REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cl10202504091212
Amanda Rochele Ferreira de Sousa1
Ana Karina de Brito Furtado2
Beatriz Hellen Saraiva Ribeiro3
Carlos Antonio da Luz Filho4
Frederik Alexandrino Bacelar5
Joelson da Silva Medeiros6
Gerson Miranda e Silva Filho7
Marcos Vinicius Alves de Sousa8
Orientador: Mestre Joelson da Silva Medeiros9
1. INTRODUÇÃO:
O sistema vestibular periférico é formado pelo labirinto ósseo, contendo o labirinto membranoso, que inclui a cóclea (relacionada à audição) e os três canais semicirculares, além do utrículo e sáculo, que desempenham papel essencial na manutenção do equilíbrio. Estes sensores detectam mudanças na posição da cabeça em relação à gravidade e ao espaço.1
Quando há disfunções, como a vertigem e outros sintomas, o equilíbrio e a coordenação do corpo podem ser afetados, causando oscilações, quedas e alteração da marcha. 2
A Vertigem Posicional Paroxística Benigna (VPPB) é uma das causas mais comuns em adultos, com prevalência de 20 a 30%. Afeta mais as mulheres e é mais frequente em pessoas com mais de 60 anos, especialmente entre 70 e 78 anos. A VPPB ocorre quando pequenos cristais de carbonato de cálcio (otólitos) se deslocam no ouvido interno, afetando o equilíbrio e causando vertigem ao mover a cabeça. Apesar dos sintomas incômodos, a condição é considerada “benigna” e não está associada a problemas mais graves. 3
A VPPB também é uma condição mecânica do sistema vestibular periférico que é caracterizada por episódios recorrentes e de curta duração de vertigem causados por cristais de carbonato de cálcio, que são desalojados do utrículo e se movem para os canais semicirculares (canalitíase); ocasionalmente, os cristais aderem à cúpula e fazem com que ela se torne sensível à gravidade (cupulolitíase). 4
O sintoma cardinal é a vertigem induzida por mudanças rápidas na posição da cabeça, como rolar na cama, deitar, olhar para cima, curvar-se ou mudança repentina na posição da cabeça.4 A cupulolitíase pode ser distinguida da vertigem posicional resultante de distúrbios do sistema nervoso central por suas características clínicas únicas [5].
O canal semicircular posterior é mais frequentemente afetado, e a taxa de recorrência da VPPB em 1 ano é de 20%, podendo chegar a 40-50% em 4 a 5 anos. A duração média dos sintomas episódicos é de cerca de duas semanas. A forma idiopática é a mais comum, com maior prevalência no canal posterior.6,7,8
O diagnóstico e o tratamento da VPPB em idosos são desafiadores, uma vez que a condição pode ser confundida com outros problemas, como doenças cerebrovasculares, problemas cervicais, falta de condições físicas ou efeitos de medicações.9
O teste de diagnóstico clínico envolve a manobra de Dix-Hallpike, que é realizada colocando o paciente na mesa de exame de modo que seus ombros fiquem nivelados na extremidade da maca quando deitado.10 Se o histórico médico do paciente sugere VPPB, a avaliação é iniciada pelo ouvido menos afetado. Em casos em que a lateralidade não é discernível, qualquer ouvido pode ser examinado primeiro. 10
Usando as duas mãos, a cabeça do paciente é segurada em um ângulo de 45° para o lado que está avaliado. Durante todo o procedimento, é necessário instruir o paciente a olhar em um ponto fixo na frente dele.10 Os olhos do paciente devem ser observados para registrar qualquer nistagmo ou outras anormalidades. 10 Informe ao paciente que você moverá sua cabeça e tronco para trás de forma rápida em uma contagem de três, de forma que sua cabeça se mova sobre a extremidade da maca. O paciente deve tentar suprimir piscadas e manter a visão aberta durante o movimento.10
O procedimento envolve girar a cabeça do paciente 45° em direção ao lado afetado (direito ou esquerdo) e posicioná-lo na postura de Dix-Hallpike, com a orelha afetada voltada para o chão. Em seguida, a cabeça é girada 90° para o lado contralateral, mantendo o pescoço estendido em um ângulo de 30°. Após essa etapa, a cabeça deve estar a 45° para o lado contralateral. Por fim, o paciente é gentilmente levantado para a posição sentada após ser rolado sobre o ombro do lado que está sendo avaliado. 11
Em relação à etiologia ainda é desconhecida, sendo classificada em primária (idiopática) e secundária, com a forma primária representando mais de 50% dos casos. A VPPB secundária pode estar associada a traumatismos cranianos, patologias do ouvido interno, otite média crônica, otosclerose, entre outros fatores. A prevalência é maior entre idosos, chegando a cerca de 9% dessa população.12
