ATUAÇÃO DA ENFERMAGEM FRENTE AS INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS NO HOMEM EM IDADE SEXUALMENTE ATIVA

NURSING PERFORMANCE IN THE FACE OF SEXUALLY TRANSMITTED INFECTIONS IN MEN OF SEXUALLY ACTIVE AGE

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.12571913


João Paulo da Silva¹
Allysson Ruan de Oliveira Ferreira²
Celivane Inácio de Magalhães ³
Auxynara Naldayanne do Nascimento Pereira 4


RESUMO

Introdução: Infecções sexualmente transmissíveis são patologias transmitidas através do contato sexual desprotegido, que apresentam altos índices de crescimento, embora os homens adultos afirmem saber o que são as IST´s optam a ter relações desprotegidas. Objetivos: Descrever a atuação da enfermagem frente as IST´s, esclarecer e apresentar os riscos causados pelas IST´s e a suma importância de buscar o tratamento precoce, mostrar a necessidade da prevenção e dos cuidados primários na atenção básica para que estimule e promova todo o apoio necessário ao paciente. Metodologia: Trata-se de uma Revisão Integrativa da Literatura, com uma abordagem exploratória, utilizou-se como fonte de busca as plataformas BVS, LILACS, BEDENF, SciELO e MEDLINE, após aplicado os critérios de inclusão e exclusão obteve-se um total de 10 artigos. Resultados e Discussão: Os artigos analisados evidenciaram que o público masculino é o mais afetado com IST´s, que o principal fator de risco o início precoce da vida sexual, que o enfermeiro através do PSE consegue traçar estratégias de prevenção para sensibilizar o homem desde o ensino básico quanto aos riscos das IST´s. No âmbito da atenção básica deve-se rastrear as doenças através de testagem da população, para tratamento precoce. Conclusão: As principais IST´s que assolam a população brasileira são HIV, sífilis e HPV, que o público com maior incidência são homens, pretos e pardos, adultos jovens, com baixa escolaridade e baixa renda. E o principal fator de risco é iniciação sexual precoce.

Palavras-chave: Brasil. IST/HIV/AIDS. Homens.

ABSTRACT

Introduction: Sexually transmitted infections are pathologies transmitted through unprotected sexual contact, which have high growth rates, although adult men claim to know what STIs are, they choose to have unprotected intercourse. Objectives: To describe the role of nursing in the face of STIs, clarify and present the risks caused by STIs and the paramount importance of seeking early treatment, showing the need for prevention and primary care in primary care so that it stimulates and promotes all necessary support for the patient. Methodology: This is an Integrative Literature Review, with an exploratory approach, the BVS, LILACS, BEDENF, SciELO and MEDLINE platforms were used as a search source, after applying the inclusion and exclusion criteria, a total of 10 articles. Results and Discussion: The analyzed articles showed that the male audience is the most affected by STIs, that the main risk factor is the early onset of sexual life, that nurses through the PSE can outline prevention strategies to sensitize men from basic education regarding the risks of STIs. In the scope of primary care, diseases should be tracked by testing the population, for early treatment. Conclusion: The main STIs that plague the Brazilian population are HIV, syphilis and HPV, which the public with the highest incidence is men, black and brown, young adults, with low education and low income. And the main risk factor is early sexual initiation.

Keywords: Brazil STI/HIV/AIDS/ Men.

INTRODUÇÃO

Infecções sexualmente transmissíveis (IST´s) nomenclatura dada as doenças transmitidas através do contato sexual desprotegido, a grande maioria delas é causada por micro-organismos que se alojam nos órgãos genitais. São doenças perigosas que podem deixar sequelas e se não forem tratadas a tempo em algumas situações podem levar até a morte. Algumas IST´s no início tem tratamento, controle e até cura, por isso é importante conhecê-las para poder evitá-las (BRASIL, 2021).

