REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ma10202507311102
Maria Isabelle Ferreira Falcão de Andrade Lima1
Maria Iolanda Ferreira Sant’ana Tavares de Lima2
Heitor Aragão de Andrade3
João Victor Espíndola Silva4
Sophia Brasileiro Lins Barbosa5
Maria Eduarda Nogueira Cavalcante6
Maria Eduarda Alves Vasconcelos7
Luiz Henrique de Melo Pereira8
Gabriel Santos Gomes da Silva9
Flaviano Ferreira de Lima Silva10
RESUMO
Introdução: A fissura labiopalatina (FLP) é uma das deformidades congênitas mais comuns na região de cabeça e pescoço, com causas multifatoriais e impacto na função e estética facial. O tratamento cirúrgico, aliado a uma abordagem multidisciplinar, é essencial para restaurar a anatomia, função e qualidade de vida dos pacientes. Objetivo: Investigar a atuação da cirurgia bucomaxilofacial no tratamento de fissuras lábio-palatinas, avaliando seus impactos no diagnóstico, manejo clínico e qualidade de vida dos pacientes. Metodologia: A pesquisa nas bases PubMed e Scielo utilizou termos específicos combinados por operadores booleanos. Foram selecionados artigos completos em português e inglês sobre cirurgia bucomaxilofacial em fissuras lábio-palatinas, excluindo textos em espanhol e fora do tema. A seleção foi feita em duas etapas: análise de títulos e resumos, seguida da leitura integral dos textos relevantes para análise dos dados. Resultado e Discussão: O cirurgião bucomaxilofacial é essencial no diagnóstico e tratamento de fissuras labiopalatinas, realizando cirurgias e atuando em equipes multiprofissionais para garantir reabilitação funcional, estética e psicossocial. Apesar dos avanços, desafios como acesso limitado a centros especializados comprometem o cuidado integral. A atuação desse profissional é fundamental para melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Conclusão: A cirurgia bucomaxilofacial é essencial no tratamento das fissuras labiopalatinas, atuando desde o diagnóstico até a reabilitação, e, integrada a uma equipe multidisciplinar, promove melhorias funcionais, estéticas e na qualidade de vida dos pacientes.
Descritores: Fissura palatina; Fenda labial; Ortodontia; Cirurgia maxilofacial.
ABSTRACT
Introduction: Labiopalatine cleft (FLP) is one of the most common congenital deformities in the head and neck region, with multifactorial causes and impact on facial function and aesthetics. Surgical treatment, combined with a multidisciplinary approach, is essential to restore the anatomy, function and quality of life of patients. Objective: To investigate the performance of oral and maxillofacial surgery in the treatment of cleft lip and palate, evaluating its impacts on the diagnosis, clinical management and quality of life of patients. Methodology: The research in the PubMed and Scielo databases used specific terms combined by Boolean operators. Complete articles in Portuguese and English on oral and maxillofacial surgery in cleft lip and palate were selected, excluding texts in Spanish and off-topic.The selection was made in two stages: analysis of titles and abstracts, followed by the full reading of the relevant texts for data analysis. Result and Discussion: The oral and maxillofacial surgeon is essential in the diagnosis and treatment of cleft lip and palate, performing surgeries and acting in multidisciplinary teams to ensure functional, aesthetic and psychosocial rehabilitation. Despite advances, challenges such as limited access to specialized centers compromise integral care. The performance of this professional is essential to improve the quality of life of patients. Conclusion: Oral and patients. Conclusion: Oral and maxillofacial surgery is essential in the treatment of cleft lip and palate, acting from diagnosis to rehabilitation, and, integrated into a multidisciplinary team, promotes functional, aesthetic and quality of life improvements for patients.
Keywords: Cleft palate; Cleft lip; Orthodontics; Maxillofacial surgery
1 INTRODUÇÃO
As Fissuras labiopalatinas (FLP) são as deformidades congênitas mais frequentes na região de cabeça e pescoço, sua etiologia é multifatorial, pode se dar tanto por fatores ambientais quanto por fatores genéticos. O FLP vai além da alteração da aparência física, ele compromete também a audição, fonética, mastigação, deglutição e respiração. Sua prevalência varia entre 1:500 e 1:2500 nascidos vivos, no Brasil a incidência varia entre 0,47 e 1,54 por 1000 nascidos. (Morais, 2020).
