REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.6606856
Autores:
Joiciane Beserra da Silva1
Orientador:
Marcos Diego Pereira da Silva2
Coorientadora:
Rayssa Gabrielle P. de Castro3
RESUMO
O diabetes melittus representa um grave problema de saúde púbica, pois ocasiona inúmeras implicações a saúde do indivíduo. Diante disto, é importante o diabético ter acompanhamento de um profissional de saúde para prevenir agravamento do quadro clínico. OBJETIVOS: Avaliar o impacto dos serviços de atenção farmacêutico na promoção da saúde dos pacientes diabéticos atendidos em um consultório farmacêutico em Imperatriz – MA. METODOLOGIA: trata-se de uma pesquisa de campo, de aspecto quantitativo, mediante a análise de dads obtidos via aplicação de questionário a pacientes de um consultório farmacêutico, com um total amostral de 45 pesquisados. RESULTADOS: observou-se que 68% dos pacientes, possuem diagnóstico de diabetes há um período superior a 4 anos e que 100% destes, consideram o acompanhamento farmacêutico crucial. Ainda pontua – se que 64% dos pesquisados perceberam melhoria da saúde, devido ao acompanhamento em consultório. CONCLUSÃO: a atenção farmacêutica provocou bem estar dos pacientes, focando no acompanhamento e farmacoterapia.
ABSTRACT
Diabetes mellitus represents a serious public health problem, as it causes numerous implications for the individual’s health. In view of this, it is important for the diabetic to have the follow-up of a health professional to prevent aggravation of the clinical picture. OBJECTIVES: To evaluate the impact of pharmaceutical care services in promoting the health of diabetic patients treated at a pharmaceutical office in Imperatriz – MA. METHODOLOGY: this is a field research, with a quantitative aspect, through the analysis of data obtained through the application of a questionnaire to patients in a pharmaceutical office, with a total sample of 45 respondents. RESULTS: it was observed that 68% of patients have been diagnosed with diabetes for more than 4 years and that 100% of them consider pharmaceutical follow-up crucial. It also points out that 64% of those surveyed perceived an improvement in health, due to the follow-up in the office. CONCLUSION: pharmaceutical care caused patients’ well-being, focusing on follow-up and pharmacotherapy.
1. INTRODUÇÃO
Os cuidados farmacêuticos ao longo dos anos tornaram um assunto muito discutido entre os profissionais do setor da saúde, devido os farmacêuticos ser profissionais que possuem conhecimentos específicos das formulas medicamentosas, além de ter um contato ativo e direto com os pacientes, o que perpetua-se como resultados positivos na promoção e sobrevida da população (CAMPOS; ELIAS, 2020).
O acompanhamento farmacoterapêutico atua com base no conjunto de práticas da atenção farmacêutica e busca os melhores resultados da farmacoterapia a partir de uma assistência próxima sobre uso correto do uso dos medicamentos, monitoramento frequente do tratamento e foco nas necessidades clínicas individuais do paciente (COSTA, 2017).
Em virtude da contribuição do farmacêutico na promoção da saúde da população, muitos membros da sociedade têm buscado no consultório farmacêutico ter acompanhamentos sobre inúmeras doenças, principais as patologias crônicas: hipertensão, diabetes e outros (ROSSANEIS et al., 2019). Seguindo esse pressuposto, a pesquisa será centralizada nos serviços de atenção farmacêutica na promoção da saúde dos pacientes diabéticos atendidos em um consultório farmacêutico.
Vale ressaltar que o diabetes é a condição crônica que mais cresce, principalmente nos países em desenvolvimento, caracterizada pela produção insuficiente de insulina ou por uma incapacidade do corpo em utilizá-la (insulinorresistência), resultando numa deficiente capacidade de utilização pelo organismo da principal fonte de energia, a glucose, e consequente aumento dos níveis de glucose (açúcar) no sangue. Além disso, o número de pessoas com diabetes no Brasil aumenta rapidamente, e até 2030 o Brasil terá quase 20 milhões de pessoas com a doença crônica, segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD, 2019).
