ATIVIDADE FÍSICA PARA PESSOAS COM HIPERTENSÃO E/OU DIABETES: UMA REVISÃO NARRATIVA

PHYSICAL ACTIVITY FOR PEOPLE WITH HYPERTENSION AND/OR DIABETES: A NARRATIVE REVIEW

ACTIVIDAD FÍSICA PARA PERSONAS CON HIPERTENSIÓN Y/O DIABETES: UNA REVISIÓN NARRATIVA

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7929916


Eldys Myler Santos Marinho1
Johnnatas Mikael Lopes2


Resumo

Hipertensão arterial e diabetes são condições que frequentemente estão presentes de forma conjunta e ambas são consideradas fatores de risco para doenças cardiovasculares. Desta forma, mudanças nos hábitos de vida, como a atividade física, podem ser determinantes para melhores prognósticos de saúde. O presente artigo objetivou evidenciar a importância da atividade física para pessoas com hipertensão e/ou diabetes através da discussão com a literatura científica. Trata-se de um delineamento metodológico de revisão da literatura do tipo narrativa, com reflexão teórica sobre a atividade física para pessoas com hipertensão e/ou diabetes. Conclui-se, que evidências da literatura apontam que a atividade física é uma forma de tratamento não medicamentoso extremamente relevante para o tratamento da hipertensão e/ou diabetes.  

Palavras-chave: atividade física. hipertensão arterial. diabetes mellitus.

Abstract:

Hypertension and Diabetes are conditions that are often present together and both are considered risk factors for cardiovascular disease. In this way, changes in lifestyle habits, such as physical activity, can be decisive for better health prognoses. This article aimed to highlight the importance of physical activity for people with hypertension and/or diabetes through discussion with the scientific literature. This is a methodological design of a narrative literature review with theoretical reflection on physical activity for people with hypertension and/or diabetes. It is concluded that evidence from the literature points out that physical activity is an extremely relevant form of non-drug treatment for the treatment of hypertension and/or diabetes.

Keywords: physical activity; arterial hypertension; diabetes mellitus.

Resumen:

La hipertensión y la diabetes son condiciones que a menudo se presentan juntas y ambas se consideran factores de riesgo de enfermedad cardiovascular. De esta forma, los cambios en los hábitos de vida, como la actividad física, pueden ser determinantes para mejorar los pronósticos de salud. Este artículo tuvo como objetivo resaltar la importancia de la actividad física para las personas con hipertensión y/o diabetes a través de la discusión con la literatura científica. Se trata de un diseño metodológico de revisión narrativa de literatura con reflexión teórica sobre actividad física para personas con hipertensión y/o diabetes. Se concluye que la evidencia de la literatura apunta que la actividad física es una forma de tratamiento no farmacológico extremadamente relevante para el tratamiento de la hipertensión y/o diabetes.

Palabras clave: actividad física; hipertención arterial; diabetes mellitus

1 Introdução

A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma doença crônica não transmissível (DCNT) de condição multifatorial caracterizada pela elevação da pressão arterial de forma crônica. De acordo a Sociedade Brasileira de Diabetes 2019-2020, o diabetes mellitus é uma DCNT caracterizada por um transtorno metabólico causado por hiperglicemia. Diabetes mellitus (DM) e hipertensão arterial são condições que frequentemente estão presentes de forma conjunta. Neste sentido, ambas são consideradas fatores de risco para doenças cardiovasculares e complicações microvasculares, e por tanto, o tratamento de ambas as condições são essenciais (GROSSMAN; GROSSMAN, 2017). 

Tais comorbidades merecem atenção no que tange os aspectos epidemiológicos. Dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) – 2019, revelaram que 23,9% da população brasileira de 18 anos ou mais, se encontra com diagnóstico de hipertensão arterial sistêmica, em números absolutos, são 38,1 milhões de indivíduos com esta doença. Neste itinerário, o diabetes mellitus também tem apresentado números alarmantes no Brasil. Segundo a Federação Internacional de Diabetes – 2017, em uma relação de 10 países com maior número de pessoas com diabetes entre 20 e 79 anos, o Brasil está posicionado na quarta posição com aproximadamente 12,5 milhões de pessoas diagnosticadas com essa comorbidade. 

