ATRIBUIÇÕES DO ENFERMEIRO EM UMA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA: REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA

NURSE’S DUTIES IN AN INTENSIVE CARE UNIT: INTEGRATIVE REVIEW OF THE LITERATURE

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10272683


Cristiane Santos da Silva1, José Osório da Silva Júnior2, Francisco Canuto de Souza Junior3, Guilia Rivele Souza Fagundes4, Ivani Salviano Soares dos Santos5, Patrícia dos Santos Silva Queiroz6, Josemkelma Melo dos Santos Costa7, Romário Alencar Silva8, Gabriel de Sousa Nascimento9, Marcos Farias Carneiro10, Solange Bastos Rocha Queiroz11, Luana Carvalho de Sousa12, Márcia Costa da Silva13, Emilly Cortez Lisboa Almeida14, Paloma Silva Pereira15


RESUMO

A atenção centrada no paciente crítico constitui uma temática cada vez mais relevante na literatura científica e é alvo de novos estudos.Pacientes críticos são aqueles que apresentem potencial risco de morte necessitando de atendimento especializado em ambientes devidamente preparados para receber e atender esse público com alto nível de complexidade de tratamento. Portanto, o estudo objetiva analisar na literatura científica algumas das principais atribuições do enfermeiro intensivista frente às boas práticas de enfermagem no âmbito de uma unidade de terapia intensiva adulto. Trata-se de uma revisão integrativa de literatura, descritiva e de abordagem qualitativa, realizada no primeiro semestre de 2023, no banco de dado da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) através dos seguintes descritores DeCS: Cuidados de enfermagem intensivos; Unidade de terapia intensiva de adulto e Cuidados intensivos. A presente revisão integrativa foi composta por 5 artigos que atenderam os critérios de inclusão previamente estabelecidos. O presente estudo possibilitou a análise das atribuições do enfermeiro em uma Unidade de Terapia Intensiva, onde exerce papel essencial na tomada de decisões, no treinamento e gerenciamento de equipe de enfermagem a na execução de procedimentos de maior complexidade e corrobora a necessidade da representatividade do profissional enfermeiro na esfera de pesquisas, e possui como escopo a contribuição e incentivo para a produção de novas pesquisas científicas com ênfase no papel assistencial do enfermeiro em Unidades de Terapia Intensiva Adulto. 

Palavras-chave: Unidade de Terapia Intensiva. Enfermagem. Cuidados intensivos.

ABSTRACT

Care centered on critically ill patients is an increasingly relevant topic in scientific literature and is the target of new studies. Critical patients are those who present a potential risk of death and require specialized care in environments properly prepared to receive and serve this public with a high level of treatment complexity. Therefore, the study aims to analyze in the scientific literature some of the main responsibilities of the intensive care nurse in relation to good nursing practices within an adult intensive care unit. This is an integrative literature review, descriptive and with a qualitative approach, carried out in the first half of 2023, in the Virtual Health Library (VHL) database using the following descriptors DeCS: Intensive nursing care; Adult Intensive Care Unit and Intensive Care. This integrative review consisted of 5 articles that met the previously established inclusion criteria. The present study made it possible to analyze the nurses’ duties in an Intensive Care Unit, where they play an essential role in decision-making, training and management of the nursing team and in the execution of more complex procedures and corroborates the need for professional representation nurse in the research sphere, and its scope is to contribute and encourage the production of new scientific research with an emphasis on the care role of nurses in Adult Intensive Care Units.

Keywords: Intensive Care Unit. Intensive care nursing. Intensive care.

1 INTRODUÇÃO

A atenção centrada no paciente crítico constitui uma temática cada vez mais relevante na literatura científica. O paciente crítico é aquele que apresenta potencial risco de morte necessitando, portanto, de atendimento com alto nível de complexidade, especializado e em ambientes devidamente preparados para recebê-lo (MAURICIO et al., 2017). Essa classificação de pacientes segue critérios previamente estabelecidos entre o tipo de patologia apresentado, parâmetros laboratoriais alterados ou funções fisiológicas comprometidas. Quando atingem certas especificações, ocorre validação para admissão em unidades de cuidados intensivos (AYHMEN et al., 2019).

Uma vez na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) receberão uma assistência qualificada e em locais aptos a realizar esses atendimentos. Neste contexto é de suma importância o conhecimento epidemiológico dos pacientes considerados graves para que haja um planejamento e dimensionamento de tecnologias, recursos humanos e materiais a fim de que se atenda a demanda necessária (MAURICIO et al., 2017).

