REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7331963
Amanda Ferreira Ramos1
Erivaneide Silva Victor2
Fernanda Lima Carvalho3
Rosinélia Aparecida de Almeida4
Orientadora: Profª. Enfª. Ludmylla Paula Xavier5
RESUMO
INTRODUÇÃO: O climatério e a menopausa são condições fisiológicas que compõem o ciclo biológico feminino, e se manifestam em algum momento da vida das mulheres. Essa fase é caracterizada pela diminuição do estrogênio, sendo acompanhada por diversos sinais e sintomas. OBJETIVOS: Compreender o papel da equipe de enfermagem diante das políticas públicasno processo de cuidar das mulheres na fase do climatério e menopausa e promover medidas para a amenização das sintomatologias e das complicações dessa condição fisiológica. METODOLOGIA: O presente estudo realizado trata-se de uma revisão integrativa da literatura de abordagem qualitativa básica. O levantamento bibliográfico foi realizado nas bases de dados Google Acadêmico, SciELO e LILACS entre os anos de 2015 a 2021. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Com o intuito de promover a educação em saúde e o autoconhecimento para as mulheres no climatério e menopausa, foram estabelecidas medidas de acompanhamento pela equipe de enfermagem, com a finalidade de amenizar as sintomatologias e as possíveis complicações provocadas pela ausência do estrogênio, que podem contribuir para o bem-estar e aumento da qualidade de vida das mulheres nessa condição fisiológica. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Após a realização do estudo, conclui-se a necessidade da realização de acompanhamentos das mulheres no período do climatério e da menopausa pela equipe de enfermagem, a fim de aliviar os sintomas causados pela redução do estrogênio. Portanto, destaca-se a importância da efetivação de programas nos serviços de saúde voltados para o acompanhamento de mulheres que vivenciam as sintomatologias da fase de transição do período reprodutivo para o não reprodutivo.
Palavras-chave: Climatério e menopausa; Cuidados na menopausa; Falência ovariana; Saúde da mulher; Terapia de Reposição Hormonal (TRH).
ABSTRACT
INTRODUCTION: Climacteric and menopause are physiological conditions that make up the female biological cycle, and manifest at some point in women’s lives. This phase is characterized by decreased estrogen, being accompanied by several signs and symptoms. OBJECTIVES: To understand the role of the nursing team in the face of public policies in the process of caring for women in the climacteric and menopause phase and to promote measures to mitigate symptoms and complications of this physiological condition. METHODOLOGY: This study is an integrative review of the literature with a basic qualitative approach. The bibliographic survey was conducted in the Google Scholar, SciELO and LILACS databases between 2015 and 2021. RESULTS AND DISCUSSION: In order to promote health education and self-knowledge for women in climacteric and menopause, follow-up measures were established by the nursing team, with the purpose of alleviate symptoms and possible complications
caused by the absence of estrogen, which can contribute to the well-being and increase the quality of life of women in this physiological condition. FINAL CONSIDERATIONS: After the study, it is concluded the need for follow-up of women in the climacteric and menopause period by the nursing team, in order to relieve the symptoms caused by reduction of estrogen. Therefore, we highlight the importance of the implementation of programs in health services aimed at the follow-up of women who experience the symptoms of the transition phase from the reproductive to non-reproductive period.
Keywords: Climacteric and menopause; Menopause care; Ovarian failure; Women’s Health; Hormone Replacement Therapy (HRT).
- INTRODUÇÃO
O climatério e a menopausa tratam-se de condições fisiológicas que todas as mulheres passam em algum momento da vida. O climatério é a fase de transição do período reprodutivo para o não reprodutivo, onde ocorrem vários sinais e sintomas característicos desta fase, enquanto a menopausa é a cessação da menstruação, período pelo qual a mulher pode estar suscetível ao risco de desenvolver algumas doenças, em decorrência da insuficiência do estrogênio (BRASIL, 2020).
A insuficiência do estrogênio é uma característica do climatério e da menopausa, e as mudanças fisiológicas que ocorrem nesse período de transição geralmente não são associadas a esta etapa da vida pelas mulheres. Dessa forma, torna-se necessário o acompanhamento dessas mulheres nessa fase de transição pelos profissionais de saúde e de maiores investimentos em políticas de saúde voltadas para o climatério e menopausa (SELBAC et al., 2018).
