ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM ÀS MULHERES VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA SEXUAL: UMA REVISÃO INTEGRATIVA.

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7930860


Juliana Maria Silva dos Santos1
Maria Laís Ferreira Silva2
Tâmyssa Simões dos Santos3


RESUMO

Introdução: Definir o papel dos profissionais de enfermagem no atendimento às mulheres vítimas de violência sexual, após um evento traumático algumas vitimas procuram um serviço de saúde onde o primeiro contato é com o enfermeiro ou outro profissional de enfermagem, que então prestara toda a assistência devida as vitima. Objetivos: Descrever as ações do enfermeiro junto à mulher vitima da violência sexual. Enfatizar a importância da qualificação para um bom atendimento, orientar as vítimas sobre seus direitos, ressalta a importância de apoiar o paciente no tratamento e sua continuidade. Método: Trata-se de uma revisão abrangente de literatura, uma revisão integrativa onde sintetiza o conhecimento científico por meio de diferentes bases de dados sistematizado e incluído na aplicação prática de importantes descobertas de fontes de pesquisa do Google Acadêmico; BVS, BDENF, SCIELLO. Resultados: Após a aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, a amostra do estudo foi composta por 07 artigos, filtrados entre os anos de 2018 a 2023, onde esses estudos abordam a assistência de enfermagem às mulheres vitimas de violência sexual. Conclusão: O enfermeiro tem um papel muito importante no acolhimento da vitima de violência sexual, informando-a sobre todos os seus direitos, garantindo o cuidado de enfermagem exclusivo durante todo o atendimento a esta paciente.

Palavras chaves: Violência contra a Mulher; Enfermagem; Assistência de Enfermagem; Serviços de saúde da mulher.

 ABSTRACT

Introduction: To define the role of nursing professionals in the care of women victims of sexual violence. After the traumatic event, some victims seek a health service, where the first contact is with the nurse or another nursing professional, who will then provide all the assistance due to the victims.Objectives: To describe the nurse’s actions with women victims of sexual violence. Emphasize the importance of qualification for good care, guide victims about their rights, emphasize the importance of supporting the patient in the treatment and its continuity.Method: This is a comprehensive review of the literature. An integrative review where it synthesizes scientific knowledge through different databases systematized and included in the practical application of important findings from research sources Google Academic; BVS, BDENF, SCIELLO.Results: After applying the inclusion and exclusion criteria, the study sample was composed of 07 articles, filtered between the years 2018 to 2023, where these studies address nursing care for women victims of sexual violence.Conclusion: The nurse has a very important role in welcoming the victim of sexual violence, informing her about all her rights, and ensuring exclusive nursing care throughout the care of this patient.

Keywords: Violence Against Women; Nursing; Nursing Care; Women’s Health Services

1  INTRODUÇÃO

A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece a violência contra a mulher como um problema de saúde pública, conhecida como violência de gênero. A maioria desses atos violentos em ambiente doméstico a vítima geralmente conhece o agressor. A violência de gênero inclui violações físicas, psicológicas, sexuais e de propriedade que podem levar ao suicídio ou homicídio por mulheres (FERNANDES et al., 2020). A violência sexual inclui qualquer tentativa ou perpetração de atividade sexual em qualquer esfera por meio de violência, comentários ou avanços sexuais indesejados, comercialização ou uso da própria sexualidade, independentemente de sua relação com a vítima (FREIRE, 2018).

O enfrentamento da violência sexual requer toda a equipe de saúde, principalmente a equipe de enfermagem para obter maior sucesso no tratamento, é necessário que os serviços atendam ao público para acolher essas mulheres agredidas da forma mais humana possível, com vistas a enfrentamento da vitimização. As mulheres devem ser compreendidas em suas reais necessidades (NETTO, 2018).