O trabalho da enfermagem na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é complexo e, como tal, comporta inúmeras necessidades para o desenvolvimento do cuidado. A dinâmica entre os profissionais, a condição crítica dos pacientes e a utilização de inúmeras tecnologias demandam da enfermagem conhecimentos de ordens diversas, potencializando a assistência prestada e maximizando processos efetivos de trabalho e cuidado. Desta forma, pode-se supor que o enfermeiro desempenha importante papel no âmbito da Unidade de Terapia Intensiva. O Cuidado Intensivo dispensado a pacientes críticos, torna-se mais eficaz quando desenvolvido em unidades específicas, que propiciam recursos e facilidades para a sua progressiva recuperação (AYHMEN et al., 2019)

Situando-se a UTI no nível mais complexo da hierarquia dos serviços hospitalares, apresenta a necessidade de organização e estruturação da assistência de enfermagem, de maneira a contribuir positivamente para a qualidade das ações e segurança do paciente e da equipe multiprofissional. Nesse contexto, a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) constitui-se como uma estrutura conceitual sólida que promove a continuidade do cuidado e qualidade da assistência de enfermagem. A SAE é um conjunto de atividades que tem por finalidade profissionalizar a assistência ao paciente por meio de instrumentos de trabalho que auxiliem na tomada de decisão para execução de cuidado científico, holístico e constante. O Processo de Enfermagem (PE) é um método de trabalho exigido como parte fundamental para a realização da SAE (CABRAL, 2017).

Com o aumento na demanda por cuidados em terapia intensiva, especialmente no último ano com o quadro da pandemia da COVID-19, os profissionais de saúde, principalmente os enfermeiros, têm buscado conhecimento científico baseado em evidências, para oferecer o melhor cuidado disponível aos pacientes. Questões multifatoriais que dificultam sua atuação como acúmulo de função, número de leitos sob seus cuidados superior à permitida pela legislação vigente e a necessidade de vigilância constante do paciente crítico, dentre outras, tem sido um desafio. Esse cenário tem marcado a necessidade que os enfermeiros têm de consumir e produzir conhecimentos específicos baseados na prática de seu trabalho (PRAZERES, 2021).

Portanto, o estudo objetiva analisar na literatura científica o impacto de algumas atribuições do enfermeiro intensivista frente às boas práticas de enfermagem no âmbito de uma unidade de terapia intensiva.

2 MÉTODO

Revisão integrativa da literatura, descritiva, de abordagem qualitativa, realizada no primeiro semestre de 2023. Esse método refere-se à compreensão de um determinado fenômeno ou problema de saúde através de diversas fontes de dados com amplas metodologias (ERCOLE et al., 2014). 

Foram utilizados artigos encontrados na base de dados da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e através dos descritores devidamente cadastrados no DeCS: Cuidados de enfermagem intensivos; Unidade de terapia intensiva e Cuidados intensivos combinados pelo operador booleano AND. Como critérios de inclusão: estudos primários observacionais e guia de pratica clínica em português, espanhol e inglês, disponíveis completos e gratuitamente, 13 indexados, publicados nos últimos cinco anos e que tratassem em seus textos respostas para a questão de pesquisa. Como os critérios de exclusão: resumos de anais, monografias, dissertações e teses

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

A presente revisão integrativa foi composta por 5 artigos que atenderam os critérios de inclusão previamente estabelecidos. Para melhor visualização do processo de busca foi elaborado um quadro com as principais informações sobre cada artigo selecionado para análise desse estudo.

ANOPERIÓDICOAUTORESTÍTULO
2016Rev. e-ciênc.ALENCAR, Ana Paula Agostinho, et al A atuação do profissional de enfermagem na
Unidade de Terapia
Intensiva (UTI)
2019Revista Gestão & SaúdeCOSTA, Sonia Padilha, et alEnfermeiro no âmbito da gerência na unidade de terapia intensiva: uma revisão integrativa
2020Revista Eletrônica Acervo
Saúde
NUNES, Maurício RouvelA atuação do enfermeiro em unidade de terapia intensiva na pandemia de
COVID-19: relato de experiência
2019Temas em SaúdeSILVA, Maria Fabiana Lucindo da, et alDesafio ao enfermeiro nas ações assistenciais e gerenciais na Unidade de Terapia Intensiva
2015Enf. Em FocoCORREIO, Renata Andrea Pietro Pereira Viana, et alDesvelando
Competências do enfermeiro de
Terapia Intensiva

Os estudos de análise na literatura científica acerca das principais atribuições do enfermeiro intensivista frente às boas práticas de enfermagem no âmbito de uma Unidade de Terapia Intensiva consolidam a implicação da assistência de enfermagem nos resultados positivos em pacientes ali alocados. O enfermeiro como líder do setor é incumbido de inúmeras atribuições gerenciais e burocráticas, entretanto, como especialista em cuidados clínicos mais 17 complexos, executa funções assistenciais inerentes à profissão (ALOUSH; ALSARAIREH, 2018).

