Mangueira Lacerda1
Pâmela Thayne Macêdo Sobreira2
João Meireles da Silva Filho³
Gyanna Sybelly Silva Matos4
Renata Lívia Silva Fonsêca Moreira de Medeiros5
Yuri Charllub Pereira Bezerra6
Geane Silva Oliveira7
Resumo
Introdução: A sepse é uma resposta inflamatória irregular em consequência da presença de um foco infeccioso. É uma doença complexa e potencialmente grave. Nesse contexto, é oportuno ressaltar, que o profissional de enfermagem é quem está diretamente ligado aos cuidados hospitalares, portanto, é imprescindível o reconhecimento precoce das condições clínicas de pacientes que apresentam algum sinal de sepse. Objetivo: Descrever qual a atuação da enfermagem frente ao diagnóstico precoce da sepse. Metodologia: Trata-se de uma revisão de literatura, na qual foi construída através da BVS, por meios dos DeSC: “Sepse”; “Enfermagem”; “Terapia Intensiva”; utilizando os critérios de inclusão: todos os artigos em português, inglês e espanhol, texto completo, publicados nos últimos cincos anos, sendo excluídos, teses, monografias e trabalhos incompletos.
Resultados e discussões: É crucial compreender que a detecção precoce da sepse desempenha um papel importante na busca da melhora do prognóstico dos pacientes. Nesse contexto, cabe ao enfermeiro a responsabilidade de se atentar as alterações fisiológicas apresentadas e proporcionar o tratamento adequado para controlar a sepse. Como também, é de suma importância entender as mudanças clínicas do paciente, pois é a partir desse contexto que as condutas corretas são executadas para o manejo da sepse. Conclusão: Portanto, torna-se fundamental que o os profissionais de enfermagem estejam bem treinados e que entendam como um tratamento ágil e de qualidade pode mudar a vida de um paciente.
Palavras-chave: Sepse; Enfermagem; Terapia Intensiva
Abstract
Introduction: Sepsis is an irregular inflammatory response resulting from the presence of an infectious focus. It is a complex and potentially serious illness. In this context, it is pertinent to emphasize that nursing professionals are directly involved in hospital care, thus making early recognition of clinical conditions in patients showing any signs of sepsis essential. Objective: To describe the role of nursing in early sepsis diagnosis. Methodology: This is a literature review conducted through the BVS, using the following DeSC terms: “Sepsis,” “Nursing,” “Intensive Care.” Inclusion criteria included all articles in Portuguese, English, and Spanish, with full text, published in the last five years, excluding theses, monographs, and incomplete works. Results and Discussions: It is crucial to understand that early detection of sepsis plays a significant role in improving patient prognosis. In this context, nurses bear the responsibility of monitoring the presented physiological changes and providing appropriate treatment to control sepsis. Furthermore, understanding the patient’s clinical changes is of utmost importance, as it is from this context that the correct procedures are executed for sepsis management. Conclusion: Therefore, it is essential for nursing professionals to be well-trained and to understand how prompt and quality treatment can change a patient’s life.
Keywords: Sepsis; Nursing; Intensive therapy
Introdução
Sepse é uma disfunção orgânica causada por uma resposta desregulada a um foco infeccioso, onde faz-se necessário a adoção de parâmetros em busca de diminuir a mortalidade em pacientes internados na UTI. Posto que, a instabilidade hemodinâmica acrescida da diminuição da oferta tecidual de O2, são os principais fatores que apontam o princípio de uma disfunção em inúmeros órgãos (Moreira, et al, 2022)
Segundo Sousa, et al, 2021, estão entre principais fatores para surgimento da sepse: tempo de internação prolongado em hospitais, resistência das bactérias aos antibióticos utilizados e instabilidade hemodinâmica associada as condições individuais de cada paciente. Corroborando com esse pensamento, o Ministério da Saúde, 2022, afirma que, uma disfunção orgânica pode se apresentar de diversas maneiras, contudo, existem parâmetros para caraterização desta, são eles: hipotensão, oligúria, diminuição nas plaquetas, rebaixamento do nível de consciência, delirium, dificuldade de manter a saturação>90%, aumento nas bilirrubinas.
