REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ni10202412281631
Carolina Falzoni Alves Nogueira; João Victor Viana Soares; Marcos Vinícius Batista Souza; Marina Luisa Oliveira Dias; Orientadora: Profa. Me.: Renata Lacerda Prata Rocha
RESUMO
Introdução: Este trabalho apresenta uma revisão integrativa da literatura.
Objetivo: Analisar a literatura cientifica sobre as publicações relacionadas a atuação do enfermeiro no contexto da hemoterapia.
Metodologia: Trata-se de uma revisão integrativa a literatura (RIL) nas bases de dados da Biblioteca Virtual da Saúde (BVS), indexados na plataforma Scientific Eletronic Library Online (SciELO), National Institutes of Healt (NIH) e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) no período de 2019 a 2024. A amostra final foi composta por 15 publicações, sendo 09 artigos da plataforma BVS e 06 artigos da plataforma CAPES.
Resultados: Os resultados evidenciam que existe uma necessidade iminente de atualizações em serviços. O apoio da educação continuada, é a estratégia mais impactante para solucionar os desafios no contexto da hemoterapia.
Conclusão: Esse estudo evidenciou que o enfermeiro atua em todas as etapas do ciclo do sangue.
Palavras-chave: enfermeiro, hemoterapia, transfusão de sangue.
ABSTRACT
Introduction: This work presents an integrative literature review.
Objective: To analyze the scientific literature on publications related to the role of nurses in the context of hemotherapy.
Methodology: This is an integrative literature review (ILR) conducted using databases from the Virtual Health Library (VHL), indexed in the Scientific Electronic Library Online (SciELO) and National Institutes of Health (NIH), as well as the Coordination for the Improvement of Higher Education Personnel (CAPES) platform, covering the period from 2019 to 2024. The final sample consisted of 15 publications, including 9 articles from the VHL platform and 6 articles from the CAPES platform.
Results: The results highlight an urgent need for updates in services, with continued education being the most impactful strategy to address challenges in the context of hemotherapy.
Conclusion: This study demonstrated that nurses play a role in all stages of the blood cycle.
Keywords: nurse, hemotherapy, blood transfusion.
1 INTRODUÇÃO
A hemoterapia é caracterizada pelo uso terapêutico do sangue, seja em sua forma completa ou por meio de seus componentes e derivados. Este processo pode ser realizado de maneira planejada, rotineira ou em emergências (Bezerra, et al., 2022).
Hemocomponentes e hemoderivados são produtos que possuem o sangue como matéria-prima, porém são elementos diferentes, sendo os hemocomponentes produtos que são gerados a partir do sangue total do paciente por meio de processo físicos como a centrifugação, seus componentes são: hemácias, plaquetas, plasma e o crioprecipitado. Já os hemoderivados são produtos produzidos por meio de um processo industrial onde seus principais componentes são: albumina, globulinas e os fatores de coagulação. (Ministério da saúde, 2008)
Historicamente, o primeiro serviço de transfusão de sangue foi criado em Londres, na Inglaterra, no ano de 1921 (Junqueira, 2005). Anos mais tarde, na década de 40, com a Segunda Guerra Mundial, os progressos científicos e o crescimento da demanda de transfusão de sangue no mundo difundiram o uso do sangue preservado e a eficiência desse serviço (Flausino, 2015).
Nesse mesmo período, surgiram os primeiros Bancos de Sangue (BS) privados no Brasil, caracterizando-se a hemoterapia como uma especialidade médica (Freitas, 2011). A Associação de Doadores Voluntários de Sangue do Rio de Janeiro foi criada em 1949, com o objetivo de estimular a doação voluntária de sangue, que anteriormente era realizada como fonte de lucro. Assim, essa prática passou a ser tratada pelo governo como iniciativa da doação altruísta, através da promulgação da Lei Federal no 1075/50, com o objetivo de aumentar a quantidade de sangue doado, em função do crescimento da necessidade de hemotransfusão (Freitas, 2011).
Com o passar dos anos, o aumento do número e da complexidade de procedimentos médicos e a extensão da expectativa da vida humana aumentou nitidamente a necessidade transfusional. Em 2018, o Brasil produziu cerca de 7,9 milhões de hemocomponentes, possibilitando a realização de aproximadamente 1,7 milhão de transfusões, demonstrando a importância dessa prática para a saúde pública brasileira (Flausino, 2015; Mendes, 2022).
