ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO PARTO HUMANIZADO

NURSING CARE IN HUMANIZED BIRTH

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/fa10202411251021


Jaynne Gabrielle Almeida Martins Hermann1,
Laryssa Lima Trelha2,
Maria Clara Teixeira Carvalho3


RESUMO

Este artigo teve como objetivo, analisar a atuação da equipe de enfermagem no contexto do parto humanizado, com o objetivo de melhorar a sistematização dessa prática e compreender o impacto na percepção e experiência das mulheres e dos recém-nascidos. Com uma abordagem descritiva e exploratória, utilizou-se uma revisão integrativa da literatura, permitindo uma análise abrangente das intervenções de enfermagem que contribuem para a humanização do parto. A pesquisa foi conduzida com base em critérios de inclusão que consideraram artigos científicos publicados nos últimos cinco anos, em português, e disponíveis integralmente em bases de dados eletrônicas, como SciELO, LILACS e BDENF. Os resultados indicam que a assistência de enfermagem é fundamental para a experiência positiva das mulheres durante o parto humanizado. Fatores como apoio contínuo, comunicação eficaz e escuta ativa emergiram como elementos essenciais para o empoderamento e satisfação das parturientes, destacando ainda a importância da formação contínua dos profissionais de enfermagem em práticas humanizadas, capacitação adequada. As políticas públicas desempenham um papel crucial na promoção de práticas humanizadas, exigindo suporte institucional e diretrizes claras para que a equipe de enfermagem possa implementar essas práticas de forma efetiva. Conclui-se que a assistência de enfermagem no parto humanizado tem um impacto direto na melhoria da experiência do parto, sendo necessária uma maior valorização e investimento em políticas de saúde que priorizem a humanização nos serviços obstétricos.

Palavras-chaves: Parto humanizado; assistência de enfermagem; percepção da mulher; experiência do bebê.

ABSTRACT

This article aimed to analyze the performance of the nursing team in the context of humanized birth, with the aim of improving the systematization of this practice and understanding the impact on the perception and experience of women and newborns. With a descriptive and exploratory approach, an integrative literature review was used, allowing a comprehensive analysis of nursing interventions that contribute to the humanization of childbirth. The research was conducted based on inclusion criteria that considered scientific articles published in the last five years, in Portuguese, and available in full in electronic databases, such as SciELO, LILACS and BDENF. The results indicate that nursing care is fundamental to women’s positive experience during humanized childbirth. Factors such as continuous support, effective communication and active listening emerged as essential elements for the empowerment and satisfaction of parturient women, also highlighting the importance of continuous training of nursing professionals in humanized practices and adequate training. Public policies play a crucial role in promoting humanized practices, requiring institutional support and clear guidelines so that the nursing team can implement these practices effectively. It is concluded that nursing care in humanized birth has a direct impact on improving the birth experience, requiring greater appreciation and investment in health policies that prioritize humanization in obstetric services.

Keywords: Humanized birth; nursing assistance; perception of women; baby experience.

1 INTRODUÇÃO

A assistência de enfermagem no parto humanizado tem se mostrado uma prática fundamental na promoção de um cuidado centrado na mulher e no bebê, valorizando os aspectos fisiológicos e emocionais do processo de nascimento. A humanização do parto, compreendida como uma abordagem que respeita os direitos, desejos e autonomia da mulher, encontra respaldo em políticas públicas e diretrizes nacionais e internacionais de saúde, como as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde brasileiro. Esse modelo de assistência visa reduzir intervenções desnecessárias, promovendo um ambiente acolhedor e seguro, em que a equipe de enfermagem exerce papel central na garantia do bem-estar materno e neonatal.

O objeto deste trabalho é investigar a influência da atuação da equipe de enfermagem na percepção da mulher sobre o parto humanizado, delimitando a pesquisa à análise de publicações nacionais dos últimos cinco anos que discutem a sistematização da assistência de enfermagem no contexto do parto humanizado. A delimitação temporal e geográfica justifica-se pela necessidade de entender como os avanços recentes nas políticas de humanização do parto têm impactado a atuação dos profissionais de saúde no Brasil, considerando as particularidades culturais e institucionais do país.

O tema encontra-se em estágio avançado de desenvolvimento, com diversas pesquisas nacionais e internacionais evidenciando os benefícios do parto humanizado. Os estudos indicam uma redução significativa nas taxas de cesarianas e no uso de intervenções obstétricas em partos assistidos por equipes que seguem os princípios da humanização. Além disso, destaca-se a importância da comunicação e do acolhimento durante o parto, elementos que fortalecem o vínculo entre a parturiente e a equipe de enfermagem. No entanto, ainda existem lacunas quanto à sistematização dos cuidados de enfermagem, bem como à formação e capacitação contínua dos profissionais para atuarem de forma humanizada.