A sepse é considerada uma resposta infecciosa fatal que afeta milhares de pessoas internadas em unidades de terapia intensiva (UTI), carregando consigo altas taxas de letalidade e diversas complicações durante sua existência. Segundo a Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, 2021, os indicadores de mortalidade são de grande relevância para avaliar a qualidade da assistência prestada nos serviços de saúde, como também, promover contribuição nas estratégias de prevenção. Nesse contexto, a análise dos indicadores dessa disfunção orgânica, pode contribuir para a identificação de oportunidades de melhoria na assistência à saúde e na precaução de complicações decorrentes da doença.
De acordo com Cristina, 2022, 11 milhões de vítimas são mortas no mundo todo, anualmente, pela septicemia. No entanto, o Brasil apresenta uma taxa de 240 mil pessoas acometidas, por ano, com essa doença que não sobrevivem. Reforçando esse pensamento, a Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, 2021, declara que a sepse chega a atingir a faixa de 47 a 50 milhões de indivíduos em todos os locais do mundo, variando a taxa de mortalidade quase na metade dos que a continham. Por este ângulo, em 2018 era 7,00%, em 2019 aumentou 0,10%, já no ano de 2020 chegou aos 14,70%, e por fim, nos primeiros 3 meses de 2021 esse valor atingiu os 19,60%, impactando gravemente nas chances de sobrevida de cada paciente.
É oportuno ressaltar, que o profissional de enfermagem é quem está diretamente ligado aos cuidados hospitalares, portanto, é imprescindível o reconhecimento precoce das condições clínicas de pacientes que apresentam algum sinal de sepse. Nesse contexto, destaca-se a importância da qualificação e progressão contínua do enfermeiro, visto que seu desempenho é essencial para a organização dos protocolos clínicos, para que esses, juntamente com topo corpo hospitalar, impeçam resultados negativos (Brasil, et al, 2022).
Admite-se que os protocolos de atenção precoce garantem a conservação da vida do paciente. Nessa perspectiva, faz-se necessário o uso de ferramentas que auxiliem a prática da predição de uma disfunção orgânica, sendo baseadas na pontuação dos sinais fisiológicos de cada uma delas. Logo, o Quick Sequential Organ Failure Assessment Score (qSOFA) é frequentemente utilizado de forma prévia por ser mais rápido e conta com menos critérios para classificação de uma possível sepse. Em contrapartida, é viável recorrer ao Sequential Organ Failure Assessment Score (SOFA), que se fundamenta em um método mais preciso, todavia não é prático, dado que considera diversos exames laboratoriais para a melhor conjectura frente a um paciente séptico (Silva, et al, 2021).
Destarte, é indispensável a participação do enfermeiro no tocante a assistência do paciente com sepse, visto que, juntamente com a equipe multiprofissional, desempenham o cuidado contínuo, além de promover estratégias de supervisão que estejam atentas aos indícios de riscos de agravo à saúde. Ademais, é dever dos profissionais estarem devidamente preparados para auxiliar de maneira assertiva no processo saúde doença do acometido (Carvalho; Carvalho, 2021).
Portanto, é de suma importância estar compenetrado aos sinais de uma sepse, em razão do diagnóstico precoce garantir uma melhor sobrevida, impedindo que a deterioração da doença traga desfecho negativo para o paciente. Por fim, o retardo dessa analise pode trazer consequências fatais, tornando as taxas de mortalidade de indivíduos críticos internados em UTI’s cada vez maiores (Costa, 2018).
Metodologia
Trata-se de um estudo descritivo, de caráter exploratório, pautado em uma revisão de literatura. Segundo Ferenhof; Fernandes, 2016, uma revisão literária é um processo de análise e pesquisa em busca de respostas para uma questão particular, utilizando o posicionamento de diversos autores que engradeçam o projeto. Dito isso, estabeleceu-se como pergunta norteadora desse trabalho: Qual a atuação do enfermeiro na identificação precoce da sepse em pacientes críticos?
A priori, se originou com a procura de descritores cadastrados no site Descritores em Ciências da Saúde (DeCS): Sepse; Enfermagem; Terapia Intensiva. Além do uso do operador booleano AND na busca de termos combinados. Dessa forma, a busca aconteceu no site da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), por meio das bases de dados online: Literatura Latino Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Bases de Dados de Enfermagem (BDENF) e Medical Literature Analysis and Retrievel System Online (MEDLINE), através da utilização dos seguintes critérios de inclusão e exclusão: artigos completos, em português, inglês e espanhol e que foram publicados nos últimos 5 anos. Critérios de exclusão: teses, monografias e dissertações.
