REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/fa10202410241513
Maria Luanna Lima de Souza1,
Marta Silva Lima2
RESUMO
O envelhecimento da população é um fenômeno que ocorre tanto em países desenvolvidos e em países emergentes como o Brasil. A queda é caracterizada pelo o deslocamento de forma não intencional do corpo para um nível inferior a posição inicial. Segundo a organização Mundial da Saúde (OMS), 28% – 35% de idosos com cerca de 65 anos de idade sofrem algum episódio de queda a cada ano. O fisioterapeuta tem um papel fundamental no processo do envelhecimento ativo na preservação da capacidade funcional do idoso diminuindo os constantes risco de queda além de proporcionar independência e qualidade de vida. Dessa forma o estudo tem como objetivo destacar as principais funções desse profissional e destacas as medidas que possa proporcionar prevenção de quedas, capacidade funcional e consequentemente qualidade de vida ao idoso. Esse estudo é uma revisão bibliográfica na qual os artigos foram acessados por meio das seguintes bases de dados BASE, Repositório, MEDLINE, PuMed, PEDro, LILACS, publicadas entre os anos 2019 e 2024. De acordo com o estudo feito conclui-se que o fisioterapeuta deve ser um profissional capacitado para atuar não só no tratamento, mas também na prevenção, pois essa assistência multifatorial reduz a chance de quedas. Sendo assim o fisioterapeuta é detentor de conhecimentos necessários para orientar tanto os pacientes quanto seus familiares, com formas seguras de prevenir os riscos de quedas, além de trabalhar com o idoso, formas de aumentar sua capacidade funcional, equilíbrio, suporte muscular e sua independência, podendo realizar suas atividades de vida diária com segurança e bem.
Palavras-chave:
1 INTRODUÇÃO
O envelhecimento corresponde a um processo natural do ser humano, onde o indivíduo passa por desenvolvimento na sua morfologia, fisiologia e psicologia, levando a um estado de adaptação do seu organismo, e, por fazer parte do ciclo biológico torna-se uma experiência única. Contudo, ao longo do tempo essa população tem sido visualizada pois é perceptível seu crescimento na sociedade (Macena, 2018).
A crescente e constante expectativa de vida da população é um fato atual, mundial e irreversível, no Brasil o número de idosos pode passar de 19,2 milhões (9,2%) para 58,2 milhões (25,5%) em 2060, o que provocará o aumento da procura por serviços de saúde para esta população (TAGUCHI et al., 2022).
A velhice também conhecida como terceira idade é uma fase da vida onde a pessoa tem importantes alterações que causam impactos na qualidade de vida desse idoso, tais como, redução de força e degeneração do organismo, o que contribui para o surgimento de diversos acidentes, dentre eles, o mais comum, a queda.
Dentre as alterações fisiológicas próprias da idade podemos destacar a que acarretam em uma atrofia e fraqueza muscular maior, a sarcopenia. Assim como alterações ósseas e musculares observadas com o aumento da idade são interdependentes. Ossos mais frágeis são apoiados por músculos mais fracos, o que leva a quedas e à sua consequência mais temida, as fraturas (TAGUCHI et al., 2022. A visão envolve um processo muito complexo na integração das estruturas do olho, o controle motor e o controle neural. Sua importância reside na obtenção de informações sobre o ambiente e na orientação do movimento do corpo. Com o envelhecimento, enfraquecimento desse sistema visual contribui de forma considerável a ocorrência de quedas 7,8. Somado a fato de acontecer diminuição da flexibilidade de membros inferiores nesse grupo de indivíduos sendo, portanto, responsável pelo aumento no risco de quedas.
Conforme a literatura a diminuição da amplitude de movimento e força muscular nos movimentos de forma geral, principalmente em membros inferiores, causam alterações nos padrões de marcha e dificuldades no desempenho de atividades do cotidiano, o que sugere a uma forte associação à ocorrência de quedas.
A fisioterapia tem papel fundamental nesta etapa, para um envelhecimento ativo, tentando preservar a capacidade funcional do idoso para prevenir os constantes riscos de queda e dar a ele independência e qualidade de vida. O fisioterapeuta apresenta conhecimento específico para a atenção ao idoso, pois tem conhecimento das alterações fisiológicas do envelhecimento nos níveis anatômicos e fisiológicos, ajudando na prevenção e no tratamento, trabalhando o equilíbrio, devolvendo ao paciente a qualidade de vida e a autonomia do mesmo. Cabe então aos profissionais da área se atentarem para este cenário, cada qual atuando em suas especificidades, e todos colaborando para a melhor condição de vida dos indivíduos idosos, orientando o familiar responsável e o idoso com formas seguras para evitar quedas (Brasil, 2022).
