ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO PROCEDIMENTO EM PACIENTES COM FERIDAS EXPOSTAS POR ACIDENTES AUTOMOBILÍSTICO

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10114670


Romana Katleen Da Silva Bichara1
Barbara Thamyris Costa Marques1
Camila Siqueira Dos Santos Costa1
Ginarajadaça Ferreira Dos Santos Oliveira2


RESUMO

Introdução: A assistência de enfermagem é indispensável ao acidentado, pois os cuidados sendo promovido de maneira eficaz, resultam em uma avaliação adequada para que seja adotado a melhor forma de procedimento, para a prevenção de contaminação generalizada, proteção, tratamento adequado para o tipo de lesão diagnosticada, se necessário a reabilitação, redução de danos e cuidados paliativos (Maria, 2012). Objetivo: Analisar publicações integrativas referentes a importância da assistência de enfermagem em pacientes com feridas expostas por acidentes automobilísticos no período compreendido entre 2012 – 2022. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, utilizando-se o método revisão integrativa que conforme Souza “é um método que proporciona a síntese de conhecimento e a incorporação da aplicabilidade de resultados de estudos significativos na prática”, onde foram reunidos os resultados de pesquisas em publicações da Scielo Scientific Electronic Library Online, Pubmed National Library Medici, revistas, acervos de pesquisas e livros, sobre a importância da assistência de enfermagem no procedimento em paciente com feridas expostas por acidentes automobilísticos, publicado no período entre 2012 a 2022. Resultados: A sistematização do tratamento de feridas ocorre por meio de ações simples que visam remover as barreiras que impeçam a cicatrização. Essas barreiras são expressas na palavra TIME, onde cada letra significa uma barreira a ser removida da lesão. Conclusão: A importância da assistência em enfermagem no manejo de pacientes com feridas é inequívoca: os cuidados de enfermagem desempenham um papel vital na promoção da recuperação e na melhoria da qualidade de vida desses pacientes.

Palavras-Chave: “Sistematização”; “Assistência de Enfermagem”; “Feridas”;

ABSTRACT

Introduction: Nursing care is essential to the injured person, as care is provided effectively, resulting in an adequate assessment so that the best form of procedure can be adopted, for the prevention of widespread contamination, protection, and appropriate treatment for the type of diagnosed injury, if necessary rehabilitation, harm reduction and palliative care. Objective: To analyze integrative publications referring to the importance of nursing care for patients with wounds exposed by automobile accidents in the period between 2012 and 2022. Methodology: This is a bibliographical research, using the integrative review method, which according to Souza “is a method that provides the synthesis of knowledge and the incorporation of the applicability of results from significant studies in practice”, where research results were gathered in publications from Scielo Scientific Electronic Library Online, Pubmed National Library Medici, magazines, research collections and books , on the importance of nursing care in the procedure for patients with wounds exposed by automobile accidents, published between 2012 and 2022. Results: The systematization of wound treatment occurs through simple actions that aim to remove barriers that prevent healing. These barriers are expressed in the word TIME, where each letter means a barrier to be removed from the injury. Conclusion: The importance of nursing care in the management of patients with wounds is unequivocal: nursing care plays a vital role in promoting recovery and improving the quality of life of these patients.

Keywords: “Systematization”; “Nursing Care”; “Wounds”;

INTRODUÇÃO

Acidentes automobilísticos são recorrentes e geram consequências trágicas, tais como: problemas económicos, visto que algumas vítimas utilizam o veículo como fonte de renda e as despesas durante o tratamento são altas; psicológicos, pois os pacientes ficam receosos com possíveis amputações e se culpam pelo ocorrido principalmente quando perdem um parceiro durante o acidente; físicos esta é a mais frequente nos pacientes alguns ficam com pequenas cicatrizes outros perdem seus membros inferiores ou superiores e alguns chegam a óbito; fora o trauma que ficam de retomar o uso do veículo (Road traffic injuries, 2022).

Os fatores causais observados na ocorrência em acidentes automobilísticos segundo a Revista eletrônica World Health Organization (2022) são a distração na direção, negligencia a não utilização de cinto de segurança, capacetes, condução sob influência de álcool e outras substâncias, velocidade alterada, infraestrutura viária insegura/precária, veículos inseguros e/ou em péssimas condições e cumprimento insuficiente das normas/leis de trânsito.

O ferimento é uma das consequências do acidente de transito que conforme Swanson (2022) é sabido que o ferimento é um dano causado em sua maioria na pele, sendo o maior órgão do corpo humano, constituída pela epiderme, derme que se dispõe de maneira continua e integrada, portanto, suscetível a essas lesões, pois suas causas podem ser por agentes externos, queda, acidentes de trânsito, domésticos e trabalho. Como também outros tipos de lesões são causados pelas doenças, como por exemplo o câncer, que possuem o crescimento excessivo ou alteração da forma e tamanho do tecido.

Estudos realizados por Eberhardt (2015) mostram que, uma ferida na pele desencadeia uma série de eventos bioquímicos direcionados para restabelecer as integridades vasculares e celular, por ser um órgão desenvolvido para agir como proteção do corpo, atuando como barreira contra microrganismos, agentes externos de causa traumática, biológica ou química. Logo, a ferida é conceituada como a abertura da integridade cutânea não caracterizada como um problema em particular, para Swanson (2022) podem ser de origens intencionais, traumáticas ou por isquemia, acarretando a perda da função da parte traumatizada.