O climatério e a menopausa são fases vivenciadas por todas as mulheres em uma determinada fase da vida. No climatério ocorre a diminuição gradativa da produção hormonal, ou seja, o declínio biológico feminino. Neste período o organismo sofre alterações hormonais e metabólicas que irão comprometer o bem-estar físico mental e social, fazendo com que a qualidade de vida seja alterada. As taxas do hormônio estrogênio tendem a diminuir fazendo com que alguns sintomas desagradáveis como: insônia, fogachos e irritabilidade, interfiram na vida cotidiana da classe feminina (MELO; SILVA; GIOTTO, 2019).
Segundo Ceciliano e Camargo (2021) é de suma importância que os profissionais da equipe de enfermagem conheçam os sintomas da fase de transição do período reprodutivo para o não reprodutivo. E dessa maneira, que venham se atualizando sobre a evolução do climatério e da menopausa, para implementar ações de enfermagem e tratamentos, como desenvolver promoções de saúde para melhorar a qualidade de vida dessas usuárias.
Os cuidados de Enfermagem voltados para a atenção básica de saúde são essenciais para o acompanhamento de mulheres no climatério, pois surgem como uma forma de educação em saúde e também para proporcionar qualidade no atendimento de mulheres nesta fase. Por meio de um atendimento eficaz, as mulheres no período do climatério e da menopausa podem desenvolver um certo tipo de confiança na equipe de enfermagem, o que permite que essas mulheres recebam orientações a respeito das mudanças biopsicossociais que ocorrem na fase de transição do período reprodutivo para o não reprodutivo. As ações de Enfermagem precisam ser planejadas, para que seja prestada uma assistência de qualidade para mulheres na fase de climatério e menopausa (MELO; SILVA; GIOTTO, 2019).
Dessa forma, justifica-se a escolha deste tema pelo incentivo de maiores investimentos na efetivação de programas voltados para o acompanhamento das mulheres no climatério e menopausa nos serviços de saúde. Portanto, torna-se imprescindível a educação em saúde por parte da equipe de enfermagem para prestar assistência de forma integral para as mulheres envolvidas nesse processo. Com o propósito de amenizar a sintomatologia do climatério e prevenir doenças na menopausa, os enfermeiros podem propiciar formas de acolhimento diante dos medos, incertezas e dúvidas de mulheres climatéricas e menopausadas, proporcionar orientações sobre os sinais e sintomas do climatério e da menopausa e a promoção de palestras educativas em instituições e serviços de saúde.
Frente ao exposto e com propósito de contribuir para a assistência à mulher neste período biológico da vida, elabora-se a seguinte questão norteadora: como a enfermagem pode contribuir nas políticas públicas voltadas à saúde das mulheres na fase do climatério e menopausa?
OBJETIVOS
2.1 Objetivo Geral
– Compreender o papel da equipe de enfermagem diante das políticas públicas no processo de cuidar das mulheres na fase de climatério e menopausa.
2.2 Objetivos Específicos
Evidenciar maneiras eficazes para o controle de sinais e sintomas de mulheres no climatério através da alimentação e prática de atividades físicas para amenização dos sintomas.
Orientar sobre a realização da Terapia de Reposição Hormonal (TRH) em mulheres na menopausa para amenizar as complicações provocadas pela diminuição do estrogênio.
Elucidar sobre as mudanças fisiológicas que ocorrem no corpo, e as possíveis doenças que podem surgir com a menopausa.
Compreender as estratégias das políticas públicas voltadas para o acompanhamento de mulheres no climatério e menopausa.
- METODOLOGIA
O estudo realizado consiste em uma revisão integrativa da literatura de abordagem qualitativa básica. Para a elaboração deste estudo, foi realizada uma busca exploratória nas bases de dados: Biblioteca Científica Eletrônica Online (SciELO), Google Acadêmico, Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). As pesquisas foram realizadas entre os anos de 2015 a 2021, conforme as palavras-chaves que são: Climatério e menopausa; Cuidados na menopausa; Falência ovariana; Saúde da mulher; Terapia Reposição Hormonal (TRH).
