REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8309913
Samanta Barbosa Feitosa1
Gisely Brenda Rodrigues da Silva2
Larissa Layne Soares Bezerra Silva3
RESUMO
Objetivo: Identificar a assistência prestada pelo enfermeiro na Atenção Primária à saúde às pacientes acometidas pela Candida e Gardnerella. Método: Trata-se de uma revisão integrativa descritiva na qual utilizou-se as bases de dados: Scientific Electronic Library Online, Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde, Base de Dados da Enfermagem e Medical Literature Analysis and Retrievel System Online, e os seguintes descritores: Atenção Primária à Saúde; Vaginite; Vaginose bacteriana; Saúde da Mulher; Enfermagem. Resultados: Algumas atividades realizadas pelo enfermeiro na Atenção Primária são: triagem, aconselhamento, educação em saúde. Durante a consulta deve ser incentivado o autocuidado e a autonomia, considerando a realidade social, econômica, cultural e familiar. Nesse contexto, o Processo de Enfermagem (PE) e a Sistematização da Assistência de Enfermagem são indispensáveis. Conclusões: São necessárias mais atividades de educação em saúde com foco na prevenção e promoção da saúde da mulher, assim como a implementação de mais programas de educação continuada, capacitando o enfermeiro para realização da consulta ginecológica.
Descritores: Atenção Primária à Saúde. Vaginite. Vaginose bacteriana. Saúde da Mulher. Enfermagem.
ABSTRACT
Objective: To identify the assistance provided by nurses in Primary Care to patients affected by Candida and Gardnerella. Method: This is a descriptive integrative review in which the following databases were used: Scientific Electronic Library Online, Latin American and Caribbean Literature in Health Sciences, Nursing Database and Medical Literature Analysis and Retrieval System Online, and the following descriptors: Primary Health Care; Vaginitis; Bacterial vaginosis; Women’s Health; Nursing. Results: Some activities carried out by nurses in Primary Care are: screening, counseling, health education. During the consultation, self-care and autonomy should be encouraged, considering the social, economic, cultural and family reality. In this context, the Nursing Process (NP) and the Systematization of Nursing Care are indispensable. Conclusions: More health education activities focused on prevention and promotion of women’s health are needed, as well as the implementation of more continuing education programs, training nurses to carry out gynecological consultations.
Descriptors: Primary Health Care. Vaginitis. Bacterial vaginosis. Women’s Health. Nursing.
RESUMEN
Objetivo: Identificar la asistencia que brindan las enfermeras en Atención Primaria a los pacientes afectados por Candida y Gardnerella. Método: Se trata de una revisión descriptiva integradora en la que se utilizaron las siguientes bases de datos: Scientific Electronic Library Online, Latin American and Caribbean Literature in Health Sciences, Nursing Database y Medical Literature Analysis and Retrieval System Online, y los siguientes descriptores: Atención Primaria de Salud; vaginitis; Vaginosis bacteriana; La salud de la mujer; Enfermería. Resultados: Algunas actividades que realizan las enfermeras en Atención Primaria son: tamizaje, consejería, educación para la salud. Durante la consulta se debe fomentar el autocuidado y la autonomía, considerando la realidad social, económica, cultural y familiar. En ese contexto, el Proceso de Enfermería (PE) y la Sistematización de la Atención de Enfermería son indispensables. Conclusiones: Se necesitan más actividades de educación en salud enfocadas en la prevención y promoción de la salud de la mujer, así como la implementación de más programas de educación continua, capacitando a las enfermeras para realizar consultas ginecológicas.
Descriptores: Atención Primaria de Salud. Vaginitis. Vaginosis bacteriana. La salud de la mujer. Enfermería.
INTRODUÇÃO
A Candida faz parte da microbiota vaginal natural das mulheres, contudo, mudanças inflamatórias no epitélio da vagina e vulva causam a candidíase, sendo a infecção Candida albicans a mais habitual (Jeanmonod; Jeanmonod, 2021). Geralmente é identificada através dos sintomas clínicos de prurido, corrimento esbranquiçado, dor genital associada à relação sexual, dor e desconforto ao urinar (Carvalho, F et al., 2021).