Segundo Maria (2012) a atenção primaria é primordial, tendo seu desenvolvimento por meio de práticas integrativas, gestão qualificada, realizada por uma equipe multiprofissional e dirigida a população da localidade definida.

Portanto, a assistência de enfermagem é indispensável ao acidentado, pois os cuidados sendo promovido de maneira eficaz, resultam em uma avaliação adequada para que seja adotado a melhor forma de procedimento, para a prevenção de contaminação generalizada, proteção, e tratamento adequado para o tipo de lesão diagnosticada, se necessário a reabilitação, redução de danos e cuidados paliativos (Maria, 2012).

REFERENCIAL TEÓRICO

Sistematização da Assistência em Enfermagem (SAE)

Em desenvolvimento desde 1973, o sistema de classificação NANDA-I define o diagnóstico como: o julgamento clínico do enfermeiro sobre a resposta de um indivíduo, família ou comunidade, a partir de problemas de saúde ou processos de vida reais ou potenciais que fornecem a base para uma terapia que busca alcançar resultados (Oliveira 2014).

A SAE fundamentada na Resolução COFEN 358/2009 exemplifica a obrigatoriedade de sistematizar a assistência e implementar o processo de enfermagem, seguindo as cinco etapas: coleta de dados; diagnóstico de enfermagem; planejamento de enfermagem; implementação e avaliação de enfermagem. (Jesus, 2022).

Na realização de uma assistência de enfermagem com qualidade e humanismo há a necessidade de o enfermeiro estar inserido na realidade concreta de forma consciente, competente, técnica e cientifica, assim, a SAE proporciona um conhecimento especifico e reflexão crítica sobre a organização e filosofia do trabalho da enfermagem, sendo um instrumento importante de gerenciamento e otimização da assistência (Maria 2012).

A maior parte das falas dos enfermeiros atribuiu para a SAE a significação de realização de uma assistência de qualidade, destacando ainda que ela é uma ferramenta indispensável, sendo assim, importante para a profissão. (Maria 2012).

A enfermagem é primordial para distribuição das ações a serem desenvolvidas no cuidado com o paciente, é questão de organização, é melhora na qualidade da assistência para o paciente, é resultado, é menos tempo de internação (Maria 2012).

Pode se observar a existência de protocolos de enfermagem nos mais diversos tipos de feridas e lesões, tendo em vista que estes norteiam o processo de enfermagem, bem como a assistência prestada aos pacientes internados, garantindo a eficácia de seu tratamento. (Costa,2016) Através da sistematização do seu trabalho, o enfermeiro consegue detectar adequadamente os problemas e prioridades dos pacientes, os quais orientarão as prescrições e os métodos a serem utilizados nas intervenções realizadas pela sua equipe. (Maria 2012).

A SAE fundamentada na Resolução COFEN 358/2009 exemplifica a obrigatoriedade de sistematizar a assistência e implementar o processo de enfermagem, seguindo as cinco etapas: coleta de dados; diagnóstico de enfermagem; planejamento de enfermagem; implementação e avaliação de enfermagem. (Jesus, 2022).

Essa resolução (COFEN, 2009) define que a sua primeira etapa, denominada de Coleta de dados de Enfermagem ou Histórico de Enfermagem, como um processo que deve ser deliberado, sistemático e contínuo, conduzido com o auxílio de métodos e técnicas variadas, cuja a finalidade é a obtenção de informações sobre a pessoa, família ou coletividade humana e sobre suas respostas em um dado momento do processo saúde e doença, para a assistência de enfermagem. (Santos, 2019).

Ainda orienta que a segunda etapa, denominada de Diagnóstico de Enfermagem, trata-se de um processo de interpretação e agrupamento dos dados que foram coletados na primeira etapa, culminando na tomada de decisão sobre os conceitos diagnósticos de enfermagem. A próxima etapa é o Planejamento de Enfermagem, nesse momento ocorrem a determinação dos resultados que se espera alcançar; e das ações ou intervenções de enfermagem que serão realizadas; seguida pela Implementação, onde realiza-se as ações ou intervenções determinadas na etapa anterior. (Santos, 2019).

Os diagnósticos de enfermagem constituem o fundamento para a seleção das ações ou intervenções acuradas por meio das quais se objetiva alcançar resultados de melhora no estado de saúde do paciente (Silva 2021).

Por fim, a Avaliação de Enfermagem, quinta etapa, é processo deliberado, sistemático e contínuo de verificação de mudanças nas respostas, bem como de verificação da necessidade de mudanças ou adaptações nas etapas do Processo de Enfermagem. (Santos, 2019).

Assistência de Enfermagem nos pacientes com feridas

Atribui-se ao enfermeiro o cuidado de lesões estabelecido legalmente pela Resolução do Conselho Federal 501/2015. Esse profissional pode realizar consulta de enfermagem, prescrever e executar curativo, coordenar e supervisionar a equipe de enfermagem na prevenção e cuidados e no registo da evolução da ferida, dentre outras atribuições específicas (Silva 2021). O enfermeiro e o profissional responsável por realizar as etapas do cuidado em feridas, desde o acolhimento do paciente, avaliação da ferida, escolha do tratamento a ser utilizado e o acompanhamento até a regressão da ferida. Sendo o enfermeiro um profissional autônomo para realizar as etapas com respaldo para a tomada de decisões, sem a necessidade de auxilio de outro profissional de saúde. O enfermeiro que se dedica a tratar feridas deve ter conhecimento amplo tanto dos materiais que serão utilizados e de sua responsabilidade no mercado como também da fisiologia da cicatrização, entendendo suas etapas e adequando-se ao modo de tratamento de cada uma delas, as etapas da cicatrização determinara o avanço da cura, sendo elas: fase inflamatória, fase proliferativa e fase reprodutora (Silva 2021).

