ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NA CONSULTA DE ENFERMAGEM EM PUERICULTURA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10530757


Helayne Martins Menezes1; Camila Barroso Martins2; Jordana de Moura Lopes3; Leonardo Renan de Melo Filizola4; Jorge Luiz Bandeira Souza5; Jefferson Matos Araújo6; Simone de Souza Azevedo7; Luciana Moreira da Silva8; Sara Herbenia Pereira9; Diego da Silva Ferreira10


Resumo

Todos os anos, cerca de 3 milhões de recém-nascidos evoluem a óbito antes de completarem um mês de vida. Dessa forma, o enfermeiro, através de consultas de puericultura, tem como principal responsabilidade acompanhar o desenvolvimento das crianças, devendo buscar promover a saúde, prevenir doenças e envolver-se na assistência aos possíveis agravos durante a infância. Assim, este estudo tem como objetivo relatar a experiência de atuação de uma enfermeira residente em saúde da família e comunidade na consulta de enfermagem em puericultura na atenção primária à saúde. Trata-se de um estudo qualitativo e descritivo, do tipo relato de experiência, realizado em uma unidade básica de saúde em Guaiúba–CE entre março de 2021 a dezembro de 2022. O estudo foi dividido em três momentos: construção de ideias a partir das experiências vivenciadas durante as consultas de enfermagem em puericultura; pautar as dificuldades e necessidades observadas; e criação de um instrumento que permitisse auxiliar na assistência ofertada. Através das consultas de enfermagem, observou-se: lacunas para avaliação e registro de dados que se se assemelhassem à caderneta infantil; carência de recursos que pudessem dinamizar e fortalecer a atuação do enfermeiro durante os atendimentos; e necessidade de educação permanente e de ferramentas norteadoras. Dessa forma, com a criação do instrumento, tornou-se possível elevar a assistência ofertada às crianças e melhorar o direcionamento das consultas. Portanto, concluiu-se que a consulta de puericultura é essencial por permitir a realização de um atendimento holístico junto a família para sensibilização e adoção de cuidados específicos às crianças. Ademais, a implementação de estratégias, que utilizem recursos e tecnologias, é importante por facilitar e qualificar o processo de trabalho, como a criação do instrumento norteador em puericultura com o intuito de auxiliar nos atendimentos.

Palavras-chave: Cuidado da Criança. Atenção Primária à Saúde. Enfermagem no Consultório.

Abstract

Every year, around 3 million newborns die before completing one month of life. In this way, the nurse, through childcare consultations, has the main responsibility to monitor the development of children, and must seek to promote health, prevent diseases and be involved in assisting possible injuries during childhood. Thus, this study aims to report the experience of a nurse resident in family and community health in childcare nursing consultations in primary health care. This is a qualitative and descriptive study, of the experience report type, carried out in a basic health unit in Guaiúba–CE between March 2021 and December 2022. The study was divided into three moments: construction of ideas based on experiences during childcare nursing consultations; guide the difficulties and needs observed; and creation of an instrument that would help with the assistance offered. Through nursing consultations, it was observed: gaps in the evaluation and recording of data that resembled the child’s notebook; lack of resources that could streamline and strengthen nurses’ performance during care; and the need for ongoing education and guiding tools. Thus, with the creation of the instrument, it became possible to increase the assistance offered to children and improve the direction of consultations. Therefore, it was concluded that childcare consultation is essential as it allows the provision of holistic care with the family to raise awareness and adopt specific care for children. Furthermore, the implementation of strategies that use resources and technologies is important for facilitating and qualifying the work process, such as the creation of a guiding instrument in childcare with the aim of assisting in care.

Palavras-chave: Child Care. Primary Health Care. Office Nursing.

1 INTRODUÇÃO

Dentro do Sistema Único de Saúde (SUS), a Atenção Primária em Saúde (APS) está inserida na diretriz da “hierarquização”. O que significa dizer que ela é o nível de atenção à saúde, na Rede de Assistência à Saúde como serviço próximo da comunidade que proporciona um cuidado longitudinal, integral, equitativo e universal e que, apesar das divergências, é considerada a ordenadora do cuidado e porta de entrada do usuário ao Sistema Único de Saúde (SUS) (Tesser; Norman; Vidal, 2018; Brasil, 2017).

