ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM ÀS GESTANTES DE ALTO RISCO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE: ESTRATÉGIAS PARA O CUIDADO PRÉ-NATAL – UMA REVISÃO INTEGRATIVA

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ra10202506070156


Naiara Brasil Lima1
Rosa Albertina Moura Farias2
Samara Cândido de Carvalho3
Jennysser Oliveira da Silva Andrade4


RESUMO:  

Este estudo teve como objetivo realizar uma revisão integrativa da literatura sobre a assistência de enfermagem ao pré-natal de gestantes de alto risco na Atenção Primária à Saúde. Os objetivos específicos foram: identificar as principais práticas de enfermagem voltadas ao cuidado dessas gestantes, descrever os desafios enfrentados pelos enfermeiros e analisar as estratégias propostas para qualificar o atendimento. A pergunta norteadora foi: “De que forma a implementação de práticas de enfermagem no pré-natal contribui para a redução de complicações em gestantes de alto risco na Atenção Primária à Saúde?” A busca dos artigos foi realizada nas bases de dados LILACS, SciELO e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), considerando publicações entre os anos de 2020 a 2024. Foram selecionados 15 estudos que atenderam aos critérios de inclusão. Os resultados revelaram que a consulta de enfermagem, a educação em saúde, o acolhimento e as visitas domiciliares são práticas fundamentais no cuidado às gestantes de alto risco, embora ainda existam desafios como a limitação de autonomia profissional, a desarticulação entre os níveis de atenção e a escassez de recursos. Conclui-se que a atuação da enfermagem é essencial para a prevenção de complicações e para a promoção de um cuidado mais humanizado e resolutivo, sendo necessário investir na qualificação profissional, em políticas públicas integradas e no fortalecimento da rede de atenção.

Palavras-Chave: Enfermagem; Pré-natal; Gestação de alto risco; Atenção Primária à Saúde; Cuidado de enfermagem.

1. INTRODUÇÃO

O pré-natal (PN) consiste no acolhimento, acompanhamento e monitoramento da saúde da gestante e do feto, com o objetivo de promover atenção integral por meio de consultas clínicas e exames laboratoriais realizados periodicamente. Para assegurar sua eficácia, foi criado o Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento (PHPN), por meio da Portaria GM/MS nº 559, de junho de 2000, com o intuito de ampliar o acesso e qualificar a assistência prestada às gestantes. O início do PN deve ocorrer tão logo se confirme a gestação, sendo recomendado o mínimo de seis consultas durante o período gestacional (Brasil, 2012).

Sendo assim é por meio desse acolhimento que se determina a idade gestacional, a classificação do risco da gravidez e a data provável do parto. Toda gestante deve ter acesso a esse acompanhamento, ofertado nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), hospitais e clínicas, sejam eles públicos ou privados (SEDICIAIS, 2021).

Segundo o Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC), em 2019, no Brasil, houve 339.379 gestantes realizaram de quatro a seis consultas de pré-natal, 113.696 mil em toda região Nordeste e 15.858 mil, no estado de Pernambuco. Em contrapartida, o número de nascidos cujas mães não realizaram nenhuma consulta de pré-natal foi de 25.064 no Brasil, 9.284 no Nordeste e 1.150 em Pernambuco, respectivamente (SINASC, 2020).

Na maioria dos casos, o pré-natal representa o primeiro contato das mulheres com os serviços de saúde, e, por isso, deve ser estruturado de forma a atender de maneira eficaz e humanizada às suas necessidades. Para tanto, é necessário aplicar conhecimentos técnico-científicos, conforme as diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS), em um contexto de humanização. Contudo, estudos revelam fragilidades na assistência, que impactam negativamente na adesão, provocando início tardio do acompanhamento, número insuficiente de consultas, falhas no controle de exames e carência de informações adequadas (Mendes et al., 2020).

A assistência pré-natal é fundamental para a redução de riscos, prevenção de agravos e promoção da saúde materno-infantil, tendo como objetivo identificar precocemente possíveis complicações e possibilitar o manejo apropriado, diminuindo a morbimortalidade materna e neonatal. O acompanhamento de gestantes de alto risco deve ser realizado por profissionais de enfermagem, integrantes da equipe multiprofissional, por meio de ações de prevenção, diagnóstico e tratamento das morbidades que acometem a mãe e o feto, além de oferecer orientações sobre parto, amamentação e puerpério (Jorge et al., 2020).

A gestação de alto risco está associada a fatores que podem comprometer a saúde materna ou fetal ao longo do período gestacional, como idade materna, histórico reprodutivo, doenças pré-existentes ou adquiridas durante a gestação, incluindo hipertensão, diabetes, obesidade, ruptura prematura das membranas, entre outros (Nagai et al., 2022).

Dentre os profissionais que compõem a equipe de saúde, destaca-se a atuação da enfermagem, responsável por acolher a gestante com uma abordagem humanizada, promovendo um desfecho mais seguro e respeitoso tanto para a mãe quanto para o recém-nascido (Cassiano et al., 2020).

Quando realizado de forma adequada, o pré-natal traz benefícios que se estendem para além da gestação, contribuindo para a saúde da mulher ao longo de sua vida reprodutiva. As consultas devem obedecer a um cronograma conforme a idade gestacional (IG): mensais até 28 semanas; quinzenais até 36 semanas; e semanais até 41 semanas e 6 dias. Além disso, devem ser consultas investigativas e individualizadas, considerando a realidade e as condições estruturais de cada gestante, com o intuito de identificar precocemente alterações clínicas ou patologias de apresentação subclínica (Brasil, 2016).

Dessa forma, é fundamental compreender a importância da assistência de enfermagem no pré-natal na Atenção Básica, bem como identificar estratégias que fortaleçam essa prática, visto que o pré-natal é essencial para a prevenção e detecção de agravos como hipertensão arterial, diabetes gestacional, anemia, sífilis e malformações fetais. O enfermeiro exerce papel central, utilizando ferramentas como a educação em saúde e promovendo a escuta qualificada, favorecendo um atendimento humanizado e eficaz. A comunicação entre profissional e gestante é um aspecto central nesse processo (Nascimento et al., 2021).

