ATENÇÃO FARMACÊUTICA NO TRATAMENTO DE DIABETES GESTACIONAL 

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7324755


Ruth Raabe Rocha Seraphim
Orientador: Ms. Leonardo Guimarães de Andrade


INTRODUÇÃO 

As doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) são um dos maiores problemas e desafios da saúde pública devido ao elevado número de óbitos e à deterioração progressiva da qualidade dos acometidos, impedindo-os de exercer efetivamente suas atividades cotidianas. Essas comorbidades também impõem altos custos ao sistema público de saúde, pois requer acompanhamento regular e tratamento contínuo por uma equipe multidisciplinar, tanto farmacológica quanto não farmacológica (Lima et al., 2018). 

Devido ao conhecimento e acessibilidade dos farmacêuticos, o apoio ao tratamento é um serviço importante para promover o uso racional de medicamentos e o sucesso nos medicamentos. Portanto, é importante prestar esse serviço às gestantes devido aos riscos materno-fetais que podem estar associados ao medicamento (GUEDES, 2020). 

Diante da preocupação com o campo da saúde da mulher e de seu bebê durante a gestação, os profissionais de saúde buscam construir um programa de enfermagem confiante e que possa ser de maior auxílio nessas situações. Acredita-se que os temas discutidos sejam fundamentais para os profissionais de saúde que tratam diretamente tais distúrbios, pois o objetivo é possibilitar maior compreensão das complexas causas do DMG e seu tratamento (FEBRASGO, 2019). 

RESUMO 

A prevalência de diabetes gestacional vem aumentando em todo o mundo. Portanto, com base no acompanhamento individualizado e na educação sobre a doença do paciente diabético, a implementação de um plano de assistência farmacêutica ao paciente diabético é uma questão importante para garantir a adesão da gestante com diabetes ao tratamento e a melhoria da qualidade de vida. O farmacêutico é um profissional instruído no tratamento medicamentoso e até mesmo no tratamento não medicamentoso, e todos os cuidados com interações medicamentosas, administração ou armazenamento de insulina devem ser explicados ao paciente para que ele possa tratar de forma eficaz. Portanto, concluiu-se que, em colaboração com uma equipe multidisciplinar, a atenção farmacêutica é essencial para orientar e aumentar a conscientização dos pacientes com DM. 

Palavra-chave: Diabetes mellitus gestacional, Atenção farmacêutica, Tratamento. 

ABSTRACT 

The prevalence of gestational diabetes is increasing worldwide. Therefore, based on individualized monitoring and education about the disease of the diabetic patient, the implementation of a pharmaceutical care plan for the diabetic patient is an important issue to ensure the adherence of pregnant women with diabetes to treatment and the improvement of quality of life. The pharmacist is a professional educated in drug treatment and even non-drug treatment, and all care with drug interactions, administration or storage of insulin must be explained to the patient so that he can treat effectively. Therefore, it was concluded that, in collaboration with a multidisciplinary team, pharmaceutical care is essential to guide and raise awareness of patients with DM. 

Keywords: Gestational diabetes mellitus, Pharmaceutical care, Treatment. 

Objetivo geral 

O objetivo deste trabalho é investir na prevenção e controle, que são fundamentais para a saúde de pacientes predispostos a esta patogênese e possíveis complicações, proporcionando tratamentos primários relevantes para a identificação e manejo de gestantes com diabetes. 

Objetivos específicos  

  • Introduzir possíveis tratamentos para diabetes gestacional; 
  • Pesquisar o máximo de tratamentos ou abordagens possíveis para minimizar patologias que priorizem a atividade física; – Descrever o tratamento do diabetes gestacional; 
  • Esclarecer o processo de atenção farmacêutica para pacientes diagnosticados com diabetes gestacional; 
  • Revisão detalhada da literatura sobre diabetes gestacional. 

