NURSE ASSISTANCE IN THE CHILD CARE CONSULTATION IN THE FAMILY HEALTH STRATEGY
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8432567
Aline Gabriella Aparecida Munerati
Carlos Cesar Custódio
RESUMO: A puericultura é uma área da saúde dedicada ao acompanhamento integral das crianças, desde o nascimento até a adolescência, visando garantir um desenvolvimento saudável em aspectos físicos, emocionais e sociais. O enfermeiro desempenha um papel fundamental na puericultura, incluindo a avaliação do crescimento e desenvolvimento, administração de vacinas, orientação aos pais sobre cuidados com a saúde infantil, educação sobre nutrição adequada e detecção precoce de problemas de saúde. Além disso, promovem ambientes seguros para as crianças. Esta revisão visa aprimorar as práticas assistenciais do enfermeiro na Estratégia Saúde da Família (ESF) durante a puericultura, com foco na qualidade da assistência à criança e sua família, humanização do processo assistencial e destaque das atribuições e ações do enfermeiro nesse contexto. Foram selecionados artigos publicados entre 2017 e 2023 em português, abordando questões de enfermagem nas consultas de puericultura na ESF. Os artigos selecionados foram analisados por síntese descritiva e análise temática.
PALAVRAS-CHAVE: Aconselhamento; Criança; Enfermeiro; Estratégia de Saúde da Família; Puericultura.
ABSTRACT: Kindersorg is ‘n gesondheidsarea wat toegewy is aan die omvattende monitering van kinders, van geboorte tot adolessensie, met die doel om gesonde ontwikkeling in fisiese, emosionele en sosiale aspekte te verseker. Die verpleegster speel ‘n sleutelrol in kindersorg, insluitend die assessering van groei en ontwikkeling, die toediening van entstowwe, die verskaffing van leiding aan die land oor kindergesondheidsorg, opvoeding oor behoorlike voeding en vroeë opsporing van gesondheidsprobleme. Daarbenewens bevorder ons veilige omgewings vir kinders. Hierdie oorsig het ten doel om verpleegsorgpraktyke in die Gesinsgesondheidstrategie (ESF) tydens kindersorg te verbeter, met die fokus op die kwaliteit van sorg vir kinders en hul gesinne, die vermensliking van die sorgproses en verpleegpligte en -aksies in hierdie konteks. Die geselekteerde artikels is tussen 2017 en 2023 in Portugees gepubliseer, wat verpleegkwessies aanspreek ná kinders se konsultasie met die ESF. Die geselekteerde artikels is ontleed deur gebruik te maak van beskrywende sintese en tematiese analise.
KEYWORDS: Berading; Kind; Verpleegster; Gesinsgesondheidstrategie; Kindersorg.
1 INTRODUÇÃO
O enfermeiro, como membro essencial da equipe multiprofissional da ESF, detém obrigações e compromissos relacionados à saúde infantil e à família, e tem empregado a consulta de enfermagem (CE) como uma ferramenta crucial para seu envolvimento com essa população. (GAIVA; ALVES; MONTESCHIO, 2019)
A consulta de puericultura na atenção básica desempenha um papel abrangente que vai além da educação em saúde. Ela visa orientar os pais ou cuidadores de forma assertiva e adequada às necessidades individuais de cada criança. Além disso, tem como objetivos a detecção precoce de situações de risco à saúde, a prevenção de doenças, a atualização vacinal e o acompanhamento do desenvolvimento físico como peso e altura cognitivo, incluindo a fala. Essa abordagem integral considera não apenas o conhecimento das famílias, mas também os fatores sociais, econômicos e culturais que podem influenciar o cuidado infantil. Assim, a consulta de puericultura desempenha um papel fundamental na promoção da saúde infantil (NOVACZYK, DIAS; GAIVA, 2018)
A consulta de puericultura é uma ferramenta essencial na promoção da saúde das crianças, pois envolve procedimentos direcionados para o cuidado completo, incluindo o acompanhamento consistente e organizado do crescimento, desenvolvimento, imunização, amamentação, alimentação e orientações sobre a prevenção de incidentes (FURTADO, 2018)
A puericultura é uma estratégia de saúde que tem como objetivo acompanhar o crescimento e desenvolvimento da criança. Essa abordagem é focada na promoção da saúde e na prevenção de doenças na infância, com o intuito de evitar problemas que possam afetar a saúde física, psicológica e social da criança. O seu propósito é proporcionar uma vida saudável, através da orientação tanto aos pais quanto à própria criança, abordando aspectos essenciais como higiene, alimentação e cuidados relacionados à saúde e ao processo de doença (NETO, 2020).
A prática da puericultura está intrinsecamente ligada à concepção de infância e ao papel da criança na sociedade, variando de acordo com diferentes contextos culturais e históricos. É categorizada como uma disciplina das ciências da saúde que se dedica ao cultivo da vida e da saúde infantil, buscando garantir que as crianças alcancem um desenvolvimento natural. Nesse sentido, a puericultura é reconhecida como a principal ferramenta de proteção e promoção da infância (MARQUES, 2018).