A etiologia da FLP é complexa e sua base molecular ainda é desconhecida em sua maior parte, sua prevalência varia de acordo com a etnia e nível socioeconômico. Estudos mostram que a fenda labial com ou sem fenda palatina são mais comuns em pessoas do sexo masculino, e a fenda palatina isolada já são mais frequentes em pessoas do sexo feminino. O tratamento cirúrgico é extremamente importante para devolver a anatomia, função e estética, porém, além das cirurgias se faz necessário uma abordagem multidisciplinar para que a pessoa leve uma vida com mais qualidade (Martelli,2012).
A reconstrução cirúrgica do lábio e do palato é imprescindível para o tratamento dos pacientes portadores de fissura transforame incisivo unilateral (FTIU). Em conjunto com a atenção oferecida por uma equipe multi e interdisciplinar, tem o objetivo de satisfazer o aspecto funcional e estético da face desses pacientes. (Kuijpers-Jagtman AM, 2000). A avaliação precoce das alterações do crescimento maxilomandibular, utilizando fatores de prognóstico, torna-se oportuna, por identificar a qualidade das alterações cirúrgicas relacionadas ao crescimento maxilofacial e permitir a troca de informações intercentros sobre os protocolos de tratamento adotados para os pacientes portadores de fissura labiopalatina. (Clark SA, 2007).
As vantagens do tratamento precoce da forma completa e contínua são muitas, como por exemplo um melhor desenvolvimento para a musculatura da faringe e do palato, facilidade na alimentação, melhoras na fonação, tuba auditiva funcionando melhor, facilidade de manter a higiene bucal, e um estado psicológico mais saudável. A maior desvantagem do tratamento precoce seria a dificuldade da técnica em crianças muito novas, além da possibilidade da restrição no crescimento da maxila. (Winter, 2021).
Alterações dento-oclusais como mordida cruzada, protrusão ou retrusão maxilar, falhas dentárias, rotação de dentes anteriores e dentes ectópicos podem levar a alterações de fala, principalmente nas consoantes alveolares. A gravidade das alterações de fala apresenta grande variedade, podendo alcançar um nível de inteligibilidade que comprometa a interação social do sujeito.
Agenesia dentária, dilaceração radicular, microdontia e giroversão relacionadas ao lado adjacente à fissura são comumente encontrados nos sujeitos com FLP.. A gravidade dessas anomalias dentárias relaciona-se à gravidade da fissura. Os sujeitos com FLP frequentemente apresentam mordida cruzada anterior (MCA), mordida cruzada posterior (MCP), alterações de número, tamanho, forma e posição dos dentes.
Este estudo tem como objetivo analisar a atuação da cirurgia bucomaxilofacial no tratamento de fissuras lábio-palatinas, avaliando seus impactos no diagnóstico e manejo clínico. A pesquisa busca entender como a cirurgia contribui para o tratamento, melhoria da qualidade de vida dos pacientes e os desafios enfrentados durante o processo terapêutico.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
As fissuras labiopalatinas representam uma das malformações congênitas craniofaciais mais comuns, resultantes de falhas na fusão dos processos faciais embrionários entre a 4ª e 12ª semana de gestação. Podem afetar o lábio superior, o palato primário e/ou secundário, com variações quanto à extensão (completas ou incompletas), lateralidade (unilateral ou bilateral) e associação com outras síndromes genéticas (LOPES et al., 2021; MOSSE et al., 2020). Tais alterações anatômicas e funcionais impactam negativamente diversas funções vitais, como respiração, alimentação, deglutição, fala, audição e estética facial, exigindo uma abordagem terapêutica ampla e multiprofissional. Do ponto de vista odontológico, essas malformações afetam diretamente o desenvolvimento da arcada dentária, oclusão, erupção dentária, posicionamento dos dentes e a integridade do rebordo alveolar. Consequentemente, o acompanhamento odontológico precoce e contínuo é essencial para o sucesso da reabilitação, sendo a atuação do cirurgião bucomaxilofacial especialmente relevante em diversas fases do tratamento (FERREIRA et al., 2022).
A cirurgia e traumatologia bucomaxilofacial é responsável por importantes intervenções no protocolo de tratamento desses pacientes, como a queiloplastia primária (correção do lábio), realizada geralmente entre os 3 e 6 meses de idade, e a palatoplastia (fechamento do palato), realizada entre 9 e 18 meses. Essas cirurgias visam restaurar as funções orais básicas e facilitar o desenvolvimento da fala (SILVA; CARVALHO; TORRES, 2020). Entre os 8 e 12 anos, com o desenvolvimento da dentição mista e a proximidade da erupção do canino permanente, é indicada a realização da alveoloplastia com enxerto ósseo secundário. Esta intervenção tem como objetivos restabelecer a continuidade óssea do rebordo alveolar, permitir a erupção dentária adequada, estabilizar a maxila e oferecer suporte para a reabilitação ortodôntica e protética futura (LIMA et al., 2019). O sucesso desse procedimento depende de um planejamento cuidadoso e do acompanhamento com exames clínicos e radiográficos, ressaltando a importância do diagnóstico precoce e da avaliação interdisciplinar.
