Trabalho de Conclusão do Curso de Fisioterapia, Faculdade Uninassau, para obtenção do título de Fisioterapeuta.
Orientador: Prof. Francisco Carlos Santos Cerqueira.
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a (minhas mães) minha mãe Mirtis Soares Cavalcante, minhas tias Mary Soares De Moura e Maria da Conceição e meu irmão falecido Sergio Murilo que me educaram-me, e me ensinaram a trilhar o caminho do bem, a amar a Deus, a respeitar as pessoas, a compreender a ser humilde e ver a importância de uma base familiar solida para viver bem aqui na terra. Agradeço imensamente vocês muito obrigado de coração.
AGRADECIMENTO
Quero agradecer primeiramente a Deus pela oportunidade de chegar ate aqui, me guardando e me protegendo, me dando forca nos momentos mais difíceis e cansativos da minha vida acadêmica, porque para ele não e impossível.
Agradecer toda a minha família, que sempre me incentivou e acreditou em mim, agradeço meu irmão Sergio Murilo Soares na época de estar em vida ter me incentivado a fazer a graduação, minha mae Mirtis Soares Cavalcante junto com minhas tias mães Mary soares de Moura e Conceiço Soares de Moura.
RESUMO
Ao se falar sobre tratamentos em crianças com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é comum que inicialmente muitos pais e responsáveis desconheçam o trabalho do fisioterapeuta para a evolução do quadro clínico dessas crianças e a importância, para o desenvolvimento físico dos pequenos, do profissional estar inserido na equipe multidisciplinar desde os primeiros diagnósticos.
“As crianças com TEA apresentam déficits comportamentais que são decorrentes de comportamentos sensoriais incomuns e comportamentos motores estereotipados, ou seja, estereotipias sensório-motoras, em que podemos destacar movimentos repetitivos das mãos, balanço repetitivo do corpo, necessidade constante de movimentos motores (correr, pular, andar nas pontas dos pés, movimento repetitivo dos dedos, dentre outros). Essas estereotipias motoras assomadas com dificuldades sensoriais e dificuldades de planejar e executar movimentos corporais, ou seja, dificuldades de planejamento motor, não permitem uma experimentação motora adequada para promover o aprendizado cognitivo”, afirma a Dra. Carline Nogueira de Carvalho, fisioterapeuta com atuação em autismo em crianças.
Tendo como pressuposto que todo processo cognitivo é resultado de um bom desenvolvimento motor, se torna elementar a presença do fisioterapeuta para o tratamento de sucesso dos pacientes com TEA. É de extrema importância que o profissional componha também a equipe de avaliações diagnósticas desse paciente, tendo em vista que nos primeiros anos de vida não há um diagnóstico fechado, somente suspeita, sendo o trabalho do fisioterapeuta nessa fase inicial de suma importância para todo o desenvolvimento motor da criança.
“O fisioterapeuta tem como objetivo trabalhar aspectos motores, sensório-motores, tônus global, tônus postural, coordenação motora, equilíbrio, lateralidade, noção espacial, planejamento motor, esquema corporal e imagem corporal, bem como regulação sensório-motora e engajamento juntamente com a equipe interdisciplinar que atende o paciente com TEA sempre respeitando as suas individualidades, promovendo, assim, a formação dos alicerces para as competências sociais, emocionais e intelectuais destas crianças”
Palavras-Chaves: Fisioterapia em Crianças com Autismo.
ABSTRACT
When talking about treatments in children with Autism Spectrum Disorder (ASD), it is common that initially many parents and guardians are unaware of the physiotherapist\’s work for the evolution of these children\’s clinical condition and the importance, for the physical development of the little ones, of the professional be part of the multidisciplinary team since the first diagnoses.