O termo “pessoa idosa” é referido a pessoas com 60 anos ou mais e essa população são os que mais sofrem com doenças, sendo aquelas degenerativas ou não, possuindo um impacto significativo nas suas vidas, pois podem comprometer suas funções vitais e até causar incapacidade (OLIVEIRA et al., 2022). Dessa forma, o Brasil é notado devido ao número de pessoas idosas que se eleva gradativamente, superando marca dos 30 milhões segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), e que a população com idade superior a 60 anos tende a ser a quinta maior do mundo até 2030 (SILVEIRA, 2022).
No processo de envelhecimento, a maioria dos gestos motores tornam-se cada vez menos seguros, entre os quais se encontram a realização de atividades de vida diária (AVD’s). As funções locomotoras, sensoriais e cognitivas estão intrinsecamente relacionadas com a mobilidade. Aproximadamente 20% da população, que se encontra em processo de envelhecimento, caem a cada ano. (TAGUCHI et al., 2022)
As quedas podem resultar em fraturas e causar sérias consequências, como lesões permanentes, perturbação na mobilidade, declínio funcional e posterior internação em asilo, além de ser considerada a principal causa de eventos traumáticos em idosos representando 90% dos atendimentos hospitalares desta população (Oliveira, 20021).
Entre as consequências dos acidentes causados pelas quedas, as fraturas estão entre os mais comuns, principalmente nas regiões do quadril e punho, além disso a pessoa idosa pode desenvolver traumas como o medo de cair novamente. Como efeito bola de neve, afeta o estado emocional agindo negativamente no estado físico e funcional do idoso pois traz a dependência de outras pessoas para realizar suas atividades de vida diárias no ambiente seguro, funcional e familiar, facilitando sua interação social e mobilidade (SOFIATTI, 2021).
As quedas podem acontecer por diversos fatores desde ambientes inseguros, mal iluminados até por doenças, déficit de vitaminas, perda da massa muscular, desequilíbrio postural entre outros e a identificação desses fatores de risco é uma estratégia importante para promover a atenção a saúde, oferecendo um ambiente seguro e funcional e familiar, facilitando sua interação social e mobilidade (SOFIATTI, 2021).
Nesse cenário, a Fisioterapia domiciliar pode ajudar a melhorar a qualidade de vida desses pacientes, agindo de maneira que previna lesões, retardando doenças degenerativas e promovendo exercícios para fortalecimento, alongamentos, exercícios para o cognitivo, coordenação motora (SILVA et al., 2022).
A vulnerabilidade psicomotora da terceira idade, causa bastante preocupação por estar associada a diferentes fatores como: problemas de visão, piso desregular, fatores ambientais como iluminação inadequada, dentre outros. Visto isso, é extrema importância a atuação de uma equipe multidisciplinar para atuar no âmbito domiciliar, para viabilizar medidas no ambiente que proporcione a independência e a execução de suas atividades diárias, pois o idoso precisa ter um ambiente adequado, equilibrado e saudável (FARIAS et al., 2022).
Logo, esse estudo tem como objetivo fazer uma revisão integrativa com intuito de compreender o processo de envelhecimento e seus principais impactos na saúde da pessoa idosa, orientar a família e assim como a pessoa idosa sobre os riscos e sua eventual consequência para a saúde da pessoa idosa apontando as principais medidas de prevenção de riscos de quedas em pessoas idosas, garantindo dessa forma ao paciente sua capacidade funcional preservada e consequentemente uma melhor qualidade de vida, e por fim destacar a importância da fisioterapia domiciliar e conjunto de exercícios que possibilitam a prevenção de comorbidades e promoção da saúde tais como, melhor funcionalidade, autonomia e equilíbrio proporcionando dessa maneira melhora na qualidade de vida do paciente.
2 METODOLOGIA
O presente estudo trata-se de uma revisão integrativa, sendo um método de revisão mais amplo, pois permite incluir literatura teórica e empírica, bem como estudos com diferentes abordagens metodológicas (FERREIRA et al., 2023). Conforme Meadows (2012) a revisão integrativa é composta de seis fases: elaboração da pergunta norteadora, busca ou amostragem na literatura, coleta de dados, análise crítica dos estudos incluídos, discussão dos resultados e apresentação da revisão integrativa na íntegra.