O tratamento para a VPPB envolve principalmente manobras de reposicionamento de otólitos e reabilitação vestibular (RV). Estudos clínicos indicam que a manobra de Epley tem um impacto positivo na qualidade de vida dos pacientes, melhorando as dimensões física, funcional e emocional, com uma melhoria significativa no equilíbrio corporal após o tratamento.13
A reabilitação vestibular é uma abordagem não invasiva que visa estimular as estruturas do sistema vestibular, promovendo a estabilização do equilíbrio e a redução dos sintomas de tontura. Ela envolve exercícios como o treino de equilíbrio e a habituação aos estímulos vestibulares.14
A pesquisa também destaca a eficácia de outras manobras, como a de Semont e a manobra de Parnes, que demonstraram bons resultados no tratamento da VPPB. O tratamento completo envolve tanto o controle dos sintomas quanto a reabilitação vestibular para melhorar a qualidade de vida dos pacientes, especialmente na população idosa.15
Além disso, a manobra proposta se baseia em técnicas anteriores, como as de Li, Gans, Kim e Zuma, mas com modificações para facilitar a limpeza dos otólitos. Nos casos de VPPB multicanal, o tratamento geralmente segue uma sequência de canal lateral, posterior e anterior, com foco na intensidade dos sintomas.16
O objetivo geral desta pesquisa é identificar a atuação da fisioterapia na Vertigem posicional paroxística benigna – (VPPB), além de traçar um perfil epidemiológico dos pacientes com diagnóstico; citar as principais formas de tratamento utilizadas; identificar as principais técnicas e recursos da fisioterapia no tratamento e controle da VPPB. Para localização dos estudos relevantes que respondam à pergunta de pesquisa: “Como a fisioterapia atua no tratamento de pacientes com diagnóstico de vertigem posicional paroxística benigna-VPPB”.
A pesquisa traz o uso da fisioterapia, como parte da saúde, abordando integralmente o movimento humano, considerando funções motoras, psicológicas e orgânicas, com o objetivo de reabilitar, prevenir e promover a saúde, essencialmente para a recuperação de lesões e manutenção de uma vida ativa e saudável principalmente na terceira idade.
2. MÉTODO
Este estudo tratou-se de uma revisão bibliográfica literária com abordagem qualitativa, onde realizou-se uma pesquisa de artigos relevantes nos bancos de dados digitais: Biblioteca virtual em saúde – BVS (http://www.bireme.com.br), google academic, Pedro, Scientic Eletronic Library Online – Scielo, United States National Library of Medicine – PubMed.
A fim de sintetizar e analisar o conteúdo já produzido a respeito do tema: Atuação da fisioterapia no tratamento de pacientes com diagnóstico de vertigem posicional paroxística benigna – (VPPB).
De acordo com Mendes et. al., (2018). O método envolveu a sistematização e publicação dos resultados de uma pesquisa bibliográfica em saúde para que pudessem ser úteis na assistência à saúde tendo como objetivo principal a integração entre pesquisa científica e a prática no âmbito da atuação profissional.
Esta produção técnica científica foi realizada entre os meses de agosto a outubro de 2024, e organizou-se estruturalmente em três etapas: inicialmente com a identificação do tema e do problema da investigação, além da definição da estratégia de busca, dos descritores e das bases de dados.
Na segunda etapa estabeleceu-se os critérios de inclusão e exclusão e a busca dos estudos baseados nos critérios definidos. Como critério de inclusão foi adotado artigos do período de 2014 a 2024, nos idiomas português e inglês, textos completos, originais e gratuitos, além de artigos disponíveis para acesso eletrônico, a opção por esse recorte temporal deu-se devido à sua fácil e rápida propagação.
Como critérios de exclusão foram utilizados artigos defasados superiores a 10 anos de publicação, artigos não gratuitos, revisão sistemática com metanálise, teses e dissertações. Dessa forma circundou a atividade do processo de busca, identificação, agrupamento de estudos, estruturação e arguição.
Estabeleceu-se de acordo com os estudos pré selecionados, descritores ou palavras chaves e títulos das publicações: Vertigem posicional paroxística benigna – VPPB, Fisioterapia, tratamento, reabilitação, controle, epidemiologia e idosos.
E por fim, na terceira e última etapa com os estudos previamente selecionados de 10 artigos, fez-se a categorização e análise das informações de forma minuciosa e interpretação dos resultados obtidos, apresentação da síntese dos conhecimentos adquiridos que compuseram o documento detalhado da revisão.