A revisão integrativa da literatura trata-se de um mecanismo de pesquisa bastante utilizado na comunidade acadêmica, científica e entre profissionais de diversas áreas. Dessa forma, a revisão integrativa da literatura contribui para pesquisas científicas sobre determinados assuntos nas etapas da investigação de um tema (SOUSA et al., 2017).
Os critérios de inclusão desta revisão integrativa da literatura foram estabelecidos pela seleção de 25 artigos, sendo incluídos 19 artigos das bases de dados mencionadas acima e uma pesquisa da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) do Ministério da Saúde relacionada ao tema de pesquisa, contabilizando o total de 20 referências.
Os critérios de exclusão deste estudo foram estabelecidos pela seleção de artigos da amostragem em detrimento da alteração do tema escolhido, artigos publicados em línguas estrangeiras e os que não apresentaram os textos na íntegra, como monografias, dissertações e teses.
Conforme a Resolução 466/2012 que trata de pesquisas e testes em seres humanos, não houve carência de submissão ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) por se tratar de uma revisão integrativa da literatura.
Este estudo possui como público-alvo as mulheres no climatério e na menopausa. O estudo tem a finalidade de incentivar maiores investimentos das políticas públicas na efetivação dos programas de acompanhamento do climatério e da menopausa para as mulheres que enfrentam as sintomatologias e as complicações desta condição fisiológica.
A pesquisa pode apresentar riscos sem a efetivação do Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM) e com a ausência de investimentos na Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher (PNAISM) nos serviços de saúde. Nesse sentido, sem a efetivação dos programas voltados para o acompanhamento do climatério e menopausa, as mulheres climatéricas e menopausadas podem ter a qualidade de vida afetada pelos sinais e sintomas ocasionados pela diminuição do estrogênio.
Esta pesquisa apresenta benefícios para o acompanhamento das mulheres no climatério e na menopausa. Dentre os benefícios, destacam-se a importância dos cuidados da equipe de enfermagem nas políticas públicas e nos programas de acompanhamento nos serviços de saúde na fase de transição do período reprodutivo para o não reprodutivo, como a diminuição da sintomatologia e o aumento da qualidade de vida. Essas ações de saúde da equipe de enfermagem podem promover a educação em saúde sobre as modificações fisiológicas para as mulheres climatéricas e menopausadas, com o intuito de promover o autoconhecimento sobre esta condição fisiológica.
- RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 A importância da implementação de políticas públicas voltadas para o acompanhamento do climatério e menopausa
Por meio de entrevistas realizadas, identificou-se que muitas mulheres não tem conhecimentos sobre as informações relacionadas a fase de transição do período reprodutivo para o não reprodutivo. Essa falta de conhecimentos sobre o climatério e a menopausa podem gerar impactos negativos, afetando diretamente na qualidade de vida das mulheres que enfrentam os sinais e sintomas desta condição fisiológica. Nesse estudo, observou-se a extensão de dificuldade da população feminina em entender essas ocorrências naturais do ciclo da vida (LEITE et al., 2020).
Muitas mulheres desconhecem os sinais e sintomas do climatério e da menopausa. Com isso, a implantação e a efetivação dos programas voltados para à saúde da mulher tornam-se extremamente eficazes para o acompanhamento de mulheres no climatério e na menopausa. Portanto, tem-se a necessidade de maiores investimentos das políticas públicas na Política Nacional de Atenção Integral à saúde da mulher (PNAISM) e na efetivação do Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM), com o objetivo de realizar acompanhamentos de mulheres climatéricas e menopausadas nos Hospitais e Unidades Básicas de Saúde, visando a diminuição dos sinais e sintomas do climatério e a prevenção de doenças na menopausa (LUZ; FRUTUOSO, 2021).
Os estudos dos autores mencionados acima relatam sobre a importância da efetivação dos programas de acompanhamento de mulheres climatéricas e menopausadas nos Hospitais e Unidades Básicas de Saúde. Nesse contexto, a efetivação dos programas de acompanhamento voltados para à saúde da mulher possui a intenção de promover a redução da sintomatologia e a educação em saúde para as mulheres no climatério e na menopausa, como orientações sobre as mudanças fisiológicas que ocorrem no corpo com a diminuição do estrogênio, proporcionando o autoconhecimento para as mulheres.
