ATENÇÃO FARMACÊUTICA: DESAFIOS DO ACOMPANHAMENTO FARMACOTERAPÊUTICO A PACIENTES COM TRANSTORNOS MENTAIS INSERIDOS NO CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL DO SUS

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8092473


Danuse Luiza da Cruz Santos da Cunha2
Jaqueline de Souza Pagotto3


RESUMO

Atenção Farmacêutica é caracterizada hoje como uma das práticas farmacêuticas de maior relevância. Compreender essa prática é necessário para evidenciar o papel do farmacêutico e a sua contribuição na sociedade atual. Nesta perspectiva, a pesquisa aborda o tema: Atenção farmacêutica: Desafios do acompanhamento farmacoterapêutico a pacientes com transtornos mentais inseridos no Centro de Atenção Psicossocial do SUS.  Diante disso, o problema que fundamenta essa pesquisa é: Quais os desafios encontrados no acompanhamento farmacoterapêutico a pacientes com transtornos mentais inseridos no Centro de Atenção Psicossocial do SUS? Por meio deste cenário, estabeleceu-se como objetivo geral analisar os desafios encontrados no acompanhamento farmacoterapêutico a pacientes com transtornos mentais inseridos no Centro de Atenção Psicossocial do SUS. E os objetivos específicos elencados foram apresentar o papel do farmacêutico no acompanhamento farmacoterapêutico a pacientes com transtornos mentais, identificar os impactos da atenção farmacêutica no tratamento de pacientes com transtornos mentais, além de avaliar as práticas de atenção farmacêutica que influenciam na prevenção de complicações no quadro de saúde de pacientes com transtornos mentais. Entretanto, o estudo foi desenvolvido através de um levantamento de caráter bibliográfico e documental referente ao tema, com uma abordagem qualitativa por meio de livros, artigos científicos e sites institucionais dos Conselhos de Farmácia. Os resultados obtidos através desta revisão de literatura apontaram que as práticas de atenção farmacêutica influenciam diretamente sobre a saúde dos pacientes com transtornos mentais, onde demonstrou que o cuidado farmacêutico é uma ferramenta eficaz para proteção, prevenção e de resultados farmacológicos seguros que levam a cura e melhora da qualidade de vida da sociedade.

Palavras-chave: Atenção Farmacêutica. CAPS. SUS. Transtornos mentais.

1 INTRODUÇÃO  

O cenário brasileiro na área de saúde pública vivenciado nos últimos anos trouxe uma renovação de perspectiva do papel do profissional farmacêutico na sociedade. Nesse sentido, o Ministério da Saúde caracterizou, portanto, o termo “Cuidado farmacêutico” como sinônimo de Atenção Farmacêutica. E apesar de possuir vários aspectos relevantes, o cuidado farmacêutico é considerado como uma prática de relação direta do farmacêutico com o paciente. 

Este profissional tem a incumbência de realizar ações primordiais para a saúde da população, que visa a promoção, proteção, e recuperação da saúde, bem como também da prevenção de doenças e seus agravos. Diante disso, a presente pesquisa tem como foco abordar o tema: “Atenção Farmacêutica: Desafios do acompanhamento farmacoterapêutico a pacientes com transtornos mentais inseridos no Centro de Atenção Psicossocial do SUS.

Compreender essa prática é necessário para evidenciar o papel do farmacêutico e a sua contribuição na sociedade atual. A ausência desta prática ou até mesmo as lacunas, comprometem a qualidade de vida do paciente, o que o torna capaz de potencializar o surgimento de novos problemas e o aumento de ocorrências de agravos à saúde.

 Portanto, questiona-se: Quais os desafios encontrados no acompanhamento farmacoterapêutico a pacientes com transtornos mentais inseridos no Centro de Atenção Psicossocial do SUS?  Através dessa problemática como objeto de estudo, observa-se que o profissional farmacêutico tem assumido um papel significativo na qualidade de vida da população brasileira.  

Em face disto, o objetivo geral da pesquisa é analisar os desafios encontrados no acompanhamento farmacoterapêutico a pacientes com transtornos mentais inseridos no Centro de Atenção Psicossocial do SUS.  E os objetivos específicos elencados foram: apresentar o papel do farmacêutico no acompanhamento farmacoterapêutico a pacientes com transtornos mentais; identificar os impactos da atenção farmacêutica no tratamento de pacientes com transtornos mentais; e avaliar as práticas de atenção farmacêutica que influenciam na prevenção de complicações no quadro de saúde de pacientes com transtornos mentais.

Nesse contexto, o estudo justifica-se pela necessidade de se aprofundar e investigar as lacunas do cuidado farmacêutico no cenário atual. Visto que, essa análise possibilita o entendimento sobre o papel e potencial de contribuição do farmacêutico na saúde de pacientes com transtornos mentais, como também as perspectivas e desafios vivenciados por este profissional, como um instrumento de fundamental importância para a comunidade acadêmica e social.

A metodologia aplicada para a construção dessa pesquisa foi bibliográfica e documental referente ao tema, com uma abordagem qualitativa por meio de livros, artigos científicos e sites institucionais dos Conselhos de Farmácia. O presente estudo está voltado para o território nacional, visto que se torna inviável restringi-lo a um único local.

Portanto, o presente trabalho está organizado em três capítulos. De forma que no primeiro está contido o contexto histórico da Atenção Farmacêutica no âmbito global e nacional, as características que levaram ao surgimento do termo e sua construção conceitual. 

No segundo capítulo, abordou-se sobre um breve histórico da saúde mental no Brasil e sobre alguns transtornos mentais frequentes na população brasileira. Por último, no terceiro capítulo discorreu-se sobre acompanhamento farmacoterapêutico a pacientes com transtornos mentais inseridos no Centro de Atenção Psicossocial do SUS, com uma breve avaliação dos desafios e impactos do acompanhamento farmacoterapêutico.

Os resultados obtidos através desta revisão de literatura permitiram identificar que a Atenção Farmacêutica é uma ferramenta importante que influencia diretamente sobre a saúde de pacientes com transtornos mentais e contribui com a melhoria da saúde e qualidade de vida.

2 METODOLOGIA 

A metodologia aplicada para o desenvolvimento do presente estudo ocorreu por meio de uma pesquisa bibliográfica, com o levantamento de informações acerca do tema pesquisado. Trata-se de uma pesquisa descritiva elaborada por meio de uma abordagem qualitativa e tendo como local de estudo o cenário nacional. 

A pesquisa bibliográfica é uma etapa fundamental em todo trabalho científico que influenciará todas as etapas de uma pesquisa, na medida em que der o embasamento teórico em que se baseará o trabalho. Consistem no levantamento, seleção, fichamento e arquivamento de informações relacionadas à pesquisa (AMARAL, 2007, p. 01).

O presente estudo foi estruturado inicialmente através de pesquisa bibliográfica fazendo o uso de fontes como livros, dissertações, sites, artigos, referenciando-se de autores como LYRA Jr. et al., (2000, apud OPAS, 2010) e Hepler & Strand (1999, apud, PEREIRA; FREITAS, 2008) e outros, com uma contextualização da história da origem e evolução da atenção farmacêutica no mundo e no Brasil. 