É de sua responsabilidade a garantia da segurança do paciente sob seus cuidados, bem como chefiar as unidades. São responsáveis pela administração geral da unidade garantindo a qualidade de assistência de enfermagem padrão ao perfil clínico de seus pacientes, precisam ser dotados de habilidades clínicas para traçar planejamento de cuidados a pacientes críticos, resolução de conflitos, questões éticas e difundir opiniões da equipe multidisciplinar (PRAZERES, 2021). 

As UTI’s são providas de uma diversidade de equipamentos especializados, fundamental para assegurar uma boa assistência ao paciente, onde eles são assistidos de forma reservada e individual. Deve ser considerada uma área para ser utilizada tão e somente por pacientes em estado clínico considerados graves. Esta área complexa de cuidados, deve ser realizada por profissionais aptos e qualificados, sempre considerando o estado de gravidade dos pacientes ali internados (NUNES, 2020).

A possibilidade de tratamento de doenças hoje em nossa sociedade é muito extensa, é visto que as causas de internação nas UTI’s são diversas, os procedimentos devem ser rápidos e precisos (CORREIO et al., 2015). Assim, percebe-se que a função do atendimento na UTI é amenizar ações provenientes das doenças a qual são diagnosticadas como graves, e ainda amenizar no paciente as sensações de dor, insuficiência respiratória e outros independentemente da situação (COSTA et al., 2019).

Os eventos adversos que mais ocorrem neste tipo de terapia nutricional, são a obstrução da sonda e a retirada da mesma pelo paciente, muitas vezes causada pela agitação. O Embora controversa, o enfermeiro nesse caso, deve avaliar a necessidade da realização de contenção mecânica deste paciente, o que requer atenção especial, para evitar maiores danos (ALOUSH; ALSARAIREH, 2018).

Considera-se ainda a família desses pacientes como elemento participante desse processo, considerando seus medos, dúvidas e angústias diante do quadro. O enfermeiro através de suas muitas competências, deve possuir também a capacidade de lidar com os familiares, orientando-os e acolhendo-os. Nesse enfoque, tanto paciente como família fazem parte desse processo, necessitando assim ambos de um atendimento humanizado (OUCHI et al., 2018).

Portanto, o atendimento ofertado pelo enfermeiro na UTI deve ser realizado considerando o ser humano em todos seus aspectos biopsicossocial e espiritual, valorizando o ser doente e família de maneira integral e empática, procurando manter a comunicação ativa com os sujeitos envolvidos (GOMES et al., 2020).

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 

O presente estudo possibilitou a análise das atribuições do enfermeiro em uma Unidade de Terapia Intensiva Adulto, onde exerce papel essencial na tomada de decisões, no treinamento e gerenciamento de equipe de enfermagem a na execução de procedimentos de maior complexidade, uma gama variada de atividades. Verificou-se que as práticas de enfermagem no âmbito de uma Unidade de Terapia Intensiva Adulto impactam diretamente o funcionamento de uma UTI, para o bem ou para o mal. O enfermeiro se torna o centro, intermediando as práticas médicas, com o corpo técnico e o paciente. As evidências deste impacto para o paciente crítico vai depender do grau de comprometimento, do treinamento e capacitação técnico-científica e de gerenciamento. 

E como visto do dimensionamento da equipe. Com número adequado de pessoal, não haverá sobrecarga e todos os papéis poderão ser desempenhados da maneira correta. Embora seu papel seja determinante na efetividade da terapêutica realizada no setor da Unidade de Terapia Intensiva, a literatura científica pouco provê publicações de artigos diretamente relacionados á assistência que é privativa do enfermeiro, estando em sua maioria inseridos a outros estudos, como coadjuvantes 20 na equipe multiprofissional ou em assuntos generalistas do âmbito da enfermagem. 

A insuficiente bibliografia relacionada a assistência privativa do enfermeiro ao paciente crítico associada á expressiva quantidade de artigos pagos, representou a maior dificuldade na obtenção de dados para elaboração do presente estudo. Esse estudo corrobora a necessidade da representatividade do profissional enfermeiro na esfera de pesquisas, e possui como escopo a contribuição e incentivo para a produção de novas pesquisas científicas com ênfase no papel assistencial do enfermeiro em Unidades de Terapia Intensiva.