3. RESULTADOS
Autor/Ano | Título | Objetivos | Resultados | Conclusão | |
1 | Gonzaga Barreto R. et al (2018) | Universal Repositioning Maneuver: A New Treatment for Single Canal and Multi-Canal Benign Paroxysmal Positional Vertigo by 3Dimensional Model Analysis | O objetivo deste estudo é propor uma única manobra com potencial para tratar a vertigem posicional paroxística benigna do tipo canalolitíase de qualquer canal individual, ou mesmo de múltiplos canais do mesmo lado, com base em um modelo tridimensional. | Por meio do vetor gravitacional, a posição esperada dos otólitos foi demonstrada ao mover o modelo por uma única sequência de posições da cabeça, promovendo com sucesso a migração dos otólitos dos três canais semicirculares para a cavidade utricular, individualmente ou em conjunto. | A análise com o modelo tridimensional prevê a eficácia da Manobra de Reposicionamento Universal para a resolução de cada canalolitíase posicional paroxística benigna de canal único ou de múltiplos canais, tornando o tratamento muito mais simples. |
2 | Carnevale C. et al (2019) | Identification of Factors Related to Cases of Benign Paroxysmal Positional Vertigo Refractory to Canalicular Repositioning Maneuvers and Evaluation of the Need for Magnetic Resonance Imaging in their Management: Retrospective Analysis of a Series of 176 Cases | O objetivo do presente trabalho é analisar os fatores associados ao risco aumentado de VPPB refratária e a importância da ressonância magnética nuclear no estudo desses pacientes. | Foram encontrados 11 casos refratários ao tratamento; todos eles foram submetidos à ressonância magnética (RM) com gadolínio de acordo com nosso protocolo. Destes, quatro tinham antecedentes ou patologia otoneurológica, e outros dois pacientes apresentaram envolvimento multicanal. A diferença entre os dois grupos foi estatisticamente significativa (p < 0,05). | O histórico otoneurológico e o envolvimento multicanal foram associados a um maior risco de VPPB refratária. Quando se trata de uma VPPB com sintomatologia persistente/nistagmo ou com recidiva precoce após uma melhora inicial, outras entidades que entram no diagnóstico diferencial devem sempre ser consideradas. Consideramos essencial a realização de uma RNM com gadolínio para descartar casos de VPPB que tenham uma causa central. |
3 | Eliana Teixeira Maranhão; Péricles Maranhão-Filho (2015) | Horizontal canal benign paroxysmal positional | O objetivo deste artigo é destacar as características clínicas, o | O tratamento consistiu na manobra de Gufoni em dezoito | Pacientes com cupulolitíase foram solicitados a dormir em uma posição |
vertigo: diagnosis and treatment of 37 patients | diagnóstico e o tratamento em 37 pacientes com VPPB de canal horizontal; vinte e seis com nistagmo geotrópico e onze com a forma apogeotrópica. O tratamento consistiu na manobra de Gufoni em dezoito pacientes (48,6%), a manobra de churrasco 360° em doze pacientes (32,4%), ambas as manobras em quatro pacientes (10,8%), ambas as manobras mais balançar a cabeça em um paciente (2,7%) e a manobra de Gufoni mais balançar a cabeça em dois pacientes. | pacientes (48,6%), a manobra de churrasco 360° em doze pacientes (32,4%), ambas as manobras em quatro pacientes (10,8%), ambas as manobras mais balançar a cabeça em um paciente (2,7%) e a manobra de Gufoni mais balançar a cabeça em dois pacientes. | forçada prolongada. Obtivemos uma resolução completa da vertigem e do nistagmo em 30 pacientes (81,0%) na visita inicial. | ||
