ATUAÇÃO DA FISIOTERAPIA NA INCONTINÊNCIA URINÁRIA EM GESTANTES

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10252953


Maria Gabriella Araújo dos Santos Holanda1
Orientadora: Rosileide Alves Livramento


RESUMO 

Introdução: A incontinência urinária durante a gestação é comum ela acontece devido ao crescimento  do bebê ao longo da gravidez, que faz com que o útero pressione a bexiga, fazendo que fique com  menos espaço para encher e aumentar de tamanho, gerando a vontade de urinar mais frequente. Objetivo: demonstrar por meio de uma revisão de literatura como a fisioterapia atua em gestantes que  tem Incontinência urinária. Metodologia: O trabalho trata-se de uma revisão de literatura, foram utilizadas as seguintes bases de dados: BVS, Lilacs, Anima, Scielo e Medline. Resultados: O  quantitativo de pesquisa foram 134 artigos sobre o tema, utilizando as bases de dados Medline, Lilacs, Scielo e Biblioteca Virtual de Saúde. Posteriormente foram excluídos 104 artigos, e  onde os mesmos foram excluídos de acordo com parâmetro de exclusão adotados no presente  trabalho. Pelos métodos de busca foram identificados 20 trabalhos que atendiam aos critérios de  inclusão. Considerações finais: a relevância da fisioterapia pélvica em mulheres grávidas com IU e  eficaz para o tratamento e prevenção da IU durante o período gestacional, reduzindo assim o transtorno  que a doença causa na vida diária das gestantes. 

Palavras-chaves: Fisioterapia, Incontinência urinária, Gestação, Assoalho Pélvico. 

ABSTRACT 

Introduction: Urinary incontinence during pregnancy is common and occurs due to the baby’s growth  throughout pregnancy, which causes the uterus to press on the bladder, leaving it with less space to fill  and increase in size, generating the urge to urinate more frequent. Objective: demonstrate through a  literature review how physiotherapy works in pregnant women who have urinary incontinence. Methodology: The work is a literature review, The following databases were used: VHL, Lilacs, Anima,  Scielo and Medline. Results: The research quantity was 134 articles on the topic, using the databases  Medline, Lilacs, Scielo and Virtual Health Library. Subsequently, 104 articles were excluded, and they  were excluded according to the exclusion parameter adopted in the present work. Using the search  methods, 20 works were identified that met the inclusion criteria. Final considerations: the relevance of  pelvic physiotherapy in pregnant women with UI is effective for the treatment and prevention of UI during  the gestational period, thus reducing the disruption that the disease causes in the daily lives of pregnant  women. 

Keywords: Physiotherapy, Urinary incontinence, Gestation, Pelvic Floor. 

1 INTRODUÇÃO 

Durante a gravides grandes transformações e mudanças no corpo fazem parte  no processo de gestação, essas transformações são essências para o  desenvolvimento do feto. É válido que no tempo gestacional a mulher tenha ganho  de peso, além do peso fetal, esse crescimento faz com que produza um sobrepeso nas estruturas do Assoalho Pélvico (AP), provocando um enfraquecimento da  musculatura dessa área (ALMEIDA et al., 2015). 

Almeida (2015), afirma que a gestação faz com que a mulher tenha disfunções  urinárias nessa etapa podendo postergar para o pós-parto. No decorrer desse tempo,  o corpo passa por várias modificações hormonais intensas e redução da habilidade  muscular do AP, tornando-se um fator preciso para a evolução da Incontinência  Urinária (IU). Cerca de 50% das mulheres na fase gestacional tem perda de urina em  diferentes etapas da gravidez. 

As alterações hormonais na gestação abrangem o sistema urinário que é  formado basicamente por dois rins, dois ureteres, bexiga e uretra. Em relação as  dimensões renais apresentam um aumento de aproximadamente 1 cm, existindo um  desenvolvimento na dilatação do sistema coletor composto pelos cálices renais, pelve,  ureteres levando a hidronefrose e dilatação uretral fisiológicas. E certo que essas  modificações esta relacionadas a compreensão mecânica devido ao crescimento do  útero gravídico (MOISÉS et al., 2011). 

As alterações fisiológicas na Mulher durante a gravides e normal pois tem como  objetivo desenvolver no útero materno um feto saudável. A mulher, durante esse  período gestacional, além de sofrer intensas alterações emocionais, é acompanhada  por diversas alterações fisiológica dos variados sistemas como: musculoesquelético,  hormonal, cardiovascular, respiratório, gastrointestinal e psicológico, que pode sofrer  uma acentuação maior ao longo da gestação, sendo que uma das maiores alterações,  encontra-se no assoalho pélvico devido à sobrecarga na estrutura, o qual compromete  o suporte uretral e o mecanismo de continência urinária (KROETZ e SANTOS, 2015;  SILVA, 2017). 

A incontinência urinária é definida por alguma perda involuntária de urina,  havendo uma maior prevalência em mulheres, com uma maior ocorrência em  mulheres na fase gestacional. A fase gestacional traz consigo muitas modificações que envolvem aspectos anatômicos e fisiológicos do trato urinário (CONCEIÇÃO, et  al., 2021). 