“Children with ASD have behavioral deficits that are due to unusual sensory behaviors and stereotyped motor behaviors, that is, sensory-motor stereotypes, in which we can highlight repetitive hand movements, repetitive body balance, constant need for motor movements (running, jumping, tiptoe walking, repetitive finger movement, among others). These motor stereotypes combined with sensory difficulties and difficulties in planning and executing body movements, that is, motor planning difficulties, do not allow adequate motor experimentation to promote cognitive learning”, says Dr. Carline Nogueira de Carvalho, a physical therapist with expertise in autism in children.
Assuming that every cognitive process is the result of good motor development, the presence of a physiotherapist is essential for the successful treatment of patients with ASD. It is extremely important that the professional also compose the diagnostic evaluation team of this patient, considering that in the first years of life there is no closed diagnosis, only suspicion, being the physiotherapist\’s work in this initial phase of paramount importance for all development child\’s engine.
“The physiotherapist aims to work on motor, sensorimotor aspects, global tone, postural tone, motor coordination, balance, laterality, spatial notion, motor planning, body scheme and body image, as well as sensorimotor regulation and engagement together with interdisciplinary team that assists patients with ASD always respecting their individualities, thus promoting the formation of the foundations for the social, emotional and intellectual skills of these children”
Keywords: Physiotherapy in Children with Autism
1. INTRUDUÇÃO
O Autismo é um transtorno ainda desconhecido, com influência direta no desenvolvimento neuropsicomotor de toda criança, manifestado no início da infância. Demonstra algumas de suas características, geralmente, nos três primeiros anos de vida, fechando concretamente o seu diagnóstico aos 3 ou 4 anos de idade, a depender do grau da doença, e prevalece durante todas as fases do crescimento e desenvolvimento humano. Ele age nos três pilares principais: a interação social, a comunicação e a linguagem.
Asperger, em 1944, descreveu a doença como um transtorno que, além de afetar a comunicação, a linguagem e o convívio social, influencia também no desenvolvimento psiconeurológico. Não é uma simples deficiência, mas um conjunto de variações intitulado “Espectro do Autismo”, sendo relacionado a diversas síndromes, com variadas características.
A partir daí, vários especialistas denominam tal doença como Síndrome de Asperger (SEGURA et al., 2011). Klin (2006) afirma que não se sabem ao certo as causas do Autismo. Especialistas acreditam que é um transtorno causado por uma possível falha do desenvolvimento dos neurônios, ainda durante o processo de maturação gestacional. Pelo fato de não poder ser diagnosticado durante a gestação, alguns sinais aparecem na fase de recém-nascido, com comportamentos atípicos em uma criança de desenvolvimento normal. Outros começam a se manifestar a partir de, aproximadamente, dezoito meses de vida, com o aparecimento de características típicas de crianças portadoras dessa deficiência. Estudiosos afirmam que, para se conseguir reverter algumas dos traços dessa doença, é primordial que ela seja identificada antes dos sete anos, porém, o diagnóstico só pode ser fechado com 3 ou 4 anos, idade em que a criança já possui maturação neurológica a nível neuropsicomotor Entre os especialistas, existe um consenso de que o Autismo é decorrente de uma série de disfunções do Sistema Nervoso Central (SNC), levando, assim, a uma desordem em diversas áreas da criança. Estudos de neuroimagem e autópsias apontam uma variedade de anormalidades cerebrais em indivíduos autistas, como, por exemplo, tamanhos anormais das amígdalas, hipocampo e corpo caloso, maturação atrasada do córtex frontal, desenvolvimento atrofiado dos neurônios do sistema límbico e padrões variados de baixa atividade em regiões cerebrais diversas, como o córtex frontal e o sistema límbico.
2. DESENVOLVIMENTO
2.1 O conceito de Autismo
Segundo Campos (2019), a prevalência da população mundial com TEA só tem aumentado nos últimos anos havendo uma maior predominância no sexo masculino. Os dados epidemiológicos mundiais determinam que a cada 88 nascidos, um desenvolve o TEA. No último censo realizado em 2010, aproximadamente 500 mil pessoas com TEA foram descritas. (GOMES et al., 2015).
