REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cl10202505262202
Wania de Oliveira Carvalho1
Orientadora: Profa. Esp. Naianne Georgia Sousa de Oliveira2
Resumo
Objetivo: analisar o atendimento durante o parto humanizado pela equipe de enfermagem. Metodologia: pesquisa bibliográfica de cunho qualitativo foi realizada entre julho de 2024 a março de 2025, nas bases de dados Lilacs, Scielo e Google Acadêmico. Resultados: foram selecionados 10 artigos, dos quais foram analisados a partir do autor, título, objetivo, metodologia e conclusão. Conclusão: o atendimento de enfermagem ao parto humanizado é fundamental para promover uma experiência positiva para as mulheres durante o processo de parturição. A atuação consciente dos enfermeiros, aliada à comunicação eficaz e à valorização da autonomia feminina, é essencial para garantir um cuidado respeitoso e seguro, prevenindo intervenções desnecessárias e contribuindo para um parto mais humanizado.
Palavras-chave: Parto humanizado. Humanização. Cuidados de enfermagem.
Abstract
Objective: To analyze the care provided by the nursing team during humanized childbirth. Methodology: a qualitative bibliographic study was carried out between July 2024 and March 2025, in the Lilacs, Scielo and Google Academic databases. Results: 10 articles were selected and analyzed based on author, title, objective, methodology and conclusion. Conclusion: Nursing care for humanized childbirth is fundamental to promoting a positive experience for women during the parturition process. The conscientious action of nurses, combined with effective communication and valuing women’s autonomy, is essential to ensure respectful and safe care, preventing unnecessary interventions and contributing to a more humanized childbirth.
Keywords: Humanized childbirth. Humanization. Nursing care.
1. INTRODUÇÃO
O presente trabalho buscou demonstrar o atendimento de enfermagem no parto humanizado por enfermeiras (as) através de revisão de literatura sistemática. Neste caso, o profissional de enfermagem humanizador deve possuir conhecimento científico, além da qualificação adequada, e ser habilitado para praticar a filosofia da humanização voltada especificamente ao parto (Apolinário et. al., 2016).
Para melhor desenvolver essa pesquisa, foi realizado o seguinte questionamento: Como a equipe de enfermagem pode ofertar a melhor assistência durante o processo do parto humanizado?
Considera-se que os profissionais envolvidos têm de ser capacitados com conhecimentos científicos e técnicos sobre a prática da humanização com objetivo de prever as intercorrências, auxiliar no protagonismo da mulher, dar as informações necessárias e auxiliar mãe e bebê no pós-parto (Barros; Moraes, 2020).
Segundo Scarton (2015) o parto corresponde ao conjunto dos fenômenos naturais ou mecânicos que resultam na liberação do feto e dos anexos do organismo da mulher, através do parto normal e da cesariana que representa o maior número de partos realizados, com taxas que chegaram a 52% em 2010.
Antigamente, toda a gestação até o parto transcorria no interior das residências e entre os familiares, e só depois com a evolução na área da saúde, a medicina e enfermagem obstétrica se desenvolveu de modo a controlar complicações, antes, durante e após o parto (Scarton, 2015).
Até o século XIX, o parto era um ato exclusivo associado à mulher, onde ocorriam no interior dos domicílios com a ajuda de parteiras e familiares, e depois médicos da família, que se opuseram à intervenção das parteiras no processo e: “a incorporação de novas tecnologias no campo da medicina” (Malheiros et. al, 2012, p. 330).
O avanço das Instituições hospitalares possibilitou que os partos fossem transferidos para as Casas de Partos ou Maternidades impactando no processo de gravidez, parto e nascimento, desvinculando a mulher do seu papel de protagonista nestes processos, envolvendo novas práticas de intervenção e controle desse momento (Silva; Santos; Passo, 2022).
A consequência dessas mudanças, é que a prática médica transformou todo o procedimento, antes protagonizado pela mulher e pelo seu filho, através da inclusão de outros profissionais que se tornaram principais atores no ato do parto e nascimento, submetendo a mulher às ordens institucionais, provocando a desumanização desse processo (Barros; Moraes, 2020).
Apesar dos progressos tecnológicos nas práticas médicas institucionais voltadas para partos e parturientes buscando a prevenção da morbimortalidade e assistência ao parto, o que se percebe é o contrário em decorrência do aumento de cesárea e declínio de partos normais, levando ao desenvolvimento de técnicas cirúrgicas, anestésica, hemoterapias, etc., aumentando a incidência para larga escala (Apolinário et al., 2016).
Mesmo com o objetivo de diminuir as mortes maternas e de recém- nascidos, as práticas institucionais e medicalizadas não são suficientes. O modelo de atenção ao parto no Brasil apresenta altos índices de intervenção, contrariando as recomendações mundiais sobre os critérios no uso das práticas obstétricas, distinguindo entre: aquelas úteis e que devem ser estimuladas; as que são claramente prejudiciais ou ineficazes e que por isto devem ser eliminadas; aquelas sobre as quais não existem evidências suficientes para a sua adoção e que devem ser utilizadas com cautela, até que pesquisas suplementares clarifiquem sua utilidade; e as que frequentemente são utilizadas de modo inadequado (Scarton, 2015).