4 | Bhattacharyya N. ; MD. et al (2016) | Clinical Practice Guideline: Benign Paroxysmal Positional Vertigo (Update) | Os objetivos principais desta diretriz são melhorar a qualidade do atendimento e os resultados para VPPB, melhorando o diagnóstico preciso e eficiente de VPPB, reduzindo o uso inapropriado de medicamentos supressores vestibulares, diminuindo o uso inapropriado de testes auxiliares, como imagens radiográficas, e aumentando o uso de manobras de reposicionamento terapêutico apropriadas. | Os resultados indicaram benefício do uso de restrições posturais, o que proporcionou uma melhora estatisticamente significativa no resultado quando os dados agrupados foram considerados. Ainda assim, os autores notaram um pequeno tamanho de efeito e declararam que o efeito estatisticamente significativo destaca apenas uma pequena melhora na eficácia do tratamento. | Conclusão de que o nistagmo posicional paroxístico induzido pela manobra de Dix-Hallpike confirma o diagnóstico de VPPB e é o teste padrão-ouro para diagnóstico. O painel enfatizou que uma história de vertigem posicional por si só não é adequada para fazer o diagnóstico de VPPB de canal posterior. |
5 | Ping L., et al (2022) | Diagnosis and treatment of the short-arm type posterior semicircular canal BPPV. | Diagnosticar a VPPB do canal semicircular posterior do tipo braço curto e tratá-la com manobra de arco e guinada. | Aproximadamente 40% dos casos foram curados pela manobra de arco e guinada, apresentando resultados negativos em manobras repetidas de DixHallpike, e foram diagnosticados com litíase de braço curto. | A VPPB de canal semicircular posterior do tipo braço curto pode ser diagnosticada e tratada de maneira conveniente e confortável. |
6 | Dan Dupont Hougaard; Kirsten Duch e Mathias Winther Bech (2023) | Treatment of posterior Benign Paroxysmal Positional Vertigo is efficient and safe with a new Mechanical Rotational Chair | O objetivo principal deste estudo foi avaliar a eficiência de um MRC relativamente novo no tratamento da VPPB posterior com pacientes encaminhados diretamente por clínicos gerais (GPs) | O tratamento da VPPB com este MRC é muito eficiente, com taxas de sucesso de até 97,1%. O número de tratamentos necessários para atingir a resolução completa tanto dos achados objetivos quanto dos sintomas subjetivos foi de 1,5. Quase 47% dos pacientes apresentaram resolução completa das medidas subjetivas e objetivas após um (primeiro) tratamento. Todas as pontuações do Dizziness Handicap Inventory diminuíram significativamente após o tratamento. | O tratamento da VPPB posterior, com o MRC usado neste estudo, foi muito eficiente tanto com o Semont, o Epley e a manobra de cambalhota para trás de 360 graus. Com base nas descobertas deste estudo, este MRC relativamente novo parece eficaz e seguro para uso. |
7 | ALMEIDA, Lucas Barbosa e MARTINS, Patrícia Passos (2022) | REABILITAÇÃO VESTIBULAR NO PACIENTE COM VERTIGEM POSICIONAL PAROXÍSTICA BENIGNA: REVISÃO INTEGRATIVA | O objetivo do presente estudo é apresentar através de uma revisão integrativa os efeitos da reabilitação vestibular no paciente com vertigem posicional paroxística benigna. | Porém, após 12 meses do tratamento os resultados mostraram alterações do equilíbrio corporal semelhantes ao momento pré- tratamento. | A redução manual combinada com exercícios de reabilitação vestibular pode melhorar significativamente o efeito terapêutico da VPPB, melhorar os sintomas residuais de tontura e reduzir a taxa de recorrência, enquanto melhora a função de equilíbrio e a qualidade de vida dos pacientes. |
8 | Jonathan A. Edlow e | Benign | A aplicação | Neste artigo, focamos na forma | Pacientes com |
Kevin Kerber (2022) | paroxysmal positional vertigo: A practical approach for emergency physicians | dessas práticas melhoraria importantes resultados centrados no paciente vem como redução de sintomas, exposição à radiação, efeitos colaterais de medicamentos, como a meclizina, nenhuma das quais é recomendada pelas diretrizes atuais. | mais comum de VPPB, a correta, cuja gestão resultará em cuidados mais eficientes, melhoria, resultados centrados no paciente e maior satisfação do clínico. | diagnóstico confiável de VPPB podem receber alta com acompanhamento ambulatorial, idealmente após tratamento com CRM. Sua marcha deve ser testada e estável o suficiente para alta segura. O momento do acompanhamento ambulatorial depende se sua VPPB foi tratada com sucesso ou não e do grau de confiança no diagnóstico. | |