Enquanto a vaginose bacteriana é causada por uma desordem quantitativa na composição da microbiota normal do ambiente vaginal, diminuindo a quantidade de “bons” lactobacilos e aumentando o número de variadas bactérias, neste caso, a Gardnerella (MORRILL; GILBERT; LEWIS, 2020). Tem como manifestação a presença de um corrimento associado a um odor fétido comparável a “peixe podre” devido a elevação do pH da vagina, diminuição da microbiota natural e crescimento exacerbado da bactéria (Freitas et al., 2020).
Devido aos impactos sexuais e psicológicos causados pelos incômodos dos sintomas e alto número de repetições, as vulvovaginites e vaginoses possuem uma elevada necessidade de atenção clínica. Dentre as infecções do sistema reprodutor feminino salientam-se a Candidíase e a Gardnerella, respectivamente vulvovaginite e vaginose causadas pelo desequilíbrio da microbiota, ou seja, o aumento de microrganismos já existentes na fisiologia vulvovaginal (Linhares et al., 2019).
Desse modo, o enfermeiro da Estratégia de Saúde da Família (ESF) atua prestando cuidados tanto individuais como coletivos para diferentes grupos da sociedade, realizando ações de prevenção, promoção e cuidado da saúde, objetivando ofertar atenção integral à população, englobando também o condicionante social do processo de saúde-doença, através do cuidado focado nas necessidades das comunidades, pessoas e grupos (Vendruscolo et al., 2020).
Além disso no âmbito da Atenção Básica, destacam-se as atribuições específicas do enfermeiro que segundo a Portaria nº 2.488, de 21 de outubro de 2011, consistem em realizar a consulta de enfermagem, atividades em grupo conforme protocolos, procedimentos, solicitação de exames complementares e quando necessário o encaminhamento dos usuários a outros serviços. Ainda de acordo com a Lei nº 7.498, de 25 junho de 1986, cabe ao enfermeiro(a), como indivíduo integrante da equipe de saúde, a prescrição de medicamentos estabelecidos em programas de saúde pública e em rotina aprovada pela instituição de saúde (Brasil, 2020).
Considerando que as manifestações dos sintomas de vaginites e vaginoses têm impactos físicos, psicológicos, sociais e sexuais, principalmente devido ao odor, prurido e corrimento, a enfermagem desenvolve um papel fundamental na saúde da mulher ao solucionar de forma satisfatória os casos de candidíase e vaginose bacteriana, contudo, ainda há dificuldades para sistematizar e executar as práticas adequadas, principalmente nos casos de repetição (Linhares et al., 2019).
Diante do exposto, o objetivo deste trabalho foi identificar na literatura a assistência de enfermagem na Atenção Primária à saúde às pacientes acometidas pela Candida e Gardnerella.
MÉTODO
Trata-se de uma revisão integrativa descritiva desenvolvida em seis fases, 1ª fase: Elaboração da pergunta de pesquisa e tema; 2ª fase: buscas na literatura, seguindo os critérios de inclusão e exclusão definidos; 3ª fase: seleção dos artigos, coleta de dados; 4ª fase: extração dos dados, análise dos estudos; 5ª fase: discussão dos resultados e a 6ª fase: apresentação da revisão integrativa (Souza; Silva; Carvalho, 2010).
Para a pergunta de pesquisa foi utilizada a estratégia PICO, no qual P= Mulheres; I= Assistência de enfermagem na atenção primária; Co= pacientes acometidas pela Candida e Gardnerella. Dessa forma foi construída a seguinte pergunta: Como é a assistência de enfermagem na Atenção Primária às pacientes acometidas pela Candida e Gardnerella?