A demanda crescente de técnicas obstétricas inadequadas e prejudiciais tanto à parturiente quanto ao recém-nascido, especialmente advindas de partos cesáreas tem aumentado em até sete vezes a taxa de mortalidade materna e infantil e riscos de lesões acidentais em e nascimentos prematuros em bebês, ao contrário dos partos normais, o que representa também um desrespeito à autonomia feminina no ato de parir e um grande risco à saúde e a vida (Apolinário et al., 2016).
No ano de 1985, a Organização Mundial da Saúde (OMS) já criticava o modelo biomédico obstétrico, questionando os métodos e práticas intervencionistas, assim como as tecnologias, e propondo um documento que enfatiza os direitos à assistência ao pré- natal, informações tecnológicas utilizadas nos partos, o papel das instituições, apoiando o movimento de humanização do parto e nascimento (Apolinário et al., 2016).
Durante a década de 1990 as críticas ao modelo biomédico se intensificaram, especialmente quando se refere ao não direito de escolha das mulheres sobre seu tipo de parto, às praticas obstétricas intervencionistas, que teve apoio do movimento feminista (Apolinário et al., 2016).
Em 1998, o Ministério da Saúde (MS) propôs algumas portarias para a implantação do implantar de humanização de práticas obstétricas, como a Portaria № 2815 de 29/05/1998 e a Portaria GM № 163 de 22/09/1998(4), “que regulamentou a realização do parto normal sem distócia por enfermeira obstétrica nas Organizações de Saúde Públicas do Sistema Único de Saúde (SUS)” (Silva; Santos; Passo, 2022).
As melhorias na medicina voltada para a saúde reprodutiva da mulher e do modelo de humanização levou ao Ministério da Saúde (MS) lançar o Programa de Humanização de Pré- Natal e Nascimento (PHPN) no ano 2000, na perspectiva de incentivar a mulher como “sujeito promotor de sua saúde e a garantia de seus direitos reprodutivos, sendo a humanização da assistência a sua principal estratégia” (Silva; Santos; Passo, 2022).
Este programa apresenta como diferencial a proposta de melhoria no acesso, cobertura e qualidade do acompanhamento pré-natal, assistência ao parto e puerpério de gestantes e recém-nascidos, e direitos cidadãos (Silva; Santos; Passo, 2022).
Nesse sentido é essencial compreender o significado de humanização do nascimento ou atenção humanizada. Esta representa um conjunto de diversas práticas para a promoção de um nascimento saudável e sem riscos para bebês e suas mães (Apolinário et al., 2016).
Isto significa que tem de haver amplo respeito à autonomia de escolha da mulher sobre o tipo de parto, ao seu aspecto fisiológico como meio de proteção à intervenções desnecessárias, suporte emocional à parturiente e seus familiares e informação sobre todos os procedimentos em que a parturiente e seu bebê serão submetidos.
Outro aspecto importante da humanização da assistência consiste na redução da mortalidade materna, que apesar de toda tecnologia que acompanha o procedimento da cesárea, ainda existe um grande número de mortes de puérperas durante este procedimento, sendo incompatíveis com todo o aparato tecnológico disponível, ou seja: “as taxas de cesariana e mortalidade materna são incompatíveis com a tecnologia disponível, pois gestantes de baixo risco são submetidas a intervenções desnecessárias e as de alto risco não recebem cuidado adequado” (Apolinário et al., 2016).
E, além disso, os profissionais que atuam na humanização da assistência destacam que parto humanizado representa uma prática obstétrica das menos interventivas e prejudiciais à saúde gestante, sem uso de medicamentos para manejo da dor, por exemplo (Scarton, 2015).
E também o parto humanizado corresponde ao acolhimento da parturiente e de seus familiares através de ações que promovam um nascimento o mais natural possível, sem procedimentos invasivos de aceleração e garantindo o direito de escolha da mulher.
Diante dos avanços do modelo de humanização da assistência ao parto, no ano de 2004, surge a Política Nacional de Humanização e Gestão no Sistema Único de Saúde (Humaniza SUS), assim como o Pacto Nacional pela Redução da Mortalidade Materna e Neonatal com objetivo de reduzir essas taxas provocadas principalmente pelo excessivo número de partos cirúrgicos sem indicação adequada (Scarton, 2015).
Essas demandas de políticas públicas de avanços em prol da humanização nos processos de partos delimitam práticas e saberes do nascimento humanizado através de atores diversos como as gestantes, os profissionais envolvidos e os familiares considerando suas percepções sobre a humanização e desumanização destes processos.
Isto implica que a humanização da assistência em saúde representa uma alternativa para modificar o cenário existente no SUS, através de tecnologia com acolhimento, além da preocupação com as condições de trabalho dos profissionais da saúde (Scarton, 2015).
Neste sentido, a humanização representa um aumento na qualidade assistencial do SUS tanto do ponto de vista técnico, quanto do ponto de vista psicológico (Scarton, 2015).
Considerando estes aspectos, a partir da década de 1980, se efetiva o movimento da humanização do parto que, além da assistência acolhedora e respeitosa à parturiente, apresenta como proposta a assistência amparada em evidências científicas como um dos marcos mais importantes da transição para mudança do modelo assistencial obstétrico brasileiro (Sousa et. al., 2016).
Outro aspecto a se considerar é que mesmo com a ajuda profissional, para que aconteça o parto humanizado deve ser entendido que a mulher é a figura principal do evento e deve ser valorizada em todas as suas necessidades, portanto, a assistência da enfermagem deve facilitar o processo do parto para que ocorra sem dificuldades.