9 | 2 Om C. Wadhokar, 1, Payal Shelar et al (2024) | The Impact of Physical Therapy in Individuals With Benign Paroxysmal Positional Vertigo: A Case Report. | A fisioterapia do pescoço incluiu massagem quente, alongamento manual passivo, exercícios de estabilização cervical, Protocolo de exercícios Levantador da escápula, trapézio passivo alongamento manual Para reduzir a dor Para liberar o espasmo do trapézio e do levantador da escápula e Fomentação | O paciente foi orientado a realizar movimentos Ela seguiu esse conselho e passou por quatro sessões de fisioterapia. A perspectiva da paciente “Fiz sessões de fisioterapia por quatro dias, o que me ajudou a aliviar minha dor no pescoço e reduzir minha vertigem até certo ponto. Além disso, houve uma redução na dor no pescoço para 2/10 de intensidade, o que melhorou ainda mais a amplitude de movimento cervical ativa e a sensação final foi firme para toda a amplitude de movimento cervical. | Concluímos que indivíduos que sofrem de VPPB, juntamente com dor no pescoço, se beneficiam da aplicação de CRM, que ajuda a reduzir a frequência e a duração da VPPB. Além disso, a aplicação de eletroterapia ajudou indivíduos a reduzir a dor e melhorar o bem estar geral daqueles que sofrem de VPPB. |
quente Para reposicionar o carbonato de cálcio (canalitos) Duração e frequência tensão muscular Cristais Manobra de Epley 10 minutos duas vezes ao dia durante 5 dias 4 eletrodos em um padrão linear para 10 Liberação miofascial e terapia interferencial. A liberação miofascial foi realizada para aliviar o espasmo muscular | |||||
10 | Mukadder Korkmaz*, Hakan Korkmaz (2015) | Cases requiring increased number of repositioning maneuvers in benign paroxysmal positional vertigo. | O objetivo deste estudo foi investigar os fatores associados a pacientes com VPPB que precisam de vários procedimentos de reposicionamento para o tratamento. | Idade, sexo, tipo de canal e a duração dos sintomas não tiveram impacto sobre o número de manobras. A comorbidade mais comum foi problemas de coluna. Hipertensão foi a única comorbidade significantemente associada ao aumento do número de manobras. | A presença de hipertensão é um fator de risco para necessidade de manobras repetidas no tratamento da VPPB. Os médicos devem estar cientes do aumento da probabilidade de manobras de reposicionamento repetidas nesse grupo de pacientes. O papel das comorbidades e dos fatores vasculares precisa ser mais bem esclarecido no |
curso da VPPB. |
4. DISCUSSÃO
As intervenções fisioterapêuticas apresentadas pelos estudos dos autores, manifestam efeitos benéficos para o tratamento dos pacientes idosos com diagnóstico de vertigem posicional paroxística benigna – VPPB e consequentemente melhorar a qualidade de vida através de manobras e recursos.
Segundo Gonzaga Barreto R. et al. (2023) A análise tridimensional avalia a eficácia da Manobra de Reposicionamento Universal no tratamento da canalolitíase posicional paroxística benigna, seja de canal único ou múltiplos canais. Esse modelo facilita e simplifica o tratamento, tornando-o mais eficaz. 16
O estudo demonstrou que, por meio do vetor gravitacional, a posição esperada dos otólitos pode ser determinada ao mover o modelo em uma sequência única de posições da cabeça. Isso resultou na migração bem-sucedida dos otólitos dos três canais semicirculares para a cavidade utricular, de forma individual ou conjunta.16
Corroborando com os achados do estudo apontado anteriormente, o mesmo autor supracitado utilizou como comprovação da eficácia, o seguinte mecanismo de avaliação: O BPPV Viewer (BPPVViewer.com), um modelo biomecânico tridimensional (3D) do sistema labiríntico humano projetado para o estudo da VPPB, a Manobra de Reposicionamento Universal no tratamento da VPPB-canalolitíase de 1 dos 3 canais semicirculares de um determinado lado, ou mesmo VPPB multicanal afetando simultaneamente um lado.