A implementação de políticas públicas, maiores investimentos na Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher (PNAISM) e a efetivação do Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM) apresentam muita importância para o acompanhamento de mulheres que vivenciam os sinais e sintomas do climatério e da menopausa. A efetivação de programas nos serviços de saúde para o acompanhamento de mulheres climatéricas e menopausadas podem promover qualidade de vida e bem-estar para mulheres na fase de transição do período reprodutivo para o não reprodutivo, em decorrência de todas as modificações fisiológicas ocasionadas pela insuficiência do estrogênio. As ações de educação em saúde, como alimentação saudável e prática de atividades físicas podem contribuir para amenizar a sintomatologia desta condição fisiológica (SILVA et al., 2015).
Os autores citados acima confirmam que a efetivação de programas nos serviços de saúde voltados para o acompanhamento de mulheres climatéricas e menopausadas ainda necessitam de maiores investimentos das políticas públicas na Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher (PNAISM) e no Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM). A efetivação dos programas nos serviços de saúde pode promover o bem-estar, autocuidado e a educação em saúde para as mulheres, tendo em vista que a sintomatologia dessa condição fisiológica afeta a qualidade de vida das mulheres climatéricas e menopausadas.
4.2 Atuação da enfermagem no acompanhamento de mulheres no climatério e menopausa
Nos estudos de Fernandes et al. (2016) foram observadas que existem barreiras nas promoções relacionadas à saúde da mulher sobre o climatério e a menopausa. Através da pesquisa, é notável que 40% das mulheres entrevistadas não possuem conhecimentos sobre esse assunto. Dessa forma, é muito importante que os profissionais da saúde participem de treinamentos para orientar as mulheres sobre esta condição fisiológica. Portanto, são necessários maiores investimentos na implantação de políticas públicas e incentivos da equipe de enfermagem no acompanhamento de mulheres no climatério e na menopausa.
O desconhecimento sobre as transformações físicas e psíquicas, mudanças no metabolismo e as mudanças corporais que ocorrem no climatério e na menopausa fazem com que muitas mulheres associem as sintomatologias ao envelhecimento e patologias, afetando diretamente na vida cotidiana e na qualidade de vida. Tornando difícil o período de transição da fase reprodutiva para a fase não reprodutiva para muitas mulheres que enfrentam as manifestações clínicas desta condição fisiológica. Sendo assim, é necessário que as mulheres climatéricas e menopausadas sejam acompanhadas pela equipe de enfermagem e equipe multiprofissional, com o intuito de promover educação em saúde (LOMÔNACO; TOMAZ; RAMOS, 2015).
Com a realização do acompanhamento de mulheres no climatério e na menopausa, a equipe de enfermagem tem o objetivo de prestar assistência de qualidade para as mulheres que se encontram nesta etapa da vida, diante de medos, anseios e dúvidas. Através do acompanhamento de mulheres nessa fase, a equipe de enfermagem pode orientar as mulheres sobre os sinais e sintomas, com a finalidade de promover o autoconhecimento e desmitificar que o climatério e a menopausa tenham alguma relação com patologia (PATRÍCIO et al., 2020). Ainda em conformidade com os referidos autores citados acima, as consultas de acompanhamento devem acontecer de forma acolhedora e humanizada pelos profissionais da equipe de enfermagem, devendo-se levar em consideração os dados subjetivos, como as queixas da paciente diante das alterações neurogênicas, distúrbios menstruais, problemas psíquicos e sexuais, osteomusculares e dermatológicos que as mulheres podem apresentar no climatério e na menopausa. Nas consultas de Enfermagem, os enfermeiros devem fornecer orientações para a paciente, como esclarecer sobre os sinais e sintomas, a importância da prática de exercícios físicos, evitar o tabagismo, o consumo de álcool e orientar sobre alimentação saudável para a redução da sintomatologia do climatério e da menopausa.
