ATUAÇÃO DA FISIOTERAPIA NA PREVENÇÃO EM DEFORMIDADES EM PÉ EQUINO NOS PACIENTES  ACOMETIDOS POR DISTROFIA MUSCULAR DE DUCHENNE. 

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cs10202411141346


Beatriz Serdeira Silvestre
Maria Luiza Ferreira Santos
Qendra Gabriele dos Santos Ribeiro
Thayna Lima Fernandes
Orientador (a): Professor Mestre Leandro Teodoro da Silva


Resumo 

A Distrofia Muscular de Duchenne (DMD) foi inicialmente descrita pelo Dr. Charles Bell  em 1830 e mais detalhadamente por Dr. Meryon em 1851. A condição, nomeada a partir  do termo grego “dys-trophen” (má nutrição), foi caracterizada como uma doença genética hereditária que afeta predominantemente homens, levando a fraqueza muscular  progressiva e eventual morte. Dr. Guillaume Duchenne, em 1868, ampliou a descrição da  doença, destacando a perda progressiva de movimentos e a hipertrofia muscular falsa. No  Brasil, os estudos avançaram a partir de 1989 com a pesquisa de Maria Rita Passos Bueno  sobre a distrofina. 

A DMD é uma das maiores patologias genéticas humanas, causada por mutações no gene  da distrofina localizado no cromossomo X. A falta dessa proteína essencial resulta em  deterioração progressiva das fibras musculares devido ao aumento do cálcio intracelular e à degradação das proteínas musculares. A condição é diagnosticada através de biópsia  muscular, eletromiografia, e testes de creatinofosfoquinase (CPK). 

Clinicamente, a DMD se manifesta com atraso motor, fraqueza muscular, e pode levar a  deformidades como o pé equino, caracterizado por flexão plantar e elevação do calcanhar,  o que deixa o pé semelhante ao de um cavalo. O controle da DMD inclui tratamento  farmacológico e tratamentos fisioterapêuticos, como cinesioterapia e fisioterapia  aquática. A utilização de órteses é fundamental para prevenir deformidades e melhorar a  funcionalidade. Além disso, a reabilitação contínua e o acompanhamento de uma equipe  multidisciplinar são essenciais para manter a qualidade de vida e retardar a progressão da  doença. 

Palavras Chaves: Distrofia Muscular de Duchenne, Pé equino, Deformidade,  Cromossomo X, Fisioterapia, Avaliação neurológica, Dr. Guillaume Duchenne. 

Abstract  

Duchenne Muscular Dystrophy (DMD) was first described by Dr. Charles Bell in 1830  and in more detail by Dr. Meryon in 1851. The condition, named after the Greek term  “dys-trophen” (malnutrition), was characterized as an inherited genetic disease that  predominantly affects men, leading to progressive muscle weakness and eventual death.  In 1868, Dr. Guillaume Duchenne expanded the description of the disease, highlighting  the progressive loss of movement and false muscle hypertrophy. In Brazil, studies  advanced in 1989 with Maria Rita Passos Bueno’s research on dystrophin. 

DMD is one of the most serious human genetic pathologies, caused by mutations in the  dystrophin gene located on the X chromosome. The lack of this essential protein results  in progressive deterioration of muscle fibers due to increased intracellular calcium and  degradation of muscle proteins. The condition is diagnosed through muscle biopsy,  electromyography, and creatine phosphokinase (CPK) tests. 

Clinically, DMD manifests itself with motor delay, muscle weakness, and can lead to  deformities such as equinus foot, characterized by plantar flexion and elevation of the  heel, which makes the foot like that of a horse. Control of DMD includes pharmacological  treatment and physiotherapeutic treatments, such as kinesiotherapy and aquatic  physiotherapy. The use of orthoses is essential to prevent deformities and improve  functionality. In addition, continuous rehabilitation and monitoring by a multidisciplinary  team are essential to maintain quality of life and slow the progression of the disease. 