Para enriquecer a pesquisa em questão utilizou-se a pesquisa documental que apesar de se parecerem, Gil (2002, p. 87), assegura que “[…] há pesquisas preparadas com embasamento em documentos […]. É o fato das pesquisas organizadas mediante informações de caráter quantitativo, bem como daquelas que se amparam das técnicas de análise de contexto”.

Iniciou-se a partir da classificação de dados coletados através de livros, artigos científicos, sites institucionais dos Conselhos de Farmácia, como também na base de dados SCIELO e GOOGLE ACADÊMICO, utilizando as palavras-chaves: Atenção Farmacêutica, Atenção Farmacêutica no CAPS e Atenção Farmacêutica na Saúde Mental. Verificou-se a relevância dos dados por meio de uma seleção que obedeceu aos critérios de inclusão e exclusão: Artigos publicados com conteúdo que esclarece a importância do tema proposto. 

Na etapa seguinte, todos os trabalhos pesquisados passaram por uma nova seleção, analisando-se os títulos, resumos e a relevância do conteúdo sobre a temática para a revisão bibliográfica, onde posteriormente foram realizadas leituras detalhadas e análise criteriosa.

O levantamento bibliográfico ocorreu entre os meses de setembro a novembro de 2022, agrupando um total de 45 (quarenta e cinco) artigos onde após uma última seleção foram escolhidos 36 (trinta e seis) destes, para contribuição do embasamento teórico desta revisão bibliográfica.

3 ORIGEM E EVOLUÇÃO DA ATENÇÃO FARMACÊUTICA NO MUNDO

Este capítulo retrata os fatos mais relevantes da historicidade da origem do termo atenção farmacêutica no mundo na década de 80, bem como a sua evolução e chegada no Brasil na década de 90. Esse período é de extrema relevância pois trata do surgimento e como a atenção farmacêutica se desenvolveu ao longo do tempo.

Compreender a prática de “Atenção Farmacêutica”, que vai muito além do “Cuidado farmacêutico”, faz-se necessário conhecer sua trajetória histórica e suas transformações conceituais no mundo. Qual a sua finalidade, enfatizando que, a mesma se trata de um instrumento que busca resultados satisfatórios para os pacientes em tratamento medicamentoso (JUNQUEIRA et al., 2019).

A Atenção farmacêutica consiste em um conjunto de práticas desempenhadas pelo farmacêutico, que tem por objetivo a orientação, o acompanhamento farmacoterapêutico e a promoção do uso correto de medicamentos com a principal finalidade voltada para a qualidade de vida do paciente.

Ao longo do tempo, o percurso da Atenção Farmacêutica foi marcado pelo resgate do papel social e da relação entre o farmacêutico e o paciente. O seu surgimento decorreu da necessidade de um olhar mais voltado para o paciente e não mais como antes, centrado ao medicamento.  

A evolução tecnológica e a produção em massa de medicamentos fomentaram uma grande crise profissional com a desconstrução do papel do farmacêutico como mero dispensador de medicamentos, transformando a farmácia em um estabelecimento comercial, o que consequentemente estimulou o consumo excessivo de medicamentos, aumentando as vendas e lucros de maneira que trouxe também consequências para a saúde da população (PEREIRA; FREITAS, 2008).  

Em razão disso, esses elementos suscitaram em indagações sobre a responsabilidade do uso e do controle de medicamentos, convertendo-se como uma nova questão de saúde pública, que carecia passar por reformulações na busca da resolução e prevenção, para garantir a segurança e efetividade durante o seu processo de utilização na identificação dos problemas relacionados ao uso de medicamentos e os resultados negativos associados à medicação.

Em face das inúmeras e diferentes demandas de saúde vivenciadas no mundo, o mercado profissional exigiu e atribuiu mais responsabilidades as práticas profissionais do farmacêutico, com objetivo de ampliar os avanços no aspecto do cuidado aos usuários de medicamentos, através da qualificação desse profissional como garantia de alcançar um tratamento mais indicado, seguro e efetivo. 

Surge então, em meados dos anos 80 nos EUA o termo “Atenção Farmacêutica” por meio da expressão “Pharmaceutical Care”. E o primeiro conceito despontou na literatura através dos professores norte-americanos Hepler e Strand que a definiram como a provisão responsável da farmacoterapia, de maneira a alcançar resultados que melhorem a qualidade de vida do paciente (PEREIRA; FREITAS, 2008).

Assim, compreende-se que, nos Estados Unidos a Atenção Farmacêutica surgiu para melhorar a qualidade de vida dos pacientes, este conceito foi determinado por professores norte americanos, pois é necessário muito cuidado com o paciente e sua adesão ao tratamento medicamentoso.

Conforme Hepler e Strand (1999 apud, PEREIRA; FREITAS, 2008), os resultados são caracterizados por quatro elementos relevantes que abrange a cura da doença, a redução ou eliminação dos sintomas, a interrupção ou retardamento do processo patológico e a prevenção de uma doença ou dos sintomas.

Inicialmente, a expressão e conceituação proposta por esses autores foi amplamente aceita e adotada por profissionais farmacêuticos de diversos países do mundo. Só mais tarde que essa nomenclatura foi questionada pelos autores (CIPOLLE et al., 2000 apud, PEREIRA;

FREITAS, 2008) que realizaram o projeto “Minnesota Pharmaceutical Care Project” no qual examinaram de forma crítica a teoria em desenvolvimento e a prática existente da Atenção Farmacêutica, estendeu-se às ideias e responsabilidades dessa nova prática profissional.

  Posteriormente, novas atualizações e discussões internacionais de demais autores acerca da temática potencializou a relevância das atividades farmacêuticas e a produção de diferentes trabalhos da área. Diante deste cenário, a Atenção Farmacêutica recebeu inúmeras compreensões pelo mundo e tornou-se um dos grandes desafios para o seu entendimento, onde mais tarde foi imprescindível chegar a um consenso mundial.

A proposta da Atenção Farmacêutica é baseada no acompanhamento farmacoterapêutico do paciente por meio de sua orientação, associado à prestação de serviços farmacêuticos de qualidade, o que contribui para prevenir e detectar resultados negativos da farmacoterapia para serem solucionados (CHAGAS, 2013, p.12).

Logo, essa prática foi reconhecida de forma sistematizada onde passou a ser considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), como um serviço indispensável na relação paciente-medicamento (WHO, 2000, apud DOBLINSKI, et al., 2008). Na qual foi defendida como uma nova prática farmacêutica e desde então foi conceituada (OMS, 1994, apud, PEREIRA; FREITAS, 2008), como: Um conjunto de atitudes, valores éticos, funções, conhecimentos, responsabilidades e habilidades do farmacêutico na prestação da farmacoterapia.

A determinação conceitual imposta pela (OMS) foi sustentada pela criação de um conjunto de recomendações internacionais expressivas no que tange ao medicamento, o papel do farmacêutico no âmbito da atenção à saúde e a inserção da atenção farmacêutica na prática profissional. E após essas ações da OMS muitas outras ações foram desenvolvidas neste sentido.