Um dos tratamentos não farmacológicos mais interessantes para esta população é a atividade física. A atividade física se revela cada vez mais como um elemento importante na prevenção e tratamento de doenças crônicas como a hipertensão arterial e o diabetes mellitus, promovendo efeitos agudos e crônicos (BAKKER et al., 2018; COLBERG et al., 2016). O engajamento da população na prática de atividade física tem sido um tema de grande relevância na comunidade científica. 

Fatores biológicos, psicológicos e sociais podem influenciar a prática regular de atividade física das pessoas, de modo geral, e de forma específica como em indivíduos com hipertensão e diabetes (SHIRIYEDEVE; DLUNGWANE; TLOU, 2019). Condições biológicas como doenças metabólicas, psicológicas como depressão e sociais como status socioeconômico, podem estar relacionados a prática regular de atividade física (FIRTH et al., 2016; SHIRIYEDEVE; DLUNGWANE; TLOU, 2019). Contudo, o objetivo é identificar nas evidências científicas recentes a importância da atividade física para pessoas com hipertensão e/ou diabetes. 

2 Hipertensão arterial sistêmica e diabetes mellitus 

Diante de inúmeras comorbidades no contexto mundial da saúde coletiva, a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) tem merecido importante atenção. A HAS é caracterizada como uma elevação crônica da pressão arterial sistólica com valores aferidos a partir de 140 mm Hg e/ou diastólica a partir de 90 mm Hg, tendo duas classificações principais, primária ou secundária (KORSAGER LARSEN; MATCHKOV, 2016). 

A hipertensão primária corresponde aproximadamente à 95% dos casos, e é caracterizada quando os fatores desencadeadores são multifatoriais não sendo possível identificar um único gatilho responsável pela elevação crônica da pressão arterial. Por outro lado, 5% (secundária) aproximadamente, é caracterizada por várias condições clínicas, como por exemplo doença renal e tumores (KORSAGER LARSEN; MATCHKOV, 2016). 

De acordo com as Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial – 2020, a HAS é uma condição multifatorial correlacionada com fatores genéticos/epigenéticos, ambientais e sociais. O diagnóstico é realizado por meio da medição com técnica correta, em no mínimo duas ocasiões distintas, com ausência de medicamentos anti-hipertensivos (MARKMAN FILHO et al., 2021). Por esta base, hipertensão arterial também pode ser entendida como sobrecarga de pressão e/ou volume e o exame de ecocardiograma também pode ser interessante para compreender os mecanismos hemodinâmicos (DE SIMONE et al., 2018).

A hipertensão arterial sistêmica promove impactos severos na saúde dos indivíduos quando não tratada da maneira adequada. A HAS é a doença crônica mais comum e um dos principais fatores de risco para deficiências e mortes prematuras em todo o mundo (LAMIRAULT et al., 2019). Segundo Kalogeropoulos et al. (2019), uma exposição prolongada do coração à elevada pressão sanguínea causa diversas mudanças nas estruturas miocárdicas, vascular, coronária, comprometendo o sistema cardiovascular e evoluindo para doença cardíaca hipertensiva. Além do supracitado, pode ocorrer disfunção ventricular, isquemia, arritmia de forma conjunta com a função renal podendo evoluir para insuficiência cardíaca (KALOGEROPOULOS; GOULBOURNE; BUTLER, 2019). 

Neste cenário, Di Palo (2019) contribui dizendo que a interação entre falhas cardíacas e hipertensão arterial tem raiz na mudança do sistema renina-angiotensina-aldosterona super ativado pelo estresse sistólico das paredes do ventrículo esquerdo, contribuindo para uma hipertrofia cardíaca.  Neste ínterim, indivíduos acometidos por eventos cardiovasculares oriundos da HAS sofrem de sérios comprometimentos em suas vidas cotidianas, desde incapacidades funcionais e psicológicas, até mesmo sociais (DE SIMONE et al., 2018; KALOGEROPOULOS; GOULBOURNE; BUTLER, 2019; LAMIRAULT et al., 2019; MARKMAN FILHO et al., 2021; SLIVNICK; LAMPERT, 2019).