 As infecções sexualmente transmissíveis como HIV, sífilis e outras infecções apresentam altos índices de crescimento, embora os homens adultos afirmem saber o que são as IST´s optam a ter relações desprotegidas assim ficando exposto aos vírus, bactérias, fungos que possam transmitir as patologias que causam as IST´s (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE, 2020).

 Essas infecções têm outras vias de transmissões tais como uso de objetos pessoais, transfusões sanguíneas e hemoderivados e o uso de drogas injetáveis. Os riscos também estão relacionados com o número de parceiros sexual, não uso de preservativo, ter relação sexual sob efeito de álcool, pessoas recentemente conhecidas. (LEITE et al., 2022).

O uso do preservativo masculino ou feminino é o método conhecido mais eficaz para evitar a transmissão, um método acessível à população podendo-se se encontrar na unidade básica de saúde (UBS) com as distribuições gratuitas disponibilizadas pelo sistema único de saúde (SUS) (RAMOS et al., 2021).

Os riscos de contaminações de algumas IST´s são mais fáceis que outras. Foi possível verificar que em uma única relação desprotegida já é possível contrair uma IST´s, por exemplo hepatite B, gonorreia e clamídia do que para HIV, sífilis e HPV, o tipo de relação também influencia na transmissão. O sexo vaginal tem a maior taxa de transmissão, já o sexo oral é a forma com menor taxa de transmissão, porém ela não é isenta de riscos (BRASIL, 2021).

É importante realçar, que o diagnóstico precoce é fundamental para o tratamento e evitar futuras consequências como por exemplo esterilidade, aborto ou alguns tipos de câncer, as principais características das Infecções Sexualmente Transmissíveis são por meio de feridas, corrimentos e verrugas anogenitais, entre outros possíveis sintomas, como dor pélvica, ardência ao urinar, lesões de pele e aumento de ínguas (DUQUE et al., 2020).

Os diagnósticos clínicos para as IST´s são dados depois que o paciente suspeito de contaminação passa por um exame completo para IST´s ele costuma ser feito com amostras de sangue e urina, mas também pode ser realizado com coletas de materiais das secreções ou lesões. O exame é feito na própria UBS e o resultado sai com uma hora depois da coleta do material (BASTOS; BERTONI, 2019).

Diante do apresentado, esse artigo tem o propósito de descrever a atuação da enfermagem frente as IST´s, esclarecer e apresentar os riscos causados pelas IST´s e a suma importância de buscar o tratamento precoce, mostrar a necessidade da prevenção e dos cuidados primários na atenção básica para que estimule e promova todo o apoio necessário ao paciente.

MATERIAIS E MÉTODOS

Trata-se de um estudo exploratório e descritivo do tipo da revisão da literatura integrativa, de renomados teóricos, objetivando analisar as principais características e fatores implicados na incidência, principais IST´s, tratamento e evolução do quadro de IST no homem adulto (GIL, 2022)

Foram utilizadas as plataformas de pesquisa: biblioteca virtual de saúde (BVS) Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE), Scientific Electronic Library Online (SciELO), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Base de Dados de Enfermagem (BDENF) por permite um acesso livre e gratuito de publicação, sendo utilizado os seguintes descritores: IST/HIV/AIDS/ homes, Brasil. Os artigos que foram empregados para o trabalho foram dos últimos cinco anos (2018 a 2023).

Foram encontrados o total de 276 de artigos relacionados aos descritores, Que em seguida foram selecionados pelos critérios de inclusão elaborados: artigos publicados entre janeiro de 2019 e janeiro de 2023, nos idiomas inglês e português, resultando no total de 182 artigos; disponíveis eletronicamente em versão completa e de livre acesso, publicados em revistas cientificas da área da saúde ou repositórios, totalizando 36 artigos para leitura.

