RECREATIONAL PHYSICAL ACTIVITIES: A HEALTH BENEFIT FOR THE ELDERLY
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8249917
Daniese Souza Teixeira1; Loana Santos de Oliveira2; Wanessa Caroline da Silva Carvalho3; May da Costa Mendonça4; Giselle dos Santos Ribeiro5; Manoel do Espirito Santo Silva Junior6; Thais de Oliveira Cardoso Brandão7; Alcicley Mendes Cardoso8; Kathleen de Nazaré Bouth Pricken9; Jefferson Felgueiras de Carvalho10; Nonato Sousa Gonçalves11; Leon Cardoso Marques dos Santos12; Maria Caroline Cavalcante dos Santos13
RESUMO
Investigaram-se os resultados dos benefícios das atividades físicas recreativas na saúde do idoso em seus aspectos motores, cognitivos, afetivos e sociais, por meio dos sites periódicos, Google acadêmico, Scielo e Google books. Foram realizadas duas triagens preliminares, no qual, a primeira triagem consistiu na combinação entre atividades físicas recreativas e os benefícios na terceira idade, sendo selecionados três artigos. Na segunda, deteve-se a conciliação entre os benefícios dos aspectos, motores, cognitivos, sociais nas atividades físicas recreativas à terceira idade, no qual, o resultado final foram sete artigos. Quando foram analisados os benefícios das atividades recreativas para a terceira idade, observou-se a escassez de estudos sobre o tema, porém, os dez artigos selecionados afirmaram que as atividades físicas recreativas proporcionam aos idosos maior qualidade de vida e bem estar dos mesmos, principalmente para os idosos institucionalizados, visto que o sentimento de isolamento social está muito presente nos indivíduos que pertencem a este grupo. Assim, podemos chegar à conclusão que as atividades físicas recreativas proporcionam melhoras significativas no desenvolvimento dos aspectos motores, cognitivos afetivos e sociais no processo de envelhecimento, uma vez que estão relacionados com tais aspectos.
Palavras-chave: Atividade física Recreativa; Terceira Idade; Benefícios.
ABSTRACT
The results of the benefits of recreational physical activities on the health of the elderly in their motor, cognitive, affective and social aspects were investigated through the periodic sites, Google academic, Scielo and Google books. Two preliminary screenings were performed, in which the first screen consisted of a combination of recreational physical activities and benefits in the elderly, and three articles were selected. In the second screening, it stopped the conciliation between the benefits of the aspects, motor, cognitive, social in the recreational physical activities to the old age, in which, the final result were seven articles. When analyzing the benefits of recreational activities for the elderly, there was a scarcity of studies on the subject, but the ten selected articles stated that recreational physical activities provide the elderly with higher quality of life and well-being, especially for the institutionalized elderly, since the feeling of social isolation is very present in the individuals that belong to this group. Thus, we can conclude that recreational physical activities provide significant improvements in the development of motor, cognitive affective and social aspects in the aging process, since they are related to such aspects.
Keywords: Recreational Physical Activity; Third Age; Benefits.
1. INTRODUÇÃO
O envelhecimento é originado por alterações celulares e moleculares, desencadeando fisiologicamente um declínio natural e irreversível relacionado a mudanças morfofisiológicas e funcionais ao longo de nossas vidas.
No processo de envelhecimento, o indivíduo vai sofrendo alterações nas funções cognitivas, fisiológicas e funcionais. Diminuição progressiva da capacidade funcional, alterações no sistema cardiovascular, sistema respiratório e sistema cardíaco. São inúmeras alterações que o indivíduo sofre gradativamente, durante o envelhecimento (TAYLOR; JOHNSON, 2015).
Tendo em vista a crescente transição demográfica pela qual a população brasileira vem vivenciando com o aumento do número de pessoas idosas e a sua relação com a inatividade física, considerando ainda as condições constrangedoras de acesso à serviços de saúde da grande maioria da população pobre idosa, torna-se cada vez mais necessária a oportunização ao público idoso de vivências em atividades físicas recreativas, com vistas a um incremento qualitativo na qualidade de vida.