Neste sentido existem algumas pesquisas que buscam demonstrar qual a percepção dos profissionais, das gestantes e parturientes e de seus acompanhantes e familiares quando se trata das práticas quanto à humanização do parto, e dos saberes quanto à humanização da assistência, tanto em domicílios, quanto nas maternidades/casas de parto (Scarton, 2015).
Este processo de autonomia resulta, por exemplo, na evolução do parto de maneira adequada, com menos intervenções obstétricas, através do conforto e da liberdade de escolher como, onde e de que maneira deve ocorrer seu parto, surgindo também como uma crítica ao modelo obstétrico tradicional das instituições hospitalares.
Outro aspecto demonstrado é que quando se está em um domicílio, o profissional da assistência é quem deve se adaptar às necessidades do parto, e não ao contrário, com a colaboração de familiares durante toda a assistência ao parto, assim como deve proporcionar apoio emocional através do afeto, da segurança, do conforto, entre outros, à parturiente e seus familiares.
Muitos profissionais ressaltam que o problema dos riscos à segurança no processo de parto humanizado não está apenas no local, mas sim na formação e qualificação das pessoas envolvidas, organização do serviço e a capacidade da equipe de identificar possíveis intercorrências durante o trabalho de parto, o que demonstra um planejamento prévio e um monitoramento rigoroso durante todo o processo (Frank; Pelloso, 2013).
Entretanto, muitos profissionais da saúde ainda não destacam a autonomia das mulheres nestes processos, como se implicitamente a responsabilidade e a capacidade de condução do parto seja impreterivelmente da sua equipe e não da mãe e de seus familiares.
Um ponto positivo é que estes profissionais estão preocupados com a não agressão através de intervenções desnecessárias ou de aceleração do parto, e ainda em não causar danos ao bebê, através de quatro princípios básicos: respeito pela pessoa, beneficência, não maleficência e justiça.
Com relação a prática de humanização do nascimento em hospitais Souza, existem dificuldades de compreender as práticas de humanização no ambiente hospitalar devido às normas e rotinas institucionais rígidas e as inadequações estruturais como falta de espaço físico para que ocorram, porém existem ações básicas de assistência humanizada como permissão de acompanhante, informações sobre o parto e maior contato entre mãe e recém- nascido, necessitando de melhoramentos em todos esses aspectos (Scarton, 2015).
A prática de humanização para os profissionais do nascimento está diretamente voltada para a percepção dos riscos à gestante, mas apresentando dificuldades em sistematizar uma proposta de classificação alinhada ao seu papel de facilitador (Barros; Moraes, 2020).
Como solução a este sentido aponta que o profissional envolvido tem de ser capacitado com conhecimentos científicos e técnicos sobre a prática da humanização com objetivo de “saber com exatidão quando ocorre alguma intercorrência ou quando esta é iminente para, de fato, agir de acordo com as disposições do Ministério da Saúde” (Barros; Moraes, 2020).
As dificuldades quanto a prática de humanização do nascimento é o último foco apresentado na efetivação da humanização nas instituições maternas a inadequação da estrutura física com a carência de leitos e salas de parto, a centralização na prática médica obstétrica tradicional e falta de profissionais capacitados (Barros; Moraes, 2020).
Isto implica que geralmente na maioria das instituições que se propõem à implantação da humanização do nascimento, além das dificuldades demonstradas, a própria organização hospitalar com práticas rotineiras tradicionais centralizadas na figura do médico e na individualidade das suas práticas.
Diante do exposto, compreende-se que a humanização do parto institucional, não depende apenas dos profissionais que trabalham com as práticas obstétricas, mas de todos os sujeitos envolvidos, como gestantes, parturientes, acompanhantes, familiares, gestores, através da pluralidade de ações que implicam em adotar a humanização do parto como um processo que garante a autonomia e protagonismo da mulher e a valorização do profissional obstetra.
Para desenvolvimento da pesquisa considerou-se o seguinte objetivo geral: analisar o atendimento durante o parto humanizado pela equipe de enfermagem. E os objetivos específicos: demonstrar como ocorre o parto humanizado, identificar a atuação da equipe de enfermagem no sistema público de saúde e discutir sobre os cuidados da equipe de enfermagem ao parto humanizado.
Este estudo se justifica a partir da análise da atenção à atenção ao parto humanizado pela equipe de enfermagem, com a finalidade de informar as atuais estratégias da enfermagem sobre a temática.
A escolha do tema partiu da nossa experiência na assistência ao parto humanizado, assim como o interesse em estudar mais profundamente sobre o assunto. Por ser um tema recente, se justifica no campo acadêmico promovendo o aprofundamento das discussões e informando a sociedade sobre a importância do parto humanizado.
Nesse exposto, a relevância social do estudo possibilita a contribuição para profissionais da área de saúde ou outros estudiosos sobre o tema e que tenham interesse em aprimorar seus conhecimentos relacionados ao parto humanizado e atuação da equipe de enfermagem e os procedimentos realizados durante este momento tão importante da vida de qualquer pessoa.
2. MATERIAL E MÉTODOS
Este pesquisa bibliográfica de cunho qualitativo foi realizada entre julho de 2024 a março de 2025, na qual a amostra é composta por manuscritos selecionados em bases de dados, dentre eles artigos científicos, livros, portarias e resoluções, dissertações e teses, dentre outros.
Os critérios de inclusão foram referências publicadas nos últimos dez anos (2014 a 2024), em português, indexadas e que não constituíam resumos, notas prévias e trabalhos incompletos. Os critérios de exclusão foram adotados para estudos em outros idiomas, antes de 2010 e que não contemplem a temática.
