ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM AFECÇÕES DO SISTEMA PSIQUIÁTRICO: OS DESAFIOS RELACIONADOS A DEPRESSÃO NOS IDOSOS EM INSTITUIÇÕES DE LONGA PERMANÊNCIA

NURSING CARE FOR DISORDERS OF THE PSYCHIATRIC SYSTEM: HALLENGES RELATED TO DEPRESSION IN ELDERLY PEOPLE IN LONG-TERM CARE FACILITIES

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cs10202506112046


Ana Flávia Antunes Veloso1; Débora Simone Marques Reis1; Eduarda Athaide Fonseca1; Eliana Silva de Souza Alcântara1; Joelma Ribeiro da Silva1; Leidiana Viana de Almeida1; Ludmila Cristina Ribeiro1; Maria Luiza Alves Costa1; Milena Jordânia de Oliveira1; Suelen Veloso Soares1; Orientadora: Prof. Dra. Hyorrana Priscila Pereira Pinto2


Resumo 

Este estudo tem como objetivo investigar os principais fatores associados ao desenvolvimento da  depressão em idosos residentes em instituições de longa permanência, destacando a relevância da  atuação da enfermagem nesse contexto. Para isso, foi realizada uma revisão bibliográfica com foco na  temática “Assistência de Enfermagem em Transtornos Psiquiátricos”, com ênfase na depressão na  terceira idade. A seleção dos materiais seguiu critérios específicos: publicações em língua portuguesa,  entre os anos de 2020 e 2025, que abordassem diretamente o tema proposto. 

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística de 2017, o Brasil possui mais de  30 milhões de pessoas com 60 anos ou mais, evidenciando o rápido envelhecimento populacional. O  envelhecimento é um processo natural que traz consigo transformações físicas, cognitivas e sociais.  Entre os principais desafios enfrentados pelos idosos institucionalizados estão a perda de autonomia, a  presença de doenças crônicas e o sentimento de solidão, todos considerados fatores de risco para o  desenvolvimento de transtornos depressivos. 

Neste cenário, o profissional de enfermagem assume um papel essencial na detecção precoce dos  sintomas de depressão e na implementação de um cuidado integral e humanizado. A atuação qualificada  da enfermagem pode contribuir significativamente para a melhoria da saúde mental e da qualidade de  vida desses idosos, promovendo acolhimento, escuta ativa e intervenções direcionadas às necessidades  emocionais e clínicas de cada indivíduo. 

Palavras-chave: depressão, idosos, instituição de longa permanência. 

1. INTRODUÇÃO 

A crescente expansão da população idosa tem trazido à tona desafios significativos para  a saúde pública, dentre os quais se destaca a prevalência de sintomas depressivos nessa faixa  etária. A depressão no idoso é um fenômeno multifatorial, que se manifesta por meio de  alterações fisiológicas, psicológicas e sociais e impacta diretamente a qualidade de vida dos  indivíduos, especialmente daqueles que residem em instituições de longa permanência. Estudos  recentes apontam que a perda de autonomia, o isolamento social e as dificuldades na realização  das atividades básicas do dia a dia contribuem para o agravamento dos sintomas depressivos  (Faveri et al., 2021; Júnior et al., 2022).  

Nesse contexto, fatores como limitações funcionais, viuvez e diminuição das interações  sociais emergem como determinantes para o surgimento e a manutenção dos quadros  depressivos entre os idosos (Brito et al., 2021; Andrade et al., 2021).  

A utilização de instrumentos padronizados de avaliação como o Inventário de Depressão  de Beck, o WHOQOL e o Índice de Katz têm se mostrado essencial para a identificação precoce  desses sintomas, permitindo que intervenções de enfermagem sejam implementadas de maneira  eficaz e direcionada (Júnior et al., 2022).  

Ademais, a literatura evidencia que a intervenção dos profissionais de enfermagem, ao  promover o suporte emocional, estimular a autonomia e fomentar a integração social, pode  atenuar o impacto negativo da depressão e melhorar a percepção de qualidade de vida dos  idosos (Lima et al., 2021).  

Dessa forma, a compreensão dos fatores associados à depressão no idoso e a efetividade  das intervenções propostas são fundamentais para o desenvolvimento de estratégias de cuidado integral, capazes de promover não apenas o alívio dos sintomas, mas também a manutenção de  um ambiente propício ao bem-estar físico e psicológico dessa população vulnerável.  