É importante destacar que o Enfermeiro é um dos principais responsáveis por garantir a segurança do paciente, para assegurar que este objetivo seja cumprido a Organização Mundial de Saúde (OMS) estabeleceu as seis metas internacionais de segurança do paciente, sendo: 1- Identificação do paciente; 2- Comunicação efetiva; 3- Uso seguro de medicamentos de alta vigilância; 4- Cirurgia segura; 5 -Prevenção do risco de infecções; 6 – Prevenção do risco de queda. Essas metas têm como objetivo garantir uma assistência mais segura para os pacientes. (Cofen, 2023)
As transfusões de sangue possuem um papel terapêutico e visam restaurar ou manter a capacidade de transporte de oxigênio, volume sanguíneo e a hemostasia. Sua realização traz inúmeros benefícios, dentre os quais destacam-se a reposição de grandes perdas sanguíneas, o tratamento de distúrbios hematológicos e de coagulação, a correção de anemias severas, o suporte em cirurgias, dentre vários outros (Flausino, 2015; Boussard, 2022).
No entanto, ela não é isenta de riscos. O uso inadequado de sangue e de produtos sanguíneos aumenta o risco de complicações relacionadas à transfusão e a ocorrência de Eventos Adversos (EA), que são caracterizados como um incidente que resulta em dano ao paciente.
Os Eventos Adversos (EA) são caracterizados como infeccioso, no qual estão incluídas as infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS) e não infeccioso, quando se refere a erros cometidos durante a assistência prestada, como erro de medicação e quedas (Flausino, 2015; Lopes, et al., 2023).
A ocorrência de EA pode afetar negativamente a saúde do paciente, pois reações adversas a transfusões podem prolongar internações hospitalares, causar morbidade e, em casos extremos, resultar em morte. Portanto, a notificação precisa de eventos adversos relacionados à transfusão (Transfusion-Related Adverse Events – TRAEs) é crucial para aprimorar a prática de transfusão, o atendimento ao paciente e a segurança (Boussard, 2022).
Diante dos riscos associados ao processo de transfusão, é essencial que todas as ações no ciclo do sangue sejam baseadas em princípios de segurança do paciente, minimizando ao máximo o risco de danos decorrentes do cuidado de saúde. Profissionais de saúde devem estar treinados e cientes da importância de seguir protocolos e leis vigentes, garantindo maior segurança em todo o processo. Ignorar qualquer etapa pode resultar em danos potencialmente fatais (Garcia et al., 2022; Lopes et al., 2023).
A enfermagem precisa estar adequadamente preparada para assumir esta responsabilidade, buscando a redução das distâncias entre a prática e o conhecimento científico disponível (Pereira, et al., 2016). Para tal, deve pautar toda sua atuação em protocolos e legislações que respaldam suas ações. A Resolução COFEN nº 0511/2016 aprovou a Norma Técnica que dispõe sobre a atuação de enfermeiros e técnicos de enfermagem em hemoterapia, a fim de assegurar uma assistência de enfermagem competente, resolutiva e com segurança (COFEN nº 0511/2016).
Considerando o contexto da hemoterapia e toda a problemática apresentada, esse estudo visa responder a seguinte questão: O que se tem publicado na literatura científica sobre a atuação do enfermeiro em hemoterapia?
1.1 Justificativa
Considerando que o enfermeiro é um profissional que possui importante atuação no contexto da hemoterapia, nota-se a necessidade de maior ênfase neste assunto, a fim de torná-la mais evidente e desta forma elucidar as práticas a serem executadas por esse profissional. Além disso, apesar dos benefícios da hemoterapia, é essencial minimizar os riscos expostos aos pacientes que realizam a transfusão, de modo a produzir um saber fundamentado em evidências científicas. Portanto a necessidade de fomentar maior nível científico no cuidado de enfermagem em hemoterapia, de modo que os resultados desse estudo possam contribuir para direcionar estas práticas, possibilitando a melhoria na qualidade de assistência prestada e na segurança do paciente.
1.2 Objetivo Geral
Analisar a literatura científica sobre as publicações relacionadas a atuação do enfermeiro no contexto da hemoterapia.
2 METODOLOGIA
Trata-se de uma revisão integrativa de literatura (RIL), que consiste em um método de estudo e pesquisa que busca evidências científicas, diante de seus resultados que embasam a prática e a assistência. Esse método permite sintetizar o conhecimento sobre determinado tema, identificando lacunas que direcionam a necessidade de novos estudos, além de obter resultados sistemáticos e atualizados sobre uma temática específica (Mendes; Silveira; Galvão, 2008).
Na primeira etapa, foi realizada a coleta de títulos que obedeceram a ordem para a construção desta RIL, foram seguidas seis etapas propostas para a execução do método, sendo elas: 1) definição do tema e a pergunta norteadora da pesquisa; 2) busca na literatura; 3) definição de informações a serem extraídas dos estudos selecionados; 4) avaliação das publicações; 5) interpretação e discussão dos conteúdos e 6) apresentação dos dados coletados e analisados. (Mendes; Silveira; Galvão, 2008) Para isso, após a análise dos títulos e resumos dos artigos selecionados, foi realizada uma avaliação por meio da leitura completa de cada artigo escolhido.
Desta forma, considerando a primeira etapa da RIL, esse estudo visa responder a seguinte questão: O que se tem publicado na literatura científica sobre a atuação do enfermeiro em hemoterapia?
