ATUAÇÃO DA ENFERMAGEM AO PACIENTE COM QUEIXA DE DOR TORÁCICA E SUA PARTICIPAÇÃO NA CLASSIFICAÇÃO DE RISCO NAS UNIDADES DE EMERGÊNCIAS

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8230934


Bruna Saraiva Carvalho1; Letícia Gabriela Henrique Santana2; Júlia Lucchesi Fragoso Jordão Cardozo3; Camilla Carvalho do Nascimento4; Jéssica da Silva Barbosa5; Beatriz Helena Malm6; Arleane Barros de Melo7; Beatriz Zani Silva8; Matheus Diniz Teixeirense9; Lucas Diniz Teixeirense10; Camila Guimarães Reis11; Ana Beatriz da Silva Ferreira12; Rita de Cássia Rodrigues13; Tayane Moura Martins14; Dayane Yasmin Silva Rocha15; Francisca Maria Pereira da Cruz16; Adriano de Oliveira Rocha17; Aline Pereira Soares18


RESUMO: Os episódios de dor torácica crescem significativamente nas emergências e necessitam de atendimento imediato e diferenciado, a fim de proporcionar maior viabilidade dos cuidados realizados. Sem atendimento adequado, os acometimentos são irreversíveis, o que provoca limitações no cotidiano e prejuízo na qualidade de vida. Dessa forma a presente pesquisa tem por objetivo descrever a assistência de enfermagem na manifestação de dor torácica e classificação de risco no acolhimento dos pacientes. METODOLOGIA: Este estudo consiste em uma revisão integrativa da literatura. Utilizou-se como método de busca a Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) através dos descritores: Dor precordial, Dor torácica, Enfermagem e Emergência. Foram localizados inicialmente 140 artigos, aplicando os critérios de busca, com filtro de artigos completos, em português, publicados e indexados nos últimos  5 anos, excluindo os incompletos, pagos e com acesso restrito restaram 13 artigos para discussão. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A atualização teórica e prática é fundamental para a otimização e aperfeiçoamento dos procedimentos. Dessa forma, a atuação do Enfermeiro classificador é determinante para a sobrevida do paciente e redução de possíveis sequelas do acometimento cardíaco.

Palavras-chaves: Dor precordial; Dor torácica; Enfermagem e Emergência.

INTRODUÇÃO

Os episódios de dor precordial crescem significativamente nas emergências, principalmente dos hospitais públicos do Brasil, sendo considerados eventos de extrema complexidade, com uma representatividade de 2 a 5% dos eventos. Causas de dor torácica vão desde Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) até irritação muscular e sua classificação é absolutamente fundamental (Manchester, 2020) dependendo de rápida atuação do enfermeiro classificador de risco nas emergências na manutenção da sobrevida dos pacientes (OLIVEIRA et. al 2018).  

Inúmeros fatores podem estar relacionados aos eventos de dor precordial, tais como: estresse, dor gastroesofágica, músculo-esquelética, entre outros, no entanto, cabe ao enfermeiro classificador seguir os protocolos usuais para fluxo no manejo da dor torácica, mantendo a  linha do cuidado preconizado, no intuito de redução dos riscos de morte destes pacientes (BRASIL, 2019). Caso os profissionais de enfermagem estejam despreparados para atender clientes com as queixas apresentadas, de forma rápida, prática e resolutiva, a ocorrência de sequelas pode ser permanente. Esse fato decorre da falta de atualizações técnico-científicas, o que impede uma intervenção adequada e uma resposta favorável aos eventos que se apresentam.

As linhas do cuidado apresentadas pelo Ministério da Saúde em casos de dor torácica, referem que o profissional de saúde que atende um paciente com dor torácica, deverá definir sobre o manejo imediato ou não da terapêutica. Avaliando as condições agudas que podem levar a morte súbita (BRASIL, 2019).

O enfermeiro classificador, deverá seguir o fluxo de atendimento dentro do sistema de classificação manchester, quando este for protocolo da unidade, classificando o paciente para atendimento em até 10  minutos, no intuito de associar o sistema de classificação manchester às linhas de cuidado em dor torácica proposta pelo ministério da saúde. A sistematização do atendimento deste paciente, deverá ser realizada o acolhimento com ECG em até 10 minutos, seguido da avaliação da escala visual de dor, breve histórico, uso de medicações, histórico de alergias e outras doenças e aferição de sinais vitais (BRASIL 2019; MANCHESTER 2020).