Estudos epidemiológicos e ensaios clínicos indicam que a hipertensão é a causa mais importante de insuficiência cardíaca e fração de ejeção alterada, com uma prevalência de 60%-89% (DI PALO et al., 2019). A Organização Mundial de Saúde estima que 54% dos acidentes vasculares e 47% de casos de isquemia do coração são consequências diretas da hipertensão arterial sistêmica, configurando-se como um dos principais fatores de risco para morbidade e mortalidade cardiovascular (JORDAN; KURSCHAT; REUTER, 2018).

A conjuntura atual, tem revelado que a hipertensão arterial afeta mais de 1,2 bilhões de pessoas em todo o planeta e tornou-se um problema de saúde pública muito crítico e com custos elevados (ROSSIER; BOCHUD; DEVUYST, 2017). Estudos como o de Rossier et. al, (2017), já consideram a doença da hipertensão arterial uma pandemia. A prevalência global de hipertensão arterial tem projeção de aumentar de 26% em 2000 para 29,2% em 2025 (ISLAM et al., 2018).

A HAS é uma doença de alta prevalência, principalmente, em países de baixa e média renda, a exemplo do Brasil. A Pesquisa Nacional de Saúde – 2019, por meio de dados autorreferidos, indica que a proporção de indivíduos de 18 anos ou mais diagnosticados com HAS é de 23,9%, correspondente a 38,1 milhões de brasileiros. Prevalências menores foram encontradas nas regiões Norte (16,8%) e Centro-Oeste (21,9%) e maiores no Sudeste (25,9%). O Nordeste apresentou prevalência de 23,1% e Sul 24,5% (BRASIL, 2019). As Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial – 2020, corroboram afirmando que as doenças cardiovasculares são a principal causa de morte, hospitalizações e atendimentos em urgências e emergências mundialmente, inclusive em nações em processo de desenvolvimento, como o Brasil. 

Paralelo a isso, o diabetes mellitus tipo 1 e tipo 2 também é uma condição de saúde que merece extremo cuidado, pois trata-se de um significativo problema de grande incidência em países das mais diversas condições de desenvolvimento (SBD, 2021).  

O diabetes tipo 1 é uma doença patológica autoimune, poligênica, desenvolvida pela progressiva destruição das células beta pancreáticas, e neste processo, o indivíduo torna-se dependente de terapia por insulina com escopo de controlar os níveis glicêmicos, e essa patologia corresponde a apenas 5ª a 10% de todos os casos (DA CRUZ CARVALHO et al., 2020; SBD, 2021). Diabetes tipo 2 tem na sua fisiopatologia falência das células beta, resistência hepática à insulina, além de modificações nas incretinas, bem como na função da célula beta, desencadeando uma elevação importante da produção hepática de glicose, filtração renal e da lipólise (SBD, 2021). 

Este processo, pode evoluir ao ponto de necessitar da prescrição de um esquema de aplicação de insulina e essa condição corresponde a 90 a 95% dos casos diagnosticados de diabetes mellitus (DM). Além disso, a diabetes tipo 2 tem uma etiologia mais complexa e multifatorial (ANTOSIK; BOROWIEC, 2016; SBD, 2021).   

As Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2019-2020, apresentam os seguintes critérios para diagnóstico de normoglicemia, pré-diabetes e diabetes mellitus. Normoglicemia: glicose em jejum (mg/dL) < 100 ou glicose 2 horas após sobrecarga com 75 g de glicose (mg/dL) <140 ou HbA1c (%) <5,7. Pré-diabético ou risco aumentado para DM: glicose em jejum (mg/dL) ≥ 100 e < 126 ou glicose 2 horas após sobrecarga com 75 g de glicose (mg/dL) ≥ 140 e < 200 ou HbA1c (%) ≥ 5,7 e < 6,5. Diabetes estabelecido: glicose em jejum (mg/dL) ≥ 126 ou glicose 2 horas após sobrecarga com 75 g de glicose (mg/dL) ≥ 200 ou glicose ao acaso ≥ 200 (mg/dL) com sintomas inequívocos de hiperglicemia ou HbA1c (%) ≥ 6,5.    

Em conformidade com a HAS, o DM também é uma condição de saúde que se não tratada corretamente, pode promover situações deletérias à saúde das pessoas. Hiperglicemia crônica e predisposição genética podem afetar as estruturas microvasculares e levar a complicações principalmente dos rins, olhos e do sistema nervoso (FASELIS et al., 2019). Por essa base, Faselis et al. (2019), afirmam que a nefropatia diabética é uma das principais causas de doença renal em estágio terminal, a retinopatia diabética está entre as principais causas de cegueira e a neuropatia diabética é considerada como principal fator de risco para amputação e ulceração do pé. Tais condições impactam diretamente a qualidade de vida dos indivíduos. 

Para Avogaro e Fadini (2019), complicações microvasculares no diabetes têm sido uma nova preocupação para os cardiologistas. Complicações microvasculares são altamente prevalentes em pacientes com diabetes. 38% de indivíduos com diabetes tipo 2 apresentam algum estágio de doença renal crônica, aproximadamente 30% são diagnosticados com retinopatia e 30% revelam neuropatia periférica (AVOGARO; FADINI, 2019). Além disso, Glovaci et al. (2019), reforçam dizendo que complicações macrovasculares também são prevalentes em forma de doença arterial coronariana, doença vascular periférica e doença da artéria carótida. 

O diabetes mellitus tornou-se uma das questões de saúde mais prevalentes nas últimas décadas intimamente relacionada com a crescente obesidade, e, atualmente, é uma das principais causas de morte no planeta, com 5,2 milhões de mortes atribuídas ao diabetes, portanto, uma taxa de mortalidade de 82,4 por 100.000 (GLOVACI; FAN; WONG, 2019).

Considera-se, que o diabetes mellitus atingiu proporções a nível epidemiológico segundo Htay et al. (2019). A prevalência mundial de diabetes na década de 1990 foi de 135 milhões (HTAY et al., 2019). A Federação Internacional de Diabetes 2017 traz importantes informações a respeito do número de pessoas com diabetes em todo mundo, como também, por região em 2017 e previsão para 2045. Estes dados, informam a existência de 425 milhões em 2017 e previsão de 629 milhões de diabéticos em todo planeta em 2045. 

Por regiões apresentam as seguintes informações: América do Norte e Caribe 46 milhões em 2017 e perspectiva de 62 milhões em 2045, aumento de 35%; Oriente médio e África do Norte 39 milhões em 2017 e previsão de 82 milhões em 2045, aumento de 110%; Europa 58 milhões em 2017 e perspectiva de 67 milhões em 2045, aumento de 16%; América Central e do Sul 26 milhões em 2017 e perspectiva de 42 milhões em 2045, elevação de 62%; África 16 milhões em 2017 e previsão de 41 milhões em 2045, aumento de 156%; Leste e Sul da Ásia 82 milhões em 2017 e perspectiva de 251 milhões em 2045, incremento de 84%; Ocidente 159 milhões em 2017 e previsão de 183 milhões em 2045, aumento de 15% (INTERNATIONAL DIABETES FEDERATION, 2017).

Em relação ao Brasil, em 2017 o número de pessoas com diabetes foi de 12,5 milhões, com perspectiva de 20,3 milhões para 2045, segundo a Federação Internacional de Diabetes (2017). Corroborando este aspecto, a Pesquisa Nacional de Saúde – 2019, a partir de dados autorreferidos na pesquisa, analisando a proporção de pessoas com 18 anos ou mais de idade com diagnóstico médico de diabetes, constatou um percentual de 7,7% desta comorbidade na população.  