Na segunda etapa, realizou-se a busca de publicações, a partir do uso de descritores selecionados na plataforma dos Descritores em Saúde (DeCs) para a pesquisa na Biblioteca Virtual da Saúde (BVS), sendo eles: Enfermeiro, Hemoterapia e Transfusão de Sangue. Os mesmos descritores foram traduzidos para o inglês e identificados na plataforma Medical Subject Headings (MeSH). Os descritores foram combinados com os operadores booleanos AND e OR para a elaboração da estratégia de busca. A fim de ampliar as buscas com o uso do termo Enfermeiro, foi acrescido o sinal *, também chamado de truncamento, que permite ampliar a busca para os termos Enfermeiro, Enfermeiros, Enfermeira, Enfermeiras e Enfermagem. A pesquisa foi realizada também na plataforma CAPES, com o intuito de ampliar a quantidade de publicações relacionadas ao tema, foram encontrados também artigos nas plataformas SciELO e NIH. Para a seleção das publicações, foram definidos os seguintes critérios de inclusão: estudos publicados nos idiomas português, inglês e espanhol, no período entre os anos de 2019 e 2024, disponíveis na íntegra e gratuitamente que pudessem responder à questão norteadora pré-definida. Para a exclusão, os critérios definidos foram: artigos que adotassem como metodologia: revisões de literatura não sistemáticas e revisões integrativas, bem como livros e manuais; além de publicações duplicadas nas bases de dados.
Na terceira etapa, a partir dos critérios citados anteriormente, foi realizada a busca a partir da seguinte estratégia: (Enfermeir* OR Nurse*) AND (hemoterapia OR “Transfusão de Sangue” OR “Blood Transfusions”). Foram encontrados 817 artigos na plataforma BVS, e 1.881 artigos na plataforma CAPES, totalizando 2.698 artigos. Após aplicar os filtros, o número de artigos encontrados na BVS que atendiam a pesquisa foi de 138, e dentro da plataforma CAPES, 427. Em seguida, após a leitura dos títulos e resumos, restaram 45 artigos, sendo 20 deles indexados na BVS e 25 na CAPES. Durante a avaliação de elegibilidade, 22 artigos foram excluídos após nova leitura realizada nos títulos e resumos por não apresentarem relação com a temática proposta, restando 23 estudos, sendo 14 da BVS e 09 da CAPES, que foram todos lidos na íntegra. Após essa seleção, 8 artigos foram excluídos considerando os critérios de exclusão, de modo que 2 foram excluídos por duplicidade, 2 por se tratar de uma revisão integrativa e 4 por não responderem à questão norteadora desta pesquisa. Dessa forma, a amostra final foi composta por 15 publicações, sendo 09 artigos da plataforma BVS e 06 artigos da plataforma CAPES.
Os 15 estudos foram lidos novamente na íntegra. Para sistematizar as informações contidas, foi realizado um fichamento que buscou identificar as seguintes informações: título, ano, autor, profissão e titulação do primeiro autor, tipo do estudo, atuação do enfermeiro, estratégia utilizada na pesquisa, principais resultados, conclusão e variável de interesse. Em virtude disso, foi confeccionado um quadro de recrutamento, que compilou os dados de cada um dos artigos detalhando as informações mencionadas anteriormente. Esse quadro, denominado quadro sinóptico, apresenta de maneira clara, resumida e organizada a síntese das informações mais importantes, dos estudos selecionados a serem analisados e interpretados na Revisão Integrativa (Mendes; Silveira; Galvão, 2008).
Figura 1 – Identificação, seleção e inclusão das publicações que compuseram a revisão integrativa. Belo Horizonte, 2024. N=15
Na quarta etapa foi realizada a análise das publicações, de maneira crítica e reflexiva, em relação ao seu conteúdo, buscando-se identificar o rigor e as características de cada estudo. Além disso, foram realizadas análises das informações de maneira quantitativa (por meio da estatística simples), sendo apresentada por meio dos números absolutos e percentuais de cada variável analisada.
Os artigos foram avaliados com base na classificação proposta pela prática baseada em evidência, no qual descreve os sete níveis existentes: nível 1: revisão sistemática ou metanálise de ensaios clínicos randomizados; nível 2: ensaios clínicos randomizados controlados; nível 3: ensaios clínicos bem delineados sem randomização; nível 4: estudos de coorte e de caso-controle bem delineados; nível 5: revisão sistemática de estudos descritivos e qualitativos; nível 6: estudo descritivo ou qualitativo; nível 7: opiniões de autoridades e/ou relatório de comitês de especialistas (Mendes; Silveira; Galvão, 2008).
