REGISTRO DOI:10.69849/revistaft/th10249051552
Fernanda Melo Barbosa1
Taís Mendes Pereira2
Thayane Souza Carvalho3
Raphaella Coelho Michel4
Maria Ivanilde de Andrade5
RESUMO
Introdução: As Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST’s) representam um sério problema de saúde pública, afetando também a população idosa. A mudança de terminologia de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) para ISTs reflete a diversidade de sintomas e a distinção entre infecção e doença. Com a maior expectativa de vida e atividade sexual na terceira idade, os idosos se tornam mais suscetíveis às IST’s, evidenciado pela falta de uso de preservativos e deficiência na educação em saúde. Objetivo: discorrer sobre a atuação da enfermagem na prevenção de IST’s em idosos. Metodologia: Trata-se de uma revisão narrativa de literatura, na qual form utilizados artigos publicados nos últimos cinco anos. Discussão: Para oferecer uma assistência de enfermagem eficaz à população idosa, é essencial que os profissionais de enfermagem recebam capacitação adequada em educação sexual para esse público. O esclarecimento a respeito da sexualidade na terceira idade garantirá que idosos possam desfrutar de uma melhor qualidade de vida sexual, resultando assim, em um envelhecimento saudável. Conclusão: O aumento das ISTs entre idosos no Brasil está relacionado à invisibilidade da atividade sexual na terceira idade. O papel do enfermeiro é crucial para orientar e promover a prevenção de IST’s nessa população. As políticas públicas devem abordar as IST’s na terceira idade e os serviços de saúde devem capacitar os profissionais a fim de promover uma saúde sexual inclusiva a todos os públicos. Mais pesquisas são necessárias, no sentido de fomentar ações e estratégias que reduzam o preconceito enfrentado pelos idosos em relação à sexualidade.
Palavras-chaves: Enfermagem. Idosos. Infecções Sexualmente Transmissíveis. Sexualidade.
1 INTRODUÇÃO
As infecções sexualmente transmissíveis (IST’s) são um problema de saúde pública e se encontram entre as principais enfermidades que mais afetam a saúde das pessoas (ALBUQUERQUE et al., 2022).
O termo “Infecções Sexualmente Transmissíveis” (IST’s) foi designado pelo Departamento de Doenças de Condições Crônicas e IST em 2016, substituindo o antigo vocábulo: Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST), devido ao fato de que os sinais e sintomas de tais patologias podem ou não ser aparentes, diferenciando infecção de doença (CAVALCANTE et al., 2023).
Trata-se de condições, curáveis ou não, que têm como causa cerca de 30 vírus, bactérias e outros agentes infecciosos, como por exemplo: infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), infecção pelo Papilomavírus Humano (HPV), hepatites virais B e C, entre outros (CAVALCANTE et al., 2023).
As IST’s são transmitidas através do contato sexual, principalmente sem o uso de preservativos, por via hematológica, como em transfusões sanguíneas e verticais – da mãe ao feto – durante a gestação, parto ou na amamentação. As IST’s também são transmitidas através do contato de mucosas ou pele não íntegra ou com secreções corporais contaminadas (BRASIL, 2024; CAVALCANTE et al., 2023).
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (2020), na maioria dos casos, as IST são assintomáticas ou apresentam sintomas benignos que não são reconhecidos com uma infecção, o que pode acarretar sérias consequências imediatas para a saúde reprodutiva como a infertilidade, a transmissão de infecções verticais e até mesmo óbito.
Em se tratando das IST’s na população idosa, Cavalcante et al. (2023), informam que o aumento da expectativa de vida em correlação com a velhice ativa, avanços na área médica e a utilização de medicamentos que auxiliam disfunções eréteis, muitos idosos tornam-se vulneráveis à diversas infecções dessa natureza. Esses mesmos autores reforçam que as análises estatísticas revelam que existe uma tendência entre a população idosa, em diminuir os fatores protetivos, entre eles a menor preocupação com concepção, dificuldades com o manuseio do preservativo e incapacidade de mulheres idosas em negociar o uso de preservativo, além da estabilidade do relacionamento e submissão ao companheiro (CAVALCANTE et al., 2023).