A conscientização sobre o tema é fundamental para informar as pessoas sobre o que é o autismo, reduzindo mitos e preconceitos em torno deste diagnóstico. O acesso à informação ajuda pais, professores e familiares de crianças com TEA a conhecer melhor as características do transtorno e como lidar com ele.
Felizmente, cada vez mais falamos sobre o autismo, mas ainda existe muita desinformação, o que impede o diagnóstico precoce e prejudica o tratamento destas crianças. Isso porque, quanto antes o TEA for diagnosticado, mais benefícios trarão os tratamentos e as intervenções.
Além disso, desde os anos 90, a incidência de autismo na população tem aumentado de forma expressiva. Antes, para cada 1000 nascimentos, nascia uma criança com autismo. Hoje, esta proporção atinge 1:88. Pensando nisso, escrevemos este artigo sobre o que é o autismo e suas principais características.
2.2 A Características do Autismo:
Segundo (CONSOLINE, 2018) O autismo é uma condição que compromete a capacidade de comunicação e a linguagem. As crianças com TEA têm dificuldade em perceber acontecimentos compartilhados, de expressar o que sentem ou pensam nas mais diversas situações, de utilizar as palavras de acordo com o contexto, entre outras características que prejudicam seu desenvolvimento global.
Além disso, é muito comum a presença de “manias”, posturas ou atos repetitivos, rituais e interesses restritos, que podem prejudicar o desenvolvimento de habilidades importantes para as tarefas cotidianas.
Muitas crianças com autismo apresentam hipersensibilidade com determinados barulhos, ruídos, luzes, agrupamento de pessoas, cores ou ambientes. Por outro lado, podem ter dificuldade em reconhecer pessoas, em interpretar as funções dos brinquedos, em seguir regras ou alterar suas rotinas.
É muito importante reconhecer que estes comportamentos não são intencionais, mas podem ser tratados com terapias específicas. Muitas crianças com autismo podem ter surpreendente evolução e até “sair” do espectro, mas isto depende de muitos fatores, dentre eles o diagnóstico precoce, especialmente antes dos três anos de vida.
2.3 Habilidade Motora
A Habilidade motora é a capacidade de um indivíduo executar qualquer tarefa motora com ou sem sucesso, é um ato normalmente voluntário que se aperfeiçoa na prática. (DOMINGUES, 2016). Essas habilidades devem ser a movimentação de um ou mais membros do corpo, como por exemplo, o caminhar é uma ação simples do indivíduo que inicia na infância e com o passar do tempo à criança vai se desenvolvendo e aprendendo a andar. (ANTUNES; NOVASKI; DE OLIVEIRA, 2018). É importante que a criança tenha um domínio e esquema corporal, porque sem essas habilidades motoras ela pode acabar se esbarrando frequentemente com os colegas durante as brincadeiras e se machucar. (AZEVEDO; GUSMÃO, 2016). A coordenação motora (CM) é um elemento essencial e importante no desenvolvimento dos indivíduos, é definida como a capacidade do cérebro nivelar os movimentos do corpo, principalmente das musculaturas e articulações. O desempenho motor pode ser observado por meio de sua agilidade, velocidade e CM. (ROMANHOLO et al., 2012). É mediante a CM que as pessoas conseguem praticar atividades recreativas e desportivas, como também possibilita a execução das atividades de vida diária. (VIEIRA, 2017). Esta coordenação pode ser dividida em dois tipos: coordenação motora fina, que utiliza pequenos músculos, como os dedos das mãos e dos pés, como por exemplo, desenhar, escrever, pintar, manipular objetos pequenos, cortar e colar, são movimentos coordenados e exercícios refinados; e a coordenação motora grossa faz uso de grandes grupos musculares e necessita de equilíbrio para realizar habilidades como correr, subir, pular, chutar e descer escadas. (ANDRADE; BARBOSA; BESSA, 2017). Segundo Najafabadi et al. (2018), as crianças com TEA propendem a desenvolver um maior índice de comprometimento de habilidades motoras, como déficits na coordenação motora