Keywords: Duchenne Muscular Dystrophy, Equinus foot, Deformity, X  chromosome, Physiotherapy, Neurological evaluation, Dr. Guillaume Duchenne.

1. Introdução  

1.1 Histórico da Distrofia muscular de Duchenne.  

A Distrofia Muscular de Duchenne (DMD) foi descrita pela primeira vez pelo Dr. Charles  Bell em 1830, em seu livro “Case of Partial Paralysis of the Lower Extremities”, o nome  veio de dys-trophen, que em grego significa “má nutrição”. Já a descrição mais completa  foi feita pela primeira vez pelo Dr. Meryon (1807- 1880) como uma doença que causa  fraqueza muscular levando a morte na maioridade (MERYON et al., 1851). Foi observado  que a DMD era de caráter hereditário, onde pessoas da mesma família eram afetadas, em  sua maioria dos indivíduos do sexo masculino, com essas observações ele concluiu que  era uma doença do tecido muscular. Em 1868 outro estudioso do assunto trouxe novas  ideias sobre essa patologia, seu nome é Dr. Guillaume Benjamin Amand Duchenne,  neurologista francês que nasceu no dia 17 de setembro de 1806, onde descreve a DMD  como sendo perda progressiva dos movimentos, afetando inicialmente nos membros  inferiores e posteriormente nos superiores com pseudo hipertrofia progressiva dos  músculos afetados e aumento significativo do tecido conjuntivo e do tecido adiposo. (Moraes et al, 2011) 

No Brasil os estudos referentes a DMD teve início por volta dos anos 1989, onde as  investigações sobre o DNA, especificamente sobre a distrofina foram realizadas por  Maria Rita Passos Bueno, que na época estava fazendo o seu pós-doutorado em Oxford.  Ela trouxe de volta o conhecimento para trabalhar com o genoma humano, tornando-se a  pioneira nesse tipo de análise no país. (Chinelli, 2015). 

1.2 Fisiopatologia 

A DMD é a maior patologia genética descrito em humanos, com aproximadamente 2,4  milhões de pares de bases, o que corresponde a aproximadamente 0,1% do genoma  humano ou 1,5% do total do cromossomo X, gene que se localiza no braço curto do  cromossomo X, na região Xp21. Trata-se de uma doença vertical, e a sua incidência é de  1 em 3.500 nascidos vivos, os indivíduos do sexo masculino são os mais acometidos que  do sexo feminino que geralmente não desenvolvem quadro clínico. A miopatia se caracteriza por ser um grupo de patologias de origem muscular que atinge os músculos.  Entre diversas miopatias, a de Duchenne se define por ser uma distrofia muscular,  hereditária e progressiva. (Worton et.al, 2001). 

Essa anomalia ocorre por meio genético quando há alterações no cromossomo X que sofre  com a mutação por meio do DNA, o sexo feminino possui dois cromossomos sendo XX,  enquanto o masculino possui apenas um cromossomo sendo XY, isso faz com que a  incidência de homens atingidos pela condição seja unanime já que para uma mulher ter a  síndrome seria necessário que os dois cromossomos X tivessem a mutação. 

O gene atípico pode ser encontrado no braço curto do cromossomo X, lócus Xp21, sub  banda Xp 212. Ele é o encarregado por fazer a produção da proteína cito esquelética distrofina, que pode ser encontrada no sarcolema das fibras musculares I-IIB, a distrofina  é responsável por revestir o músculo durante a contração das fibras musculares, fazendo  a conexão entre a actina do aparelho contrátil com a camada do tecido conjuntivo que  envolve as fibras musculares, estabilizando assim as mesmas enquanto ocorrem as  contrações, a ausência dessa proteína ou alteração da mesma ocasiona mutações  impedindo a execução correta de suas funções, pois as fibras musculares são facilmente  deterioradas enquanto ocorre a contração, causando perda de função e lesões que ocorrem  de forma gradativa, e embora o músculo possa ser funcional sem a proteína, ele não pode  suportar a contração por um longo período de tempo; Entretanto, a homeostase do cálcio  nas células musculares é essencial para a regulação de sinalização fisiológicas. Organelas,  proteínas transportadoras, canais iônicos e substâncias no citosol controlam o cálcio,  regulando seu influxo, armazenando e liberando-o na célula. Isso é crucial para a função  muscular normal e evita distúrbios musculares, é possível verificar em alguns exames as  fibras musculares e detectar que são facilmente deterioradas enquanto ocorre a contração. (N.6 Aartsma-rus; Ginjaar; Bushby 2016, p 145). 