Para Timerman e Ramires (2006), as doenças cardiovasculares são responsáveis por mais de 250 mil mortes por ano no Brasil, em consonância, Gama et al. (2010) ressalta que a proporção de mortes por doenças cardiovasculares vem aumentando significativamente em países em desenvolvimento. No Brasil, representa a primeira causa de morte, responsável por 34% dos óbitos no país.

Essa incidência aumenta significativamente por causa do estilo de vida adotado pela vida moderna, com atividades sedentárias, hábitos alimentares inadequados e rotinas estressantes. Fatores como idade, sexo e hereditariedade também influenciam no acometimento das Síndromes coronarianas Agudas (SCA).

Por isso, as queixas de dor torácica em adulto, necessitam de atendimento imediato e diferenciado, a fim de proporcionar maior viabilidade dos cuidados realizados. Algumas vezes, o próprio familiar do paciente pode prestar algum cuidado previamente, mas o atendimento nas unidades de emergência hospitalar possui um fator determinante.

Para Aehlert (2007) o reconhecimento de uma síndrome coronariana aguda e o atendimento de emergência em tempo adequado pode ter grande impacto no prognóstico do paciente. Dessa forma, se faz necessário que o acolhimento e atendimento seja feito de forma sistemática e dotada de maestria para que o acompanhamento em sequência venha ser resolutivo e adequado de acordo com a necessidade do paciente. De tal modo, que a presente pesquisa tem por objetivo descrever a assistência de enfermagem na manifestação de dor torácica e classificação de risco no acolhimento dos pacientes.

METODOLOGIA

Trata-se de um estudo descritivo, com abordagem qualitativa. A vertente qualitativa trabalhou com as relações e representações de segmentos delimitados e focalizados, das crenças, das percepções e das opiniões, produtos com um universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes. Dos sujeitos, o que corresponde a um espaço mais profundo das relações, dos processos e dos fenômenos, que não podem ser enquadrados em operacionalizações numéricas (MINAYO, 2004).  Sendo assim, esse estudo consistiu em uma revisão integrativa, pois trata-se de um método que agrupa, analisa e resume os resultados de pesquisas sobre um determinado tema (GALVÃO et al., 2008). O estudo descritivo se caracteriza pela necessidade de se explorar uma situação não conhecida, da qual se tem necessidade de maiores informações. Dessa forma, busca-se conhecer as características de determinada situação, descrevendo seus fatos e problemas (SOUZA; SILVA; CARVALHO, 2010).

Essa abordagem de literatura implica na delimitação de critérios bem definidos acerca do levantamento de dados, interpretação e apresentação dos resultados, desde a iniciação da pesquisa, realizando um levantamento bibliográfico e análises de artigos ou estudo prévios, juntamente com conceitos textuais de publicações oficiais de informativos da imprensa nacional e artigos publicados. Serão previstos como critérios para inclusão, os assuntos que abordem a temática dor torácica, dor precordial, enfermagem e emergência. Serão excluídos artigos pagos e que não correspondem à questão de pesquisa.

Para a revisão bibliográfica integrativa da literatura, buscou-se na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) com o auxílio dos booleano AND para cruzamento de descritores: “DOR TORÁCICA”, “DOR PRECORDIAL”, “ENFERMAGEM” e “EMERGÊNCIA”. Elencou-se as bases de dados: Análise de Literatura Médica (MedLine), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACs) e Base de Dados de Enfermagem (BDENF), sendo filtrados por corte temporal dos últimos 5 anos: 2018 a 2023, idiomas português, inglês e espanhol, artigos completos, publicados e indexados, livros de apoio e protocolos. Todavia, excluíram-se os pagos, incompletos e com acesso restrito.

Da consulta realizada na base de dados, inicialmente identificou-se 123 artigos, aplicando-se a metodologia descrita resultando 26, após a leitura crítica e analítica dos títulos e resumos encontrados, avaliou-se artigos com a temática, chegou-se a amostra e avaliação da qualidade metodológica, estabelecendo uma amostragem de 13 artigos para discussão, conforme apresentamos na imagem 1.

Imagem 1: Fluxograma com critérios de busca de artigos para revisão.

Fonte. Adaptado pelos autores, 2023.