Assim, o presente trabalho visa conhecer as atribuições dos serviços de atenção farmacêutica na promoção da saúde dos pacientes diabéticos atendidos em um consultório farmacêutico, identificando para tal, o perfil dos pacientes alvos do estudo, apontando os problemas relacionados à farmacoterapia em pacientes diabéticos atendidos em um consultório farmacêutico em Imperatriz.
A escolha pelo tema surgiu durante o período de estágio do curso de farmácia, por despertar a visão crítica e analítica do importante papel que o farmacêutica presta a população que busca atendimento no consultório farmacêutico.
A relevância do presente trabalho está direcionada a toda sociedade e aos profissionais da saúde, por dar ênfase dos impactos positivos do cuidado Farmacêutico na qualidade de vida dos diabéticos, correlacionando-se com a prevenção, desafoga as unidades de saúde, bem como, aumenta a probabilidade de ocorrer a diminuição dos índices de complicações e óbitos relativos aos diabetes, e outras doenças relacionados à desinformação sobre a doença.
Dando seguimento as objetividades da pesquisa, a pesquisa buscou conhecer as atribuições dos serviços de atenção farmacêutica na promoção da saúde dos pacientes diabéticos atendidos em um consultório farmacêutico, identificar o perfil dos pacientes alvos do estudo, segundo características como: gênero, raça, faixa etária, tempo de diagnóstico, apontar as principais dificuldades dos pacientes diabéticos na adesão do tratamento e constatar quais as práticas da atenção farmacêutica impactam positivamente no tratamento e na qualidade de vida dos usuários do consultório farmacêutico.
A pesquisa foi construída com base no estudo bibliográfico, campo e abordagem quantitativa. A coleta de dados aconteceu com aplicação de um questionário direcionado amostragem de 45 pacientes que frequentam o consultório farmacêutico em Imperatriz. E os resultados alcançados, traz a concepção de que atenção farmacêutica é um mecanismo auxiliador na melhoria da qualidade de vida e bem-estar dos pacientes.
2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Apontamentos de relevância sobre a Diabetes Mellitus
O diabetes é uma problemática de saúde pública por acometer um grande número de membros da sociedade, independente de faixa etária, pois crianças, adultos e idosos continuamente são diagnósticas com esse tipo de patologia. Sendo que existem dois tipos de diabetes: Tipo I e II, ambas possuem diferenciações distintas, pois o tipo 1 o indivíduo deixou de produzir o hormônio que controla o nível de açúcar no sangue, consequentemente a diabete tipo 2 é mais complexa, pois a doença geralmente está associada a outras doenças crônica: colesterol, obesidade entre outras (FIOCRUZ, 2018).
É importante ressaltar que existem fatores que coopera com o desenvolvimento da diabetes, tais como: hereditariedade, envelhecimento, alimentação inadequada, obesidade e sedentarismo. E o que deixa essa questão mais preocupante é o fato de que, essa patologia coopera ativamente com o alto nível de morbimortalidade (COSTA, 2017).
O Brasil é o 5º país em incidência de diabetes no mundo, com 16,8 milhões de doentes adultos (20 a 79 anos), perdendo apenas para China, Índia, Estados Unidos e Paquistão. A estimativa da incidência da doença em 2030 chega a 21,5 milhões. Podendo resultar em 2,9 milhões de mortes em todo mundo (BRASIL, 2020).
Com o crescente número de brasileiros com diabetes, vale ressaltar as consequências, uma vez que, muitas vezes são irreversíveis, tais como: problemas cardiovasculares, encefálicas, coronarianas, renais, perda da visão, periféricas, até mesmo mortalidade.
Os efeitos da diabetes não afetam somente o indivíduo, os fatores econômicos também são englobados nesse contexto, por ser necessários gastos com medicamentos, atendimentos médicos, internações entre outros intercorrências.
O diabetes conceitua-se como uma problemática que afeta de forma ativa e direta o organismo humano, por impedir a produção da insulina, consequentemente a diabete possui a seguinte definição: “o diabetes mellitus é uma síndrome de etiologia múltipla, decorrente da falta de insulina e/ ou da incapacidade da insulina de exercer adequadamente seus efeitos. […] acompanhada de dislipidemia, hipertensão arterial e disfunção do endotélio” (OLIVEIRA, 2016, p.10).