Corrêa et al. (2022), pontuam que, na atualidade, verifica-se um aumento de número de casos de idosos com IST’s. Segundo esses mesmos autores, esse fato tem sido considerado um fenômeno global notório que gera impacto na relação familiar, social e no próprio indivíduo. Nesse sentido, a prevalência dos casos entre idosos gera a necessidade de adequação dos serviços de saúde para o atendimento desses indivíduos (CORRÊA et al., 2022).
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2022), o número de pessoas com 65 anos ou mais de idade cresceu 57,4% na população do país em 12 anos. O total de pessoas dessa faixa etária chegou a cerca de 22,2 milhões de pessoas (10,9%) em 2022 contra 14 milhões (7,4%) em 2010. Evidencia-se o crescimento da população idosa no Brasil e que as pessoas nessa faixa etária exigem maior atenção, principalmente, em relação à vida sexual e afetiva. Nessa perspectiva, reforça ser essencial a abordagem sexual na terceira idade e a importância de a enfermagem atuar nesse contexto (SALES et al., 2024).
Dados do Boletim Epidemiológico HIV/AIDS fornecido pelo Ministério da Saúde (2023), mostram que o percentual de casos da doença entre mulheres com 50 anos ou mais de idade passou de 11,4% em 2012 para 20,3% em 2022, enquanto entre os homens passou de 8,7%, para 11,4%, respectivamente. A Pesquisa Nacional de Saúde, realizada em 2019, revelou que o não uso de preservativo nas relações sexuais aumenta com a idade. Isso ocorre porque os idosos, em sua maioria, tendem a não se enxergarem como grupo de risco para contrair IST’s e, assim, perpetuam esta cultura do não uso de preservativo, principalmente por considerá-lo sem utilidade, pois já se encontram em um período não reprodutivo, e pela confiança no parceiro (BRASIL, 2023; ALBUQUERQUE et al., 2022).
Outro fator importante, é que a pandemia do Covid-19 fez com que os casos de IST’s aumentassem consideravelmente, dado que houve uma interrupção dos recursos na época, devido à infraestrutura da saúde ficar sobrecarregada com as altas incidências da doença, a qual prejudicava fortemente as pessoas principalmente os idosos. Muitos idosos deixaram de procurar tratamento para outras doenças que não o Covid-19 e, desse modo, acabaram interrompendo ou não procurando ajuda médica para as IST’s que foram aumentando gradativamente na contemporaneidade (ALBUQUERQUE et al., 2022).
Albuquerque et al. (2022) citam também que os aspectos socioculturais também são tidos como risco para os casos crescentes de IST’s nessa faixa etária, pois, muitos idosos não se consideram em risco e não possuem consciência das complicações de uma infecção. Os profissionais de saúde também contribuem quando deixam de ofertar testes ou mesmo considerar um diagnóstico, justamente por negligenciar a sexualidade desta população, as campanhas de prevenção e promoção à saúde relacionadas às (IST´s) geralmente omitem ou não são direcionadas à população de idosos (ALBUQUERQUE et al., 2022).
Para Corrêa et al. (2022), com o processo de envelhecimento do corpo humano, falar sobre sexualidade ainda é tabu, devida às questões culturais, gerando estigmas e preconceitos, principalmente quando um idoso relata ter vida sexual ativa. Fatores esses que levam à omissão da prática frente às consultas de rotina, ou até mesmo a procura de profissionais especializados para orientações.
Além disso, Monte et al. (2021), informam que com o aumento da expectativa de vida, a população idosa modificou seu comportamento sexual, aumentando o nível de casos de IST’s. Assim, o comportamento dessa população aliada as práticas adotadas e sua taxa de conhecimento os tornam suscetíveis a desenvolverem esse tipo de infecção. Não menos importante o posicionamento da sociedade de se afastar quando o assunto é sobre sexualidade na terceira idade e a ausência de promoção de práticas preventivas com alvo em idosos potencializam o surgimento de IST’s (MONTE et al., 2021).
Nesse ínterim, evidenciar para o idoso a importância da prática sexual de forma segura é assegurar que o mesmo vai possuir uma expectativa e qualidade de vida maior, pois sabe-se que as IST’s possuem um grande fator degradante (MONTE et al., 2021).