O problema desta pesquisa pode ser sintetizado na seguinte questão: Qual a influência da atuação da equipe de enfermagem na percepção da mulher sobre o parto humanizado? A partir dessa questão, o estudo buscou alcançar dois objetivos principais, a compreensão a percepção da mulher sobre o parto humanizado e o papel desempenhado pela equipe de enfermagem nesse processo, identificando os principais aspectos da assistência de enfermagem que impactam a experiência do parto para a mulher e o bebê.

Para alcançar esses objetivos, partimos da hipótese de que a atuação da equipe de enfermagem, baseada nos princípios da humanização, contribui significativamente para uma experiência de parto mais positiva e segura para a mulher. As variáveis consideradas incluem a formação e capacitação da equipe de enfermagem, o ambiente físico do parto, e as práticas adotadas durante o processo de nascimento.

A justificativa para este estudo está alicerçada na relevância crescente do parto humanizado no cenário de saúde pública brasileiro. Com a implementação de políticas como a Rede Cegonha, que incentiva práticas humanizadas no parto e no nascimento, torna-se essencial avaliar como essas diretrizes estão sendo aplicadas na prática clínica. A compreensão da percepção das mulheres sobre a assistência de enfermagem no parto humanizado pode fornecer subsídios importantes para aprimorar a formação dos profissionais e a qualidade do atendimento oferecido, impactando diretamente nos indicadores de saúde materna e neonatal.

A metodologia utilizada neste estudo baseia-se em uma revisão de literatura integrativa, de caráter exploratório e descritivo. Serão analisados artigos publicados nos últimos cinco anos em periódicos nacionais, acessíveis nas bases de dados Scielo, LILACS e PubMed. Os critérios de inclusão envolvem estudos que abordem a atuação da enfermagem no parto humanizado, enquanto os critérios de exclusão consideram trabalhos incompletos, não acessíveis gratuitamente ou de áreas não relacionadas à saúde. A análise dos dados será realizada de forma qualitativa, buscando identificar padrões e temas recorrentes que respondam ao problema de pesquisa.

A estrutura deste trabalho divide-se em três partes principais: a primeira seção aborda o referencial teórico sobre parto humanizado e assistência de enfermagem; a segunda seção explora os resultados obtidos com a análise dos artigos selecionados; e a terceira seção apresenta uma discussão crítica sobre os achados, destacando suas implicações para a prática de enfermagem.

Espera-se que os resultados desta pesquisa possam contribuir para a melhoria das práticas assistenciais de enfermagem no contexto do parto humanizado, ampliando o debate sobre a importância da humanização no cuidado perinatal e propondo estratégias que fortaleçam o papel dos enfermeiros na promoção de um parto seguro e acolhedor para as mulheres e seus bebês.

1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O parto humanizado prioriza o bem-estar da mulher e do bebê, respeitando a fisiologia do parto e as escolhas da gestante. A enfermagem desempenha papel crucial, oferecendo suporte emocional, informações claras e práticas baseadas em evidências. A humanização reduz intervenções desnecessárias, melhora a experiência do parto e fortalece o vínculo mãe-bebê. Desafios como falta de recursos e resistência cultural ainda persistem, mas a sistematização da assistência de enfermagem e a capacitação dos profissionais são fundamentais para garantir a qualidade do cuidado e a implementação de práticas humanizadas.

1.1  Conceito de Parto Humanizado

O conceito de parto humanizado ganhou relevância nas últimas décadas, à medida que se reconheceu a necessidade de colocar a mulher no centro do processo de parto, respeitando suas escolhas e promovendo uma experiência mais positiva e menos medicalizado. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o

parto humanizado é aquele que respeita o tempo natural do trabalho de parto, minimiza intervenções desnecessárias e valoriza a autonomia da mulher (Brasil, 2017). Além disso, esse modelo de assistência prioriza o bem-estar físico e emocional da mulher e do bebê, favorecendo práticas baseadas em evidências científicas e em princípios de dignidade, respeito e segurança. (Costa et al., 2019)

A humanização do parto, conforme preconizado por Diniz et al. (2017), não se limita à redução de intervenções médicas, mas envolve também o reconhecimento dos direitos reprodutivos e a promoção de um ambiente acolhedor e de suporte emocional. Isso reflete uma mudança de paradigma na obstetrícia, que passou a incorporar abordagens mais centradas na mulher e nos aspectos biopsicossociais do parto. Nesse contexto, a humanização do parto é entendida como um modelo de assistência que prioriza práticas baseadas em evidências científicas e que respeitam a dignidade, o respeito e a segurança da mulher. Segundo Costa et al. (2019), esse modelo de cuidado não se limita à diminuição das intervenções médicas, mas também engloba a promoção de um ambiente acolhedor e de suporte emocional.

O parto humanizado é um conceito que busca promover uma experiência de parto respeitosa e acolhedora, onde as necessidades e desejos da mulher são priorizados. Essa abordagem reconhece o parto como um evento significativo na vida da mulher e de sua família, considerando suas experiências e sentimentos durante todo o processo. De acordo com o Ministério da Saúde (2017), o parto humanizado envolve o respeito à autonomia da gestante, a promoção do vínculo afetivo com o recém-nascido e a garantia de um ambiente acolhedor e seguro.