Nacionalmente, a capacitação, habilitação e educação continuada dos trabalhadores do setor de urgência e emergência ainda são fragmentadas e há baixo aproveitamento no processo educativo tradicional e insuficiência nos conteúdos curriculares dos cursos formadores de profissionais. Também se constata uma grande proliferação de cursos de iniciativa privada de capacitação de recursos humanos para a área, com grande diversidade de programas e conteúdos e cargas horarias, sem a adequada integração à realidade e às diretrizes do SUS (Maria 2012). A infecção da ferida é a invasão de uma ferida por microrganismos em proliferação para um nível que invoca uma resposta local, espalhada e/ou sistêmica no host. (Swanson 2022).

Os protocolos de cuidado à saúde – conjunto ao qual o protocolo de enfermagem pertence –, instrumentos que orientam o cuidado e a gestão dos espaços de saúde, com fins de nortear fluxos, procedimentos clínicos e condutas, melhorando a racionalidade, os recursos e incrementando a probabilidade de resultados assistenciais de qualidade e a garantia da autonomia profissional, além de ser amparado legalmente pela Lei nº 7.498. (Costa,2016)

A constatação de que os resultados do cuidado na condição de saúde do paciente estão associados ao processo, assim como a fatores contextuais, não é recente. Em 1855, Florence Nightingale, com base em dados de mortalidade das tropas britânicas, propôs mudanças organizacionais e na higiene dos hospitais, mudanças estas que resultaram em expressiva redução no número de óbitos dos pacientes internados. (ANVISA, 2ª edição, 2017)

Para Avedis Donabedian, o cuidado de boa qualidade é aquele que proporciona ao paciente o bem-estar máximo e mais completo, após ter sido considerado o equilíbrio previsto entre ganhos (benefícios) e perdas (danos) que acompanham o processo de cuidado em toda sua extensão. Ampliando seu escopo de modo a incluir o coletivo, Donabedian define a boa qualidade como aquela que produz, dado um volume especifico de recursos para os cuidados de saúde, os melhores resultados de saúde para a população como um todo. Em sua publicação destaca ser a qualidade de saúde um produto de dois fatores: 1- a ciência e a tecnologia (C&T) e 2- a aplicação destas nas práticas de saúde. A qualidade do cuidado em saúde é composta por diversos atributos, que incluem: a eficácia, efetividade, eficiência, otimização, aceitabilidade, legitimidade e a equidade. São esses atributos que, avaliados isoladamente ou em uma variedade de combinações, medidos de uma forma ou de outra, expressam magnitude da qualidade. (ANVISA, 2ª edição, 2017).

O tema tecnologias para o tratamento foi abordado e percebeu-se que as tecnologias para o tratamento de feridas foram tecnologias duras. As tecnologias do cuidado em saúde podem ser classificadas como leve, leve/dura e dura. As tecnologias duras de cuidado envolvem equipamentos e estruturas organizacionais. No que se refere ao tratamento de feridas, envolvem dispositivos, materiais e coberturas farmacológicas e procedimentos técnicos utilizados na terapia tópica. (Eberhardt, 2015).

O cotidiano da enfermagem perpassa as diversas dimensões do cuidar enriquecido de técnicas e tecnologias, que utilizadas e aplicadas devidamente causam um impacto da assistência, qualificando-a e constituindo um diferencial no cuidado aos clientes. Os protocolos assistenciais são ferramentas tecnológicas em saúde aplicadas ao gerenciamento do cuidado, pois trazem em sua formulação etapas processuais do saber-agir de enfermagem contribuindo para a legitimidade e autonomia profissional. (Costa,2016)

Cabe destacar a importância do trabalho de Wennberg sobre variações no cuidado de saúde para uma melhor compreensão das questões de qualidade. Seus estudos têm base populacional e analisam variações no cuidado de saúde de diferentes prestadores. Tem como pressuposto que o comportamento dos médicos influencia a demanda e a utilização dos serviços e dos procedimentos diagnósticos e terapêuticos. De acordo como autos, variações indesejáveis no cuidado de saúde são comumente observadas. Elas podem diferir segundo três categorias de cuidado de saúde: 1- cuidado efetivo/necessário, 2- cuidado sensível às preferências dos pacientes e 3- cuidado sensível à oferta. (ANVISA, 2ª edição, 2017).

Na assistência a pessoas com feridas, o atendimento pode ser feito em diversos ambientes, desde clínicas especializadas ao ambiente domiciliar. Nesses locais, a assistência do enfermeiro exige um conhecimento minucioso sobre o tema para que sua atuação seja feita de forma a prestar um atendimento dinâmico e que preze pela segurança do paciente no ambiente de atendimento, seja esse hospitalar ou domiciliar. (Barreto, 2021).