Inicialmente foram selecionadas referências conforme os descritores, que após análise, foram cuidadosamente catalogadas por meio de um fichamento e quadros de referências. As bases de coleta de dados foram a SCIELO, Google acadêmico e a Lilacs, utilizando como descritores: parto humanizado, humanização, cuidados de enfermagem. A análise consistiu em uma comparação crítica sobre cada um dos estudos selecionados dos quais os resultados e as discussões estão disponíveis a seguir.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
A pesquisa utilizando os descritores parto humanizado, humanização e cuidados de enfermagem, foram selecionados 10 artigos, dos quais foram analisados a partir do autor, título, objetivo, metodologia e conclusão, conforme o quadro 1.
Quadro 1: Referências selecionadas e analisadas
AUTOR/DATA | TÍTULO | OBJETIVO | METODOLOGIA | CONCLUSÃO |
VELHO, Manuela Beatriz; SANTOS, Evanguelia Kotzias Atherino dos; COLLAÇO, Vânia Sorgatto (2014) | Parto normal e cesárea: representações sociais de mulheres que os vivenciaram. | Conhecer as representações sociais do parto normal e da cesárea de mulheres que os vivenciaram. | Entrevistas com puérperas de parto cesárea e normal | A cesárea está relacionada com ambivalência de sentimentos, a solução de um problema e a preferência pela cesárea. O parto normal e um desafio para as mulheres; porém, os sentimentos positivos superam as dificuldades, enquanto que a cesárea está associada aos benefícios físicos de sua realização. |
VERSIANI, Clara de Cássia et. al., 2015. | Significado de parto humanizado para gestantes. | Compreender o significado de parto humanizado na concepção de gestantes | Estudo descritivo, de natureza qualitativa, com enfoque fenomenológico. | As gestantes definiram que o parto humanizado deve ser pautado nas bases filosóficas da humanização do parto e nascimento, preconizado pelo Ministério da Saúde, que tem como princípios o relacionamento interpessoal e uma assistência competente. |
SOUZA, Ana Maria Magalhães et. al., 2016. | Práticas na assistência ao parto em maternidades com inserção de enfermeiras obstétricas, em Belo Horizonte, Minas Gerais. | Discutir práticas na assistência ao parto em instituições de saúde, onde atuam conjuntamente médicos e enfermeiras obstétricas. | Estudo Transversal | Mesmo em instituições que se empenham na mudança do modelo de atenção obstétrica, identificaram-se práticas que reproduzem o modelo tecnocrático |
SILVA, Úrsula et al., 2016. | O cuidado de enfermagem vivenciado por mulheres durante o parto na perspectiva da humanização. | Conhecer as vivências das puérperas sobre o cuidado de enfermagem durante o trabalho de parto e parto no que tange à humanização. | Estudo exploratório-descritivo com abordagem qualitativa | Evidenciou-se a necessidade de reformulação na assistência de enfermagem à mulher no parto em prol de ações que reduzam intervenções desnecessárias e devolvam à mulher o seu protagonismo. |
SILVA, Thayná Maria Almeida et al., 2019. | Significados e práticas da equipe de enfermagem acerca do parto humanizado: uma revisão de literatura. | Analisar o significado e as práticas da equipe de enfermagem acerca do parto humanizado, no período de 2007 a 2017 | Revisão integrativa de literatura | Conclui-se que o enfermeiro é um profissional de grande importância durante o acompanhamento do trabalho departo e deve agir como defensor da mulher, dando apoio às suas escolhas e respeitando cada decisão, quando forem apropriadas. |
NASCIMENTO, Evany Rosário do et al., 2020. | Desafios da assistência de enfermagem ao parto humanizado. | Compreender como as ações de enfermagem ajudam a diminuir a utilização de técnicas intervencionistas durante o trabalho de parto | Revisão Bibliográfica | O profissional da enfermagem deve reconhecer a necessidade da gestante de ter um parto natural e humanizado. |
MOURA, José Wellington Silva de et al., 2020. | Humanização do parto na perspectiva da equipe de enfermagem de um Centro de Parto Normal. | Compreender a percepção de uma equipe de enfermagem de um Centro de Parto Normal acerca da assistência ao parto humanizado. | Pesquisa descritiva e qualitativa | Os profissionais de enfermagem demonstraram conhecimento científico sobre a assistência ao parto humanizado e sobre as práticas de humanização para a parturiente. Descritores: Parto humanizado; Cuidados de enfermagem; Profissionais de enfermagem; Enfermagem obstétrica. |
GOMES, Núbia Rafaela Ferreira da Costa et al., 2021. | Assistência de enfermagem no parto humanizado | Evidenciar a assistência do enfermeiro na condução do parto humanizado. | Revisão Integrativa de literatura | Para que haja uma assistência clínica de qualidade no processo do parto, é necessário a implementação de medidas que visem a redução da prática de métodos invasivos, o que poderá ser alcançado através da formação continuada dos profissionais que atuam nesta área, além da adequação do fator estrutural da instituição à parturiente. |
OLIVEIRA, Gabriely Leite; MARTINS de, Wesley., 2024. | Humanização do parto: o impacto da assistência de enfermagem na saúde materna. | Identificar as ações das equipes de enfermagem que promovem um atendimento humanizado e de qualidade, garantindo a segurança durante o processo do parto. | Revisão integrativa de literatura | A atuação do enfermeiro transcende a mera execução de procedimentos, englobando cuidados que priorizam a segurança, o carinho e a atenção à parturiente. |
OLIVEIRA, Ramyrys Pereira de; DOS SANTOS, Diana Góis, 2024. | Assistência de enfermagem ao parto humanizado. | Analisar a importância do papel do enfermeiro na assistência ao parto humanizado. | Revisão abrangente de literatura | O cuidado de enfermagem tem uma relevância crucial na promoção e no avanço do parto humanizado. |
COENTRO, Ana Eliza de Souza et al., 2024. | Contribuições da assistência de enfermagem para o parto humanizado. | Analisar as contribuições da assistência de enfermagem para a promoção e efetivação do parto humanizado, visando garantir uma experiência positiva e respeitosa para as gestantes e parturientes. | Revisão Integrativa de Literatura | Considera-se que uma assistência de qualidade no parto e nascimento é humanizada quando prioriza o respeito, dignidade e autonomia das mulheres, promovendo o resgate do parto ativo e participativo no processo parturitivo. |
Fonte: Elaborado pela autora (2025)
Silva et al. (2016) destacam que a elevada porcentagem de cesarianas no Brasil, que vem se mantendo desde os anos 80, é uma das principais causas de complicações durante o parto e ilustra bem o modelo de assistência que é excessivamente invasivo. Nos dias atuais, essa taxa atinge 52%, enquanto a Organização Mundial da Saúde (OMS) sugere que o ideal seria de apenas 15%. Dentre essas intervenções, 46% acontecem na rede pública e 88% no setor privado.