Podemos destacar as atividades físicas recreativas tendo como finalidade desenvolver jogos e brincadeiras lúdicas de forma orientada ou dirigida por profissionais qualificados, possibilitando uma ampla oportunidade que contribui para a qualidade de vida advindos não apenas dos benefícios físicos, porém, dentre outros benefícios, tais como: a melhora significativa no processo de socialização, a elevação da autoestima, a manutenção, promoção e recuperação de funções orgânicas e musculares. Por esses motivos é fundamental que essas atividades físicas recreativas sejam executadas de forma planejada e sistematizada, respeitando as limitações mais frequentes e peculiaridades da pessoa idosa, tanto no âmbito individual como no âmbito coletivo.
Dentre outros fatores importantes para a saúde da pessoa idosa estão os aspectos econômicos, sociais e afetivos. A importância do convívio familiar é fundamental para sua qualidade de vida. Contudo, a superproteção da família, de forma demasiada, traz malefícios para a interação social da pessoa idosa, uma vez que ela deixa de realizar determinadas atividades diárias, tornando-se um indivíduo cada vez mais inseguro de suas capacidades funcionais e, consequentemente, mais dependentes de outras pessoas.
Por outro lado, quando a pessoa idosa experimenta sensações ou mesmo práticas de abandono ou, ainda, negligenciamento de seu valor sócio-histórico, impactos de ordem sócio-psicológica podem gerados, o que por sua vez pode desencadear baixa autoestima, perda de identidade, além de doenças psicológicas como depressão, síndrome da fragilidade, contribuindo ainda mais para a invisibilidade desse grupo social no seio da sociedade.
Segundo Neri e Guariento (2011), são de grande relevância a importância que os países em desenvolvimento como o Brasil possam melhorar as circunstâncias socioeconômicas para proporcionar amparo a esse grupo de pessoas que necessitam de toda atenção necessária para a promoção de qualidade de vida, como atenção especializada, melhoria das condições para um envelhecimento saudável e é muito importante durante esse processo de envelhecimento essa população ter acesso às condições que possam proporcionar uma vida saudável,perspectivando, sobretudo, o equilíbrio da saúde física, psicológica e qualidade de vida.
2. METODOLOGIA
O conjunto de estudos analisados foi identificado através de pesquisa bibliográfica, analisadas nos conhecimentos, de bibliografia e documentação, sistematizadas por vários autores (PÁDUA, 2019). A busca ocorreu no período compreendido de 07 a 29 de outubro de 2019, consultada por meio de sites periódicos: Google acadêmico e Google books, Scielo. As abordagens preliminares consistiram na combinação de atividades recreativas e ludicidade no processo de envelhecimento e nos benefícios da recreação nos aspectos motores, cognitivos, afetivos e sociais.
Como critério de inclusão, utilizou-se preferencialmente artigos dos últimos cinco anos, isto é, publicados no período de 2015 a 2019, em português, revisado por pares, que apresentassem intervenção mediante as atividades recreativas e/ou ludicidade à terceira idade e que abordassem melhoras significativas na qualidade de vida dos idosos em seus estudos.
Como critério de exclusão, subtraiu-se artigos anteriores a 2015 e que estivesse na estrutura de meta-análise, pesquisa bibliográfica, revisão literária e sistemática, nos quais não tivesse como método as atividades recreativas e/ou ludicidade como intervenção principal, assim como, os efeitos dos aspectos motores, cognitivos, afetivos e sociais.
A primeira triagem foi efetuada através de palavras chaves: atividade física recreativa, terceira idade e benefícios. O primeiro nível de segmentação refere-se à busca de termos isolados- atividades físicas recreativas (n=17.400) e terceira idade (n= 65.600); o segundo refere-se à combinação dos termos – atividades físicas recreativas e terceira idade (n= 15.400); no terceiro nível de segmentação da pesquisa referenciada, relacionaram atividades físicas recreativas, terceira idade e benefícios (n= 10.500).
Por meio dos filtros expressados, de acordo com as associações dos termos, obteve-se um total de 8.310. De acordo com os critérios de inclusão e exclusão definidos foram selecionados três artigos para a análise da pesquisa. O fluxograma 01 apresentado abaixo indica esta primeira triagem:
Figura 1 (fluxograma 01).