Com o avanço nos estudos sobre essa alteração genética sabe-se atualmente que a falta  da proteína distrofina leva a necrose da fibra muscular em músculos lisos, esqueléticos,  cardíacos e em alguns neurônios. (Monteiro et al.,2013). 

Nesses pacientes com a distrofia muscular, é possível observar um aumento na  concentração de cálcio no interior da célula, o que representa uma das possíveis causas  do extenso dano muscular associado a essa condição. A ausência da proteína distrofina  compromete a permeabilidade da membrana celular e afeta a atividade de alguns canais de membrana, incluindo os canais de cálcio. A elevada concentração de cálcio intracelular  favorece a atividade de proteases, enzimas que degradam proteínas, levando a um  comprometimento ainda maior da integridade da membrana celular. Esse desequilíbrio  de cálcio desempenha um papel importante na progressão da distrofia muscular e na  degeneração do tecido muscular. (Horita; Cruz, 2015, p. 35) 

1.3 Quadro Clínico 

Durante a atividade de esforço ocorre outros tipos de modificações fisiológicas, como  alteração da frequência cardíaca, alteração de pressão arterial, frequência respiratória, são  algumas variáveis que ocorrem para suprir a necessidade de nutrientes e oxigênio,  algumas medidas metabólicas como concentração de lactato, e glicose também podem ser  alteradas, algumas alterações das fibras tipo I e II também podem ocorrer, no tipo I, atrofia  e em Tipo II hipertrofia. Através da biópsia muscular é possível detectar essa patologia,  ela é solicitada após a coleta da história médica e clínica do paciente, também tem a  possibilidade da realização da eletromiografia EMG e exames complementares como a  dosagem do CPK (creatinofosfoquinase) que pode ser usada como triagem em meninos  com atraso de desenvolvimento e em recém-nascidos com histórico familiar positivo,  também pode ser detectado na sexagem fetal. 

A criança com DMD nasce visivelmente saudável, sendo que sua primeira alteração é o  atraso motor onde o portador só desenvolve a marcha aos 18 meses de vida, cerca de 30%  dos pacientes apresentam dificuldade de aprendizagem e comportamento. (Junior, 2020).

1.4 Deformidades no pé equino. 

O pé equino é uma condição ortopédica que afeta a posição normal do pé, caracterizada  pela flexão plantar do tornozelo e elevação do calcanhar associada à hipertonia do  gastrocnêmio-sóleo sendo similar à de uma posição da pata de um cavalo. Esta condição  pode ser congênita ou adquirida, resultando em dificuldades significativas tanto na  marcha quanto no equilíbrio. 

Essa deformidade pode ocorrer por diversos motivos, como malformações congênitas nos  músculos, articulações ou tendões do tornozelo e pé; Anomalias genéticas como a DMD,  ou fatores ambientais durante o desenvolvimento fetal. Algumas lesões neurológicas  também podem contribuir para adquirir essa condição, como: paralisia cerebral ou lesões medulares que podem afetar os nervos que inervam os músculos do pé, levando ao  desenvolvimento do pé equino. 