Os periódicos, os quais os artigos foram publicados, foram avaliados a partir do critério Qualis-periódico que é um sistema brasileiro de avaliação de periódicos, mantido pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), que relaciona e classifica os veículos utilizados para a divulgação de produção intelectual dos programas de pós graduação do tipo “stricto sensu” (mestrado e doutorado), quanto ao âmbito da circulação (local, nacional ou internacional) e à qualidade (A,B,C), por área de avaliação. Os extratos estão divididos em oito níveis por ordem de qualidade. Os critérios de classificação dependem da área acadêmica da avaliação.
A análise das informações foi realizada de maneira quantitativa (estatística simples), sendo apresentada por meio dos números absolutos e percentuais de cada variável analisada.
Na quinta etapa os conteúdos foram interpretados e discutidos em busca de suas similaridades, discordâncias, contrapontos abordados por cada autor e as principais implicações para a prática. Ao final, na sexta etapa, apresentou-se a revisão integrativa de maneira clara, detalhada e objetiva, que demonstra a síntese do conhecimento em relação ao tema abordado.
3 RESULTADOS
A amostra final desta RIL constitui-se de 15 artigos publicados nas bases de dados sendo 60% deles na BVS e 40 % selecionados a partir da plataforma CAPES. Destes, 40% dos artigos foram publicados em Revistas Brasileiras e 60% em Revistas Internacionais.
O quadro sinóptico abaixo apresenta, detalhadamente e separadamente, as informações que foram essenciais para a sistematização e síntese do conhecimento referente ao tema estudado. Foram coletadas informações relacionadas ao primeiro autor, ano e país da publicação, título do periódico e Qualis – ressalta-se que a classificação é definida apenas para artigos brasileiros, objetivo central do estudo e variável de interesse para a realização desta RIL.
Quadro 1 – Síntese das publicações utilizadas nesta revisão. Belo Horizonte, 2024. N=15
Artigo | Autor, Ano e País | Título do periódico e Qualis | Objetivo | Variável de Interesse |
1 | Mendes, P.A.T, et al/ 2022/Brasil | Revista Brasileira de Enfermagem REBEn A4 | Refletir sobre como a evolução legislações ligadas a sangue e hemoderivados moldou a atuação do enfermeiro nos serviços hemoterapia. | O enfermeiro atua na assistência direta ao paciente, incluindo a aférese, na captação de sangue, na supervisão da equipe de enfermagem, auxílio aos doadores nas intercorrências clínicas durante o procedimento, gerenciamento das equipes e na organização do processo de trabalho. |
2 | Bezerra, H.N.M, et al/ 2022/ Brasil | Revista Baiana de Enfermagem B2 | Analisar o gerenciamento da assistência de enfermagem em hemoterapia em um hospital universitário. | O enfermeiro atua em todas as etapas do ciclo do sangue desde a captação do sangue e seus componentes até a transfusão em si, bem como no descarte de resíduos, planejamento e supervisão da equipe de enfermagem sob sua orientação. |
3 | Soares, F.M.M, et al/ 2024/ Suiça | The International Journal of Environmental Research and Public Health | O objetivo deste estudo foi apresentar evidências da validade de conteúdo de um cenário clínico simulado sobre reações transfusionais para ensino e aprendizagem de estudantes de enfermagem. | O enfermeiro desempenha uma atuação fundamental na hemoterapia na identificação precoce de complicações e reações adversas. |
4 | Simin, D, et al/ 2024/ Sérvia | Healthcare MDPI | O objetivo é avaliar o conhecimento dos enfermeiros de UTI em instituições de saúde terciárias sobre procedimentos de transfusão de sangue. | A atuação do enfermeiro na hemoterapia está vinculada a administração das transfusões sanguíneas, monitorar os pacientes e gerenciar as reações transfusionais, especialmente na UTI. |
5 | Simsek, A.K, et al/ 2024/ Turquia | Elsevier | O estudo teve como objetivo determinar os níveis de autoeficácia dos enfermeiros para transfusão segura de sangue e hemocomponentes. | A atuação do enfermeiro está relacionada desde a coleta de sangue e produtos sanguíneos dos dadores até ao período pós-transfusional e são os principais responsáveis pela implementação da transfusão. |
6 | Uzun, B, et al/ 2024/Turquia | ScienceDirect | Este estudo apresenta dados de uma pesquisa projetada para avaliar os níveis de conhecimento sobre transfusão de departamentos clínicos com o propósito de planejar nossos programas de treinamento. | O enfermeiro é responsável observar o estado geral dos pacientes antes e depois da transfusão, avaliando os sinais vitais, colhendo amostras de sangue e administrando transfusões de sangue. |