O profissional de enfermagem realiza os cuidados de forma científica e integral, criando vínculo de confiança para expressar e agir de forma verdadeira e sincera para que o paciente se sinta bem. As vítimas procuram o serviço de saúde não somente para aplicação de protocolos, mais sim receber um atendimento digno e respeitoso, com um acolhimento que dê um norte para não sofrer mais aquele tipo de violência. É muito importante que o profissional tenha uma escuta ativa, que possa permitir que a vítima exponha seus problemas, medo e aliviar as tensões, trabalhar a autoestima, autoconfiança, encorajá-la e buscar alternativas de melhoria. Esse é o papel da enfermagem  no atendimento (NETTO et al,2018)

É também parte do atendimento que o profissional identifique que tipo de violência, realizar medicações, tratar os problemas que resultou da violência, acompanhar o paciente pelo menos até os seis meses da ocorrência, encaminhar para o serviço de saúde adequado para a necessidade do paciente e notificar a violência (DELZIOVO et al, 2018)  

Deve ser realizado o atendimento por qualquer profissional de saúde que possa acolher a vítima em risco de violência, preenche folha de notificação de violência, direcionar o paciente para o Núcleo de Prevenção de Violência (NPV) da unidade para que o atendimento seja realizado, depois de identificar e realizar o encaminhamento o profissional que compõe o núcleo deve fazer uma entrevista de acolhimento, realizar orientações e encaminhamentos ao paciente. Um ou mais profissionais será a referência do paciente para acompanhamento de todo processo. O atendimento realizado no setor de saúde é encaminhado à vigilância epidemiológica por meio de notificação no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), que tem como objetivo elaborar a execução de políticas públicas para o enfrentamento da violência. A notificação é necessária e é um ato de cuidado, contribui para adotar medidas adequadas de proteção, tanto do profissional quanto da vítima de violência e de seus familiares (EGRY et al, 2018).  

A ação do serviço de saúde deve ter como foco a atenção integral à mulher que é uma diretriz do SUS, onde o cuidado deve ir além das carências físicas ou problemas orgânicos. Os profissionais de saúde devem proporcionar a estes pacientes a oportunidade de retirar-se de uma situação de violência, pois é sempre melhor intervir imediatamente do que assistir, esperar e ensinar (NETTO, 2018).

Com o objetivo de ampliar e humanizar o atendimento às vítimas de violência sexual, foram desenvolvidos instrumentos legais para orientar a atuação nos serviços de saúde, como as portarias 7.958/2013 e 288/2015 (BRASIL, 2013; 2015). O Decreto nº 7.958, de março de 2013, estabelece diretrizes para os profissionais do sistema de saúde aliados prestarem atendimento humanizado às vítimas de abuso sexual. 

Existem vários tipos de violência contra a mulher, incluindo estupro, abuso sexual e assassinato. A violência contra a mulher é uma das principais violações dos direitos humanos afeta as mulheres de todas as idades, independente de raça, classe social, econômica ou religiosa. Portanto, as intervenções nas ocorrências violentas devem ser interdisciplinares e transitórias, envolvendo diferentes órgãos como (Educação, Saúde e Assistência Social – CRAS) e CREAS (Centro de Referência Especial de Assistência Social), Segurança Pública – Delegacias de Atendimento à Mulher, Delegacias Especiais e Outras Delegacias de Proteção à Criança e ao Adolescente, ONGs (organizações não governamentais), Ministério Público, Comissão de Direitos Humanos, Sociedade Civil.  (SALES, 2019).

Durante a pandemia do novo coronavírus, entre os meses de abril, maio e junho de 2020, o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSB) em colaboração com o banco Mundial editou três notas tecnológicos apontando que durante o período de investigação houve uma queda no registro de ameaças policiais, danos físicos e violência sexual contra a mulher, porém, as taxas de feminicídio intensificaram no mesmo período, mencionando um ponto de agravamento do conflito (BUENO S et al.,2021).