Em 1994, o SUS criou a Estratégia Saúde da Família (ESF) com o intuito de introduzir um novo formato de assistência em saúde por meio da APS, um método que pudesse inovar o modelo atual utilizado proporcionando uma atenção diferenciada e integral que pudesse possibilitar uma assistência interligada com ações intersetoriais e integral. Dentre as várias atividades prestadas pelas equipes de saúde da família, estava a assistência à saúde materno-infantil (Fonseca-Machado et al., 2015).

Segundo Lucena et al. (2018), anualmente, mais 3 milhões de recém-nascidos (RN) vão à óbito antes mesmo de completar 1 mês de vida. Normalmente, esses óbitos são decorrentes de uma lacuna deixada durante a assistência que é oferecida às mães e recém-nascidos durante o período pré e pós-parto.

A manutenção da vida infantil é uma necessidade e um marco trazido do século XX. Tal situação se refere ao aumento da população, a atenção com essa faixa etária e com sua evolução de forma saudável. A busca pela melhoria dos índices referentes mortalidade infantil reflete diretamente no avanço da população de uma forma benéfica (Santos; Quintão; Almeida, 2010).

Góes et al. (2018) relatam que a primeira infância é um período muito importante e que há grandes riscos de acometimentos psicológicos, sociais e biológicos. Esse período precisa ser preservado por completo, visto a relevância no desenvolvimento da cognição, do físico, do social e do afetivo. As funções cerebrais nesse período progridem com rapidez e, portanto, são mais vulneráveis às ações externas, sejam elas benéficas ou de risco.

A partir desse raciocínio, a recomendação da puericultura de acordo com o Ministério da Saúde, consiste em sete consultas de rotina no primeiro ano de vida (na 1ªsemana, no 1º mês, 2º mês, 4º mês, 6º mês, 9º mês e 12º mês), além de duas consultas no 2º ano de vida (no 18º e no 24º mês) e, a partir do 2º ano de vida, consultas anuais, próximas ao mês do aniversário, garantindo o acompanhamento do desenvolvimento e crescimento da criança (Brasil, 2012). 

A ESF, por meio da Unidade Básica de Saúde (UBS), tem um papel fundamental no cuidado à criança e à família, buscando propor para esse núcleo (criança e família) cuidados fundamentais sobre prevenção de doenças, promoção de saúde, diagnóstico precoce, tratamento, cura e reabilitação. Como também prestar assistência aos possíveis agravos e mudanças durante a infância (Brasil, 2012).

A Puericultura é uma ferramenta utilizada para acompanhar a criança, buscando orientar os pais/tutores de maneira antecipada através de análises e diagnósticos e, assim, prevenir problemas futuros na evolução pueril. Esse acompanhamento é de extrema importância para que as crianças atinjam a fase adulta de maneira saudável, pois há muitos acometimentos que podem ser observados durante esse período (Malaquias; Gaíva; Higarashi, 2015).

Dentro da APS, o enfermeiro tem a atribuição primordial de realizar o acompanhamento da evolução infantil das crianças, dentro do seu território de atuação, por meio das consultas de enfermagem em puericultura, o qual pode e deve se envolver quanto à promoção, prevenção e tratamento de doenças dessas crianças (Vieira et al., 2021).

A puericultura consiste exatamente na soma dos princípios e cuidados fisiológicos voltados para saúde da criança, trazendo um olhar preventivo e buscando, através da saúde infantil, um adulto saudável. Sendo assim, a enfermagem se insere por meio de termos e padrões da própria profissão, para investigar dados sobre o progresso infantil e realizar um acompanhamento singular para cada criança, prezando o bem-estar e conforto dentro da realidade da sua comunidade e família (Oliveira et al., 2013).

O conceito de consulta de enfermagem advém do método de trabalho do enfermeiro que é a união da ciência com o cuidado, a comunicação do enfermeiro com o coletivo/comunidade. Tal termo foi instituído há muitos anos, por volta da década de 60, entretanto, a consulta de enfermagem existe desde a década de 1920, porém antes era instituída como uma consulta dependente e complementar ao atendimento médico (Vanzin; Nery, 2000).