Os estudos de Selbac et al. (2018) ressaltam a necessidade de uma atenção redobrada por parte das políticas públicas e dos serviços de saúde em orientações, educação em saúde e medidas que promovam a amenização da sintomatologia desta condição fisiológica. Essas ações em saúde podem contribuir para o conhecimento das mulheres sobre a fase de transição do período reprodutivo para o não reprodutivo. Alguns estudos incentivam e orientam aos profissionais de saúde para promover políticas públicas e soluções básicas e rotineiras para as mulheres climatéricas, como aderir na Unidade de Saúde da Família (USF) as oficinais e espaços de enunciação das fragilidades do cuidado prestado às mulheres, encontros educativos e salientar a importância do autocuidado, como convidá-las a participar de caminhadas e grupos de exercícios físicos. Esses profissionais poderão ofertar oportunidades para inclusão das mulheres climatéricas através de palestras, assim como ocorre com o Hiperdia e a Coleta de Colpocitologia Oncótica (PCCU) ou coleta de preventivo (LUZ; FRUTUOSO, 2021).
De acordo com Melo, Silva e Giotto (2019), a equipe de enfermagem deve compreender e identificar problemas mentais, físicos, psicológicos e ter um olhar integral e humanizado para as mulheres que enfrentam as complicações do climatério e da menopausa. Sendo assim, compete aos enfermeiros capacitar a equipe de enfermagem para que possam olhar além dos sinais e sintomas e acolher as mulheres climatéricas e menopausadas para promover um atendimento eficaz nesse período de grandes mudanças fisiológicas. Com isso, procurar da melhor forma ajudar mulheres que se encontram nessas condições, para que se sintam amparadas e assistidas pela equipe de saúde.
Ceciliano e Camargo (2021) afirmam que é de suma importância que os enfermeiros e a equipe de enfermagem ofereçam um atendimento integral e humanizado para as mulheres no climatério, como promover práticas educativas, oferecer ações de promoções de saúde e orientações sobre essa fase. Assim, a população feminina sentirá apoio e segurança no atendimento pelos profissionais de saúde, essas ações da equipe de enfermagem podem promover para as mulheres um acompanhamento eficaz, para que sejam amparadas nessa fase de grandes mudanças na vida.
Para que ocorra o acompanhamento de mulheres climatéricas e menopausadas com a equipe de enfermagem e equipe multiprofissional, são necessários maiores investimentos das políticas públicas no Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM). Com isso, a efetivação dos programas nos serviços de saúde no acompanhamento de mulheres no climatério e na menopausa podem contribuir para o bem-estar, aumento da qualidade de vida, e educação em saúde sobre esta condição fisiológica, tendo em vista que muitas mulheres associam as sintomatologias do climatério e da menopausa as patologias do sistema reprodutor feminino (FERNANDES et al., 2016).
Silva et al. (2016) afirmam que os profissionais que atuam na área da saúde devem estar preparados para o acolhimento de mulheres climatéricas e menopausadas. A equipe de enfermagem deve ser capacitada sobre esta condição fisiológica, para que possam realizar promoções em saúde e orientações para as mulheres da população que enfrentam todas as sintomatologias do climatério e da menopausa. Dessa forma, a população feminina poderá obter conhecimento sobre esse ciclo biológico e compreender que o climatério não é uma patologia, mas que se trata de uma condição fisiológica.
4.3 Ações não farmacológicas para a redução da sintomatologia do climatério e menopausa
De acordo com Santos et al. (2021) a diminuição do estrogênio provoca várias sintomatologias, dentre esses sinais e sintomas estão os distúrbios no metabolismo e as alterações hormonais, e por consequência dessa fase, mulheres climatéricas e menopausadas apresentam o aumento da gordura corporal e a obesidade, tornandoas propensas ao risco de desenvolver doenças cardiovasculares. Com isso, a alimentação e a prática de atividades físicas surgem como alternativas benéficas para a minimização da sintomatologia do climatério e da menopausa.
A redução do estrogênio é responsável por provocar sinais e sintomas desagradáveis e tornam as mulheres climatéricas e menopausadas mais suscetíveis a algumas patologias como as doenças cardiovasculares, aterosclerose e obesidade. A alimentação saudável e equilibrada pode contribuir para o aumento da qualidade de vida, prevenção de doenças crônicas, suprir as necessidades do organismo, sendo também responsável pela amenização da sintomatologia do climatério e da menopausa (SILVA; OLIVEIRA, 2021).