Portanto, o seguinte trabalho busca refletir sobre o papel dos profissionais de enfermagem frente à assistência às vítimas femininas de Violência sexual, com base em pesquisas realizadas que tratem sobre este tema. Diante do exposto, a pergunta norteadora para este estudo é: qual o papel do enfermeiro frente às vítimas de violência sexual?

Dessa forma, o presente estudo tem como objetivo descrever de acordo com a literatura o papel do enfermeiro frente ás vítimas de violência sexual.

2  METODOLOGIA

Trata-se de uma revisão integrativa da literatura. A revisão integrativa proporciona uma síntese do conhecimento científico através de várias bases de dados organizados e incorporados na aplicabilidade de resultados de estudos significativos na prática(SOUZA; SILVA; CARVALHO, 2010).

Neste estudo, foram realizadas buscas no banco de dados virtual da Biblioteca Virtual em Saúde (SBV). Gere uma busca pelas palavras-chave, violência sexual AND enfermagem AND mulher. Selecionando textos completos, para o levantamento dos artigos na literatura, realizou-se uma busca nas seguintes bases de dados: BVS, SCIELO e BDENF, filtrar tópicos principais: Violência contra a Mulher,Enfermagem, assistência de Enfermagem, Serviços de saúde da mulher.

O fluxograma (Quadro 01) apresenta o procedimento de escolhas dos artigos na base de dados utilizada, mostrando as quantidades de artigos encontrados conforme a temática:

artigos de linguagem portuguesa que estejam disponíveis na íntegra no período de 2018 a 2022 que correspondam à pergunta norteadora. Critérios de exclusão: artigos de linguagem portuguesa e publicados a mais de cinco anos, documentos em formato de TCC; Monografia; Dissertações; Teses. 

    Foi realizada uma análise crítica das informações obtidas dos artigos científicos de acordo com os objetivos propostos, os autores utilizados neste estudo foram devidamente citados, as fontes de pesquisa foram respeitadas e identificadas, o poder ético das características intelectuais dos textos científicos analisados foi analisado, quanto ao uso de conteúdo e citações parciais dos trabalhos examinados.

RESULTADOS

Esta revisão contém uma seleção de sete artigos científicos. Os dados retirados dos artigos selecionados são interpretados e apresentados por meio de um quadro resumo com descrições dos seguintes aspectos: título, autor, ano, objetivos, métodos e conclusões e suas respectivas compilações, conforme indicado na (Tabela 1).