Sabendo que idosos possuem uma atitude de cunho sexual com maior risco de contágio de IST’s devido ao seu comportamento, comportamento esse que reflete a pouca prevenção e falta de conhecimento do mesmo sobre o tema, insere-se nesse contexto, o profissional de enfermagem, que atua na promoção, prevenção, recuperação e reabilitação da saúde, com autonomia e em consonância com os preceitos éticos e legais (MONTE et al., 2021; COFEN, 2017). Esses princípios da enfermagem, faz com que os profissionais produzam ações, sejam elas individuais ou coletivas, de cunho educativo e preventivo, para a população de ordem geral e em especial, para a população idosa, a fim de promover orientações adequadas e clareza nos assuntos que visam a prática sexual segura e responsável.
Mediante tudo o que foi exposto, o presente estudo tem por objetivo discorrer, através de uma revisão da literatura, sobre a atuação da enfermagem na prevenção de IST’s em idosos, enfatizando a importância da sua atuação nesse contexto.
1.1 A velhice e a sexualidade
A maneira como o idoso vive o seu envelhecimento é resultante de uma construção feita ao longo de sua história, podendo, assim, assumir diferentes perspectivas. Dessa forma, é um equívoco acreditar que o idoso contemporâneo está condenado a envelhecer de maneira infeliz (TEIXEIRA et al., 2024).
De acordo com Oliveira et al. (2021), em relação aos idosos, os preconceitos são predominantes na sociedade junto ao desinteresse dos profissionais de saúde em relação à sexualidade da terceira idade, sendo esta frequentemente considerada inexistente (OLIVEIRA et al., 2021). Entretanto, Teixeira et al. (2024) retrata que, as possibilidades de se autorrealizar na velhice são inúmeras e podem ser descobertas quando distanciadas das percepções estereotipadas do envelhecer. Assim, promover uma autopercepção positiva da velhice é vista como uma estratégia importante frente o impacto da discriminação etária.
Oliveira et al. (2021) atentam para o fato de que o descrédito persistente sobre a vida sexual dos idosos está presente tanto na prática clínica quanto no público em geral, o que leva a uma disparidade significativa na forma como esse assunto deve ser abordado. De fato, muitos profissionais de saúde hesitam em discutir ou perguntar sobre assuntos sexuais com pessoas mais velhas, erroneamente acreditando que eles não estão mais ativos sexualmente (OLIVEIRA et al., 2021).
Um estudo realizado por Santos & Mendes (2020) acerca de IST’s na população idosa, mostrou que aproximadamente 56% das notificações estão relacionadas às idosas. Constatou-se, através deste estudo um baixo índice do uso de preservativos em mulheres idosas. Entre os motivos destacados, corrobora a ideia de que ter um parceiro fixo já seria suficiente para se evitar doenças como a AIDS, por exemplo (ALBUQUERQUE et al., 2022).
Contudo, Monte et al. (2021), sinalizam ser importante considerar que a sexualidade faz parte da vida de muitos idosos e ignorá-la ou subestimar sua importância pode ter efeitos deletérios, principalmente no que diz respeito à prevenção de doenças, sendo que até a instrução de nível educacional desses idosos pode acarretar tal problemática. Para, além disso, é possível observar, na sociedade atual, uma perspectiva de que a vida sexualmente ativa é algo comum apenas na juventude, o que contribui para o preconceito, falta de assistência e campanhas preventivas aos longevos o que, consequentemente, contribui para o surgimento de IST’s de forma crescente neste grupo (MONTE et al., 2021).
Albuquerque et al. (2022), afirmam que atualmente, os avanços tecnológicos veem proporcionando uma maior qualidade de vida, principalmente quando se fala da sexualidade. Fatores que ocorrem através de reposições hormonais, entre outros. Por outro lado, o idoso acaba negligenciando o fato de pensar que não se encontra em período fértil e pela confiança em seu parceiro não tem a necessidade de se proteger (ALBUQUERQUE et al., 2022).