RESULTADO

Todos os 13 artigos restantes e analisados procedem do Brasil. Quanto aos anos de publicações desses estudos, identificaram-se 4 artigos de 2018, 2 artigos de 2019 e 5 artigos de 2020 e 2 artigos de 2021 . Quanto à metodologia empregada, todos os artigos foram de abordagem qualitativa, com variações nos instrumentos de coletas de dados: estudo de caso, de intervenção, revisão integrativa e revisão de literatura.

A maioria dos autores dos artigos analisados são de enfermeiros ou acadêmicos de enfermagem, o que revela enorme preocupação com o assunto. Para possibilitar uma melhor análise e compreensão dos artigos, foi elaborado um quadro sinóptico (Quadro 1).

Quadro 1: Quadro sinóptico com dados e informações dos artigos selecionados para a revisão.

ARTIGOANOPERIÓDICOAUTORES
01Avaliação e desfecho dos pacientes atendidos no serviço de emergência com queixa de dor torácica2021Rev. enferm. atenção saúde ; 10(3): e202127, out.-dez. 2021 – BDENFFRAZÃO, Raimundo Davi Feijó et al. 
02Dor torácica aguda: enfermeiro desafiando uma patologia tempo dependente nas portas de entrada hospitalares2020Rev. enferm. UFSM ; 10: 42, 2020.LILACS, BDENF – Enfermagem ZANETTINI, Angélica et al. 
03Associações entre discriminadores do Sistema de Triagem de Manchester e diagnósticos de enfermagem.2018Rev Gaucha Enferm ; 39: e20170131, 2018 Aug 02. MEDLINE FRANCO, Betina et al. 
04Tempo porta eletrocardiograma em pacientes com dor torácica na emergência2018Rev. enferm. UFPE on line ; 12(4): 1027-1036, abr. 2018. BDENF – Enfermagem, Sec. Est. Saúde SP GUIMARÃES, David Bernar Oliveira et al. 
05Utilização por enfermeiros do fluxo assistencial ao paciente com dor torácica: facilidades e dificuldades2020RevBrasEnferm. REBENLIMA, Valesca Mônica Rodrigues et al. 
06Protocolo de recepción del paciente con síndrome coronario agudo en el Servicio de Urgencia Adulto. 2021Notas de Enfermería, v. 21, n. 38, p. 54-62.GARRO, Nora Elisa Otero. 
07Dementia Diagnosis Documentation in Patients Presenting to the Emergency Department with Chest Pain.2020Journal of the American Geriatrics Society, v. 68, n. 10, p. 2409.KELLER, Sarah A. et al.
08Exploring the complex interactions of baseline patient factors to improve nursing triage of acute coronary syndrome. 2020Research in nursing & health, v. 43, n. 4, p. 356-364.FRISCH, Stephanie O. et al. 
09Assistência à pessoa com síndrome coronário agudo no pré-hospitalar.2020Repositório científico escola superior de enfermagem de CoimbraRIBEIRO, Pedro Alexandre dos Santos.
10The quality of symptoms in women and men presenting to the emergency department with suspected acute coronary syndrome. 2019Journal of emergency nursing, v. 45, n. 4, p. 357-365.MIRZAEI, Sahereh et al.
11O enfermeiro na admissão de pacientes em pronto-socorro: acolhimento, avaliação, sinais e sintomas.2019Revista Enfermagem Atual In Derme, v. 87, n. 25.DE MORAIS JUNIOR, Sérgio Luis Alves et al.
12Patient‐reported symptoms improve prediction of acute coronary syndrome in the emergency department. 2018Research in nursing & health, v. 41, n. 5, p. 459-468.ZÈGRE‐HEMSEY, Jessica K.; BURKE, Larisa A.; DEVON, Holli A.
13Sensibilidade e especificidade de um sistema de classificação de risco para infarto agudo do miocárdio em pacientes com dor torácica.2018Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo.VILANOVA, Vanessa Cordeiro.

Fonte. Elaborado pelos autores a partir da busca na Biblioteca Virtual de Saúde.

DISCUSSÃO

Conforme orienta o Conselho Federal de Enfermagem, o acolhimento com classificação de risco é uma atribuição privativa do Enfermeiro (COFEN 661/2021) que preconiza o Enfermeiro como classificador do risco apresentado diante das queixas no acolhimento ao paciente nas portas de entrada dos hospitais.