A vários tipos de incontinência urinaria, entre eles: incontinência urinária de  esforço: o sintoma inicial é a perda de urina quando a pessoa tosse, ri, faz exercício,  movimenta-se. Incontinência urinaria de urgência: mais grave do que a de esforço,  caracteriza-se pela vontade súbita de urinar que ocorre em meio as atividades diárias  e a pessoa perde urina antes de chegar ao banheiro. Incontinência mista: associa os  dois tipos de incontinência acima citados e o sintoma mais importante é a  impossibilidade de controlar a perda de urina pela uretra. Enurese noturna: é a  incontinência que ocorre durante o sono (DRAUZIO et al.,2018). 

O tratamento conservador fisioterapêutico consiste em um treinamento da  musculatura do assoalho pélvico (MAP), visando o ganho de resistência, de força e  de controle de contração muscular, melhorando, assim, a sustentação dos órgãos  pélvicos (JAHROMI, et al., 2015). A fisioterapia oferece variados recursos como a cinesioterapia, eletroestimulação, biofeedback e cones vaginais (CONCEIÇÃO et  al.,2021). 

A fisioterapia trata e previne limitações e incapacidades físicas, restabelecer  função, mobilidade e promove alívio de algia. Nas desordens pélvicas, atua no  tratamento e prevenção das disfunções do sistema urológico (MIRCA, et al.,2017). A  intervenção fisioterapêutica inclui anamnese da paciente com inspeção visual e  palpação do AP, identificação das situações da musculatura, pontos de algia,  presença de incontinências urinária, fecal e flatos, distopias, testes de sensibilidade  (MIRCA, et al.,2017). 

Torna-se relevante o estudo desse trabalho pois através do mesmo  abordaremos a importância da fisioterapia na gestação e que através deste modo de  tratamento a mulher poderá evitar alguns efeitos coletaras naturais durante a  gestação. 

O objetivo do presente estudo e explicar os aspectos conceituais sobre a  incontinência urinária em gestantes, demostrar as principais causas e investigar a  atuação da fisioterapia na gestação de quem desenvolveu IU.

2 METODOLOGIA 

Este estudo trata-se de uma revisão bibliográfica. Para busca do referencial  teórico foram encontrados artigos disponíveis nas seguintes bibliotecas: DRÁUZIO 2018 (BVS), Medical Literature Analysis and Retrieval System on-line (MEDLINE), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Google  acadêmico. Para o presente trabalho foram adotados os critérios de Inclusão: o  arquivo do artigo na íntegra; publicados em português, espanhol e inglês; publicados  no período de 2013 a 2023. Os critérios de exclusão determinados são: estudos que  o título do artigo condiz com o tema, e artigos incompletos. 

 Na coleta de dados para a pesquisa foram quantificados 134 artigos sobre o tema, utilizando as bases de dados Medline, Lilacs e Biblioteca Virtual de Saúde. Posteriormente foram excluídos 104 artigos, onde os mesmos foram excluídos de acordo com parâmetro de exclusão adotados no presente trabalho. Através dos métodos de busca foram identificados 20 trabalhos que atendiam aos critérios de inclusão, usando as bases de dados SCIELO, LILACS e DRAUZIO 2018, onde realizou o cruzamento de dados dos escritores que desenvolveram os números quantitativos de artigos