Para realização da pesquisa foram utilizadas as seguintes bases de dados: Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Base de Dados da Enfermagem (BDENF) e Medical Literature Analysis and Retrievel System Online (MEDLINE), por meio da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e Scientific Electronic Library Online (SciELO), utilizando os Descritores da Ciência e da Saúde (DECS): Atenção Primária à Saúde; Vaginite; Vaginose bacteriana; Saúde da Mulher; Enfermagem combinados entre si por meio da utilização do operador booleano AND, conforme quadro 1.
Quadro 1 – Estratégias geradas a partir dos descritores.
BASE DE DADOS | CRUZAMENTO DE PESQUISA |
BVS | “Vaginose Bacteriana” AND “Enfermagem” |
“Atenção Primária à Saúde” AND “Vaginite” | |
SCIELO | “Saúde da Mulher” AND “Atenção Primária à Saúde” AND “Enfermagem” |
Os critérios de inclusão adotados foram: artigos completos, originais, nos idiomas português e inglês, publicados no período de 2012 a 2022 e foram excluídas teses, dissertações, monografias, além de artigos que não tragam conteúdo referente a candida, gardnerella, vaginose bacteriana, vaginite, vulvovaginite e a atuação do enfermeiro na atenção primária à saúde.
Para a categorização dos estudos, avaliou-se criteriosamente os artigos e o nível de evidência a partir do Agency for Healthcare Research and Quality (AHRQ), que compreende os seguintes níveis: Nível 1 – Metanálise de múltiplos estudos controlados; Nível 2 – Estudo individual com delineamento experimental; Nível 3 – Estudo com delineamento quase-experimental como estudo sem randomização com grupo único pré e pós-teste, séries temporais ou caso-controle; Nível 4 – Estudo com delineamento não-experimental como pesquisa descritiva correlacional e qualitativa ou estudos de caso; Nível 5 – Relatório de casos ou dado obtido de forma sistemática, de qualidade verificável ou dados de avaliação de programas; Nível 6 – Opinião de autoridades respeitáveis baseada na competência clínica ou opinião de comitês de especialistas, incluindo interpretações de informações não baseadas em pesquisas (Stetler et al., 1998).
RESULTADOS
Os cruzamentos dos descritores nas bases de dados resultaram no total de 139 artigos, dos quais após a exclusão dos duplicados obteve-se 134 artigos, desse modo foram selecionados 74 artigos para leitura e análise dos resumos, visto que alguns artigos foram descartados por estarem incompletos ou não contemplarem os filtros de pesquisa, após a leitura dos resumos foram descartados 65 artigos por não estarem de acordo com a pergunta de pesquisa, sendo analisados na íntegra e incluídos 5 artigos.
Figura 1 – Fluxograma detalhado da seleção sistemática dos artigos incluídos no estudo. Bases de dados MEDLINE; BDENF, LILACS e SCIELO, baseado em MOHER et al., 2009.
Os estudos incluídos são produções científicas nos idiomas português e inglês, publicadas entre 2013 e 2022, e todos obtiveram nível 4 de evidência, as características gerais dos estudos selecionados estão apresentados no Quadro 2.
Quadro 2 – Resultados encontrados após cruzamento dos descritores e implementação das estratégias de busca na literatura.