Após a pesquisa, foram recuperados 306 documentos, nos quais, mediante aos critérios de exclusão restaram 58 artigos para leitura e escolha. Posteriormente, foram escolhidos 19 trabalhos para construção desse estudo, os quais foram avaliados qualitativamente a partir de leitura flutuante e leitura completa, onde os resultados foram dispostos em quadros e confrontados qualitativamente com a literatura pertinente.
Seguidamente, na figura 1, está ordenado o fluxograma da pesquisa, o qual apresenta a sequência das etapas para a construção dessa revisão de literatura.
Figura 1- Fluxograma metodológico da pesquisa.
Resultados
Após a pesquisa, foram escolhidos 10 artigos que atenderam aos critérios de inclusão predeterminados na construção desse trabalho, os quais estão dispostos em uma tabela.
Quadro 1- Resultados da análise sobre a atuação do enfermeiro na identificação precoce de sepse
CÓDIGO | AUTOR/ANO | TÍTULO | Periódico | PRINCIPAIS ACHADOS |
A1 | Moura; Sousa; Kroenke, (2022) | Perfil de reinternação em UTI: a tomada de decisão em organizações complexas. | Cadernos Saúde Coletiva | Os resultados apontam que o perfil de readmissão se caracterizou pelos pacientes do sexo feminino, com idades entre 0 e 30 anos. A origem desses pacientes é do tipo clínica com diagnóstico predominantemente cardiológico e hematológico. Esse achado pode auxiliar na prevenção da reinternação, visto que os dados interferem no indicador de qualidade do setor, podendo, assim, definir estratégias e meios para minimizar a reinternação. |
A2 | Corrêa et al., (2019) | Perfil de termorregulação e desfecho clínico em pacientes críticos com sepse. | AvEnferm. | A enfermagem deve conhecer as medidas recomendadas para o cuidado dos pacientes sépticos, objetivando a melhoria do prognóstico. Os principais cuidados são: monitoração dos níveis de lactato; garantir que as culturas sejam realizadas, assim como a administração de antibióticos; ressuscitação volêmicapara hipotensão ou lactato maior ou igual a 4 mmol/L; terapia vasopressora e manutenção da pressão arterial média maior que 65 mmHg |
A3 | Canulet al., (2023) | Proceso de enfermería en pacientes con Choque Séptico desde la perspectiva del Déficit de Autocuidado (Caso Clínico). | Notas de Enfermería. | É importante apresentar a aplicação da Teoria do Autocuidado de Orem por meio da APA em paciente com diagnóstico de choque séptico, pois a equipe de enfermagem tem papel fundamental na resposta oportuna do paciente e seu tratamento e realização. elaborar o plano de cuidados com base científica, desde a avaliação do estado de saúde, formulação de diagnósticos de enfermagem, planejamento, execução e avaliação das intervenções. |
A4 | Noriega; Milanés, (2022) | Desempeño profesional de enfermería em la atención al paciente quirúrgico séptico. | Revista Cubana de Enfermería | O profissional de enfermagem no exercício de suas funções deve ser treinado para prestar cuidados individualizados ao paciente séptico internado na UTI. A relação que se manifesta entre o desempenho profissional e os indicadores permitem diagnosticar problemas e potencialidades para estabelecer um sistema de ações que contribua para melhorar a qualidade da atenção |
A5 | Neto, et al, (2020) | Diagnósticos/resultados e intervenções de enfermagem para pacientes graves acometidos por covid-19 e sepse | Texto & Contexto-Enfermagem | Espera-se que o presente estudo possa contribuir para o aprimoramento de habilidades do enfermeiro intensivista frente ao paciente com COVID-19 e sepse, impulsionando o seu processo de trabalho à medida que identifica necessidades humanas e fenômenos de enfermagem para potencializar o prognóstico desses pacientes graves na UTI. E, a partir do fato de o mundo estar lidando com uma doença nova e ameaçadora, torna-se imprescindível, em pesquisas futuras, o uso de indicadores de resultado que possam evidenciar a associação entre os diagnósticos de enfermagem, os cuidados de enfermagem e os resultados apresentados por esses pacientes. |