Segundo discorre Zanetti et. al (2020), a participação do enfermeiro classificador nas portas de entrada dos hospitais, partindo de uma avaliação criteriosa das queixas de dor torácica, contribui diretamente para abordagem clínica com eficácia e rapidez na sobrevida destes pacientes, o qual o uso de protocolos assistenciais, também favorece para rápida ação e resolutividade. O que para Lima, Vanessa et. al (2020) agiliza o processo assistencial, assim como o referenciamento para o procedimento específico e reduz os índices de letalidade e ou agravamento de situações. Assim como Keller, Sarah a et. al (2020), ressalta que o rápido diagnóstico, é referido quanto a classificação de risco e avaliação feita por enfermeiros na captação de pacientes, como também referem FRISCH, Stephanie O. et al. (2020) e MIRZAEI, Sahereh et al. (2019).

Para Franco, Betina et al. (2018) o profissional Enfermeiro deverá estar atento ao tipo de queixa apresentada pelo paciente, as associações e o breve histórico por ele relatado, no intuito de realizar o melhor manejo terapêutico a seguir, entendendo os diferentes fluxogramas apresentados no sistema de classificação, tendo em vista que o mesmo, o orienta quanto o fluxo a ser seguido dentro de seus discriminadores, no entanto, estar atento quanto  aos sinais e sintomas apresentados, pois a dor pode estar associada a queda de saturação, arritmias  e dispneia aguda o que leva este paciente a uma classificação de atendimento de urgência de até 10 minutos, consoante à linha do cuidado em dor torácica proposta pelo Ministério da Saúde. Em acordo, DEVON, Holli A.et. al (2018), ressalta que a identificação de sintomas no processo assistencial da classificação de risco, na dor torácica realizada pelo enfermeiro agiliza o processo de intervenção, que para  JUNIOR, Sérgio Luis Alves et al (2019) tem impacto sistemático, no uso referencial de protocolos para atuação rápida e com eficácia.

Quando avaliamos a classificação de risco do Sistema Manchester e realizamos o comparativo com a Linha do Cuidado em Dor Torácica do Ministério da Saúde, observamos que a classificação Laranja, apresentada no Manchester, não consta na linha do Cuidado do Ministério da Saúde, no entanto, não exclui o tempo, a avaliação criteriosa e o manejo terapêutico de até 10 minutos, ou seja, de qualquer forma os protocolos podem ser integrados, independente da cor apresentada nos ambos sistemas.

Em consonância, Guimarães, David Bernar Oliveira et al. (2018), salienta que o tempo de porta de pacientes com dor torácica, a realização do ECG de 12 derivações de até 10 minutos, resulta na recuperação e baixa mortalidade, corroborando a discussão de todos os protocolos aqui discutidos. 

Conforme ressalta Frazão, Raimundo Davi Feijó et. al (2021), a realização de todo protocolo teve desfecho positivo, quando a expertise do profissional classificador, seguiu a linha do cuidado com os protocolos usuais e concluiu que a mortalidade foi reduzida e demonstrando sucesso quando o processo é bem iniciado no primeiro contato na classificação de risco. O que para Garro, Nora et. al (2021) em consonância refere desfecho favorável na rápida aplicabilidade dos protocolos assistenciais em portas de entrada de emergências. VILANOVA, Vanessa Cordeiro (2018), salienta da necessidade de um instrumento específico para classificação de dor torácica nas emergências, em uso de protocolos gerenciais, e ressalta que  sistema institucional de classificação de risco teve bom desempenho na avaliação de pacientes com queixa de dor torácica por otimizar o atendimento de pacientes com infarto agudo do miocárdio, embora haja espaço para melhoria de desempenho do sistema considerando o aumento do valor de sensibilidade e identificação dos falsos negativos. Sendo assim, o empenho e o preparo do profissional enfermeiro diante da situação tem um diferencial essencial para resolutividade.

Para Zenattini, Angélica et. al., (2020), As síndromes coronarianas agudas (SCA) tem alguns sinais comuns, como desconforto/dor/queimação na região precordial ou retroesternal, irradiando para o braço/ombro esquerdo, pescoço ou mandíbula, sendo acompanhada por dispneia e diaforese, onde os sintomas podem persistir por alguns minutos ou até mesmo além dos 30 minutos, podendo ser IAM. Dos sintomas citados, o mais comum diz sobre a dor torácica que embora possa ser localizada pode trazer algumas dúvidas sobre o que pode ser para o paciente, em que o mesmo costuma ir ao pronto-socorro quando já está mais localizada, com outros sintomas e não cessar em até uma hora. 