De acordo com Dan Dupont Hougaard; Kirsten Duch e Mathias Winther Bech. (2023) o tratamento da VPPB posterior, com o MRC usado neste estudo, foi muito eficiente tanto com o Semont, o Epley e a manobra de cambalhota para trás de 360 graus. Com base nas descobertas deste estudo, este MRC relativamente novo parece eficaz e seguro para uso. (MRC) demonstrou ser extremamente eficaz, alcançando taxas de sucesso de até 97,1%. O número médio de tratamentos necessários para alcançar a resolução completa tanto dos objetivos quanto dos sintomas subjetivos foi de apenas 1,5. Mais de 47% dos pacientes apresentaram uma resolução completa dos sintomas após o primeiro tratamento.17
A combinação de redução manual com exercícios de reabilitação vestibular pode melhorar significativamente o tratamento da VPPB, aliviando os sintomas de tontura, diminuindo a taxa de recorrência e promovendo melhor equilíbrio e qualidade de vida para os pacientes, porém, após 12 meses do tratamento os resultados mostraram alterações do equilíbrio corporal semelhantes ao momento pré-tratamento.18
Sobre as manobras de reposicionamento, Pereira et al. (2010) avaliaram a eficácia da manobra de Epley no tratamento de VPPB através da análise dos prontuários dos pacientes, analisando as variáveis: idade, sexo, tempo de tratamento, número de manobras, manobra uni ou bidirecional e escores (antes e após o tratamento) físico, funcional, emocional e total do DHI, concluindo que, a manobra de Epley teve impacto positivo na qualidade de vida, seja nas dimensões física, funcional e emocional, observando-se diferença estatisticamente significante nos escores do DHI dos pacientes com VPPB antes e depois do reposicionamento.19
No que diz respeito ao diagnóstico e tratamento da VPPB semicircular posterior tipo braço canal curto Ping L. et al. 2020 trás que esta pode ser diagnosticada e tratada de maneira conveniente e confortável. Aproximadamente 40% dos casos avaliados foram curados com a manobra de arco e guinada, mostrando resultados negativos em manobras repetidas de Dix-Hallpike, sendo diagnosticados com litíase de braço curto.20
Bhattacharyya N.; MD. et al (2017); Destaca que o nistagmo posicional paroxístico induzido pela manobra de Dix-Hallpike é considerado o teste padrão-ouro para o diagnóstico da VPPB (Vertigo Posicional Paroxístico Benigno). O painel reforçou que apenas uma história de vertigem posicional não é suficiente para confirmar o diagnóstico de VPPB no canal posterior, sendo necessária a realização do teste para um diagnóstico preciso.21
No entanto, na prática clínica, há uma necessidade prática de equilibrar a inclusividade do diagnóstico com a precisão do diagnóstico. Dado que a maioria dos ensaios de tratamento e revisões sistemáticas de VPPB exigem tanto um histórico de sintomas de vertigem posicional episódica quanto um teste de Dix-Hallpike positivo, o histórico por si só é insuficiente para fornecer um diagnóstico preciso de VPPB. Bhattacharyya N.; MD. et al (2017). 21
Eliana Teixeira Maranhão; Péricles Maranhão-Filho(2015); Em um estudo sobre pacientes com cupulolitíase, foi solicitado que dormissem em uma posição forçada por um período prolongado. Como resultado, 81% dos pacientes (30 pacientes) apresentaram resolução completa da vertigem e do nistagmo na visita inicial.22
Ainda sobre o tratamento envolvendo diferentes manobras em pacientes: a autora mencionado anteriormente apresentou o estudo do uso da manobra de Gufoni realizada em 18 pacientes (48,6%), a manobra de churrasco 360° em 12 pacientes (32,4%), ambas as manobras em 4 pacientes (10,8%), ambas as manobras com balançar a cabeça em 1 paciente (2,7%), e a manobra de Gufoni com balançar a cabeça em 2 pacientes.
Segundo Carnevale C. et al.(2019); o histórico otoneurológico e o envolvimento multicanal foram associados a um maior risco de VPPB refratária. Quando se trata de uma VPPB com sintomatologia persistente/nistagmo ou com recidiva precoce após uma melhora inicial, outras entidades que entram no diagnóstico diferencial devem sempre ser consideradas.23
O autor considerou essencial a realização de uma RNM com gadolínio para descartar casos de VPPB que tenham uma causa central. Foram encontrados 11 casos refratários ao tratamento; todos eles foram submetidos à ressonância magnética (RM) com gadolínio de acordo com nosso protocolo. Destes, quatro tinham antecedentes ou patologia otoneurológica, e outros dois pacientes apresentaram envolvimento multicanal. A diferença entre os dois grupos foi estatisticamente significativa (p <0,05).23
Jonathan A. Edlow e Kevin Kerber (2022); Pacientes com diagnóstico confiável de VPPB podem ser liberados com acompanhamento ambulatorial, preferencialmente após tratamento com CRM. A marcha deve ser testada e estável para garantir uma alta segura. O momento do acompanhamento depende do sucesso do tratamento e da confiança no diagnóstico.24
De acordo com o autor a aplicação dessas práticas melhoraria importantes resultados centrados no paciente bem como redução de sintomas, exposição à radiação, efeitos colaterais de medicamentos, como a meclizina, nenhuma das quais é recomendada pelas diretrizes atuais; 24
Concluímos que pessoas com VPPB e dor no pescoço se beneficiam da CRM, que diminui a frequência e a duração da VPPB. Além disso, a eletroterapia ajudou a reduzir a dor e a melhorar o bem-estar geral.25
Mukadder Korkmaz*, Hakan Korkmaz(2015); Todavia a hipertensão é um fator de risco para a necessidade de manobras repetidas no tratamento da VPPB (Vertigem Posicional Paroxística Benigna). Médicos devem estar cientes de que pacientes hipertensos têm maior probabilidade de precisar dessas manobras mais vezes. Além disso, o papel das comorbidades e dos fatores vasculares no desenvolvimento da VPPB ainda precisa ser melhor compreendido. 26
Idade, sexo, tipo de canal e a duração dos sintomas não tiveram impacto sobre o número de manobras. A comorbidade mais comum foi problemas de coluna. Hipertensão foi a única comorbidade significantemente associada ao aumento do número de manobras. 26
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com base nos resultados encontrados, foi possível identificar a eficácia de algumas manobras de reposicionamento e inúmeras técnicas e recursos da fisioterapia no tratamento do tema norteador.