Segundo Santos, Quintão e Almeida (2010), alguns enfermeiros da Estratégia Saúde da Família não se sentem preparados para fornecer assistência clínica através da puericultura. Algumas vezes, essa atividade não está inserida no cotidiano do enfermeiro dentro da unidade de saúde e inúmeras dificuldades podem inviabilizar uma consulta de enfermagem efetiva e eficaz no acompanhamento do desenvolvimento e crescimento da criança.

Vieira et al. (2018) relatam que o exercício profissional do enfermeiro é algo responsivo e abrangente, e que suas atividades precisam seguir a demanda que lhe são dadas a partir da realidade do contexto em que a criança está inserida. Como forma de solucionar e agir com o cuidado necessário, é preciso organização das práticas a partir do conceito de trabalho vivo por meio da produção do cuidado, em vez do uso do trabalho morto, segundo o pensamento de Karl Marx (1818-1883). Neste sentido, o enfermeiro pode inovar na utilização das tecnologias na sua prática assistencial.

Góes et al. (2018) relatam que o exercício profissional do enfermeiro ganhou notoriedade e aproximação com a puericultura a partir da política da Estratégia Saúde da Família (ESF). Ele ainda frisa como o enfermeiro, através dos atendimentos de puericultura, é bem visto pelas suas atividades em melhoria da saúde e como a população eventualmente predileta o serviço oferecido pela classe. Diante disso, é necessário que o enfermeiro seja mais proveitoso nessa área e respeitado frente os atendimentos.

Segundo Silva e Nóbrega (2006), é fundamental o uso de um instrumento que possa orientar a consulta de enfermagem, em que o paciente possa ser visto de maneira integral por meio de informações pertinentes ao atendimento oferecido, algo que oriente e possibilite melhor inserção das ações, revelando o real sentido para um instrumento e não como algo apenas burocrático e que precisa ser utilizado.

Diante disto, o objetivo do estudo consiste em relatar a experiência de atuação de uma enfermeira residente em saúde da família e comunidade na consulta de enfermagem em puericultura na atenção primária à saúde.

2 METODOLOGIA

Trata-se de um estudo descritivo e qualitativo, do tipo relato de experiência, que busca descrever a prática e a observação a partir da puericultura e da criação de um instrumento norteador, através da vivência da enfermeira residente em Saúde da Família e Comunidade do Município de Guaiúba – CE.

Guaiúba é um município do Estado do Ceará, faz parte da região metropolitana de Fortaleza e do polo Serra de Guaramiranga, e possui uma população de 26.508 mil habitantes. Além disso, tem doze estabelecimentos de Atenção Primária à Saúde, onde cinco estão localizados na zona urbana e sete na zona rural (IBGE, 2021).

A Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP-CE) oferece o programa de pós-graduação lato sensu, no modelo de Residência Integral em Saúde (RIS), e está inserida nas redes de Saúde da Família, Atenção Psicossocial e Hospitalar do Estado. É um programa multiprofissional, que oferta ensino para profissionais graduados através da atuação em diversos serviços.

No município de Guaiúba, a RIS é composta apenas pela ênfase da Saúde da Família e Comunidade. A equipe de residentes da turma oito, é composta por: enfermeira, médica veterinária, fisioterapeuta, psicóloga, assistente social e farmacêutica. A enfermeira fica alocada apenas em uma unidade básica de saúde, em um distrito do Município, enquanto o restante da equipe realiza o acompanhamento de mais duas unidades básicas de saúde.

A residência multidisciplinar, além de trazer uma proposta que agregue nos atendimentos ao município no cotidiano, propõe a criação de atividades inovadoras e melhoria nos serviços prestados, por ser um processo formador de mão dupla, no qual o residente está aprendendo e ensinando durante esse período.

Para estruturação de experiências desse processo, Holliday (2007) traz que as vivências são dinâmicas, complexas e únicas. E os passos necessários para esse processo são: refazer o processo vivido, interpretar a vivência de forma crítica e obter um aprendizado e compartilhar.