Em 1985, a OMS convocou uma importante conferência em Nairobi sobre o URM. Desde então, têm aumentado os esforços para melhorar as práticas de uso de medicamentos. Como resultado, a OMS elaborou um protocolo com um método objetivo para ser usado como instrumento de trabalho nos serviços de saúde, capaz de descrever o padrão de uso e a prática de prescrição de medicamentos. O principal objetivo deste protocolo é definir um número limitado de parâmetros para descrever a situação de um país, região ou centro de saúde, particularmente no que diz respeito ao uso de medicamentos (OMS, 1993, apud TABOLHA; CASTILHO; SANTOS, 2017, p. 03).

Ademais, a construção do conceito de Atenção Farmacêutica fomentou mudanças profundas na prática farmacêutica tradicional com um novo paradigma do farmacêutico cuidador, na definição de estratégias e reflexão crítica sobre os resultados alcançados nos aspectos clínico, econômico e humanista. Inovações neste âmbito que reformulou a profissão, com nova atuação e novas ações.

3.1 BREVE HISTÓRICO DA CONSTRUÇÃO DO CONCEITO DE ATENÇÃO FARMACÊUTICA NO BRASIL

Neste capítulo apresenta-se um breve histórico da construção do conceito de atenção farmacêutica no Brasil, que envolveu a prática e formação dos profissionais de saúde, bem como a implementação de ações preconizadas pelos SUS, onde a garantia do acesso ao medicamento ainda é um obstáculo para seus gestores.

No contexto histórico Nacional, esse novo modelo de prática profissional surgiu no país no ano 1995 e assim como em vários países do mundo ampliou-se ainda mais o campo das discussões sob vários aspectos e compreensões do papel do farmacêutico no âmbito da Atenção Farmacêutica e das políticas farmacêuticas (LYRA Jr. et al., 2000, apud OPAS, 2010).

Ressalta-se que, antes da integração da assistência farmacêutica ao Sistema Único de Saúde, existia um órgão denominado de criação da Central de Medicamentos, este tinha como objetivo promover o acesso a medicamento para a população mais pobre, e fomentar a internalização da produção pública de medicamentos no Brasil. 

O Sistema Único de Saúde, em seu bojo traz como princípios doutrinários a integralidade a universalidade e a equidade e como princípios organizacionais a regionalização, hierarquização, descentralização tendo como comando único a participação popular. E por isso no sentido da Assistência Farmacêutica o SUS contribuiu com várias iniciativas para que o medicamento não se tornasse apenas um insumo (BRASIL, 2007).

Com a ampliação do acesso da população ao SUS, exigiu-se mudanças na organização da Assistência Farmacêutica, dessa forma, houve um aumento na cobertura da distribuição gratuita de medicamentos, reduzindo custos e construindo um arcabouço legal com o objetivo de sustentar o processo de descentralização da gestão das ações onde marcou o início da prática de Atenção farmacêutica.  

Segundo LYRA Jr, et al., (2000, apud OPAS, 2010), a filosofia dessa nova prática foi introduzida pela primeira vez no Brasil por professores e alunos que participaram do I Concurso de Aconselhamento ao Paciente, no XVIII Encontro Nacional de Estudantes de Farmácia (ENEF), ocorrido em Natal, no Rio Grande do Norte e nesse processo de comunicação eles entenderam a necessidade de mudança do atendimento farmacêutico com o paciente.

Estes grupos tinham como objetivo proporcionar maior integralização, incentivando a troca de informações possíveis entre os participantes. Eles sabiam que era necessária uma postura mais voltada para o bem estar do paciente e suas necessidades. Entenderam que havia uma total ausência de comunicação entre o usuário e os profissionais farmacêuticos existentes na época, e que esse olhar para o paciente era fundamental.

No entanto, mais tarde a falta de uniformização do conceito e promoção da Atenção Farmacêutica gerou grandes conflitos sobre alguns termos utilizados como “Atendimento farmacêutico e Orientação farmacêutica”, como também da apresentação do conceito de Atenção Farmacêutica realizada pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF), como sendo o de Assistência Farmacêutica. Uma vez que compreendem a diferentes conceitos, sendo que a Atenção farmacêutica está inserida dentro da Assistência Farmacêutica (OPAS, 2010). 

A Assistência Farmacêutica é fundamental no âmbito do SUS, e por isso é um componente indispensável para a efetiva implementação das ações de promoção de melhorias das condições de assistência à saúde da população.  Definindo-se como atividade prioritária da assistência à saúde, pois o medicamento é essencial, ele é um insumo estratégico para as melhorias de condições de saúde da população.  

Dessa forma, por esses e outros motivos, no ano de 2001 farmacêuticos e representantes de entidades como a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e o Ministério da Saúde promoveram intensas discussões sobre os conceitos e práticas farmacêuticas no Brasil (OPAS, 2010).

Foram muitos os debates reflexivos sobre a Promoção da Atenção Farmacêutica no Brasil, muitos caminhos foram trilhados e todos eles tiveram grande importância na definição das ações a serem realizadas. E nestas discussões, a I Oficina Nacional de Atenção Farmacêutica apresentou-se o conceito proposto para a Atenção Farmacêutica.

É um modelo de prática farmacêutica, desenvolvida no contexto da Assistência Farmacêutica. Compreende atitudes, valores éticos, comportamentos, habilidades, compromissos e co-responsabilidades na prevenção de doenças, promoção e recuperação da saúde, de forma integrada à equipe de saúde. É a interação direta do farmacêutico com o usuário, visando uma farmacoterapia racional e a obtenção de resultados definidos e mensuráveis, voltados para a melhoria da qualidade de vida. Esta interação também deve envolver as concepções dos seus sujeitos, respeitadas as suas especificidades bio-psico-sociais, sob a ótica da integralidade das ações de saúde (I OFICINA, 2001, p. 15-16).

A I Oficina Nacional de Atenção Farmacêutica se refere aos valores éticos, comportamentais, habilidades e compromissos e co-responsabilidades quando se fala em prevenção de patologias, promoção e recuperação da saúde, de maneira integrada à equipe de saúde.

Considera-se que, durante o processo de atenção ao usuário, compreendido em inúmeros estágios, ocorreu um consenso sobre a proposição destes macros-componentes da Atenção Farmacêutica. Estes componentes devem ser adotados de maneira que possa proporcionar ao paciente um acompanhamento desse processo de uso de medicamentos, durante todo o tratamento.

1.Educação em saúde (incluindo promoção do uso racional de medicamentos); 2. Orientação farmacêutica; 3. Dispensação; 4. Entrevista Farmacêutica; 5. acompanhamento/seguimento farmacoterapêutico; 6. Registro sistemático das atividades, mensuração e avaliação dos resultados. (I OFICINA, 2001, p. 17).

O profissional farmacêutico, tem a função de orientar o paciente sobre o uso racional de medicamentos, seja na indicação do tratamento, na dosagem, frequência, armazenamento, efeitos colaterais interação, e apontar a maneira correta do uso dos insumos. Ele também é o responsável pela dispensação de medicamentos, entrevista como o paciente sobre a patologia que o mesmo apresenta, bem como o tratamento indicado pelo médico.