 TITULO  AUTOR/ANO  Objetivo  Metodologia  Síntese dos resultados 
     
Violência se contra a mulhatendimento de saúde. xual er e oo setor   Delziovo et al/2018 O objetivo do presente estudofoi evidenciar na literaturacientífica nacional estudos que enfoquem aassistência deenfermagem em situações de violênciasexual contra a mulher. Estudo transversal exploratório. Atendimento à mulher vítima de violência e as providências a serem tomadas frente a este ato.   
Atuação da enfermagemconservação da de mulheressituação de vio a na saúde em lência.  Netto et al/ 2018O objetivo do presente estudo constitui-se deuma abordagemnarrativa baseada em produçõesrecentes, podendo empregar fontes de informações.RevisãoDe literatura especializada.  O enfermeiro atua frente ao atendimento à mulhervitima de violência desde o acolhimento até sua alta.
Atuação da enfermagemconservação da de mulheres situação de vioa na saúde em lência.  Neto/2018 O objeto de investigação desta pesquisa está ancoradoteoricamente no conceito deconservação da teoria deEnfermagem deLevine, que destaca osprincípios daconservação de energia eintegridadesestrutural, pessoal e social.Qualitativa e descritiva analisar, pela ótica daTeoria de Enfermagem deLevine, o atendimento da enfermeira às mulheres que sofreram violência.
Notificação violência, fluatenção e proc de trabalhoprofissionai atenção primdaxo deessosdoss da aria.  Egry et al/2018 Revisar e analisar o papel doenfermeiro no contexto damulher vítima de violência sexual.Descritiva Exploratória. Demonstra como o atendimento deve ser feito na atenção básica,incluindo procedimentos a serem realizados.
Perfis de mulheres vítimas de violência sexual e seus cuidados. Rabelo/ 2022Conhecer o perfil do caso descreve os sentimentos e comportamentos aplicados peloscuidadores ao cuidar dasmulheres em situação de violência sexual.RevisãoIntegrativa.As representações sociais dos enfermeiros sobre o cuidado à mulher em situação de violênciaestão arraigadas na idéiade conduzir os protocolos de forma humanizada,materializada como um acolhimento.
Assistência de enfermagem àsmulheres vítimas de violência sexual.  Sales/2019avaliar aassistência deenfermagem àsmulheres vítimas de violênciasexual, que buscamassistência noHospital Regional de Sobradinho DF. Exploratório DescritivoNecessidade de realização de estudos em delegacias de polícia de grandesmunicípios paraverificar a existência dasdiferenças apresentadas neste estudo, eapoiar as mudanças nas esquadras dadefesa das mulheres para melhorar comoporta de entrada em direção à atenção em que avança aconsolidação dos direitos das mulheres.
Violência Contra mulherdurante a pandemia de Covid-19  Bueno et al/2020O objetivo do presente estudo éanalisar Registros de boletins deocorrência queapresentaram queda nosprimeiros diasde isolamento nos crimes que, em geral,exigem a presença das vítimas.Exploratório DescritivoUma das consequências diretas dessa situação, além do aumento doscasos de violência, tem sido a diminuiçãodas denúncias, uma vez que em função doisolamento muitasmulheres não têmconseguido sair de casa parafazê-la ou têm medo de realizá-la pelaaproximação do parceiro.

FONTE: Elaborado pelos autores em 2023.         

3  DISCUSSÃO

      A violência tornou-se um problema de saúde pública mundial, onde os serviços de emergência hospitalar costumam receber vítimas de vários tipos de violência. Assim, os profissionais de saúde, em particular os enfermeiros são frequentemente o primeiro ponto de contato com as vítimas e, por isso, desempenham um papel essencial na contribuição para as investigações e no auxílio à justiça. (RIBEIRO et al., 2021).

      A violência sexual é um fenômeno universal, independente de gênero, idade, raça ou classe social. A violência sexual, especialmente o estupro, afeta principalmente meninas, adolescentes e mulheres jovens em todo o mundo. Pesquisas sobre o assunto mostram que na maioria das vezes é cometido por parentes, próximos ou conhecidos, o que dificulta ainda mais esse crime. A violência contra a mulher significa pensar que ela não é resultado de indivíduos isolados interagindo com homens, nem que todos os homens são violentos, mas sim constituída por “um sistema de dominação masculina que gera e reproduz, orienta práticas, comportamentos, instituições e normas”, além de condicionar a “experiência feminina” (BATISTA, 2018).

      A violência sexual tem conseqüências físicas e mentais devastadoras, tanto a curto como em longo prazo. A violência afeta a vida das mulheres de diversas formas, manifestando-se em sentimentos e feridas complexas, como traumas emocionais, pavor, problemas físicos, insônia, dificuldade de retomar interações sociais, abuso de substâncias, problemas reprodutivos e gravidez, danos que podem levar à depressão e outras conseqüências na maioria das vezes irreparáveis(MACHADO et al., 2020).

Em 7 de agosto de 2006, foi aprovada a lei nº 11.340, aprovada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que posteriormente recebeu o nome de Lei Maria da Penha em homenagem à vítima de violência doméstica. A referida lei criou mecanismos para limitar e prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher conforme previsto no art. 226, § 8º, da constituição Federal, a convenção para a eliminação de toda forma de violência contra a mulher incluindo disposições para a criação de juizados de violência Doméstica e Familiar contra a mulher além de estabelecer medidas de atendimento e proteção às vítimas em situação de violência doméstica, sexual e familiar (JUSBRASIL, 2021).