Os princípios do parto humanizado estão fundamentados na promoção do respeito, da dignidade e da individualidade da mulher. Lima e Silva (2021) afirmam que “a assistência humanizada é pautada na valorização da mulher como protagonista de seu parto, reconhecendo suas necessidades emocionais e físicas”. Isso implica que a equipe de enfermagem deve estar preparada para oferecer suporte emocional, informações adequadas e um ambiente que favoreça a liberdade de movimentos e a escolha de posições durante o trabalho de parto.

Além disso, a humanização do parto promove o envolvimento da família no processo, permitindo que os acompanhantes desempenhem um papel ativo. Segundo Santos et al. (2022), o suporte emocional da família é um fator crucial para a experiência positiva do parto, contribuindo para a redução da ansiedade e do estresse da gestante. Essa dinâmica de apoio contribui para que as mulheres se sintam mais seguras e confiantes, refletindo diretamente na evolução do trabalho de parto.

O parto humanizado tem demonstrado impactos positivos tanto na saúde da mulher quanto na do recém-nascido. A assistência baseada em princípios humanizados é capaz de reduzir intervenções desnecessárias, como cesarianas e episiotomias, que, muitas vezes, são realizadas sem uma real necessidade clínica (Ferreira, 2020). Com isso, há uma tendência à diminuição da morbidade e mortalidade materna e neonatal, promovendo um ambiente de cuidado mais seguro e eficaz.

Além disso, o fortalecimento do vínculo afetivo entre mãe e filho desde os primeiros momentos de vida é uma característica fundamental do parto humanizado. A prática do contato pele a pele, a amamentação precoce e o respeito ao tempo da mãe e do recém-nascido são elementos que favorecem o desenvolvimento emocional e fisiológico do bebê. (Melo et al., 2019)

A atuação da equipe de enfermagem é essencial na implementação do parto humanizado. A formação e a capacitação contínua dos profissionais de enfermagem são fundamentais para que possam oferecer um atendimento de qualidade, sensível às necessidades das gestantes. Rodrigues e Costa (2023) destacam que o conhecimento sobre práticas humanizadas e a capacidade de estabelecer uma comunicação empática são habilidades indispensáveis para a equipe de enfermagem no contexto do parto.

Além disso, a implementação de protocolos que incentivem a prática humanizada nas instituições de saúde é crucial para promover uma mudança cultural nas práticas de assistência ao parto. Essa mudança deve refletir o compromisso das equipes de saúde em valorizar a experiência do parto, respeitando a individualidade de cada mulher e suas escolhas.

O conceito de parto humanizado é um paradigma que visa transformar a assistência ao parto, colocando a mulher no centro do processo. A equipe de enfermagem desempenha um papel fundamental na materialização dessa abordagem, promovendo um atendimento que respeite as necessidades e desejos das gestantes, com vistas a proporcionar uma experiência positiva e segura. Assim, a humanização do parto deve ser continuamente debatida e aprimorada, assegurando que as práticas de saúde reflitam a importância desse momento único na vida das mulheres e suas famílias.

1.2  O Papel da Enfermagem no Parto Humanizado

A equipe de enfermagem desempenha um papel fundamental na condução do parto humanizado. Sua atuação vai além do cuidado técnico, abrangendo também o suporte emocional e psicológico para a gestante. De acordo com Santos et al. (2020), a enfermeira obstetra tem a responsabilidade de monitorar o bem-estar da mãe e do bebê, identificar sinais de complicações, promover o conforto e garantir que as preferências da mulher sejam respeitadas. A humanização do parto, portanto, depende significativamente da capacitação e sensibilidade dos profissionais de enfermagem.

A enfermagem humanizada no parto envolve práticas que respeitam a fisiologia do nascimento, como a não intervenção rotineira, o estímulo à mobilidade durante o trabalho de parto, o uso de métodos não farmacológicos para alívio da dor e a promoção do contato pele a pele entre mãe e bebê logo após o nascimento (Silva et al., 2018). Além disso, a enfermeira obstetra, conforme relatado por Andrade e Silva (2019), deve ser uma facilitadora do processo, promovendo a autonomia da mulher e oferecendo informações claras e acessíveis para que ela possa tomar decisões informadas sobre seu corpo e seu parto.

A equipe de enfermagem ocupa uma posição central na implementação do parto humanizado. Sua atuação transcende o cuidado técnico, incorporando o suporte emocional e psicológico necessário para a gestante. Conforme apontam Santos et al. (2020), a enfermeira obstetra é responsável por monitorar o bem-estar da mãe e do bebê, identificando sinais de complicações e promovendo conforto durante o trabalho de parto. Essa função é essencial, pois a qualidade do atendimento de enfermagem pode impactar diretamente a percepção da mulher sobre sua experiência de parto.