Entre os principais achados para tratamento, destacam-se a eficácia da Manobra de Reposicionamento Universal, o uso de cadeira giratória gravitacional, a manobra de Epley e Gufoni, no tocante a avaliação para auxiliar no diagnóstico, o estudo sobre a manobra de Dix-Hillpike, se mostrou bastante robusto.
Ademais, os achados desta pesquisa são úteis para contribuir fortemente para o tratamento e melhoria na qualidade de vida diária de indivíduos que apresentam a vertigem posicional paroxistica benigna – VPPB.
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
- Guyton, A. C.; Hall J. E. Tratado de fisiologia médica. 13. ed. [S.L.]: Editora Elsevier, 2017.
- Polensek SH, Sterk CE, Tusa RJ. Triagem para distúrbios vestibulares: um estudo sobre a conformidade dos clínicos com as práticas recomendadas. Med Sci Monit. 2008;14(5):CR238-CR242.
- Brevern MV, Radtke A, Lezius F, FeldmannM, Ziese T, Lempert T. Epidemiology of Benignparoxysmal positional vertigo: a population based study. J Neurol Neurosurg Psychiatry.2007;78:710-5
- Power L, Murray K, Szmulewicz DJ: Características da avaliação e tratamento da paroxística benigna vertigem posicional (VPPB). J Vestib Res. 2020, 30:55-62. 10.3233/VES-190687
- McKenzie W: The fenestration operation: some difficulties . J Laryngol Otol. 1951, 65:756-72. 10.1017/s0022215100010744
- Lee SH, Kim JS. Vertigem posicional paroxística benigna. J Clin Neurol. 2010;6(2):51-63. http://dx.doi.org/10.3988/jcn.2010.6.2.51
- Baloh RW, Honrubia V. Neurofisiologia clínica do sistema vestibular. 3ª ed. Oxford: Oxford University Press; 2001.
- Kim SH, Jo SW, Chung WK, Byeon HK, Lee WS. Uma manobra de reposicionamento de cupulólito no tratamento da cupulolitíase do canal horizontal. Auris Nasus Larynx. 2012;39(2):163-8. http://dx.doi.org/ 10.1016/j.anl.2011.03.008
- kinne, B.; leafman, J. Eficácia da manobra de reposicionamento de partículas de Parnes para vertigem posicional paroxística benigna do canal posterior. The Journal of Laryngology & Otology, [S.L.], v. 129, n. 12, p. 1188-1193. 2015.
- Lynn S, Pool A, Rose D, Brey R, Suman V: Randomized trial of the canalith repositioning procedure . Otolaryngol Head Neck Surg. 1995, 113:712-20. 10.1016/S0194-59989570010-2 Silva, G. A. da. et al. Applicability of the Dix-Hallpike test on benign paroxysmal positional vertigo: literature review. J. Health Biol Sci. [S.L.], v. 7, n. 3, p. 298-304. 2019.
- Physical rehabilitation. (2024). Accessed: March 27, 2024: https://fadavispt.mhmedical.com/content.aspxEvren, C. et al. Diagnostic value of repeated Dix-Hallpike and roll maneuvers in benign paroxysmal positional vertigo. Brazilian Journal Of Otorhinolaryngology, [S.L.], v. 83, n. 3, p. 243-248, maio 2017. Disponível em: https://www.scielo.br/j/bjorl/a/WNcN9tfY3sydy9hcJ7DKXrG/?lang=en. Acesso em: 3 out. 2021.
- Silva, G. A. da. et al. ApplicabilityoftheDixHallpiketestonbenignparoxysmalpositionalvertigo: literature review. J. Health BiolSci. [S.L.], v. 7, n. 3, p. 298-304. 2019.
- kinne, B.; leafman, J. Eficácia da manobra de reposicionamento de partículas de Parnes para vertigem posicional paroxística benigna do canal posterior. The JournalofLaryngology&Otology, [S.L.], v. 129, n. 12, p. 1188-1193. 2015.