Entende-se que o diabetes se desenvolve no organismo do indivíduo quando o pâncreas apresenta deficiência em suas funcionalidades, não consegue combater os açúcares ingerida pelo indivíduo, isto é, não libera a insulina no organismo, consequentemente, a diabetes manifesta-se.
O diabetes é um grupo de doenças metabólicas caracterizadas por hiperglicemia e associadas a complicações, disfunções e insuficiência de vários órgãos, especialmente olhos, rins, nervos, cérebro, coração e vasos sanguíneos. Pode resultar de defeitos de secreção e/ou ação da insulina envolvendo processos patogênicos específicos, por exemplo, destruição das células beta do pâncreas (produtoras de insulina), resistência à ação da insulina, distúrbios da secreção da insulina, entre outros (OLIVEIRA, 2016, p.9).
Compreende-se que o diabetes é impulsiona no organismo devido ao excesso de açúcar no sangue, e a detecção dessa disfunção acontece por meio de exame laboratorial, na qual será coletada amostra sanguínea em jejum. E o diagnóstico acontece por meio de procedimento clínica, sendo que conforme o resultado apresenta alteração no padrão considerado normal, é crucial o indivíduo buscar acompanhamento de profissionais da saúde para controlar a doença, pois a intervenção é necessária para impedir agravamento dessa patologia.
É importante ressaltar que, após o surgimento da Covid19 a diabetes despertou maiores atenção, o que se refere a prevenção, uma vez que, o indivíduo diabético ao ter contato com o vírus tem maior probabilidade de complicação.
Com o sistema imunológico deficitário, haverá uma estimulação para a presença de vírus e microrganismos. Em consequência, o corpo ficará sob estresse, haverá um aumento de cortisol, que aumentará à resistência à insulina, resultando em um aumento da glicose e da noradrenalina, dificultando o controle do diabetes e a eliminação do vírus (BRASIL, 2019, p.12).
Por certo, o diabetes é uma doença silenciosa e consequentemente muitos indivíduos descobrem quando estão vivenciando os primeiros sinais e sintomas: tontura, cansaço, vontade de urinar com maior frequência e quantidade, boca seca, apetite excessivo, dormência mãos e pés, emagrecimento, visão turva e difícil cicatrização de ferimentos.
Portanto, após o diagnóstico do indivíduo, é importante o mesmo ter acompanhamento de um profissional especializado, para prestar orientações acerca da problemática, bem como, articular um plano de intervenção.
Segundo Brasil (2014) o farmacêutico tem um papel importante no processo de monitoramento do paciente com diabetes, pois o monitoramento da diabetes é uma ação que permitir avaliar os reflexos dos próprios cuidados, no que se refere a dieta, o uso dos medicamentos e outras ações fundamentais.
Entende-se o sistema de monitoramento representa um importante recurso na promoção da prevenção e controle da glicose, por ser útil na rapidez em apresentar o resultado (HUSZCZ, 2018).
O tratamento da glicose está interligado as mudanças alimentares, independente do uso do medicamento ou não. E quando se trata da diabetes tipo 1 os fármacos mais indicados são a insulina e a metformina. A diabetes tipo 2 é possível alcançar o controle por meio de alimentação balanceada, isto é, o planejamento alimentar coopera ativamente com o tratamento e controle das diabetes.
DM tipo 1: exige o uso de insulina por via injetável para suprir o organismo desse hormônio que deixou de ser produzido pelo pâncreas. A suspensão da medicação pode provocar a cetoacidose diabética, distúrbio metabólico que pode colocar a vida em risco.
DM tipo 2: não depende da aplicação de insulina e pode ser controlado por medicamentos ministrados por via oral. A doença descompensada pode levar ao coma hiperosmolar, uma complicação grave que pode ser fatal. A dieta alimentar equilibrada é fundamental para o controle do diabetes. A orientação de um nutricionista e o acompanhamento de psicólogos e psiquiatras podem ajudar muito a reduzir o peso e, como consequência, cria a possibilidade de usar doses menores de remédios. Atividade física é de extrema importância para reduzir o nível da glicose nos dois tipos de diabetes (BRASIL, 2019,p.3).