A prática da enfermagem humanizada envolve diversas estratégias que respeitam a fisiologia do nascimento, como a não realização de intervenções rotineiras desnecessárias, o estímulo à mobilidade da gestante durante o trabalho de parto, e a utilização de métodos não farmacológicos para alívio da dor. Silva et al. (2018) destacam a importância do contato pele a pele entre mãe e bebê logo após o nascimento, que favorece a vinculação afetiva e a adaptação do recém-nascido ao ambiente extrauterino. A enfermeira obstetra, conforme Andrade e Silva (2019), deve atuar como facilitadora do processo, promovendo a autonomia da mulher e garantindo que ela tenha acesso a informações claras e acessíveis. Isso permite que a gestante tome decisões informadas sobre seu corpo e o parto, aspectos essenciais para um atendimento humanizado.

Além disso, o trabalho da equipe de enfermagem deve estar fundamentado em princípios éticos e no respeito à individualidade da mulher. A promoção de um ambiente que respeite a cultura, as crenças e os valores da gestante é vital para que a experiência do parto seja não apenas segura, mas também significativa e respeitosa. A formação contínua dos profissionais de enfermagem é crucial para que estejam aptos a oferecer um cuidado que esteja alinhado com os princípios da humanização, contribuindo para a qualidade do atendimento obstétrico e para a satisfação das mulheres durante o processo de parto. (Medeiros et al., 2020)

1.3 Assistência de Enfermagem Baseada em Evidências

A prática da enfermagem obstétrica no contexto do parto humanizado deve ser fundamentada em evidências científicas, assegurando que as intervenções sejam baseadas nas melhores práticas disponíveis. Diversos estudos mostram que intervenções desnecessárias, como a cesariana eletiva sem indicação clínica ou a episiotomia de rotina, podem ser prejudiciais tanto para a mãe quanto para o bebê (Leal et al., 2020). Por outro lado, intervenções simples, como permitir que a mulher escolha sua posição durante o parto ou criar um ambiente tranquilo e seguro, podem melhorar significativamente a experiência do parto. (Oliveira et al., 2021)

Os protocolos de humanização, como o Programa de Humanização do Prénatal e Nascimento (PHPN), instituído pelo Ministério da Saúde no Brasil, reforçam a importância de práticas baseadas em evidências e destacam o papel da enfermeira obstetra na promoção dessas práticas (Brasil, 2019). A implementação de diretrizes baseadas em evidências e o contínuo treinamento das equipes de enfermagem são essenciais para garantir a qualidade do atendimento humanizado. (Ferreira et al., 2018)

A assistência de enfermagem baseada em evidências no contexto do parto humanizado é fundamental para garantir uma experiência positiva e segura para a mulher e o recém-nascido. Esta abordagem envolve a aplicação de práticas comprovadas cientificamente que respeitam as necessidades individuais da parturiente, promovendo autonomia, conforto e bem-estar emocional.

O parto humanizado busca superar o modelo biomédico tradicional, centrando- se na mulher como protagonista do processo de nascimento. Essa perspectiva inclui a utilização de práticas naturais, como massagens e banhos, além de suporte emocional, para promover um ambiente acolhedor. A Política Nacional de Humanização (PNH) no Brasil reforça a importância de uma assistência centrada nos direitos e escolhas da mulher, aliada ao respeito pela fisiologia do parto. (Moura et al., 2020)

A evidência científica destaca que a aplicação de posições verticalizadas e a deambulação durante o trabalho de parto reduzem intervenções desnecessárias, como episiotomias e instrumentalizações. Essas práticas favorecem a evolução fisiológica do parto, minimizando riscos para a mulher e o bebê (Costa et al., 2017). Contudo, a literatura ressalta que muitos profissionais ainda seguem protocolos convencionais, o que evidencia a necessidade de uma mudança cultural nas instituições de saúde. (Petrucce et al., 2017)

A formação contínua dos profissionais de enfermagem é essencial para garantir uma assistência baseada em evidências. A implementação de protocolos de humanização, alinhados às diretrizes da OMS, permite que os enfermeiros ofereçam cuidado de qualidade e estimulem a participação ativa das mulheres no parto. Nesse contexto, os Centros de Parto Normal (CPN), regulamentados pela Portaria nº 11/2015, são exemplos de iniciativas que promovem essa prática, integrando o trabalho de enfermeiros obstetras ao modelo de assistência humanizada. (Brasil, 2015)

Apesar dos avanços, desafios persistem na disseminação de uma assistência humanizada e baseada em evidências. A adoção de práticas humanizadas requer não apenas capacitação técnica, mas também um compromisso ético e pessoal dos profissionais de saúde. Nesse sentido, é fundamental fortalecer a formação acadêmica e incentivar a pesquisa sobre o impacto dessas práticas na saúde materna e neonatal. (Andrade et al., 2017)

Assim, a assistência de enfermagem no parto humanizado, fundamentada em evidências científicas, é uma ferramenta poderosa para melhorar a qualidade do cuidado. Essa abordagem promove não apenas a segurança física, mas também o bem-estar emocional das mulheres, contribuindo para uma experiência de parto positiva e significativa.