Metodologia  

 Para a revisão da literatura, este estudo baseia-se em informações coletadas em artigos, teses, dissertações e sites confiáveis sobre a importância e os benefícios da terapia medicamentosa no manejo do diabetes gestacional. Para selecionar os materiais, utilize uma busca por palavras-chave, por exemplo: diabetes gestacional; atenção farmacêutica; diabetes e tratamentos.  Durante o processo de seleção, foram selecionados materiais fundamentais para este trabalho. Essas pesquisas são conduzidas com paciência e obtidas de forma confiável em: Science Library Science (SCIELO), Google Acadêmico, sites gratuitos fornecidos pelo governo e outros sites na Internet. Para o estudo, foram selecionados artigos e conteúdos disponíveis no ambiente virtual de 2018 até 2022. Como estudo de revisão bibliográfica, esse critério de exclusão é formulado de forma que obras que não contribuam para o desenvolvimento do tema sejam retiradas das revisões literárias. 

Justificativa 

Considerando que o diabetes é uma doença crônica de evolução silenciosa, de difícil diagnóstico precoce e de difícil adesão do paciente ao tratamento, os profissionais de saúde se veem diante de enormes desafios, pois depende deles encontrar soluções para reduzir essas barreiras . Somente uma visão holística das pessoas com diabetes pode ajudar esses pacientes a aderirem ao tratamento e conscientizá-los sobre os benefícios da adesão. 

Como a adesão ao tratamento está diretamente relacionada ao acesso à técnica do paciente, à disseminação do conhecimento, à confiança nessas informações e, assim, à formação de vínculos entre os profissionais, faz-se necessário esclarecer diversos aspectos do manejo do paciente diabético nos órgãos competentes. Saúde básica. 

2. Desenvolvimento 

2.1 Diabetes Gestacional 

A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia define o Diabetes mellitus gestacional (DMG) tal como acontece com qualquer nível de intolerância a carboidratos, resultando em hiperglicemia, início ou diagnóstico durante a gravidez. A fisiopatologia desta doença pode ser explicada pela elevação dos hormônios contrarreguladores da insulina. Gravidez e fatores genéticos ou ambientais. O principal hormônio relacionado com a resistência à insulina durante a gravidez é o hormônio lactogênico placentário, outros hormônios hiperglicemiantes como cortisol, estrógeno, progesterona e prolactina também estão envolvidos (SILVA, 2018). 

Durante a gravidez, as mulheres grávidas experimentam alterações hormonais para o desenvolvimento do feto. A placenta produz o principal hormônio envolvido na resistência à ação da insulina, chamado de prolactina placentária, que se encontra elevada como resultado do crescimento placentário no segundo trimestre. Considerando os aspectos fisiológicos, diversos hormônios com hiperglicemia e efeitos contrarreguladores, como cortisol, estrogênio, progesterona e prolactina, também atuam sinergicamente na evolução da resistência à insulina (MIRANDA et al., 2018). 

Esse desequilíbrio leva a: macrossomia, aumento da demanda por cesariana, trauma de canal de parto e distocia de ombro, hipoglicemia, hiperbilirrubinemia, hipocalcemia e policitemia fetal, doença respiratória neonatal e até óbito de fetos intrauterinos (BOZATSKI, PINTO, LAVADO, 2019). 

2.2 Atenção Farmacêutica 

É importante ressaltar que o termo “cuidado farmacológico” não deve ser visto como mais uma atividade dentro da farmácia, mas na verdade os farmacêuticos empreendem efetivamente a reformulação da prática profissional  compromisso com a responsabilidade direta do paciente. Por esta razão, esta não é uma atividade que pode ser delegada a terceiros e é essencialmente um ato profissional (CHRIST, 2019). 

Altos níveis de consumo populacional de medicamentos industrializados a sociedade brasileira promove a familiaridade com essas substâncias e seu uso indiscriminado e/ou automedicação. Em relação a esse fator, os farmacêuticos têm o papel essencial no processo, pois possuem conhecimento específico dos medicamentos que podem ajudar os pacientes a receber tratamento e contribuir para avaliar a relação risco-benefício da terapia medicamentosa (GUEDES, 2020). 

