ATENÇÃO DOMICILIAR DA FISIOTERAPIA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA EM SAÚDE: CAMINHOS E DESAFIOS

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Contextualização: O Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica (NASF-AB) é um espaço onde o fisioterapeuta se insere fornecendo apoio e suporte clínico, sanitário e pedagógico às equipes da Estratégia de Saúde da Família (eSF) e da Atenção Básica (AB). Seu processo de trabalho nesse contexto envolve tanto atividades técnico-pedagógicas, produzindo ações de apoio educativo com e para as equipes, como também clínico-assistenciais, produzindo ou incidindo sobre a ação clínica direta com os usuários. Nessa última encontra-se, dentre outras atividades, a atenção domiciliar, um modelo que possui como pontos fundamentais o cuidado do paciente junto à família, no seu contexto e ambiente domiciliar.

Desenvolvimento: Na atenção domiciliar o fisioterapeuta pode atuar como promoção da saúde, identificando e modificando fatores de risco comportamentais e ambientais com impacto na funcionalidade, bem como em medidas de prevenção de complicações decorrentes de doenças; no
terapêutico, aplicando técnicas fisioterapêuticas para o tratamento de uma doença ou condição física; e na reabilitação, a fim de alcançar a maior independência e autonomia possíveis em situações de incapacidade funcional crônica, como em idosos restritos ao leito, por exemplo. No contexto da atenção básica, além de fortalecer o cuidado continuado e longitudinal, a atenção domiciliar cria um cenário rico para o olhar ampliado da equipe multiprofissional sobre os determinantes sociais da saúde. E apesar de importante porta de acesso das pessoas à assistência fisioterapêutica na atenção básica, o profissional pode enfrentar barreiras na atenção domiciliar como o tempo de atendimento, barreiras geográficas, distâncias e deslocamentos, entre outros, dificultando a eficiência na atenção aos usuários de forma plena.

Considerações finais: Assim, a fisioterapia hoje tem o desafio de pensar em ações que os auxiliem nas estratégias de atenção domiciliar. Neste sentido, é importante que a fisioterapia busque estratégias que ajudem a alcançar o maior número de usuários necessitados deste tipo de atenção, considerando suas barreiras e dificuldades. O distanciamento social vivenciado atualmente em decorrência da pandemia do COVID-19 tem nos pressionado a experimentar ferramentas com o intuito de auxiliar na continuidade da atenção e cuidado aos pacientes durante essa crise. O uso de tecnologias digitais para orientação, monitoramento e auxílio para cooperação da família e cuidador no processo do cuidado, associado ao aumento de estudos controlados da aplicação de protocolos de treinamento e exercícios domiciliares podem ser caminhos que devemos percorrer para preencher essas lacunas e promover uma atenção domiciliar que alcance a todos os usuários da atenção básica que necessitem deste tipo de atenção, sem perder de vistas a reflexão a respeito de suas limitações e desafios frente a uma população tão heterogênea e com situações tão complexas de vida.

Leitura complementar:
Thumé E, Facchini LA, Tomasi E, Vieira LA. Home health care for the elderly: associated factors and characteristics of access and health care. Rev Saude Publica. 2010;44(6):1102‐1111. doi:10.1590/s0034-89102010005000038

Medeiros PA de, Pivetta HMF, Mayer MS. Contribuições da visita domiciliar na formação em fisioterapia. Trab. educ. saúde. Nov. 2012;10(3),407-426. doi: 10.1590/S1981-77462012000300004. Procópio LCR, Seixas CT, Avellar RS, Silva KL da, Santos MLM. A atenção domiciliar no âmbito do

Sistema Único de Saúde: desafios e potencialidade. Saúde debate. , Abr.-Jun. 2019;43(121):592-604. doi: 10.1590/0103-1104201912123