global, habilidades de equilíbrio, flexibilidade 19 articular, equilíbrio postural e velocidade de movimento. A redução do nível de habilidades motoras em crianças autistas pode levar a uma diminuição da possibilidade desses indivíduos realizarem atividades físicas e esportivas, o que provocará um aumento do índice de doenças relacionadas ao sedentarismo. Quando as habilidades motoras finas são comprometidas, a criança apresenta dificuldades para realizar atividades de rotina diária, tais como, executar atividades que exige destreza manual, tanto em casa, quanto na escola. (AZEVEDO; GUSMÃO, 2016). Na habilidade motora fina (traçado) as crianças autistas possuem dificuldades em desenhar letras e números, conseguem escrever o nome, mas não possuem noção espacial. (MENDES, 2015). Elas também podem apresentar dificuldades para realizar movimento de preensão de forma correta, não conseguem obedecer aos limites da figura durante as atividades de colorir e não possuem iniciativa para mudar as cores. (CORREIA, 2013). Segundo Consoline (2018), a habilidade motora fina é fundamental para os pacientes se tornarem mais independentes, pois através dos movimentos de pinça e preensão conseguem realizar as atividades de autocuidado. Para obter uma boa coordenação motora, é necessário que sejam realizados tratamentos fisioterapêuticos que auxiliam na ativação dos níveis sensoriais e motores, buscando melhorar a concentração, a memória e as habilidades motoras, como a coordenação e o equilíbrio. (DOS ANJOS et al., 2017). Durante os tratamentos, alguns autistas necessitam realizar intervenções por medicamentos que auxiliam no alívio de comportamentos como rituais compulsivos, frustração, falta de tolerância, hiperatividade, agressão e entre outros. A diminuição desses comportamentos favorece na realização das atividades. (CONSOLINE.
3. TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO
A intervenção fisioterapêutica é de suma importância no tratamento de crianças com TEA, pois tem capacidade de auxiliar no desenvolvimento motor possibilitando estímulos nas áreas de concentração e interação social. (FERREIRA et al., 2016). Esses pacientes, além de apresentar déficits que implicam na comunicação, interação social e na agilidade de raciocinar, também possuem comprometimentos motores que permanecem por toda vida e são suscetíveis a intervenção fisioterapêutica. Desta forma, a atuação do fisioterapeuta requer uma intervenção precoce com intuito de promover a plasticidade cerebral e consequentemente favorecer na melhora da qualidade de vida do indivíduo. (FERREIRA et al., 2016). A fisioterapia possui vários recursos para o tratamento, porém, dentre esses recursos escolheu-se abordar sobre o lúdico e a psicomotricidade devido ao tratamento ser mais eficaz e significativo favorecendo no desenvolvimento psicomotor. (DE SOUZA; DE GODOY, 2005). O mais adequado para ensinar os autistas é por meio de persistência, com intuito de proporcionar as crianças a possuir independência por meio de atividades 21 lúdicas que estimulam as coordenações motoras (SANTOS; GIGONZAC; GIGONZAC, 2017).
As atividades lúdicas são desenvolvidas com brincadeiras que tem objetivo de estimular e aperfeiçoar a habilidade motora fina e grossa, esquema corporal e a organização espacial. A fisioterapia proporciona maior independência para as crianças com TEA, bem como, visa facilitar a realização das atividades de vida diária. (SANTOS; GIGONZAC; GIGONZAC, 2017). O planejamento fisioterapêutico precisa ser realizado conforme a necessidade 22 de cada paciente. As técnicas mais utilizadas nos atendimentos fisioterapêuticos são manipulação de brinquedos pequenos, jogos de encaixes, buscar ou alcançar objetos, quebra cabeça, estimulo visual, auditivo e tátil com brinquedos, pinturas, circuitos, entre outros. É importante que o fisioterapeuta esteja sempre inovando nos atendimentos com diferentes brincadeiras favorecendo a aprendizagem das crianças (OLIVEIRA et al., 2013).