7 | Lea, N.C, et al/ 2022/Estados Unidos da América | Journal Of Infusion Nursing | O objetivo deste relato de caso foi demonstrar a importância da vigilância vigilante da enfermagem antes, durante e após as transfusões de sangue para maximizar o reconhecimento precoce da deterioração clínica e minimizar os resultados adversos para o paciente. | A atuação do enfermeiro na hemoterapia está relacionada ao conhecimento, manejo e notificação dos eventos adversos associados à transfusão (TAAEs), vigilância à beira do leito requer uma avaliação completa do paciente, incluindo a verificação dos sinais vitais 30 minutos antes do início da transfusão, 15 minutos após o início e ao final da transfusão. |
8 | Pereira, E.B.F, et al/ 2021/ Brasil | Enfermagem em Foco B1 | Analisar o grau de conhecimento da equipe de enfermagem sobre hemoterapia e reação transfusional imediata. | A atuação do enfermeiro em hemoterapia está ligada na garantia de uma vigilância segura e baseada em evidências. Isso inclui a supervisão e administração de hemocomponentes e hemoderivados, realizando o monitoramento das infusões, identificando reações adversas e registrando informações relevantes sobre doadores e receptores. |
9 | Buozi, B.C, et al/ 2020/ Brasil | Revista Brasileira de Enfermagem REBEn A4 | Avaliar a adequação das atividades da Classificação das Intervenções de Enfermagem Administração de Hemoderivados para pacientes adultos. | A atuação do enfermeiro inclui verificar se o hemocomponente foi corretamente preparado, tipado e submetido à reação cruzada, monitorar os sinais vitais durante todo o tempo, observar as reações transfusionais, evitar transfusão de mais de uma unidade simultaneamente. |
10 | Encan, B et al/ /2019/Nigeria | ResearchGate | O objetivo deste estudo foi avaliar o conhecimento dos enfermeiros sobre transfusão de sangue | O enfermeiro em hemoterapia é responsável pelo encaminhamento dos pacientes antes e após a transfusão, realizando a avaliação clínica, coletando sangue e administrando a transfusão. |
11 | Bediako, A.A, et al/ 2021/ Gana | Wiley Online Library | O objetivo deste estudo avalia o conhecimento e as práticas de segurança da transfusão de sangue entre enfermeiros do Komfo Hospital de Ensino Anokye. | A atuação do enfermeiro é crucial para o manejo adequado das reações transfusionais, haja vista que os enfermeiros constituem o último elo na cadeia do processo de transfusão. |
12 | Bezerra, H.N.M, et al/2021/Brasil | Revista Científica de Enfermagem Recien B2 | O objetivo do estudo é analisar os conhecimentos técnicos, éticos e legais de enfermeiros em relação a supervisão de enfermagem em hemoterapia. | A atuação do enfermeiro como supervisor do processo terapêutico transfusional é fundamental, destacando também sua função como orientador nos registros dos formulários e sistemas relacionados ao serviço de hemoterapia, conforme a legislação. |
13 | Mendes, P.A.T, et al/2022/Brasil | Research, Society and Development | Conhecer como o Enfermeiro utiliza as funções de gerência no cotidiano em Serviço de Hemoterapia de um hospital Universitário. | O enfermeiro, como supervisor do processo transfusional, desempenha uma atuação fundamental, orientando registros de formulários e sistemas de hemoterapia de acordo com a legislação. |
14 | Godinho, N.M.O, et al/2023/Brasil | ScienceDirect | Apresentar as estratégias de um ciclo de melhoria, para redução da sobrecarga volêmica e reações transfusionais em um hospital do Rio de Janeiro. | Na assistência o enfermeiro é essencial na segurança do paciente, desde a doação de sangue até a transfusão, gerenciando os processos e promovendo assistência de qualidade, objetivando a segurança do paciente e a prevenção de eventos adversos. |
15 | Lopes, D.R, et al/ 2020 /Brasil | Saúde Coletiva (Barueri) B2 | Descrever o conhecimento dos enfermeiros no que se refere às práticas hemoterápicas e a segurança do paciente no processo. | O enfermeiro se destaca pela comunicação direta com o paciente e pelo cuidado centrado na melhoria de sua condição. |
Em relação ao ano, verificou-se que, em 2019 foi publicado 1 artigo, correspondendo a (6,7%) da amostra; 2020, 2 artigos (13,33%); 2021, 3 artigos, 20% de todas as publicações; 2022, 4 artigos (26,7%); 2023, apenas 1 artigo (6,7%) e 2024, 4 artigos, o que corresponde a (26,7%) dos artigos analisados. Percebe-se a evolução crescente de publicações dentro deste tema ao decorrer dos anos. Ressalta-se que, destes artigos, (53,33%) foram escritos e publicados no Brasil, (13,33%) referem-se as duas publicações na Turquia, já os outros foram únicos nos países: Suíça, Sérvia, Estados Unidos da América, Nigéria e Gana, contemplando individualmente, (6,7%) da somatória total da busca.
Sobre a classificação das revistas em que os estudos foram publicações, observa-se que 2 artigos (13,33%) foram publicados em revista de classificação A4; B1, apenas 1 artigo (6,7%); B2, com 3 artigos: 20%. Essa análise demostra que estas publicações estão indexadas nos melhores extratos de produção científica, o que confere maior confiabilidade aos conteúdos estudados.