Verifica-se que há três fatores que interferem na assistência da equipe de enfermagem, principalmente do enfermeiro, quando o paciente chega com queixas torácicas. A primeira diz sobre a compreensão da subjetividade da dor, em que a descrição da dor dita pelo paciente é fundamental para a compreensão do quadro clínico e direcionamento, portanto o enfermeiro deve se atentar aos sinais e sintomas visto e dito pelo paciente, por meio de uma consulta com uma escuta de qualidade e respeitosa, principalmente os citados visto que são os que têm maior possibilidade de ser relacionado às SCA’s, ou seja, uma anamnese completa, uma vez que o paciente pode também relacionar com outros sintomas como indigestão, fraqueza então é preciso que o enfermeiro fique atento na subjetividade da dor pois pode ser um IAM, por exemplo, quando se interrelacionam o que é apresentado pelo paciente. 

Em seguida, é a avaliação da dor baseada em protocolos assistenciais, como o sistema de triagem de manchester (STM) que preconiza o atendimento e a classificação na emergência e urgência em até 10 minutos quando o paciente chega com dor torácica associado aos sintomas relatados, pois a primeira hora desde o início dos sintomas leva de 40 a 60% dos pacientes a óbito, além do  STM há também outros protocolos como o eletrocardiograma e os marcadores séricos de necrose miocárdica ou biomarcadores.

 Por fim, é preciso que o enfermeiro conheça o seu local de trabalho para conseguir direcionar o paciente, a sua equipe para conseguir coordenar de acordo com a necessidade em questão, detenha de conhecimentos técnico-científicos para reconhecer e poder priorizar as dores torácicas- reduzindo as chances de óbito e consequências, consiga analisar a vulnerabilidade e o risco do indivíduo e possuir agilidade tanto para compreender o quadro clínico como para direcionar.

De acordo com os estudos de Frazão, Raimundo Davi Feijó et. al (2021)., em todos os pacientes foram ECG no atendimento inicial e prevaleceu normal, o que não excluiu a possibilidade da dor torácica ser por conta de SCA, que foi constatada após a realização de outros protocolos pré-estabelecido como o teste rápido de troponina, por exemplo. Ainda seguindo o estudo dos mesmos autores, percebe-se que apesar de haver as alterações nos 5 sinais vitais, ela por si só não deve caracterizar as SCA visto que são sinais amplos, se tornando indispensáveis à realização de outros exames mais específicos. 

Compreende-se que a classificação de risco da SCA depende dos sintomas apresentados e do estado do paciente admitido, em que pode ser vermelho,  laranja,  amarelo,  verde  e  azul, da maior gravidade à mínima, respectivamente. Onde, a DT junto com dispneia, ausência de sinais e obstrução das vias aéreas é de classificação vermelha, mostrando a relevância de levar a sério a dor subjetiva relatada e ter o atendimento realizado pela gravidade e não por ordem de chegada (JUNIOR et al., 2019). Apesar de ser risco de emergência quando associado a outros fatores, as DT podem ser presentes em outros casos e assim sendo classificados em escore menores, como alguma alteração no sistema digestório, fadiga muscular, excesso de gases ou crise de ansiedade.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A atualização teórica e prática é fundamental para a otimização e aperfeiçoamento dos procedimentos. Dessa forma, a atuação do Enfermeiro classificador é determinante para a sobrevida do paciente e redução de possíveis sequelas do acometimento cardíaco.  

Por meio da pesquisa realizada, verificou-se que o profissional de enfermagem que atua na emergência deve estar atualizado e ser capaz de agir com rapidez, competência e equilíbrio. A emergência é a porta de entrada do hospital, a atualização na assistência deve ser primordial e indelével. As padronizações dos atendimentos podem contribuir para orientar e informar sobre as constantes atualizações que devem ser feitas, é fundamental que o profissional tenha interesse e conscientização sobre sua importância e suas deficiências. A mesma importância dada à ética profissional deve ser dada à atualização na assistência. As discussões e atualizações programadas devem ser articuladas com o cotidiano profissional, englobando situações de urgência e emergência, para que o profissional possa estar preparado na hora que de fato acontecer o caso previsto.

Ademais, é fundamental que seja presente a assistência humanizada, com uma escuta qualificada, pois como foi discutido, as dores torácicas pode ser sintomas de diversas patologias, então ouvir com atenção a subjetividade da dor descrita pelo paciente fará total diferença na hora de encaminhar o paciente e prestar as condutas ideias para o caso em questão. 

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