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES 

AnoAutorAno TítuloBase de dadosPrincipais resultados
2018RAFAELA MIGUEIS ALVESATUAÇÃO DA FISIOTERAPIA NA INCONTINÊNCIA URINÁRIA EM GESTANTES: PREVENÇÃO E TRATAMENTOScieloConclui-se que as técnicas de biofeedback, cinesioterapia e uso de cones vaginais são as opções eficazes para o tratamento da IU no período gestacional.
2019YSABELA OLIVO DOS SANTOS, NATALIA DE SOUZA FERNANDESA IMPORTÂNCIA DA FISIOTERAPIA NA INCONTINÊNCIA URINÁRIA EM GESTANTES NO TERCEIRO TRIMESTRE.AnimaA fisioterapia para o tratamento na incontinência urinária de esforço em gestantes no terceiro trimestre mostrou-se eficaz, por meio de técnicas e exercícios específicos resultando no fortalecimento dos músculos do assoalho pélvico.
2019ANA CAROLINA MONTEIRO SANTINIPREVALÊNCIA E FATORES ASSOCIADOS Á OCORRÊNCIA DE INCONTINÊNCIA URINÁRIA NA GESTAÇÃO.Lilacs950 mulheres foram entrevistadas, dessas 472 queixaram-se de perdas urinárias no período gestacional, sendo a maioria (61,8%) classificada como IU mista. Entre as covariáveis investigadas, tabagismo, consumo drogas ilícitas, alimentos estimulantes, constipação intestinal, distúrbios hipertensivos na gestação, diabetes mellitus gestacional, paridade e parto cesárea aumentaram a chance de perdas urinárias na gestação.
2020FERNADA BORSATTO CARUSOFATORES DE RISCO PARA INCONTINÊNCIA URINÁRIA NA GRAVIDEZ: UM ESTUDO DE CASO CONTROLEScieloA prevalência de incontinência urinária nessa população foi de 18,3%. O uso de tabaco foi identificado como fator de risco independente para a IU em gestantes (OR 8,0). Todos os outros fatores analisados não foram significativamente associados à perda urinária nessa população.
2021GISLAINE SILVA DA CONCEIÇÃOABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA NA PREVENÇÃO E TRATAMENTO DA INCONTINÊNCIA URINÁRIA DURANTE E APÓS A GESTAÇÃO: revisão integrativaAnimaDiante dos estudos analisados a intervenção tem se mostrado de grande importância na prevenção e tratamento da IU durante e após o período gestacional, pois, a fisioterapia disponibiliza de diferentes recursos como a cinesioterapia, eletroestimulação, biofeedback e cones vaginais. na prevenção e tratamento da incontinência urinária durante e após a gestação.
2021ANETA SNIEZEK, ET ALPHYSIOTHERAPY ACCORDING TO THE BEBO CONCEPT AS PROPHYLAXIS AND TREATMENT OF URINARY INCONTINENCE IN WOMEN AFTER NATURAL CHILDBIRTH;PubmedNas mulheres após o parto natural, apesar do tratamento, foi observada as melhorias nos parâmetros medidos, mas foram relativamente mais explícitas naquelas que estiveram no grupo de exercícios Bebo Concept.
2023PAULINA FELICIA DE SOUZA RIANE FERNANDES ALVESBENEFÍCIOS DA FISIOTERAPIA PÉLVICA NO TRATAMENTO DE INCONTINÊNCIA URINÁRIA EM MULHERES GESTANTES.AnimaPara decorrer com a presente revisão, foram analisados 3 artigos que avaliaram os benefícios da fisioterapia pélvica em mulheres gestantes para o tratamento de incontinência urinária.

Conforme Rafaela et. al (2018), algumas técnicas são fundamentais para o tratamento da IU, porém, recomenda-se o desenvolvimento de novos estudos que utilizem um maior rigor metodológico para o aperfeiçoamento desses métodos na busca de garantir maior segurança e maior eficácia no tratamento.

De acordo com Ysabela et al. (2019), a atuação fisioterapêutica na incontinência urinaria ajuda promovendo uma melhor conscientização corporal e perineal, propriocepção perineal, reeducação vesical e da musculatura do assoalho pélvico bem como melhora do tônus muscular perineal.

Segundo Ana et al. (2019), através de uma pesquisa realizada chegaram à conclusão de que houve uma alta prevalência de IU no período gestacional das Mulheres entrevistadas. Ambas estavam fortemente associadas à fatores como hábitos de vida e morbidades gestacionais. Por fim, merece destaque o achado que o parto via cesárea aumentou a chance de IU em gestação subsequente.

Fernanda et al. (2020), acrescenta que a incontinência urinária pode ser um grande problema na gravidez e que através de estudos foram identificados o uso de tabaco como fator de risco para o desenvolvimento de IU na gravidez, o que fornece um motivo extra para incentivar as pacientes a parar de fumar.

Corroborando esta afirmação Gislane et al. (2021), acredita-se que a fisioterapia da IU na gestação e no puerpério seja multifatorial e que há uma estimativa de que 40% das mulheres tem algum grau de IU, sendo apresentada em algumas delas em atividades de cotidiano como nas relações sexuais e interpessoais. Para Aneta et al. 2011, uma condição que frequentemente afeta as mulheres durante a gravidez e após o parto. Por isso, alguns exercícios são recomendados durante e após a gravidez para prevenir e tratar esta incontinência, e o Conceito BeBo é um desses métodos utilizados para prevenir a disfunção muscular do assoalho pélvico.

Segundo Paulina et. al, 2023, o tratamento fisioterapêutico na prevenção da incontinência urinária mostra-se eficaz para o tratamento da IU durante o período gestacional, onde as manobras utilizadas nos estudos obtiveram resultados significativos para o fortalecimento do TMAP, reduzindo assim o transtorno que a doença causa na vida diária das gestantes.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A cada dia a fisioterapia torna-se mais necessária nos tratamentos relacionados à saúde da mulher e vem trazendo reconhecimento para a fisioterapia pélvica tornando-a mais conhecida entre pacientes, profissionais de saúde e na população em geral. Portanto, vale ressaltar que a fisioterapia tem um efeito significativo na qualidade de vida da gestante, pois ela funciona como tratamento e medida preventiva para a incontinência urinária durante a gestação, ela e uma opção conservadora e não medicamentosa para a gestante.

Vale ressaltar que métodos de tratamento tem se mostrado cada vez mais necessários para auxiliar no bem-estar de gestantes em todo o mundo, pois trazem alivio e qualidade de vida.

REFERENCIAL

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SILVA, Gisele Gomes. Ocorrência de incontinência urinária na gestação.
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1Acadêmica do Curso de Fisioterapia do Centro Universitária Fametro.