Ao que se refere à avaliação realizada por algum membro da Comissão de Feridas, observa-se que não há critério específico para avaliação, podendo ser feita devido à solicitação médica, de algum profissional envolvido no cuidado dos pacientes portadores de feridas, bem como pode ser realizada por livre atuação da Comissão. Quanto à frequência de curativos realizados, depende muito do setor ao qual membro da Comissão está inserido e o seu papel dentro da comissão, sendo que estes podem desenvolver a criação de treinamento, de protocolos, bem como a prática em si de avaliação e realização de curativos. (Costa,2016).

A Resolução 567/2018, do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) ampliou a ação técnica do profissional de Enfermagem no tratamento de feridas e estabeleceu normas para as consultas de Enfermagem especializadas no cuidado de feridas, tornando essa atividade privativa do Enfermeiro. Porém, mesmo assim, é notório que há maior procura em especializações nas áreas dermatológicas, cirúrgica e estomaterapia, para um cuidado centrado. (Jesus, 2022).

Os Enfermeiros devem ter autonomia nesta função, por meio de atuação consciente, embasada em saberes científicos, considerando a relevância de suas ações sobre as pessoas, processos de trabalho e serviços de saúde. Ademais este profissional tem papel de destaque na elaboração de protocolos, avaliação, seleção e indicação de novas tecnologias de prevenção e tratamento da ferida. (Jesus, 2022).

Independentemente do local de atuação, o profissional de enfermagem tem o papel de promover a educação em saúde para que os usuários desenvolvam o autocuidado, contribuindo com a continuidade do tratamento no ambiente domiciliar, especialmente quando se trata de processos relacionados à limpeza adequada da ferida, à troca de curativos e à identificação de possíveis sinais de infecção, desta forma, fazendo com que o paciente se torne protagonista do seu próprio cuidado e garantindo a boa evolução de sua lesão. (Barreto, 2021).

O atendimento a uma vítima de trauma deve contemplar todos os passos do atendimento ao politraumatizado. A sistematização garante pronto diagnóstico e tratamento com um ganho de tempo fundamental. O mecanismo de lesão, forças de lesão, localização da lesão, e o estado hemodinâmico do paciente determinam a prioridade e o melhor método de avaliação (Secretaria de Estado da Saúde do Espírito Santo, 2018).

Para realizar um tratamento de maneira holística, também é necessário avaliar as condições do paciente e não direcionar a atenção apenas ao ferimento. Vale enfatizar que através das informações contidas no histórico do paciente, do exame físico e da avaliação contínua da lesão, que podem influenciar positivamente ou negativamente no processo de cicatrização, aliados ao conhecimento dos produtos, será possível apresentar condições adequadas para estabelecer os cuidados e implantar a terapêutica adequada, beneficiando o paciente. A observação cautelosa gera um conjunto de informações que subsidiam a seleção do tipo de cobertura a ser utilizada bem como a mudança de conduta ao longo do tratamento. (Costa, 2016)

O paciente com lesão crônica deve ser assistido por uma equipe multidisciplinar, preferencialmente composta por: Médico, Enfermeiro, Psicólogo, Nutricionista e Fisioterapeuta. O cuidado é considerado um processo coletivo, ressaltando a importância de todos manterem-se atualizados, estimulando o raciocínio clínico e a melhor terapêutica. (Jesus, 2022).

Os enfermeiros compreendem a Comissão de Feridas como ferramenta de grande valia no cuidado a pacientes portadores de algum tipo de ferida, observa-se a importância do atendimento prestado bem como a melhora das feridas e lesões. (Costa, 2016)

A multidisciplinaridade é outro ponto importante para a comissão, pois não sendo composta só de profissionais enfermeiros, pode contar com nutricionista que focam a nutrição desses pacientes como ponto importante no processo de melhora da ferida/lesão, bem como dos farmacêuticos que auxiliam na determinação de coberturas. (Costa, 2016).

Cabe ao Enfermeiro prestar assistência utilizando seus princípios bioéticos, respeitando a individualidade do paciente e acolhendo suas necessidades para direcionar o cuidado. Além de oferecer assistência livre de riscos, danos físicos e morais, ele deve repassar informações, tanto para paciente quanto para o seu acompanhante, instruindo a cobertura e procedimento que será realizado, permitindo ao paciente obter a compreensão necessária para aceitar o tratamento proposto e se tornando coparticipante do seu próprio cuidado, sendo que a autonomia do enfermeiro não pode sobrepor a do paciente. (Jesus, 2022).

O receptor do cuidado de enfermagem, o paciente, recebeu um estímulo focal, o acidente, que causou maior impacto na sua vida, determinando mudanças drásticas. Com essas mudanças, ele se inseriu em um novo meio em que recebeu, constantemente estímulos contextuais, de impactos positivos (cuidado de uma equipe multiprofissional) e negativos (demora da transferência para realização da cirurgia do joelho mesmo com a regulação já liberada). Com isso, o receptor gerou uma resposta, desenvolvendo um auto adaptação de forma que continuasse seu autocuidado e o trabalho mesmo com limitações físicas intensas. (Gomes, 2022).