Na DMD há muitos movimentos compensatórios, inclusive em flexão plantar de  tornozelo, aumento da base de apoio e anteriorização da cabeça e tronco. Deformidades  ortopédicas também são bem comuns, como as das vértebras, articulações, tornozelo,  hiperlordose e escápulas aladas. Essas alterações ortopédicas resultam na necessidade da  prescrição de órteses e dispositivos auxiliares que ajudam a retardar as deformidades  associadas à marcha, (Souza et al., 2024 p. 155. A marcha consiste em fase e ciclos, na  qual aproximadamente 60% do pé está em contato com o solo, e a fase de balanço, na  qual cerca de 40% do pé não está em contato com a superfície. (Lessa; Gouvêa, 2018, p.  22). 

O diagnóstico do pé equino é realizado por meio de exames de imagem como: Raio-x,  Ressonância Magnética ou Ultrassom para avaliar estrutura óssea, bem como tecidos  moles, também é composto por um exame clínico minucioso para analisar a posição do  pé e a amplitude de movimento junto a avaliação neurológica.  

Os tratamentos para correção desta condição pode ser diverso e depende da gravidade da  condição bem como do estado do portador dela. Podemos citar: Tratamento cirúrgico,  fisioterapia e exercícios, acompanhamento e reabilitação, órteses e talas, além da  aplicação da toxina botulínica. 

Com o avanço da DMD ocorre a diminuição da mobilidade e a perda da deambulação,  desta forma o indivíduo com DMD pode desenvolver obesidade. Essa doença traz  consequências diretas na biomecânica do paciente. É necessário que o fisioterapeuta atue  na adequação postural do paciente na cadeira de rodas quando chegar nessa fase da  doença, para evitar a piora do paciente. (Caromano et al., 2010, P 221). 

1.5 Tratamento farmacológico

Alguns tratamentos medicamentosos também são recomendados, como o uso de  esteroides, que segundo estudos, contribuem para uma melhora da força muscular, entre  eles destaca-se o uso dos corticosteroides que auxiliam na função e força, também  contribuem para conservação pulmonar diminuindo o risco de escoliose. (MINISTÉRIO  DA SAÚDE, 2022). 

1.6 Tratamento fisioterapêutico.

A fisioterapia se torna fundamental no tratamento desses indivíduos, embora a DMD não  tenha cura, a terapia possui considerável contribuição na melhora das atividades de vida  diária (AVDS) agregando maior independência funcional ao paciente. Destaca-se que para cada portador a abordagem é única e o seu prognóstico deve ser realizado após a  anamnese, levando em consideração a redução em relação à exaustão muscular,  contraturas e dor: Fazendo a manutenção da força muscular evitando possíveis atrofias,  mantendo habilidades funcionais e a função respiratória. (Bonifácio; Matos; Silva, 2024) 

Um dos recursos mais utilizados na fisioterapia é a cinesioterapia, que consiste em tratar  por meio do movimento, abrangendo tanto a função motora quanto para a respiratória.  Ressaltamos também a fisioterapia aquática, onde o aquecimento da água oferece alívio  de dores, facilita a mobilidade e torna a terapia agradável especialmente para as crianças,  permitindo-lhes realizar atividades que não seriam possíveis em solo firme. (Filho et  al.,2010, p23) 

As órteses são equipamentos que se definem por ser dispositivo auxiliar na prevenção de  deformidades, elas proporcionam alinhamento, suporte e correção postural, o uso da  órtese se torna imprescindível para um paciente que é portador de DMD, visto que através  dela o paciente pode ter maior independência estendendo a utilidade dos membros  inferiores, que são os mais atingidos, corrigindo o encurtamento que advém da patologia. (Zacharia Isaac, 2023). 