É possível compreender, que tanto a hipertensão arterial como o diabetes mellitus, têm se revelado como um problema de saúde pública latente, na esfera mundial e local, capaz de promover depreciação na condição humana de saúde individual, bem como, capaz  de impactar na demanda do serviço de saúde ofertado pelo estado, fazendo com que seja imprescindível investir maiores recursos para intervenções em urgências e emergências, e, até mesmo, em tratamentos de longos anos, se não, para todo o decorrer da vida dos indivíduos (BANEGAS; GIJÓN-CONDE, 2017; BRASIL, 2019; GLOVACI; FAN; WONG, 2019; HTAY et al., 2019; LEHRKE; MARX, 2017; MARKMAN FILHO et al., 2021).

Muitas vezes, a hipertensão e o diabetes acometem os indivíduos de forma concomitante. Hipertensão e diabetes tipo 2 são comorbidades muitas vezes coexistentes. A hipertensão é duas vezes mais comum em indivíduos com diabetes quando comparados com pessoas que não têm diabetes (PETRIE; GUZIK; TOUYZ, 2018). Diabetes mellitus e hipertensão arterial estão entre as doenças e fatores de risco mais comuns em todo planeta (GROSSMAN; GROSSMAN, 2017). Considera-se a hipertensão um fator significativo de risco de doenças cardiovasculares, neste sentido, a sua prevalência é elevada em pessoas acometidas pelo diabetes (CRYER; HORANI; DIPETTE, 2016; OHISHI, 2018). 

  Para Ohishi (2018), a hipertensão é uma complicação bastante conhecida do diabetes mellitus e a diabetes é uma complicação bem conhecida da hipertensão. No estudo de Alloubani et al. (2018), no qual teve como objetivo avaliar a hipertensão e diabetes mellitus como fator de risco associado ao acidente vascular cerebral, concluiu-se que hipertensão e diabetes mellitus são fatores de risco de acidente vascular cerebral correlacionados em pacientes com aterosclerose. 

Alguns mecanismos fisiopatológicos se compartilham e contribuem para coexistência de hipertensão e diabetes, a saber: resistência à insulina; hiperinsulinemia; sódio renal anormal; hiperativação do sistema renina-angiotensina-aldosterona; inflamação; stress oxidativo; disfunção da célula endotelial (YILDIZ; ESENBOĞA; OKTAY, 2020). 

3 Fatores que interferem a aderência na prática de atividade física regular

Diante do exposto, é possível compreender que viabilizar caminhos para que os indivíduos enfrentem essas duas comorbidades é de fundamental importância. Dentre os tratamentos não farmacológicos que mostram potencial para enfrentamentos de problemas de saúde diversos, incluindo a hipertensão e diabetes, é possível destacar a atividade física (CAREY et al., 2018; DU et al., 2019; FLETCHER et al., 2018).  Todavia, sabe-se que a regularidade na atividade física é fator determinante para bons resultados. Diante disso, torna-se importante observar os fatores que afetam a prática de atividade física regular. 

No estudo de Bernard et al. (2019), que buscou investigar qualitativamente como determinantes sociais de saúde em afro-americanos com idade entre 30 e 50 anos pode impactar no comportamento de atividade física, os resultados sugeriram que questões como estabilidade econômica, obrigações trabalhistas e acessibilidade a atividade física podem estar atrelados ao comportamento ativo desses indivíduos.

Corroborando essa questão, num estudo transversal realizado por Haddad & Sati (2019), com alunos do nono ano do ensino fundamental, foi demostrado que alunos do sexo masculino com status socioeconômico mais elevado apresentaram maior probabilidade de praticar atividade física. Estes aspectos supracitados indicam que levar em consideração estas condições pode contribuir no momento de buscar estratégias para adesão à prática regular de atividade física (BERNARD et al., 2020; HADDAD; SARTI, 2020).