O farmacêutico, na realização de suas atribuições, compete ainda a ele, acompanhar esse paciente durante seu tratamento, fazendo o registro sistemático dessas atividades realizadas, e ainda mensurar e avaliar os resultados apresentados por cada paciente durante a realização do tratamento.

Enfim, no ano de 2002, foi elaborada a Proposta do Consenso Brasileiro de Atenção Farmacêutica que trouxe um conceito mais amplo de Atenção Farmacêutica, sendo caracterizado como um documento teórico direcionador das práticas farmacêuticas no país (BRASIL, 2002, apud, PEREIRA; FREITAS 2008).

Nos últimos anos, novas publicações sobre os obstáculos existentes na implantação dessa nova prática no sistema de saúde do país têm sido intensificadas com garantias do acompanhamento da sua evolução cotidiana e as dificuldades enfrentadas pelos farmacêuticos na sua atuação profissional plena. 

As características que compõem a implantação dessa moderna configuração no país, exige quebras de paradigmas e mudanças que abrangem uma nova estruturação acadêmica na formação desse profissional do futuro, especialização da atuação clínica, atuação intensa das novas atividades farmacêuticas, além da construção e aprovação, social e econômica, de um modelo inovador de Atenção Farmacêutica. Estes, que juntos propõem o resgate do seu valor social na busca pela conquista da relação de respeito e confiança do farmacêutico com o paciente (PEREIRA; FREITAS, 2008).

Todavia, mesmo que esse processo transcorra vagarosamente no país, considera-se um grande avanço a projeção e realização de implantação de práticas de atenção farmacêutica nos dias atuais, em drogarias comerciais, em farmácia ambulatorial, programas de saúde da família (SUS), em pacientes diabéticos e com doenças crônicas, gestantes, Atenção Farmacêutica na saúde mental e outros.  

A Atenção Farmacêutica na saúde mental é muito importante porque, o farmacêutico desempenha um papel educativo, ele complementa sua prática ao promover melhorias na qualidade de vida e o uso consciente e responsável dos medicamentos. Dessa forma, a Atenção Farmacêutica integra o programa de apoio à atenção à saúde. Suas ações tem como foco na qualidade, no acesso e no uso racional dos medicamentos (SANTOS, 2018).

Grande parte dos pacientes com transtornos mentais fazem uso de medicamentos psicotrópicos, além de outras medicações para transtornos clínicos, e por isso possuem maior probabilidade de ocorrer interações medicamentosas entre esses medicamentos pois eles atuam seletivamente no Sistema Nervoso Central, são medicamentos seguros e necessários, mas que podem causar dependência física e psíquica.  Por isso é necessário a atuação da atenção farmacêutica, dos cuidados farmacêuticos durante o tratamento farmacoterapêutico. 

Nesse sentido, em agosto do ano de 2013 o Conselho Federal de Farmácia regulamentou através da Resolução nº 585/13 as atribuições clínicas do farmacêutico que tem por objetivo a promoção, proteção e a recuperação da saúde do paciente, resolução essa de fundamental importância tanto para os profissionais quanto para os usuários dos serviços (CFF, 2013). 

Dessa forma, o profissional farmacêutico tem muito a contribuir na qualidade de vida dos pacientes com transtornos mentais, isso porque suas atividades envolve os esclarecimentos das dúvidas sobre a doença, proporciona meios para adesão ao tratamento medicamentoso, informa a importância do uso racional dos medicamentos, e explica os riscos da automedicação.

4 BREVE HISTÓRICO DA SAÚDE MENTAL NO BRASIL

O presente capítulo visa abordar os principais marcos da história da saúde mental no Brasil e os transtornos mentais frequentes na população Brasileira. Este período foi envolvido pela luta pela redemocratização do país, na busca por uma reestruturação do sistema de saúde mental. A reforma psiquiátrica no país foi marcada pela luta antimanicomial, com críticas às práticas violentas e excludentes dos hospitais psiquiátricos.

As expressões utilizadas para caracterizar os doentes mentais no mundo e a posição ocupada por eles por muitos anos na história da saúde mental exibiram mudanças e quebras de paradigmas na construção da saúde mental no Brasil. Até então o doente mental era considerado um perigo para a sociedade, e por isso era excluído da mesma.

Foi no interior do manicômio, que surgiu a enfermagem brasileira. Sua origem não objetivou melhorar a assistência aos internos, mas vigiar, controlar e puni-los por seus atos. Não existiam trocas sociais entre trabalhadores de saúde e os internos, como comunicação, afetividade e acolhimento, os portadores de transtorno mental não recebiam tratamento digno, muitas vezes eram tratados com violência e, por não serem estimulados, suas potencialidades eram reduzidas até se tornarem incapazes de regressar ao convívio social (GUIMARÃES et al., 2013, p. 362).

As pessoas com transtornos mentais antigamente eram definidas como loucas, perigosas, desordeiras, alienadas, psicopatas, anormais e pelo seu comportamento social tido como perturbador da ordem, necessitavam ser reclusos em manicômios, ou seja, excluídos da sociedade. Desse modo, o preconceito e o grande estigma de que estas pessoas não eram reconhecidas como cidadãos os levavam sempre ao isolamento e à internação.

O ano de 1978 marca o início efetivo do movimento social pelos direitos dos pacientes psiquiátricos no Brasil. Neste ano teve início a reforma psiquiátrica brasileira, com críticas sobre a forma como os doentes mentais eram tratados nos hospitais psiquiátricos, estes sofriam com a violência nessas unidades e eram totalmente excluídos da sociedade, este período foi uma grande luta antimanicomial.

Surge neste ano o Movimento dos Trabalhadores em Saúde Mental (MTSM), formado por integrantes do movimento sanitário, associações de familiares, sindicalistas, membros de associações de profissionais e pessoas com longo histórico de internações psiquiátricas (MANN, 2021, s.p.).

O movimento dos Trabalhadores em Saúde Mental buscava mudanças no modelo assistencial, juntamente com outros segmentos sociais, os usuários, suas famílias e associações, essa luta pregava a desinstitucionalização com foco no cuidado com as pessoas com transtornos mentais.

Logo, entre os anos de 1978 a 1991 uma reflexão sobre esse contexto de saúde mental levou a construção de novas políticas públicas de saúde e social no país que foi marcada por intensos movimentos antimanicomiais, que resultou na Reforma Psiquiátrica e do Sistema Único de Saúde (SUS), com uma grande conquista que culminou na substituição do modelo hospitalocêntrico (CAMARGO, 2016).   

O novo modelo de assistência a pessoas com transtorno mentais ganhou força com a criação da Lei da Reforma Psiquiátrica, pois esta veio para organizar a atenção à saúde mental com uma rede de base comunitária e sobre os direitos das pessoas com transtornos mentais. Esta lei foi o marco para o fechamento gradual dos manicômios e o seu objetivo era buscar um tratamento humanizado aos pacientes com doenças mentais. 

