ATENÇÃO FARMACÊUTICA NO TRATAMENTO ONCOLÓGICO

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7343295


Renata Silvia Fraga¹
Fabiano Lacerda Carvalho²


RESUMO

O câncer é um aumento incontrolável de células anormais pelo organismo que se espalham e destroem os tecidos do corpo. Muitas pessoas são atingidas por essa doença e necessitam de uma atenção especial em seu tratamento, e o farmacêutico acompanhado da equipe multidisciplinar é um dos profissionais responsáveis por esse cuidado, pela manipulação dos medicamentos que serão utilizados, pelas interações medicamentosas, reações adversas, avaliação das prescrições médicas, entre outras atribuições. O Conselho Federal de Farmácia estabeleceu com a Resolução n° 565/2012 a atuação privativa do farmacêutico e a competência para o exercício da atividade de manipulação de drogas antineoplásicas e similares nos estabelecimentos de saúde, e no exercício desta atividade tendo também outras atividades relacionadas, assim farmacêutico vem ampliando a sua área de atuação, no universo da oncologia.

Palavras chaves: Atenção Farmacêutica; Quimioterapia; Oncologia.

ABSTRACT

Cancer is an uncontrollable increase in abnormal cells by the body that spread and destroy body tissues. Many people are affected by this disease and need special attention in their treatment, and the pharmacist accompanied by the multidisciplinary team is one of the professionals responsible for this care, for handling the drugs that will be used, for drug interactions, adverse reactions, evaluation of medical prescriptions, among other assignments. The Federal Pharmacy Council established with Resolution No. 565/2012 the exclusive role of the pharmacist and the competence to exercise the activity of handling antineoplastic and similar drugs in health establishments, and in the exercise of this activity also having other related activities, thus pharmacist has been expanding its area of performance in the universe of oncology.

Keywords: Pharmaceutical attention; Chemotherapy; Oncology.

1  INTRODUÇÃO

O câncer se caracteriza como uma série de doenças em que as células anormais crescem e disseminam-se descontroladamente. O último processo é chamado de metástase caracterizada como principal causa de morte por câncer. A metástase ocorre com a invasão de órgãos e tecidos envolvidos no processo (WHO, 2018).

A terapia do paciente oncológico é realizada pela junção de diversos tratamentos combinados, sendo desenvolvido por um acompanhamento individualizado, considerando as necessidades de cada caso. Nesse sentido, é de extrema importância que a equipe multiprofissional, composta por médicos, enfermeiros, psicólogos, nutricionistas, faça a orientação adequada ao paciente durante todo o tratamento. Neste âmbito o farmacêutico ocupou seu espaço nessa equipe de profissionais, tornando-se indispensável para a qualidade do processo farmacoterapêutico, reduzindo assim erros de medicação no tratamento, tornando-o mais eficaz e melhorando a qualidade de vida do paciente (PESSOA et al., 2021).

Com isso, a atenção/ cuidado farmacêutico tornou-se fundamental durante tratamento oncológico, pois o farmacêutico é o profissional responsável por sanar duvidas e proporcionar as orientações sobre a utilização adequada dos medicamentos, assim como acompanhar as reações adversas ou interações medicamentosas, mantendo assim os pacientes amparados quanto às informações relacionadas à ação dos fármacos e ao desenvolvimento da terapia farmacológica, podendo assim contribuir de forma significativa para um bom prognóstico (RECH, FRANCELLINO, COLACITE. 2019).

Vucur e colaboradores (2020), realizando um estudo observacional, relatou que um dos principais problemas nos tratamentos quimioterápicos em pacientes oncológicos foram reações adversas presentes em quase todos as sessões de quimioterapia, juntamente com duração de tratamento e intervalos de dosagem inapropriados. Kucuk e colaboradores (2020) observaram que cerca de 36% dos problemas relacionados a drogas em pacientes oncológicos se trata de reações adversas, sendo os mais comuns problemas hematológicos, disfunção tireoidiana e erupções cutâneas.

No Brasil, a fase de cuidado farmacêutico ainda é insipiente, tendo iniciativas isoladas de alguns farmacêuticos no território nacional nos diversos níveis de atenção à saúde. Os primeiros documentos técnicos que serviram para padronizar e reconhecer a prática do cuidado farmacêutico foram publicados na década de 2000. No entanto, a regulamentação e os documentos que norteiam essa prática, tanto no setor público como no privado, vêm sendo construídos e publicados até os dias atuais (PROFARMA, 2018).