O objetivo do presente estudo é averiguar as possíveis causas de depressão em idosos  que vivem em instituições de longa permanência, considerando a importância da assistência de  enfermagem na identificação precoce de sinais depressivos, no acolhimento emocional, e na  implementação de intervenções que promovam o bem-estar psicossocial desses indivíduos. 

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA  

A depressão é reconhecida como um transtorno mental prevalente e incapacitante,  caracterizado por sintomas como tristeza persistente, perda de interesse em atividades antes prazerosas, alterações no sono e apetite, fadiga, sentimentos de inutilidade e, em casos mais  graves, ideação suicida (OMS, 2023).  

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 280 milhões de pessoas  sofrem com a depressão no mundo, e essa condição ocupa a quarta posição entre os principais  fatores de carga global de doenças, com tendência de ascensão para os próximos anos. 

No Brasil, dados epidemiológicos apontam uma prevalência significativa da depressão  em diferentes grupos populacionais, especialmente entre mulheres, pessoas em situação de  vulnerabilidade socioeconômica e idosos. A pesquisa de Gusmão et al., (2021), realizada em  um Centro de Atenção Psicossocial, identificou que o diagnóstico de depressão estava presente  em 15,4% dos pacientes avaliados, sendo os principais fatores associados o sexo feminino, a  presença de insônia e o risco de suicídio. 

As causas da depressão são multifatoriais, abrangendo aspectos biológicos, genéticos,  psicológicos e sociais. Entre os fatores desencadeantes, destacam-se eventos de perda, estresse  crônico, doenças clínicas e alterações neuroquímicas que afetam os níveis de serotonina,  dopamina e noradrenalina (Faveri et al., 2021). Ainda segundo esses autores, o contexto social  desempenha papel determinante: a ausência de redes de apoio, o isolamento, as experiências  traumáticas e a exclusão social amplificam o risco de desenvolvimento de quadros depressivos. 

No processo de envelhecimento, esses fatores são agravados por mudanças próprias  dessa etapa da vida, como aposentadoria, perdas funcionais, morte de entes queridos e restrições  de autonomia. Estudos recentes evidenciam que a depressão é uma das doenças psiquiátricas  mais comuns entre pessoas idosas, estando associada à piora da funcionalidade, aumento da  dependência, redução da qualidade de vida e maior mortalidade (Santos et al., 2020; Lima et  al., 2021). 

A institucionalização, quando necessária, pode intensificar os fatores de risco já  existentes, pois rompe com vínculos afetivos e impõe uma nova rotina muitas vezes desprovida  de sentido individual e afetivo. De acordo com Andrade et al. (2021), 94% dos idosos avaliados  em uma ILPI (Instituição de Longa Permanência para Idosos) apresentaram indícios de  depressão, com destaque para homens e idosos divorciados, o que aponta para a vulnerabilidade  desse grupo. Ratuchnei et al. (2021) também identificaram que 62% dos idosos  institucionalizados apresentavam sintomas depressivos leves ou severos, sendo evidente a  correlação entre depressão e pior qualidade de vida. 

Além disso, o estudo de Santos et al. (2020) destacou a coexistência entre baixa  autoestima e risco elevado para depressão. A maioria dos idosos avaliados relatou sentimentos  de inutilidade, fracasso, desmotivação e desesperança. Essa constatação reforça a importância de ações que promovam a valorização da identidade, autonomia e reconhecimento subjetivo  dos idosos. 

Dentro desse contexto, a atuação da enfermagem tem papel crucial. Conforme Lima et  al. (2021), intervenções de enfermagem pautadas em escuta ativa, orientação familiar, apoio  emocional e estímulo à autonomia mostraram-se eficazes na redução dos sintomas depressivos  em idosos. O uso de instrumentos de avaliação como a Escala de Depressão Geriátrica (EDG),  o Inventário de Beck e a taxonomia da NANDA-I contribui para o diagnóstico precoce e para  o planejamento de cuidados personalizados (Brito et al., 2021; Gusmão et al., 2021). 

Assim, torna-se evidente que o enfrentamento da depressão em idosos, sobretudo os  institucionalizados, requer uma abordagem interdisciplinar, que considere os determinantes  sociais da saúde, os aspectos emocionais do envelhecimento e as especificidades da  institucionalização. Estratégias de promoção de saúde mental, capacitação de profissionais e  criação de ambientes mais afetivos e inclusivos nas ILPIs são fundamentais para reverter esse  cenário. 