Na segunda triagem fez-se da seguinte forma: o primeiro nível de segmentação faz menção aos termos isolados dos benefícios aplicados no objetivo do estudo – aspectos motores (n=1.120.000), aspectos cognitivo (n= 1.330.000), aspectos afetivos e sociais (n=159.000); o segundo nível de segmentação refere-se à combinação dos aspectos citados às atividades físicas recreativas (AFR) – aspectos motores e AFR (n=2.230), aspectos cognitivos e AFR (n=4.110), aspectos afetivos e sociais e AFR (n= 3.470) e o terceiro nível deu-se na correlação dos aspectos, atividade física recreativa e terceira idade (TI) – Aspectos motores, AFR e TI (n= 1.000), aspectos cognitivo, AFR e TI (n= 1.350), aspectos afetivos e sociais AFR e TI (n= 1.110).
De acordo com as associações dos termos obteve-se o total de 1.870 artigos. Por meio dos filtros apresentados, seguindo os critérios de inclusão e exclusão definidos com o objetivo do estudo, foram selecionados sete artigos para a análise da pesquisa. O fluxograma 02 apresentado abaixo indica esta segunda triagem:
Figura 2 (fluxograma 02)
3. RESULTADO E DISCUSSÃO
Após os resultados e triagem dos artigos aprovados, foi organizado o quadro de análise desses artigos com as principais referências. No quadro 01, indica os três artigos selecionados com referência à pesquisa realizada sobre atividade recreativa, terceira idade e benefícios.
QUADRO 01 (Atividades recreativas, terceira idade e benefícios).
TÍTULO | ANO | AUTOR | AMOSTRA | ABORDAGEM |
Jogos recreativos para a terceira idade: uma análise a partir da percepção dos idosos. | 2015 | CASTRO, M. R. et al. | 156 | O delineamento do estudo foi de cunho transversal. Optou- se pela pesquisa qualitativa, com participantes da 5ª edição dos Jogos Recreativos da Terceira idade. Foi observada a importância das atividades físicas e recreativas como fator na melhora com cuidados à saúde, interação social, lazer, combate ao sedentarismo, adesão e permanência em programas de exercícios físicos. |
Atividades grupais com idosos institucionalizados: exercícios físicos funcionais e lúdicos em ação transdisciplinar. | 2016 | GUIMARÃES, A. C. et al. | 30 | Trata-se de um estudo qualitativo com 30 idosos de ambos os sexos, submetidos a oito meses de prática de exercícios físicos lúdicos na melhoria na autonomia das atividades de vida diária. Constatou-se a importância da prática recreativa para melhoria da funcionalidade mediante as atividades da vida diária dos idosos institucionalizados que apresentam um perfil diferenciado. |
Recreação e lazer: Sua importância no resgate de valores humanos na terceira idade. | 2016 | CRUZ, M. R. | 20 | Análise de conteúdo baseada em uma pesquisa qualitativa por entrevista individual baseada por um questionário com perguntas abertas, caracterizando um estudo transversal. Os dados foram categorizados por meio de um Índice na Escala de Percepção de Valores (IEPV). Foi certificado que as atividades recreativas têm papel válido de valores humanos quando comparado aos indivíduos que não praticam tais atividades. |
No quadro 02, indica os sete artigos selecionados com referência à pesquisa realizada sobre os benefícios nos aspectos motores, cognitivos afetivos e sociais, nas atividades físicas recreativas da terceira idade.
QUADRO 02 (benefícios nos aspectos motores, cognitivos afetivos e sociais).