Em relação aos tipos de estudo desenvolvidos nos artigos analisados, verificase que há três tipos mais prevalentes, cada um representando (20%), sendo eles estudo transversal, estudo descritivo e estudo descritivo transversal. Por outro lado, cinco tipos de estudo apresentam uma prevalência menor, com (6,7%) cada, tais como estudo reflexivo, estudo transversal descritivo analítico, relato de caso, pesquisa mista e pesquisa bibliográfica. Percebe-se que a maioria (80%) dos estudos analisados estão classificados no nível 4 (12 estudos), enquanto 3 estudos (20% da amostra) estão classificados no nível 5. Verifica-se que a maioria dos estudos são desenvolvidos em metodologias com menores níveis de evidência, o que revela a necessidade de que sejam desenvolvidas novas pesquisas com metodologias mais robustas, a fim de que tragam maiores evidências científicas para a prática. Com isso, se torna necessário fazer novas pesquisas com metodologias mais robustas, a fim de que tragam maiores evidências científicas para a prática.
Para a melhor compreensão e sistematização dos assuntos abordados nos estudos, foram construídos quadros que categorizaram e sintetizaram o conhecimento em relação à abordagem da atuação do enfermeiro, os desafios enfrentados nesse contexto e as principais recomendações para transpor esses desafios. Os quadros abaixo apresentam os resultados obtidos a partir da leitura completa de cada artigo eleito. Neles, consta a porcentagem do tema principal abordado em um ou mais textos. Salienta-se que a porcentagem é calculada a partir do total de artigos, ou seja, 15 pesquisas.
Abaixo, o Quadro 2, cita as principais funções do profissional durante todo o processo da hemotransfusão, perpassando por serviços administrativos e gerenciais, até atividades assistenciais prestados diretamente aos clientes.
Quadro 2 – Síntese do conhecimento sobre a atuação do enfermeiro identificada nos artigos analisados. Belo Horizonte, 2024. N=15
Atuação do Enfermeiro | Porcentagem | Número de Artigo | Artigos |
Captação do sangue | 13,33% | 2 | 1, 2 |
Administração de transfusão | 20% | 3 | 4, 5, 10 |
Observar o paciente durante a hemotransfusão | 6,7% | 1 | 6 |
Identificação de complicações e reações adversas precocemente | 20% | 3 | 3, 7, 11 |
Supervisão Hemoterápica | 20% | 3 | 8, 9, 12 |
Segurança do Paciente | 13,33% | 2 | 14, 15 |
Funções gerenciais do Enfermeiro | 6,7% | 1 | 13 |
Em relação ao conteúdo dos estudos, verifica-se que, sobre a atuação do enfermeiro, as maiores porcentagens citadas nos textos se referem às ações relacionadas a identificação de complicações e reações adversas de forma precoce (20%), além de administração de transfusão (20%) e supervisão Hemoterápica (20%). A captação de sangue e segurança do paciente, são citadas em (13,33%), e observação do paciente durante o procedimento e função gerencial em apenas (6,7%). Observa-se que o enfermeiro possui uma variabilidade de funções e atribuições na hemoterapia, o que reforça o seu importante papel nesse contexto.
O quadro 3, apresenta os desafios enfrentados pelo profissional no âmbito da transfusão sanguínea, ou seja, de acordo com os artigos, quais são as dificuldades enfrentadas diante de todo o procedimento.
Quadro 3 – Síntese do conhecimento dos desafios enfrentados pelo enfermeiro no contexto da hemoterapia abordados em cada artigo. Belo Horizonte, 2024. N=15
Desafios | Porcentage m | Número de Artigo | Artigos |
Déficit no conhecimento sobre a hemoterapia. | 80% | 12 | 2,4,5,6,7,8,9,1 0, 11,12,14,15. |
Escassez de estudos sobre manejo clínico das reações transfusionais, e a dificuldade de recrutar especialistas no assunto. | 6,7% | 1 | 3 |
Déficit na comunicação entre as equipes. | 6,7% | 1 | 13 |
Escassez de recursos e materiais | 6,7% | 1 | 13 |
Sobrecarga de atividade | 6,7% | 1 | 13 |
Falta de capacitação para ações gerenciais. | 6,7% | 1 | 13 |
Diante dos desafios enfrentados, verifica-se que o déficit de conhecimento adequado sobre o procedimento, é notório como o obstáculo mais recorrente a ser enfrentado, tendo em vista que ele aparece em (80%) dos artigos selecionados na busca. Os outros estudos destacam temas relacionados à escassez de estudos sobre o manejo clínico, déficit de comunicação entre equipes, escassez de recursos e materiais, sobrecarga de atividades e falta de capacitações nas ações gerenciais, contemplando assim, individualmente, (6,7%) das pesquisas abordadas.