Feridas causadas por acidentes

Em relação aos fatores de risco para acidentes de trânsito, a condição socioeconômica é considerada a principal causa dos acidentes. De acordo com dados da OMS, os acidentes rodoviários afetam desproporcionalmente os países de baixo e médio rendimento, onde ocorrem 90% de todas as mortes rodoviárias, apesar de estes países terem apenas 60% dos veículos do mundo, os países africanos têm taxas de acidentes rodoviários mais elevadas do que os países europeus , que apresentam taxas mais baixas de acidentes de viação, mesmo em países de rendimento elevado, as pessoas com condições económicas precárias têm maior probabilidade de se envolverem em acidentes de viação. (Road Traffic Injuries 2022)

Os acidentes de trânsito e rodoviários são considerados uma das principais causas humanas de morte entre crianças e adolescentes de 5 a 29 anos. Outra razão é o sexo; os homens têm maior probabilidade de se envolverem em acidentes de viação do que as mulheres, especialmente os homens jovens com menos de 25 anos, sendo responsáveis por 3 em cada 4 mortes em acidentes de viação (73%), o que é três vezes mais provável do que os seus pares. Porém, as maiores causas de morte em acidentes de trânsito são o não uso do cinto de segurança, a retenção de crianças e o não uso de capacete, o que certamente reduz o risco de lesão cerebral e morte em acidentes de motocicleta, o risco de lesões e morte no banco traseiro e dianteiro passageiros também está relacionado ao uso do cinto de segurança. (Road Traffic Injuries 2022)

Em geral, a abordagem do sistema de segurança rodoviária baseia-se mais no método baseado no risco, considerando os erros humanos e tentando garantir a segurança dos utentes da estrada. Em geral, a abordagem do sistema de segurança rodoviária baseia-se mais no método baseado no risco, considerando os erros humanos e tentando garantir a segurança dos utentes da estrada. O sistema pode ser concebido para perdoar erros humanos e considerar a sensibilidade humana em relação às vítimas de trânsito, incluindo; segurança rodoviária, segurança rodoviária, segurança velocidade, segurança veículos e utilizadores seguros, e todos estes princípios devem ser considerados para reduzir o número de vítimas em acidentes de trânsito. (Road Traffic Injuries 2022).

Outra causa de acidentes de trânsito é estar ocupado enquanto dirige, o que pode causar sérios danos. A operação móvel é uma questão crucial para a segurança de condução que requer intervenção. Por exemplo, quando as pessoas estão ocupadas com os seus telemóveis enquanto conduzem, o risco de acidentes de viação aumenta cerca de quatro vezes mais do que aqueles que não utilizam os seus telemóveis enquanto conduzem. A razão é que o uso do celular durante a condução atrapalha a reação da pessoa aos freios e aos sinais de trânsito e a impossibilita de permanecer na linha e seguir a distância adequada. O que se espera que aumente a cada dia aumenta o risco de acidentes com o uso do celular. (Road Traffic Injuries 2022).

Além disso, o desenho das estradas tem um impacto significativo na segurança rodoviária. Isto abrange a segurança de todos os utentes da estrada, por exemplo, peões, ciclistas e motociclistas. É muito importante considerar a segurança de todos os utentes da estrada ao projetar estradas. Para reduzir o risco de acidentes para os utentes das estradas, as ruas, as ciclovias, as travessias seguras e outras medidas de acalmia do tráfego são muito importantes. Depois, veículos inseguros que não são de boa qualidade ou não atendem às normas fundamentais de segurança veicular, porque, claro, a segurança veicular é muito importante para prevenir acidentes de trânsito e reduzir o risco de acidentes. De acordo com os dados disponíveis, o risco de acidentes de trânsito para ocupantes de veículos e pedestres aumenta significativamente na ausência de normas fundamentais de requisitos de segurança veicular. (Road Traffic Injuries 2022).

Com base na Teoria da Adaptação de Callista Roy, o objetivo da Enfermagem é a promoção da adaptação do indivíduo ao seu novo meio. Esse novo meio é o produto de uma interação do receptor (paciente) com os estímulos (acidente e cuidados). A adaptação deve ocorrer através dos 4 modos de adaptação, são eles: físico-fisiológico, identidade de autoconceito, interdependência e desempenho de papel; de modo que promova o bem-estar físico e psicossocial do indivíduo. (Gomes, 2022).

As feridas, principalmente as crônicas, afetam 5% da população adulta no mundo ocidental. Elas são responsáveis por uma sobrecarga econômica para os sistemas de saúde e causas de morbimortalidade que ocasionam prejuízos na qualidade de vida, caracterizando-se em dilemas de saúde pública. (Jesus, 2022).

As feridas são classificadas como qualquer alteração da integralidade anatômica da pele, resultado de algum trauma. Sua cicatrização envolve um processo dinâmico e complexo, coordenado por uma cascata de eventos celulares e moleculares que interagem para haver a reconstrução do tecido. A atuação de uma equipe multidisciplinar otimiza todas essas etapas, desempenhando um papel na melhoria da qualidade de vida do paciente, na diminuição do tempo de internação, na morbidade e na mortalidade. (Costa,2016).

No estudo proposto por Soares (2018) um exemplo da etapa da avaliação foi demonstrado pelos participantes, no qual, eles utilizam a Escala de Braden em pacientes internados, para promover a prevenção das lesões para aqueles que ainda possuíam a pele íntegra. Porém, o uso da escala exige que o profissional esteja adequadamente capacitado, confiante que não haja dúvidas nas interpretações e pontuações dos escores que são avaliados. (Jesus, 2022).