Autores/ ano | Título | Tipo de estudo | Nível de Evidência | Principais resultados |
Oliveira et al., 2022. | Sistematização da assistência de enfermagem a uma paciente em trabalho de parto prematuro. | Relato de caso | Nível 4 | A vaginose bacteriana pode induzir ao trabalho de parto prematuro, sendo fundamental no contexto da saúde da mulher a implementação do Processo de Enfermagem (PE) e da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) para direcionar o cuidado, assim como promover ao paciente uma assistência segura, sistematizada e holística. |
Meneghel, Andrade, Hesler, 2021. | Conversas invisíveis: assuntos falados, mas não ouvidos em consultas ginecológicas. | Estudo prognóstico/ Pesquisa qualitativa | Nível 4 | O enfermeiro deve atuar visando promover autonomia e o autocuidado, não restringindo seu foco apenas na terapia medicamentosa. |
Soares et al., 2020. | Transcultural theory in nursing care of women with infections. | Estudo prognóstico/ Pesquisa qualitativa | Nível 4 | As vulnerabilidades apresentadas pelas mulheres com IST devem ser considerados pela equipe de saúde, no contexto da Atenção Primária à Saúde, dessa forma o enfermeiro tem como foco principal no atendimento a essas mulheres a realização da triagem, o aconselhamento, a educação em saúde e a prática dos cuidados de enfermagem. |
Barnes et al., 2017. | Self-taken vaginal swabs versus clinician-taken for detection of candida and bacterial vaginosis: a case-control study in primary care. | Guia de prática clínica/ Estudo observacional | Nível 4 | No âmbito da atenção primária constatou-se a dificuldade em diagnosticar clinicamente a vaginose bacteriana e vaginite, devido ao mascaramento dos sintomas com o uso de pomadas. |
Durand, Heidemann, 2013. | Promoção da autonomia da mulher na consulta de enfermagem em saúde da família. | Pesquisa qualitativa | Nível 4 | Destaca-se que a consulta de enfermagem realizada em uma unidade de saúde com o programa (ESF) busca promover a autonomia das mulheres, bem como estabelecer diálogo. |
DISCUSSÃO
A partir da leitura e análise das publicações ascenderam 3 núcleos temáticos: núcleo 1: Taxa de Acometimento e Fatores de Risco para o desenvolvimento da candidíase e vaginose bacteriana; núcleo 2: Diagnóstico e Tratamento; núcleo 3: Assistência de enfermagem na Atenção Primária à Saúde;
Núcleo 1: Taxa de acometimento e fatores de risco para o desenvolvimento da candidíase e vaginose bacteriana
A sintomatologia da candidíase e da vaginose bacteriana geram repercussões que podem afetar negativamente a qualidade de vida da mulher, representando as queixas mais frequentes nas consultas ginecológicas, constituindo-se um desafio para equipe de saúde e para os pacientes, principalmente quando ocorrem episódios recidivantes (Linhares et al., 2019).
Cerca de 80% a 90% dos casos de candidíase vulvovaginal ocorrem devido Candida albicans e 10% a 20% em virtude de outras espécies (C. parapsilosis, C. glabrata, C. krusei, C. tropicalis). Apesar de não ser transmitida sexualmente, é mais frequente em mulheres em atividade sexual, possivelmente, por razão de microrganismos colonizadores que entram no epitélio devido a microabrasões. E sua recorrência (4 ou mais episódios sintomáticos em 1 ano) afeta cerca de 5% das mulheres em idade reprodutiva (Brasil, 2020).
A Vaginose Bacteriana, mesmo não sendo uma infecção de transmissão sexual, pode ser desencadeada pela relação sexual em mulheres predispostas por ação do contato com o esperma que apresenta pH elevado, contribuindo para o desequilíbrio da microbiota vaginal. As vaginoses bacterianas causadas pelos agentes etiológicos G. vaginalis, Ureaplasma sp., Prevotella sp., Mycoplasma sp., Mobiluncus sp. entre outros, são considerados a causa mais comum de corrimento vaginal, afetando cerca de 10% a 30% das gestantes e 10% das mulheres que são atendidas na atenção básica (Carvalho, N et al., 2021). Sua recorrência após o tratamento é considerada comum, cerca de 15% a 30% das mulheres apresentam sintomas no período de 30 a 90 dias após a terapia medicamentosa realizada com antibióticos e 70% das mulheres demonstram recorrência em nove meses (Brasil, 2020).
Alguns dos fatores de risco para o desenvolvimento da candidíase e vaginose bacteriana são: duchas, dispositivos intrauterinos (DIU), imunodeficiência, diabetes e uso de antibióticos e corticoides (Aziz et al., 2019).
A utilização corriqueira de duchas vaginais higiênicas remove de forma mecânica a microbiota existente no canal vaginal, alterando o pH da vagina, podendo ocasionar reações alérgicas locais com características de prurido e edema, levando ao desenvolvimento de vulvovaginites (Neto et al., 2014).