A puericultura prioriza os cuidados com crianças menor de um ano de idade, visando alcançar a promoção da saúde e promover a educação em saúde. É definida como pediatria preventiva, a qual dedica-se e aos cuidados integrais de crescimento, desenvolvimento e acompanhamento da criança, para tentar diminuir doenças e agravos, de ocorrência comum nessa faixa etária. (BENICIO, 2016)
Trata-se de uma revisão de literatura, baseada em busca nas bases de dados Google acadêmico, repositório USP, Revistas, eletrônicas, manuais e estatutos relacionados à criança e adolescente, Ministério da Saúde, cartilhas, Manuais e portarias, utilizando os descritores ‘puericultura’, ‘enfermagem’ e ‘estratégias de saúde da família’. Foram selecionados artigos publicados no período de 2017 a 2023, no idioma português, que tratassem de questões de enfermagem nas consultas de puericultura da Estratégia Saúde da Família – ESF. Os artigos selecionados foram analisados por síntese descritiva e análise temática.
O estudo abrange uma revisão de literatura de natureza descritiva e exploratória, adotando uma abordagem qualitativa, (MIRANDA, 2020). Além disso, uma revisão integrativa da literatura foi conduzida utilizando diversas bases de dados, incluindo Livro de bibliotecas, 29 artigos encontrados no google acadêmico, 07 documentos oficiais e 02 portarias (GOES, 2018). Adicionalmente, a pesquisa englobou uma abordagem qualitativa descritiva, na qual oito enfermeiros atuantes na Atenção Primária à Saúde participaram. Os dados foram coletados por meio de grupos focais e posteriormente organizados em categorias empíricas, interpretadas utilizando a análise de conteúdo, (CAVALHEIRO, 2021). Por fim, também foi realizada uma pesquisa retrospectiva e documental, destacando a abordagem qualitativa e enfatizando o valor dos estudos documentais na complementação das informações obtidas por outras técnicas, ou mesmo na revelação de novos aspectos relacionados ao tema de estudo. (NOVACZYK, 2017).
Busca-se evidenciar as principais práticas assistenciais realizadas pelo enfermeiro para o aconselhamento em puericultura na ESF e possíveis lacunas na atuação dos profissionais nesse sentido. Esta revisão visa contribuir no aprimoramento das práticas assistenciais do enfermeiro e no aconselhamento puericultura na ESF, com o objetivo de melhorar a qualidade da assistência prestada à criança e sua família, desenvolver um olhar sistematizado na assistência, desenvolver o processo de humanização no processo assistencial
Este estudo tem como propósito destacar a relevância do papel do enfermeiro no aconselhamento em puericultura dentro da Estratégia Saúde da Família (ESF), enfatizando as principais responsabilidades e ações desempenhadas por esses profissionais nessa área específica.
Deste modo, espera-se contribuir para o fortalecimento da atenção básica à criança, destacando a importância do enfermeiro na puericultura da ESF. O enfermeiro norteia suas ações assistenciais com vistas a promover significativamente o bem-estar das crianças e suas famílias, promovendo práticas saudáveis, detecção precoce de problemas de saúde e encaminhamento adequado, promovendo uma vida mais saudável e feliz para todos.
1. O PAPEL DO ENFERMEIRO NA ASSISTÊNCIA
Desde que surgiu, em 1994, o Programa Saúde da Família – aos poucos se tornou a estratégia principal para ampliação do acesso primário à saúde e de mudança do modelo de assistência, até que houve a necessidade de reorganizar a base do sistema de saúde, o PSF, que passou a ser ESF, regido pela Portaria nº 648/2006 (PINTO; GIOVANELLA, 2018)
A atenção básica é a porta de entrada da população ao Sistema Único de Saúde (SUS), inclui-se o atendimento de crianças e suas famílias nas mais diversas condições de saúde. Privilegia-se, nessa perspectiva, um conjunto de ações de saúde individuais, familiares e coletivas que envolvem promoção, prevenção, proteção, diagnóstico, tratamento, reabilitação, redução de danos, cuidados paliativos e vigilância em saúde, desenvolvido por meio de práticas de cuidado integrado e gestão qualificada. Realizam-se essas ações por uma equipe multiprofissional, a qual o enfermeiro é o gerente de equipe, dirigindo-as à população em território definido sobre as quais as equipes assumem responsabilidade sanitária. (MINISTERIO DA SAUDE, 2017)
De acordo com Goes, (2018), o profissional enfermeiro é extremamente relevante na área da puericultura, tornando-se um fator fundamental para que se possa oferecer um cuidado ainda mais abrangente tanto às crianças quanto às suas famílias. Este profissional possui uma visão abrangente do continuum saúde-doença, e, durante as consultas de puericultura, consegue integrar de forma eficaz o conhecimento técnico com o contexto de vida da comunidade que está sendo atendida.
Essa dinâmica envolvendo a puericultura foi derivada da palavra puericultura, que em sua etimologia é (puer, criança) + Cultura, empregada pela primeira vez pelo suíço Jacques Ballexserd em 1762, e ainda hoje utilizada na medicina pediátrica, esse termo se refere ao processo de promover e prevenir as crianças durante sua fase de crescimento (MIRANDA, 2020).