       A Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) foi criada para melhor atender a população feminina com denúncias de agressões, principalmente no âmbito doméstico, disponibilizando assim serviços profissionais e uma equipe técnica multidisciplinar para melhor atendê-las (MACHADO et al., 2020).  No § 1º, o poder público formulará políticas voltadas para a garantia dos direitos humanos da mulher na família e nas relações familiares, de forma a protegê-la de toda forma de abandono, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão (JUSBRASIL, 2021).

     No Brasil, os enfermeiros estão envolvidos no atendimento às vítimas de violência sexual, principalmente nos serviços de referência, mas suas ações permanecem centralizadas no tratamento e não na preservação dos vestígios forenses, e seu envolvimento na cadeia de custódia permanece questionado. Embora a portaria nº 7.958/2013 e a portaria nº 288/2015 considerem a preservação e coleta de vestígios como uma fase da assistência integral no serviço de saúde, esses procedimentos são identificados como atividades médicas pela Norma 2015, (SILVA et al., 2021).

      Diretrizes para enfermagem sobre o relacionamento entre profissionais e clientes, essas relações estabelecidas nos ajudam a entender as necessidades de saúde fora da clínica, são ações e sentimentos de compreensão, empatia, responsabilidade e compaixão, nessa perspectiva, o enfermeiro desenvolve sua prática de forma holística, contemplando as necessidades físicas, psicológicas, emocionais e sociais (SANTOS et al., 2022).

        Os profissionais devem ouvir com calma a história da mulher e suas expectativas em relação ao tratamento, buscando compreender seu problema, a origem de seu sofrimento e as dificuldades de sair da dinâmica violenta. As mulheres vítimas de violência procuram os serviços de saúde não apenas para tratar suas feridas, mas sim, esperam que o profissional que as atendeu perceba a real causa de suas lesões e esperam que a violência nelas implícita se torne aos olhos do profissional de saúde e que esteja ciente de que quando o atendimento se concentra apenas no trauma, principalmente no pronto-socorro, a “visão” da violência pode ser disfarçada (CAMPOS, 2020).

       Em países como os Estados Unidos e a Canadá os enfermeiros de vítimas de agressão sexual trabalham de acordo com o protocolo nacional sobre evidências de agressão sexual e atende aos requisitos de treinamento nacional do departamento de Justiçados estados unidos. O Protocolo coloca grande ênfase na preservação e manutenção da privacidade das vítimas, os elementos de um exame forense são contato inicial, triagem e entrada, documentação médica pessoal, histórico, fotografia, procedimentos de exame e coleta de evidências, identificação de uso de álcool e drogas, avaliação e cuidados com DST, avaliação e cuidados, riscam de gravidez, necessidades para quitação, acompanhamento e, se foro caso comparecimento perante os  tribunais nas situações necessárias (SANTOSet al., 2022).

      O controle/prevenção de infecções sexualmente transmissíveis (IST) é o objetivo inicial de estudos clínicos para as enfermarias e profissionais garantir a integridade estrutural das mulheres que sofrem violência sexual, e o medo de desenvolver essas IST é oque mais as fragiliza considerando a possibilidade de gravidez indesejada, especialmente porque é difícil criar uma criança com o vírus da imunodeficiência humana (HIV). Na prática clínica, além de solicitar exames laboratoriais, o enfermeiro também consegue identificar a partir da anamnese, aquelas lesões de pele que devem ser tratadas para evitar sua tenacidade (SANTOS, D et al., 2021).

       Há necessidade de capacitação dos profissionais de saúde para lidar com essas situações, reforçando questões éticas, deveres e responsabilidades públicas, inclusive incorporando o tema aos currículos dos currículos de saúde para que os profissionais tenham domínio mínimo sobre o tema, além de terem habilidade às Especialidades que lidam com essas situações, como a enfermagem forense (MATOS et al., 2021).