Além dos procedimentos já citados, a atuação do cirurgião bucomaxilofacial pode se estender à remoção de dentes supranumerários, exodontias de dentes impactados ou mal posicionados, cirurgias ortognáticas para correção de discrepâncias maxilomandibulares e enxertos ósseos complementares para posterior instalação de implantes. Em todos esses momentos, a integração com outras especialidades como ortodontia, fonoaudiologia, psicologia, otorrinolaringologia e pediatria é essencial (FERREIRA et al., 2022). Do ponto de vista do diagnóstico, a atuação precoce do cirurgião bucomaxilofacial permite a identificação de anomalias associadas às fissuras, como fístulas oronasais, alterações na erupção dentária, atrofias ósseas e disfunções articulares. O profissional deve estar apto a realizar avaliações clínicas completas, interpretar exames de imagem e planejar condutas personalizadas, baseadas nas necessidades individuais do paciente.
A literatura destaca ainda os impactos psicossociais das fissuras labiopalatinas, uma vez que afetam diretamente a autoestima, a inserção social e o bem-estar emocional, especialmente durante a infância e adolescência. Por isso, o atendimento deve ser centrado no paciente, com ênfase na humanização, acolhimento e escuta ativa — princípios que devem nortear a conduta dos profissionais da cirurgia bucomaxilofacial (SILVA; CARVALHO; TORRES, 2020).
Em suma, o tratamento das fissuras labiopalatinas exige planejamento a longo prazo, envolvendo múltiplos profissionais e diversas fases terapêuticas. A atuação do cirurgião bucomaxilofacial é essencial desde o diagnóstico inicial até as etapas finais da reabilitação. O sucesso do tratamento depende da integração entre especialidades, da adesão da família e da continuidade do cuidado ao longo do crescimento do paciente. Assim, a abordagem cirúrgica adequada impacta de forma direta nos resultados funcionais, estéticos e psicossociais, sendo determinante para a qualidade de vida e o desenvolvimento integral do indivíduo.
3 OBJETIVO
O objetivo deste artigo é investigar a atuação da cirurgia bucomaxilofacial no tratamento de pacientes com fissuras lábio-palatinas, analisando os impactos dessa intervenção tanto no diagnóstico quanto no manejo clínico desses pacientes. A pesquisa busca compreender como a cirurgia contribui para o tratamento, a melhoria da qualidade de vida dos pacientes e os desafios enfrentados no processo diagnóstico e terapêutico.
4 METODOLOGIA
Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, uma abordagem metodológica ampla que possibilita uma análise abrangente do tema em questão. Nesse tipo de revisão, são consideradas diferentes modalidades de pesquisa, tanto experimentais quanto não-experimentais, o que permite uma compreensão mais detalhada do fenômeno investigado, além de integrar dados tanto teóricos quanto empíricos. A pergunta norteadora do PICO foi definida como: Qual é a atuação da cirurgia bucomaxilofacial em pacientes portadores de fissuras lábio-palatinas e quais são os impactos no diagnóstico e tratamento?
Coleta de dados
Para identificação dos estudos, foi realizada uma pesquisa do tipo qualitativa, exploratória e bibliográfica, nas seguintes bases de dados: Pubmed ( U. S. National Library of Medicine) e Scielo ( Scientific Electronic Library Online), no mês de fevereiro de 2025. A estratégia de busca foi elaborada combinando os termos indexados no DeCS/MeSH “Fissura palatina”, “Fenda labial”, “Ortodontia”, “Cirurgia maxilofacial”. Em seguida, foram efetuados os cruzamentos necessários, empregando os operadores booleanos AND e OR.
Critérios de elegibilidade
Como critérios de inclusão, foram escolhidos artigos publicados na íntegra nas bases de dados previamente mencionadas, nos idiomas inglês e português. Foram selecionados estudos do tipo prospectivo, descritivo transversal, relato de caso, estudo descritivo e revisões de literatura que estivessem alinhados com o objetivo da pesquisa. Os critérios de exclusão envolveram textos em espanhol, aqueles que não tratavam do tema proposto.