O quadro 4, destaca as principais recomendações identificadas nas pesquisas estudadas no contexto da hemoterapia.
Quadro 4 – Síntese do conhecimento das recomendações abordadas em cada artigo. Belo Horizonte, 2024. N=15
Recomendações | Porcentage m | Número de Artigo | Artigos |
Atualização contínua em hemoterapia | 53,33% | 8 | 1,4,6,7,8,9,10, 11 |
Adotar diretrizes de transfusão de sangue. | 6,7% | 1 | 2 |
Realizar pesquisas futuras para verificar o aumento do conhecimento de estudantes e profissionais de enfermagem. | 20% | 3 | 3,5,13 |
Conscientização sobre as causas e o impacto do erro humano na segurança do paciente. | 6,7% | 1 | 4 |
Auditoria de atualização regular e contínua. | 6,7% | 1 | 11 |
Os artigos recomendam, em maior porcentagem, isto é, (53,3%) que a atualização em serviços com o apoio da educação continuada, resultando no conhecimento geral e ampliado deste método terapêutico é a estratégia mais impactante para solucionar os desafios no contexto da hemoterapia. Destaca-se também, a necessidade de realização de futuras pesquisas sobre o tema, contendo (20%) dos artigos. Os demais artigos transcorrem por adoção de diretrizes no âmbito da hemotransfusão, conscientização sobre as causas e impactos advindos por erro humano e auditoria de atualização regular e contínua, estes fazem parte de (6,7%) da busca respectivamente.
4 DISCUSSÃO
O cuidado relacionado à hemoterapia no campo da enfermagem é guiado pela Resolução do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) 0709/22, ressaltando a importância do manejo transfusional na identificação precoce das reações adversas e evitar complicações. Profissionais de enfermagem desempenham um papel fundamental no contexto da hemoterapia, acompanhando o paciente em todas as fases da transfusão. (Cofen, 0709/22)
O enfermeiro é um profissional essencial no âmbito da hemoterapia, pois atua desde o incentivo a doação de sangue, até a transfusão em si, gerenciando os processos e equipes promovendo a assistência de qualidade, tendo como objetivo a segurança do paciente e a prevenção de eventos adversos. (Lopes, 2020; Godinho, 2023)
A transfusão de sangue e seus derivados é crucial para melhorar a saúde de muitos pacientes em situações críticas, e, portanto, é inquestionável seu poder de salvar vidas. A hemoterapia é uma tecnologia terapêutica moderna e essencial para estabilizar pacientes com instabilidade hemodinâmica. A terapia transfusional é um procedimento multifacetado que exige a intervenção de pessoal especializado, garantindo a segurança e qualidade do sangue ofertado, além de detectar possíveis complicações. (Mendes, 2022; Bezerra, 2022; Siamês, 2024)
Dessa forma, é essencial que se tenha estoques de hemocomponentes que atendam as demandas para transfusões. Portanto, é crucial aumentar o número de doadores, a fim de se garantir sangue suficiente. Nesse sentido, os estudos analisados destacam o papel do enfermeiro na captação de sangue. Esse profissional, possui um papel importante atuando junto às políticas públicas e campanhas de captação sanguíneas mobilizadas pelo governo para conscientizar a população sobre a doação de sangue. (Mendes, 2022; Bezerra, 2022).
Além disso, do ponto de vista assistencial, durante o processo de coleta e transfusão a presença do enfermeiro se torna indispensável para garantir que tudo ocorra de maneira correta e segura. A Resolução do Cofen n°709/2022 reforça que é responsabilidade do enfermeiro que atua na hemoterapia planejar, implementar, coordenar, supervisionar e avaliar os procedimentos com objetivo de garantir padrões de qualidade do sangue. (Cofen n°709/2022).