Nessa perspectiva, a enfermagem desempenha papel fundamental na prevenção, detecção e tratamento das IST’s. Sendo ela, a principal norteadora de ações educativas em saúde, que devem ocorrer no âmbito da Atenção Primária. Cabe à enfermagem, transformar os estigmas impostos pela sociedade em informações adequadas, sejam elas em rodas de conversas ou até mesmo através de cartilhas educativas (CORRÊA et al., 2022). Com informações adequadas, divulgação e a promoção de uma escuta qualificada, é possível atingir o público idoso para uma sexualmente ativa, protegida e responsável.
2 METODOLOGIA
Trata-se de uma revisão narrativa da literatura, na qual foi realizado um levantamento bibliográfico por meio dos sites Google Acadêmico e Periódicos da CAPES, com ênfase na atuação do enfermeiro na prevenção de IST’s em pessoas idosas.
A busca dos estudos se fundamentou na seguinte pergunta: “como se dá a atuação da enfermagem frente ao aumento das IST’s nas pessoas idosas?” A partir dessa pergunta, foram utilizadas as seguintes palavras-chave: idosos, infeção sexualmente transmissível, sexualidade e enfermagem. Para a seleção dos estudos foram utilizados como critérios de inclusão: artigos, publicados entre 2020 e 2024, com textos completos, de acesso aberto, disponíveis em português e que abordassem a temática proposta. Como critérios de exclusão descartados os artigos duplicados nas bases consultadas, sem a liberação de acesso e cujos objetivos não estivessem de acordo com a temática estudada. Após a utilização desses critérios, foram selecionados dez (10) artigos para compor a amostra dessa revisão.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os artigos selecionados foram categorizados em um quadro (Figura 1.) por título, autores, autores e ano de publicação, tipo de estudo, base de dados, objetivo e conclusão.
Figura 1. Categorização dos estudos incluídos na revisão.
Fonte: Elaborado pelas autoras, 2024.
3.1 Atuação da enfermagem na prevenção de Infecções Sexualmente Transmissíveis em idosos
A saúde sexual é fundamental para o bem-estar físico, social e emocional das pessoas idosas. Entretanto, a população idosa apresenta-se mais suscetível às IST’s, em decorrência da quantidade de casos que vem aumentando vertiginosamente na terceira idade, principalmente no sexo feminino (CAVALCANTE et al., 2023).
Os estudos de Cavalcante et al. (2023) e Oliveira et al. (2021) indicam que as mulheres idosas estão constantemente vulneráveis às IST’s. Há relatos de que as participantes do sexo feminino mostram que, embora ainda tenham desejo sexual, a maioria delas recusam o uso de preservativos e enfrentam dificuldades no ato sexual, refletindo ser um problema significativo para a saúde pública.
Na opinião de Corrêa et al. (2022), o crescente aumento da população senil, atrelado ao grande número de idosos infectados com IST’s no Brasil, traz a necessidade de recriar novos instrumentos para uma assistência em enfermagem que atenda as especificidades dessa população.
Esses instrumentos devem englobar as diferentes condições de saúde, respeitando as características e peculiaridades, possibilitando mudanças na implementação de políticas públicas, e contribuindo para prevenção e o diagnóstico precoce, com efeito na diminuição do número de idosos infectados (CORRÊA et al., 2022).
Cavalcante et al. (2023), destacam ainda uma maior prevalência de infecções pelo vírus do HPV na população idosa que possui pouca ou nenhuma educação sexual, apresentam baixa escolaridade, além do uso cada vez mais crescente de drogas. Há evidências de que idosos com comportamentos heterossexuais são os que apresentam maior infecção genital. Dessa maneira, Albuquerque et al. (2022) pontuam que urge a necessidade de maior capacitação dos profissionais de enfermagem para que as IST’s deixem de ser uma barreira à saúde do idoso.
Outro fator exposto por Fonseca, Batista e Santana (2020, é que o diagnóstico tardio do HIV ocorre porque a sorologia anti-HIV não é frequentemente realizada como rotina no atendimento ao idoso na atenção primária à saúde. Os autores destacam a importância de implementar e promover ações voltadas para a detecção do HIV na terceira idade. Por outro lado, Sales et al. (2024) apontam que a ausência de diálogo sobre sexualidade por parte dos profissionais de saúde com os idosos resulta na perda de oportunidades para a promoção da saúde e perpetua preconceitos e tabus impostos pela sociedade.