Seleção de artigos e extração de dados
A escolha dos artigos foi realizada de maneira independente e em duas etapas. Na primeira etapa, foram analisados os títulos e resumos para avaliar a relevância dos artigos. Na segunda etapa, procedeu-se à leitura integral dos textos, e os artigos que não correspondiam ao objetivo da pesquisa foram descartados.
Assim, foi realizada a análise dos dados, por meio da leitura minuciosa dos materiais científicos que abordam sobre a atuação da cirurgia bucomaxilofacial em pacientes portadores de fissuras lábio-palatinas: impactos no diagnóstico e tratamento.
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
A análise da literatura científica permitiu evidenciar a relevância da atuação do cirurgião bucomaxilofacial no diagnóstico, planejamento e condução terapêutica de pacientes com fissuras labiopalatinas. A presença desse profissional, integrada ao contexto multiprofissional, tem se mostrado essencial para o êxito da reabilitação estética e funcional, impactando diretamente na qualidade de vida e na reintegração social dos pacientes (GENARO et al., 2018; FERREIRA et al., 2020). Essa atuação é complexa e multifatorial, envolvendo desde o diagnóstico precoce e individualizado até procedimentos cirúrgicos especializados, reabilitação funcional e estética, além de atenção aos aspectos psicossociais (SILVA et al., 2021).
No que se refere ao diagnóstico, destaca-se a importância da presença precoce do cirurgião bucomaxilofacial no acompanhamento clínico dos pacientes com fissura. Sua formação técnica especializada possibilita uma avaliação detalhada das estruturas craniofaciais afetadas, auxiliando na identificação de alterações morfofuncionais e contribuindo para o planejamento cirúrgico adequado (ARAÚJO et al., 2022). O uso de exames de imagem avançados, como a tomografia computadorizada de feixe cônico, permite uma análise tridimensional das áreas envolvidas na fissura, sendo fundamental para a programação de intervenções como o enxerto ósseo alveolar (RIBEIRO et al., 2019). Além disso, a correta interpretação de achados clínicos e radiográficos facilita o reconhecimento de fístulas oronasais, dentes supranumerários, desvios septais e atresias maxilares, que devem ser considerados na elaboração do plano terapêutico (COSTA et al., 2020).
As intervenções cirúrgicas realizadas por esse profissional, como o enxerto ósseo secundário, assumem um papel central na reabilitação dos pacientes. Realizado geralmente entre os 8 e 12 anos de idade, esse procedimento visa restabelecer a continuidade óssea do arco alveolar, proporcionando suporte para a erupção dos dentes permanentes e criando condições favoráveis para a ortodontia e futuras reabilitações protéticas (TRINDADE; SILVA FILHO, 2014). O sucesso do enxerto depende do preparo ortodôntico prévio, da técnica empregada e do seguimento pós-operatório, exigindo acompanhamento clínico rigoroso e colaborativo (SOUZA et al., 2023). Além do enxerto, o cirurgião bucomaxilofacial também realiza outros procedimentos fundamentais, como exodontias complexas, remoção de dentes supranumerários, biópsias e, quando necessário, cirurgias ortognáticas para correção de discrepâncias esqueléticas severas decorrentes do crescimento assimétrico do complexo maxilofacial (GENARO et al., 2018).
A atuação do cirurgião dentro de equipes multiprofissionais também é destacada como um pilar do sucesso terapêutico. A colaboração com ortodontistas, fonoaudiólogos, otorrinolaringologistas, psicólogos, pediatras e assistentes sociais permite uma abordagem integral, que respeita a singularidade clínica e emocional de cada paciente (FERREIRA et al., 2020). Essa articulação favorece, por exemplo, a sincronização entre o tratamento ortodôntico e o momento ideal para o enxerto ósseo, além de garantir o acompanhamento das funções de fala, respiração, mastigação e deglutição, fundamentais para o desenvolvimento global do paciente (SILVA et al., 2021). A escuta ativa, o acolhimento e a empatia são valores que permeiam essa abordagem interdisciplinar, exigindo do cirurgião não apenas habilidades técnicas, mas também sensibilidade humana (RIBEIRO et al., 2019).
Outro aspecto amplamente discutido na literatura diz respeito aos impactos estéticos e psicossociais das fissuras labiopalatinas. Além das deformidades anatômicas, os pacientes enfrentam desafios relacionados à autoestima, ao convívio social e à saúde mental (COSTA et al., 2020). A atuação do cirurgião, nesse contexto, assume também um papel de reconstrução simbólica, uma vez que procedimentos como a queiloplastia secundária, rinoplastia e cirurgia ortognática contribuem para a melhora da aparência facial, da simetria e da harmonia do sorriso, com reflexos positivos na imagem corporal e nas relações interpessoais (ARAÚJO et al., 2022). A abordagem humanizada torna-se indispensável para garantir que o paciente se sinta respeitado, compreendido e ativo em seu próprio processo de reabilitação (TRINDADE; SILVA FILHO, 2014).