Em suma, diagnosticar e monitorar a Diabetes Mellitus favorece na qualidade vida, por estimula no indivíduo conhecer o que é favorável ou não no controle da diabetes. Isto é, a sobrevida é impulsionada de forma significativa, afinal, a glicose sem os cuidados podem resultar em danos muitas vezes irreversíveis: cegueira, amputação de membros do corpo físico ou até mesmo a mortalidade.
Segundo Brasil (2019) para que o indivíduo adote conduta adequada no controle e tratamento da diabetes, é crucial o acompanhamento de profissionais de saúde, o que incluiu ativamente o farmacêutico, pois o mesmo é conhecedor das fórmulas medicamentoso e promover orientações adequadas referentes ao uso, dosagens, efeitos colaterais entre outras. Além de articular estratégias de orientações por meio da educação à saúde, para que o indivíduo conviva com a patologia de forma segurança e eficaz.
2.2 Atribuições do farmacêutico clínico e do consultório farmacêutico
A atenção farmacêutica é uma opção para auxiliar no tratamento médico, esforço que visa garantir ao paciente o bem-estar no uso de medicamentos e no restabelecimento da saúde. A Atenção Farmacêutica é considerada um serviço farmacêutico, que ajuda o paciente a obter o máximo de benefícios com a farmacoterapia e minimiza os riscos associados ao mau uso dos medicamentos (CAMPOS; ELIAS, 2020).
O farmacêutico desde as antigas “boticas” é o profissional responsável pela pesquisa, manipulação e dispensação de produtos farmacêuticos garantindo a qualidade dos produtos, e assegurando que os pacientes saibam sobre o uso correto dos medicamentos incluindo os medicamentos de venda livre (CARDINAL L.; FERNANDES, 2014).
O papel do farmacêutico sempre foi importante, e atualmente, com o novo modelo assistencial, onde a ênfase é a atenção primária à saúde, o farmacêutico torna-se, na maioria das vezes, o último profissional a ter contato direto com o paciente. Ao conceder o medicamento ao usuário, o farmacêutico pode realizar várias atividades, tais como avaliação da prescrição, orientação correta sobre o uso do medicamento, comunicação com o prescrito a fim de apontar, evitar e resolver problemas relacionados a medicamentos, qualificar o usuário para a adesão ao tratamento e orientá-lo para o autocuidado em saúde (MIRANDA et al., 2012).
O farmacêutico é o profissional habilitado a orientar o usuário quanto ao uso correto de medicamento, bem como, aos riscos envolvidos na terapia, tendo como base as necessidades de saúde do paciente. Desde agosto de 2013, o papel do farmacêutico ganhou novas prerrogativas, com a regulamentação da prescrição farmacêutica (MORAES et al., 2016).
A Resolução CFF nº 586 de 2013 inova ao conceituar a prescrição como uma atribuição clínica do farmacêutico, caracterizar sua natureza, peculiarizar e estender o seu escopo para além do produto e descrever seu processo na perspectiva das boas práticas, estabelecendo seus limites e a necessidade de documentar e avaliar as atividades de prescrição (BRASIL, 2013).
A prescrição farmacêutica através de consultório é um momento histórico para a profissão trazendo à tona o papel do farmacêutico para toda a população. O farmacêutico não é mais um indicador de medicamentos é um profissional que auxilia na expectativa de tratamento.
O artigo 2º da lei nº 13.021/14 descreve o papel do farmacêutico como orientador, visando assegurar a assistência terapêutica do paciente em tempo integral, portanto é essencial a presença do profissional desempenhando atividades farmacêuticas relacionadas aos medicamentos e insumos farmacêuticos, em todo período de funcionamento (MORAES et al., 2016).
Segundo Campos e Elias (2020) defendem que a dispensação de medicamentos deve ser o momento de relação estabelecida pelo profissional farmacêutico com o paciente ou o responsável por este onde se estabelece um diálogo com a intenção de interagir e introduzir informações sobre o tratamento e utilização dos medicamentos.
3. METODOLOGIA
3.1 Tipo de pesquisa
O presente trabalho trata-se de uma pesquisa descritiva, exploratória e de características quantitativas. Para Marconi e Lakatos (2017, p. 28) a pesquisa descritiva tem como principal função, realizar a descrição das características de uma determinada população ou fenômeno, assim como estabelecer relações entre suas variáveis e fatos.