1.4 O Impacto da Humanização no Parto para a Mulher e o Bebê

A humanização do parto é um conceito que vem ganhando destaque nas práticas de saúde, especialmente na assistência de enfermagem. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a humanização do parto envolve um conjunto de práticas que respeitam as necessidades e os direitos da mulher durante a gestação e o parto, promovendo uma experiência positiva e acolhedora. Essa abordagem não só beneficia a saúde física da mulher, mas também seu bem-estar emocional e psicológico, impactando diretamente a saúde do recém-nascido. (WHO, 2018)

Além disso, para os profissionais de enfermagem, a humanização do parto é um fator que contribui para a diminuição de intervenções desnecessárias, como o uso indiscriminado de ocitocina ou a ruptura artificial das membranas. A enfermeira obstetra, ao adotar uma abordagem humanizada, pode garantir que o parto seja conduzido de forma mais segura e tranquila, beneficiando não apenas a mulher, mas também a saúde do recém-nascido (Souza et al., 2020). A prática da assistência humanizada está intrinsecamente ligada ao respeito pela fisiologia do parto, permitindo que o processo ocorra de maneira mais natural e com menos intervenções. Estudos demonstram que a assistência humanizada durante o parto está associada a melhores desfechos para as mães e os bebês. Por exemplo, uma pesquisa realizada por Kóvacs et al. (2020) destacou que as mulheres que vivenciam um parto humanizado relatam maior satisfação com a experiência e apresentam menos complicações no pós-parto. O apoio emocional proporcionado pela equipe de enfermagem é crucial para a redução da ansiedade e do medo, fatores que podem influenciar negativamente o processo de parto. Além disso, a presença de um acompanhante durante o parto tem sido correlacionada à diminuição do uso de intervenções cirúrgicas e medicamentosas, promovendo um ambiente mais natural e seguro para o nascimento.

Além dos benefícios diretos para a saúde da mulher, a humanização do parto também impacta o recém-nascido. De acordo com Silva e Almeida (2021), a prática de contato pele a pele entre mãe e bebê imediatamente após o nascimento favorece a regulação térmica e os vínculos afetivos, essenciais para o desenvolvimento emocional e cognitivo da criança. Essa interação inicial é fundamental, pois estabelece a base para uma relação saudável e segura entre mãe e filho.

A atuação da equipe de enfermagem, em consonância com os princípios da humanização, é um fator determinante para o sucesso desse modelo de assistência. Os enfermeiros são responsáveis por promover um ambiente acolhedor e respeitoso, garantindo que a mulher se sinta segura e valorizada durante todo o processo. A escuta ativa e o suporte emocional oferecidos pelos profissionais de enfermagem são essenciais para que as mulheres se sintam empoderadas a tomar decisões informadas sobre seus corpos e seus partos. (Gomes et al., 2019)

Por fim, a humanização no parto não se limita apenas ao momento do nascimento, mas deve ser entendida como um processo que abrange toda a assistência pré-natal e pós-natal. A implementação de práticas humanizadas requer uma mudança cultural dentro das instituições de saúde, onde a equipe de enfermagem desempenha um papel crucial na formação de profissionais comprometidos com a promoção da saúde e do bem-estar da mulher e do bebê.

A humanização do parto é uma abordagem que tem ganhado destaque nas políticas públicas de saúde por priorizar a experiência positiva da mulher e do recém- nascido, respeitando aspectos físicos e emocionais. Essa prática se fundamenta em cuidados centrados na mulher, garantindo autonomia e escolhas informadas durante o trabalho de parto. Segundo Teixeirense e Santos (2018), a introdução de práticas humanizadas no Sistema Único de Saúde (SUS) promove maior acolhimento e reduz intervenções desnecessárias, o que impacta significativamente na satisfação da parturiente.

Pesquisas sugerem que o parto humanizado reduz riscos de complicações e melhora o vínculo entre mãe e bebê, ao valorizar a presença de acompanhantes e oferecer um ambiente mais seguro e respeitoso (SciELO, 2018). A escuta ativa e o suporte emocional por parte da equipe de enfermagem são componentes fundamentais nesse processo, pois promovem confiança e empoderamento, conforme demonstrado por investigações sobre as experiências das mulheres com o SUS. Além disso, protocolos que priorizam a prática humanizada favorecem um cuidado mais integral e personalizado.

Os benefícios desse modelo estendem-se ao longo do tempo, influenciando a saúde mental e física da mulher no pós-parto. A capacitação contínua dos profissionais de saúde é imprescindível para manter a qualidade do atendimento e assegurar que as práticas sejam implementadas de forma consistente. A formação em parto humanizado contribui para criar uma mudança cultural dentro das instituições, promovendo uma visão do nascimento como um evento significativo e não apenas um procedimento clínico.

Com base nas evidências apresentadas, torna-se clara a necessidade de políticas públicas que incentivem a disseminação desse modelo de cuidado em todas as unidades de saúde. Dessa forma, o impacto da humanização vai além do momento do parto, promovendo o bem-estar familiar e uma maior conexão entre a mãe e o recém-nascido.