Para, além disso, Zanco et al. (2020), retratam que os idosos vêm evidenciando alterações no comportamento relacionado às atividades sexuais, impulsionada pelo aumento da perspectiva da vitalidade e pelas descobertas de modernos recursos que favorecem o desejo sexual. Outro ponto de atenção exposto pelos autores é que as informações sobre a prática do sexo seguro não estão sendo repassadas a essa população, e consequentemente essa realidade vem ocasionando aumento da incidência de IST’s nesse público.
Diante do exposto, Albuquerque et al. (2022) e Monte et al. (2021), ressaltam que se torna necessário a criação de políticas públicas voltadas para educação em saúde, com realização de campanhas e medidas preventivas voltadas para a terceira idade, com o intuito de diminuir os casos. Nesse sentido, os estudos de Zanco et al. (2020) e Cavalcante et al. (2023) corroboram com os estudos anteriores, mostrando que é fundamental a criação de novas pesquisas e propostas de trabalhos que abordem esse tema.
Diante desse cenário, é visível a ampla necessidade de políticas preventivas e de educação em saúde sexual para o público idoso, dado que tais ações ainda são escassas e incipientes para esse público. O foco dessas ações é combater o risco de contrair e de transmitir ISTs, contribuindo para o bem-estar da população idosa (CAVALCANTE et al., 2023).
Teixeira et al. (2024), afirmam que os idosos reconhecem o preconceito referente a sexualidade sobre eles, mas por outro lado sentem dificuldade em reconhecer que são discriminados. Paralelamente a isso, para que se tenha uma assistência de enfermagem eficaz, e fugindo dos tabus e preconceitos impostos pela sociedade, é essencial a capacitação de profissionais promovendo uma abordagem lúdica e eficiente, que busque reforçar a importância dessa temática para a terceira idade (CORRÊA et al., 2022). Da mesma maneira, Santos & Mendes (2020) reconhecem ser necessário que a enfermagem atue com ações educativas, palestras e panfletagens voltadas para a terceira idade, para oferecer uma melhor orientação quanto aos riscos e comportamentos e, consequentemente, estimular a prevenção de IST’s entre esses indivíduos.
Sendo assim, é de extrema importância que os profissionais de enfermagem criem uma boa relação com os idosos e busquem conhecer e entender o que realmente significa a sexualidade na vida de cada um, aconselhando-os e realizando capacitação contínua e que visem resultados efetivos às suas demandas e necessidades, levando em conta o contexto biopsicossocial, incentivando o idoso ao autocuidado, à autoestima e à sua independência (ZANCO et al., 2020).
4 CONCLUSÃO
Tendo em vista os aspectos analisados nos estudos que compuseram a revisão, pode-se constatar que o aumento de casos de IST’s em idosos no Brasil está intimamente relacionado com a invisibilidade sexual nesta faixa etária.
No contexto da qualidade de vida, o idoso vem redescobrindo novas experiências, como o avanço da tecnologia e reposições hormonais, que contribuem para que eles tenham uma vida sexual mais ativa. Muitos desses idosos negligenciam o uso de preservativos e a realização de exames preventivos acerca das infecções relacionadas a transmissão sexual. Nesse sentido, o enfermeiro tem papel fundamental na orientação e estimulação da prevenção à saúde sexual da população idosa.
Sobretudo, o diagnóstico tardio das IST’s nas pessoas idosas ainda é presente na atualidade, pois a prática sexual desse grupo nem sempre é lembrada pelos profissionais de saúde, levando os idosos a contraírem essas e outras infecções.
Vale ressaltar que a atenção primária é a porta de entrada do usuário no Sistema Único de Saúde (SUS) e o profissional de saúde, em especial, o enfermeiro, é norteador da educação em saúde nesse âmbito.
Dessa forma, é de suma importância a implementação de políticas públicas voltadas para a prevenção de IST’s em idosos a fim de quebrar os tabus impostos pela sociedade, já que o tema educação sexual é mais voltado para adolescentes.
Ressalva-se que os artigos pesquisados foram de suma importância para o desenvolvimento do estudo. Ficando evidente a necessidade de mais pesquisas relacionadas ao assunto.
REFERÊNCIAS
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