Diante disso, este estudo tem como objetivo geral realizar uma revisão integrativa da literatura sobre a assistência de enfermagem ao pré-natal de alto risco na Atenção Básica. Sendo adotado os seguintes objetivos específicos: identificar na literatura científica as principais práticas de enfermagem voltadas ao cuidado da gestante de alto risco na Atenção Básica; descrever os desafios enfrentados por enfermeiros na assistência pré-natal de alto risco nesse nível de atenção e; analisar as estratégias propostas na literatura para qualificar o atendimento de enfermagem ao pré-natal de alto risco na Atenção Básica.

1.1 PROBLEMA DA PESQUISA

A assistência de enfermagem às gestantes de alto risco na Atenção Primária à Saúde (APS) desempenha um papel fundamental na promoção de um pré-natal seguro e na prevenção de complicações gestacionais. No entanto, a implementação eficaz de estratégias de cuidado direcionadas a essa população ainda representa um desafio, considerando a complexidade clínica das condições que as acometem e a heterogeneidade das práticas assistenciais adotadas pelos profissionais de saúde (Pereira; Oliveira, 2024)

Diante dessa realidade, torna-se essencial compreender as práticas adotadas na assistência de enfermagem, identificar lacunas no cuidado prestado e avaliar a efetividade das intervenções desenvolvidas. Este estudo tem como objetivo realizar uma revisão integrativa da literatura sobre o cuidado de enfermagem no pré-natal de gestantes de alto risco, analisando criticamente as abordagens adotadas e propondo melhorias que otimizem a qualidade da assistência no âmbito da Atenção Primária à Saúde.

A escolha da temática surgiu a partir da vivência das autoras durante o estágio curricular em uma unidade de saúde da família, onde foi possível acompanhar de perto a realidade de gestantes classificadas como de alto risco. Muitas dessas mulheres enfrentavam complicações que poderiam ter sido prevenidas com um acompanhamento mais efetivo e sistematizado.

Essas experiências evidenciaram que a atuação da enfermagem vai além dos procedimentos técnicos, abarcando dimensões como o acolhimento, a escuta qualificada e a educação em saúde. Dessa forma, este estudo propõe-se a investigar como a implementação de práticas sistematizadas de enfermagem pode impactar positivamente os desfechos gestacionais em mulheres com gestações de alto risco.

A partir disso, formula-se a seguinte pergunta norteadora para esta pesquisa:

 “De que forma a implementação de práticas de enfermagem no pré-natal contribui para a redução de complicações em gestantes de alto risco na Atenção Primária à Saúde?”

1.2 HIPÓTESE

Considerando os desafios identificados na assistência ao pré-natal de alto risco na Atenção Básica, esta pesquisa parte da hipótese de que “que práticas sistematizadas de enfermagem, baseadas em evidências, contribuem significativamente para a redução de DESFECHOS DESFAVORÁVEIS em gestantes de alto risco acompanhadas na APS.”

Essa hipótese será verificada por meio da análise dos estudos encontrados na revisão integrativa, buscando evidências que a sustentem ou refutem.

1.3 JUSTIFICATIVA

A realização desta pesquisa se justifica pela necessidade crescente de qualificar a assistência de enfermagem às gestantes de alto risco no contexto da Atenção Primária à Saúde, considerando que esse grupo requer cuidados contínuos, específicos e humanizados, com foco na prevenção de agravos e na promoção da saúde materno-infantil.

Embora o pré-natal seja um direito garantido pelas políticas públicas de saúde, muitas gestantes de alto risco ainda enfrentam barreiras de acesso, baixa adesão ao acompanhamento e fragilidades nas práticas assistenciais adotadas pelos profissionais de saúde, comprometendo a eficácia do cuidado.

A enfermagem, enquanto categoria essencial na APS, exerce papel central no acolhimento, monitoramento e orientação das gestantes, sendo indispensável que suas ações estejam alinhadas a protocolos clínicos, evidências científicas e aos princípios da humanização do cuidado.

Este estudo visa contribuir para a produção e sistematização do conhecimento científico, a partir da identificação das melhores práticas e intervenções de enfermagem no acompanhamento de gestantes de alto risco. Espera-se, com isso, promover o fortalecimento das políticas públicas de saúde voltadas à mulher, com ênfase na segurança materno-infantil e na efetividade da atenção pré-natal.

No âmbito acadêmico, esta pesquisa é relevante por aprofundar o debate sobre a atuação da enfermagem no cuidado pré-natal de alto risco, tema ainda pouco explorado na literatura científica, especialmente no que diz respeito ao contexto da atenção básica. Por meio da revisão integrativa, será possível consolidar estudos, identificar lacunas, propor diretrizes e subsidiar a formação crítica e reflexiva de futuros profissionais da enfermagem.

A motivação para escolha da temática está diretamente relacionada à experiência prática vivenciada pelas autoras durante o estágio em uma unidade de atenção primária, onde se observou a complexidade do cuidado a gestantes com comorbidades, como hipertensão arterial e diabetes gestacional. Em diversas situações, a ausência de uma abordagem sistemática por parte da enfermagem resultava em desfechos negativos evitáveis, o que despertou o interesse em aprofundar essa problemática.

Além disso, nas interações com os profissionais da equipe de saúde, foi perceptível que a atuação da enfermagem é, por vezes, subvalorizada, sendo limitada à execução de procedimentos técnicos, em detrimento de seu potencial estratégico para a prevenção de complicações gestacionais.

Portanto, esta pesquisa tem como propósito evidenciar o potencial transformador das práticas de enfermagem no contexto do pré-natal de alto risco, contribuindo para a valorização dessa atuação e reforçando a importância da adoção de intervenções pautadas em evidências e no cuidado integral à mulher.

Por fim, ressalta-se que a revisão integrativa representa uma importante ferramenta metodológica, pois permite a reunião e análise crítica de estudos científicos sobre o tema, oferecendo subsídios teóricos e práticos que podem impactar diretamente nas políticas públicas, nos currículos acadêmicos e nas futuras práticas clínicas da enfermagem.

1.4 METODOLOGIA

Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, método de pesquisa que permite a síntese do conhecimento produzido sobre determinada temática, reunindo resultados de estudos relevantes, com o intuito de sistematizar evidências que subsidiem a prática clínica e a formulação de políticas públicas em saúde (Souza; Silva; Carvalho, 2010).