Os estudos de Pereira et al. (2020) enfatizam que os fitoestrogênios ou isoflavonas são componentes que possuem efeitos semelhantes ao estrogênio e são encontrados em diversos alimentos como a soja, grãos de ervilha e outros. Os fitoestrogênios se ligam aos receptores dos estrogênios e produzem efeitos que inibem os sinais e sintomas do climatério e da menopausa, o consumo de alimentos à base de fitoestrogênios por mulheres climatéricas e menopausadas são benéficos para a redução da sintomatologia do climatério e de patologias que ocorrem na menopausa.
Lima, Brito e Nojosa (2016) afirmam que além da alimentação saudável, outros fatores como a prática de exercícios físicos também contribuem para a redução de doenças cardiovasculares e doenças crônicas mais prevalentes na menopausa. As práticas de atividades físicas possuem bastante relevância para o aumento da qualidade de vida, prevenção de doenças crônicas como a obesidade, controle do colesterol e da hipertensão arterial.
Os autores citados acima ainda salientam que a prática de exercícios físicos no período do climatério é de suma importância na vida das mulheres. A prática de exercícios físicos pode ser indicada como um tratamento não farmacológico para amenizar a sintomatologia do climatério e da menopausa, e colaboram para a prevenção ou redução de doenças crônicas. Com isso, proporcionam o bem-estar para as mulheres no climatério e na menopausa, estabilizando os sintomas relacionados a essa condição fisiológica.
As práticas de atividades físicas e a alimentação equilibrada são bastante eficazes para as mulheres que enfrentam as sintomatologias da fase de transição do período reprodutivo para o não reprodutivo. Sendo responsáveis pelo controle ou prevenção de agravos ocasionados pelas doenças crônicas e redução dos sinais e sintomas associados a esta condição fisiológica, e assim, prolongam o aumento da qualidade de vida das mulheres climatéricas e menopausadas (RODRIGUES; CARVALHO; GONÇALVES, 2019).
4.4 Os benefícios da Terapia de Reposição Hormonal (TRH) em mulheres no climatério e na menopausa
Com a chegada do climatério e da menopausa na vida das mulheres ocorrem mudanças corporais e fisiológicas, como as alterações hormonais, alterações no metabolismo, e o aumento do risco de doenças cardiovasculares. Além de outros sintomas característicos, como as ondas de calor, sudorese, calafrios, insônia, cefaleia, distúrbios menstruais, alterações psíquicas como a ansiedade e depressão, alterações sistêmicas como a osteoporose, alterações urogenitais como a incontinência urinária, alterações sexuais como a dispareunia, e a diminuição dos hormônios femininos. O tratamento com a Terapia de Reposição Hormonal (TRH) tem a finalidade de amenizar os sinais e sintomas do climatério e da menopausa (RIBEIRO et al., 2015).
Os estudos de Oliveira et al. (2016) afirmam que a Terapia de Reposição Hormonal (TRH) deve ser indicada por um profissional especializado, com o intuito de prevenir riscos para as mulheres nessa etapa da vida, tendo em vista que a TRH não é o primeiro método de escolha para amenização dos sinais e sintomas, pois existem outros métodos alternativos bastante eficazes para amenizar a sintomatologia. Caso exista uma indicação para a reposição hormonal, a Terapia de Reposição Hormonal (TRH) deve ser iniciada após a cessação da menstruação e a com a confirmação da menopausa. O tratamento com a reposição hormonal pode contribuir para a redução dos sinais e sintomas e as possíveis doenças que as mulheres estão suscetíveis a desenvolver nesta fase.
De acordo com Rocha, Pereira e Carneiro (2018), foram identificados que por volta dos 40 anos de idade muitas mulheres passam a ter modificações corporais, físicas e psíquicas durante o climatério e a menopausa, e todas essas alterações ocorrem com a deficiência do estrogênio. A sintomatologia do climatério pode ser reduzida com algumas alternativas como alimentação saudável, atividades físicas e Terapia de Reposição Hormonal (TRH). As manifestações clínicas dos sintomas desenvolvidos nesta faixa etária podem variar de acordo com o estilo de vida que cada mulher vivencia.