Surge então o novo modelo de atendimento assistencial na Rede de Atenção Psicossocial de grande relevância para a sociedade com a criação dos Centros de Atenção Psicossocial, que foram destinados para atender esses pacientes com ansiedade, depressão, transtorno bipolar, esquizofrenia e outros, com a promoção de intervenções que assegure a sua inserção na família e integração na sociedade (COSTA; LOTTA, 2021).

A Rede de Atenção Psicossocial é uma rede de saúde que envolve o cuidado, com o objetivo principal de assegurar às pessoas com sofrimento ou transtorno mental que elas tenham acesso ao atendimento integral e humanizado. Seu foco é no acolhimento e acompanhamento contínuo a vinculação à rede.  A Rede de Atenção Psicossocial busca a integralidade do cuidado, através da integração dos serviços ofertados.

O Centro de Atenção Psicossocial é um sistema aberto que pertence ao SUS, trata-se de um local de tratamento para indivíduos que possuem algum tipo de sofrimento mental. Neste sentido, o CAPS tem como objetivo oferecer atendimento à população de sua área de abrangência, com o acompanhamento e reinserção dos usuários pelo acesso ao trabalho, lazer, exercícios dos direitos civis e fortalecimento dos laços familiares e comunitários.

Os CAPS se diferenciam, e é importante falar brevemente sobre cada um deles. O CAPS I, tem como foco usuários adultos com transtornos mentais graves e persistentes decorrentes do uso de álcool e outras drogas. O CAPS II tem como prioridade pessoas com sofrimento psíquico decorrentes de transtornos mentais graves e persistentes. Já o CAPS III, atende os mesmos requisitos do CAPS II, acrescido de atendimento a pacientes relacionados ao uso de substâncias psicoativas e outras situações que lhe impeçam de estabelecer laços sociais (BRASIL, 2011).

Os CAPS são muito importantes, eles atuam com pessoas e casos específicos, cada um tem um atendimento definido, para melhor desenvolver suas atividades, o CAPS I e II tem prioridade ao atendimento a pessoas com transtornos mentais e uso de drogas e álcool. Todos esses atendimentos são realizados no âmbito do Sistema único de saúde.

Ainda de acordo com Brasil (2011), existem ainda o CAPSad e infanto-juvenil CAPSi.O CAPSi atende crianças e adolescentes, que apresentam prioritariamente sofrimento psíquico causados por transtornos mentais graves persistentes. E o CAPSad, realiza um trabalho de atenção psicossocial direcionado a pacientes com transtornos decorrentes de uso e dependência de substâncias psicoativas.

   Neste contexto, a Rede de Atenção Psicossocial é de fundamental importância uma vez que, ela oferece a garantia para que as pessoas com sofrimento ou transtorno mental tenham acesso a um atendimento integral e humanizado, ela garante a articulação e integração dos pontos de atenção da rede de saúde no território.  

4.1 CONSIDERAÇÕES A CERCA DE ALGUNS TRANSTORNOS MENTAIS

À medida que a população mundial cresce, a quantidade de pessoas com transtornos mentais frequentes avança também em crescimento, o que resulta na elevação do consumo de medicamentos, de forma a gerar assim impactos consideráveis sobre a saúde pública e social dos países. Por isso é fundamental que os casos que envolvam transtornos mentais tenham acampamento pelos profissionais da área.  

Transtornos mentais, de acordo com o CID –10 tem em comum uma etiologia demonstrável, de doença ou lesão cerebral, ou outra afecção que leve a uma disfunção cerebral. Disfunção esta que pode ser primária como em doenças, lesões e afecções que afetam o cérebro diretamente e preferencialmente; ou secundário, como em doenças e transtornos sistêmicos que acometem o cérebro como um dos múltiplos órgãos ou sistemas corporais envolvidos (MARCONE; ETAPECHUSK; CAMPOS, 2018 p.02).

Estima-se que todo ser humano pode ser afetado por problemas de saúde mental, de maior ou menor gravidade, e em algumas fases da vida, isso ocorre mais frequentemente com a entrada na escola, adolescência, perda de algum ente familiar, desemprego, divórcio, traumas, fator genético e outros. Esses são alguns dos fatores que podem desencadear algum tipo de transtornos nos indivíduos.

Dentre os transtornos existentes no mundo estão o Transtorno Bipolar, Transtorno Obsessivo-compulsivo (TOC), Transtorno de personalidade Borderline, esquizofrenia, Transtorno de Ansiedade e Depressão.  Visto que, esse último transtorno mental, a depressão, foi considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), como o “mal do século XXI”, pois o índice dessa doença mental aumenta a cada ano (REVISTA ABM, 2018). 

Os transtornos mentais provocam alterações no pensamento, emoções e comportamento, se caracterizam por perturbações consideradas significativas que podem causar impactos negativos na qualidade de vida das pessoas que possuem. Comumente estão associados ao sofrimento. Por isso merecem atenção e cuidados para que as pessoas consigam se tratar.  

Os transtornos mentais, neurológicos e por uso de álcool e outras drogas (MNS) têm elevada prevalência e são responsáveis por uma grande carga de doenças e incapacidade em todo o mundo. Ainda existe uma grande lacuna entre a capacidade e os recursos disponíveis nos sistemas de saúde, as demandas urgentes e o que está disponível para reduzir a carga. Quase 1 em cada 10 pessoas tem um transtorno de saúde mental, mas somente 1% da força de trabalho em saúde mundial oferece atenção à saúde mental (MI-mhGAP, 2018, p.04).

Existem muitos transtornos mentais, com distintas apresentações. Geralmente eles são caracterizados por uma combinação de pensamentos, emoções, percepções e comportamentos anormais que podem afetar ainda as relações com outras pessoas. Percebe-se que, cada vez mais, a carga desses transtornos cresce, com impactos significativos sobre a saúde. Por isso, de modo geral há uma necessidade de se conhecer alguns transtornos de saúde mental e a atenção oferecida voltada para esses pacientes. 

A depressão é definida como um transtorno psicológico comum e frequente que atinge cerca de 300 milhões de pessoas no mundo. Essa condição acomete mais o público feminino que o masculino. Esse transtorno é caracterizado por sintomas de profunda tristeza, falta de prazer, baixa autoestima, somadas a alterações de outros fatores físicos, como cansaço e fatores cognitivos, pela falta de concentração que leva ao indivíduo a incapacidade de realizar suas funções diárias (OPAS, 2022). 

Atualmente muitas pessoas são atingidas pela depressão, que se trata de uma doença psiquiátrica crônica e recorrente, que afeta o emocional e produz alterações do humor. Ela se caracteriza por um forte sentimento de dor, desencanto, bem como também da ausência de sono e do apetite. As pessoas depressivas perdem a vontade de realizar atividades que davam satisfação e prazer. 

Os transtornos mentais, são doenças muitas vezes silenciosas, que não apresentam sinais visíveis, e podem se apresentar em qualquer fase da vida, de modo a gerar prejuízos emocionais e físicos, nas relações pessoais, sociais e profissionais, o que afeta de forma negativa a qualidade de vida. Existem casos de depressão que dura pouco tempo, mas existem casos também que podem durar a vida inteira.