A atuação do farmacêutico no tratamento oncológico ainda é pequeno, mas vem evoluindo para além da dispensação de medicamentos, pois esse profissional busca encontrar e resolver eventos que possam ter relação a terapia medicamentosa que apareçam durante o tratamento. Portanto, sua inserção na  equipe multiprofissional do tratamento oncológico pode contribuir de forma positiva para o alcance da máxima efetividade e segurança da farmacoterapia e melhoria na qualidade de vida e bem-estar do paciente (RECH, FRANCELLINO, COLACITE. 2019).

2  OBJETIVO

2.1. Objetivo geral

Relatar a importância da Atenção Farmacêutica aos pacientes oncológicos, compreendendo sua atuação na equipe multidisciplinar no tratamento oncológico.

2.2. Objetivos específicos:

  • Exemplificar o que é atenção farmacêutica e como é o tratamento de câncer;
  • Listar os medicamentos mais recentes para o tratamento oncológico;
  • Identificar as dificuldades de importação de medicamentos e a defasagem em relação ao tratamento nacional e em outros países;
  • Mencionar as atribuições do farmacêutico na equipe multidisciplinar;
  • Citar como é o atendimento humanizado aos pacientes oncológicos. 

3  METODOLOGIA

O presente estudo consiste em uma revisão bibliográfica sobre o cuidado farmacêutico e/ou atenção farmacêutica em pacientes oncológicos. Para realizar essa revisão, as seguintes etapas foram percorridas: definição do tema, estabelecimento de critérios de busca ou amostragem na literatura, definição das informações extraídas dos artigos (coleta de dados), análise crítica dos artigos incluídos, discussão e apresentação dos resultados.

Para nortear a revisão bibliográfica, elaborou-se a seguinte questão: Quais as melhorias ao paciente oncológico com a inserção do cuidado farmacêutico? A pesquisa foi realizada entre os anos de 2018 a 2022 nas bases de dados descritas abaixo, utilizando os Descritores de Ciências da Saúde (DeCS). Os descritores selecionados foram “cuidados farmacêuticos”, “atenção farmacêutica”, “oncologia”, “quimioterapia”, “assistência farmacêutica”, “paciente oncológico” e “câncer”.

As pesquisas foram realizadas utilizando as bases de dados: SciELO e BVS. Também foram buscados artigos nas bases da LILACS, no Portal de Periódicos da CAPES e no Google Acadêmico. Utilizou-se como critérios de inclusão artigos com resumo e texto completos disponíveis eletronicamente, escritos em português e inglês, publicados de 2018 a 2022 em periódicos científicos e que estivessem adequados ao tema proposto para o trabalho.

Foram excluídos do estudo, artigos que não abordaram, em conjunto, os temas: cuidado farmacêutico e/ou atenção farmacêutica em pacientes oncológicos, artigos que abordaram esses aspectos, porém, em outras doenças, que não o câncer, artigos duplicados nas bases de dados, artigos de revisão que não estavam disponíveis na íntegra.

4  JUSTIFICATIVA

Justifica-se a escolha do tema, pois o farmacêutico é de grande importância no tratamento oncológico, tornando o tratamento mais humanizado e contribuindo para o sucesso do tratamento.

5  DESENVOLVIMENTO

5.1  Atenção Farmacêutica

Atenção Farmacêutica é o componente da prática farmacêutica que envolve o cuidado direto ao paciente. Constitui uma prática profissional em que o farmacêutico, em cooperação com o paciente e com outros profissionais da saúde, melhora os resultados da terapia medicamentosa do paciente pela prevenção, identificação e resolução de algum problema relacionado ao uso de medicamento (CIPOLLE, 2015).

A Organização Mundial de Saúde ampliou esse conceito, incluindo não apenas as preocupações do farmacêutico com a prevenção, identificação e resolução de PRM’s, mas também aquelas relacionadas com a prevenção de doenças e promoção da saúde no âmbito comunitário. Dessa forma, a Atenção

Farmacêutica passou a ser considerada por essa entidade como uma “atitude profissional” que todo farmacêutico deve adotar em sua prática diária, nas atividades dirigidas aos pacientes (OMS, 2015).