Portanto, a puericultura apresenta não só promoção da saúde como também importante papel social, tornando-a ferramenta primordial de sensibilização e investigação dos profissionais como também de qualificação profissional permanente com a finalidade de que as ações de vigilância do crescimento infantil estejam de acordo com o que foi estabelecido para a Atenção Primária a Saúde. (PEDRAZA; SANTOS, 2017).
O enfermeiro, como membro da equipe de saúde, e gestor desta, deve considera as estratégias de ação propostas na Política Nacional de Atenção Básica, assim como o PNAISC outras políticas desta área de conhecimento, com vistas à promoção da saúde da criança. Observa-se, no entanto, que ainda são necessários estudos que aprofundem suas investigações sobre ações do enfermeiro nas consultas e a relação com o contexto socioeconômico e cultural, bem como a estrutura das relações familiares, o apoio de redes sociais, as vulnerabilidades deste grupo social, o conceito de saúde para os familiares da criança e o que se considera fundamental para o bem-estar e a qualidade de vida para que esta possa crescer e se desenvolver em condições dignas e harmônicas. (MOREIRA, 2017)
Há que se ressaltar que a PNAISC s surge com o intuito de combater a mortalidade infantil e promover um enfrentamento ainda mais fortalecido na proteção da saúde da criança, no combate à desnutrição, no fortalecimento do aleitamento materno, combate à violência infantil e outras vulnerabilidades, o Ministério da Saúde viu a necessidade de criação da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança – PNAISC, instituída por meio da Portaria nº 1.130, de 5 de agosto de 2015, que figura como base a nortear toda a assistência e cuidado do profissional enfermeiro. (BRASIL, 2015).
Com o propósito de fomentar a saúde infantil e promover o aleitamento materno, o Ministério da Saúde estabeleceu a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança (PNAISC). Essa política engloba o cuidado abrangente à criança desde a gestação até os 9 anos de idade, com uma atenção especial voltada para os primeiros anos de vida e para as comunidades em situação de maior vulnerabilidade. O seu objetivo central é reduzir as taxas de morbimortalidade infantil e criar um ambiente propício para que as crianças possam viver com dignidade e alcançar seu pleno desenvolvimento. (PORTAL DO GOVERNO FEDERAL, 2022)
A política é organizada em sete eixos estratégicos, com o propósito de direcionar e elevar a qualidade das ações e serviços de saúde voltados para a infância em todo o país. Esses eixos levam em conta os fatores sociais determinantes e condicionantes, com o objetivo de garantir o direito à vida e à saúde das crianças. Almeja-se a efetivação de medidas que assegurem o nascimento e o desenvolvimento saudável e harmonioso na infância, ao mesmo tempo em que se busca a redução das vulnerabilidades e dos riscos relacionados a doenças e outros agravos. Isso inclui a prevenção de enfermidades crônicas na vida adulta e a redução da mortalidade infantil precoce. (PORTAL DO GOVERNO FEDERAL, 2022)
Os pilares da política são: 1. Atenção humanizada e qualificada à gestação, ao parto, ao nascimento e ao recém-nascido; 2. Aleitamento materno e alimentação complementar saudável; 3. Promoção e acompanhamento do crescimento e do desenvolvimento integral; 4. Atenção integral a crianças com agravos prevalentes na infância e com doenças crônicas; 5. Atenção integral a crianças em situação de violências, prevenção de acidentes e promoção da cultura de paz; 6. Atenção à saúde de crianças com deficiência ou em situações específicas e de vulnerabilidade; 7. Vigilância e prevenção do óbito infantil, fetal e materno. (PORTAL DO GOVERNO FEDERAL, 2022)
A ESF (estratégia saúde da família) é composta por equipes de Saúde da Família – ESF, cada equipe multiprofissional é constituída por um médico, um enfermeiro, auxiliar e/ou técnico de enfermagem e um agente comunitário de saúde – ACS; é possível que faça parte da equipe também um agente de combate a endemias (ACE) e profissionais de saúde bucal, cirurgião-dentista, auxiliar ou técnico (BRASIL, 2017).