Sobre as pesquisas exploratórias, Gil (2015) evidencia que elas têm a finalidade de desenvolver, esclarecer e até modificar conceitos e ideias, com objetivo de torná-la mais explícita ou formular hipóteses para estudos posteriores, proporcionando assim maior familiaridade com o problema. No que tange a pesquisa quantitativa considera-se que tudo pode ser quantificável, o que significa traduzir opiniões e informações em números para classificá-las e analisá-las. “As características gerais da pesquisa quantitativa são: foco na interpretação quantificação; ênfase na subjetividade; o processo de pesquisa é flexível” (GIL, 2015, p.4).
A pesquisa campo também fez parte do contexto e permitiu a coleta de dados em um consultório farmacêutico, da qual obteve amostragem de 45 pacientes de ambos o sexo acima de 18 anos de idade.
3.2 Quanto aos objetivos
Conhecer as atribuições dos serviços de atenção farmacêutica na promoção da saúde dos pacientes diabéticos atendidos em um consultório farmacêutico.
3.3 Local da pesquisa
O desenvolvimento do estudo aconteceu no município de Imperatriz – MA, onde segundo dados do IBGE (2021) estima-se que a população corresponde-se a 247.505 mil habitantes em uma área de 1.368,988 Km2, sendo considerado segundo município mais populoso do estado do Maranhão.
O Município fica localizado na Região Metropolitana do Sudoeste Maranhense, as margens da BR 010 a 600 km da capital São Luís (IBGE, 2021). De forma mais específica, a pesquisa envolverá uma farmácia de Imperatriz – MA, cujo consultório farmacêutico está implantando desde o ano 2017, que possui farmacêutico atuante em tempo integral e com uma média geral de atendimentos mensais de 100 pacientes.
3.4 Universo e amostra
Como referido acima, a pesquisa obteve como alvo, os pacientes diabéticos atendidos em um consultório farmacêutico, pertencente a uma farmácia em Imperatriz – MA. Enquadram-se nesta pesquisa pacientes acima de 18 anos de idade, que aceitem participar da pesquisa, mediante assinatura do termo de consentimento livre esclarecido (Apêndice A). Como critério de exclusão, têm-se todos aqueles que se recusarem a participar, bem como aqueles que não possuem a patologia Diabetes Mellitus.
No tocante ao total amostral, respeitando a média mensal de 100 pacientes atendidos, os questionários foram aplicados junto à 45 pacientes, respeitando 95% de confiança e 5% de margem de erro.
3.5 Coleta de dados
Os dados foram coletados mediante aplicação de um roteiro de entrevista com os pacientes alvos do estudo, no período de fevereiro a março do ano de 2022. Os questionários foram impressos e fornecidos aos pacientes que aceitarem participar da referida pesquisa. A análise dos dados obtidos se deu através de gráficos que servirão como base para a discussão dos resultados.
3.6 Critérios éticos
Considerando as exigências da resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde- Ministério da Saúde, foram garantidos todos os direitos, respeitando todos os princípios e normas de pesquisa com serem humanos. Preservando a privacidade e individualidade dos participantes alvos do estudo, será disponibilizado à direção da farmácia parceira um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (APÊNDICE B), solicitando autorização para a realização da pesquisa.
Para respaldar os aspectos de ética e moralidade de pesquisas que envolva seres humanos, será levado em consideração a Resolução 466 de 10 de outubro de 2012, que “[…] incorpora, sob a ótica do indivíduo e das coletividades, referenciais da bioética, tais como, autonomia, não maleficência, beneficência, justiça e equidade, dentre outros, e visa a assegurar os direitos e deveres que dizem respeito aos participantes da pesquisa, à comunidade científica e ao Estado”. A resolução n° 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde, do Ministério da Saúde expõe normas e diretrizes regulamentadoras envolvendo seres humanos.
Cabe ressaltar que o presente estudo foi submetido à aprovação do Comitê de Ética da Faculdade de Imperatriz – Wyden, e uma vez, obtendo aprovação, terá de fato, início da coleta dos dados.