A6 | Freitas,et al., (2021) | Fatores associados ao desenvolvimento de sepse em pacientes internados em terapia intensiva cirúrgica: estudo retrospectivo. | Ciência, Cuidado e Saúde | A análise dos fatores de risco associados à mortalidade em pacientes com sepse mostra-se relevante, uma vez que o agravamento dessa doença está diretamente relacionado ao risco de óbito na UTI. Todavia, uma equipe multidisciplinar engajada e a criação de fluxos e protocolos bem definidos para a sepse podem ter impacto positivo, contribuindo para a detecção precoce do problema e uma possível redução da mortalidade. |
A7 | Pedrosa; Oliveira; Machado,et al., (2018) | Validation of a care protocol for the septic patient in the Intensive Care Unit. | Revista Brasileira de Enfermagem | A triagem para sepse e o reconhecimento de manifestações clínicas são fundamentais para o diagnóstico e a terapia precoce. O uso de protocolos fornece uma estrutura científica para o atendimento crítico ao paciente, favorecendo a autonomia da equipe multidisciplinar e a atualização do conhecimento com base em evidências científicas. |
A8 | Veras, et al, (2019) | Avaliação de um protocolo clínico por enfermeiros no tratamento da sepse | J. Health Biol. Sci.(Online) | Os protocolos clínicos possuem a vantagem de serem ferramentas que direcionam melhor o cuidado, alinham os serviços que participam do fluxo e fazem que as intervenções sejam aplicadas rapidamente, além de auxiliar no diagnóstico precoce de sepse. Tal fato impacta diretamente na redução da mortalidade, com consequente refreamento do tempo de internação hospitalar, o qual eleva custos de tratamento ao hospital. |
A9 | De Sousa, et al, (2022). | Escores de alerta precoce em pacientes com suspeita ou diagnóstico de sepse: uma revisão integrativa. | Revista Enfermagem UERJ | Os escores de alerta precoce, ferramentas com grande valor reconhecido internacionalmente, estão disponíveis para utilização da prática da enfermagem brasileira, podendo auxiliar não apenas na realização da avaliação sistemática do paciente, mas possibilitando de forma ágil a identificação precoce de sinais de deterioração clínica. |
A10 | Volpati; Prado; Maggi, 2019. | Perfil epidemiológico dos pacientes com sepse de foco abdominal. | Rev Enferm UFPE Line [Internet] | Torna-se o enfermeiro essencial nesse cenário, pois está diretamente envolvido nos cuidados de pacientes críticos, assistindo o paciente integralmente em todas as suas necessidades humanas básicas, realizando a identificação de forma precoce das manifestações clínicas e sugerindo, junto à equipe multiprofissional, as condutas pertinentes a serem tomadas com o objetivo de diminuir os elevados índices de morbimortalidade da sepse. |
AUTORES 2023.
Discussão
É notório salientar que os pacientes admitidos em uma ala de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), são críticos. Assim sendo, é necessário encontrar-se instável hemodinamicamente apresentando alguma disfunção ameaçadora à vida, como a sepse. Uma vez que, esse setor prioriza o problema mais complexo, na qual a monitorização e a assistência prestada são efetuadas de maneira inerente e acentuada (Moura; Sousa; Kroenke; 2022).
A identificação precoce da sepse é de extrema relevância para garantia de um melhor prognóstico para os pacientes. Nessa perspectiva, o enfermeiro é responsável por entender as minuciosas alterações fisiológicas e estabelecer o uso de protocolos que busquem realizar o tratamento correto para conter uma sepse. Além disso, é notório salientar que quanto mais demorado for a análise dos sintomas e detectação da doença, mais será a chance de agravos que podem, muita das vezes, levar o indivíduo a óbito (Corrêa, et al., 2019).
Partindo dessa premissa, o acompanhando da infecção em potencial é realizado através de disfunções nos órgãos dos pacientes com o auxílio dos escores. Nessa perspectiva, os critérios incluem hipotensão, dificuldade de manter a saturação em níveis normais, baixa contagem de plaquetas, oligúria, alteração do nível de consciência, aumento nas bilirrubinas e elevação de creatinina (Neto, et al., 2020).