É importante destacar que procedimentos cirúrgicos não essenciais durante o parto aumentam o risco de complicações tanto para a mãe quanto para o recém-nascido, podendo levar a uma elevação nas estatísticas de mortalidade materno-infantil. Nesse cenário, é fundamental considerar a importância da humanização do parto e os benefícios que isso traz para a gestante e o bebê, pois promove um parto mais humanizado (Silva et al., 2016).
A Organização Mundial da Saúde enfatiza que a meta da assistência ao nascimento é garantir o mínimo de intervenções, assegurando a segurança para que tanto a mãe quanto a criança estejam saudáveis. Entre suas orientações para o atendimento durante o parto, destaca-se a necessidade de mudar a abordagem atual, incluindo a valorização dos aspectos fisiológicos do parto; a promoção de uma relação equilibrada entre os avanços tecnológicos e a qualidade das interações humanas; e a ênfase no respeito aos direitos de cidadania (Velho et al., 2014).
No ambiente hospitalar, a humanização dos cuidados se torna essencial, especialmente devido a fatores como o progresso da tecnologia médica, as práticas institucionais e o paternalismo por parte da equipe de saúde. Muitas vezes, isso resulta em um atendimento que se limita à execução de procedimentos técnicos com fins mecanicistas, prejudicando assim a autonomia do paciente (Versiani et al., 2015).
A humanização visa oferecer um atendimento completo à mulher que busca aprimoramento espiritual, psicológico e biológico, facilitando o momento do parto e tornando desnecessárias intervenções que possam comprometer esse conforto. No entanto, a rotina hospitalar limita a capacidade da parturiente de tomar decisões sobre as ações realizadas durante o trabalho de parto, afastando-a do papel central que deveria ocupar nesse processo (Oliveira; Santos, 2024).
Portanto, a assistência humanizada deve ser iniciada muito antes do parto, começando no início da gestação, durante as primeiras consultas de pré-natal, e continuando durante o parto e o pós-parto. Essa abordagem tem sido implementada no Centro de Parto Normal (CPN), que é regulamentado pela Portaria nº 11, de 7 de janeiro de 2015, criada pelo Ministério da Saúde no contexto do Sistema Único de Saúde (SUS). Essa regulamentação estabelece a criação e capacitação do CPN para garantir um atendimento adequado às mães e aos recém-nascidos durante o momento do parto e logo após o nascimento (Moura et al., 2020).
De acordo com a legislação brasileira conhecida como Lei do Acompanhante (Lei Nº 11.108/2005), a presença de um acompanhante, preferencialmente do sexo feminino, é um direito garantido. Além disso, a utilização de métodos não medicamentosos para o alívio da dor, a hidratação e a mobilidade durante o trabalho de parto são fatores que ajudam a ampliar o diâmetro da pelve, reduzindo a probabilidade de cesarianas desnecessárias. Essas abordagens favorecem uma experiência mais positiva, respeitosa e empoderadora para as mulheres (Oliveira; Martins, 2024).
Portanto, a presença de um acompanhante trouxe uma sensação de calma, segurança e suporte emocional, especialmente em situações de cesáreas, além de fortalecer os laços familiares. Contudo, notou-se que, enquanto algumas mulheres estavam informadas sobre seus direitos, outras não tinham conhecimento da opção de ter um acompanhante (Oliveira; Martins, 2024).
Para Oliveira e Sousa (2024) a presença de um acompanhante escolhido pela mulher é crucial para reduzir o desconforto e a ansiedade, criando um ambiente mais acolhedor e seguro. É importante garantir que a mulher tenha controle sobre seu corpo e suas decisões durante o parto, incluindo a escolha do método para alívio da dor e a posição em que deseja dar à luz. Criar um espaço que respeite a privacidade e o bem-estar da mulher é fundamental, minimizando intervenções desnecessárias e favorecendo um parto mais natural. O papel ativo das enfermeiras obstétricas é vital para oferecer um cuidado contínuo e humanizado, apoiando a mulher durante todo o processo de parto. Além disso, deve-se evitar intervenções sem justificativa, como a episiotomia e o uso rotineiro de ocitocina, exceto quando houver necessidade clínica.