Neste contexto, a Atenção Farmacêutica seria um conjunto de atividades farmacêuticas – incluindo os seus serviços tradicionais, como orientação farmacêutica, dispensação e educação em saúde – todas elas agrupadas no âmbito do sistema sanitário e aprioristicamente dirigidas ao paciente. Tal proposta certamente representa os esforços de uma categoria no intuito de promover maior coesão profissional e impulsionar a Farmácia em direção a uma atividade que tenha propósitos clínicos e morais mais claramente definidos e uma identidade mais bem estabelecida (CIPOLLE, 2015).

5.2  O Tratamento Para o Câncer

As principais metas do tratamento são: cura, prolongamento da vida e melhora da qualidade de vida. Existem tratamentos curativos para um terço dos casos de câncer, particularmente para Câncer de mama, Câncer do colo do útero, Câncer da cavidade oral (boca) e Câncer de cólon e reto (intestino), quando são detectados precocemente e tratados de acordo com as melhores práticas clínicas. Alguns tipos de câncer, por exemplo, o seminoma metastático (um tumor do testículo) e alguns Tumores em crianças, como a leucemia aguda e os linfomas, mesmo possuindo limitados métodos de detecção precoce, apresentam alto potencial de cura (INCA, 2020).

Existem três formas principais de tratamento do câncer: cirurgia, radioterapia e quimioterapia. Elas podem ser usadas em conjunto, variando apenas quanto à suscetibilidade dos tumores a cada uma das modalidades terapêuticas e à melhor sequência de sua administração. Atualmente, poucas são as neoplasias malignas tratadas com apenas uma modalidade terapêutica (INCA, 2020).

Neste trabalho apresentarei somente a quimioterapia, por se tratar de um tratamento onde o farmacêutico está integrado.

5.2.1  Quimioterapia

É a forma de tratamento sistêmico do câncer que usa medicamentos denominados “quimioterápicos” (ou antineoplásicos) administrados em intervalos regulares, que variam de acordo com os esquemas terapêuticos. Finalidades da quimioterapia (INCA, 2020):

  • Quimioterapia prévia, neoadjuvante ou citorredutora: indicada para a redução de Tumores locais e regionalmente avançados que, no momento, são irressecáveis ou não. Tem a finalidade de tornar os tumores ressecáveis ou de melhorar o prognóstico do paciente;
  • Quimioterapia adjuvante ou profilática: indicada após o tratamento cirúrgico curativo, quando o paciente não apresenta qualquer evidência de neoplasia maligna detectável por exame físico e exames complementares;
  • Quimioterapia curativa: tem a finalidade de curar pacientes com neoplasias malignas para os quais representa o principal tratamento (podendo ou não estar associada à cirurgia e à radioterapia). Alguns tipos de tumores no adulto, assim como vários tipos de tumores que acometem crianças e adolescentes, são curáveis com a quimioterapia;
  • Quimioterapia para controle temporário de doença: indicada para o tratamento de tumores sólidos, avançados ou recidivados ou neoplasias hematopoéticas de evolução crônica. Permite longa sobrevida (meses ou anos), mas sem possibilidade de cura; sendo, porém, possível obter-se o aumento da sobrevida global do doente;
  • Quimioterapia paliativa: indicada para a paliação de sinais e sintomas que comprometem a capacidade funcional do paciente, mas não repercute, obrigatoriamente, na sua sobrevida. Independente da via de administração é de duração limitada, tendo em vista a incurabilidade do tumor (doença avançada, recidivada ou metastática), que tende a evoluir a despeito do tratamento aplicado.

De acordo com os protocolos de quimioterapia, são preconizada a administração dos fármacos pelas seguintes vias de acesso: oral, intramuscular, subcutânea, intratecal e endovenosa (MAIA, 2018).

Existem medicamentos para tal neoplasia que agem na angiogenese e não destroem, nem controlam e nem inibem o crescimento. Através da angiogênese ocorre o desenvolvimento de vasos sanguíneos para a irrigação do tumor. De tal modo, a mesma é indispensável para nutrição e consequente progresso do tumor. Existe vários reguladores endógenos, sendo eles negativos e positivos, os quais tem como função o controle da angiogênese, como a angiogenina e o fator de aumento endotelial vascular (BERNARDI; JACQUES-SILVA & LENZ, 2018).