Alguns estudos científicos vêm mostrando a importância da utilização das órteses para os  membros inferiores, são evidenciados o uso da órtese Knee Ankle Foot Orthosis (KAFO)  que são utilizadas para joelho, tornozelo e pé e LBB sendo a KAFO a mais aceitável,  aparentemente, quando é utilizada o paciente tem contraturas e deformidades menos  aparentes. Outra órtese em destaque é a cadeira de rodas visto que por volta dos 10 anos  de idade, o portador tenha que fazer o uso devido ao aumento progressivo da fraqueza  muscular, inclinação pélvica e escoliose. (Rev. Neurociência, 2012.p 2).

OBJETIVO  

Examinar as manobras e/ou protocolos fisioterapêuticos utilizados na prevenção e das  deformidades em pé equino. 

METODOLOGIA 

Este estudo trata-se de uma revisão bibliográfica utilizando as bases de dados Scielo,  PubMed, Pedro e Ministério da Saúde. Nos idiomas em português, inglês e Espanhol. 

Critérios de inclusão. 

Os critérios de inclusão foram artigos que apresentam relevância com o tema, que  estejam disponíveis nas bases de dados acima citadas e que estejam disponíveis de forma  gratuita. Os artigos devem ter no máximo 10 anos de publicação. 

Critérios de exclusão

Os critérios de exclusão foram artigos que não atendiam aos critérios de inclusão, que não  estão nas bases de dados Scielo, PubMed, PeDro e Ministério da Saúde e que foram pagos. 

A tabela abaixo expressa a análise descritiva dos resultados obtidos nos artigos  selecionados:

Autor e Ano Título Método Intervenções Resultado
Ana Paula Fraga 
Melo, Fabiane Alves  de Carvalho, 2011.
Efeitos da fisioterapia respiratória na Distrofia  Muscular de Duchenne- Relato  de Caso.Relato de casoRealização de  espirometria,  exercícios para  fortalecimento da musculatura  respiratório e  aplicação de 
questionário sobre 
qualidade de vida.
Melhora na 
qualidade de vida dos indivíduos e 
ganho de força de musculatura  respiratória.
Samuel Iwao Maia  Horita, Felipe Mactavisch da Cruz,  2015.Distrofia  muscular de Duchenne:  Eventos celulares,  teciduais e 
tratamento.
Apresenta os  principais acometimentos celulares e teciduais, tratamentos disponíveis e  seus pontos 
positivos e 
negativos.
Fernanda Mendonça Moraes, Regina Célia de Souza Campos  Fernandes, Enrique Medina  Acosta, 2011.Distrofia  muscular de Duchenne: Relato  de caso.Relato de casoAnálise de exames 
laboratoriais, 
discussão da clínica do paciente, exame físico.
Mostrar a 
importância da  família no 
diagnóstico de  DMD, impactos de um diagnóstico  tardio.
Bruno Mezêncio, Jacielle Carolina Ferreira, Alberto Carlos Amândio, 2021.Biomecânica do  movimento 
humano.
Revisão integrativa.Apresenta a 
importância da  biomecânica para o movimento 
humano,  elucida 
metodologias e 
apresentando seus conceitos.
Ana Lúcia Yaeko da Silva Santos, Flaviana  Kelly de Lima Maciel,  
Francis Meire Fávero,  
Luís Fernando Grossklauss,
Cristina dos Santos Cardoso de Sá, 2020.
Funcionalidade  de membro  superior em pacientes 
deambuladores e  não deambuladores com distrofia 
muscular de 
Duchenne.
Relatório de  pesquisa.atividades funcionais  com membros  superiores, 
aplicação de 
escalas: função  cognitiva  miniexame do  estado mental (MEEM), funcionalidade dos membros inferiores (escala Vignos)
Indivíduos não  deambuladores  tem piora na 
funcionalidade dos membros  superiores.
Francisca Naiana Amorim Barbosa, Jordano Leite Cavalcante de Macêdo, Maria Karolanede Oliveira Gonçalves, 2021.Relação entre o controle de tronco e a funcionalidade de membro superior em pacientes com disfunções neurológicas: uma revisão sistemática.Revisão sistemática.Aplicação da  escala MEEM,  avaliação do controle de 
tronco com a  SATCo-Br  (Avaliação Segmentar do Controle de Tronco),  escala de Vignos, função dos membros superiores foi testada pelo  teste Jebsen  Taylor (TJT).
Quanto maior o estadiamento da doença pior o controle de tronco, com relação aos 
membros 
superiores não foi possível 
analisar correlação, os  indivíduos 
conseguiram 
escrever e pegar objetos.
Bruna Bento dos Santos, Emilly Kelly Silva Monteiro, Tatiane Bonfim Ribeiro, Daniela Oliveira de Melo, 2022.Medicamentos para o tratamento da distrofia muscular de Duchenne.Revisão sistemática.
Fátima Aparecida Caromano, Clarice Tanaka, Sílvia Maria Amado João, Ana Patrícia Kamisaki, Kelly Cristina Yano, Maiza Ritomy Ide, 2010.Correlação da 
massa e  
porcentagem de  gordura com a idade na distrofia muscular de Duchenne.
Relatório de  pesquisa.Medição de peso e de altura, teste de  bioimpedância , realização do índice de massa corpórea 
(imc).
Mostrou que  os portadores  de DMD apresentam  perda de massa  magra, 
aumento da massa de gordura já está 
presente em 
indivíduos na faixa etária 09- 11 anos (G2).