TÍTULO | ANO | AUTOR | AMOSTRA | ABORDAGEM |
A importância da afetividade para a qualidade de vida do idoso em instituições de longa permanência. | 2015 | RODRIGUES, D. et al. | 20 | Trata-se de um estudo qualitativo, objetivando identificar a opinião de idosos asilados a respeito da afetividade. A coleta de dados foi realizada em uma Instituição de Longa Permanência para Idosos, de caráter filantrópico. Foi realizada uma entrevista semi-estruturada, com questões norteadoras que totalizaram sete questões, das quais emergiram seis categorias. |
Atividades recreativas e espontaneidade em um serviço para idosos. | 2016 | SILVA, F. R.; JERÔNIMO, R. N. T. | 12 | Enfatiza as atividades recreativas nesses espaços e a espontaneidade do idoso. A metodologia foi baseada em observação direta não participante, diário de bordo e entrevista semi-estruturada, e a análise, no Psicodrama e na Psicologia Ambiental, com enfoque na espontaneidade. |
Lazer e sociabilidade: sobre as memórias e motivações de idosos participantes de uma experiência de educação não formal na zona leste da cidade de São Paulo. | 2016 | RODRIGUES, J. P; FERNANDES, C. A. M. | 10 | Para o levantamento dos dados, a presente pesquisa de caráter qualitativo recorreu à técnica do grupo focal direcionada para um grupo composto por dez idosas, donas de casa, com idade entre 62 e 75 anos, tendo como finalidade a coleta de material discursivo sobre as memória e experiências pessoais dessas idosas. Identificaram-se as motivações que as trouxeram e que as mantêm na presente instituição e a importância dessas práticas em suas vidas. Buscou-se refletir sobre os motivos que as trouxeram para a prática de atividades físicas, sobre as memórias de cada uma e, especialmente, sobre a necessidade de oferta de experiências similares em regiões empobrecidas das grandes cidades. |
A importância de um evento recreativo para idosos institucionalizados. | 2017 | FONTES, R. M. S.; LUCCA, I. L. | 09 | Os dados foram coletados por meio de questionário adaptado com 8 questões referente a avaliação do evento recreativo. Foi realizada a tarde de lazer entre 14h e 16h e o questionário foi aplicado no término do evento de forma oral aos idosos e escrita aos funcionários. No percentual de 63% da amostra constatou-se a importância do evento para a alegria e bem estar do idoso. A importância dos motivos foi avaliado no percentual de 0% a 80%; lazer 45%, interação entre jovens e idosos 27%, saúde 9%. |
Avaliação dos estados de humor e qualidade de vida de idosas em diferentes contextos de vida e a percepção da importância do lazer. | 2019 | SILVA, B. B. F. et al. | 32 | A intervenção investigou os estados de humor de mulheres idosas em diferentes contextos de vida e a percepção das mesmas quanto à importância do lazer e a recreação em suas vidas. Para avaliação utilizou-se questionário semiestruturado. Ficou evidente a relação estabelecida entre idosas que praticam atividades de lazer e menor índice de ansiedade e depressão e maior qualidade de vida. |
Espaços recreativos e lazer: uma análise da longevidade da população idosa da cidade de Manhuaçu-MG. | 2019 | SOUZA, L. G. B. | 96 | Realizou-se estudo do tipo exploratório, com abordagem qualitativa e quantitativa e pesquisa de natureza aplicada e como principal ferramentas para sua execução pesquisas bibliográficas. Estudo de caso e entrevista semi estruturadas com aplicação de questionário. De acordo com a pesquisa realizada percebe-se que a preferência por atividades ao ar livre e recreativas teve um percentual maior. Proporcionando ao idoso, melhor qualidade de vida, integração social, autonomia e lazer. |
Jogos recreativos para um grupo de idosos: impactos sobre a saúde mental e cardiovascular. | 2019 | PELAZZA, B. B. et al. | 09 | Refere-se a um estudo de natureza descritiva, transversal, com informações quanti-qualitativas, em que os instrumentos de coleta de dados foram preenchidos de acordo com as fichas de exame físico, obtidos sempre antes da recreação devido ao consumo de medicamentos após o início dos jogos. As intervenções ocorreram semanalmente, em um encontro com duração de duas horas no período da manhã, totalizando 10 encontros, isto é, 20 horas. |
Subsequente aos dois quadros apresentados acima, avaliou-se que o número de estudos referentes à importância das atividades físicas recreativas para a terceira idade ainda é insatisfatório. Diante desta realidade, a apresentação seguinte dos dez artigos selecionados, estabelecerá o método recreativo utilizado por esses autores, assim como, elencar as contribuições científicas e sociais da área, para sensibilização dos profissionais, diante do público idoso. As abordagens a seguir referem-se ao quadro 01.
De acordo com Castro et al.(2015) foi realizado um estudo de abordagem qualitativa transversal o qual objetivou analisar a percepção dos idosos sobre sua participação nos jogos recreativos à terceira idade. Os resultados foram desenvolvidos nas categorias: melhorias educativas na saúde, interação social, lazer e permanência desses indivíduos em programas de atividades recreativas e exercícios físicos. O estudo concluiu que jogos recreativos da terceira Idade sensibilizam os praticantes dessas atividades a desempenharem um estilo de vida mais ativo e saudável, assim como, a percepção da importância de incluir em seu cotidiano a prática de recreação, atividade física, esporte, e lazer.