- Melo Neto, J. S. et al. Reabilitação Vestibular em portadores de Vertigem Posicional Paroxística Benigna. Revista Cefac, [S.L.], v. 15, n. 3, p. 510-520, 19 jul. 2012. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rcefac/a/8XQ4g96DyCVMqtq4NxdWdJk/?lang=pt. Acesso em: 3 out. 2021.
- Evren, C. et al. DiagnosticvalueofrepeatedDix-Hallpikeandrollmaneuvers in benignparoxysmalpositionalvertigo. BrazilianJournalOfOtorhinolaryngology, [S.L.], v. 83, n. 3, p. 243-248, maio 2017. Disponível em: https://www.scielo.br/j/bjorl/a/WNcN9tfY3sydy9hcJ7DKXrG/?lang=en. Acesso em: 3 out. 2021.
- Gonzaga Barreto R, Andrés Yacovino D, Cherchi M, Juliano Teixeira L, Nardy Nader S, Freitas Leão G. Manobra de reposicionamento universal: um novo tratamento para vertigem posicional paroxística benigna de canal único e multicanal por tridimensional análise de modelo. J Int Adv Otol. 2023;19(3):242-247.
- Hougaard DD, Duch K and Bech MW (2023)Treatment of posterior Benign ParoxysmalPositional Vertigo is efficient and safe with a new Mechanical Rotational Chair.Front. Neurol. 14:1239959. doi: 10.3389/fneur.2023.1239959
- ALMEIDA, L. B.; MARTINS, P. P. Reabilitação vestibular no paciente com vertigem posicional paroxística benigna: revisão integrativa. Revista Interdisciplinar do Pensamento Científico, Itaperuna, v. 07, n. I, p. 1-17. 2022. DOI: 10.20951/24466778/v7n1a7.
- PEREIRA, A. B. et al. Efeito da manobra de Epley na qualidade de vida dos pacientes com vertigem posicional paroxística benigna. Brazilian Journal Of Otorhinolaryngology, [S.L.], v. 76, n. 6, p. 704-708, dez. 2010. Disponível em: https://www.scielo.br/j/bjorl/a/vHqsPXXThCC9TBHnnzW75Tv/?lang=pt. Acesso em: 3 out. 2021.
- Ping L., et al. 2022, Diagnosis and treatment of the short-arm type posterior semicircular canal BPPV, Associac¸˜ao Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cervico-Facial. Published by Elsevier Editora Ltda. This is an open access article under the CC BY license (http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/).
- Neil Bhattacharyya, MD1, Samuel P. Gubbels, MD2 Et. al, Clinical Practice Guideline: Benign Paroxysmal Positional Vertigo (Update) American Academy of Otolaryngology— Head and Neck Surgery Foundation (AAO-HNSF)
- Eliana Teixeira Maranhão; Péricles Maranhão-Filho, Horizontal canal benign paroxysmal positional vertigo: diagnosis and treatment of 37 patients, American Physical Therapy Association for Vestibular Rehabilitation, Alexandria VA, USA 30 de Janeiro de 2015 E-mail: limaranhao@gmail.com.
- Segundo Carnevale C. et al.(2019); Identification of Factors Related to Cases of Benign Paroxysmal Positional Vertigo Refractory to Canalicular Repositioning Maneuvers and Evaluation of the Need for Magnetic Resonance Imaging in their Management: Retrospective Analysis of a Series of 176 Cases, Departamento de Otorrinolaringologia, Hospital Universitário Son Espases, Palma de Maiorca Maiorca, Ilhas Baleares, Espanha Int Arch Otorhinolaryngol 2019;23:196–202 DOI https://doi.org/ 10.1055/s-0038-1670693.ISSN 1809-9777. 26 de outubro de 2018.
- Edlow JA, Kerber K. Benign médicos de emergência. Acad Emerg Med. 2023;30:579-588. 15532712, 2023, 5, Baixado de https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/acem.14558 por CAPES, Wiley Online Library em [03/11/2024]. Veja os Termos e Condições (https://onlinelibrary.wiley.com/terms-and-conditions) na Wiley Online Library para regras de uso; artigos OA são regidos pela Licença Creative Commons aplicável 588 |ÿÿ doi: 10.1111/acem.14558
- Wadhokar O C, Shelar P, Kulkarni C A (June 14, 2024) The Impact of Physical Therapy in Individuals With Benign Paroxysmal Positional Vertigo: A Case Report. Cureus 16(6): e62353. DOI 10.7759/cureus.62353
- Korkmaz M, Korkmaz H. Cases requiring increased number of repositioning maneuvers in benign paroxysmal positional vertigo. Braz J Otorhinolaryngol. 2016;82:452-7