Dentre estes foram selecionados 10 publicação que estavam no período. A análise do conteúdo seguiu os passos da análise temática, ordenação do material classificação e análise, sendo os resultados das pesquisas tabulados em quadros.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Os 10 artigos científicos incluídos nessa RIL estão descritos no quadro 01 mostra número ordinário, autor e ano de publicação, título, metodologia aplicada e principais resultados.

Quadro 01 distribuição dos estudos selecionados sobre as infecções sexualmente transmissível no homem em idade sexualmente ativa.

AUTOR/ ANOTÍTULOMETODOLOGIAPRINCIPAIS RESULTADOS
01PEREIRA, SANTOS e MAGALHÃES, (2021).Perfil das infecções sexualmente transmissíveis em jovens no Brasil: revisão integrativaRevisão integrativa da literaturaO artigo evidenciou que houve um aumento das ISTs bacterianas sífilis e gonorreia e virais HIV, HPV e herpes, o público mais afetado são jovens do sexo masculino, com idade superior a 17 anos, com baixa escolaridade e baixa renda. E mostrou que o início precoce da vida sexual e outros tipos de comportamentos sexuais de risco como: consumo de álcool e outras drogas, múltiplos parceiros sexuais e sexo desprotegido são os principais fatores de risco.
02FRANCISCO et al., (2021).Testagem para o HIV e profilaxia pós-exposição entre homens que fazem/ não fazem sexo com homensEstudo transversal com abordagem quantitativaO artigo evidenciou que dos 271 homens entrevistados, a média de idade é de 37,6 anos, 29 % dos participantes já tiveram relação sexual com outros homens, a maioria se declara heterossexual. Homens que fazem sexo com homens possuem comportamentos e conhecimento melhores de enfrentamento ao HIV e PREP. Na sua maioria os homens não busca serviço de saúde para consulta preventiva.
03PEREIRA et al., (2020).Sífilis em homens: representação social sobre a infecçãoEstudo descritivo com abordagem quantitativaO artigo evidenciou que os homens com o diagnóstico de sífilis se consideram vulneráveis as ISTs, apresentam pouca informação sobre o assunto e estão vivenciando um processo de construção de suas práxis quanto ao autocuidado e prevenção da sífilis e de outras infecções adquiridas pelo sexo.
04VERGUEIRO, (2023).Acesso de adolescentes à saúde sexual na atenção primária no município de Francisco MoratoEstudo descritivo de abordagem quantitativa e qualitativaO artigo evidenciou que dos profissionais das 12 USF que responderam ao questionário, todas as unidades realizam serviço de saúde sexual e reprodutiva, porém a maioria 83,8% que busca esse serviço são mulheres ou pessoas LGBTQIA+,   as unidades desenvolvem PSE com a temática para os adolescentes porém para consulta preventiva na atenção básica é necessário está acompanhado de um responsável.
05LEITE et al., (2022).Testes rápidos de HIV, sífilis e hepatites crônicas na população carcerária em um complexo penitenciário de Salvador (BA), BrasilEstudo analítico de corte transversal.O artigo evidenciou que dos 6.160 encarcerados, todos são homens, a maioria são preto ou pardo, com nível de escolaridade até o fundamental. Quanto a IST 9,4% apresentou alguma IST, sendo as patologias predominantes sífilis, HIV, hepatite C.
06ANDRADE et al., (2022).Diagnóstico e tratamento de infecções sexualmente transmissíveis realizados por enfermeiros na Atenção Primária à SaúdeEstudo descritivo com abordagem qualitativaO artigo evidenciou que dos 198 enfermeiros que atuam no município de Florianópolis-SC, a idade entre eles é de 29-57 anos, A prática do diagnóstico e da prescrição medicamentosa realizada por enfermeiros amplia o acesso da população aos cuidados de saúde e contribui para o maior reconhecimento profissional da categoria. Eles estão aptos a realizar o diagnóstico e se sentem seguros para fazer a prescrição. Porém relata que a formação academia é deficiente nesse quesito.
07OLIVEIRA et al., (2022).Infecções sexualmente transmissíveis em homens no sistema prisional: revisão integrativaEstudo transversal com abordagem quantitativaO artigo evidenciou que no cenário das Infecções Sexualmente Transmissíveis entre homens no sistema prisional caracterizou-se pela continuidade da elevação de fatores de risco, vulnerabilizarão masculina, fragilidade na educação sexual e fez interface com o comportamento, as práticas e as identidades sexuais e os padrões de masculinidade. Apresentou limitação das ações de promoção da saúde e prevenção de agravos, problemas de governança e institucionalização de medidas de enfrentamento, cronicidade das negligências e iniquidades em saúde.
08SANTOS e LOPES, (2022).Testes Rápidos para Infecções Sexualmente Transmissíveis na Atenção Básica: desafios e estratégias da enfermagemRevisão integrativa da literaturaO artigo evidenciou que que os desafios dos enfermeiros se associam com dificuldades pessoais, sobrecarga e impasses estruturais; já as estratégias variam entre técnicas para a coleta do material, manejo da agenda, solicitação de novos testes, orientação, entre outros.
09SILVA, et al., (2021).Dúvidas sobre infecções sexualmente transmissíveis de adolescentes: revisão integrativa da literaturaRevisão integrativa da literaturaO artigo evidenciou que grande parte dos adolescentes possuíam conhecimentos concernentes a algumas Infecções Sexualmente Transmissíveis, sobretudo HIV, mas superficiais, obtidos em conversas com amigos, sem embasamento teórico. Suas dúvidas eram relativas ao modo de transmissão, à prevenção, à identificação dos sinais e sintomas e aos riscos de contágio.
10RAMOS et al., (2021).Protocolo Brasileiro para Infecções Sexualmente Transmissíveis 2020: infecções que causam úlcera genitalEstudo analítico do ministério da saúdeO protocolo evidenciou que as infecções que causam úlcera genital são Treponema pallidum (sífilis), vírus herpes simples 2 (herpes genital) e vírus herpes simples 1 (herpes perioral), Haemophilus ducreyi (cancroide), Chlamydia trachomatis sorotipos L1, L2 e L3 (linfogranuloma venéreo) e Klebsiella granulomatis (donovanose), descreve principais tratamentos e aspectos clínicos.