Guimarães et al. (2016) foi efetuado um estudo qualitativo com 30 idosos de ambos os sexos, submetidos a oito meses de prática de exercícios físicos lúdicos, analisando a melhoria na autonomia das atividades de vida diária. Infere-se que atividades lúdicas desenvolvem diversos benefícios para a saúde do idoso. Proporciona momentos de interação social contribuindo para o desenvolvimento das funções psíquicas, amenizando os fatores estressores, angústia, ansiedade, ausência de isolamento social, promovendo assim, mudanças positivas na vida do idoso. Dessa forma, a proposta de intervenção com exercícios físicos e lúdicos se faz necessária e urgente a fim de se obter mais independência, autonomia e qualidade nessa fase da vida.
Nos estudos de Cruz (2016), foi analisada uma pesquisa qualitativa transversal, com entrevista individual baseada por um questionário com perguntas abertas. Os dados coletados foram categorizados por meio do índice na escala de percepção de valores (IEPV), baseada no nível de percepções de valores humanos. Constatou-se que as atividades físicas recreativas são essenciais para aflorar a conscientização dos valores humanos entre os participantes, uma vez que antes da participação do programa a sensibilidade aos valores estava ausente das suas vidas, assim como os não participantes mantiveram o seu ciclo de amizade mais restrito.
A recreação corrobora significativamente na saúde das pessoas de idade avançada. A recreação está integrada ao prazer proporcionando ao indivíduo criatividade e o livre arbítrio para optar em participar ou não de atividades recreativas de acordo ao desejo do indivíduo. Assim, recreação não pode ser imposta, o papel dos profissionais de recreação é direcionar as atividades, para que cada pessoa se recrie. (CRUZ, M. R. 2016).
Dentre os aspectos especificados no quadro 02, destacam-se as abordagens seguintes. Segundo Rodrigues et al.(2015) em seu estudo caráter de qualitativo, objetivou identificar a opinião de idosos asilados a respeito da afetividade,foi realizada uma entrevista semi-estruturada com sete questões, das quais emergiram seis categorias em uma Instituição de Longa Permanência para Idosos. Avaliou-se que afetividade é um fator primordial para desenvolvimento de valores para esses idosos asilados favorecendo maior autoestima, autoconfiança e convívio com outros idosos, prevenindo casos depressivos e agressivos, promovendo qualidade de vida e aceitação social para esses idosos muita das vezes esquecidos pela família e sociedade.
Já no estudo apresentado por Silva e Jerônimo (2016), avaliaram entre doses participantes, as atividades recreativas e a espontaneidade do idoso. Os métodos foram baseados em entrevista semi-estruturada e análise na psicologia ambiental, com a perspectiva na espontaneidade. Segundo os autores, a recreação deve proporcionar sentimento de prazer e ludicidade, sem exigência de atividades complexas, possuindo um papel fundamental nos fatores sociais e terapêuticos. Os resultados apontam que os idosos que participam das atividades grupais resgatam sua espontaneidade por meio da interação social, resgate de identidade e liberdade de expressão. O relacionamento grupal possibilita vivências de momentos satisfatórios, afetivos e troca de experiências, sendo assim, encontram formas mais conscientes para lidar com as diversas dificuldades encontradas no processo de envelhecimento.
Rodrigues e Fernandes (2016) realizaram um estudo de caráter qualitativo e exploratório. Recorreu à técnica do grupo focal direcionada para um grupo composto por dez idosas, donas de casa, com idade entre 62 e 75 anos, tendo como finalidade a coleta de material discursivo sobre as memórias e experiências pessoais dessas idosas. Teve como resultado melhora na saúde mental e física, possibilitando ganhos fisiológicos, bem estar, disposições, mais interação social entre os idosos e profissionais, permitindo a essas idosas maior inspiração para viver com alegria e qualidade de vida.
Fontes (2017), objetivou analisar, por meio de questionário de oito questões, a percepção dos idosos institucionalizados e dos profissionais de uma instituição de longa permanência para os Idosos quanto à qualidade e importância dos eventos recreativos. Foi detectável que no quesito amostra o programa de recreação teve 63% de bem estar dos idosos. Avaliaram a importância dos motivos de 0% a 80% e foi constatado 45% de lazer, 27% de interação dos envolvidos e 9% saúde. Conclui-se que o evento recreativo de lazer foi relevante, sendo importante para a qualidade de vida e bem estar dos idosos reforçando a necessidade da programação de eventos recreativos para o público da terceira idade, pois possibilita a interação social e a melhora das relações interpessoais do idoso.