Sendo assim, o primeiro momento foi o da construção de ideias a partir do que foi observado, o segundo momento foi pautar as dificuldades e necessidades vividas, e, por último, a criação do instrumento que pudesse melhorar a qualidade do atendimento.

As práticas descritas neste estudo consistem no período de março de 2021 a dezembro de 2022. As experiências relatadas sucederam-se a partir das consultas de enfermagem em Puericultura, realizadas pela enfermeira residente, tanto individuais como consultas compartilhadas com outros residentes de outras categorias profissionais.

As consultas eram realizadas uma vez por semana com agendamento prévio por meio das agentes comunitárias de saúde, geralmente eram atendidas em torno de 3-5 crianças no turno da manhã.

A partir dessas consultas, foi pautado e anotado pela enfermeira residente algumas lacunas nos atendimentos, sendo algumas delas: a falta de um prontuário unificado, onde fosse possível recorrer a informações anteriores para entender melhor o contexto de saúde, como histórico da gestação, parto ou familiar; um exame físico direcionada para cada faixa etária; orientações pertinentes às fases da criança; entre outros.

O instrumento foi criado no período de agosto a dezembro de 2022, sendo utilizado como base teórica o caderno de atenção básica nº 33 e a caderneta infantil vigente. O mesmo teve intuito de auxiliar a enfermeira residente em seus atendimentos, dinamizando e facilitando as anotações e o cuidado prestado.

O material foi criado a partir de um modelo de checklist, onde a enfermeira pudesse apenas marcar a opção desejada de forma rápida. Cada criança teria um prontuário único até 2 anos de idade. De início, havia na ficha a parte de preenchimento das informações básicas, histórico de gestação e parto, e familiar, triagem neonatal e vacinação.

O instrumento foi preparado a partir das faixas etárias dos marcos de desenvolvimento e crescimento esperados preconizados: primeira semana de vida, segundo mês, quarto mês, sexto mês, nono mês, 1º ano de vida, 1 ano e 6 meses e 2 anos.

Ao fim de cada consulta estabelecida, havia um quadro com a Avaliação geral do desenvolvimento e a orientação para tomada de decisão. O instrumento foi apresentado posteriormente à equipe de enfermeiros do município em uma reunião mensal da equipe.

3 RESULTADOS

Durante os primeiros meses, as vivências eram realizadas a partir da observação da consulta do enfermeiro atuante do território, por meio do auxílio em anotações de enfermagem e exame físico. No decorrer das consultas, foi possível observar as prioridades no atendimento e desenvolver habilidades para autonomia nas mesmas. No qual foi necessário, bastante atenção, estudo e atualização no quesito saúde materno-infantil. Como também a análise da necessidade de um instrumento que pudesse guiar a consulta de puericultura de forma concisa e dinâmica.

A partir da observação da enfermeira, foi constatado lacunas para a avaliação e registro de dados nas unidades básicas de saúde que se assemelhassem à caderneta infantil, onde houvesse uma conexão dos registros e uma linguagem que fosse utilizada de uma única forma pelos profissionais para que os atendimentos fossem realizados a partir de um cuidado continuado de qualidade e padronizado. Como também foi observado uma grande demanda de atendimentos em atraso das unidades de saúde do Município de Guaiúba-CE por conta da pandemia de Covid-19. Sendo assim necessário, a criação de um instrumento que pudesse ajudar nesse período.

Por meio dos atendimentos, foi considerado a carência de recursos que pudessem dinamizar, qualificar e fortalecer a atuação do enfermeiro nesse atendimento, como também a necessidade de educação permanente e de instrumentos norteadores para os profissionais.

A experiência se mostrou relevante, pois foi possível descrever a vivência da enfermeira residente de maneira reflexiva, e a partir da criação do instrumento foi possível dinamizar e melhorar a qualidade do atendimento oferecido às crianças pela residente, em que foi exequível uma melhora no direcionamento de cada consulta a partir da idade do bebê por meio da visualização dos marcos esperados, por exemplo.