Não tem como abordar sobre a psicomotricidade sem relatar a palavra movimento, os mesmos se classificam em três tipos: voluntário, reflexo e automático. O voluntário, são movimentos que efetivamos por vontade própria, o reflexo independe da vontade e primeiro ele ocorre para depois tomarmos consciência dele, já o automático resulta do que aprendemos e de nossas experiências, práticas, treinos e repetição. (ANDRADE; BARBOSA, BESSA, 2017). A atuação da fisioterapia tem como objetivo recuperar a funcionalidade motora, diminuindo as consequências instaladas. É necessário que o paciente e o fisioterapeuta aprendam a enfrentar os novos desafios durante o processo de reabilitação pela condição limitante apresentada, logo os conceitos da psicomotricidade, como aprendizagem motora, percepção sensório-motora, esquema corporal, organização espacial e biorritmo, precisam ser utilizados para traçar a conduta terapêutica. (DE SOUZA; DE GODOY, 2005). A relação entre técnicas fisioterápicas e a psicomotricidade pode proporcionar um tratamento mais eficaz para o paciente, visto que somente com a utilização das técnicas fisioterápicas não possibilita ao profissional a observação de alguns pontos no decorrer da avaliação e do tratamento, por exemplo, os aspectos afetivo e emocional, a avaliação da imagem corporal, a percepção espacial e a espontaneidade do indivíduo durante a terapia. (DE SOUZA; DE GODOY, 2005). Desta forma, o profissional fisioterapeuta precisa ver a psicomotricidade com bons olhos, pois ela auxilia no desenvolvimento motor e intelectual da crianças,sendo assim, é fundamental estudar e conhecer mais sobre a área da psicomotricidade, 26 mais especificamente a infantil, que é um dos objetivos de muitos profissionais da área da saúde e áreas afins. É relevante também distinguir os pontos positivos e negativos do desenvolvimento e desempenho psicomotor de crianças saudáveis e patológicas, facilitando o terapeuta durante a elaboração do programa de tratamento específico e podendo também trazer resultados surpreendentes. (CASTILHOWEINERT; DOS SANTOS; BUENO, 2011).
No estudo de Consoline (2018), foi realizada uma pesquisa com 05 crianças do sexo masculino que apresentaram alterações na categoria da escala Medida de Independência Funcional (MIF) que representa o autocuidado, sendo assim, foi proposto atendimentos fisioterapêuticos para coordenação motora fina com intuito de desenvolver novas habilidades ou aprimorar as habilidades presentes favorecendo na melhora do desempenho funcional no aspecto de autocuidado. Os atendimentos foram realizados durante 2 meses totalizando 18 sessões com duração de 30 minutos. O estudo demonstra que apenas um paciente apresentou melhora significativa na realização das atividades propostas, sem dificuldades e demonstrando agilidade em todos os exercícios. O estudo sugere que as interveções fisioterapêuticas sejam realizadas por um período maior de tempo, para obter resultados positivos proporcionando o aperfeiçoamento das habilidades motoras finas. (Morais 2017).