Por fim, é importante destacar os desafios enfrentados no contexto da saúde pública brasileira. Apesar dos avanços técnicos e científicos, ainda existem barreiras significativas, como a dificuldade de acesso a centros especializados, a escassez de profissionais capacitados em determinadas regiões e a descontinuidade do acompanhamento após a alta hospitalar (SOUZA et al., 2023). Essas limitações comprometem a integralidade do cuidado e reforçam a necessidade de fortalecimento das políticas públicas voltadas à reabilitação de pacientes com fissura labiopalatina. A expansão dos centros de referência, a valorização da formação profissional na área de cirurgia bucomaxilofacial com enfoque em saúde coletiva e a garantia do cuidado longitudinal e humanizado são estratégias indispensáveis para assegurar um tratamento resolutivo e igualitário.
Dessa forma, os dados analisados evidenciam que a cirurgia bucomaxilofacial desempenha um papel crucial na trajetória terapêutica de pacientes com fissuras labiopalatinas, atuando de maneira transversal entre o diagnóstico, a intervenção e a reabilitação. A presença desse profissional dentro de uma equipe multiprofissional bem estruturada permite não apenas restaurar estruturas anatômicas, mas também resgatar a funcionalidade, a estética e a dignidade desses indivíduos, promovendo uma saúde bucal plena e integral.
6 CONCLUSÃO
A cirurgia bucomaxilofacial exerce um papel fundamental no tratamento de pacientes com fissuras labiopalatinas, atuando de forma decisiva desde o diagnóstico até a reabilitação final. Sua presença no cuidado interdisciplinar contribui para a correção anatômica, funcional e estética dessas malformações, promovendo melhora significativa na qualidade de vida dos pacientes. A atuação técnica do cirurgião, associada a uma abordagem humanizada e colaborativa com outras especialidades, é essencial para garantir resultados terapêuticos eficazes, especialmente no que se refere ao desenvolvimento da fala, mastigação, oclusão dentária e autoestima.
REFERÊNCIAS
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TRINDADE, I. K.; SILVA FILHO, O. G. Fissuras labiopalatinas: fundamentos para o tratamento interdisciplinar. São Paulo: Santos, 2014.
1Graduanda em Odontologia
Instituição: Universidade Federal de Pernambuco – UFPE
Endereço: Recife, Pernambuco, Brasil
E-mail: misabellefalcao@yahoo.com
2Graduanda em Odontologia
Instituição: Universidade de Pernambuco – FOP/UPE
Endereço: Recife, Pernambuco, Brasil
E-mail: mariaiolandafstl@gmail.com
3Graduando em Odontologia
Instituição: Maurício de Nassau -UNINASSAU
Endereço: Recife, Pernambuco, Brasil
E-mail: heitoraragaoandrade@gmail.com
4Graduando em Odontologia
Instituição: Universidade de Pernambuco – FOP/UPE
Endereço: Recife, Pernambuco, Brasil
E-mail: joao.espindola@upe.br
5Graduanda em Odontologia
Instituição: Universidade de Pernambuco – FOP/UPE
Endereço: Recife, Pernambuco, Brasil
E-mail: sophia.brasileiro@upe.br
6Graduanda em Odontologia
Instituição: Universidade de Pernambuco – FOP/UPE
Endereço: Recife, Pernambuco, Brasil
E-mail: meduardancavalcante@gmail.com
7Graduanda em Odontologia
Instituição: Universidade de Pernambuco – FOP/UPE
Endereço: Recife, Pernambuco, Brasil
E-mail: eduarda.vasconcelos@upe.br
8Graduando em Odontologia
Instituição: Universidade de Pernambuco – FOP/UPE
Endereço: Timbaúba, Pernambuco, Brasil
E-mail: luiz.mpereira@upe.br
9Graduando em Odontologia
Instituição: Universidade de Pernambuco – FOP/UPE
Endereço: Timbaúba, Pernambuco, Brasil
E-mail: gabriel.gsilva@upe.br
10Cirurgião – Dentista
Instituição: Maurício de Nassau -UNINASSAU
Endereço: João Alfredo, Pernambuco, Brasil
E-mail:flavianoja@yahoo.com.br