4 DISCUSSÃO

Através do seu estudo, Vieira et al. (2021) buscaram elucidar para os enfermeiros as várias causas que são capazes de afetar o seu trabalho: sobrecarga de atividades, as situações de trabalho, escassez de materiais, ausência de treinamentos/capacitações, falta de interesse e busca das mães pelos atendimentos de puericultura, e diversos outros. Vieira et al. (2021) ainda destacam que a carência das práticas de treinamento tem a capacidade de gerar imperícias nos serviços prestados à saúde, pois um profissional que não está apto, não pode atuar de maneira decisiva a resolver as complicações de saúde das pessoas. Outro ponto importante, observado pelo autor, é que, através de seu estudo com enfermeiros nas Unidades Básicas de Saúde, existe uma escassez de treinamentos sobre a puericultura, um déficit relacionado a educação continuada e permanente. O que é alarmante, pois a carência de preparação para os profissionais, certamente, resultará em atendimentos falhos e deficientes, influindo na assistência infantil.

Vieira et al. (2018) trazem que existem dificuldades a serem superadas no serviço oferecido pelos enfermeiros através da puericultura, mostrando uma carência nas atividades prestadas pela UBS, algo que pode prejudicar os dados referentes ao progresso e crescimento das crianças. Sendo assim, é oportuno observar sobre a forma que essas dificuldades podem agir na saúde infantil através de perspectivas que podem ser confusas.

Rocha et al. (2021) relatam como a enfermagem traz as tecnologias de forma promissora através de técnicas que orientam as atividades no cotidiano, facilitando os processos de organização, acolhida, intervenções, acompanhamento de risco e avaliações. Procedimentos que facilitam e ampliam a conexão entre profissionais, permitindo o aprendizado, a aptidão e qualificação da assistência prestada.

Oliveira et al. (2022) trazem sobre como a inovação na enfermagem é capaz de proporcionar independência aos enfermeiros, levando em consideração que estejam aptos para exercer o que é proposto. Como também estender a possibilidade de gerir o cuidado na saúde.

Santos, Nery e Matumoto (2013) acreditam que as tecnologias na saúde são promissoras e fundamentais para sanar problemas de saúde. Entretanto, é necessário que sejam utilizadas de forma ponderada, referente as leves e leves-duras, para não tornar a conexão do usuário com o profissional algo robotizado, focado em condutas e regras.

5 CONCLUSÃO

É nesse contexto que o presente estudo tem como conclusão relatar a vivência enquanto enfermeira residente inserida na atenção primária sobre o conhecimento e realização de puericulturas realizadas no Município de Guaiúba – CE, destacando estratégias e a promoção da saúde através da sensibilização e articulação por meio da  criação de um instrumento norteador  em puericultura para auxiliar nos atendimentos prestados à comunidade, e a importância do uso de recursos e tecnologias que facilitem e qualifiquem o processo de trabalho.

Algumas limitações do estudo foram a falta de insumos, dificuldade de reunir a equipe multidisciplinar para discutir sobre a temática por falta de logística do município e a não aplicação do instrumento para todas as unidades, como era de intuito inicial. Foi observado também a necessidade de educação permanente dentro do município, onde os profissionais pudessem se atualizar e adquirir novos conhecimentos.

Ademais, o estudo evidencia a importância da consulta de puericultura, pois com ela é possível realizar um atendimento holístico com a família para a sensibilização e implementação de cuidados específicos para as crianças, visando práticas de promoção e manutenção da saúde e prevenção de doenças que impactarão no processo saúde e doença.

REFERÊNCIAS

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1Especialista em saúde da família e comunidade pela Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP)

2Mestre em Medicina Translacional pela Universidade Federal do Ceará

3Pós-graduada em Segurança do Paciente pela UNICE – Ensino Superior

4Mestrando em Enfermagem em Saúde da Mulher e da Criança pela Universidade Federal do Ceará

5Enfermeiro pela Universidade Federal do Ceará (UFC)

6Pós-graduando em Estomaterapia pela Universidade Federal do Ceará

7Enfermeira pelo Centro Universitário Fametro (Unifametro)

8Especialista em Enfermagem em Saúde Mental e Psiquiátrica pela Facuminas

9Enfermeira Especialista em Estratégia de Saúde da Família pela Universidade Estadual do Ceará

10Doutorando em Saúde Coletiva pela Universidade Estadual do Ceará