A revisão integrativa se diferencia por incorporar resultados de pesquisas com diferentes delineamentos metodológicos, promovendo uma visão abrangente do fenômeno investigado. Conforme Silveira e Galvão (2005), essa modalidade de revisão constitui uma ferramenta essencial para a prática baseada em evidências, à medida que permite analisar criticamente a produção científica existente e identificar lacunas no conhecimento.

Este estudo seguiu as seis etapas preconizadas por Souza et al. (2010) para a condução de uma revisão integrativa: (1) elaboração da pergunta norteadora; (2) busca na literatura; (3) coleta de dados; (4) avaliação crítica dos estudos incluídos; (5) discussão dos resultados; e (6) apresentação da revisão.

1.4.1 Elaboração da pergunta norteadora

A pergunta norteadora foi definida a partir da estratégia PICo-T, estruturando a questão da seguinte forma: “A implementação de práticas de enfermagem no prénatal contribui para a redução de complicações em gestantes de alto risco?”.

Sendo a pesquisa fundamentada na estratégia PICo-T, em que “P” corresponde a população pesquisada; “I” a intervenção analisada; “Co” consiste no contexto estudado; “T” refere-se ao recorte temporal do artigo, conforme demonstrado na tabela abaixo:

Tabela 1 – Estratégia PICoT segundo os componentes, descrição, descritores e sinônimos, conforme a pergunta norteadora.

Fonte: elaborado pelas autoras (2025).

1.4.2 Busca nas bases de dados

A busca dos estudos foi realizada nas bases LILACS, SciELO e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). Para a definição dos descritores, utilizou-se a ferramenta DeCS (Descritores em Ciências da Saúde), selecionando: “assistência de enfermagem”, “atenção primária à saúde” e “pré-natal”. A combinação entre os termos foi feita com os operadores booleanos AND e E, a fim de refinar os resultados e garantir maior especificidade.

1.4.3 Critérios de inclusão e exclusão

Os critérios de inclusão foram:

●        Estudos publicados entre 2020 e 2025;

●        Publicações em português, inglês e espanhol;

●        Artigos científicos, TCCs e relatórios técnicos com texto completo disponível.

Por sua vez os critérios de exclusão foram:

●        Estudos que abordassem exclusivamente a percepção das gestantes;

●        Trabalhos com foco genérico na atenção básica, sem relação direta com o papel do enfermeiro;

●        Manuais, dissertações, editoriais e teses.

1.4.4 Coleta e análise de dados

Após a leitura dos títulos e resumos, os artigos selecionados foram lidos na íntegra, sendo organizados em uma tabela de extração de dados que continha: autor, ano, objetivo, metodologia, principais resultados e conclusões. A análise crítica foi realizada considerando a relevância, consistência metodológica e aplicabilidade dos achados à prática da enfermagem na atenção primária.

1.4.5 Discussão e apresentação  

A discussão foi conduzida com base na pergunta norteadora, articulando os achados com a literatura vigente e com as políticas públicas de saúde voltadas à atenção ao pré-natal de alto risco. A apresentação dos dados foi feita de forma descritiva e narrativa, respeitando a estrutura lógica das categorias emergentes dos estudos analisados.

1.4.6 Rigor Metodológico

Para assegurar a transparência e a qualidade da revisão, foi adotada a recomendação PRISMA (Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta Analyses), conforme adaptado por Galvão et al. (2015). O uso do fluxograma PRISMA garantiu o rastreamento das etapas da seleção e exclusão dos artigos, evidenciando a consistência do processo de triagem.

1.4.7 Análise de dados

Para a análise e sistematização dos dados obtidos nesta revisão integrativa, os artigos selecionados serão organizados em um quadro sinóptico, com o objetivo de sintetizar de forma clara e objetiva as principais informações extraídas de cada estudo. O quadro será estruturado com base na análise de sete variáveis essenciais, permitindo uma comparação efetiva entre os trabalhos e uma melhor visualização dos achados.

As variáveis analisadas serão:

Autor e ano da publicação;

Título do artigo;

Autores;

Método utilizado;

Amostra (quando aplicável);

Principais resultados;

Conclusões dos autores;

A organização dos dados em quadros analíticos visa facilitar a compreensão das evidências científicas encontradas e garantir maior clareza na apresentação dos achados, conforme orientações metodológicas de Souza et al. (2010) e Whittemore e Knafl (2005). Esses autores destacam que a análise em revisões integrativas deve incluir a extração sistemática das informações principais dos estudos primários, permitindo a categorização temática e a comparação dos resultados para responder à pergunta norteadora da pesquisa.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 DEFINIÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DA GESTAÇÃO DE ALTO RISCO

A gestação é muitas vezes considerada um processo fisiológico natural, mas, em determinadas condições, pode se tornar uma gestação de alto risco. Esse cenário é caracterizado por fatores médicos pré-existentes ou condições que surgem durante a gestação, aumentando a possibilidade de complicações graves, como doenças hipertensivas, diabetes, distúrbios cardíacos, entre outras (André, 2024). Esses fatores aumentam as probabilidades de complicações tanto para a mãe quanto para o bebê, exigindo monitoramento contínuo e uma abordagem diferenciada na assistência.

O conceito de gestação de alto risco é fundamentado na identificação precoce de condições como doenças crônicas, complicações obstétricas e até mesmo condições socioeconômicas que podem impactar negativamente a saúde gestacional (Nagai et al., 2022). 

Neste sentido, Gadelha et. al. (2020) corrobora afirmando que se considera gestação de alto risco os casos mais complexos de assistência no decorrer da gestação, quando há maior probabilidade de alcançar resultados desfavoráveis e nocivos, tanto para a mãe quanto para o feto. Condições prévias como obesidade, diabetes mellitus e hipertensão arterial precisam ser acompanhadas de maneira pontual para que não se tenha um aumento de risco à saúde do binômio mãe-filho decorrentes do processo gestacional.

É importante destacar ainda que a gravidez de alto risco é considerada uma experiência extremamente estressante, por essa razão, o apoio e cuidado apropriados, tanto psicológico quanto físico, são fundamentais para as gestantes de alto risco, sendo necessário assim, uma equipe preparada, empática e paciente (Pereira; Oliveira, 2024).