O sofrimento psíquico, seja ele o sofrimento mental comum ou os transtornos graves e crônicos, como as psicoses, se bem diagnosticados e manejados podem ser melhor compreendidos e estratégias de ação mais racionais, abrangentes, e menos iatrogênicas podem ser desenvolvidas. Sendo assim, as intenções, os objetivos e as metas por trás das ações do profissional de saúde se modificam. Portanto, é fundamental para o profissional da AB manter-se atento às diversas faces do paciente que se apresenta à sua frente (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2013, p.32).

Muitas pessoas com quadros depressivos possuem apenas sintomas leves, mas existem casos em que a depressão é muito grave, muitas pessoas chegam a ter pensamentos negativos, como suicídio, e outras ficam totalmente isoladas por longos períodos. Alguns desenvolvem sintomas psicóticos, e isso faz com que essas pessoas passem por momentos muito difíceis.

Alguns fatores podem ser considerados causadores de transtorno mental, como a genética, problemas hormonais ou uso de drogas que afetam o cérebro e o estilo de vida. Doenças em outras partes do corpo também podem afetar a mente, ou inversamente, transtornos mentais também podem levar a outras doenças pelo corpo. Um transtorno mental pode ser tratado através de medicamentos, ou várias formas de psicoterapia, tais como: Terapia Comportamental, Terapia Cognitiva, Terapia Interpessoal, Psicanálise, Psicoterapia Psicodinâmica e psicoterapia de apoio. REVISTA ABM, 2018).

São vários os fatores que podem causar algum tipo de transtorno mental, e por isso, para que o tratamento seja definido é preciso que haja primeiro o diagnóstico, em seguida o médico irá definir qual o melhor tratamento a ser realizado para o caso específico, seja ele medicamentoso, seja com terapias, ou como em muitos casos, são indicados os dois tipos em conjunto para melhores resultados. 

Entende-se que o sujeito com transtorno mental dispõe de prejuízos em suas relações interpessoais, surgindo assim conflitos e prejudicando o processo de identificação masculina ou feminina, que por sua vez cria inconstância na escolha do objeto sexual, podendo causar um envolvimento com pessoas de ambos os sexos, indicando a bissexualidade (MARCONE; ETAPECHUSK; CAMPOS, 2018 p.11).

A esquizofrenia é uma desordem cerebral que afeta o contato da pessoa com a realidade. A pessoa com esquizofrenia pode ter alucinações, ouvir vozes e em alguns casos, até chegar à perda ou diminuição na capacidade de iniciar planos, falar e expressar emoções. A causa da esquizofrenia ainda não é muito conhecida, mas acredita-se que possa ser uma combinação de fatores genéticos e ambientais.

No Transtorno Bipolar, fator relevante diz respeito ao risco de suicídio, além dessa condição muitas pessoas com diagnóstico dessa doença também apresentam outras comorbidades ao longo da vida, merece destaque o transtorno de ansiedade, comportamentais e ainda os relacionados a abuso de substâncias psicoativas (BOSAIPO; BORGES; JURUENA, 2017). 

Vale ressaltar ainda sobre o Transtorno Bipolar (TB), trata-se de uma patologia psiquiátrica grave, ela se caracteriza devido a oscilações de humor que envolve aspectos neuroquímicos, cognitivos, psicológicos, funcionais, familiares e socioeconômicos. Este é considerado um dos mais graves tipos de transtorno mental. Neste os episódios de humor podem variar de frequência, entre um episódio depressivo maior, maníaco, misto ou hipomaníaco. 

A ansiedade também é um mal que vem atingindo cada vez mais as pessoas. Neste sentido, quando esta passa a ocorrer de forma mais intensa e sistemática ela causa os chamados transtornos da ansiedade. O Transtorno de Ansiedade é uma doença psíquica caracterizada pela preocupação excessiva e constante de que algo ruim pode acontecer.

Nessa conjuntura, tem o Transtorno Obsessivo-Compulsivo, que é chamado de TOC, é uma patologia que se caracteriza através de obsessões, que diz respeito a pensamentos, imagens, ideia, medos, preocupações, dúvidas e impulsos que surgem na mente das pessoas de forma involuntária. São recorrentes e persistentes, causando ansiedade e desconforto.

Muitos indivíduos com TOC têm crenças disfuncionais. Essas crenças podem incluir senso aumentado de responsabilidade e tendência a superestimar a ameaça; perfeccionismo e intolerância à incerteza; e importância excessiva dos pensamentos (por exemplo, acreditar que ter um pensamento proibido é tão ruim quanto executá-lo) e necessidade de controlá-los (AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION et al., 2014, p. 238).

Quanto aos sintomas, são muitos os TOCs que os indivíduos podem desenvolver, geralmente causa preocupação excessiva, necessidades de higienizar ambiente ou a si mesmo muitas vezes seguidas, acumular coisas banais, evitar banheiro de shopping, entre muitos outros. O diagnóstico do TOC é clínico e por isso deve ser realizado por psiquiatra. 

Menciona-se ainda outro transtorno importante, o Transtorno de Personalidade Borderline (TPB). Este é classificado como um sofrimento mental também grave, com demandas complexas, principalmente pela instabilidade das relações interpessoais. Vale ressaltar que, este transtorno é de difícil diagnóstico, muitas vezes é confundido com outro transtorno. Por ser complexo, esse transtorno merece muita atenção, pois ele carrega graves consequências tais como autolesões e tentativa de suicídio (LEITE; CAMPOS, 2016).

O Sistema Único de Saúde tem procurado oferecer para suas populações programas, como por exemplo “CAPS”, que visam a prevenção e a redução da depressão, com tratamentos eficazes por meio de terapias e a depender da necessidade com a inserção farmacológica com o uso de antidepressivos. Tanto para depressão quanto para as demais doenças mentais. 

Embora a presença do farmacêutico não seja obrigatória nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPs), ele exerce função de extrema necessidade para que o paciente tenha adesão ao tratamento. Isso porque, muitos pacientes usam vários outros medicamentos e pela ausência de orientações sobre a administração certa fazem o uso de maneira incorreta, devido à falta de orientação. 

Os psicotrópicos são medicamentos controlados e podem causar efeitos colaterais ao serem administrados, dessa forma é de extrema importância o acompanhamento aos pacientes que fazem uso destas medicações. Acontece que, nas unidades de Atenção Psicossocial, não é obrigatório o profissional farmacêutico integrar a equipe multidisciplinar, podendo assim ser opcional, ocorre que, a inserção do profissional farmacêutico principalmente nessas unidades tem o objetivo de garantir o tratamento farmacoterapêutico como, por exemplo: o uso racional de medicamentos, a integralidade de ações assistenciais e gerenciais, as interações medicamentosas e a qualidade de vida ao paciente (NUNES, 2022, p.10).

Dessa forma, a presença do profissional farmacêutico na integração da equipe multidisciplinar é fundamental, pois ele é o profissional que possui capacidade para fazer o rastreamento e a orientação sobre os melhores horários para que as medicações sejam administradas, interação medicamentosa, e dessa forma evitar que o paciente tenha sua saúde prejudicada.