1.5  Desafios e Perspectivas na Sistematização da Assistência

Embora os benefícios da humanização do parto estejam bem documentados, sua implementação ainda enfrenta desafios significativos, especialmente no contexto do Sistema Único de Saúde (SUS). Barreiras institucionais, como a falta de recursos, a sobrecarga de trabalho e a resistência cultural de alguns profissionais, podem dificultar a sistematização da assistência de enfermagem humanizada (Carvalho et al., 2018). Conforme ressaltado por Rodrigues et al. (2019), é necessário um esforço conjunto para promover a educação continuada dos profissionais de saúde, garantir a adesão às diretrizes de humanização e fortalecer as políticas públicas voltadas à saúde da mulher.

A articulação entre os profissionais de saúde, gestores e formuladores de políticas públicas é essencial para superar esses desafios e ampliar o acesso à assistência humanizada. Além disso, a sensibilização das gestantes sobre seus direitos e a disseminação de informações sobre o parto humanizado são medidas fundamentais para promover mudanças no modelo de assistência obstétrica. (Silva et al., 2020)

A sistematização da assistência de enfermagem (SAE) no contexto do parto humanizado tem sido um tema amplamente discutido, especialmente em função dos desafios na implementação de práticas que valorizem a integralidade e o protagonismo da mulher. A SAE, regulamentada pela Resolução COFEN nº 358/2009, visa à organização do processo de cuidado por meio de etapas interdependentes, como coleta de dados, diagnóstico, planejamento, execução e avaliação. No entanto, sua aplicação prática ainda encontra entraves relacionados à infraestrutura das instituições e à capacitação dos profissionais.

Segundo Silva e Oliveira (2022), a incorporação dos princípios da humanização no parto exige que a SAE seja adaptada para incluir a escuta ativa das necessidades da gestante, promovendo uma experiência personalizada e respeitosa. Nesse sentido, a assistência humanizada deve transcender o atendimento técnico, valorizando a relação de confiança entre a equipe de enfermagem e a mulher. Dessa forma, o planejamento de ações específicas dentro da SAE possibilita que o cuidado seja alinhado aos desejos da parturiente, considerando aspectos culturais e emocionais.

Ademais, Barreto et al. (2021) destacam que um dos principais desafios para a sistematização da assistência é a resistência por parte de alguns profissionais, que veem o modelo humanizado como um acréscimo à carga de trabalho, em vez de uma oportunidade para qualificar o cuidado. Essa percepção reforça a necessidade de capacitações contínuas que sensibilizem a equipe de enfermagem para a importância do protagonismo da mulher no processo de parto. A adoção de protocolos claros e acessíveis, integrados à SAE, é fundamental para reduzir essas resistências e garantir que as práticas humanizadas sejam aplicadas de forma consistente.

Outra perspectiva relevante é a importância da articulação entre a SAE e as políticas públicas de saúde. A Política Nacional de Humanização (PNH) do Sistema Único de Saúde (SUS) incentiva práticas que promovam o acolhimento e a autonomia da gestante, alinhando-se com os princípios da assistência humanizada. Conforme enfatizam Rodrigues e Santos (2020), a aplicação da SAE nesses moldes não apenas melhora os resultados perinatais, mas também reduz a necessidade de intervenções desnecessárias, como cesáreas eletivas. Assim, a integração entre a SAE e as diretrizes da PNH potencializa a qualidade da assistência e fortalece o vínculo entre a mulher e o recém-nascido.

No entanto, Ferreira e Lima (2023) alertam que a implementação da SAE em ambientes hospitalares enfrenta limitações estruturais, como falta de recursos humanos e sobrecarga de trabalho. Esses fatores comprometem a aplicação adequada das etapas da SAE e impactam diretamente a qualidade do cuidado oferecido. Para superar esses obstáculos, os autores sugerem que as instituições adotem estratégias de gestão que otimizem os fluxos de atendimento e promovam um ambiente de trabalho colaborativo, facilitando a adesão dos profissionais aos princípios da humanização.

Por fim, é importante destacar que a avaliação contínua dos processos da SAE permite identificar lacunas e propor melhorias que garantam a eficácia da assistência. Nesse contexto, o feedback das parturientes e de suas famílias torna-se essencial para ajustar as práticas e assegurar que a experiência do parto seja satisfatória para todas as partes envolvidas. Como afirma Almeida (2021), “a humanização do parto não é um fim em si mesma, mas um processo contínuo de aprimoramento das práticas assistenciais que visa à promoção do bem-estar e da dignidade da mulher”.

Em suma, a sistematização da assistência de enfermagem no parto humanizado enfrenta desafios operacionais e culturais, mas também oferece perspectivas promissoras para qualificar o cuidado. A integração da SAE aos princípios da humanização e às políticas públicas é essencial para garantir que o atendimento seja realizado de forma integral, respeitando as necessidades e desejos da mulher e proporcionando uma experiência positiva para mãe e filho. Assim, é imprescindível que a formação e a capacitação dos profissionais de enfermagem sejam priorizadas, permitindo que a equipe esteja preparada para aplicar as diretrizes da SAE de maneira eficiente e sensível.