De acordo com Silva et. al. (2021), as gestantes enquadram-se no pré-natal de risco em três situações, sendo as mulheres que já apresentaram uma gestação anterior de alto risco, gestantes que indicarem uma condição ou doença que pode ocasionar um risco para mãe e o feto, portadoras de doenças crônicas prévias à gestação e as que foram diagnosticadas com patologias no decorrer do período gestacional.

A estratificação de risco, realizada desde o início do pré-natal, é essencial para direcionar os cuidados adequados, evitando complicações futuras e proporcionando uma gestão eficiente da saúde materno-infantil (Brasil, 2019).

2.2 A ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO E NECESSIDADE DE CUIDADOS ESPECIALIZADOS

A estratificação de risco é um processo crucial no acompanhamento das gestantes de alto risco. Ela permite que as equipes de saúde ajustem a intensidade dos cuidados com base nas condições clínicas e sociais das gestantes. Segundo o Ministério da Saúde (2019), uma assistência precoce e contínua é fundamental para detectar possíveis complicações, como hipertensão gestacional ou diabetes, que podem ser tratadas com intervenções oportunas.

De acordo com Bender et. al. (2021) estratificar o risco gestacional é essencial para o seguimento à saúde, tendo em vista sua capacidade de minimizar a morbimortabilidade materna e infantil por causas que poderiam ser evitadas. A estratificação precisa ser feita desde o começo do pré-natal até o momento do porto pelo médico ou enfermeiro e registrada no prontuário e na carteira de saúde da gestante, uma vez que o atendimento será realizado de maneira mais apropriada e, consequentemente, favorecerá a minimização dos índices de mortalidade.

A avaliação pré-natal nada mais é do que o exame clínico, a anamnese, que consiste no método de coleta de dados mais comum utilizado pela enfermagem. O profissional de enfermagem possui um papel essencial na anamnese, ele realiza as visitas ou a primeira consulta de enfermagem, coleta os dados subjetivos e objetivos relacionados ao estado geral e à gravidez. Toda a história da gestante precisa ser relatada na primeira consulta, sendo necessário um tempo extra para essa consulta, em um espaço apropriado, tranquilo, onde a gestante se sinta segura e reduza sua ansiedade com relação à gestação. É fundamental que nesse primeiro contato toda a equipe de saúde passe confiança e segurança à gestante (Hass; Feltrin, 2023).

A gestante de alto risco precisa ser atendida pela equipe de APS e referenciada para o Ambulatório de Atenção Especializada (AAE) para acompanhamento por equipe multiprofissional. O AAE deve compartilhar o cuidado com a equipe de APS através da elaboração e monitoramento do plano de cuidados, monitoramento dos marcadores clínicos da estabilização, vigilância para rápida identificação e intervenção nas intercorrências clínicas e obstétricas, realização e avaliação dos exames especializados, visitas domiciliares mais frequentes e vigilantes, vinculação à maternidade de alto risco de referência para o parto e nascimento e ações de rotina do pré-natal apresentadas para todos os estratos de risco (Hass; Feltrin, 2023).

Deve-se destacar que de acordo com o Manual de Gestação de Alto Risco (2022), a estratificação de risco tem como objetivo:

[…] predizer quais mulheres têm maior probabilidade de apresentar eventos adversos à saúde. Tais predições podem ser usadas para otimizar os recursos em busca de equidade no cuidado de maneira que se ofereça a tecnologia necessária para quem precisa dela. Com isso, evitam-se intervenções desnecessárias e o uso excessivo de tecnologia, e pode-se concentrar os recursos naqueles que mais precisam deles, melhorando os resultados em saúde e reduzindo-se os custos (Brasil, 2022, p.11)

Ainda de acordo com o referido manual, a identificação de risco precisa começar na primeira consulta pré-natal e deverá ser dinâmica e contínua, sendo revisada a cada consulta. As gestantes em situações de alto risco necessitarão, além do suporte no seu território, cuidados de equipe de saúde especializada e multiprofissional, eventualmente até em serviço de referência secundário ou terciário com instalações neonatais que ofertem cuidados especializados. Contudo, é a coordenação do cuidado pela Atenção Primária em Saúde (APS) que possibilita que a gestante continue em seu território. O cuidado pré-natal, ainda que compartilhado, precisa continuar a ser oferecido pela unidade de origem, através de consultas médicas e de enfermagem e visitas domiciliares. Isso assegura a responsabilidade sobre o cuidado para com a gestante (Brasil, 2022).

O cuidado especializado deve ocorrer em três níveis da rede de saúde: Atenção Básica, Atenção Secundária (especializada) e Atenção Terciária (hospitalar). A coordenação entre esses níveis é essencial para garantir que a gestante tenha um acompanhamento completo e adequado. O enfermeiro, em sua função de coordenação do cuidado, integra os serviços de saúde, realiza consultas regulares e promove a educação em saúde, garantindo a adesão das gestantes aos tratamentos prescritos (Brilhante & Jorge, 2020).

Ademais, ressalta-se que a definição de risco gestacional não é tarefa simples, e listas e critérios de definição de risco gestacional possuem muita divergência na literatura especializada. No entanto, ainda que o pré-natal seja por si só uma avaliação continuada de risco, é possível que se elenque condições que classificam a gestante como sendo de alto risco já na primeira consulta de pré-natal. Algumas características individuais, condições sociodemográficas, história reprodutiva anterior, condições clínicas pré-existentes podem ocasionar risco aumentado de patologias incidentes ou agravadas pela gestação. Contudo, essas características não compõem uma lista estática e imutável e precisam ser avaliadas de acordo com o perfil epidemiológico das gestantes de certo contexto (Brasil, 2022).

2.3 O PAPEL DO ENFERMEIRO NO PRÉ-NATAL DE ALTO RISCO

O enfermeiro desempenha um papel central no cuidado das gestantes de alto risco. Sua atuação vai além da realização de exames, envolvendo também o acolhimento, a educação em saúde e o monitoramento contínuo das condições da gestante. O enfermeiro deve estar preparado para lidar com aspectos técnicos e emocionais, oferecendo uma assistência integral, que respeite a individualidade da gestante e suas condições sociais e culturais (Belém et al., 2021).

Neste mesmo sentido, Guedes et. al. (2022) corrobora ao destacar a relevância da assistência pré-natal apropriada na detecção e intervenção precoce de situações de risco, além da rápida referenciação e atendimento especializado para gestantes de alto risco. Esse cuidado integral e necessário são para minimizar os índices de morbidade e mortalidade materna e fetal. Ao assegurar um acompanhamento precoce e eficaz, é possível identificar e gerenciar complicações de maneira mais eficaz, diminuindo os riscos tanto para a gestante como para o feto.