O levantamento bibliográfico dos estudos foi realizado por meio de pesquisas em bases digitais de conhecimento em saúde, como: Biblioteca Virtual em Saúde (MEDLINE US), National Library of Medicine (PUB MED), Physiotherapy Evidence Database (PEDro), Literatura Latino-Americana em Ciências da saúde (LILACS) e Cientific Electronic Libray Online (SCIELO).
Foram incluídos como critérios de inclusão, artigos publicados em língua portuguesa e inglesa, abordando sobre estratégias para a prevenção de queda de idosos em ambiente domiciliar disponíveis gratuitamente e que auxiliem na discussão sobre a temática e artigos publicados e indexados nos referidos bancos de dados nos últimos 5 anos. Definiu-se como critérios de exclusão: artigos de revisão, incompletos, duplicados, teses, dissertações e relatos de experiência.
Durante a pesquisa foram colocados os seguintes descritores: “Fisioterapia domiciliar”, “Pessoa idosa”, “prevenção”, “Queda”, “Exercícios”, utilizou-se o operador booleano “AND” entre as palavras chave formando a seguinte combinação, “fall AND elderly AND physiotherapy AND prevention”.
A pesquisa foi realizada em duas etapas: A primeira foi feita separação das ideias, frases e parágrafos que identificaram as convergências e divergências dos autores em relação à temática do estudo, sendo o método de revisão integrativa o que permitiu a síntese de estudos de diversas origens, fornecendo uma visão consolidada das práticas e resultados associados a essa modalidade de intervenção (FEITOSA et al., 2020). A segunda etapa foi a análise e comparação do conhecimento entre os autores em relação aos seus objetivos, materiais e métodos, período de estudo, ano de publicação, resultados e conclusão, por meio da elaboração de um quadro dos artigos revisados.
Sendo assim, usou-se como questão norteadora: Como o fisioterapeuta pode atuar diante do cenário de prevenções de queda em idosos?
Quadro 1. Descrição da questão norteadora segundo os componentes da estratégia PICo. Imperatriz – MA, Brasil, 2023.
Fonte: Autor, 2024
E por último foi realizada a categorização dos estudos através de um quadro sinóptico, onde foram dispostas as informações com base nas seguintes variáveis: autor, ano de publicação, título do artigo, tipo de estudo, principais resultados. O estudo será realizado com base em dados secundários, do tipo Revisão de literatura, sendo assim, dispensou-se a apreciação do Comitê de Ética. A seleção dos artigos é demonstrada através do fluxograma 1.
Fluxograma 1. Seleção dos estudos considerando os critérios de elegibilidade, Imperatriz, MA, Brasil, 2023.
Fonte: Adaptado de VASSÃO et al. (2018)
3 RESULTADOS
Para a construção dos resultados foram extraídos os seguintes dados: autores e ano da publicação, tipo de estudo, objetivo e evidências contendo metodologia, intervenção, objetivo e conclusão. Foram encontrados um total de 6 artigos para compor esse estudo, através de buscas nas bases de dados, citadas no fluxograma. No Quadro 1 foram apresentados o nome dos autores, ano do artigo, periódicos que foram encontrados os estudos utilizados nesta revisão e banco de dados apresentando os buscadores.
QUADRO 2– Síntese das produções incluídas na revisão, segundo autor/ ano de publicação, Periódico, banco de dados e Qualis do periódico
Fonte: Autor, 2024.