Dentre os benefícios nos aspectos cognitivos, Silva (2019), investigou em mulheres idosas, o estado de humor na vida diária e a importância da recreação e lazer em suas vidas. Obteve como forma de avaliação um questionário semi-estruturado, referindo-se às questões psicológicas dessas idosas. Dados os resultados, observou que as mulheres não praticantes das atividades recreativas têm um índice maior de ansiedade e depressão, bem como, acham irrelevante as atividades de lazer e não acreditam nas modificações benéficas que a recreação e o lazer oferecem. Contudo, as mulheres praticantes de atividades recreativas, possuem menor índice de ansiedade e depressão e sabem a significância da recreação e o lazer em suas vidas, dando a este o devido valor. Sendo assim, se evidencia que as atividades recreativas e de lazer são benéficas, uma vez que, estimula o idoso a interação biopsicossocial, transformando sua rotina com ambientes internos e externos.
De acordo Souza (2019), realizou-se estudo do tipo exploratório, com abordagem qualitativa e quantitativa, pesquisa aplicada através de entrevistas semi-estruturadas e aplicação de questionário. Concluiu que os idosos possuem maior preferência pelas atividades ao ar livre e atividades recreativas tiveram maior aceitação com um ambiente que proporciona uma estrutura adequada, incentivo pela busca de qualidade vida, possibilitando a esse idoso maior participação nessas atividades desenvolvendo o contato social a interatividade com outros grupos, estimulando a motivação interior, psicofísica, emocional e apoderando-se do equilíbrio, dignidade e renovação do organismo.
A manutenção funcional/corporal do indivíduo idoso, torna-se essencial para a execução das atividades físicas diárias. Pelazza et al. (2019) afirma que as atividades físicas recreativas são meios para desenvolver o desempenho cognitivo, emocional e psicomotor nos idosos, oferecendo oportunidades de lazer que contribui na melhora da saúde mental dos idosos por meios de momentos de distração, integração e comunicação motivando sentimos de euforia a esses idosos. As intervenções ocorreram semanalmente, em um encontro com duração de duas horas no período da manhã, totalizando dez encontros, isto é, 20 horas. O estudo obteve melhoras psicomotoras, nos campos afetivos, inter-relacionais e nos parâmetros vitais. E em entrevista com idosos eles mostraram-se entusiasmados e satisfeitos com a presença de profissionais no condomínio e maior aceitação por parte dos idosos das atividades desenvolvidas.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Analisando os dez artigos filtrados, de acordo com o critério de inclusão e exclusão, conclui-se que as atividades físicas recreativas proporcionam diversos benefícios motores, cognitivos, sociais e afetivos no processo de envelhecimento, uma vez que há uma relação direta entre esses aspectos.
Constatou-se que os jogos recreativos da terceira idade sensibilizam os praticantes a compreensão da importância da recreação e do lazer em suas vidas, bem como, o desempenho de um estilo de vida mais ativo e saudável.
É fundamental para a qualidade de vida da pessoa idosa que o mesmo sinta prazer ao se submeter às atividades que almejam proporcionar o bem estar. Através das atividades físicas recreativas a pessoa idosa desenvolve capacidades fisiológicas, psicomotoras, cognitivas e emocionais, recupera sua espontaneidade por meio da interação social, resgate de identidade e dos valores humanos e liberdade de expressão, inibindo os sentimentos negativos e diminuindo os índices de ansiedade e depressão.
Vale ressaltar, que as atividades físicas recreativas tornam-se um fator primordial para desenvolvimento de valores para idosos institucionalizados possibilitando maior autoestima, autoconfiança e convívio com outros idosos, favorecendo a aceitação social para esses idosos com pouca afetividade, sendo esquecidos pela família e sociedade. Fato este, que não foi evidenciado na maioria dos estudos apresentados.
Sendo assim, acreditamos que a proposta de intervenção com práticas de atividades físicas recreativas, jogos lúdicos e lazer na vida cotidiana da pessoa idosa se faz necessária, uma vez que se apresentam como importantes indicadores determinantes na construção de sua independência, autonomia e qualidade de vida.
5. REFERÊNCIAS
CASTRO, M. R. et al.Jogos recreativos para a terceira idade: uma análise a partir da percepção dos idosos. Rev. Bras. Ciênc. Esporte. 2016, v.38, n.3, pp.283-289.