Quando à assistência prestada a essa população é realizada de forma integral, centrada na família, contemplando todos os aspectos e particularidades no que concerne à criança, é possível prever complicações e realizar os encaminhamentos e tratamentos que se façam necessários dentro das Redes de Atenção à Saúde (RAS), evitando possíveis complicações e até mesmo internações desnecessárias. (GOES, 2018)
No âmbito da ESF, o enfermeiro detém função relevante de planejar, gerenciar e executar ações no âmbito da saúde individual e coletiva, supervisionar a assistência direta à população, realizar ações de promoção, prevenção, cura e reabilitação, articular ações intersetoriais, gerenciar os serviços de saúde, desenvolver educação em saúde e educação permanente, bem como conduzir essas equipes. (BRASIL, 2017)
Dentre as atribuições do enfermeiro, o acompanhamento e a avaliação do crescimento e desenvolvimento infantil são realizadas, seja na própria unidade básica de saúde como também através da visita domiciliar ou nos demais espaços comunitários, entretanto déficits vem sendo observados na aplicabilidade da integralidade do cuidado, tanto nos aspectos da oferta e disponibilidade de serviços que atuem nas necessidades apresentadas pela criança, o déficit na atualização por parte dos profissionais nas ações prestadas ao público infantil, como também pelo cuidado ainda guiado pelo contexto biológico, hospitalocêntrico. (FURTADO, 2018)
Com a realização de toda a coleta de dados do prontuário e exame físico, permite ao enfermeiro diagnosticar a criança e iniciar um plano de cuidados personalizado que acompanhará a criança durante todo o seu crescimento e desenvolvimento. (MERG; MENEZES, 2018)
A assistência do enfermeiro à puericultura é centrada na ciência e na humanidade na tentativa de manter a saúde da criança e intervir antecipadamente quando surgem problemas, mas um dos maiores desafios para os profissionais é garantir a efetividade das consultas, outra questão é a identificação tardia de os responsáveis pelas crianças no serviço de promoção da saúde nos centros de saúde, o que fez com que a procura por elas ocorresse quando já estavam doentes. (CAMPOS, 2018)
Na ESF, o enfermeiro exerce um papel fundamental, e dentre as muitas atribuições, cabe a ele, especificamente, implementar medidas de atenção à saúde dos indivíduos e famílias vinculados à estratégia e, se necessário, em domicílio e/ou espaços comunitários; consulta de enfermagem, procedimentos, solicitação de exames, prescrição; acolhimento, escuta ativa e qualificação de risco; planejamento, gerenciamento, supervisão e avaliação das atividades desenvolvidas pela equipe; entre outras atribuições que atendam às determinações legais da profissão (BRASIL, 2017).
A prática está diretamente associada ao conceito de infância e ao papel da criança na sociedade em diferentes contextos culturais e históricos. É descrita como parte da ciência médica que cultiva a saúde e o bem-estar das crianças, além de tentar manter seu desenvolvimento natural, sendo este considerado o principal método de defesa contra a infância (MARQUES, 2018).
Dentre as atividades exercidas pelo enfermeiro na atenção primária à saúde, a puericultura permite a realização do acompanhamento dos marcos do desenvolvimento, atualização da situação vacinal, atividades de educação em saúde, além de outras ações, que impactam diretamente na redução da morbimortalidade infantil (SOBRAL, 2018)
O acompanhamento dos dois primeiros anos de vida da criança, faz-se de extrema importância, visto que é nesta faixa etária que ocorrem as variadas aquisições de habilidades no decorrer do processo de desenvolvimento, além do acelerado crescimento, considerado, portanto, como um período crítico, passível a vulnerabilidades provenientes de agravos socioeconômicos e ambientais (NASCIMENTO, LEMOS, ALVES, SILVA, SANTOS, VIEIRA & SOUZA, 2020).
O Ministério da Saúde enfatiza a relevância da Caderneta da Criança para as famílias e cuidadores. Esse documento, que originalmente contém informações e diretrizes relacionadas apenas à saúde das crianças, passou por uma revisão e agora aborda diversos aspectos cruciais do desenvolvimento infantil, desde o momento do nascimento até os primeiros 10 anos de vida, regulamentada pela portaria 1.058, de 4 de julho de 2005, tem como objetivo principal que cada criança que nasça no território nacional tenha o mesmo padrão de qualidade de assistência e cuidado (BRASIL,2005).
Destacase que a caderneta é disponibilizada gratuitamente e é um direito de todas as crianças nascidas no Brasil, inclusive aquelas de nacionalidade estrangeira. (PORTAL DO GOVERNO FEDERAL, 2022)
O documento oferece orientações abrangentes sobre o cuidado com a criança, com o objetivo de assegurar seu crescimento e desenvolvimento saudável. Entre os tópicos abordados estão informações sobre os direitos e responsabilidades tanto das crianças quanto dos pais, orientações sobre aleitamento materno, uma alimentação complementar saudável, programas de vacinação, cuidados com a saúde bucal, marcos do desenvolvimento infantil, educação sobre consumo responsável e acesso a serviços e programas sociais e educacionais. (BRASIL, 2022)