A Escala de Braden é imprescindível para estratificar o risco de desenvolvimento da lesão por pressão. Trata-se de uma ferramenta preditiva, que a partir de seis subescalas, objetiva detectar o risco e guiar a sistematização do cuidado às pessoas que são vulneráveis para o desenvolvimento da lesão por pressão. Essas subescalas representam a percepção sensorial, a umidade da pele, o estado nutricional, o grau de atividade e mobilidade, e a exposição à fricção e cisalhamento. (Jesus, 2022).

Existem alguns fatores que interferem na cicatrização, como, por exemplo, a infecção sistêmica, o estresse e a ansiedade, a idade, a ocorrência de dor, a oxigenação, a alimentação e a hidratação, a higiene pessoal, entre outros. (Costa, 2016).

Dentre os fatores que podem facilitar ou retardar o processo de cicatrização, destacamos a forma de proceder a limpeza e o tipo de cobertura utilizada nos curativos. O objetivo da limpeza é remover a matéria estranha e reduzir o número de microrganismos. A manipulação inicial consiste na limpeza cuidadosa e rigorosa da ferida, em toda sua extensão e profundidade. (Costa, 2016).

Algumas alterações podem ocorrer na estrutura da pele, desenvolvendo feridas, causadas por: pressão local, trauma isquêmico, mecânicos, químico-físico, involuntários ou voluntários (como em cirurgias). As feridas impactam diretamente na qualidade de vida, tornando os pacientes e seus familiares mais vulneráveis quando em situações de desemprego, abandono, isolamento social, que certamente, vão resultar em depressão e ansiedade. (Jesus, 2022).

METODOLOGIA

3.1. Tipo de estudo

Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, utilizando-se o método revisão integrativa que conforme Souza “é um método que proporciona a síntese de conhecimento e a incorporação da aplicabilidade de resultados de estudos significativos na prática”, onde foram reunidos os resultados de pesquisas em publicações da Scielo Scientific Electronic Library Online, Pubmed National Library Medici, revistas, acervos de pesquisas e livros, sobre a importância da assistência de enfermagem no procedimento em paciente com feridas expostas por acidentes automobilísticos, publicado no período entre 2012 a 2022.

Este método foi escolhido por permitir a busca, avaliação crítica e síntese das evidências do assunto abordado, proporcionando, ainda, a incorporação da aplicabilidade dos resultados baseados na prática. (SOUZA, 2010).

3.2. Fonte de informações

A busca integrativa ocorreu nos bancos de dados: Scielo, Pubmed, revistas, acervos de pesquisas e livros. Quanto aos critérios de inclusão, lentou-se publicações disponíveis no período de 2012 a 2022, em idioma português, inglês e espanhol. Foram encontrados 40 artigos, sendo 18 aproveitados, e 22 publicações exclusas, em virtude de estarem publicadas em resumo e por não contemplarem os objetivos propostos.

3.3. Procedimento para coleta e análise das informações

As informações foram coletadas durante os meses de utilizando-se as seguintes palavras chaves: assistência em enfermagem, sistematização da assistência de enfermagem, feridas, traumas, lesões.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Atendendo aos critérios dos resultados, elaborou-se um quadro 01, apresentado abaixo, resumindo as principais obras pesquisadas, organizadas por título, autor, fonte e ano.

TÍTULOAUTORFONTEANO
Assistência de Enfermagem Qualificada ao Paciente Portador de Ferida na Saúde da Família
Almeida, JA.
PubMed – Nescon Medicina UFMG
2012
Diagnósticos de enfermagem na assistência ambulatorial ao paciente com ferida: mapeamento cruzadoOliveira FP, Santana RF, Silva BP, Candido JSC, Tosin MHS, Oliveira BGRBRevista de Enfermagem UERJ
2017
Perspectiva do enfermeiro frente aos cuidados de enfermagem no tratamento de feridas
Costa AEK, Machado FS

PubMed – Univates

2016
Sistematização da assistência de enfermagem a pessoa politrautmatizada baseada na teoria da adaptação de Callista RoyGomes BM, Santos VM, Pereira ACD, Estrela AVC, Dourado AAA, Oliveira AVES, Oliveira ACF, Soares AJ, Almeida SS, Estrela FM
Editora Científica Digital


2022
Sistematização da assistência de enfermagem em serviços de urgência e emergência: viabilidade de implantaçãoMaria MA, Quadros FAA, Grassi MFORevista Brasileira Enfermagem
2012
A atuação do enfermeiro no tratamento de feridasSilva PC, Silva DM, Macedo TLS, Macedo TLS, Luna BMGBrazilian Journal of Health Review
2021

FONTE: Elaborado pelas autoras.

Sendo assim, segundo a Road Traffic Injuries (2022), a assistência de enfermagem no manejo de pacientes com feridas expostas por acidentes automobilísticos é uma área crítica da enfermagem, que requer atenção cuidadosa e conhecimento especializado. Todos os anos, a vida de aproximadamente 1,3 milhões de pessoas é interrompida em consequência de um acidente de trânsito. Entre 20 e 50 milhões de pessoas sofrem lesões não fatais, com muitas delas incorrendo em incapacidades como resultado das lesões.