As transfusões de sangue geralmente são administradas e acompanhadas por enfermeiros, portanto, eles devem ter conhecimento e habilidades sobre as práticas de transfusão, a fim de garantir uma assistência de qualidade e segura. As publicações analisadas destacam a importância da assistência de enfermagem basear-se no cuidado à segurança do paciente, tendo em vista que eventos adversos podem ocorrer no curso do ciclo de sangue, pois embora transfusões possam salvar vidas, elas também apresentam riscos de efeitos adversos, as reações transfusionais que ocorrem em média de 1 a cada 100 transfusões (Encan, 2019; Simin, 2024; Simsek, 2024; Lopes, 2020; Godinho, 2023)
Assim, para garantir o sucesso do processo transfusional, é essencial prevenir e identificar reações adversas rapidamente, apoiando-se na vigilância contínua e em dados científicos. Portanto, o enfermeiro deve estar atento para identificar, prevenir e até mesmo evitar essas reações, monitorando os pacientes antes, durante e após as transfusões. (Encan, 2019; Simin, 2024; Simsek, 2024, Buozi, 2020; Pereira, 2021; Bezerra, 2021; Mendes, 2022)
A Portaria de Consolidação Nº 5 do Ministério da Saúde, em seu Art. 190, reforça a necessidade de monitorar e registrar os sinais vitais do paciente, antes e após a transfusão, com um acompanhamento atento nos primeiros 10 minutos para detectar possíveis reações adversas já no início da terapia transfusional. Esses registros devem incluir detalhes como data, hora, sinais vitais, identificação dos hemocomponentes e do profissional responsável. (Lopes, 2020; Godinho, 2023)
A terapia transfusional garante vários benefícios para o paciente, mas por outro lado ela apresenta vários riscos de reações adversas, que podem até mesmo acarretar óbito. Portanto, a identificação precoce de complicações é vital, sendo essencial que o profissional tenha uma formação contínua que garanta o agir adequado. É muito importante relatar eventos adversos por meio do Notivisa, que é um sistema da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) na qual permite o profissional comunicar problemas relacionados à vigilância sanitária, essa notificação é importante para monitorar e prevenir novas ocorrências. (Bediako, 2021; Lea, 2022; Soares, 2024; Vieira et al., 2022)
No Brasil, a Lei n° 10.205 do Ministério da Saúde, sancionada em 2001, pelo Ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1995 – 2003), regulamenta a captação e proteção de doadores e receptores, destacando a importância da prevenção e tratamento rápido de reações adversas. (Brasil, 2001)
Além disso, é importante destacar que o enfermeiro precisa desenvolver habilidades gerenciais para coordenar de maneira eficaz os cuidados ao paciente em hemoterapia, incluindo a elaboração de escalas, supervisão de atividades e aquisição de materiais necessários. Tais funções devem ser realizadas por profissionais especializados com conhecimento no ciclo do sangue. (Lopes, 2020; Mendes, 2022)
Apesar dos benefícios da hemoterapia, ainda há vários desafios a serem enfrentados, como por exemplo a falta de abordagem deste assunto nos currículos de graduação em enfermagem. A inadequada formação e a falta de conhecimento podem comprometer a segurança e eficácia do processo transfusional. A formação adequada dos enfermeiros durante a graduação é crucial pois este tema é essencial para o profissional que deseja seguir nesta área. Para melhorar esse déficit os estudos pontuam que a equipe de enfermagem precisa estar capacitada e atualizada sempre, por meio de treinamentos e capacitações através da educação continuada em saúde. (Bezerra, 2021; Mendes, 2022; Godinho, 2023; Soares, 2024; Uzun, 2024)
Durante o processo transfusional erros humanos, como identificação errada do receptor e rotulagem incorreta da amostra são comuns, somando-se cerca de 80% das notificações registradas, erros como estes podem ser fatais para os pacientes necessitam desta terapia (Mendes, 2022; Soares, 2024)
Portanto, o enfermeiro deve pautar suas ações na gestão do cuidado, promovendo melhores condições de trabalho e contribuindo para a segurança na transfusão sanguínea. Por estar ao lado do paciente durante todo o processo da hemotransfusão, o enfermeiro atua diretamente, bem como capacitando sua equipe a fim de garantir ao paciente melhor experiência durante a terapia transfusional. Para tal, o profissional enfermeiro deve estar sempre atualizado sobre as diretrizes nacionais e internacionais para gerenciar eventos adversos. (Bediako, 2021; Bezerra, 2022; Simin, 2024)
As publicações analisadas reforçam a necessidade de realizar atualizações contínuas sobre a hemoterapia com intuito de melhorar a prática e garantir a segurança do paciente durante todo o processo transfusional. Destaca-se como recomendação dos estudos, a realização de pesquisas futuras a fim de melhoras a eficácia, garantir a qualidade e aumentar a segurança da terapia transfusional. (Bediako, 2021; Soares, 2024; Simsek, 2024).
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esse estudo evidenciou que o enfermeiro atua em todas as etapas do ciclo do sangue, sendo sua atuação associada a identificação de complicações e reações adversas precocemente, a administração da transfusão em si, a supervisão e gerenciamento de todo processo e das equipes. Sendo assim, torna-se evidente que o enfermeiro é essencial durante essa prática, haja vista que ele está presente em todo o processo transfusional.
A contribuição deste trabalho está vinculada à proposição de uma nova perspectiva dos déficits existentes no que diz respeito à elucidação da atuação do enfermeiro no contexto da hemoterapia. A partir disso, destaca-se a necessidade emergente de treinamentos em saúde dentro dos hospitais e centros de transfusão, bem como a introdução deste conteúdo na grade curricular obrigatória.
Sugere-se que sejam realizadas atualizações contínuas no âmbito da hemoterapia, adoção de diretrizes de transfusão, realização de pesquisas para verificar a existência do conhecimento dos estudantes e profissionais sobre o assunto, conscientização sobre as causas e o impacto do erro e treinamentos dentro dos setores em saúde.
REFERÊNCIAS
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