A despeito de fatores psicológicos que afetam a prática regular de atividade física, podemos citar, por exemplo, a depressão. Indivíduos com transtorno depressivo em níveis mais sérios se deparam com mais barreiras para o envolvimento com a prática de atividade física (MONTEIRO et al., 2021), e a avaliação destes aspectos pode ser muito interessante para apoiar o desenvolvimento de novas opções para elevar a aderência deste grupo (MONTEIRO et al., 2021). 

Nesta perspectiva, o estudo de revisão sistemática com metanálise realizado por Firth et al. (2016), revelou que o baixo humor e o stress foram barreiras prevalentes para realização de exercícios físicos regulares. Além disso, destaca que a depressão, stress e fadiga reduzem frequentemente o engajamento dos indivíduos quanto à prática de atividade física (FIRTH et al., 2016).

Diversos aspectos têm se apresentado como influenciadores da atividade física regular, inclusive em pessoas com doenças crônicas, tais como: escolaridade; renda; autopercepção de saúde; doenças articulares; gordura corporal, fumo; isolamento social; falta de prescrição de exercício por profissional especializado; segurança dos espaços; região; percepção da importância da atividade física; idade; condições crônicas de saúde; depressão; limitação de mobilidade (ALKERWI et al., 2015; FORECHI et al., 2018; JEFFERIS et al., 2014; QUIROZ-MORA; SERRATO-RAMÍREZ; BERGONZOLI-PELÁEZ, 2018). 

Com isso, torna-se fundamental um olhar mais criterioso, principalmente da gestão pública, na implementação da atividade para esta população. É necessário promover condições que removam as barreiras que dificultam a aderência de pessoas com hipertensão e diabetes à prática de atividade física regular. Com base nos estudos apresentados, é possível compreender, que fatores biológicos, psicológicos e sociais podem desfavorecer o engajamento na atividade física, desta forma, uma intervenção multiprofissional pode ser interessante para garantir a mudança de comportamento quanto à prática de atividade física regular. 

4 Atividade física para pessoas com hipertensão e diabetes

A atividade física se revela cada vez mais como um elemento importante na prevenção e tratamento de doenças crônicas como a hipertensão arterial e o diabetes mellitus (BAKKER et al., 2018; COLBERG et al., 2016). Analisando por esse caminho, faz-se importante entender os efeitos da atividade física sistematizada nesta população, levando em consideração que o exercício físico é compreendido também como atividade física sistematizada (BRASIL, 2021)

 Um estudo de revisão sistemática com meta-análise realizado por Noone et al. (2018), no qual teve como objetivo comparar a eficácia de diferentes tipos de intervenções de atividade física e outros tratamentos por terapias anti-hipertensivas para a redução da pressão arterial, sugere que a adoção da atividade física como tratamento pode promover bons resultados tão quanto os medicamentos anti-hipertensivos para a prevenção da mortalidade. 

Figueiredo et al. (2014) em seu estudo de revisão que objetivou analisar a magnitude e duração da resposta hipotensiva após uma sessão de treinamento de força, verificou que a maioria dos estudos sustentam que o exercício de força tem a capacidade de produzir efeito pós-exercício em que gera resposta hipotensiva após uma única sessão. 

Essas respostas agudas pós exercício, em treinados, parece ser maior em treinamentos de força que envolvem cargas mais elevadas (6RM, 80% 1RM), em indivíduos não treinados a moderação da carga (40% 1RM), volumes maiores (quantidade de exercícios e séries) e estímulo à grandes grupos musculares (corpo inteiro), por meio de programas em circuitos e/ou alternância dos segmentos corporais com descanso controlado se mostra interessante (FIGUEIREDO et al., 2014).         