QUADRO 3– Síntese das produções incluídas na revisão, ID, Metodologia, Intervenção, objetivo e conclusão
ID | Metodologia | Intervenção | Objetivo | Conclusão |
A1 | Revisão de Literatura | –Avaliação do risco e modificação do ambiente -Exercícios e reabilitação. -Revisão de medicamentos Educação e treinamento -Uso de dispositivos de apoio. | O objetivo deste estudo foi Sintetizar informações sobre diversas abordagens e intervenções que têm sido implementadas para prevenir quedas entre idosos que vivem em casa. | O estudo apontou que é viável auxiliar profissionais de saúde, cuidadores e familiares para reduzir o risco de quedas. Pode contribuir para: -Apoio a pesquisas futuras -Melhora da qualidade de vida -Melhoria de práticas clínicas. |
A2 | Revisão de literatura | Analisar mudanças no corpo humano; Envolver estratégia de tratamento; Sistematizar o conhecimento já existente. | O objetivo deste estudo analisar as alterações fisiológicas no corpo humano durante o processo de envelhecimento e fornecer uma visão geral das descobertas científicas já existentes. | O estudo fez uma análise sobre alterações no sistema cardiovascular, respiratório, musculoesquelético e neurológico. |
A3 | Revisão integrativa | Participação em grupos de convivência, contribuem para um envelhecimento ativo, possibilitando uma melhor qualidade de vida para as pessoas idosas. | Por meio de uma revisão sistemática, identificar os fatores que contribuem para o envelhecimento ativo. | Foi possível identificar que hábitos como alimentação saudável, atividade física, estimulação cognitiva, exames preventivos, saúde mental, relacionamentos interpessoais e familiares, uso controlado de medicamentos. |
A4 | Revisão de literatura | – Programas de exercícios específicos -Treinamento de equilíbrio e coordenação -Avaliações e ajustes personalizados Educação sobre prevenção de quedas | O objetivo deste estudo foi corroborar com práticas e técnicas para melhorar a estabilidade e a capacidade de manter a postura do idoso, reduzindo o risco de quedas | O estudo concluiu que realizar avaliações contínuas para ajustar os programas de fisioterapia conforme necessário pode: – tornar o indivíduo mais independente -promover equilíbrio – avaliar as necessidades |
A5 | Revisão de literatura | – Protocolos de Diagnóstico -Tratamentos Farmacológicos – Tratamentos Psicossociais Capacitação e Educação Estratégias de Acompanhamento | O objetivo do estudo foi abordar terapias psicológicas e abordagens psicossociais adaptadas para idosos, como terapia cognitivo-comportamental ou intervenções baseadas em grupo. | O estudo concluiu que é necessário melhorar a precisão e a consistência no diagnóstico da depressão na terceira idade, pois o transtorno é um fator para impedir que os mesmos busquem a fisioterapia em seu domícilio |
A6 | Revisão de literatura | – Revisão de literatura e dados existentes -Identificação de práticas e estratégias -Sugestões e recomendações | O objetivo do estudo foi discutir como a esperança está associada à qualidade de vida em idosos com base em pesquisas anteriores. | O estudo evidenciou que a importância da esperança como um fator que contribui para a saúde mental e emocional, e como ela pode melhorar a satisfação geral com a vida dos idosos |
Fonte: Autor, 2024.
4 DISCUSSÕES
A alterações fisiológicas decorrentes do envelhecimento aponta mudanças com alterações no sistema cardiovascular, respiratório e musculoesquelético e como afetam a funcionalidade humana, trazendo uma compreensão teórica do tema, sendo discutido na literatura sobre o aumento na rigidez das artérias, diminuição na elasticidade vascular, perda de massa muscular (sarcopenia). Desse modo, é possível confirmar que as mudanças em indivíduos da terceira idade são biológicas, contudo, podem ser atenuadas através de estratégias para a prevenção das mesmas (Macena, et al. 2018). Da mesma maneira Taguchi et al.,2022, complementa que as alterações fisiológicas próprias da idade destacando as que acarretam em atrofia e fraqueza muscular maior, a sarcopenia. Assim como alterações ósseas e musculares observadas com o aumento da idade são interdependentes. Ossos mais frágeis são apoiados por músculos mais fracos, o que leva a quedas e à sua consequência mais temida, as fraturas (TAGUCHI et al., 2022).
A adaptação no domicílio e o cuidado continuado é uma área pouco estudada e difundida pelo o Brasil. Isso é um fator preocupante diante do atual cenário epidemiológico desse agravo de saúde, tendo em vista que as quedas acidentais representaram 50,5% das morbidades que levaram as hospitalizações de pessoas idosas, conforme registro do Sistema Único de Saúde entre janeiro de 2020 e fevereiro de 2023 (Brasil, 2022). Más para Farias, 2022 as estratégias para a prevenção de quedas em idosos em ambiente domiciliar oferece uma análise das melhores práticas e estratégias para prevenir quedas entre idosos em casa, como por exemplo: adaptar o ambiente domiciliar instalando barras de apoio e remoção de obstáculos, programas de exercícios físicos específicos para melhorar equilíbrio e força, e educação dos idosos e cuidadores sobre segurança para promover uma vida mais ativa, focando em intervenções práticas e modificações no ambiente. Tais estratégias tornam-se eficazes, pois demonstram reduzir quedas no ambiente domiciliar (Farias, 2022).
Pacientes que retornam ao domicílio após internamento por quedas, podem apresentar grande dificuldade para a mobilidade, e ainda estarem com necessidade de dispositivos para auxiliar a marcha como bengalas e andadores, regressarem para a casa sozinhos estarem sob uso de polifarmácia (≥ quatro medicamentos), e de medicamentos psicotrópicos (Nasseri et al., 2021). Esses pontos contrários diminuem a capacidade para o autocuidado, alimentação, gestão do regime medicamentoso, recomeço gradativo e seguro das atividades rotineiras e, consequentemente, risco para uma transição insalubre, resultando em prejuízo no desenvolvimento de confiança e enfrentamento. Podem ser citadas outras importantes consequências como a ptofobia, novos riscos de quedas, isolamento e internações (Nasseri, 2019).