Oliveira et al., (2015) elaborou uma pesquisa onde avaliou através da Escala de Desenvolvimento Motor (EDM) de Rosa Neto 06 indivíduos do sexo masculino que participam do programa de Atendimento Educacional Especializado (AEE) com idades entre 06 e 18 anos, diagnosticados com o TEA, contendo os três graus do TEA (leve, moderado e severo). Os participantes 1 e 3 que possuem grau leve alcançaram um maior índice na EDM geral em relação a idade cronológica, e os indivíduos 2, 4, 5 e 6 com grau moderado e severo não apresentaram a escala devido não possuírem coordenação motora para realizar alguns elementos nos testes de psicomotricidade. Na avaliação da psicomotricidade, o indivíduo 1 obteve resultados apenas nos testes de motricidade fina e equilíbrio e o indivíduo 3 somente nos testes de motricidade fina e global. Os indivíduos 1 e 3 apresentaram uma escala normal médio, entre 178,12 a 184,61 do resultado geral da EDM. Na pesquisa de Andrade, Barbosa e Bessa (2017), foi efetuada uma análise do desenvolvimento de crianças com idade entre 4 e 5 anos através de observação e intervenção educacional em 23 indivíduos. Foram realizadas atividades lúdicas que envolviam o desenvolvimento da coordenação motora como meio de ensino e aprendizagem abordando temáticas variadas como cores de semáforo, alinhavos, pontilhados, circuitos, conhecendo a letra “U”, desenhos de caminhos e entre outras. O resultado não foi satisfatório, pois havia 23 crianças e apenas 09 apresentaram uma boa evolução em relação ao restante da turma. Ainda em relação à pesquisa apresentada, demonstra que nas atividades de circuito com obstáculos e circuito de equilíbrio para desenvolver a coordenação motora global, foi possível observar que não houve bons resultados devido a faixas etárias e os estímulos que as crianças recebem. As outras 14 crianças apresentaram bastante dificuldade em questões básicas como contornar objetos, ou mesmo andar em cima de uma linha. Os autores relataram que durante o desenrolar da aplicação de atividades foi surpreendente observar tamanhas dificuldades psicomotoras encontradas nas crianças, principalmente com relação à coordenação motora global e fina (Figura 4). (ANDRADE; BARBOSA, BESSA, 2017).
4.ANALISE:
Analisando a intervenção fisioterapêutica na atuação da fisioterapia em crianças com autismo, buscando entender foram incluídos 10 artigos que utilizavam estudos de conceitos. A pesquisa foi realizada com base de exploratória, foi utilizado o método bibliografico para coleta de dados de forma qualitativa, sendo utilizado como palavra-chave, Fisioterapia em Crianças com Autismo informações coletadas na base de dados, google acadêmico, Scielo, foram selecionados somente artigos que se enquadravam no objetivo da pesquisa. Por fim, foi realizada uma leitura ampla e exploratória dos artigos selecionadas para analise dos protocolos de atuação da fisioterapia.
5. DISCUSSAO:
Em termos de discussão, a presente pesquisa buscou uma abordagem mais detalhada sobre a atuação da fisioterapia em crianças com Autismo, conceitos, características.
Segundo Andrade et al., (2018), os autistas possuem um agravo cognitivo de modo que suas emoções são difíceis de serem compreendidas e acabam ocasionando um comprometimento nas relações sociais. A criança autista não entende a espontaneidade das ações e por isso não consegue responder as pessoas, e isso favorece a quadros gradativamente isolados, ao aprimoramento por interesses restritos e ao apego rígido à rotina.
(PERERA et al., 2014) Afirma que os autistas evidenciam uma ampla diversidade de sintomas motores que abrangem: alterações no desenvolvimento motor, rigidez muscular, hipotonia, acinesia e bradicinesia, podendo também haver comprometimento nos padrões motores de marcha devido sua alteração, levando dor, fadiga e estresse das articulações, acometendo suas capacidades cinéticas funcionais.
MORAIS, 2017, Afirma que as crianças autistas apresentam vários tipos de comportamentos e os mesmos estão ligados a movimentos estereotipados, como balançar as mãos, perambular de um lugar para outro, segurar objetos por um determinado período e fixar em apenas um objeto.
(MORAIS, 2017) Afirma que este transtorno também desenvolve anormalidades posturais, deambular nas pontas dos pés, movimentos estranhos das mãos e posturas atípicas.
(OLIVEIRA et al., 2015) Afirma que Devido o autista possuir um atraso na coordenação motora fina e no desenvolvimento, apresenta demora em obter habilidades, principalmente para realizar atividades do dia a dia como, por exemplo, escovar os dentes, escrever, abotoar e desabotoar, recortar, encaixar, digitar, dentre outros.
(CONSOLINE, 2018) Afirma que esses comprometimentos das habilidades motoras também podem afetar no desenvolvimento da coordenação motora grossa dificultando na realização dos movimentos de subir e descer escadas, chutar algum objeto, correr, pular, agachar e puxar.