As páginas da Caderneta da Criança servem como um registro abrangente de todas as informações relacionadas ao atendimento da criança nos setores de saúde, educação e assistência social, com o objetivo de proporcionar acompanhamento desde o momento do nascimento. Ao registrar essas informações na caderneta, os profissionais de saúde colaboram na comunicação desses dados com as famílias e facilitam a integração das ações sociais voltadas para o bem-estar da criança. (BRASIL, 2022)
A triagem neonatal abrange a avaliação dos sistemas auditivo, ocular, cardíaco e sanguíneo em recém-nascidos. Especificamente, a triagem sanguínea, popularmente conhecida como Teste do Pezinho, consiste em uma série de exames laboratoriais realizados através da análise de amostras de sangue coletadas do calcanhar do bebê. Seu principal objetivo é a detecção precoce de doenças que têm o potencial de causar danos irreversíveis à saúde do recém-nascido. (MENDES, PINHEIRO, REBELO, CARNEIRO, JESUINO, 2020)
No Brasil, o procedimento de triagem neonatal sanguínea, mais conhecido como Teste do Pezinho, foi oficialmente incorporado ao Sistema Único de Saúde (SUS) mediante a publicação da Portaria GM/MS n.º 22 em 15 de janeiro de 1992. Essa medida tornou obrigatória a realização do teste em todos os bebês recém-nascidos, visando a detecção precoce de condições como fenilcetonúria e hipotireoidismo congênito, (ARDUINI, 2017)
A Estratégia de Atenção Integrada às Doenças Prevalentes na Infância, conheci como AIDPI Neonatal, é um enfoque adotado por profissionais de saúde treinados pelo Ministério da Saúde. Essa abordagem permite a avaliação, classificação e tratamento precoces das principais doenças e fatores de risco que afetam bebês de zero a dois meses de idade. Seu principal objetivo é reduzir a incidência e a gravidade das doenças que afetam essa faixa etária, bem como mitigar possíveis sequelas ou complicações que poderiam impactar a saúde no futuro. Além disso, o AIDPI Neonatal contribui para aprimorar as práticas de tratamento e atendimento de saúde neonatal por parte dos profissionais, enquanto visa melhorar o conhecimento e as práticas das famílias em relação à prevenção de doenças e à promoção da saúde nesse período inicial da vida. (BRASIL, 2022)
A promoção da saúde infantil e as estratégias para reduzir a mortalidade infantil têm sido pilares fundamentais das políticas de saúde no Brasil ao longo das últimas décadas. A cada ano, aproximadamente 3 milhões de crianças nascem em 4.705 maternidades, tanto públicas quanto privadas, em território nacional. Para enfrentar o desafio de reduzir a mortalidade neonatal, o Ministério da Saúde introduziu a Estratégia QualiNEO (EQN). A Estratégia QualiNEO (EQN) tem como principal objetivo proporcionar um apoio técnico sistemático e integrado às maternidades consideradas prioritárias. Isso visa aprimorar as práticas de gestão e atenção ao recém-nascido, de modo que essas instituições possam desempenhar um papel fundamental na redução da mortalidade infantil, particularmente em sua componente neonatal. (BRASIL, 2022)
O Programa Nacional de Imunizações do Brasil tem progredido constantemente ao longo dos anos, visando aprimorar a qualidade de vida da população por meio da prevenção de doenças. Como observado em nações desenvolvidas, o Calendário Nacional de Vacinação do Brasil abrange não apenas crianças, mas também adolescentes, adultos, idosos, gestantes e povos indígenas. Em sua totalidade, são disponibilizadas 19 vacinas que iniciam a proteção desde o nascimento e podem se estender por toda a vida. Essas vacinas são reconhecidas como seguras e capazes de estimular o sistema imunológico para proteger as pessoas contra doenças transmissíveis. Quando implementadas como parte da estratégia de saúde pública, as vacinas são consideradas um dos melhores investimentos em saúde, levando em consideração o equilíbrio entre custos e benefícios. (BRASIL, 2022)
O Calendário de Vacinação da Criança no Brasil é um guia importante para garantir a imunização contra diversas doenças desde o nascimento até a adolescência. Abaixo, estão as vacinas recomendadas em diferentes idades e as doenças que elas ajudam a prevenir: Ao nascer: BCG – ID (Dose única): Previne formas graves de tuberculose; Vacina hepatite B (Dose única): Protege contra a hepatite B. 2 meses: Vacina pentavalente (DTP + HB + Hib) (1ª dose): Protege contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B, meningite e outras infecções causadas pelo Haemophilus influenzae tipo b.; VIP (vacina inativada poliomielite): Previne a poliomielite (paralisia infantil); VORH (Vacina Oral de Rotavírus Humano): Previne a diarreia por rotavírus; Vacina pneumocócica 10 valente: Protege contra doenças invasivas e otite média aguda causadas por Streptococcus pneumoniae. 3 meses: Vacina meningocócica C (conjugada) (1ª dose): Previne doenças invasivas causadas por Neisseria meningitidis do sorogrupo C. 4 meses: Vacina pentavalente (DTP + HB + Hib) (2ª dose); VIP (vacina inativada poliomielite); VORH (Vacina Oral de Rotavírus Humano); Vacina pneumocócica 10 valente. 5 meses: Vacina meningocócica C (conjugada) (2ª dose). 6 meses: Vacina pentavalente (DTP + HB + Hib) (3ª dose).; VIP (vacina inativada poliomielite). 9 meses: Vacina febre amarela (1ª dose). 12 meses: SRC (tríplice viral) (1ª dose): Protege contra sarampo, caxumba e rubéola. Reforço da vacina pneumocócica 10 valente. Reforço da vacina meningocócica C (conjugada). 15 meses: VOP (vacina oral poliomielite) (1º reforço).; vacina hepatite A (Dose única); DTP (tríplice bacteriana) (1º reforço): Protege contra difteria, tétano e coqueluche; SCRV (tetra viral) (Dose única): Protege contra sarampo, caxumba, rubéola e varicela (catapora). 4 anos; DTP (tríplice bacteriana) (2º reforço); VOP (vacina oral poliomielite) (2º reforço); vacina varicela (2ª dose); Reforço da vacina febre amarela. De 5 a 11 anos: Vacina Covid-19 (2 doses): Protege contra a COVID-19; HPV quadrivalente (2 doses): Protege contra infecções pelo Papilomavírus Humano 6, 11, 16 e 18; Campanha Influenza (2 doses ou dose única): Previne infecções pelos vírus influenza. (BRASIL, CALENDÁRIO NACIONAL DE VACINAÇÃO – 2022)