Belém et. al. (2021) destacam que, para efetivar um pré-natal apropriado, é fundamental que a assistência de enfermagem vá além das dimensões biológicas, técnicas e problematizadoras. É preciso também valorizar os aspectos socioculturais, subjetivos e afetivos da gestante, assegurando um cuidado integral e culturalmente congruente. Ou seja, não apenas as questões físicas e clínicas, mas também as necessidades, crenças e valores individuais da gestante, assim como seu contexto social e cultural.

É o que afirma também Ferreira et. al. (2020) ao defender que o cuidado integral inclui a avaliação constante da saúde mental e emocional da gestante, uma vez que muitas mulheres com gestação de alto risco experienciam sentimentos de medo e insegurança, especialmente em relação às possibilidades de complicações graves ou até morte. Além disso, o enfermeiro deve ser capaz de identificar e intervir nas dificuldades psicossociais que podem interferir no acesso aos cuidados de saúde.

Neste sentido, Pereira e Oliveira (2024) afirmam que o enfermeiro da ESF precisa elaborar planos de cuidados de enfermagem baseados no perfil epidemiológico da população atendida pela unidade básica de saúde. Isso precisa acontecer após a confirmação da gravidez, durante a consulta de enfermagem. 

Deve-se destacar ainda que a gestação de alto risco não se restringe somente a aspectos biológicos, mas também abrange fatores psicológicos, sociais, econômicos e culturais, que influenciam na complexidade dos casos. Reconhecer a abrangência desses fatores que impactam na gestação é essencial para considerar a influência dos determinantes da vida e da saúde das pessoas. A maior parte da carga das doenças e das desigualdades de saúde acontece em razão das condições em que os sujeitos nascem, vivem, trabalham e envelhecem. Dessa forma, é essencial aderir meios sistematizados para suprir as demandas dos usuários, considerando não somente aspectos clínicos, mas contextos sociais, econômicos e culturais que afetam a saúde no decorrer da gestação (Pereira; Oliveira, 2024).

No entanto, Silva et. al. (2022) afirmam que a qualidade da assistência prestada à gestante de alto risco pela equipe de enfermagem em ambiente hospitalar está abaixo do preconizado e do que deveria ser ofertada. Esse cenário é preocupante, pois os índices de mortalidade materna estão diretamente vinculados aos cuidados ofertados a essas mulheres. Assim, é fundamental que a assistência seja integral, humanizada e possua um número adequado de profissionais para assegurar uma atenção adequada e segura às gestantes de alto risco.

Lara, Muller e Silveira (2020) enfatizam que a enfermagem possui um papel crucial no contexto do cuidado, pois protagoniza uma assistência direta, estando mais próxima da paciente através da prática assistencial e sistemática. Essa assistência é abrangente e holística, abrange práticas multidisciplinares que contribuem para a organização do serviço e constituem diversas ações realizadas pela equipe de enfermagem.

2.4 IMPACTOS DA ASSISTÊNCIA NA MORTALIDADE MATERNO

A Organização Mundial de Saúde (OMS), na 10ª revisão da Classificação Internacional de Doenças (CID10) estabeleceu que a mortalidade materna é todo óbito que acontece no período gestacional ou até 42 dias após o parto, não possuindo influência sobre a localização da gestação ou duração da gravidez, relacionada à circunstância relacionada a gravidez ou agravada por ela (Barreto, 2021).

As complicações obstétricas ainda são um dos principais fatores desencadeantes de morbidade e óbito de gestantes no Brasil. Todos os dias, aproximadamente 830 mulheres em todo o mundo morrem de causas que poderiam ser evitadas, sendo essas relacionadas à gestação e ao parto, e a maioria desses casos ocorrem em países em desenvolvimento, como o Brasil. Além disso, a mortalidade materna é considerada evitável em 92% dos casos, acarretando uma grave violação dos direitos humanos das mulheres (Silva et. al., 2021).

Barreto et. al. (2021) afirma que a mortalidade materna se apresenta como um problema de saúde pública, tendo em vista seus números elevados. No entanto, são condições que podem e devem ser diminuídas, através de um pré-natal que ofereça as informações e cuidados necessários para a mulher grávida. Dessa forma, a assistência do enfermeiro na consulta pré-natal é um elemento fundamental na redução da mortalidade materna. No decorrer dessas consultas, os enfermeiros executam diversos papéis fundamentais, desde a identificação precoce de possíveis complicações até o monitoramento frequente da saúde da gestante e do feto.

Neste sentido, Tavares et. al. (2024, p. 5) argumenta que:

A assistência do enfermeiro durante o pré-natal é fundamental para a detecção precoce de fatores de risco que podem levar a complicações como hemorragia pós-parto e pré-eclâmpsia. Durante as consultas pré-natais, os enfermeiros realizam avaliações abrangentes da saúde da gestante, incluindo a medição da pressão arterial e a análise de exames laboratoriais, como exames de urina para detectar proteínas. Essas avaliações permitem a identificação precoce de sinais de pré-eclâmpsia, como hipertensão arterial e presença de proteínas na urina. Além disso, os enfermeiros também monitoram fatores de risco para hemorragia pós-parto, como histórico de partos anteriores complicados, distúrbios da coagulação sanguínea ou placenta prévia. Ao identificar esses fatores de risco durante o pré-natal, os enfermeiros podem implementar planos de cuidados específicos para mitigar essas complicações, como encaminhamento para cuidados especializados ou monitoramento mais frequente durante o trabalho de parto e o parto.

Dessa forma, a abordagem proativa desempenha um papel crucial na prevenção de complicações graves no decorrer da gestação e o parto, colaborando assim para a diminuição da mortalidade materna. Em seus estudos Silva et. al. (2020) avaliou múltiplos estudos e concluiu que a assistência do enfermeiro durante o prénatal está vinculada a uma diminuição consistente nas taxas de mortalidade materna em diversos contextos globais. Esses estudos enfatizam a relevância crítica do papel do enfermeiro na promoção da saúde materna e na prevenção de complicações no decorrer da gestação e do parto.