  Além dos efeitos agudos do exercício físico na pressão arterial, trabalhos como o de Moreira et al. (2014), abordam aspectos como as respostas hipotensivas crônicas ao exercício físico. Moreira et al. (2014) estudaram a relação entre as respostas agudas da pressão arterial a um treino resistido e mudanças crônicas da pressão arterial de repouso após um período de treinamento com exercícios resistidos em pessoas idosas hipertensas e medicadas. Desta forma, foi possível concluir que os efeitos agudos do treino proposto no estudo, estão significativamente relacionados aos efeitos crônicos do treinamento resistido na pressão arterial de repouso em idosas hipertensas medicadas (MOREIRA et al., 2014).

Seguindo o raciocínio por esta base, é relevante explicitar também os benefícios da atividade física do tipo aeróbio no manejo da hipertensão. Uma coorte conduzida por Bakker et al. (2018) incluindo vinte mil homens e mulheres na Suécia, revelou que se locomover de bicicleta para o trabalho reduz o risco de desenvolver hipertensão (odds ratio 0,87; IC95%: 0,79 – 0,95) comparado com deslocamentos em viagens passivas, como carro ou ônibus. Neste sentido, uma pesquisa de meta-análise com estudos de coorte encontrou uma diminuição do risco de 6% (RR 0,94; IC95%: 0,92 – 0,96) de hipertensão com incremento de 10 MET/hora3 por semana de atividade física no lazer. 1 MET equivale à 3,5 mL/kg/min.

   Pescatello et al. (2019) no estudo que teve como objetivo realizar uma revisão sistemática para verificar as evidências sobre a relação entre atividade física e pressão arterial, pôde perceber em seus resultados, que há fortes evidências de que a atividade física promove redução e controle da hipertensão. Esta informação pode ajudar na prevenção de falhas cardíacas, eventos cardiovasculares e mortalidade (PESCATELLO et al., 2019).  

O treinamento multicomponente, no qual caracteriza-se por envolver mais de dois componentes da aptidão física na mesma sessão de treinamento relacionado a saúde (resistência cardiorrespiratória, força, flexibilidade, potência) e ao desempenho (agilidade, velocidade, coordenação motora, ritmo, equilíbrio, tempo de reação), também tem se mostrado uma sistematização promissora para o controle da pressão arterial. É o que revelou o estudo de Coelho-Júnior et al. (2018). 

O trabalho de Coelho-Júnior et al. (2018), foi realizado com desenho experimental, em que teve como objetivo investigar os efeitos de um programa de treinamento multicomponente durante 6 meses sobre a pressão arterial, frequência cardíaca e duplo produto em idosos normotensos e hipertensos não controlados e controlados. Os achados indicaram que um programa dessa característica pode promover redução importante na pressão arterial, frequência cardíaca e duplo produto em indivíduos normotensos e hipertensos com valores pressóricos altos (COELHO-JÚNIOR et al., 2018).

A partir dessas informações, é possível notar que a atividade física regular tem grande potencial para o manejo da hipertensão. Por este caminho, é importante perceber que independente da modalidade os resultados se mostram promissores e isso permite com que cada indivíduo escolha a modalidade a que melhor se adapta e de acordo a orientação profissional. Assim como o tratamento medicamentoso, a atividade física também produz efeitos importantes para o controle da hipertensão arterial.

As Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, 2020 recomendam a realização de atividade física de, no mínimo, 150 minutos por semana com intensidade moderada. O exercício físico deve contemplar o treinamento aeróbio e resistido, organizados durante a semana (BARROSO, et al., 2020).

Na relação da atividade física com a diabetes nota-se uma perspectiva muito semelhante com as condições mencionadas anteriormente. O Colégio Americano de Medicina e Esportes e a Associação Americana de Diabetes, destacam que está bem estabelecido que o engajamento na atividade física melhora o controle glicêmico no sangue podendo prevenir ou retardar a doença. 

Um estudo promovido Liu et al. (2019), objetivando verificar a influência do exercício resistido com intensidades diferentes na HbA1c, níveis de insulina e glicose no sangue em pacientes com diabetes tipo 2, revelou que exercícios resistidos de alta intensidade podem promover efeitos benéficos crônicos importantes na atenuação da HbA1c e insulina em pessoas com diabetes tipo 2 (LIU et al., 2019).