A função do G0, corresponde ao DNA o qual apresenta super-enovelado, com atividade nuclear baixa. Na fase G1, ocorre a preparação da célula para a multiplicação, com a produção de constituintes celulares que serão essenciais para a nova célula que será gerada, além da preparação para a síntese de DNA, que ocorrerá na fase S. Na fase G2, a síntese de componentes para a mitose, divisão celular com manutenção do número de cromossomos específico da espécie. Na fase M, ocorre a produção do fuso mitótico, e citocinese, separação da célula mãe, formando as duas células filhas com suas organelas e demais constituintes celulares, finalizando o ciclo de replicação celular (retorna à fase G0) (BERNARDI; JACQUES-SILVA & LENZ, 2018).

5.3  Medicamentos Mais Utilizados NO Tratamento Oncológico

Na tabela 1, é demonstrada a classificação das principais drogas utilizadas em onco-hematologia quanto a especificidade no Ciclo Celular, Estrutura Física e Função em Nível Celular.

Tabela 1

Classificação das Principais Drogas Utilizadas em Onco-Hematologia

FONTE: MAIA, 2018

As drogas ciclo-específicas agem sobre a fração proliferativa do câncer, e se administradas em um período de tempo prolongado, acabam apresentando maior eficácia, já que um maior quantitativo de células, que estejam em verificada fase do ciclo celular, em momentos diferentes, estarão expostas a sua ação. Já as drogas de ciclo-inespecíficas abrangem a outra parcela de células que são divididas de maneira mais lenta. Estas drogas são aplicadas em dose dependente e sua administração prolongada não proporciona benefícios ao tratamento. Quanto classificação das drogas em estrutura química e função em nível celular.

São utilizados também os bloqueadores enzimáticos, fármacos, que possuem capacidade de interferir em processos característicos implicados na duplicação do DNA da célula neoplásica (ANDRADE & SILVA, 2017).

Além destes tem os antagonistas e hormônios, sendo empregados com a finalidade de deter o crescimento tumoral. Os mais utilizados são dietilestilbestrol (estrogênio), tamoxifeno (antiestrogênio), megestro (progestogênio), dexametasona e prednisona (adrenocortocosteróide), anastrozol (inibidor dos adrenocorticosteróides) (ANDRADE & SILVA, 2017).

Os antibióticos antitumorais intervêm na síntese dos ácidos nucléicos com consequente impedimento da duplicação e separação das cadeias de DNA e RNA (doxorrubicina, daunorrubicina, bleomicina e mitoxantrona). As plantas alcalóides agrupam os inibidores mitóticos (vincristina, vimblatina e o paclitaxel) e os inibidores da topoisomerase que é uma enzima indispensável para o término da replicação do DNA (topotecano, etoposide e teniposide). Além destes tem os agentes múltiplos que apresentam mecanismos de ação variados (procarbazina, hidroxiuréia, asparaginase) (ANDRADE & SILVA, 2017).

Todos os quimioterápicos apresentados possuem alguns efeitos colaterais, podendo ser uma desvantagem para adesão ao tratamento do paciente. Estes efeitos colaterais, são decorrentes da dose aplicada da quimioterapia, ao tempo de apresentação das células à ação dos medicamentos, a toxicidade de cada quimioterápico, ao metabolismo e o estado geral de cada pessoa (MAIA, 2018).

5.4  O Papel Do Farmacêutico Junto à Equipe Multiprofissional

A colaboração entre o farmacêutico e a equipe multiprofissional, seja com médicos ou enfermeiros, diminui as chances de incidências de reações adversas assim como otimiza o tratamento quimioterápico e melhora a qualidade de vida do paciente, como pode ser observado em estudos de terapia direcionada em que a aceitação da intervenção farmacêutica solucionou mais de 60% dos problemas relacionados a medicação (KUCUK et al., 2019).