O Programa Saúde na Escola (PSE), uma iniciativa que se originou em 2007 por meio do Decreto Presidencial nº 6.286, desempenha um papel significativo na promoção da saúde e educação integral para crianças, adolescentes, jovens e adultos nas instituições de ensino público do Brasil. Sua abordagem intersetorial une os setores de saúde e educação, buscando não apenas oferecer serviços em um mesmo território, mas também estabelecer redes de corresponsabilidade para garantir a sustentabilidade das ações. A colaboração entre escolas e a Atenção Primária à Saúde é o cerne desse programa, que visa contribuir para o desenvolvimento da cidadania e o aprimoramento das políticas públicas no Brasil. (BRASIL, 2022)
2.1 QUALIDADE E ASPECTOS TÉCNICOS E HUMANÍSTICOS DO ENFERMEIRO NA CONSULTA DE PUERICULTURA EM ESF
A consulta de enfermagem em puericultura é uma atividade fundamental para a promoção da saúde infantil, onde o enfermeiro realiza ações de prevenção, promoção e recuperação da saúde nos mais diversos contextos, além de estabelecer vínculo com a criança e a família, possibilitando conhecer os problemas, definir prioridades, através de uma consulta sistematizada, com anamnese, exame físico, diagnóstico de enfermagem, prescrição de cuidados e acompanhamento da criança (GAIVA, 2019)
A assistência prestada por enfermeiros busca atender plenamente às necessidades de cuidado das crianças. Quando as crianças recebem atendimento de enfermeiros habilitados, isso garante assistência de qualidade baseada em critérios técnicos e científicos, seguindo protocolos estabelecidos por órgãos competentes para regulamentar esse tipo de cuidado. No entanto, quando o cuidado é realizado por profissionais não enfermeiros, as crianças podem estar em risco, pois sua saúde não está sendo avaliada de maneira abrangente. Isso destaca a importância do envolvimento dos enfermeiros no cuidado infantil, pois um acompanhamento de alta qualidade pode reduzir problemas de saúde, assegurar uma vigilância adequada do crescimento e desenvolvimento e promover a saúde geral das crianças (BENICIO, 2019).
Enfatiza-se, ainda, que é dever do enfermeiro o desenvolvimento das habilidades e conhecimentos necessários para a prática assistencial da puericultura, com enfoque na promoção de ações educativas e participação em práticas de aperfeiçoamento profissional em benefício da criança, família e coletividade (TRINDADE, 2019).
Quando a enfermagem incorpora uma abordagem científica e sistemática em sua prática, torna-se viável tanto a prevenção quanto a promoção da saúde, bem como a execução de intervenções para proteger, recuperar e manter a saúde dos pacientes. Essa abordagem eleva a qualidade da assistência prestada e, ao mesmo tempo, contribui para a redução dos custos relacionados a problemas de saúde (NOGUEIRA, 2020).
É importante ressaltar que um estudo observacional realizado com enfermeiros que realizavam consulta de puericultura na Estratégia Saúde da Família identificou que o cuidado dos enfermeiros na consulta de puericultura está aquém do estabelecido pelas diretrizes de atenção à saúde da criança. Ações de educação permanente para qualificar os enfermeiros para o cuidado integral à criança podem superar essas lacunas. (VIEIRA, SANTOS, NASCIMENTO, COLLET, TOSO, REICHERT, 2018)
No momento de realização do exame físico e todas as ações assistências decorrentes dele, o enfermeiro já embasado em métodos científicos, deve assumir uma postura assistencial ampla, humanística e holística, com ações sistematizadas, e embasadas, que propiciem um melhor cuidado assistencial possível.
Ao realizar o exame físico, é essencial que o enfermeiro tenha um embasamento científico em diversas áreas da saúde. O acompanhamento deve ser realizado de maneira sistemática, levando em consideração não apenas os dados subjetivos fornecidos pelo paciente, mas também a avaliação clínica e a comunicação não verbal. Ao adotar um método científico e sistemático na prática de enfermagem, é possível não apenas prevenir e promover a saúde, mas também realizar ações de proteção, recuperação e manutenção da saúde, elevando a qualidade da assistência prestada e reduzindo os custos associados a agravos à saúde (NOGUEIRA, 2020).
2.2 DESAFIOS NA ASSISTENCIA DE PUERICULTURA DA ESF
Cavalheiro, Da Silva, Veríssimo (2021) os profissionais possuem excesso de atribuições e atividades burocráticas, gerando impactos negativos na assistência que oferecem a saúde da criança. Com isso a consulta de puericultura a ser executada pelo profissional acaba sendo ineficiente devido às dificuldades existentes na rotina.