Seguindo por essa lógica, Pan et al. (2018), conduziram uma meta-análise para avaliar o impacto de modalidades diferentes de treinamento físico no controle dos níveis glicêmicos, fatores de risco cardiovascular e redução do peso em pessoas com diabetes tipo 2. E, em comparação com nenhum exercício as modalidades de treinamento resistido e aeróbias supervisionados de forma combinada mostraram uma redução significativa na HbA1c, sendo o exercício aeróbio supervisionado mais significativo em aspectos como glicose plasmática em jejum, colesterol total e colesterol de lipoproteína de baixa densidade (PAN et al., 2018).

Enfatizando essa questão, Rohling et al. (2016) analisaram por meio de uma revisão sistemática, os efeitos do exercício no diabetes tipo 1 e tipo 2 e puderam concluir que há fortes evidências de que o treinamento físico combinado promove controle glicêmico, especialmente quando bem controlada a intensidade (RÖHLING et al., 2016). Um estudo de revisão da literatura conseguiu compreender que diversas modalidades de atividade física produzem efeito no controle glicêmico em pessoas com diabetes tipo 1, todavia, verificou-se melhores resultados em sessões compostas por exercícios físicos neuromusculares e cíclicos (FERRARI et al., 2019).

Objetivando avaliar evidências científicas sobre os efeitos do exercício físico em pessoas com diabetes mellitus tipo 1, através de uma revisão sistemática de estudos clínicos e randomizados, Marçal et al. (2018) evidenciaram que exercícios de pilates e treinamento resistido mostraram-se como eficazes para o gerenciamento clínico e metabólico da doença (MARÇAL et al., 2018). Inclusive, uma sessão de exercícios resistidos de moderada intensidade se mostra segura do ponto de vista glicêmico, não sendo causador de hipoglicemia durante e após o exercício (DA CRUZ CARVALHO et al., 2020).  

Cruz et al. (2017), ao comparar a concentração de glicose e as respostas hiperglicêmicas de 24 horas após a realização de exercícios resistidos em intensidades diferentes em pessoas com diabetes tipo 2, concluíram que uma única sessão de treino resistido de baixa intensidade (40% de 1RM) é capaz de diminuir a prevalência de hiperglicemia no período de 24 horas, além de promover melhoras no controle glicêmico após as refeições e nos momentos de sono em mulheres com diabetes tipo 2 (CRUZ et al., 2019). Por tanto, torna-se cada vez mais evidente a necessidade da implementação maciça do exercício físico para o enfrentamento dessas doenças crônicas aqui reveladas. 

Para as Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes, 2019-2020 é considerado como ideal, envolver a combinação de exercício aeróbio (exemplos: caminhada, corrida, bicicleta, entre outros) com exercícios resistidos (exemplos: pesos livres, bandas elásticas, peso corporal, entre outros) (SBD, 2019). Recomenda-se que pessoas com diabetes tipo 1 e tipo 2 realizem, pelo menos, 150 minutos de atividade física semanal, evitando permanecer mais do que dois dias consecutivos inativos.

5 Conclusão

Evidências da literatura internacional e nacional corroboram que a atividade física é fator significativo para o controle da hipertensão arterial sistêmica e/ou do diabetes mellitus. Com isso, torna-se imprescindível a conscientização e viabilização da prática de atividade física para este público, pois assim, é possível produzir saúde no âmbito individual e coletivo, proporcionando melhor qualidade de vida para pessoas com hipertensão e/ou diabetes.   

REFERÊNCIAS

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 3Equivalente Metabólico da Tarefa é a unidade utilizada para quantificar o gasto de energia. 


1Mestrando do Programa de Pós Graduação em Educação Física – Universidade Federal do Vale do São Francisco – Campus Petrolina, PE, Brasil. Email: mylerladio@hotmail.com
2Professor Doutor em Saúde Coletiva – Universidade Federal do Vale do São Francisco – Campus Paulo Afonso, BA, Brasil. Email: johnnatas.lopes@univasf.edu.br