É a partir do entendimento das alterações clínicas de um paciente que o enfermeiro desempenha o papel na execução dos protocolos no manejo da sepse. Sobretudo, é função da equipe de enfermagem analisar, monitorar e oferecer os primeiros atendimentos ao paciente que apresente indícios da doença. Logo, com o surgimento dos sinais de infecção, a intervenção ágil é quem pode garantir que o paciente não deteriore (Canul, et al., 2023).
Segundo Neto, et al, 2020, o paciente séptico apresenta uma variedade de modificações, o que torna ainda mais difícil o entendimento e identificação do problema. Nesse sentido, alguns podem apresentar alterações neurológicas, hipotensão, deformações em exames laboratoriais e entre outros, se tornando paramentos que dificultam a abordagem dos cuidados necessários. Nessa perspectiva, é importante salientar que a dimensão organizacional do sistema de saúde é impactante no controle da sepse, uma vez que é ela que realiza a divisão do trabalho e coloca em evidência todo o processo de coordenação e comunicação da atenção ao indivíduo portador de sepse, pela justa causa de necessitarem de cuidados ágeis e específicos (Noriega; Milanés, 2022).
Nesse sentido, faz-se necessário que o profissional usufrua do domínio de diversas habilidades, como tecnologia, individualidade do atendimento, percepção dos sinais de forma prévia e execução da assistência, pois juntamente com toda equipe multiprofissional, pode dar seguimento ao fluxo do suporte na busca de garantir um bom prognóstico. Sendo assim, é necessário que os profissionais de enfermagem estejam devidamente preparados para desempenhar suas atribuições, sendo capazes de oferecer um tratamento antecipado, assertivo e adequado (Freitas, et al., 2021).
Segundo Volpati; Prado; Maggi, 2019, no que diz respeito ao tratamento de sepse, os protocolos de avaliação clínica dos pacientes surgem como um dos principais meios de serviço de assistência para investigação da doença. É a partir da execução dessa norma que o controle da sepse é feito, uma vez que são avaliados por pontuações dos sintomas dos pacientes que vão servir de direção para a escolha do tratamento e dos procedimentos adequados que serão realizados. Nessa virtude, os protocolos são extremamente benéficos para o sistema de saúde, uma vez que atuam na redução da taxa de mortalidade de pacientes internados em alas de terapia intensiva (Pedrosa; Oliveira; Machado, 2018).
Portanto, o enfermeiro deve dominar os protocolos para o manejo da disfunção orgânica, que são escalas de deterioração que atuam diretamente na avaliação sequencial da falência de órgãos do corpo humano. Dessa forma, o SOFA E O QSOFA são ferramentas de extrema importância para identificação precoce objetivando o avanço da infecção que o paciente esteja acometido. Além disso, são utilizados para detectar o nível de disfunção que o indivíduo apresenta no momento e auxiliar no processo do acompanhamento do parecer clínico mais preciso (Veras, et al, 2019).
Destarte, é de suma importância a adoção da prática clínica por meio do uso dos protocolos. Nesse sentido, é por meio dessa padronização do modelo de atuação da enfermagem que o atendimento é ofertado com mais qualidade. Além disso, a participação de toda equipe é imprescindível para implementação das diretrizes do cuidado de forma eficaz. Como também, a comunicação entre os profissionais aponta como um aspecto essencial para o sucesso da implementação desse regulamento (De Sousa, et al, 2022).
Conclusão
Portanto, destaca-se a importância do papel do enfermeiro na identificação precoce da disfunção orgânica em pacientes críticos, visto que atuam diretamente no controle da doença. Dessa maneira, a formação de equipes bem esclarecidas, uso de comunicação eficaz e execução dos protocolos de cuidado, pode ter impacto positivo na diminuição das taxas alarmantes de mortalidade por sepse em pacientes internados em Unidades de Terapia Intensiva.
Sobretudo, a identificação antecipada de pacientes em risco de sepse, é crucial para a escolha do tratamento eficaz dessa condição grave, no sentido que a sepse é uma resposta inflamatória sistêmica do corpo a uma infecção, e pode evoluir rapidamente para estágios mais graves. Logo, faz-se necessário a aplicação de práticas baseadas em evidências, sendo fundamental para garantir a qualidade e a segurança no cuidado oferecido pela equipe de enfermagem, e para melhorar os resultados de saúde dos pacientes.
Referências
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