A atenção farmacêutica é o processo pelo qual o farmacêutico colabora e agrega substancialmente com o paciente e equipe multidisciplinar, na implementação e monitorização dos planos farmacoterapêuticos com o intuito de produzir resultados terapêuticos específicos ao paciente. Estes que irão impactar diretamente no aumento da qualidade de vida dos pacientes, no uso correto dos medicamentos, na promoção, proteção e recuperação da saúde. Portanto, a ausência da Atenção Farmacêutica especializada impacta em transtornos e prejuízos para os pacientes, dada a sua relevância.

5  ACOMPANHAMENTO FARMACOTERAPÊUTICO A PACIENTES COM TRANSTORNOS MENTAIS INSERIDOS NO CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL DO SUS

O presente capítulo visa analisar o cenário atual de atuação do farmacêutico no acompanhamento farmacoterapêutico e a relação de cuidado com o paciente durante o tratamento. Apresentar a nova prática farmacêutica, suas atribuições e ações, bem como o reconhecimento e valorização deste profissional no CAPS.

O acompanhamento farmacoterapêutico é definido como um serviço clínico de natureza técnica, caracterizada por um conjunto de atividades específicas, realizadas exclusivamente pelo profissional farmacêutico especializado em Atenção farmacêutica ou Farmácia clínica, que visa auxiliar o paciente quanto ao uso correto de medicamentos para obtenção de resultados seguros e melhor qualidade de vida. 

Conforme a Organização Pan-Americana de Saúde, o acompanhamento farmacoterapêutico é compreendido como um componente da Atenção Farmacêutica e que confirma um processo no qual o farmacêutico se responsabiliza pelas precisões do usuário pertinentes ao medicamento, por meio da detecção, cautela e resolução de Problemas Relacionados aos Medicamentos de forma sistemática, contínua e documentada, com o objetivo de alcançar resultados definidos, para alcançar a melhoria da qualidade de vida do usuário (OPAS, 2002).

A profissão farmacêutica tem passado por inúmeras alterações que visam atender às novas demandas sociais, a mesma engloba um conjunto de ações e serviços que objetivam possibilitar a assistência terapêutica integral, a promoção e integração da saúde, que inclui a pesquisa, seleção, programação, aquisição, armazenamento, distribuição e a promoção do uso coerente de medicamentos. 

Apesar de a profissão farmacêutica ser bastante antiga, existe ainda a necessidade de harmonização na utilização dos termos referentes à prática clínica. O termo “atenção farmacêutica”, por exemplo, é muitas vezes utilizado como sinônimo de acompanhamento farmacoterapêutico, mas, na realidade, se refere a algo mais amplo (GOMES, et al, 2019).

Deste modo, o Conselho Federal de Farmácia – CFF, concorda com o conceito proposto pela OPAS e realiza um adendo “serviço pelo qual o farmacêutico realiza o gerenciamento da farmacoterapia, por meio da análise das condições de saúde, dos fatores de risco, do tratamento do paciente, da implantação de um conjunto de intervenções gerenciais, educacionais e do acompanhamento do paciente”.

O acompanhamento farmacoterapêutico a pacientes com transtornos mentais, assistidos pelos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) exige que o profissional além das habilidades técnicas-assistenciais possua uma boa comunicação com o paciente, a fim de estabelecer uma relação de cuidado.  É a partir das consultas periódicas que o farmacêutico monitora o tratamento e identifica os problemas relacionados ao uso de medicamentos sempre com foco na necessidade clínica individual do paciente.

No âmbito da saúde mental, os pacientes com transtornos mentais, em sua maioria fazem uso de medicamentos de controle especial, e a integração do farmacêutico na equipe multidisciplinar no serviço de acompanhamento farmacoterapêutico se torna peça chave no tratamento.

Segundo a Portaria SVS/MS nº 344, de 12 de maio de 1998, o farmacêutico é o profissional responsável pela isenção de medicamentos controlados, que necessita ocorrer com a sua autorização, em seguida a avaliação da prescrição e da notificação de receita (CAMARGO, 2016).

Existe a necessidade de atos que permitam o aprimoramento contínuo do farmacêutico, e assim realizar a apreensão do seu comportamento junto à equipe multidisciplinar para que este profissional esteja apto à prática clínica regressada aos pacientes com transtornos mentais. Este profissional e o responsável por garantir ainda os resultados da farmacoterapia, e contribuir com o bem estar e a qualidade de vida através da terapia medicamentosa eficiente.

5.1 DESAFIOS E IMPACTOS DO ACOMPANHAMENTO FARMACOTERAPÊUTICO

A Atenção Farmacêutica é um serviço de fundamental importância de atenção à saúde a pacientes com transtornos mentais e neste contexto, a inserção do farmacêutico na equipe multidisciplinar do CAPS é essencial para a identificação desses problemas.

Os desafios diários de um farmacêutico que realiza os serviços de acompanhamento farmacoterapêutico nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) no âmbito do SUS são inúmeros e podem ser identificados a partir de uma análise dos obstáculos que comprometem o sucesso do tratamento farmacológico desses pacientes (BRASIL, 2018). 

As atribuições diárias do profissional farmacêutico no CAPS requerem de muita atenção e cuidado, pois de maneira contínua deve-se proporcionar um tratamento digno e eficiente aos seus pacientes. O cuidado e o tratamento humanizado são prioridades. Por isso, esse profissional tem um desafio muito grande que é oferecer um serviço de qualidade aos seus usuários.

Segundo Mateus (2018), dentre os principais desafios encontrados podem-se destacar a falta de adesão ao tratamento adequado, o abandono do tratamento, seguida pela associação de medicamentos por meio da automedicação, o uso de medicamentos para autolesão não suicida e a administração de doses por conta própria ou sobredose intencional em tentativas de suicídio. A conjunção desses elementos impacta de forma direta a qualidade de vida desses pacientes. 

Constituindo-se do propósito de avaliar o desempenho e garantir que o acompanhamento farmacoterapêutico a esses pacientes de modo a contribuir com sua qualidade de vida deve ser priorizada algumas etapas determinantes, que engloba a primeira consulta para coleta de dados e avaliação do quadro de saúde do paciente para estabelecer um plano de cuidado. Este que será somado a consultas periódicas para o acompanhamento e avaliação dos resultados.

Pacientes com transtornos mentais necessitam de uma assistência e atenção farmacêutica com qualidade, já os pacientes têm acesso aos medicamentos essenciais, os quais muitas vezes possuem reações adversas e resultados negativos associados à medicação que podem ser minimizados com uma atenção farmacêutica efetiva. É importante que os pacientes tenham um diagnóstico minucioso, pois o número elevado de pacientes com transtornos mentais pode estar relacionado com diagnósticos incorretos, certificar de que apresenta por exemplo, o quadro clínico de depressão e não um simples momento de tristeza. Que o diagnóstico seja fechado corretamente para que o paciente não use medicamento de forma desnecessária (GOMES, 2013, p.28).