A associação entre o uso de DIU e a Vaginose Bacteriana está relacionada à modificação da microbiota vaginal e atenuação de lactobacilos, devido à elevação do fluxo menstrual e sangramento vaginal não regrado. Além disso, o dispositivo intrauterino facilita a entrada de microrganismos cervicovaginais no meio intrauterino(Aziz et al., 2019).
Em relação à pacientes com imunodeficiência nota-se uma relação complexa e dinâmica entre a Candida albicans e o hospedeiro, no qual seu equilíbrio depende da eficácia da resposta imune do hospedeiro que é composta por vários mecanismos, dentre eles a imunidade inata e imunidade adaptativa (Egri et al., 2021).
Os pacientes diabéticos são mais suscetíveis a infecções oportunistas, como a candidíase, pois a diabetes facilita colonização e infecção pela Cândida devido a elevação da glicose nos genitais colaborando para o desenvolvimento da levedura. Estudos apontam que a prevalência de Candida em pacientes diabéticos é maior do que em indivíduos saudáveis, sendo evidenciado que a prevalência de Candida em diabéticos é de 70% e em indivíduos não diabéticos 30% (Halimi et al., 2022).
Já o uso de antibióticos e corticoides está associado ao favorecimento de infecções, devido às defesas do organismo estarem comprometidas, ocasionando consequentemente o desequilíbrio da microbiota vaginal e dessa forma possibilitando que o agente patogênico se instale (Benedict; Lyman; Jackson, 2018).
Núcleo 2: Diagnóstico e tratamento
Para realização do diagnóstico e tratamento da Candidíase e Gardnerella é necessário saber identificar corretamente os sinais e sintomas da doença, bem como a melhor intervenção terapêutica a ser adotada.
As características clínicas da candidíase vulvovaginal, em específico a Candida albicans são: secreção vaginal esbranquiçada (grumosa) aderida ao colo do útero e a parede vaginal, prurido vaginal intenso, edema de vulva, dispareunia de intróito, hiperemia de mucosa e ausência de odor. Enquanto a vaginose bacteriana, em particular a Gardnerella vaginalis apresenta secreção vaginal acinzentada (cremosa), com odor fétido (mais acentuado durante o período menstrual e após o coito) e ausência de sintomas inflamatórios (Brasil, 2016).
Durante a anamnese deve-se conversar sobre antecedentes clínicos e ginecológicos, sintomas associados e fatores de risco. No exame físico realiza-se o exame do abdome (verificar massa abdominal, sinais de peritonite e dor à palpação de hipogástrio), exame ginecológico, exame especular (observar características do colo e sinais de cervicite, realizar coleta de material para teste de aminas e se disponível, microscopia a fresco) e o toque vaginal para verificar se há dor quando realizada a mobilização do colo ou dor quando feita a mobilização do útero e de seus anexos(Brasil, 2016). Ainda, durante a entrevista aborda-se questões como ciclo menstrual, diversidade de parceiros sexuais, cuidados de higiene pessoal, realidade socioeconômica e cultural do paciente, hereditariedade, patologias e vícios, possibilitando que o enfermeiro identifique os fatores de risco (Santos; Bispo; Souza, 2021).
Para identificação das infecções causadas pela C. albicans e G. vaginalis alguns exames podem ser realizados, como: Papanicolau, teste das aminas, os exames a fresco (corados pelo Gram) e medição do pH vaginal. Através do exame de Papanicolau é possível identificar alterações inflamatórias e lesões neoplásicas no colo do útero, sendo uma ferramenta importante no reconhecimento de alterações na microbiota vaginal, comumente utilizado para realizar a triagem por se tratar de um exame rápido e de baixo custo. Devido a indisponibilidade de alguns desses exames na prática clínica diária, especialmente nos países em desenvolvimento, foi adotada outra forma de identificação de alterações vaginais, intitulada Abordagem Sindrômica (ABS), fundamentada na identificação de sinais e sintomas observados durante a avaliação clínica (Lima et al., 2013).