O tratamento com a Terapia de Reposição Hormonal (TRH) durante o climatério e a menopausa torna-se imprescindível para a amenização das complicações fisiológicas que surgem em decorrência da insuficiência do estrogênio. A utilização da Terapia de Reposição Hormonal (TRH) proporciona de certa forma, o aumento da qualidade de vida e a amenização dos sinais e sintomas característicos do climatério e da menopausa (SELBAC et al., 2018).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em virtude dos fatos mencionados e, perante algumas objeções que haviam em relação ao tema exposto, tanto pelos profissionais de enfermagem, quanto pelo público-alvo, fez-se necessário pesquisar acerca das políticas públicas voltadas para o acompanhamento de mulheres no período do climatério e da menopausa. Diante disso, o estudo teve como objetivo geral compreender o papel da equipe de enfermagem diante das políticas públicas voltadas para as mulheres durante esse processo.
Com o alcance dos objetivos propostos, observa-se que esta pesquisa se mostrou satisfatória para os discentes, pois através dela se adquiriu conhecimentos específicos acerca do climatério e menopausa e, assim esse aprendizado possa ser efetivado no mercado de trabalho.
Após uma pesquisa mais aprofundada, verificou-se que climatério e menopausa são momentos da vida da mulher que requerem atenção e conhecimentos científicos dos profissionais de enfermagem e, para tanto, necessita de maiores investimentos das políticas públicas na Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher (PNAISM) e na efetivação do Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM).
Os objetivos específicos, evidenciaram maneiras eficazes para o controle dos sintomas do climatério e menopausa através de acompanhamento de profissionais enfermeiros que fizeram uso adequado dos diferentes métodos ofertados pelo Ministério da Saúde (MS), aplicados em conjunto com a equipe de multiprofissionais. Sendo as mulheres cidadãs de direitos chamadas a participar e exercer o controle social nos espaços do SUS e na mobilização da comunidade para as ações de saúde coletiva, o tema abordado enriqueceu positivamente o conhecimento dos profissionais de enfermagem, classe acadêmica; ciência e comunidade em geral; além do que o cuidado deve ser pautado em questões éticas e capacitação dos profissionais envolvidos para que estes possam prestar boa qualidade de vida a classe feminina nessa fase.
Outrossim, o foco da assistência de enfermagem à mulher climatérica e menopausada é voltado para educação em saúde, sendo necessários maiores parcerias e investimentos das políticas públicas em educação continuada desses profissionais para que haja uma assistência integral e de qualidade como é preconizado na Política Nacional de Atenção Integral à saúde da Mulher (PNAISM) e, assim o resultado seja condizente com as especificações do Sistema Único de Saúde (SUS).
Portanto, considerando que o Programa de Assistência Integral a Saúde da Mulher (PNAISM) trouxe grandes avanços para a saúde dessa classe, verifica-se ainda que este assunto requer maior atenção dos profissionais de saúde. No entanto, sugere-se maiores investimentos governamentais na educação continuada, para que estes profissionais possam elaborar ações que venham ao encontro da especificidade de cada cidadã durante o período do climatério e menopausa.
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1Graduanda em Enfermagem no Centro Universitário Planalto do Distrito Federal (UNIPLAN), Polo
Altamira-PA. E-mail: amandaaf419633@gmail.com
2Graduanda em Enfermagem no Centro Universitário Planalto do Distrito Federal (UNIPLAN), Polo
Altamira-PA. E-mail: erivaneide709@gmail.com
3Graduanda em Enfermagem no Centro Universitário Planalto do Distrito Federal (UNIPLAN), Polo
Altamira-PA. E-mail: feh.abraao2019@gmail.com
4Graduanda em Enfermagem no Centro Universitário Planalto do Distrito Federal (UNIPLAN), Polo
Altamira-PA. E-mail: rosymorenaflor@hotmail.com
5Enfermeira. Orientadora. Docente no Centro Universitário Planalto do Distrito Federal (UNIPLAN), Polo
Altamira-PA. E-mail: ludmyllamylla56@gmail.com