Assim, a qualidade da assistência prestada no pré-natal de alto risco tem um impacto direto na redução da mortalidade materna e fetal. Estudo realizado por Michalczyszyn et al. (2023) destaca que, apesar de avanços na assistência, o Brasil ainda apresenta índices elevados de mortalidade materna e fetal, muitas vezes relacionados à falta de cuidados adequados ou a intervenções tardias. O papel do enfermeiro na identificação precoce de complicações, acompanhamento de condições pré-existentes e orientação contínua é fundamental para diminuir esses índices.

A assistência humanizada e integral, que considera tanto as necessidades físicas quanto emocionais da gestante, é crucial para garantir melhores resultados. A colaboração entre enfermeiros, médicos e outros profissionais de saúde também facilita o manejo adequado das complicações, aumentando a chance de um parto bem-sucedido e com menores riscos para a mãe e o bebê (Silva et al., 2022).

2.5 DESAFIOS E OPORTUNIDADES NO ATENDIMENTO DE GESTANTES DE ALTO RISCO

Apesar do papel essencial dos enfermeiros na assistência às gestantes de alto risco, a realidade do sistema de saúde ainda enfrenta desafios. A escassez de profissionais qualificados, a falta de infraestrutura adequada e a sobrecarga dos serviços de saúde dificultam o fornecimento de cuidados eficientes e contínuos. Além disso, a desigualdade no acesso à saúde, especialmente em regiões periféricas ou em contextos de vulnerabilidade social, impede que muitas gestantes recebam o acompanhamento necessário (Silva et al., 2022; GBD, 2015).

A formação contínua dos profissionais de saúde e a capacitação dos enfermeiros em especialidades obstétricas e em saúde mental são essenciais para melhorar a qualidade do atendimento e ampliar o impacto positivo na saúde materno infantil (Pereira & Oliveira, 2024). Para que a assistência seja efetiva, é preciso que o cuidado seja holístico, considerando os fatores culturais, sociais e psicológicos da gestante, além das questões clínicas.

A formação contínua é necessária tendo em vista que a formação dos enfermeiros não supre as necessidades da realidade exercida na ocupação, uma vez que atuam em diversas atividades relacionadas à saúde da mulher. O que faz com que muitos profissionais se sintam despreparados, demonstrando a necessidade de aprimorar o conhecimento para melhorar suas ações de cuidado (Cá et. al., 2022).

Medeiros et. al. (2022) esclarece que algumas estratégias emergem para a solução desse problema da educação continuada, como matriciamentos, discussão de casos realizadas semanalmente, sendo direcionadas por indicadores e pelo comitê de mortalidade materno-infantil. O autor sugere também um suporte profissional destinado às dúvidas, atualizações de diretrizes e procedimentos. Destacando a necessidade de elaboração de um protocolo para PNAR, direcionando e respaldando a conduta apropriada para os profissionais de enfermagem, assegurando a segurança da paciente.

Outro desafio enfrentado pelos profissionais é a escassez de recursos materiais e humanos, que afeta e fragiliza a integralidade do atendimento. A ausência de recursos físicos, materiais básicos e de profissionais necessários para atender à demanda de trabalho, provoca estresse e sobrecarga, o que expande a probabilidade de erros e compromete a assistência ofertada (Vicente; Mussarelli, 2025).

A assistência de enfermagem às gestantes de alto risco na Atenção Primária à Saúde é um pilar fundamental para a redução da mortalidade materno-fetal. A estratificação de risco, o acompanhamento contínuo e a assistência humanizada desempenham um papel crucial na prevenção de complicações. Contudo, é necessário um esforço contínuo para superar as barreiras estruturais e sociais que ainda limitam a efetividade do cuidado. A atuação integrada e qualificada dos profissionais de enfermagem pode transformar a experiência da gestante, promovendo não apenas a saúde física, mas também o bem-estar emocional e psicológico durante a gestação.

3 RESULTADOS

A revisão integrativa realizada abrangeu artigos publicados entre 2020 e 2025, com o objetivo as práticas de enfermagem no pré-natal de gestantes de alto risco. Após a coleta de dados, foram encontrados 341 artigos, sendo que após a aplicação dos critérios foram excluídos 326 artigos, por estarem fora do recorte de tempo adotado, possuírem títulos não relacionados ao público estudado na pesquisa, artigos não anexados na base de dados pesquisada. Com isso, após a filtragem dos resultados encontrados, selecionou-se 15 artigos por se adequarem com a pesquisa realizada e serem importantes para a análise, conforme demonstrado no Quadro 1. No quadro, os artigos são ilustrados em ordem numérica, com identificação por autores título, base de dados, ano, metodologia e periódico.

Quadro 1 – Distribuição das publicações sobre a assistência de enfermagem às gestantes de alto risco na atenção primária à saúde

Fonte: elaborado pelas autoras (2025).

Deve-se destacar que as bases de dados são armazenadores eletrônicos que coletam e organizam informações científicas e acadêmicas de diversas áreas do saber. São cruciais para a pesquisa e o acesso à informação científica, permitindo que pesquisadores, docentes e profissionais acessem uma vasta diversidade de recursos.

Tais bases de dados possibilitam instrumentos avançados de busca e acesso a artigos científicos e materiais acadêmicos oportunos.

A tabela a seguir demonstra a distribuição dos artigos conforme as bases de dados das produções científicas. Nela são ilustrados o quantitativo e percentuais das bases de dados pesquisadas para o estudo, considerando que alguns dos artigos foram encontrados em mais de uma base de dados.

Tabela 2 – Distribuição dos artigos segundo a base de dados

Fonte: elaborada pelos autores (2025).

As bases de dados são armazenadores eletrônicos que coletam e organizam informações científicas e acadêmicas de variadas áreas do saber. São fundamentais para a pesquisa e o acesso à informação científica, possibilitando que pesquisadores, docentes e profissionais acessem uma vasta diversidade de recursos. Tais bases de dados possibilitam instrumentos avançados de busca e acesso a artigos científicos e materiais acadêmicos oportunos.

Na Tabela 3, foram demonstradas as características dos artigos considerando o ano de publicação. Verificou-se uma predominância maior no ano de 2020, representando 40% das publicações. Quanto ao ano de 2021 demonstrou uma porcentagem de 13%, por sua vez os anos de 2022 e 2024 colaboraram com 20% das publicações cada, já o ano de 2023 teve a menor porcentagem com apenas 7%.