Fonte: o autor, 2023.

            Conforme os estudos acima mencionados o público masculino é o mais afetado com IST´s, segundo Pereira, Santos e Magalhães (2021) “os homens mais afetados são jovens do, com idade superior a 17 anos, com baixa escolaridade e baixa renda”. E traz como principal fator de risco o início precoce da vida sexual, tornando um problema de saúde pública, pois conforme Brasil, Cardoso e Silva (2019), a idade média de início da vida sexual no Brasil é de 12,7 anos para homens, e a grande problemática para Silva e colaboradores (2021) é esses adolescentes iniciarem as práticas sexuais sem conhecimento embasado na ciência sobre o sexo protegido.

            Em contrapartida o ministério da saúde (2007) através do decreto nº 6.286/2007 instituiu o Programa Saúde na Escola- PSE, com o objetivo de unir os eixos que contribuem para o desenvolvimento humano que são divididos em três: renda, educação e saúde, fortalecendo o elo família, escola e USF, para garantir promoção de saúde e prevenção de doença, montando estratégias baseadas nas vulnerabilidades da comunidade. Em um estudo conduzido por Vergueiro (2023) com profissionais de 12 USF afirma que o programa é colocado em pratica, é ofertado o serviço de educação sexual, porém o público que busca este serviço são mulheres e pessoas LGBTQIA+, os adolescentes heterossexuais do sexo masculino iniciam sua vida sexual com conhecimento advindo de colegas e tem dúvidas quanto ao modo de transmissão, à prevenção, à identificação dos sinais e sintomas e aos riscos de contágio (SILVA et al., 2021).