Discussão

Tendo em vista os dados expostos, esta pesquisa propõe uma análise referente a atuação  do fisioterapeuta em indivíduos acometidos pela DMD, especificamente na prevenção e  tratamento da deformidade musculoesquelética de pé equino varo. abordando a história  da patologia e as características observadas e quais os recursos utilizados para seu  diagnóstico junto aos sinais e sintomas apresentados pelos indivíduos. 

A atuação da fisioterapia para esses indivíduos é parte essencial para regressão dos sinais  deletérios da patologia trazendo maior qualidade de vida para o paciente, bem como uma  equipe multidisciplinar. A partir do diagnóstico a intervenção do fisioterapeuta é  fundamental para auxiliar nas atividades de vida diárias e nos movimentos  compensatórios desenvolvidos durante o progresso da DMD.  

A deformidade pé equino varo é tratada como forma secundária em todos os artigos  analisados neste trabalho, sendo o principal foco na maioria dos artigos revisados a perda  progressiva da função respiratória. É relatado que o pé equino é desenvolvido ainda na  infância pois é mais fácil se estabilizar verticalmente deambulando com as pontas dos  pés, porém geralmente essa função pode ser perdida por volta dos 10 anos de idade. 

A pesquisa teve enfoque na deformidade do pé equino varo, e em como o tratamento  realizado na fisioterapia pode beneficiar esse indivíduo, seja na prevenção ou no  tratamento. O pé equino varo é a condição em que o indivíduo realiza uma flexão plantar,  mas não consegue realizar a dorsiflexão. Isto ocorre por alterações nos músculos  responsáveis pelo movimento de dorsiflexão, sendo o músculo tibial anterior o principal  responsável, pé equino varo pode causar problemas na marcha, tornando difícil para o  indivíduo andar de maneira eficiente. A postura anormal pode levar a um padrão de  marcha compensatório que pode ser menos eficiente e mais cansativo, o que pode causar  dores nas articulações e músculos.  

A literatura não traz pesquisas com a finalidade de prevenção desta deformidade, seu  tratamento vem agregado a terapias que buscam melhora global do membro inferior,  mesmo com esta alteração o portador de DMD consegue realizar a marcha, que consiste  em fase e ciclos, na qual aproximadamente 60% do pé está em contato com o solo, e a  fase de balanço, na qual cerca de 40% do pé não está em contato com a superfície. 