Por outro lado, também se notam aspectos desfavoráveis relacionados à presença do acompanhante. É possível observar que algumas mulheres podem apresentar comportamentos inadequados, como se tornarem mais dependentes, mimadas e emocionalmente instáveis, ao acreditarem que o acompanhante será sua salvação nos momentos de cansaço, especialmente quando sentem que não conseguirão suportar a dor até o final do trabalho de parto. Além disso, a atitude dos acompanhantes pode impactar a forma como essas mulheres reagem durante as dores do parto (Versiani et al , 2015).
No contexto do parto humanizado, é essencial honrar o processo natural de cada mulher, evitando a realização de intervenções que não sejam necessárias. É importante reconhecer as particularidades sociais e culturais de cada indivíduo, proporcionando à parturiente e sua família um apoio emocional adequado. Isso permite que eles assumam um papel central nesse momento, promovendo o fortalecimento das conexões afetivas familiares e o laço entre mãe e filho (Silva et al. 2019).
A interação e o acolhimento oferecidos pelo enfermeiro nas consultas de pré-natal são cruciais para construir uma relação de confiança com a futura mãe, possibilitando sua participação ativa no processo e ajudando a evitar possíveis complicações durante o parto. É fundamental priorizar a voz e as necessidades da gestante, promovendo seu empoderamento e autonomia na escolha do tipo de parto e nos cuidados com seu corpo. Além disso, é importante ressaltar a necessidade de prevenir a violência obstétrica, assegurando uma assistência completa que respeite a dignidade da parturiente, ofereça apoio emocional e minimize intervenções desnecessárias. Pesquisas indicam que mulheres grávidas que realizam o pré-natal com enfermeiros demonstram satisfação em função da qualidade da comunicação e do acolhimento recebidos durante as consultas (Coentro et al., 2024).
Para Nascimento et al. (2020) promover a humanização do pa rto envolve um esforço que vai além do simples conforto do espaço físico; é um conjunto de cuidados que se estende desde o acompanhamento pré-natal até o momento do nascimento, incluindo também orientações para o período pós-parto. O objetivo é garantir que a mulher experimente um alto nível de satisfação, autonomia e segurança. A gestante deve ter suas preferências respeitadas conforme suas necessidades e possibilidades, contando com o suporte de profissionais de saúde, como enfermeiros qualificados, que preparam adequadamente a parturiente para que o parto ocorra de maneira serena e saudável.
A humanização é realizada a partir de ações de acolhimento e de maneira suave e afetuosa por profissionais da saúde à mulher em trabalho de parto normal, se estendendo ao bebê. Essas ações se caracterizam tecnologias de humanização para promover o melhor conforto possível, individualizada e segura para que a própria parturiente também seja protagonista nesse processo (Silva; Santos; Passos, 2022).
A atuação da enfermagem no momento do parto visa garantir um ambiente mais seguro e confortável, sempre ouvindo com atenção a mulher. Criar um laço de confiança com a gestante é fundamental para entender suas necessidades e, assim, determinar as intervenções adequadas. Os enfermeiros desempenham um papel significativo na diminuição da ansiedade das gestantes e parturientes, oferecendo-lhes mais confiança, conforto e proteção durante esse processo (Nascimento et al., 2020).
Para Moura et al. (2020) a prática da enfermagem em relação ao parto humanizado demanda um profissional bem preparado, que não faça julgamentos precipitados, evite causar danos e minimize intervenções desnecessárias. Além disso, é fundamental que haja acesso a recursos tecnológicos e a uma infraestrutura adequada nas instituições de saúde. Elementos como respeito, comunicação eficaz, suporte e orientação evidenciam a importância da assistência humanizada prestada pelos enfermeiros durante o processo de parto.
Dentro do conceito de humanização, quando o profissional inclui um familiar escolhido pela mulher, especialmente o pai da criança, durante o processo de parto, isso ajuda a aumentar a confiança da parturiente. Essa abordagem promove a humanização do atendimento e é respaldada por evidências (Silva et al. , 2019).
Manter uma presença constante, oferecer atenção, dialogar e até mesmo realizar pequenos gestos, como o toque, são aspectos essenciais para um bom acolhimento e criam uma dinâmica de troca que favorece a construção de confiança. A comunicação entre a equipe de enfermagem e a mulher em trabalho de parto é vital, pois ao assistirem as gestantes durante esse processo, esses profissionais precisam estar atentos às suas necessidades (sociais, emocionais e psicológicas), compreendendo a relevância de estabelecer um diálogo nesse momento, já que isso impacta na experiência da mulher durante o parto e fortalece o vínculo entre a equipe e a parturiente (Silva et al., 2016).
Durante o parto humanizado é necessário priorizar a autonomia da mulher, promovendo seu empoderamento com informações sobre quais ações ocorrerão durante o parto que minimizam as intervenções invasivas, estabelecendo uma relação de confiança mútua entre parturiente e a equipe obstétrica (Gomes et al., 2021).