No que se refere ao Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) para Atenção Integral às Pessoas com IST o diagnóstico da candidíase vulvovaginal deve ser confirmado por exames laboratoriais, sendo um dos exames mais simples o exame microscópico do conteúdo vaginal a fresco, em que é colhida uma amostra de material da parede vaginal, acrescentando-se 2 gotas de soro fisiológico ou hidróxido de potássio a 10% na lâmina, a fim de melhorar a visualização dos morfotipos das leveduras (Carvalho, N et al., 2021).
Já a bacterioscopia consiste em um esfregaço vaginal corado pelo método de Gram, em casos de candidíase de repetição, poderá ser necessária a realização de cultura para fungos em meios específicos para identificar a espécie. Devem ser levados em consideração para um diagnóstico diferencial da candidíase vulvovaginal recorrente: vulvovestibulite, líquen escleroso, vulvodínea, dermatite vulvar, vaginite inflamatória descamativa, vaginite citolítica, reações de hipersensibilidade e formas atípicas de herpes genital(Carvalho, F et al., 2021).
Além disso, é importante destacar a Doença Inflamatória Pélvica (DIP) que é considerada uma complicação da G. vaginalis e de algumas IST’s, sendo uma síndrome clínica, atribuída à elevação de microrganismos do trato genital inferior, que pode ocorrer de modo espontâneo ou devido a inserção de DIU, curetagem, biópsia de endométrio, comprometendo dessa forma anexos uterinos, endométrio, estruturas contíguas e as tubas uterinas. Essa condição é comum em mulheres jovens com atividade sexual sem proteção e pode estar associada a sequelas importantes a longo prazo, podendo causar morbidade reprodutiva, incluindo infertilidade, dor pélvica crônica e gravidez ectópica(Brasil, 2020).
Um grande aliado do enfermeiro durante a consulta ginecológica de enfermagem é o fluxograma para o manejo de corrimento vaginal (figura 2) no qual está descrito como o enfermeiro deve proceder durante a consulta.
Figura 2 – Manejo de corrimento vaginal.
Fonte: Ministério da Saúde – Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT): Atenção Integral às Pessoas com Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) – (2020) – Adaptado pelos autores.
O tratamento de Candidíase vulvovaginal por via oral é contraindicado na gestação e lactação, devendo ser administrado apenas por via vaginal, já o tratamento para vaginose bacteriana não apresenta restrição quanto a via de administração oral (Brasil, 2020).
As opções de tratamento para as vulvovaginites causadas pela candidíase e vaginose bacteriana estão descritas no quadro 3. É importante alertar que as relações sexuais devem ser suspensas para evitar novas contaminações durante o período do tratamento, que deve ser mantido inclusive no período menstrual. Quando realizado tratamento com metronidazol, o paciente deve ser orientado a evitar ingestão de álcool, devido ao efeito antabuse, causada pela interação de derivados imidazólicos com o álcool, cursando em sua sintomatologia náuseas, mal-estar, tonturas e gosto metálico na boca. Além disso, destaca-se que puérperas e nutrizes devem seguir o mesmo esquema terapêutico das gestantes (Linhares et al., 2019).
Quadro 3 – Tratamento medicamentoso primeira opção, segunda opção e específico para gestantes/nutrizes.