6. RESULTADO
De acordo com o resultado da presente pesquisa, ressalta-se a importância da Atuaçao da Fisioterapia em crianças com Autismo. (PERERA et al., 2014).
A fisioterapia possui vários recursos para o tratamento, porém, dentre esses recursos escolheu-se abordar sobre o lúdico e a psicomotricidade devido ao tratamento ser mais eficaz e significativo favorecendo no desenvolvimento psicomotor. (DE SOUZA; DE GODOY, 2005)
O mais adequado para ensinar os autistas é por meio de persistência, com intuito de proporcionar as crianças a possuir independência por meio de atividades 21 lúdicas que estimulam as coordenações motoras. (SANTOS; GIGONZAC; GIGONZAC, 2017)
Em relação à pesquisa apresentada, demonstra que nas atividades de circuito com obstáculos e circuito de equilíbrio para desenvolver a coordenação motora global, foi possível observar que não houve bons resultados devido a faixas etárias e os estímulos que as crianças recebem. As outras 14 crianças apresentaram bastante dificuldade em questões básicas como contornar objetos, ou mesmo andar em cima de uma linha. Os autores relataram que durante o desenrolar da aplicação de atividades foi surpreendente observar tamanhas dificuldades psicomotoras encontradas nas crianças, principalmente com relação à coordenação motora global e fina. (ANDRADE; BARBOSA, BESSA, 2017)
7. CONCLUSAO
Conclui-se que a atuação do Fisioterapeuta na área da psicomotricidade ainda é pouco explorada, portanto, é fundamental para o desenvolvimento de novas habilidades motoras ou aperfeiçoamento das habilidades motoras presentes com o intuito de melhorarem no seu desempenho funcional e sua independência por meio de atividades lúdicas e estimulantes. Acredita-se que o tratamento fisioterapêutico para os autistas é muito relevante, pois proporciona ativação das áreas da concentração e integração social. Dessa forma, o tratamento fisioterapêutico na habilidade motora fina das crianças consiste em facilitar a realização das atividades de vida diária, bem como, 28 executar as atividades da escola que necessitam de destreza manual, pinça, preensão, concentração e atenção.
8.REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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ANDRADE, Isabella Caroline; CAVALCANTE, Isabelle Dias; DE MELO, Laís Rodrigues; DIAS, Mândala Borges; FONSECA, Nathália Maria; BRAGA, Talita. A importância da detecção dos sinais precoces no Transtorno do Espectro Autista (TEA). Congresso Internacional de Pesquisa, Ensino e Extensão – CIPEEX, p. 1119-1126, 2018. Disponível em: . Acesso em: 23 de Agosto de 2018.
CAMPOS, Rodrigo Carneiro de. Transtorno do Espectro Autista – TEA. Sessões Clínicas em Rede, UNIMED -Belo Horizonte, 2019. Disponível em: . Acesso em: 02 de Outubro de 2019
CONSOLINE, Nayara de Almeida. Intervenção fisioterapêutica para a melhora da coordenação motora fina em pacientes com autismo. Faculdade de Educação e Meio Ambiente – FAEMA, Ariquemes/RO, 2018. Disponível em: . Acesso em: 06 de Agosto de 2019.
MORAIS, Thalita. Perfil do Autista Institucionalizado na Associação de Mães de Autistas de Ariquemes-AMAAR. Faculdade de Educação e Meio Ambiente – FAEMA. Ariquemes/RO, 2017. Disponível em: . Acesso em: 06 de Agosto de 2019
RODRIGUES, Emily Flavio; SANTOS, Adriana Tolentin; MAIA, Maria de Fátima de Matos; DIAS, Darthya Souza. Coordenação motora em crianças com Transtorno de Espectro Autista (TEA). Revista Eletrônica Nacional de Educação Física – RENEF, v. 8, n. 11, p. 3-11, 2018. Disponível em: . Acesso em: 05 de Março de 2019.