Tabela 3 – Distribuição dos artigos científicos segundo o ano de publicação

Fonte: elaborada pelos autores (2025).

A distribuição dos artigos científicos considerando o ano de publicação é uma informação relevante para entender a produção científica no decorrer do tempo e identificar possíveis tendências ou modificações de interesse em uma área de estudo específica. Analisar tal distribuição possibilita verificar a evolução e o crescimento das pesquisas sobre certo tema no decorrer dos anos.

Essa distribuição pode demonstrar variados cenários, como um aumento significativo na produção científica em certos períodos ou um interesse particular em explanar uma temática específica.

Na tabela 4, foi analisada a abordagem metodológica aplicada nos artigos selecionados. 

Tabela 4 – Abordagem metodológica das pesquisas selecionadas

Fonte: elaborada pelos autores (2025).

A distribuição das abordagens metodológicas demonstra uma nítida variedade de métodos de análise nas pesquisas escolhidas. Sendo assim, analisar a abordagem metodológica aplicada nos artigos escolhidos colabora para o entendimento mais profundo da diversidade de métodos utilizados na pesquisa científica, colaborando para a interpretação e aplicação apropriada dos resultados atingidos nos estudos observados.

Na tabela 5, analisou-se quanto à publicação em revistas, pode verificar que todos os quatro artigos analisados foram publicados em Periódicos distintos.

Tabela 5 – Distribuição dos artigos científicos segundo periódico

Fonte: elaborada pelos autores (2025).

A variedade de revistas onde os artigos foram publicados demonstra a extensão e a diversidade das pesquisas na área da saúde. Cada publicação tem seu escopo e audiência singular, aumentando assim a divulgação dos estudos em distintos contextos e realizando um papel essencial na dispersão do conhecimento científico.

É válido destacar que a seleção das revistas para a publicação dos artigos foi realizada considerando critérios como a temática, a reputação e a eficiência editorial. Fazer a escolha da revista adequada é uma etapa fundamental no processo de divulgação científica, assegurando que os estudos se tornem acessíveis à comunidade acadêmica e possam colaborar de maneira significativa para o avanço do conhecimento na área de enfermagem e da saúde de modo geral.

4 DISCUSSÕES

A análise dos 15 estudos incluídos nesta revisão integrativa possibilitou identificar que a atuação da enfermagem no pré-natal de gestante de alto risco na Atenção Primária à Saúde (APS) é multifacetada e repleta de desafios, mas também de potenciais transformadores no cuidado à saúde materna. Os achados mostram que, embora exista um arcabouço legal e técnico que respalda a atuação do enfermeiro nessa área, persistem lacunas estruturais, organizacionais e formativas que restringem a efetividade da assistência prestada.

Entre os principais eixos identificados, enfatiza-se o papel da consulta de enfermagem como ferramenta de cuidado e acolhimento, de acordo com o demonstrado por Silva et. al. (2024), que demonstra a relevância da escuta qualificada e da orientação individualizada no primeiro contato com a gestante de alto risco. Essa prática se mostra fundamental para esclarecer dúvidas, identificar fatores de risco e estabelecer o vínculo entre profissional e gestante.

Autores como Monteiro et. al. (2020) e Jorge et. al. (2020) enfatizam a importância do cuidado humanizado no pré-natal de alto risco, destacando o papel do enfermeiro como mediador de um espaço acolhedor, empático e centrado nas necessidades da gestante. Essas práticas colaboram para a adesão ao tratamento e para a minimização da ansiedade e medo frente à gestação de risco.

Outro ponto recorrente nos estudos, como demonstrado por Goulart (2020) e Castro et. al. (2020) é a relevância da continuidade do cuidado, através dos registros apropriados e visitas domiciliares. A presença do enfermeiro no ambiente familiar possibilita uma avaliação mais ampla das condições socioeconômicas e emocionais da gestante, o que favorece intervenções mais resolutivas e personalizadas.

A educação em saúde, por sua vez, se apresentou como um eixo central na atuação do enfermeiro, possibilitando o empoderamento das gestantes frente aos desafios da gravidez de alto risco. Mazzetto et. al. (2020) enfatizam o potencial da sala de espera como espaço educativo, ao transformar momentos de espera em oportunidades para troca de saberes, reflexões e fortalecimento do autocuidado. Essa abordagem é corroborada por outros estudos que indicam as ações educativas como estratégia para melhorar a adesão ao tratamento e minimizar as complicações.

Ademais, iniciativas de educação em saúde, como atividades em sala de espera (Mazzetto et. al., 2020) e as orientações sobre o parto (Lourenço et. al., 2020), têm sido indicadas como estratégias eficazes na promoção do empoderamento feminino, especialmente em contextos de maior vulnerabilidade. Essas condutas educativas aumentam o acesso à informação e proporcionam maior autonomia da mulher sobre seu processo gestacional.

A utilização de tecnologias não invasivas conforme esclarece Ares et. al. (2021) e de práticas integrativas, como abordado por Souza et. al. (2022) também indicam fragilidades estruturais, como sobrecarga de trabalho, escassez de recursos e dificuldades na articulação entre os níveis de atenção, que podem comprometer a qualidade da assistência ofertada na APS. Esses desafios exigem políticas públicas eficazes e o fortalecimento da Estratégia Saúde da Família como eixo estruturante do cuidado contínuo e integral. 

De acordo com os estudos desenvolvidos por Ares et. al (2021) e Souza et. al (2022) a utilização de práticas integrativas e tecnologias leves como parte da assistência humanizada, contribuem para o bem-estar físico e emocional das gestantes, fortalecendo a relação de confiança com a equipe de saúde e melhorando a experiência do pré-natal.

Ademais, a atuação do enfermeiro, quando fundamentada em competências técnicas, sensibilidade ética e compromisso com a equidade, constitui-se como um diferencial estratégico na prevenção de desfechos adversos em gestantes de alto risco como é evidenciado por Mendes et. al. (2023) e Nunes et. al. (2024).