Segundo Santos (2020) a fisioterapia para esse grupo de pessoas tem como objetivo a reinserção social, no âmbito preventivo e curativo. Dentro da equipe multidisciplinar promovendo a manutenção da capacidade funcional, garantindo conforto e autoestima. Através de orientações, atividades lúdicas, trabalhando o equilíbrio, fortalecimento muscular, cognição e treino das atividades de vida diária. Corroborando com Santos (2020), Macedo; Moreira (2021) afirma que a cinesioterapia, exercícios proprioceptivos, exercícios resistidos e alongamentos são recursos fundamentais utilizados pela fisioterapia, para manter a capacidade funcional do idoso.
Para Santos et al (2020) é importante que a fisioterapia promova estimulação de hábitos saudáveis como prática de atividade física, alimentação adequada e orientação domiciliar através de educação preventiva. Enquanto Oliveira e Silva (2021) ratifica a importância da fisioterapia preventiva para promover saúde em anciãos. Os dados apresentados nessa literatura, expõem como fragilidade e desequilíbrio são problemas comuns em idosos, sendo a fisioterapia a principal aliada para aumentar a força muscular e impedir fraturas graves.
Trazendo outra perspectiva sobre o tema, de acordo com Organização Mundial da Saúde (OMS), estima que a depressão afeta cerca de 7% da população global, acometendo também idosos que, muitas vezes, tem o seu diagnóstico confundido com sinais normais do envelhecimento. Nessa esteira, estando com características depressivas, as pessoas de terceira idade podem buscar o isolamento social, evitando uma equipe de saúde desconsiderando a autonomia e independência. Em concomitância com a OMS, Feitosa, G. F. A. et al. (2020) enfatiza na abordagem em seu artigo “Depressão senil: desafios no diagnóstico e tratamento na atenção básica” os desafios enfrentados na identificação e tratamento da depressão senil. É discutido como a depressão frequentemente é subdiagnosticada em idosos e à falta de treinamento especializado para os profissionais de saúde. O estudo recomenda melhorar a capacitação dos profissionais e a importância de implementar protocolos para obter o diagnóstico correto.
Silveira, Talita de Alencar et al. (2022) em seu artigo “Esperança e Qualidade de Vida em Pessoas Idosas” investigou a relação entre esperança e qualidade de vida em idosos, pois ela e seus colaboradores expuseram como altos níveis de esperança estão associados a uma melhor saúde mental e satisfação com a vida, pois é com esperança que os ancestrais da sociedade poderão acreditar que são capazes de se prevenir de futuros danos, zelando de sua saúde no presente para que no futuro possam usufruir da qualidade que a fisioterapia pode ofertar. Sofiatto, Stéfanny et al. (2021) reforça em concordância com Silveira que a relevância da fisioterapia na capacidade funcional, corroborando que é possível melhorar a capacidade física e reduzir o risco de quedas em pessoas de terceira idade, sendo citado: programas de exercícios que visam aumentar a força, equilíbrio e mobilidade. Ou seja, a atuação fisioterapêutica é essencial para promover a independência dos anciãos trazendo qualidade de vida.
5 CONCLUSÃO
Os resultados sugeriram que a fisioterapia domiciliar tem o potencial de melhorar significativamente a qualidade de vida dos idosos. Atua de forma preventiva contra lesões, retarda doenças degenerativas e promove exercícios de fortalecimento, pois as quedas podem ocorrer devido a diversos fatores, incluindo ambientes inseguros ou falta de luz suficiente – além de doenças ou deficiências vitamínicas.
É extrema importância ampliar os estudos nesta temática, principalmente no Brasil onde as quedas acidentais representam percentuais alarmantes de internações de pessoas idosas, somado a isso, evidencia-se a escassez de medidas, da equipe de saúde, principalmente de enfermagem, na prevenção desse evento após alta hospitalar. Ressalta-se a escassez de publicações sobre o tema, principalmente no Brasil.
REFERÊNCIAS
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1Acadêmico do curso de Bacharelado em Fisioterapia do Instituto de Ensino Superior do Sul do Maranhão – IESMA/Unisulma. E-mail: meuryluanna@gmail.com
2Discente do Curso Superior de Fisioterapia do Instituto de Ensino Superior do Sul do Maranhão. e-mail: meuryluanna@gmail.com