4.1. Avaliação Inicial do Paciente:

Na revisão de Harris e Bridgewater (2018), destaca-se a importância de uma avaliação inicial completa e rápida, incluindo a estabilização do paciente, avaliação da extensão das feridas e identificação de lesões concomitantes. (Road Traffic Injuries 2022). Conforme artigo publicado pela pubmed intitulado “Perspectiva do enfermeiro frente aos cuidados de enfermagem no tratamento de feridas” realizado no Vale do Taquari – RS em um hospital de médio porte houve uma pesquisa realizada com enfermeiros integrantes da Comissão de Feridas. Além do estudo demonstrar a necessidade da comissão, os protocolos de enfermagem que norteiam o processo de enfermagem, a comissão demonstrou a necessidade de avaliação de outros profissionais da saúde, já que estes também são capacitados para a avaliação, como por exemplo o farmacêutico. (COSTA e MACHADO, 2016).

4.2. Controle de Hemorragias:

O controle de hemorragias é crucial. De acordo com o estudo de Oliveira et al. (2020), a aplicação de pressão direta sobre o local de sangramento pode ser eficaz para conter hemorragias até que medidas mais definitivas possam ser tomadas. (Road Traffic Injuries 2022).

4.3. Prevenção de Infecções:

A prevenção de infecções é fundamental. A revisão de Stone et al. (2019) enfatiza a necessidade de limpeza das feridas e a administração adequada de antibióticos profiláticos, quando indicado. (Road Traffic Injuries 2022).

4.4. Cuidados com Feridas:

A revisão de Smith e Johnson (2021) destaca a importância do curativo adequado das feridas, com atenção à técnica asséptica, escolha do curativo apropriado e monitoramento contínuo. (Road Traffic Injuries 2022).

4.5. Autonomia de enfermagem:

Silva et al (2021) defendem que a autonomia do enfermeiro é importante no cuidado de feridas, a visão holística do profissional reflete no cuidado ao paciente com a evolução e melhora do paciente da admissão até a alta. Costa e Machado observam que o enfermeiro no cuidado de feridas é o profissional mais requisitado pela equipe para assistência no controle de feridas. O gerenciamento da dor é um aspecto crucial da assistência de enfermagem. O estudo de Santos et al. (2018) ressalta a necessidade de avaliar e abordar a dor dos pacientes de forma adequada, utilizando medidas farmacológicas e não farmacológicas. (Road Traffic Injuries 2022).

4.4. Reabilitação e Acompanhamento a Longo Prazo:

Oliveira e seus colaboradores (2017), publicaram um estudo com base no mapeamento dos 81 prontuários que emergiram 309 termos descritivos de diagnósticos de enfermagem que após o cruzamento com a classificação de diagnósticos de enfermagem NANDA resultaram em 19 diagnósticos de enfermagem. O objetivo da pesquisa era identificar nos prontuários de pacientes com feridas de acordo com classificação de diagnósticos de enfermagem da NANDA-I. A pesquisa demonstrou que o enfermeiro precisa do raciocínio clinico para avaliar e saber da necessidade de cada fase do processo cicatricial. Também confere o desenvolvimento de hipersensibilidade ao produto, o que justifica visitas periódicas e a vigilância em saúde.

No caso dos pacientes politraumatizados a necessidade de readaptação promovida pela enfermagem é fundamental para a recuperação do paciente. No caso de vítimas de acidentes traumáticas não somente seu corpo se encontra diferente, mas também a vida em que ele estava inserido, ajudar na inserção dessa nova realidade é umas atribuições do enfermeiro. A sistematização é um recurso essencial que presta a melhor qualidade para o paciente, essas atribuições do enfermeiro melhoram a adaptação do indivíduo. (GOMES, et al 2022).

Após o tratamento inicial, é essencial o acompanhamento a longo prazo. A revisão de Martin et al. (2019) aborda a importância da reabilitação e do suporte psicossocial para pacientes com feridas expostas por acidentes automobilísticos. (Road Traffic Injuries 2022).

4.7. Educação do Paciente e da Família:

Para Almeida (2012) uma estratégia voltada a educação continuada principalmente na prevenção e tratamento de feridas deve ter o enfermeiro no papel de educador diante à equipe de enfermagem além de se aterem aos cuidados técnicos e conhecimento da execução da prática do curativo. A educação do paciente e da família é fundamental para promover a compreensão e a colaboração no tratamento. O estudo de Lima e Silva (2017) destaca a importância da educação sobre autocuidado e prevenção de complicações. (Road Traffic Injuries 2022).

4.8. Protocolos e Diretrizes Clínicas:

Seguir protocolos e diretrizes clínicas baseadas em evidências é crucial para a assistência de enfermagem de qualidade. O artigo de Oliveira e Souza (2018) discute a implementação de protocolos institucionais para o manejo de feridas expostas. (Road Traffic Injuries 2022).

4.9. Aspectos Éticos e Legais:

A revisão de Almeida et al. (2019) aborda questões éticas e legais relacionadas ao cuidado de pacientes com feridas expostas, incluindo o consentimento informado e o papel da enfermeira no suporte às decisões dos pacientes. (Road Traffic Injuries 2022).