Os estudos analisados nesta revisão integrativa indicam ainda que a atuação da enfermagem na atenção pré-natal de gestantes de alto risco na Atenção Primária à Saúde é caracterizada por diversos desafios e potencialidades. A consulta de enfermagem se destaca como um instrumento central no cuidado, promovendo acolhimento, escuta ativa e educação em saúde, como apontado por Silva et. al. (2024), que identificaram a consulta como espaço estratégico para orientação sobre riscos, esclarecimento de dúvidas e fortalecimento do vínculo entre profissional e gestante.

O papel educador do enfermeiro é confirmado por Mazzetto et. al. (2020), ao demonstrar que o ambiente da sala de espera, muitas vezes considerado como tempo ocioso, pode ser transformado em espaço de promoção da saúde. Nesse contexto, as atividades educativas permitem às gestantes o compartilhamento de experiências, a aquisição de conhecimentos e o fortalecimento do autocuidado, sobretudo diante dos agravos associados à gestação de alto risco.

No entanto, o estudo de Sanine et. al. (2021) revela que o cuidado da APS ainda é muitas vezes conduzido sob uma lógico biologicista e protocolar, o que restringe a autonomia dos profissionais de enfermagem e enfraquece o vínculo com a gestante. A centralização do atendimento médico nas gestações de alto risco, somada ao modelo de gestão orientado por metas, compromete a integralidade da atenção e a efetividade das ações multiprofissionais.

Outro ponto crítico identificado foi a fragilidade na articulação entre os níveis de atenção, principalmente no fluxo de referência e contrarreferência. Sanine et. al. (2021) relatam que, em muitos casos, a gestante de alto risco é acompanhada exclusivamente por médicos, sem o envolvimento com a enfermagem, o que compromete a integralidade do cuidado. Ademais, a ausência de retorno das unidades de atenção especializada atrapalha na continuidade da assistência na APS.

As dificuldades estruturais também impactam na continuidade do cuidado. A ausência de contrarreferência e a desarticulação entre os níveis de atenção fragilizam o seguimento das gestantes após a alta hospitalar. Essa lacuna enfatiza a necessidade de fortalecer os fluxos de comunicação entre a APS e os serviços especializados, bem como acompanhamento das gestantes de alto risco.

Mesmo diante dessas fragilidades, os estudos analisados demonstram que, quando há investimento em formação, apoio institucional e integração entre os serviços, os enfermeiros conseguem desempenhar um papel transformador. Eles não somente contribuem para o monitoramento clínico, mas também oferecem suporte emocional, promovem a equidade no acesso e permitem maior adesão ao tratamento.

Também foram evidenciadas limitações institucionais na autonomia do enfermeiro. Muitos profissionais relatam restrições à sua atuação clínica em função de protocolos rígidos, modelos biomédicos centrados no médico e ausência de capacitação específica. Essa realidade indica a necessidade de revisão das normativas locais e de investimento na formação e atualização dos profissionais de enfermagem, como apontam Mendes et. al (2023) e Ribeiro et. al (2024).

Do ponto de vista social e epidemiológico, Guedes et. al. (2022) enfatizam que a maioria das gestantes de alto risco atendidas na APS possuem um perfil de múltiplas vulnerabilidades, o que requer um olhar mais ampliado da equipe de enfermagem. Nesses casos, ações como visitas domiciliares (Souza et. al., 2022; Castro et. al., 2020) e o suporte emocional tornam-se fundamentais para assegurar o acesso, a permanência e a adesão ao cuidado.

Em resumo, os achados desta revisão apontam que, mesmo com os entraves institucionais e estruturais, o enfermeiro possui um papel estratégico e insubstituível na assistência às gestantes de alto risco na APS. A valorização da consulta de enfermagem, o investimento em ações educativas, a articulação eficaz entre os níveis de atenção e a utilização de práticas humanizadas são estratégias que colaboram diretamente para a redução de complicações gestacionais.

Dessa forma, a implementação de estratégias de cuidado que valorizem a autonomia do enfermeiro, como práticas educativas, visitas domiciliares e utilização de tecnologias leves, pode representar um caminho promissor para qualificar a atenção às gestantes de alto risco na APS. Tais estratégias, como apontado pelos estudos, vão ao encontro da proposta da Rede Cegonha e da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esta revisão integrativa possibilitou reunir e analisar evidências científicas relacionadas à assistência da enfermagem às gestantes de alto risco no contexto da Atenção Primária à Saúde, com foco nas práticas realizadas, nos desafios enfrentadas e nas estratégias propostas para qualificação do cuidado pré-natal. Os achados evidenciam que a atuação da enfermagem é essencial para o acompanhamento integral e humanizado dessas gestantes, contribuindo diretamente para a prevenção de agravos e a minimização de complicações materno-fetais.

No decorrer da pesquisa, foram identificadas práticas relevantes, como a consulta de enfermagem, as ações de educação em saúde, o acolhimento, o acompanhamento domiciliar e a utilização de tecnologias leves e práticas integrativas. Essas intervenções, quando bem estruturadas, fortalecem o vínculo com a usuária, proporcionam o autocuidado e aumentam a adesão ao tratamento, reafirmando o papel estratégico da enfermagem na APS.

Contudo, os estudos também indicam desafios significativos, como a limitação da autonomia profissional, a sobrecarga de trabalho, a escassez de recursos, a fragilidade nos fluxos de referência e contrarreferência e a presença de modelos assistenciais centrados no médico e em práticas biologicistas. Esses obstáculos comprometem a efetividade da atenção à gestante de alto risco e demonstram a necessidade de transformações estruturais e organizacionais no sistema de saúde.

Dentre as estratégias propostas na literatura para qualificar a assistência, enfatizam-se a capacitação contínua dos profissionais de enfermagem, o fortalecimento da Rede de Atenção à Saúde, a valorização das ações educativas, a revisão de protocolos assistenciais para assegurar um cuidado integral, resolutivo e centrado nas necessidades próprias das mulheres em situação de risco gestacional.

Conclui-se, portanto, que a implementação de práticas de enfermagem no prénatal de alto risco tem potencial para contribuir significativamente na redução de complicações gestacionais, desde que apoiada por políticas públicas efetivas, condições apropriadas de trabalho e reconhecimento do papel da enfermagem como protagonista no cuidado à saúde da mulher.

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1Acadêmica do Curso de Enfermagem;
2Acadêmica do Curso de Enfermagem;
3Acadêmica do Curso de Enfermagem;
4Orientadora, docente do Curso de Enfermagem