3. METODOLOGIA 

A metodologia adotada para essa revisão bibliográfica foi constituída por buscas de  artigos relacionados ao tema “Assistência de enfermagem em afecções do sistema psiquiátrico”,  com ênfase na depressão na terceira idade. Para a seleção dos artigos, foram realizadas buscas  nas bases de dados da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e Brazilian Journal Database (BJD). 

Utilizaram-se os descritores “Idosos” AND “Depressão” AND “Enfermagem”, conforme os  Descritores em Ciências da Saúde (DeCS). A pesquisa foi delimitada por meio dos seguintes  critérios de inclusão: Período de publicação entre 2020 e 2025, idioma: artigos publicados em  português, relevância para o tema, priorizando estudos que abordassem a assistência de  enfermagem na depressão geriátrica. Inicialmente, foram identificados 3.000 artigos, sendo 2.965 na BVS e 35 na BJD. Em seguida, foi realizada a leitura dos resumos para avaliar a  adequação ao tema proposto. Após essa triagem, 10 artigos foram selecionados para compor a  amostra final, sendo 8 provenientes da BVS e 2 da BJD compatíveis com os critérios de alusão  para a construção da revisão sistemática de literatura. 

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES  

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), estima-se que em 2017  o número de idosos com 60 anos ou mais ultrapassou os 30 milhões no Brasil.

A senescência é uma etapa complexa da vida, porém natural e inevitável. O  envelhecimento é um processo fisiológico natural do organismo acompanhado de alterações  morfológicas, bioquímicas e psicológicas no ser humano. Esse processo está condicionado, além  das próprias características do indivíduo, aos determinantes sociais. A perda de autonomia, o  aparecimento de doenças crônicas, fragilidades, e necessidade de maiores cuidados geram um  grande desafio para a sociedade como um todo. (Torres et al., 2020) 

A depressão é caracterizada como uma psicopatologia que se apresenta com quadros de  variação de humor, como tristeza fora do comum, de forma recorrente e permanente, apatia,  irritabilidade, perda de prazer em realizar ações de faziam parte do cotidiano, sendo capaz de  comprometer a qualidade de vida das pessoas acometidas. O indivíduo depressivo apresenta  prejuízo cognitivo, alterações comportamentais e sintomas somáticos, por se tratar de uma  doença multifatorial. Diversos fatores podem contribuir para o aparecimento de depressão na  terceira idade, dentre elas estão: aparecimento de doenças, ansiedade, viuvez, morte de entes  queridos, solidão e abandono pela família. (Santos et al., 2020). 

4.1 Dados Epidemiológicos 

A depressão é um problema de saúde pública que afeta cerca de 154 milhões de pessoas  em todo o mundo, com incidência crescente nos últimos anos. Diante dessa problemática, os  idosos apresentam uma prevalência de 15% de sintomas de depressão (Oliveira et al., 2021). 

A maioria dos idosos (62%) tinha algum grau de sintomas depressivos – leve ou severo.  A qualidade de vida apresentou correlação com características sociodemográficas, condição de  saúde, estilo de vida e presença de sintomas depressivos. (Ratuchnei et al., 2021).  

O número de idosos vulneráveis à depressão se encontra na faixa etária entre 60 e 64  anos, ampliado quando há isolamento social ou devido a alguns acontecimentos da vida, como  condições de saúde e redução de vínculo familiar (Santos, et al., 2020). 

4.2 Fluxo de Assistência na Rede 

A assistência ao idoso com depressão no Sistema Único de Saúde (SUS) é estruturada  em três níveis de atenção: primária, secundária e terciária. Este modelo visa assegurar um  atendimento integral, adaptado à complexidade de cada caso (Brasil, 2025). 

Segundo o Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (IEPS, 2025) a Atenção Primária  à Saúde (APS) é o primeiro nível de cuidado e a principal porta de entrada para o sistema de  saúde. É na Unidade Básica de Saúde (UBS) que ocorre a detecção precoce e o acompanhamento contínuo do idoso. Profissionais como médicos da família, enfermeiros e  equipes multiprofissionais conduzem avaliações iniciais, identificando sintomas depressivos  como tristeza persistente, isolamento social, insônia e perda de apetite. As intervenções básicas  incluem grupos terapêuticos, visitas domiciliares, apoio à família, prescrição de medicamentos  básicos em casos leves ou moderados e encaminhamentos ao nível secundário quando  necessário. 