Estratégias de educação em saúde são necessárias para o autocuidado efetivo, que é um dos processos fundamentais das abordagens terapêuticas que visam prevenir ou retardar o aparecimento de complicações crônicas e ajudar a promover o bom controle da doença. Descrever a dimensão da atuação do farmacêutico no tratamento do paciente diabético, que deve avaliar o estado de saúde do paciente e incentivá-lo a cumprir o tratamento prescrito pelo médico, além de detectar possíveis interações medicamentosas, demonstrando que o diagnóstico de a doença é realizada em um laboratório farmacêutico (HOEPERS, 2018). 

No contexto da assistência medicamentosa, a prática é uma atividade destinada a priorizar e supervisionar o tratamento por meio do uso de medicamentos e da ligação direta entre o farmacêutico e o paciente. Os países desenvolvidos veem a assistência farmacêutica como algo muito presente na realidade do paciente e têm observado que tal assistência torna-se ativa no tratamento de doenças crônicas como o diabetes (PEREIRA, 2018). 

2.3 Tratamento e Prevenção 

A hiperglicemia transitória durante a gravidez complicada por diabetes mellitus gestacional (DMG) é principalmente devido à incapacidade da função das células β pancreáticas maternas em atender às necessidades de insulina para o desenvolvimento fetal. Esta falha piora a partir do segundo trimestre (SANTOS et al., 2020). 

O diagnóstico precoce conscientizará o paciente da presença de níveis elevados de glicose, evitando complicações maternas e fetais decorrentes da doença, como macrossomia, trauma reprodutivo, instabilidade metabólica e até óbito. Além disso, essa síndrome metabólica se desenvolve em neonatos desde a infância até a idade adulta (BEZERRA et al., 2018). 

É importante ressaltar que esse distúrbio geralmente se desenvolve por volta do terceiro trimestre de gestação, com os hormônios gestacionais promovendo resistência à insulina, desaparecendo após o parto e causando poucas sequelas. No entanto, para curar a doença após a gravidez, a mulher deve se submeter ao tratamento prescrito por seu médico. O tratamento para este distúrbio deve começar durante a gravidez. seguindo-se uma dieta propicia e utilizando medicamentos adequados (JERÔNIMO et al., 2018). 

O pré-natal qualificado desde o início da gravidez é essencial, pois alterações na glicemia podem ser detectadas na primeira consulta e quanto mais precoce a intervenção, menor a chance de complicações materno-fetais (SILVA BB, et al. , 2021). 

Embora o uso de insulina durante a gravidez não seja consensual em alguns casos, vários estudos demonstraram sua segurança e a metformina deve ser usada isoladamente ou em combinação com a insulinoterapia (BEKA et al, 2018). 

Portanto, vale destacar que as atividades educativas na assistência farmacêutica têm como objetivo orientar o paciente a compreender sua doença e se adaptar para inviabilizá-la ou prevenir complicações, fornecer informações relacionadas à doença e sua autenticidade, com vistas à promoção da saúde (MARUICHI ; AMADEI; ABEL, 2018). 

CONCLUSÃO 

Com o diagnóstico da DMG, a gestante precisa de acompanhamento em saúde, intervenções restritivas e tratamento farmacológico para minimizar os efeitos da doença e reduzir os riscos. O cuidado farmacêutico promove a recuperação da saúde integralizada com o uso racional de medicamentos a fim de melhorar a qualidade de vida do paciente, pois no decorrer das consultas e acompanhamentos, o profissional farmacêutico poderá orientar a gestante sobre o uso dos medicamentos, assim como preparo ou aplicação e assim permitir um bom controle metabólico que previne complicações e garante a qualidade de vida e de saúde das pacientes.  