Evidências mostram melhora das deformidades em MMII com o uso de órteses, das quais  são prescritas por fisioterapeutas, em alguns casos sendo necessário a realização de  cirurgias. Com o avanço da doença ocorre a diminuição da mobilidade e a perda da  deambulação, desta forma o indivíduo com DMD pode desenvolver obesidade. Essa  doença traz consequências diretas na biomecânica do paciente sendo necessário que o  fisioterapeuta fique atento nas progressões musculoesquelética que o indivíduo com  DMD irá apresentar.

Conclusão

No presente estudo conclui se que não existem estudos voltados para prevenção do pé  equino no paciente com DMD, existindo assim a necessidade de novas pesquisas voltadas  para o tema proposto nesta pesquisa. Vale ressaltar a importância da fisioterapia no  tratamento da DMD de uma forma integrada, onde não observasse somente a parte  musculoesquelética, mas respiratória e cardíaca. 

Referências  

Efeitos da fisioterapia respiratória na Distrofia Muscular de Duchenne – Relato de Caso.  Efeitos da fisioterapia respiratória na Distrofia Muscular de Duchenne – Relato de Caso,  [s. l.], p. 693, 19 jan. 2010. 

HORITA, Samuel Iwao Maia; CRUZ, Felipe Mactavisch da. DISTROFIA MUSCULAR  DE DUCHENNE: Eventos Celulares, Teciduais e Tratamentos. Episteme  Transversalis, [S.l.], v. 6, n. 2, ago. 2017. ISSN 2236-2649. Disponível em:  <http://revista.ugb.edu.br/ojs302/index.php/episteme/article/view/157>. .Acesso em: 25  out. 2023. 

MORAES, Fernanda M. et al. Distrofia Muscular de Duchenne: Relato De Caso. Revista  Científica da FMC., Brasil, v. 6, n. 2, p. 1-5, 1 jan. 2011. Disponível em:  https://revista.fmc.br/ojs/index.php/RCFMC/article/view/100/80. Acesso em: 23 out.  2023. 

MEZÊNCIO, Bruno; FERREIRA, Jacielle Carolina; AMADIO, Alberto  Carlos. Biomecânica do movimento humano Corpo consciência, v. 25, n. 2, p.87-109,  mai./ ago., 2021. Disponível em: https://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/corpoconsciencia/article/view/12682/ 8324. Acesso em: 02 dez 2023. 

SANTOS, Ana L. Y. da S. et al. Funcionalidade de membro superior em pacientes  deambuladores e não deambuladores com distrofia muscular de Duchenne. Scielo, Brasil,  p. 1-1, 31 jul. 2020. DOI https://doi.org/10.1590/1809-2950/19017427022020.  Disponível em: https://www.scielo.br/j/fp/a/zrSR5KDMQw9W3XCBXfvTVhc/#. Acesso em: 25 nov. 2023. 

BARBOSA, Francisca N. A. et al. Relação entre o controle de tronco e a funcionalidade  de membro superior em pacientes com disfunções neurológicas: Uma Revisão  Sistemática. Brazilian Journal of Development, Curitiba – PR, v. 7, ed. 11, p. 109610- 109622, 29 Nov. 2021. DOI 10.34117/bjdv7n11-539. Disponível em: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BRJD/article/view/40339/pdf. Acesso  em: 11 nov. 2023. 

PARREIRA, Samara L. S. Qualificação da força muscular e habilidades motoras de  pacientes com Distrofia Muscular de Duchenne, em tratamento com corticoterapia.  Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP, São Paulo, sp, p.1-167 ,2005.  Disponível em: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5138/tde-04042006153416/publico/SamaraLamounierSantanaParreira.pdf. Acesso em: 11 nov. 2023 

Ministério da saúde. Medicamentos para o tratamento da distrofia muscular de Duchenne.  Brasília: Ministério da Saúde, 2022. Cartilha. Disponível em: https://www.gov.br/conitec/ptbr/midias/radar/2022/informemht_distrofiamuscularduche ne.pdf. Acesso em: 30 de janeiro 2024. 

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