A Atenção Secundária à Saúde corresponde ao suporte especializado, onde o idoso é  atendido por profissionais como psicólogos, psiquiatras, geriatras e outros especialistas. Nessa  fase, realiza-se o diagnóstico e o tratamento de quadros depressivos que exigem maior  complexidade. O atendimento pode ocorrer em Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) ou  ambulatórios de saúde mental. São oferecidos serviços de psicoterapia individual ou em grupo,  avaliação e prescrição de medicamentos específicos, suporte psicossocial e reavaliações  periódicas para definir se o cuidado continuará nesse nível ou será retomado na atenção primária  (Brasil, 2025). 

A Atenção Terciária à Saúde representa o nível de alta complexidade, indicado para  casos mais graves que exigem intervenções intensivas. Esse cuidado é prestado em hospitais  gerais ou psiquiátricos, especialmente quando há risco de suicídio, episódios depressivos graves  ou a presença de comorbidades como demência. Nessa fase, são realizadas internações  hospitalares, tratamentos médicos e psicológicos intensivos, estabilização do quadro clínico,  planejamento da alta e reintegração à rede de cuidados por meio do CAPS ou UBS. O objetivo  é promover a reabilitação e garantir a continuidade do acompanhamento após a alta hospitalar  (Brasil, 2025). 

4.3 Atuação da Enfermagem 

A atuação da equipe de enfermagem é fundamental no nível assistencial e gerencial,  a fim de prevenir e dar assistência no tratamento da depressão em idosos. A terceira idade muitas vezes é um processo difícil e carrega consigo uma perda significativa de autonomia,  isolamento social, distanciamento familiar, a solidão e diminuição na qualidade de vida, o que  pode desencadear o desenvolvimento da depressão. (Brito et al.,2021).  

Nesse contexto o enfermeiro deve estar atento, para identificar os sinais e sintomas de  humor prejudicado, detectando uma possível depressão e diagnosticando precocemente, a fim  de prevenir e tratar, garantindo um cuidado integral e humanizado. (Smad et al.,2020). 

O enfermeiro é um profissional que caminha junto ao paciente, a família, e a sociedade,  captando a necessidade de cada indivíduo, e visando uma tomada de decisão holística a cada  necessidade. O enfermeiro juntamente a sua equipe tem um papel crucial em apoiar  emocionalmente e promover atividades que estimulem a socialização e integração comunitária  destes idosos. No nível gerencial devem implementar programas de educação à saúde,  prevenção, tratamento, capacitação de equipe e gestão de recursos, visando a qualidade dos  serviços e apoio humanizado. (Brito et al.,2021).  

O atendimento nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) desempenha um papel  fundamental na detecção precoce e na prevenção da depressão entre os idosos. Sendo a porta  de entrada ao sistema de saúde, as UBS são um contato direto entre a equipe de saúde e a  população, visando um serviço acolhedor, humanizado e personalizado que atender a  necessidade de cada indivíduo, os profissionais da saúde, devem se dedicar a ajudar os idosos  e seus familiares a reconhecerem mudanças emocionais, sinais de depressão, fatores de risco e promover métodos de prevenção para essas condições. Adicionalmente as consultas regulares  e acompanhamento é de essencial importância quanto para o paciente quanto para a equipe de  enfermagem, uma vez que este acompanhamento possibilita que a enfermagem evidencie sinais  e sintomas depressivos, promova a educação em saúde e utilize ferramentas essenciais que  ajudam na identificação prematuramente, como a escala de depressão geriátrica. (Brito et al., 2021).  

A descoberta precoce de sinais depressivos em idosos possibilitam a adesão de  tratamento personalizado, com uma equipe multidisciplinar, a fim de acolher e cuidar da saúde  mental deste idoso, além disso podem se adotar diversas outras formas de tratamento, como  medicações, inserção em atividades coletivas e suporte social. Com o propósito de reduzir o  risco de piora no quadro, prevenir doenças associadas e diminuir as taxas de hospitalização e  ocasionalmente até de suicídio. (Smad et al.,2020).  