            Francisco et al. (2021) afirma que os homens que tem pratica sexual com outros homens ainda apresenta uma maior incidência de HIV e outras IST´s quando comparado aos homens heterossexuais, porém o mesmo artigo trás que os homossexuais buscam mais os serviços de saúde para rotina de prevenção, onde recebem diagnóstico e tratamento precoce e reafirma que os heterossexuais por questões conservadoras não buscam o serviço de saúde e não adota as práticas sexuais com método preventivo. 

            Nesse contexto a enfermagem assume um papel extremamente importante, por ser a profissão responsável pelo cuidado humano desde o nascimento até a morte, o enfermeiro entre as suas atribuições é responsável por disseminar conhecimento através de educação em saúde, como ferramenta de prevenção a elevada incidência de IST´s, ele leva palestras e rodas de conversa sobre métodos de prevenção, forma de transmissão, diagnóstico e tratamento e no âmbito de PSE orienta o uso e faz a distribuição de preservativos e ainda faz alusão a vacinação para HPV (PEREIRA et al., 2020). Essas ações devem ser aplicadas ao público alvo, realizada na escola através do PSE, nas empresas através da Programa de saúde do trabalhador e deve abranger toda a comunidade (SILVA et al., 2021).

            O sistema carcerário masculino é um setor que carece de atenção dos serviços de saúde, a limitação das ações de promoção da saúde e prevenção de agravos potencializa os crescentes números de IST´s, sendo que o ambiente prisional favorece a infecção cruzada entre os encarcerados, fatores que levam essa grande crescente é, ausência de parceiro fixo, vulnerabilizarão masculina, fragilidade na educação sexual, necessidade fisiológica de sexo, as identidades sexuais e o padrões de masculinidade (OLIVEIRA et al., 2022). Em um estudo conduzido por Leite e colaboradores (2022) com 6.160 detentos, onde a maioria são negros, com baixo nível de formação, cerca de 10% apresentou alguma IST, sendo as patologias predominantes sífilis, HIV e hepatite C. O que reforça a necessidade de educação sexual nesse ambiente.

Além da assistência preventiva, a enfermagem deve realizar testes rápido, diagnosticar e tratar as IST´s, no âmbito da atenção primaria em saúde (APS) o enfermeiro desempenha em sua programação semanal a promoção de saúde sexual e reprodutiva, nesse momento o enfermeiro realiza teste rápido para HIV, Sífilis e hepatites B e C. Santos e Lopes (2022) descreve que o enfermeiro assume uma carga alta de atividades que são desempenhadas nas UBS, o que dificulta o cronograma para testes e novos teste. Algumas cidades do país possui o centro de testagem e acolhimento (CTA) pra IST´s com o objetivo de desafogar a UBS, porém o ministério da saúde recomenda o início do tratamento imediatamente pós-diagnóstico e deve se iniciar na atenção primaria.

Segundo um estudo conduzido por Andrade e colaboradores (2022) dos 198 enfermeiros que atuam no município de Florianópolis-SC, os mesmos se sentem capazes de realizar o diagnóstico e a prescrição medicamentosa, essa ação amplia o acesso da população aos cuidados de saúde e contribui para o maior reconhecimento profissional da categoria. Mas para que o enfermeiro tenha essa autonomia é necessário que os munícipios criem e atualizem protocolos clínico/terapêutico para assegurar as condutas desses profissionais e garantir uma cobertura total da comunidade e reduzir as filas de espera para consultas médicas. Ainda é importante ressaltar a importância da notificação compulsória das sífilis e HIV, para assim os órgãos competentes em seu âmbito de governo montar estratégias para reduzir os números (LEITE et al.,2022).