Referências 

Lima, L. R., Fungheto, S. S., Volpe, C. R. G., Santos, W. S., Funez, M. I., & Stival, M. M. (2018) Qualidade de vida e o tempo do diagnóstico do diabetes mellitus em idosos. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia

GUEDES, D. de C. V.; BRITO, S. A.; SILVA, D. R. The importance of pharmaceutical care in women during pregnancy. Research, Society and Development, [S. l.], v. 9, n. 7, p. e714974626, 2020. DOI: 10.33448/rsdv9i7.4626. 

FEDERAÇÃO BRASILEIRA DAS ASSOCIAÇÕES DE GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA DIABETES GESTACIONAL (FEBRASGO). Diabetes Gestacional, v.47, n. 11, p.42, 2019. Disponível em: <https://www.febrasgo.org.br/media/k2/attachments/Vol.Z47ZnZ11ZZ2019.pdf>. Acesso em 20 de Agosto 2022. 

SILVA, L. G. L. S.. A hipovitaminose D e o diabetes mellitus gestacional: uma revisão sistemática da literatura. Monografia (Graduação em Biomedicina) Faculdade de Ciências e Saúde – UniCeub, Brasília, 2018. 

MIRANDA, Carla et al. Análise dos marcadores inflamatórios na diabetes mellitus gestacional: revisão sistemática”. Revista Científica da Faculdade de Medicina de Campos, v. 13, n. 1, 2018. Disponível em:< http://www.fmc.br/ojs/ index. php/RCFMC/article/view/194>. Acesso em 28 ago. 2022 

BOZATSKI, Barbara Louise; PINTO, Maria Fernanda; LAVADO, Mylene 

Martins. PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE GESTANTES DIABÉTICAS NO MUNICÍPIO DE ITAJAÍ, SC. Arquivos Catarinenses de Medicina, v. 48, n. 2, 2019. Disponível em: <http://www.acm.org.br/acm/seer/index.php/arquivos/article/view/474>.Acesso em: 30 ago. 2022. 

CHRIST, F.K. Atenção farmacêutica no tratamento de diabetes mellitus gestacional. Monografia (Bacharelado em Farmácia) – Faculdade de Educação E Meio Ambiente – FAEMA. Ariquemes-RO, 2019. Disponível em: http://repositorio.faema.edu.br/handle/123456789/2461  

GUEDES, D. de C. V.; BRITO, S. A.; SILVA, D. R. The importance of pharmaceutical care in women during pregnancy. Research, Society and Development, [S. l.], v. 9, n. 7, p. e714974626, 2020. DOI: 10.33448/rsdv9i7.4626. 

HOEPERS, Neiva Junkes et al. Autocuidado das pessoas com diabetes mellitus tipo II em estratégia de saúde da familia. Revista Inova Saúde, v. 8, n. 2, 2018. Disponível em:< periodicos. unesc. net › Inovasaude › article › download>. Acesso em: 06 set. 2022 

PEREIRA, J. R. et al. Autocuidado da mulher com diabetes mellitus gestacional: uma revisão bibliográfica. Repositório Institucional Tiradentes, 2018. Disponível em: http://openrit.grupotiradentes.com:8080/xmlui/handle/set/2038 

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BEZERRA, Cleiton Pereira et al. Diabetes mellitus gestacional: a importância do diagnostico na redução de riscos materno-fetal. FACIDER-Revista Científica, Colider, n. 11, 2018. Disponível em:< http://sei-cesucol.edu.br/revista/ index. php/ facider/article/view/168/194>. Acesso em: 05 set. 2022. 

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MARUICHI, Marcelo Damaso; AMADEI, Gustavo; ABEL, Marcia Nogueira Castaldi. Diabetes mellitus gestacional/Gestational diabetes mellitus. Arquivos Médicos dos Hospitais e da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, v. 57, n. 3, 2018. Disponível em:< http://arquivosmedicos. fcmsantacasasp. edu. br/index.php/AMSCSP/article/view/296>.Acesso em: 18 ago. 2022. 

SILVA BB, et al. A importância do pré-natal na prevenção de complicações materno-fetais do diabetes mellitus gestacional. Revista Eletrônica Acervo Científico, 2021; 27: e7588-e7588, 2021.