Tratamento medicamentoso | Candidíase Vulvovaginal | Vaginose Bacteriana |
Primeira opção | VIA VAGINAL: Miconazol creme a 2%, por via vaginal, 1 aplicador de 5g à noite, ao deitar-se por 7 dias; OU Nistatina 100.000 UI, 1 aplicador à noite, ao deitar-se, por 14 dias; | VIA ORAL (VO): Metronidazol 500 mg, VO de 12 em 12 horas, por 7 dias; VIA INTRAVAGINAL: Metronidazol gel vaginal 100 mg/g, 1 aplicador de 5g, 1 vez ao dia, por 5 dias; |
Segunda opção | VIA ORAL: Fluconazol 150 mg, VO, dose única; OU Itraconazol 200 mg, VO, de 12 em 12 horas, por 1 dia. | VIA ORAL (VO): Clindamicina 300 mg, VO, de 12 em 12 horas, por 7 dias; |
Gestante/ Nutrizes | VIA INTRAVAGINAL: Miconazol creme a 2%, 1 aplicador de 5g, à noite, ao deitar-se por 7 dias; OU Nistatina 100.000 UI, 1 aplicador à noite, ao deitar-se, por 14 dias; OU Clotrimazol também é uma opção para gestantes e nutrizes; | VIA ORAL: Metronidazol 250 mg, VO, a cada 8 horas, por 7 dias; OU Metronidazol 500 mg, VO, a cada 12 horas, por 7 dias; OU Clindamicina 300 mg, VO, a cada 12 horas, por 7 dias. VIA INTRAVAGINAL: Clindamicina óvulos 100 mg, 1 vez ao dia, por 3 dias. OU Metronidazol gel a 0,75%, 1 aplicador de 5g, 1 vez ao dia, por 5 dias. |
Fonte: Ministério da Saúde (2020) – Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) Atenção Integral às Pessoas com Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) – Adaptado pelos autores.
Ademais, algumas condutas devem ser realizadas quando ocorrer candidíase vulvovaginal recorrente: realizar cultura para cândida, objetivando identificar cepas não albicans que podem apresentar maior resistência aos tratamentos habituais, investigar doenças imunossupressoras e reforçar medidas higiênicas. Nesse caso deve ser feito com Fluconazol 150 mg, VO, 1 vez por semana, durante 6 meses ou Itraconazol 400 mg, VO, 1 vez por mês, durante 6 meses ou Cetoconazol 100 mg, VO, 1 vez por dia, durante 6 meses. Em caso de persistência realizar encaminhamento para unidade de média complexidade pois apesar de ser sugestivo de candidíase de repetição pode se tratar de outras doenças que cursam com prurido vulvar, assim como tratar o parceiro apenas se for sintomático (Brasil, 2016).
Núcleo 3: Assistência de enfermagem na Atenção Primária à Saúde
A Consulta de Enfermagem vem se constituindo em um espaço de aproximação e acolhimento voltado para promoção de diálogo, reflexão, autonomia e fortalecimento do controle da mulher sobre a sua saúde (Durand; Heidemann, 2013).
No âmbito da atenção primária o(a) enfermeiro(a) em sua rotina realiza algumas atividades como: exames de prevenção de câncer de mama, ações educativas e preventivas, aplicação de injeções e acolhimento com escuta qualificada. No que se refere a consulta e a coleta de material para realização do exame citopatológico ao avaliar o paciente este profissional deve atentar para os sinais e sintomas de alerta, bem como os fatores de risco, como diabetes, uso de antibióticos, irregularidade no uso de preservativos, gravidez e múltiplos parceiros sexuais (Barbosa et al., 2022).
Questões como a falta de tempo e de um acompanhante, associada a relutância do paciente em ser examinado, acabam dificultando a realização de uma inspeção genital com exame especular. Nos casos em que a coceira na região da vulva não ocorre devido à candidíase, ou seja, são desencadeadas por outras patologias como vaginite atrófica ou esclerose de líquen, as mulheres podem apresentar alívio sintomático com a utilização de cremes antifúngicos, principalmente quando em sua formulação é realizada associação com a hidrocortisona que possui ação anti-inflamatória, tornando ainda mais difícil uma análise completa no que diz respeito ao diagnóstico (Barnes et al., 2017).
Vale ressaltar a necessidade de incentivar a paciente a adotar medidas que proporcionem sua autonomia e autocuidado, através de uma assistência ampla que não se restrinja apenas a terapia medicamentosa, alertando a mulher sobre os malefícios do uso indiscriminado de medicamentos antidepressivos e estabelecendo diálogo sobre problemas de outras esferas como abusos de várias naturezas (violências domésticas e sexuais) ou questões econômicas e emocionais que não podem ser apenas medicalizadas e invisibilizadas (Meneghel; Andrade; Hesler, 2021).