Em um estudo realizado por Ramos et al. (2021) mostra que as principais patologias que causam lesões genitais são sífilis, herpes genital, herpes perioral, cancroide, linfogranuloma venéreo e donovanose. E mostra as principais infecções no Brasil são HIV, HPV e sífilis. As quais demanda uma maior atenção para prevenção, diagnóstico e tratamento precoce. O ministério da saúde em seu protocolo clinico para IST`s orienta que o tratamento seja realizado e acompanhado por profissional capacitado e quando necessário seja realizado referência e contrarreferência (BRASIL, 2022). Um estudo conduzido por Francisco (2021) chama atenção para a profilaxia pós exposição (PEP), que é um direito do cidadão independente do fator que levou o mesmo a se expor a relação sexual desprotegida e essa terapia reduz significativamente a instalação do HIV no organismo.

CONCLUSÃO

     O estudo identificou que a assistência de enfermagem é indispensável para a integralidade da promoção de saúde do indivíduo. Apontou a importância do enfermeiro na atenção primaria trabalhar a educação sexual com ênfase na sensibilização dos adolescentes quanto aos riscos da iniciação sexual precoce, mostrou que as principais estratégias de prevenção é o elo família, saúde e escola promover rodas de conversa, palestras, consulta de enfermagem individualizada com privacidade para o adolescente, disponibilizar preservativo e orientar o uso. E alavancar as campanhas de vacinação com ênfase na de HPV.   

            Evidenciou que as principais IST´s que assolam a população brasileira são HIV, sífilis e HPV, que o público com maior incidência é homens, preto e pardo, adulto jovem, com baixa escolaridade e baixa renda. E o principal fator de risco é iniciação sexual precoce, mostrou ainda que os homossexuais e homens que vivem em sistema prisional são os mais afetados com as infecções e que comparado aos heterossexuais os membros da comunidade LGBTQIA+ buscam mais os serviços de prevenção a saúde.

            Mostrou que o enfermeiro é capaz de realizar o diagnóstico, e tratamento inicial das IST´s, assim como a PEP e PrEP, porém os enfermeiros ainda apontam carência na formação acadêmica para desempenhar essa função. No entanto essa pesquisa recomenda o investimento em novos estudos que melhorem a assistência prestada aos portadores de HIV e outras IST´s , e orienta aos enfermeiros participarem de curso de formação e trabalhar educação continuada com as equipes para que se atualizem e estejam cada dia mais preparado para prestar uma assistência digna ao ser humano.

REFERÊNCIAS

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1 Bacharel em enfermagem pela Faculdades Aggeu Magalhães- FAMA, Serra Talhada-PE, Brasil.
Pós-graduado em Urgência, emergência e UTI pelo Centro Universitário FIS- UNIFIS, Serra Talhada-PE, Brasil. Docente do Curso Técnico em Enfermagem na ETE Prof. Paulo Freire, Carnaíba-PE, Brasil.

2 Bacharel em Enfermagem pela UNIPLAN-Centro Universitário Planalto do Distrito Federal, Serra Talhada-PE, Brasil. Pós graduando em Enfermagem em saúde da mulher pela FIS- Faculdade de Integração do Sertão, Serra Talhada-PE, Brasil.

3 Bacharel em enfermagem pela Faculdade de Integração do Sertão-FIS, Serra Talhada-PE, Brasil. Pós- graduada em Saúde Pública com ênfase em Saúde da Família pela Faculdade INESP, INESP, Jacarei, Brasil. Enfermeira Assistencial na Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco- SES/PE. Brasil.

4 Graduada em enfermagem pela Autarquia de Ensino Superior de Arcoverde – AESA Arcoverde-PE Brasil. Pós-graduada em Docência do Ensino superior pela UFPE, Recife -PE, Brasil. Mestranda em Ensino da saúde pela UNILEÃO, Juazeiro do Norte – CE, Brasil. Coordenadora e Docente do Curso Técnico em Enfermagem na ETE Prof. Paulo Freire, Carnaíba-PE, Brasil.