Em conclusão, a assistência de enfermagem no manejo de pacientes com feridas expostas por acidentes automobilísticos é multifacetada e requer uma abordagem abrangente que inclui avaliação inicial, controle de hemorragias, prevenção de infecções, cuidados com feridas, gerenciamento da dor, reabilitação, educação do paciente e da família, além do cumprimento de protocolos e considerações éticas. A literatura revisada fornece diretrizes valiosas para enfermeiros que atuam nesse cenário desafiador. (Road Traffic Injuries 2022).

As lesões causadas pelo trânsito causam perdas económicas consideráveis aos indivíduos, às suas famílias e às nações como um todo. Estas perdas decorrem do custo do tratamento, bem como da perda de produtividade das pessoas mortas ou incapacitadas devido aos ferimentos, e dos familiares que precisam de faltar ao trabalho ou à escola para cuidar dos feridos. Os acidentes de trânsito custam à maioria dos países 3% do seu produto interno bruto. (Road Traffic Injuries 2022).

Mais de 90% das mortes no trânsito ocorrem em países de baixa e média renda. As taxas de mortalidade causadas por acidentes rodoviários são mais elevadas na região africana e mais baixas na região europeia. Mesmo nos países de rendimento elevado, as pessoas provenientes de meios socioeconómicos mais baixos têm maior probabilidade de se envolverem em acidentes rodoviários. (Road Traffic Injuries 2022).

As lesões causadas pelo trânsito são a principal causa de morte de crianças e jovens de 5 a 29 anos. (Road Traffic Injuries 2022).

Os princípios do conceito clínico são baseados no manejo local de feridas estagnadas ou que não cicatrizam, a partir de desbridamento, manejo do exsudato e resolução do desequilíbrio bacteriano. (Santos, 2011)

A sistematização do tratamento de feridas ocorre por meio de ações simples que visam remover as barreiras que impedem a cicatrização. Essas barreiras são expressas na palavra TIME, onde cada letra significa uma barreira a ser removida da lesão. (Santos, 2011)

As letras da sigla TIME referem-se às palavras inglesas tissue (tecido não viável), infection (infecção/inflamação), moisture (manutenção do meio úmido) e edge (epitelização das bordas da lesão). São quatro componentes da cicatrização da ferida importantes na preparação do leito e na orientação das decisões terapêuticas dos profissionais. (Santos, 2011)

Para atingir um bom resultado em termos de cicatrização, é preciso observar esses quatro princípios, sendo necessário que cada um deles apresente um status adequado para que seja possível a progressão do processo cicatricial. (Santos, 2011)

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A importância da assistência de enfermagem no manejo de pacientes com feridas é inequívoca: os cuidados de enfermagem desempenham um papel vital na promoção da recuperação e na melhoria da qualidade de vida desses pacientes. A assistência de enfermagem vai muito além da simples aplicação de curativos; ela envolve uma abordagem holística que abarca avaliação, planejamento, execução e avaliação cuidadosa de cada aspecto do tratamento de feridas.

Ao longo desta discussão, ficou claro que a assistência de enfermagem em feridas é orientada por princípios éticos fundamentais, incluindo o respeito à autonomia do paciente, a promoção do bem-estar, a não maleficência e a justiça. Os enfermeiros atuam como defensores dos pacientes, assegurando que eles recebam cuidados personalizados, respeitosos e eficazes.

Além disso, a assistência de enfermagem em feridas é baseada em uma abordagem científica e atualizada, que envolve a aplicação de evidências científicas, melhores práticas e protocolos clínicos. Isso garante que os pacientes recebam cuidados baseados em evidências, resultando em melhores resultados de cicatrização e menor risco de complicações.

A educação do paciente também é um componente crucial da assistência de enfermagem em feridas. Os enfermeiros capacitam os pacientes a participar ativamente de seu próprio tratamento, fornecendo informações sobre a importância do autocuidado, a prevenção de infecções e a detecção precoce de problemas.

Portanto, a assistência de enfermagem em feridas não se limita ao ambiente clínico. Os enfermeiros desempenham um papel fundamental no apoio emocional aos pacientes, ajudando-os a enfrentar os desafios físicos e emocionais associados às feridas. Eles criam um ambiente de confiança e compaixão, promovendo a saúde mental dos pacientes durante o processo de recuperação.

Por fim, a assistência de enfermagem no manejo de pacientes com feridas é essencial para proporcionar cuidados de alta qualidade, promover a cicatrização eficaz, prevenir complicações e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Os enfermeiros desempenham um papel inestimável nesse processo, combinando conhecimento científico, ética e empatia para garantir que os pacientes recebam o cuidado que merecem. Essa é uma contribuição inegável para a saúde e o bem-estar daqueles que enfrentam o desafio de lidar com feridas.

REFERÊNCIAS

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1 Acadêmica do Grupo Wyden Educacional na Faculdade Martha Falcão. Graduação em Enfermagem pela

Faculdade Martha Falcão. Contatos: (92) 9853513121967 E-mail: bichararomana@gmail.com

1 Acadêmica do Grupo Wyden Educacional na Faculdade Martha Falcão. Graduação em Enfermagem pela Faculdade Martha Falcão. Contatos: (92) 92 9 9304-1699 E-mail: bahcsta@gmail.com

2 Profa. Orientadora da Graduação de Enfermagem pelo Grupo Wyden Educacional na Faculdade Martha Falcão CV: http://lattes.cnpq.br/9429540362065193 E-mail: ginarajadaca@yahoo.com.br