Convém destacar que o andamento da pesquisa aconteceu por meio da utilização do Termo do Consentimento Livre –TCLE, autorização do ofício disposto pela instituição formadora juntamente como construção do roteiro para coletar dados que serviu de campo de pesquisa, sendo aprovado pela Comissão de Ética da Faculdade de Imperatriz – FACIMP.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
A partir dos dados coletados no consultório farmacêutica, com amostragem de 45 pacientes, por questão de ética da pesquisa, não será mencionado a identidade dos participantes, mantendo assim, sigilo. Sobretudo, os mesmos possuem entre a faixa etária de idade entre 42 a 80 anos de idade e de ambos os sexos, conforme ilustra o gráfico 1.
GRÁFICO 1: PREVALÊNCIA DO SEXO DOS PARTICIPANTES DA PESQUISA
Torna-se evidente que o público que serviu de amostragem na pesquisa, o sexo feminino demonstrou maior prevalência, atingido 55% do total, já o sexo masculino correspondeu a 45%. Resultado contraditório apresentou o estudo realizado com Oliveira (2020) da qual utilizou amostragem de 25 indivíduos, sendo 60% do sexo masculino e 40% feminino. Entretanto, Brasil (2020) apresentou dados da Pesquisa Nacional da Saúde, da qual existe equivalente 12,3 milhões de pessoas com diabetes, sendo 8,4% mulheres e 6,9% homens, ou seja, o sexo feminino apresenta maior índice de diagnóstico.
Dando seguimento aos objetivos da pesquisa, surgiu o interesse de constatar por quanto tempos os pacientes têm o diagnóstico de diabetes, observe a resposta no gráfico 2:
GRÁFICO 2: O TEMPO DE DIAGNÓSTICO DO DIABETES
Observa-se que 68% dos pacientes que participaram da pesquisa, foram diagnósticos há mais de 4 anos, no período de 6 a 1 ano 20% e 12% entre 2 a 3 anos. Ocasionalmente, o maior índice centralizou por um maior tempo de diagnóstico da diabetes, o que se perpetua maior agravamento na saúde, comparando-se aos indivíduos que possuem menos tempos do diagnóstico.
A pesquisa de Cortez et al., (2016) também mostrou maior evidência de mais tempo de diagnóstico, com amostragem 1.320 indivíduos com diabetes mellitus, cerca de 32% possuem a doença por mais de 10 anos e 12,1% menos de 10 anos. Por certo, essa eventualidade aumenta o risco da doença, pois a evolução compromete a qualidade de vida do indivíduo, além de atribuir custos necessários para controlar e tratar as complicações da diabetes.
Costa (2017) pronuncia em seu estudo que as complicações do diabetes aumentam ao longo dos anos, por isso, a principal estratégia é concentrada na prevenção, associada as medidas que minimizem o aparecimento precocemente da doença. E é exatamente nesse contexto que o acompanhamento farmacoterapêutico é primordial, por ser estratégia que auxilia a população quanto os meios preventivos e o controle da doença.
Foi questionado ao público alvo se possuem acompanhamento médico e se faz uso de medicamento. Por unanimidade 100% dos participantes da pesquisa afirmaram que sim, fazem acompanhamento clínico e fazem uso de medicamentos tais como: metformina, glibenclamina, insulina lantus 100UI e vildagliptina.
O tratamento farmacológico e acompanhamento clínico é de fundamental importância para controlar os agravamentos do diabetes. E os medicamentos apontados pelos frequentadores do consultório farmacêutico, são os principais fármacos utilizados pela grande maioria dos indivíduos diagnosticados com diabetes. Ademais, os antidiabéticos glibenclamida e metformina estão disponíveis na rede pública. Sobretudo, Silva, Santos e Silva Júnior (2021) articulam ser primordial que o indivíduo diabético além da terapia farmacológico efetive mudança no estilo de vida, o que inclui alimentação balanceada e atividade física, por ser mecanismos ação que minimiza os agravamentos do diabetes.
Foi questionado quais as maiores dificuldades encontradas pelos participantes da pesquisa, eles fizeram os seguintes apontamentos, da qual está ilustrado no gráfico 3.
GRÁFICO 3: PRINCIPAIS DIFICULDADES NO CONTROLE DO DIABETES
O sucesso do controle da diabetes não depende exclusivamente do acompanhamento clínico e uso de medicamentos, a reeducação alimentação é crucial em todo processo, porém, 78% afirmaram que o maior desafio é controlar alimentação. Semelhantemente a pesquisa de Farias et al., (2019) com amostragens de 500 participantes de ambos os sexos, 60% disseram que a principal barreira é a dieta restritiva. Sobre essa questão, Cortez et al., (2015) enfatiza que isso acontece por causa do alto preço da alimentação e o baixo rendimento financeiro.