De acordo com a Política Nacional de Humanização (PNH), que trazem diretrizes que  buscam melhorar a qualidade do atendimento no sistema de saúde, promovendo práticas que  tem como objetivo o bem-estar do paciente e fortalecem a confiança entre eles e os profissionais  da saúde. O atendimento humanizado é de suma importância uma vez que ele valoriza a escuta  o acolhimento e o respeito entre as partes, quando falamos sobre a depressão na terceira idade,  a humanização se mostra nos pequenos detalhes que trazem um grande impacto, seja eles  incentivando a autonomia do indivíduo, atentando-se às suas queixas, respeitando suas tomadas  de decisões, incluindo em informações sobre seu tratamento e no respeito à sua história de vida, ofertar um atendimento empático, holístico e sensível significa garantir o apoio necessário que  o paciente precisa. (Brasil, 2013).  

Quando o idoso é alocado a uma instituição, surgem-se novos desafios, devido ser uma  transição difícil, provoca um choque na mudança de vida e rotina deste idoso, trazendo à tona  sentimentos de abandono e solidão, e mais uma vez a enfermagem se torna o contato direto  deste paciente, tornando se importantíssima na criação de um ambiente acolhedor, sociável e  que se esforça para ajudar a manter a autoestima de cada um desses idoso institucionalizados.  Estimular a participação do idoso na escolha de suas roupas, na organização do seu espaço ou  em atividades do dia a dia contribui para amenizar o impacto da institucionalização e promove  um sentimento de pertencimento e dignidade. Entretanto, o apoio emocional é crucial para que  o idoso se sinta respeitado e amado em seu novo espaço de vivência. (Brito et al.,2021).  

Dessa forma, é necessário que a equipe multidisciplinar esteja alinhada para garantir um  tratamento completo e com eficácia. O esforço conjunto e alinhado permite que o idoso receba  um acompanhamento integral. A equipe composta por enfermeiros, médicos, psicólogos,  assistentes sociais e terapeutas ocupacionais desempenham um papel vital no monitoramento  dos pacientes. (Brito et al., 2021). 

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 

Conclui-se que a prevalência significativa de sintomas depressivos em idosos  institucionalizados, onde, conforme evidenciado através desta revisão bibliográfica, sublinha a  urgência de uma atenção qualificada e direcionada. 

Nesse contexto, o papel da enfermagem é crucial na identificação precoce, no cuidado  integral e humanizado e na promoção do bem-estar psicossocial dos idosos residentes em  instituições de longa permanência. A atuação do enfermeiro, desde a detecção de sinais sutis de  alteração do humor até a implementação de intervenções que estimulem a autonomia, a  socialização e o apoio emocional, demonstra ser um fator determinante na melhoria da  qualidade de vida de idosos vulneráveis. 

A articulação da assistência em saúde nos diferentes níveis do SUS, com as UBS como  porta de entrada e os serviços especializados como suporte para casos mais complexos, é  fundamental para garantir a continuidade do cuidado. A utilização de instrumentos de avaliação  padronizados e a implementação de práticas baseadas na PNH são ferramentas valiosas para  otimizar a assistência prestada. 

Ademais, a depressão em idosos é um desafio que demanda uma abordagem  interdisciplinar e sensível às particularidades dessa fase da vida. A enfermagem, com sua proximidade e escuta qualificada, emerge como um pilar essencial no cuidado, capaz de  promover um ambiente mais acolhedor, preservar a dignidade e contribuir significativamente  para a saúde mental e o bem-estar dos idosos. Investimentos na capacitação dos profissionais  de enfermagem e na implementação de estratégias de cuidado humanizadas são, portanto,  imperativos para transformar a experiência do envelhecimento institucionalizado. 

REFERÊNCIAS 

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1Discente do Curso Superior de Enfermagem do Centro Universitário Una Campus Barreiro e-mail:  deboraaraujo111110@gmail.com, luizacosta@live.com, milenajordania@hotmail.com, suelenveloso4321@gmail.com, eduardaathaide@yahoo.com.br, leidiva91@hotmail.com, anaf58402@gmail.com, ribeiroludmila454@gmail.com, joelmaribeirodasilba@gmail.com e  alcantaraeliananutri@gmail.com
2Docente do Curso Superior de Enfermagem do Centro Universitário Una. e-mail: hyorrana.pereira@prof.una.br