REFERÊNCIAS

AYHMEN et al. Epidemiologia das internações da Unidade de Terapia Intensiva Adulto: uma revisão da literatura. UNAERP. Guarujá. Setembro. 2019

ALOUSH,S.M; ALSARAIREH,F.A. Cumprimento dos enfermeiros com as diretrizes de prevenção de infecção da corrente sanguínea associadas ao cateter central.Saudi Medical Journal March. 2018. v 39 .3, p 273-279.

CABRAL, H.V. et al, Prevalência de diagnósticos de enfermagem em unidade de terapia intensiva. Rev. Rene, v.18, n.1, 84-90. jan-fev; 2017

CORREIO, Renata Andrea Pietro Pereira Viana, et al. Desvelando Competências do enfermeiro de Terapia Intensiva. Enferm. Foco 2015; 6 (1/4): 46-50.

COSTA, Sonia Padilha, et al. Enfermeiro no âmbito da gerência na unidade de terapia intensiva: uma revisão integrativa. Revista Gestão & Saúde. RGS.2019;21(1):23-33

ERCOLE, F.F.; MELO, .LS.; ALCOFORADO, C.L.G. Revisão Integrativa versus Revisão Sistemática. Rev. Min Enferm, v.18, n.1. p.1-260 jan/mar. 2014

GOMES, Ana Paula Regis Sena, et al. Atuação do enfermeiro no cuidado humanizado em unidades de terapia intensiva no Brasil: uma revisão integrativa da literatura. HU Revista. 2020

NUNES, Maurício Rouvel. A atuação do enfermeiro em unidade de terapia intensiva na pandemia de COVID-19: relato de experiência. Revista Eletrônica Acervo Saúde. submetido em: 8/2020 | aceito em: 9/2020 | publicado em: 11/2020

OUCHI, Janaina Daniel, et al. O papel do enfermeiro na Unidade de Terapia Intensiva diante de novas tecnologias em saúde. Revista Saúde em Foco – Edição nº 10 – Ano: 2018

MAURÍCIO, L.F.S. et al. Prática profissional do enfermeiro em unidades críticas: avaliação das características do ambiente de trabalho. Revista Latino-Americana de Enfermagem [online]. 2017

PRAZERES, Letícia Erica Neves dos, et al. Atuação do enfermeiro nos cuidados em Unidades de Terapia Intensiva Neonatal: Revisão integrativa da literatura. Research, Society and Development, v. 10, n. 6, e1910614588, 2021


1Acadêmica de Enfermagem pela Universidade Maurício de Nassau.Messias/Alagoas. cr1st1an3@icloud.com

2Acadêmico de Enfermagem pela Uninassau. Maceió-AL. juniorosorioenfer@gmail.com

3Acadêmico de Enfermagem pela Faculdade Terra Nordeste- FATENE. Caucaia- CE. contato.franciscobr@gmail.com

4Enfermeira pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia. Matina-Ba. guilia_matina@hotmail.com

5Acadêmico de Enfermagem pela UNIP. Imperatriz – Ma. iva09enfermagem@gmail.com

6Acadêmica de Enfermagem pela Universidade Ceuma. Imperatriz-Ma. patriciasqueiroz@gmail.com

7Enfermeira pela FACIMP. Imperatriz-Ma

8Enfermeiro pela FACIMP Wyden. Imperatriz- Ma. r.alencar.s@outlook.com

9Acadêmico de Enfermagem pela IES Ceuma Imperatriz. Imperatriz-Ma  gbdsnascimento1602@gmail.com

10Acadêmico de Enfermagem pela Facimp Wyden. Imperatriz- Ma.  marcosfariaspsn@hotmail.com

11Enfermeira pela UFMA. Imperatriz –Ma. solangebrq@hotmail.com

12Acadêmica de Enfermagem pela Facimp-Wyden. Imperatriz-MA. luanacarvalhoo436@gmail.com

13Acadêmica de Enfermagem pela UFMA. São Luís- Ma. marcia.mcsilva@hotmail.com

14Acadêmica de Enfermagem pela Unidade de Ensino Superior do Sul do Maranhão- UNISULM. Imperatriz- MA. emillycortezenf@gmail.com

15Enfermeira, Especialista em Enfermagem em Unidade de Terapia Intensiva, pela Universidade Ceuma. Santa Luzia- Ma. palomasiilvap@gmail.com