2 METODOLOGIA

Este estudo utiliza uma abordagem descritiva e exploratória com foco na assistência de enfermagem no parto humanizado, objetivando melhorar a sistematização dessa prática e compreender o impacto na percepção e experiência das mulheres e bebês durante o parto. A metodologia é baseada em uma revisão integrativa da literatura, possibilitando uma análise abrangente dos estudos existentes sobre o tema e identificando as lacunas e potencialidades da atuação da equipe de enfermagem na humanização do parto.

Optou-se por uma revisão integrativa da literatura, que segundo Souza, Silva e Carvalho (2010), permite a inclusão de diferentes metodologias, possibilitando uma análise ampla sobre as práticas de enfermagem no parto humanizado. Esta abordagem é adequada para sintetizar evidências e obter conclusões relevantes para a prática clínica e políticas de saúde. A revisão integrativa oferece flexibilidade para examinar tanto estudos quantitativos quanto qualitativos, permitindo uma análise completa e crítica das intervenções de enfermagem no contexto do parto humanizado.

Os critérios de inclusão para os artigos publicados nos últimos cinco anos (2019-2024), garantindo a atualidade e relevância das informações, apenas publicações em português serão consideradas. Serão incluídos artigos científicos publicados em periódicos nacionais revisados por pares. Estudos de revisão de literatura, artigos de pesquisa original e estudos qualitativos ou quantitativos que abordem a assistência de enfermagem no parto humanizado serão considerados. Somente artigos disponíveis na íntegra, de forma gratuita em bases de dados eletrônicas, serão incluídos.

Foram excluídos: Trabalhos não completos ou acessíveis apenas de forma parcial, teses, dissertações, relatórios de pesquisa não publicados (RIL), e outros documentos acadêmicos que não sejam artigos de periódicos, publicações de autores que não sejam profissionais da área da saúde, anuários ou publicações duplicadas em bases de dados.

Esses critérios foram definidos com base na relevância, qualidade e aplicabilidade dos estudos ao contexto brasileiro, como destaca Moraes et al. (2021) ao ressaltar a importância de fontes científicas nacionais na abordagem do parto humanizado no Sistema Único de Saúde (SUS).

A pesquisa será realizada em bases de dados reconhecidas na área da saúde, como, SciELO (Scientific Electronic Library Online), uma base de dados de acesso aberto que inclui publicações científicas brasileiras e latino-americanas, LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde), uma das principais fontes de artigos científicos na área da saúde pública e medicina preventiva, BDENF (Base de Dados de Enfermagem), base específica para estudos na área de enfermagem.

A escolha dessas bases visa garantir que os artigos selecionados sejam relevantes para a realidade da assistência de enfermagem no Brasil, como indicam Souza et al. (2022) em sua revisão sobre a humanização no cuidado obstétrico.

A coleta de dados foi realizada em duas etapas, a identificação dos estudos, realizando uma busca utilizando palavras-chave como “parto humanizado”, “assistência de enfermagem”, “percepção da mulher” e “experiência do bebê”. Sendo aplicados filtros para garantir que os estudos estejam de acordo com os critérios de inclusão. Após a identificação inicial dos estudos, foi feita uma leitura dos títulos e resumos. Estudos que não atenderam aos critérios de inclusão foram excluídos nesta fase. Aqueles que permanecerem serão submetidos à leitura integral para verificar sua relevância para os objetivos do estudo, conforme defendem Santos e Cunha (2023), que utilizam uma abordagem semelhante para selecionar estudos relevantes em suas revisões de literatura sobre práticas de enfermagem.

Os dados coletados dos artigos selecionados serão analisados qualitativamente, buscando identificar as intervenções de enfermagem que mais impactam a percepção da mulher sobre o parto humanizado e os efeitos dessas intervenções na experiência do bebê. A análise será conduzida com base nas seguintes categorias: Como a atuação da equipe de enfermagem contribui para a humanização do parto. Como as mulheres percebem o parto humanizado e qual o papel da equipe de enfermagem nessa percepção Identificação dos aspectos da assistência de enfermagem que influenciam a saúde e bem-estar do recém-nascido durante e após o parto.

Conforme afirma Rodrigues et al. (2020), uma análise qualitativa permite interpretar as experiências subjetivas das mulheres e sua interação com a equipe de enfermagem, oferecendo uma compreensão profunda do impacto das práticas humanizadas.

A revisão integrativa não envolve diretamente seres humanos, mas segue princípios éticos de pesquisa, como o uso responsável das informações, citação adequada e respeito à propriedade intelectual, conforme as diretrizes do Conselho Nacional de Saúde (CNS).

3 RESULTADO E DISCUSSÃO

Os resultados obtidos na pesquisa revelaram que a assistência de enfermagem desempenha um papel crucial na experiência do parto humanizado. A análise dos dados coletados a partir dos artigos selecionados, conforme a metodologia descrita, aponta para a importância da atuação da equipe de enfermagem em diversos aspectos da assistência à parturiente.