Sob o mesmo ponto de vista Silva, Santos e Silva Júnior (2021) reforçam essa ideologia, as condições financeiras da maioria dos brasileiros não suprem os direitos básicos garantido pela Constituição Federal de 1988 (moradia, alimentação, higiene, transporte e lazer). Assim, alimentação torna-se um desafio para quem necessita de dieta restrita, como é o caso dos diabéticos.
No que tange, a classificação de nenhuma das alternativas, foi representado por 13%, esse público faz uso de medicamentos, possuem uma alimentação adequada, praticam atividade física entre outras ações que auxiliam no tratamento em caráter satisfatório. E o que mais despertou atenção dessa categoria de indivíduos, foi o fato de que todos fazem acompanhamento farmacêutico no consultório por um período superior de 1 ano, sucessivamente existem evidências cientificas que garantem que o acompanhamento do profissional da saúde reflete-se em melhoria na qualidade de vida da população, desse modo, acredita-se que a consulta no consultório farmacológico seja um dos principais elementos que cooperou positivamente com esse percentual.
O relacionamento social (familiares, amigos, colegas de profissão e outros) foi indicado por 9% do público pesquisado, alegam que falta apoio afetivo e as resenhas sociais (aniversário, casamento, confraternização e outros) disponibiliza diversidades de alimentos e bebidas que prejudicam o tratamento.
Em meio a pesquisa foi questionado aos informantes se consideram o acampamento do farmacêutico no consultório importante para o uso do medicamento. 100% disseram que sim, por ser um profissional que tem sobre suas competências, minimizar os riscos associados ao mau uso de medicamentos. Provavelmente o reconhecimento da importância do farmacêutico concentra-se na qualificação profissional e o fácil acesso.
Ademais, Santos e Torres (2015) proferem que o profissional de farmácia por ter conhecimentos das fórmulas medicamentosas, atua na orientação do uso correto dos medicamentos, avalia a prescrição médica, buscar evitar problemáticas relacionados ao uso de medicamentos entre outros propriedades, que são eficazes para promoção e autocuidado da saúde.
Para melhor obter uma visão mais aprofundada da percepção dos usuários do consultório farmacêutico, foi questionado qual o grau de satisfação da atenção prestado pelo profissional farmacêutico, advirta o gráfico 4.
GRÁFICO 4: CLASSIFICAÇÃO DO ATENDIMENTO DO PROFISSIONAL FARMACÊUTICO NO CONSULTÓRIO
Nesse estudo, 76% dos informantes classificaram o atendimento do farmacêutico excelente, por ter sobre seu perfil: compromisso, responsabilidade e interesse de contribuir com a promoção da saúde e com a sobrevida da população atendida. Referente ao indicativo bom, correspondeu ao total de 24% dos participantes da pesquisa.
É importante destacar que o resultado traz uma análise importante a respeito do atendimento ofertado aos usuários do consultório que serviu de campo de pesquisa, por significar um bom diálogo com o paciente, motivação no cumprimento do tratamento, auxilio por meio da orientação sobre os efeitos colaterais dos medicamentos, dosagem, tempo de uso entre outras ações. Paula (2016) profere que, quando o indivíduo diabético tem acompanhamento satisfatório de um farmacêutico, gradativamente ocorre a prevenção de danos à saúde.
De maneira idêntica tem os pensamentos de Brentegani (2017) a assistência farmacêutica promove a garantia do acesso aos medicamentos de forma segura e eficaz, por ter respaldo no uso racional dos medicamentos, além de gerar economia aos cofres públicos. Pois o atendimento adequado diminui o índice de internações por otimizar de modo correto a farmacoterapia. Seguindo esse pressuposto, foi questionado aos informantes da pesquisa, se perceberam melhoria na condição da saúde após o acompanhamento com o farmacêutico, o resultado no gráfico 6 traz o resultado a seguir.