O primeiro e grande desafio do profissional farmacêutico nessa circunstância ainda é a falta de adesão do paciente ao tratamento adequado, em que há muitas interferências como a falta de conhecimento sobre o seu quadro de saúde mental, atrelado ao preconceito de familiares e receio dos efeitos dos medicamentos psicotrópicos. Consequentemente, o paciente não segue o aconselhamento médico e não inicia o tratamento, o que pode agravar o seu estado de saúde. Outro fator de destaque é o abandono do tratamento, um erro recorrente do paciente ao concordar iniciá-lo e por se tratar de um processo de longo prazo, o mesmo ao apresentar um estado de melhora momentânea opta por abandoná-lo, e faz com que se arraste para a progressão do caso. 

Embora o acompanhamento farmacoterapêutico seja descrito como um serviço complexo em diferentes aspectos do cuidado, o farmacêutico necessita centralizar nos objetivos de maneira a obter resultados seguros e eficazes. O usuário necessita desse cuidado e atenção, por isso a atuação deste profissional não pode se resumir a entrega de medicamentos apenas (SILVA; LIMA 2017).

 É comumente o enfrentamento de fatores relevantes como à associação de medicamentos de classes medicamentosas distintas e a automedicação que envolve as condições clínicas pré-existentes do paciente, que potencialmente gera uma interação medicamentosa significativa e prejudica o tratamento. Em sua maioria, há pacientes que utilizam a prática do auto diagnóstico, compram e administram medicamentos por conta própria sem a orientação médica devida ao apresentar queixas que são capazes de mascarar novos problemas de saúde.  

O farmacêutico ainda está muito ligado às atividades gerenciais, de logística do medicamento, contribuindo principalmente para a disponibilidade e oferta do mesmo. Outro fator determinante para atuação do farmacêutico na Saúde Mental e divulgação de suas experiências é a sua formação, que deve habilitar o profissional para atuar nos diferentes níveis de atenção e cuidado ao paciente, deixando de lado a formação tecnicista voltada principalmente à produção do medicamento (SANTOS, 2019, p.08).

Nos últimos anos, ampliou-se também a preocupação sobre outros desafios bastante discutidos pelos farmacêuticos, que são atribuídos ao uso de medicamentos para autolesão não suicida e a administração de doses por conta própria ou até mesmo voltada a sobredose intencional em tentativas de suicídio. Geralmente, esses atos são notados e avaliados através do comportamento que o paciente apresenta nas consultas periódicas durante o acompanhamento farmacoterapêutico. 

A ausência do vínculo entre paciente e o farmacêutico acaba por favorecer a execução de atos que provocam lesões superficiais ao próprio corpo, como a “automutilação” ou danos graves por meio do comportamento suicida que conduz ao óbito. São muitas as consequências que a falta de acompanhamento farmacêutico pode causar em pacientes que fazem uso de medicamentos (SANTOS, 2019).  

O farmacêutico deve criar um vínculo com o seu paciente, para que estes não os vejam como apenas um profissional, mas sim, como alguém confiável, que pode contar nesse processo de tratamento. É fundamental conhecer sobre a vida do paciente, como ele usa seus medicamentos, se ele faz uso de bebidas alcoólicas ou algum antibiótico são alguns dos exemplos do que o farmacêutico precisa saber para montar seu plano de acompanhamento farmacológico. 

Ressalta-se ainda que esse vínculo é criado a partir de uma comunicação assertiva que deve ser primordial durante todo o tratamento. O farmacêutico deve ouvir atentamente o paciente, entender os seus sentimentos e suas emoções com empatia, de modo que expresse sempre sua preocupação, cuidado e respeito.

Os diferentes desafios vivenciados diariamente pelo profissional farmacêutico, além de comprometer o andamento do tratamento do paciente, tem o potencial de desencadear novos fatores muito preocupantes, como: a falta de resposta ao tratamento, reações adversas, efeitos inesperados, intoxicações medicamentosas e o surgimento de outros problemas de saúde.

Portanto, a promoção do uso racional de medicamentos e o monitoramento do tratamento medicamentoso por meio da assistência farmacêutica constitui uma importante ferramenta para redução de lesões e riscos à saúde do paciente, consequentemente, diminuir os casos de intoxicações (DANTAS; ANDRADE; NETO, 2021, p.179).

O acompanhamento farmacoterapêutico integra o conjunto de práticas da atenção farmacêutica e busca os melhores resultados da farmacoterapia a partir de uma assistência próxima sobre uso correto do uso dos medicamentos, monitoramento frequente do tratamento e foco nas necessidades clínicas individuais do paciente.

5 CONCLUSÃO 

Nos últimos anos a área da atenção farmacêutica tem se difundido. Com a ampliação do acesso da população ao SUS, exigiu-se mudanças na organização da Assistência Farmacêutica. A mesma tornou-se tornou-se um componente indispensável para a efetiva implementação das ações de promoção de melhorias das condições de assistência à saúde da população.  Tornou-se atividade prioritária da assistência à saúde, pois o medicamento é essencial, ele é um insumo estratégico para as melhorias de condições de saúde da população. 

O propósito do estudo foi atendido, com a compreensão e resolução do problema, dentre os principais desafios encontrados podem-se destacar a falta de adesão ao tratamento adequado, o abandono do tratamento, seguida pela associação de medicamentos por meio da automedicação, o uso de medicamentos para autolesão não suicida e a administração de doses por conta própria ou sobredose intencional em tentativas de suicídio.

Os objetivos geral e específicos propostos foram alcançados satisfatoriamente, uma vez que apresentou-se os desafios no acompanhamento farmacoterapêutico a pacientes com transtornos mentais ressaltando o papel do farmacêutico no acompanhamento farmacoterapêutico a pacientes com transtornos mentais e quais os impactos da atenção farmacêutica no tratamento de pacientes com transtornos mentais bem como  apresentou as práticas de atenção farmacêutica que influenciam na prevenção de complicações no quadro de saúde de pacientes com transtornos mentais.

Portanto, conclui-se que, o acompanhamento farmacoterapêutico integra o conjunto de práticas da atenção farmacêutica e busca os melhores resultados da farmacoterapia a partir de uma assistência próxima sobre uso correto do uso dos medicamentos, monitoramento frequente do tratamento e foco nas necessidades clínicas individuais do paciente. De modo que para prestar esse cuidado de maneira eficaz, faz-se necessário que esse profissional além de possuir habilidades técnicas assistenciais, busque desenvolver estratégias de comunicação para obter um vínculo direto com o paciente. Esse novo vínculo que deve existir entre paciente e profissional farmacêutico é quem determinará o sucesso do tratamento do paciente, esse olhar mais humanizado.

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1Artigo apresentado à Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas, como parte dos requisitos para obtenção do Título de Bacharel em Farmácia, em 2023.
2 Graduanda em Farmácia pela Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas – E-mail: danuse.marques@gmail.com.
3 Professor(a)-Orientador(a). Especialista Política Social e Gestão Pública pela Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas – FACISA, em Itamaraju (BA). Graduada em Serviço Social pela Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas – FACISA, em Itamaraju (BA). Docente na Faculdade de Ciências Sociais e Aplicadas – FACISA – E-mail: jaquepagotto@gmail.com.