Os relatos das mulheres demonstraram que a presença e o apoio da equipe de enfermagem durante o trabalho de parto impactam significativamente a percepção delas sobre o parto humanizado. Segundo Bittencourt e Almeida (2021), as mulheres que recebem apoio contínuo e informações adequadas se sentem mais empoderadas e satisfeitas com a experiência do parto. Os autores afirmam que a assistência humanizada deve estar centrada nas necessidades e desejos da mulher, permitindo que ela participe ativamente do processo.

A comunicação efetiva entre a equipe de enfermagem e as parturientes foi um fator frequentemente mencionado nas respostas. De acordo com Silva et al. (2020), uma comunicação clara e respeitosa fortalece a confiança da mulher na equipe de saúde, o que é essencial para a realização de um parto humanizado. A pesquisa mostrou que quando as enfermeiras escutam atentamente as preocupações das mulheres, isso resulta em uma experiência mais positiva e reduz a ansiedade associada ao parto. (Cavalcanti et al., 2019)

Outro aspecto relevante identificado foi a necessidade de formação contínua e capacitação da equipe de enfermagem em práticas humanizadas. Conforme aponta Costa e Santos (2022), a formação acadêmica deve incluir conteúdos que abordem a assistência humanizada, técnicas de suporte emocional e habilidades de comunicação. As enfermeiras que se sentem preparadas e informadas são mais propensas a implementar práticas que promovem um ambiente acolhedor e respeitoso durante o parto.

Os resultados também evidenciam a importância das políticas públicas na promoção da assistência de enfermagem no parto humanizado. Estudos como o de Pires e Mendes (2023) destacam que, quando existem diretrizes claras e suporte institucional, a qualidade da assistência prestada é significativamente melhorada. A pesquisa indica que é fundamental que os gestores de saúde priorizem a humanização do parto nas políticas de saúde, garantindo recursos e capacitação para os profissionais de enfermagem.

Embora os resultados sejam promissores, é importante reconhecer algumas limitações do estudo. A amostra da pesquisa foi restrita a artigos publicados nos últimos cinco anos, o que pode ter excluído contribuições relevantes de pesquisas anteriores. Sugere-se que futuras investigações explorem uma gama mais ampla de publicações e considerem também a perspectiva dos profissionais de enfermagem sobre os desafios enfrentados na implementação do parto humanizado.

Os dados analisados e discutidos neste estudo reforçam a relevância da assistência de enfermagem no contexto do parto humanizado. A atuação da equipe de enfermagem não apenas melhora a experiência do parto para as mulheres, mas também contribui para a promoção de um ambiente de cuidado mais humanizado. É essencial que as instituições de saúde e os gestores de políticas públicas priorizem a capacitação e o suporte às equipes de enfermagem para garantir que as práticas humanizadas sejam efetivamente implementadas.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A assistência de enfermagem no parto humanizado é um elemento central na promoção de uma experiência positiva para a mulher e o recém-nascido. A revisão da literatura e os dados analisados evidenciam que a atuação da equipe de enfermagem pode influenciar significativamente a percepção das mulheres sobre o parto, contribuindo para um ambiente mais acolhedor e seguro. A abordagem humanizada respeita as necessidades individuais das gestantes e fomenta um maior envolvimento da mulher no processo de parto, resultando em um sentimento de empoderamento e satisfação.

Os resultados desta pesquisa reforçam a importância de um modelo de assistência que prioriza a escuta ativa e o suporte emocional, fatores fundamentais para a qualidade da experiência do parto. A assistência humanizada vai além das técnicas utilizadas, abrangendo uma filosofia que respeita a singularidade de cada mulher e promove o vínculo afetivo com o recém-nascido desde o nascimento.

Além disso, as estratégias de capacitação contínua para os profissionais de enfermagem são essenciais para garantir a qualidade do cuidado prestado. A formação e atualização sobre práticas de parto humanizado preparam a equipe de enfermagem para oferecer suporte eficaz e sensível. A implementação de protocolos que incentivem a prática humanizada deve ser uma prioridade nas instituições de saúde, refletindo uma mudança cultural que valorize o parto como um evento significativo na vida das mulheres e suas famílias.

Por fim, esta pesquisa contribui para a reflexão sobre a assistência de enfermagem no parto humanizado, destacando a necessidade de mais estudos que explorem as percepções das mulheres e a formação dos profissionais. É fundamental que a humanização do parto continue a ser foco de discussão e melhoria nas práticas de saúde, promovendo não apenas a segurança física, mas também o bem-estar emocional das mulheres durante o parto.

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1Acadêmica do curso de Bacharelado em Enfermagem. E-mail: jaynnegabrielle18@gmail.com

2Enfermeira especialista em Enfermagem pediátrica e UTI neonatal. Docente do curso de bacharelado em Enfermagem na Faculdade UNAMA. E-mail: trelhalary1@gmail.com

3Acadêmica do curso de Bacharelado em Enfermagem. E-mail: clariinha87@gmail.com