Além disso, é importante que o enfermeiro leve em consideração os fatores socioculturais no qual a mulher está inserida, identifique o grau de conhecimento sobre o assunto e se planeje de acordo com a realidade desta paciente para que haja uma comunicação mais compreensível, pois isso interfere diretamente em como o enfermeiro executará o planejamento e como a paciente acolherá esta resolutividade(Soares et al., 2020).
Nesse contexto, o Processo de Enfermagem (PE) e a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) são pilares fundamentais no exercício da profissão do enfermeiro, visto que é uma ferramenta que objetiva direcionar o cuidado às principais necessidades do paciente, proporcionando diversos benefícios, dentre eles: a implementação e avaliação das ações de enfermagem, a realização de um planejamento eficaz, a prestação de uma assistência individualizada, bem como a redução do período de internação, promovendo portanto uma assistência segura, holística, sistematizada, coordenada e humanizada, inclusive nos casos de trabalho de parto prematuro induzidos pela vaginose bacteriana (Oliveira et al., 2022).
O estudo teve como limitação o baixo número de artigos encontrados na literatura, por isso se faz necessário o desenvolvimento de mais estudos sobre a assistência prestada pelo profissional enfermeiro às pacientes acometidas pela Candida e/ou Gardnerella no âmbito da Atenção Primária à Saúde.
Os achados deste estudo servirão para subsidiar novas pesquisas na temática, bem como poderá ser utilizado como material de apoio para estudantes e profissionais da área da saúde quanto à complexidade e importância do diagnóstico e tratamento correto da Candidíase e Gardnerella, assim como a prevenção destas patologias.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A consulta de enfermagem ginecológica realizada nas Unidade Básicas de Saúde (UBS) tem um papel fundamental no rastreamento de casos e no acompanhamento de mulheres acometidas pela candidíase e vaginose bacteriana, nesse contexto o enfermeiro é considerado protagonista na identificação da infecção e na implementação dos cuidados de enfermagem, tendo como seu principal aliado a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) que possibilita o direcionamento do cuidado de forma holística e de acordo com a necessidade do paciente.
Diante dos aspectos acima mencionados, se faz necessário a realização de mais atividades de educação em saúde a respeito da Candida albicans e da Gardnerella vaginalis, com foco na prevenção e promoção da saúde da mulher, por meio de oficinas que incentivem o autocuidado e a autonomia das mulheres, bem como, reforça-se a necessidade de debates sobre a sintomatologia dessas doenças, seus fatores de risco e a importância do tratamento para melhora da qualidade de vida.
Nesse contexto a capacitação do enfermeiro é fundamental, pois através da educação continuada o mesmo aprenderá novas formas de manejo no diagnóstico e no tratamento destas doenças, facilitando seu exercício profissional, possibilitando desse modo um atendimento mais amplo e seguro para às pacientes, podendo inclusive reduzir o número de casos de recidivas.
REFERÊNCIAS
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¹Bacharel em Enfermagem (Centro Universitário Uninovo), Pós-graduanda em Ciências de Dados e Saúde Digital (UFPE), Pós-graduanda em Assistência e Cuidado Intensivo, Auditoria e Gestão Hospitalar (Uninassau), Samanta.bfeitosa.pos@ufpe.br
0000-0002-1659-7097
²Bacharel em Enfermagem (Centro Universitário Uninovo), Pós-graduanda em Urgência, Emergência e Unidade de Terapia Intensiva (Faculdade Alpha), Pós-graduanda em Saúde Mental (Faculdade de Venda Nova do Imigrante), giselybrenda.r@gmail.com,
0000-0002-5684-5059
³Bacharel em Enfermagem (UFPE), Mestre em Enfermagem e Educação em Saúde (UFPE) e Doutoranda em Inovação Terapêutica (UFPE). larissa.layne@ufpe.br
0000-0002-8399-2185