CRUZ, M. R. Recreação e lazer: sua importância no resgate de valores humanos na terceira idade. 2016. 87 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Educação Física) Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Curitiba, 2016.
FONTES, R. M. S.; LUCCA, I. L. A importância de um evento recreativo para idosos institucionalizados. Rev. Ciênc. Ext. 2017. v.13, n.2, p.60-70.
GUIMARÃES, A. C. etal. Atividades grupais com idosos institucionalizados: exercícios físicos funcionais e lúdicos em ação transdisciplinar. Pesquisas e Práticas Psicossociais. 2016, v.11, n.2, pp. 443-452.
Neri, A. L., Guariento, M. E. (Orgs). Fragilidade, saúde e bem-estar em idosos: Dados do estudo FIBRA Campinas. Campinas: Alínea, 2011.
PÁDUA, E. M. M. Metodologia da pesquisa: Uma abordagem teórico prática. 01. Ed. Papirus Editora, 2019.
PELAZZA, B. B. et al. Jogos recreativos para um grupo de idosos: impactos sobre a saúde mental e cardiovascular. Rev. Soc. Cardiol. Estado de São Paulo; 29(1 (Supl)): 78-81, jan.-mar. 2019.
RODRIGUES, D. D. et al. A importância da afetividade para a qualidade de vida do idoso em instituições de longa permanência. In: Congresso Internacional De Envelhecimento Humano, 4., 2015. Anais… EDITORA REALIZE, 2015. v. 2, N.1.
RODRIGUES, J. P.; FERNADES, C. A. M. Lazer e sociabilidade: sobre as memórias e motivações de idosos participantes de uma experiência de educação não formal na zona leste da cidade de São Paulo. Licere, Belo Horizonte, v.19, n.4, dez/2016.
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SILVA, F. R.; JERÔNIMO, R. N. T. Atividades recreativas e espontaneidade em um serviço para idosos. Rev. Bras. Psicodrama. 2016. v.24, n. 2, São Paulo.
SOUZA, L. G. B. Espaços recreativos e lazer: uma análise da longevidade da população idosa da cidade de Manhuaçu-MG. 2018. Disponível em: http://pensaracademico.facig.edu.br/index.php/repositoriotcc/article/view/1611. Acesso em: 19 out. 2019.
THAYLOR.Abert W;JOHNSON.Michel J.Fisiologia do exercício Na terceira idade.001.ed.Barueri SP;Manole LTDA, 2015.
1Bacharel em Educação Física, Centro Universitário Metropolitano da Amazônia- UNIFAMAZ.
2Bacharel em Educação Física Educação, Centro Universitário Metropolitano da Amazônia- UNIFAMAZ.
3Bacharel em Educação Física Educação, Centro Universitário Metropolitano da Amazônia- UNIFAMAZ.
4Mestre em ciência do movimento humano, Universidade Castelo Branco- UCB.
5Mestre em Educação pela Universidade Federal do Pará, campus Belém. E-mail: giribeiroef@gmail.com.
6Mestre em Educação pela Universidade do Estado do Pará, campus Belém. E-mail: silvajuniormes@yahoo.com.br.
7Mestre em Educação pela Universidade do Estado do Pará, campus Belém. E-mail: profthais.brandao@gmail.com.
8Mestre em Educação pela Universidade do Estado do Pará, campus Belém. E-mail: prof.alcicleycardoso@gmail.com.
9Nutricionista pela Universidade Federal do Pará, campus Belém. Profª de Educação Física pela Universidade do Estado do Pará. Esp em Pedagogia da Cultura Corporal (UEPA). Esp em Nutrição e Saúde Coletiva (UFPA) Residência Multiprofissional em Oncologia com Ênfase em Cuidados Paliativos (UEPA). Esp em Nutrição e saúde coletiva (UFPA). E-mail: kathleen_bouth@hotmail.com.
10Mestre em Educação pela Universidade Federal do Pará, campus Belém. E-mail:jeffelgueiras@hotmail.com.
11Mestre em Geografia pela Universidade do Estado do Pará (Campus I- Belém). E-mail: nonato@uepa.br.
12Mestre em sustentabilidade pelo Instituto Tecnológico Vale (Campus -Belém). E-mail: engleoncardoso@gmail.com.
13Mestra em educação pela Universidade Federal do Pará (Campus Guamá -Belém). E-mail: carollcavalcante98@gmail.com.