Conforme Oliveira e Martins (2024) o parto humanizado vai além da simples escolha do método de nascimento; envolve reconhecer a mulher como a figura central desse processo, respeitando sua autonomia nas decisões. Nesse cenário, a atuação do enfermeiro se torna fundamental, pois suas ações vão além das técnicas, incorporando sensibilidade ao atendimento durante o parto. Muitos profissionais de enfermagem focam em valorizar a mulher, enriquecendo sua vivência através de suporte emocional, esclarecimentos sobre os procedimentos, técnicas de relaxamento, alívio da dor, massagens, banhos e posturas que auxiliam no parto.
Dentre as práticas mais humanizadas relacionadas ao parto, destacam-se: a análise de fatores de risco durante o acompanhamento pré-natal; a observação do estado físico e emocional da mulher durante o trabalho de parto; o respeito à decisão da mãe em relação ao local de nascimento, após receber as informações necessárias; e a consideração dos direitos da mulher, que deve ser informada sobre os procedimentos que serão realizados, garantindo-lhe a liberdade de escolher seu acompanhamento (Coentro et al., 2024).
Nota-se que os obstáculos para a humanização na assistência ao parto estão ligados à perspectiva dos profissionais sobre esse assunto. Aqueles que atuam em casas de parto tendem a adotar uma abordagem que valoriza o respeito pela mulher, oferecendo um atendimento focado em suas preferências e decisões. Por outro lado, os profissionais que trabalham em maternidades enfatizam a humanização principalmente pela não utilização de medicamentos ou realização de intervenções durante o parto. Acredita-se que a ausência de envolvimento ativo no processo de parto dentro das maternidades contribui para a falta de compreensão sobre essa questão (Nascimento et al., 2020).
Outra problemática reside na aceleração do processo de parto, realizada por meio da ruptura das membranas ou da administração de ocitocina, tem um papel significativo na “sequência de intervenções” e na diminuição da incidência de partos espontâneos. Neste trabalho, assim como ocorreu com a amniotomia, o uso de ocitocina durante o trabalho de parto também foi bastante comum (Souza et al., 2016).
De acordo com Oliveira e Sousa (2024) os obstáculos que as enfermeiras podem enfrentar incluem a falta de uma infraestrutura adequada, regras rígidas e suporte institucional. Resistência à Mudança: Algumas equipes de saúde podem demonstrar relutância em adotar abordagens mais humanizadas durante o parto, preferindo métodos tradicionais que não incentivam a participação ativa das mulheres. Falta de Capacitação: Nem todas as enfermeiras possuem a formação necessária em práticas de parto humanizado, o que se deve à carência de treinamento específico. Cultura de Intervenção: Em determinadas situações, pode ocorrer um excesso de intervenções durante o parto, o que contraria os princípios do parto humanizado, que valoriza a naturalidade do processo fisiológico. Comunicação e Entendimento: É essencial promover uma comunicação clara e empática com as gestantes durante o trabalho de parto para assegurar uma experiência humanizada, embora isso possa ser desafiador em ambientes com grande fluxo de pacientes e alta rotatividade.
Neste exposto, o profissional de enfermagem exerce sua autonomia e assume um papel de liderança durante o atendimento ao parto. A maneira como esse líder se comunica pode impactar de forma positiva ou negativa o empoderamento da mulher nesse processo. É responsabilidade do enfermeiro oferecer esclarecimentos e garantir segurança à paciente, buscando mitigar os medos ou ansiedades que possam surgir, desde o pré-natal até o momento do nascimento, se aplicável. Toda a equipe envolvida no atendimento ao parto tem a obrigação de evitar práticas que possam comprometer a experiência do parto e, por consequência, que possam ser consideradas como violência obstétrica (Gomes et al., 2021).
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O atendimento de enfermagem ao parto humanizado é um tema de grande relevância no contexto atual da saúde, refletindo uma mudança significativa nas práticas obstétricas e na valorização da experiência da mulher durante o processo de parto. Este conceito de humanização vai além da simples assistência técnica; envolve uma abordagem holística que considera as necessidades físicas, emocionais e sociais da parturiente. A análise das dinâmicas entre enfermeiros e pacientes revela que a comunicação eficaz e a construção de um ambiente acolhedor são fundamentais para promover o empoderamento feminino. Quando as mulheres se sentem ouvidas e respeitadas, há um aumento significativo em sua satisfação e confiança no processo de parto.
A autonomia do enfermeiro, quando exercida de forma consciente e responsável, não apenas contribui para garantir que as necessidades emocionais e físicas da parturiente sejam atendidas, mas também fortalece a relação de confiança entre a equipe de saúde e a paciente. Essa relação é crucial, pois permite que as mulheres expressem suas preocupações e desejos, criando um espaço onde elas se sintam seguras para participar ativamente do seu próprio processo de parto.
Além disso, a utilização de intervenções como a amniotomia e a administração de ocitocina deve ser realizada com cautela. A evidência mostra que intervenções desnecessárias podem resultar em complicações e afetar negativamente a experiência do parto. Portanto, é imperativo que os enfermeiros sejam capacitados para avaliar criteriosamente cada situação, considerando os riscos e benefícios envolvidos. A prática do enfermeiro deve ser orientada não apenas pela eficiência técnica, mas também pela humanização do cuidado. Isso inclui evitar intervenções que possam comprometer a experiência do parto e levar à violência obstétrica, um fenômeno que ainda é uma preocupação significativa em muitas instituições.