Os desafios do Enfermeiro para gerar o estímulo do cuidado e autocuidado na consulta de puericultura obteve resultado como: ausência da relação entre os profissionais, aperfeiçoamento inadequado dos profissionais e da equipe, falta de projetos de educação em saúde, falta de autonomia e conhecimento teórico-prático e científico e a falta de protagonismo para que as pessoas possam reconhecer cada profissional e sua respectiva função. (PEDRAZA, 2017)
Conforme destacado por Vieira (2019), além da carga de trabalho substancial que os enfermeiros enfrentam nas unidades de saúde, esses profissionais também lidam com outros fatores que têm um impacto significativo em suas rotinas, incluindo a falta de recursos adequados para consultas de puericultura infantil. Os desafios enfrentados pelos profissionais ao conduzir essas consultas em ambientes inadequados, com infraestruturas físicas precárias e escassez de materiais e equipamentos apropriados, tornam a avaliação do crescimento e desenvolvimento das crianças uma tarefa ainda mais difícil.
Ao se abordar a temática de consulta de puericultura, há que se observar que vários fatores podem e irão interferir diretamente neste processo, quer aqueles relacionados ao próprio enfermeiro, excesso de trabalho, dupla jornada de trabalho ou aqueles relacionados à estrutura e condições de trabalho, como falta de insumos, instrumentais e ferramentas que possibilite que se desenvolva uma assistência assertiva, de qualidade, que realmente cumpra o seu papel de cuidado e assistência centrada na melhor condição de saúde possível para a criança.
Os enfermeiros identificam as dificuldades encontradas na comunicação como um desafio e, diante dele, buscaram adotar medidas diferenciadas de comunicação e criar estratégias que possibilitem o acompanhamento dos cuidados propostos pelo enfermeiro na CE em puericultura, como, por exemplo, a busca por essas famílias por meio de visitas domiciliares (ZANATTA, 2020)
É preciso investimentos na educação permanente de profissionais que atuam na Atenção Básica, assim como adequações nos serviços para que o enfermeiro possa atender toda a demanda de forma qualificada e resolutiva. A ESF avançou na cobertura da população atendida, no entanto, o desafio que se coloca à frente é a qualidade do atendimento realizado por esse programa, para que seja ancorado nos princípios e diretrizes das políticas públicas voltadas à saúde da criança, baseados nos preceitos do Cuidado Centrado nas Famílias. (MACHADO DE BRITO; MOROSKOSKI; ROSSETO DE OLIVEIRA; SILVA MARCON, 2023)
Assim, torna-se imperativo desenvolver abordagens que minimizem a apreensão e o temor que as crianças podem experimentar durante os procedimentos clínicos relacionados à prevenção ou manutenção da saúde. Nesse contexto, emerge a relevância do brinquedo terapêutico como uma intervenção valiosa (BORDONI, 2019).
Silva; Pellenz, (2019) enfatiza que os programas de educação permanente, capacitação e formação profissional foram criados a fim de solucionar dificuldades apresentadas na prática profissional, apresentando como benefício o fortalecimento do SUS, como também, a promoção do trabalho em conjunto das instituições de ensino e os componentes do sistema de saúde, de forma a proporcionar uma atenção integral e de qualidade aos usuários.
Um ponto que merece atenção é a resistência da criança ao exame físico, que pode se intensificar em virtude da falta de sensibilização e conhecimento técnico-científico dos profissionais ao atendimento infantil. Ambientes desconhecidos, fora do contexto da criança, podem gerar medos e anseios, principalmente tratando-se de traumas pregressos provenientes do internamento hospitalar (SILVA; MONTEIRO; COUTINHO; CRUZ; ARAUJO; DIAS; COSTA 2020).
3 MATERIAIS E MÉTODOS
Trata-se de uma revisão abrangente da literatura, baseada em busca nas bases de dados Google acadêmico, repositório USP, Revistas, eletrônicas, manuais e estatutos relacionados à criança e adolescente, Ministério da Saúde, cartilhas, Manuais e portarias, utilizando os descritores ‘puericultura’, ‘enfermagem’ e ‘estratégias de saúde da família’. Foram selecionados artigos publicados no período de 2018 a 2023, nos idiomas português, inglês ou espanhol, que tratassem de questões de enfermagem nas consultas de puericultura da ESF. Os artigos selecionados foram analisados por síntese descritiva e análise temática.