      É de extrema importância que os profissionais de enfermagem envolvidos na denúncia de atos de violência vivenciados sejam capacitados para preservar os vestígios como prova contra o agressor para que a devida justiça seja feita. A enfermagem inclui componentes intelectuais científicos e técnicos próprios, construídos e reproduzidos por práticas sociais, éticas e políticas, que são abordadas por meio do ensino da pesquisa e da assistência,  ocorre ao servir indivíduos, famílias e comunidades, em seus contextos e circunstâncias de vida.

     O código de ética dos profissionais de enfermagem traz em seu capítulo que trata das suas responsabilidades e deveres, no Art. 2 Art. 24 que o profissional deve exercer a profissão com justiça, compromisso, equidade, resolutividade, dignidade, competência, responsabilidade, honestidade e lealdade. O código salienta a ideia de que o enfermeiro deve estar atento a todos os sinais de apresentados, revelando ainda o importante papel desempenhado por esse profissional no processo de combate à violência (COFEN, 2017).

4  CONCLUSÃO

        Com base em pesquisas sobre atendimento a vítimas de violência sexual, pode-se concluir que esta é a forma mais terrível de violência de gênero que já ocorreu e ainda ocorre, e que é muito importante que as vítimas se sintam receptivas, procure ajuda nos serviços de saúde ou na polícia, com base em pesquisas é claro que o número de notificações está aumentando gradativamente e as vítimas estão cada vez mais compartilhando ativamente e buscando ajuda.

    Para os profissionais enfermeiros, acredita-se que o resgate das vítimas é difícil devido ao despreparo, medo, tabu, vingança, incapacidade de resolver crimes, culpa, etc. Os profissionais de enfermagem devem prestar cuidados, construir vínculos de confiança e expressar autenticidade e autenticidade no cuidado, fazendo com que os pacientes se sintam seguros e motivando as vítimas a derrotar os agressores.

    Além disso, pode-se ressaltar que existem protocolos e programas que auxiliam o profissional de saúde a garantir todos os direitos dessas mulheres após o trauma. Após essa experiência emocional desagradável e repugnante, sempre respeite as escolhas, o corpo, seus relatos e acompanhe essas mulheres durante todo o processo de tratamento. 

      Constatamos também que a capacitação dos acadêmicos de enfermagem no manejo integral da saúde sexual supera em muito a expectativa em relação à realidade, com isso, percebe-se a necessidade de incluir mais cursos teóricos e práticos sobre o tema violência sexual nas universidades e nos currículos das disciplinas para prepará-los para atuar na prática em um futuro próximo, treinamento de equipes médicas eficazes, direcionadas e de curto prazo para identificar e encaminhar usuários vítimas de violência sexual.

5 REFERÊNCIAS

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1Acadêmica do oitavo período do Curso de Enfermagem
Instituição: Faculdade São Vicente de Pão de Açúcar – FASVIPA.
Endereço: Rua Boa Vista no113, Olho dágua das Flores/AL E-mail: juliana.mariana.bibo@gmail.com

2Acadêmica do oitavo período do Curso de Enfermagem Instituição: Faculdade São Vicente de Pão de Açúcar – FASVIPA. Endereço: Rua Poço das Trincheiras no215, Olho dágua das Flores/AL
E-mail: marialais2012@gmail.com
3Enfermeira. Docente do Curso de Enfermagem da Faculdade São Vicente de Pão de Açúcar – FASVIPA.
Endereço: Conjunto Luiz Vieira da Silva, n o600, Residencial Industrial Luiz dos Anjos. Serraria – Maceió/AL
E-mail: simoestamyssa@gmail.com. Orcid: https://orcid.org/0000-0002-7911-0389.