GRÁFICO 5: HOUVE MELHORIA NA CONDIÇÃO DA SAÚDE APÓS O ACOMPANHAMENTO COM FARMACÊUTICO?
Cerca de 64% dos participantes da pesquisa disseram que sim, houve melhoria na condição da saúde após ter acompanhamento com farmacêutico. Entretanto, 36% garante que não.
Antes de mais nada, vale advertir que houve contradições na classificação não, comparando-se com o gráfico 4. Onde todos afirmaram que o acompanhamento do farmacêutico é importante, o que se torna inegável que esse profissional atuar sobre a orientação de como o indivíduo pode usufruir do tratamento farmacológico de forma segura e eficaz.
De acordo com Ribeiro (2016) o trabalho do farmacêutico junto aos indivíduos diagnosticados com diabetes melhora a condições da saúde sim, pois toda ação centraliza-se no controle glicêmico, englobando a farmacoterapia racional e a obtenção de resultados definidos e mensuráveis, voltados para a melhoria da qualidade de vida.
A finalidade principal da prática do cuidado farmacêutico em pessoas com doenças crônicas é melhorar os resultados clínicos, minimizar os cuidados de saúde não programados e contribuir com a sobrevida (RAMOS, 2012).
Por fim, foi questionado aos indivíduos se indicaria o serviço farmacêutico para alguém. A relação entre os pacientes e farmacêutico do consultório pesquisado conceitua-se positivamente, pois 100% assinalaram que sim, indicariam para outrem. Sucessivamente, esse resultado traz a percepção de que, o profissional tem cumprido suas competências com compromisso e responsabilidade, sendo de sua compete: articular estratégias para garantir a saúde do indivíduo por meio da orientação, avaliação, monitoramento, dispensação medicamentosa entre outros atributos (FARIAS et al., 2019). Portanto, a consulta farmacêutica é um aliado da saúde da população e é satisfatório perceber que a sociedade gradativamente tem reconhecido a importância desse profissional no campo da saúde.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O diabetes trata-se de ineficiência da produção do hormônio que reproduz insulina, na qual tem funcionalidade de controlar o açúcar no sangue. E sucessivamente os sintomas manifestam-se por meio de tontura, cansaço, vontade de urinar com maior frequência e quantidade, boca seca, apetite excessivo, dormência mãos e pés, emagrecimento, visão turva e difícil cicatrização de ferimentos entre outros. Desse modo, é primordial que o indivíduo com diabetes ser acompanhado por profissionais de saúde (médicos, enfermeiros, farmacêuticos e etc.,), para diminuir a incidência dos fatores de risco dessa doença.
As atribuições do profissional farmacêuticos são amplas e importantes para saúde da população. E tratando-se do atendimento em consultórios farmacêuticos com os indivíduos diagnosticados com diabetes, as ações enquadra-se em ajudar o paciente a garantir a sua saúde, bem-estar e qualidade de vida.
Com base da pesquisa realizada, pode-se constatar que os usuários do consultório farmacêuticos são de ambos os sexos e foram diagnosticados com diabetes entre o período de 6 meses acima de 4 anos. E no tange aos atendimentos no consultório, reconhecem que o fácil acesso ao profissional muito tem contribuindo com a saúde e consequentemente recebem auxílio para o controle glicêmico e previne complicação a longo prazo.
Indubitavelmente, a atenção farmacêutica no consultório favorece ativamente com a saúde e traz viabilidade do profissional, por reduz gastos desnecessários com medicamentos inadequados para o perfil do paciente, diminui o índice de hospitalizações ou até mesmo reduz o índice de mortalidade ocasionada pela diabetes.
Contudo, sugere-se que novas pesquisas sejam realizadas para que o acompanhamento do farmacêutico nos consultórios seja reconhecido como estratégias de prevenção e controle da diabetes. Afinal, essa patologia é silenciosa e a falta de orientação quanto ao uso de medicamentos, mudanças de hábitos alimentares e prática de atividade física reflete em maiores danos à saúde.
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1Acadêmica do 10º período do curso de Farmácia da Faculdade de Imperatriz – FACIMP.
2Bacharel em Farmácia pela Faculdade de Imperatriz – FACIMP, sendo docente da referida
3IES desde 2009Professora/mestre na Faculdade Facimp no curso de Farmácia.