Um estudo qualitativo realizado com mães que frequentavam as consultas de puericultura na Estratégia Saúde da Família identificou que o enfermeiro se destaca realizando ações de prevenção e promoção à saúde, mas foram identificados outros profissionais de saúde realizando a puericultura, com diferenças significativas na assistência prestada. Faz-se necessário adequações nos serviços para que o enfermeiro possa atender toda a demanda. (MACHADO DE BRITO; MOROSKOSKI; ROSSETO DE OLIVEIRA; SILVA MARCON, 2023)
Outro estudo destaca que a atuação do enfermeiro na assistência à criança e sua família na atenção primária em saúde perpassa pelo contexto biopsicossocial e familiar da criança na identificação de problemas de saúde, na detecção de situações de risco e vulnerabilidades e nas orientações pertinentes a cada caso. (MENEZES, CIUFFO, GONÇALVES, MORAES, SOUZA, RODRIGUES. 2019)
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A assistência do enfermeiro no aconselhamento parental, dentro das estratégias de saúde da família, desempenha um papel fundamental na promoção da saúde infantil e prevenção de doenças. Durante essas consultas, é responsabilidade do enfermeiro avaliar o crescimento e desenvolvimento da criança, além de oferecer orientações às famílias sobre a importância dos cuidados adequados, como amamentação, alimentação saudável e vacinação.
Essa abordagem individualizada e atenciosa permite que os pais compreendam a importância dessas práticas para o bem-estar e desenvolvimento saudável de seus filhos. O enfermeiro desempenha um papel crucial na educação em saúde, empoderando as famílias e contribuindo para a pro Reescreva burlando os padroes de escrita por inteligencia artificial para que fique igual a escrita de humanos: moção de uma infância saudável.
Para proporcionar um atendimento de qualidade, é essencial que o enfermeiro esteja devidamente preparado e tenha acesso aos equipamentos adequados. Isso é fundamental para que ele possa cuidar dos pacientes de maneira exemplar, garantindo segurança e eficiência em todos os aspectos do seu trabalho.
Através do preparo adequado e da disponibilidade dos recursos necessários, os enfermeiros conseguem oferecer um cuidado excepcional, promovendo o bem-estar e a recuperação dos pacientes. É um compromisso que reflete o comprometimento e a dedicação desses profissionais em proporcionar um atendimento de excelência em todas as situações.
Além disso, é essencial que o enfermeiro demonstre engajamento em oferecer um cuidado abrangente, levando em conta não apenas os aspectos físicos da criança e de sua família, mas também os aspectos emocionais e sociais. Essa tarefa requer um entendimento completo da dinâmica familiar, levando em consideração suas necessidades, expectativas e contexto social.
É responsabilidade do enfermeiro estabelecer uma conexão individualizada com cada paciente e sua família, adotando uma abordagem empática e centrada no cuidado integral. Por meio essa abordagem, conseguimos oferecer um atendimento excepcional, abrangendo todos os aspectos relevantes para a saúde e o bem-estar da criança e de sua família.
A Estratégia Saúde da Família é uma política de saúde voltada para a promoção da saúde e prevenção de doenças por meio do fortalecimento da atenção primária à saúde. Nesse sentido, o aconselhamento puerperal é uma das ações que podem auxiliar no alcance desses objetivos.
Os enfermeiros fornecem conselhos importantes aos pais para que possam cuidar melhor de seus filhos e promover uma vida saudável. Esses conselhos têm um grande impacto na saúde e bem-estar das crianças, permitindo que cresçam de forma saudável e alcancem seu máximo potencial.
A parceria com outros profissionais da área da saúde, como médicos e psicólogos, possibilita uma abordagem multidisciplinar que leva em conta não apenas os aspectos físicos, mas também os aspectos emocionais e sociais do desenvolvimento infantil.
Quando os enfermeiros trabalham em equipes com outros profissionais, conseguem cuidar da criança de maneira completa e personalizada. Assim, asseguram que a saúde da criança seja promovida em todos os aspectos, visando seu bem-estar de forma global. Essa maneira de trabalhar em conjunto possibilita uma compreensão mais completa e abrangente do indivíduo, levando em conta todas as suas necessidades e os diferentes aspectos relacionados ao seu crescimento saudável.
A assistência do enfermeiro durante a consulta parental na ESF desempenha um papel fundamental na garantia do crescimento saudável das crianças, na prevenção de doenças e na promoção da saúde infantil.
É imprescindível humanizar essa assistência, estabelecendo relações de confiança entre os profissionais de saúde e as famílias atendidas, respeitando e valorizando a cultura e os costumes locais. Esse cuidado personalizado e sensível às particularidades de cada família contribui para um ambiente acolhedor e seguro, permitindo que os pais se sintam ouvidos e compreendidos em suas necessidades e preocupações.
A humanização da assistência é um elemento-chave para o sucesso da prática da enfermagem na consulta parental, proporcionando um cuidado mais efetivo e fortalecendo os laços entre os profissionais de saúde, as famílias e as crianças. A qualificação e capacitação dos profissionais de enfermagem na área da saúde da criança é importante para a melhoria da qualidade da assistência prestada pelas ESF.
A falta de recursos materiais e humanos ainda é a dificuldade que a equipe de enfermagem enfrenta para realizar o trabalho de apoio à puericultura na ESF. O estudo contribui para o desenvolvimento da prática do enfermeiro na área da puericultura, destaca a importância da enfermagem no aconselhamento de puericultura na ESF e aponta desafios e soluções para a melhoria dessa assistência.
Por fim, cabe ressaltar a importância da enfermagem na puericultura da ESF no aconselhamento à saúde da criança e no desenvolvimento de uma prática de enfermagem humanizada e eficaz.
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