O conhecimento do profissional farmacêutico de farmacovigilância e reconhecimento de reações adversas, assim como a sua importância em reportá-las torna-o um profissional mais apto a identificar essas reações e colaborar com a equipe multiprofissional. Isso é observado na necessidade de assistência farmacêutica em hospitais de câncer, onde há relatos de grandes números de problemas relacionados à medicação, dos quais o farmacêutico pode facilmente intervir e com a devida aceitação dos médicos responsáveis, aumentam a qualidade de vida do paciente (VUCUR et al., 2020; THORNE et al., 2018).

Propostas de intervenção educacionais podem ser um ótimo método de aumentar o conhecimento da equipe multiprofissional em relação à farmacovigilância e reações adversas, dos quais podem ter um aumento de até 100% no conhecimento relacionado a reportar reações quando for necessário e das responsabilidades dos profissionais quanto ao manejo dessas reações (SHRESTHA et al., 2020).

A colaboração entre farmacêuticos, médicos e enfermeiras no tratamento ambulatorial é benéfica, no entanto, esses serviços são limitados e precários. Suzuki e colaboradores (2020) observaram o impacto de intervenções farmacêutica em colaboração com oncologista no tratamento de reações adversas a medicamentos, onde relatam que das intervenções feitas pelos farmacêuticos e aceitas por oncologistas, 57% obtiveram resultado bem-sucedido na diminuição do efeito de reações adversas, sugerindo tratamentos alternativos para minimizar estas reações.

A prestação de serviços por meio de veiculação de informação terapêutica e de medicamentos em ambiente de cuidados oncológicos é um dos mais importantes papeis do farmacêutico na equipe multiprofissional, grande parte dessas informações são sobre a busca na melhoria do atendimento ao paciente, atualização de conhecimentos e até mesmo no treinamento de enfermeiros no manejo dos tratamentos e do paciente. Também pode-se citar uma das principais informações relatadas de farmacêuticos para a equipe são relacionadas a reações adversas a medicamentos e seu manejo, ajustes de dose, cuidados de suporte relacionados, contraindicações, medicamento interações, gerenciamento de comorbidades e seleção de quimioterapia em populações especiais. Demonstrando que o profissional deve estar apto não somente de conhecimento, mas também de metodologia para repassar essas informações de forma clara e sucinta (PATEL e GURUMURTH, 2019).

Uma colaboração entre profissionais da saúde na avaliação de efeitos adversos em pacientes oncológicos é precária, isso devido também a grande carga de trabalho destes profissionais. O farmacêutico também não é um membro habitual da equipe de saúde, tendo ganhado mais recentemente seu espaço na equipe multiprofissional. Contudo, estudos observam que uma permanência mais próxima do farmacêutico ao paciente no monitoramento da terapia aumenta oportunidades de melhorar esta comunicação com pacientes e outros profissionais da saúde, aumentando continuidade do cuidado (BAYRAKTAR-EKINCIOGLU e KUCUK,

2018).

6 CONCLUSÃO

O farmacêutico especialista em oncologia tem um papel muito importante dentro do tratamento do paciente com câncer, ele é o responsável pela avaliação das prescrições médicas, o controle do uso racional de medicamentos, interações medicamentosas, padronização dos medicamentos para as manipulações, entre várias outras coisas.

A atenção farmacêutica é essencial para contribuir com a equipe multidisciplinar e a garantir que o processo de internação do paciente seja efetivo e o que o tratamento seja eficaz onde o paciente é o principal beneficiário dessas ações feitas exclusivamente pelo farmacêutico.

O farmacêutico deve informar o paciente se o medicamento que ele vai usar causa dependência física ou psíquica, do mesmo modo informar os perigos da automedicação e de tratamentos alternativos não comprovados cientificamente, dentre outras orientações como: reações adversas e interações com outros medicamentos.

Conclui-se que entre os benefícios da orientação na atenção farmacêutica, fornecida à pacientes submetidos ao tratamento oncológico, pode-se citar o entendimento da necessidade da terapia medicamentosa à saúde, fazendo com que  o paciente aprenda a lidar com as reações adversas e interações medicamentosas durante seu tratamento, além de tornar o paciente ativo e participativo no cuidado de sua doença e terapia medicamentosa. Então, nota-se a importância do profissional farmacêutico no tratamento do câncer.

REFERÊNCIAS

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¹Autora
²Orientador