Os desafios enfrentados pelos profissionais de enfermagem nesse cenário são múltiplos. A necessidade de formação contínua é fundamental para que os enfermeiros desenvolvam tanto habilidades técnicas quanto interpessoais que favoreçam uma relação de confiança com as pacientes. A formação deve incluir temas como comunicação empática, gestão da dor, apoio emocional e práticas de cuidado centradas na mulher. Ao abordar as preocupações das mulheres desde o pré-natal até o momento do parto, os enfermeiros podem atuar como verdadeiros agentes facilitadores, proporcionando suporte emocional e esclarecimentos que ajudem a reduzir medos e ansiedades.
Ademais, é importante ressaltar que o trabalho em equipe é essencial para o sucesso do atendimento humanizado. Enfermeiros, obstetras e outros profissionais de saúde devem estar alinhados com os princípios da humanização, promovendo um cuidado integral que respeite a autonomia da mulher e suas escolhas. A interdisciplinaridade no atendimento pode enriquecer as práticas assistenciais, garantindo que todas as dimensões do cuidado sejam contempladas.
Mediante o exposto, o atendimento humanizado no parto não se trata apenas de uma abordagem desejável; é uma necessidade presente na prática obstétrica contemporânea. Ele representa um compromisso com a dignidade da mulher e com o reconhecimento de seus direitos como parteira ativa na experiência do nascimento. Portanto, ao investir em formação adequada e promover uma cultura organizacional que valorize a humanização do atendimento, estaremos contribuindo para transformar o cenário do parto em nosso país. Essa transformação não apenas beneficiará as mulheres durante sua experiência única de trazer vida ao mundo, mas também impactará positivamente toda a sociedade ao promover nascentes mais saudáveis emocionalmente ligadas à sua origem..
REFERÊNCIAS
APOLINÁRIO et. al. Práticas na atenção ao parto e nascimento sob a perspectiva das puérperas. Revista RENE, 17 (1), jan- fev, 2016.
BARROS, Myrlla Nohanna Campos; DE MORAES, Taynara Logrado. Parto humanizado: uma perspectiva da política nacional de humanização. Revista Extensão, v. 4, n. 1, p. 84-92, 2020.
COENTRO, Ana Eliza de Souza et al. Contribuições da assistência de enfermagem para o parto humanizado. Revista Eletrônica Acervo Saúde, v. 24, n. 8, p. e17333-e17333, 2024.
GOMES, Núbia Rafaela Ferreira da Costa et al. Assistência de enfermagem no parto humanizado. Research, Society and Development, v. 10, n. 17, p. e66101724101-e66101724101, 2021.
MOURA, José Wellington Silva de et al. Humanização do parto na perspectiva da equipe de enfermagem de um Centro de Parto Normal. Enfermagem em Foco, v. 11, n. 3, 2020.
NASCIMENTO, Evany Rosário do et al. Desafios da assistência de enfermagem ao parto humanizado. Caderno de Graduação-Ciências Biológicas e da Saúde-UNIT-SERGIPE, v. 6, n. 1, p. 141-141, 2020.
OLIVEIRA, Ramyrys Pereira de; DOS SANTOS, Diana Góis. Assistência de enfermagem ao parto humanizado. Revista Ibero-Americana de Humanidades, Ciências e Educação, v. 10, n. 6, p. 1707-1723, 2024.
OLIVEIRA, Gabriely Leite; MARTINS de, Wesley. HUMANIZAÇÃO DO PARTO: O IMPACTO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA SAÚDE MATERNA. Periódicos Brasil. Pesquisa Científica, v. 3, n. 2, p. 2032-2048, 2024.
SCARTON, Juliane et. al. “No final compensa ver o rostinho dele”: vivências de mulheres-primíparas no parto normal. Rev Gaúcha Enferm. 36,(esp), 2015.
SILVA, Amanda Cristina da; SANTOS, Karoline Alves dos; PASSOS, Sandra Godoi de. Atuação do enfermeiro na assistência ao parto humanizado: revisão literária. Revista JRG de Estudos Acadêmicos, v. 5, n. 10, p. 113-123, 2022.
SILVA, Thayná Maria Almeida et al. Significados e práticas da equipe de enfermagem acerca do parto humanizado: uma revisão de literatura. Brazilian Journal of Surgery and Clinical Research-BJSCR, v. 26, n. 1, p. 90-94, 2019.
SILVA, Úrsula et al. O cuidado de enfermagem vivenciado por mulheres durante o parto na perspectiva da humanização. Revista de Enfermagem UFPE on line, v. 10, n. 4, p. 1273-1279, 2016.
SOUZA, Ana Maria Magalhães et. al. Práticas na assistência ao parto em maternidades com inserção de enfermeiras obstétricas, em Belo Horizonte, Minas Gerais. Escola Anna Nery, 20, (2), Abr-Jun, 2016.
VELHO, Manuela Beatriz; SANTOS, Evanguelia Kotzias Atherino dos; COLLAÇO, Vânia Sorgatto. Parto normal e cesárea: representações sociais de mulheres que os vivenciaram. Rev Bras Enferm. 67, (2), mar-abr, 2014.
VERSIANI, Clara de Cássia et. al. Significado de parto humanizado para gestantes. Revista de Pesquisa Cuidado é Fundamental. 7, (1), jan./mar, 2015.
1Graduando em Enfermagem pela Faculdade Santa Luzia. E-mail: waniacarvalho1680@gmail.com
2Docente Especialista do Curso de Enfermagem. Faculdade Santa Luzia – FSL e orientadora.