REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8361550
Jailson da Silva Caldas1
Renata Lívia Silva Fônseca Moreira de Medeiros2
Anne Caroline de Souza3
Pâmela Thayne Macêdo Sobreira4
Rayane Luciano da Silva5
Eulismenia Alexandre Valério6
Geane Gomes Avelino7
João Felipe de Sousa Adler Freitas8
Gyanna Sybelly Silva Matos9
Geane Silva Oliveira10
RESUMO
Introdução: A síndrome hipertensiva específica da gestação (DHEG) ocorre na grávida a partir da vigésima semana, podendo se estender ao puerpério, trazendo diversas consequências maternos-fetais. Essa síndrome pode se apresentar como hipertensão na gestação, pré-eclâmpsia, HELLP e eclampsia. É a primeira causa de morte materna no mundo. Com isso, faz-se necessário garantir o acesso a unidade de terapia intensiva, para que assim, a gestante tenha uma melhor assistência. Esta, necessita de um cuidado exclusivo, profissionais com conhecimento específico, a fim de fornecer ideias para auxiliar nas estratégias e ações no cuidado à saúde da grávida pela equipe. Objetivo: Investigar na literatura, a assistência de enfermagem a gestantes com síndrome hipertensiva na unidade de terapia intensiva. Aspectos Metodológico: Pesquisa qualitativa de caráter exploratório, por meio de pesquisa de revisão integrativa. As buscas pelos artigos aconteceram na biblioteca virtual de saúde (BVS), a partir das seleções de descritores cadastrados no DECS (Descritores em Ciências da Saúde), utilizando-se o operador booleano “AND”. As bases de dados online usadas utilizadas foram: LILACS, SCIELO e MEDLINE. Critérios de inclusão: artigos completos disponíveis na íntegra, indexados nas bases de dados, no idioma português, com recorte temporal dos últimos cinco anos (2018 a 2023). Dentre o critério de exclusão estão teses, dissertações, reportagem, resumos, monografias e artigos que não se adequaram ao tema. Resultados e discussões: É comprovado que, os profissionais da enfermagem não estão habilitados para cuidar de gestantes que tenha síndrome hipertensiva, logo, é preciso que estes sejam capacitados para tal. A hipertensão gestacional é a principal causa de internação nas unidades de terapias intensivas maternas no pais, nesse setor a gestante precisa de cuidados mais intensivos, logo, faz-se necessário que os profissionais da enfermagem sejam capazes de manejar essa paciente para diminuir os riscos maternos-fetais. Nessa perspectiva o enfermeiro deve avaliar a clínica da paciente e intervir conforme necessário. Cabe ressaltar que a humanização, os cuidados holísticos e a individualização do atendimento são de suma importância para a evolução da paciente. Conclusão: dessa maneira, torna-se evidente que essa patologia pode trazer riscos para mãe e feto, sendo, muitas vezes, necessário internação em uma UTI, e a assistência de enfermagem nesse setor deve ser integral e ágil, pois é notório que a paciente precisa de avaliação crítica, cuidados holísticos e uma equipe multiprofissional.
PALAVRAS-CHAVE: Hipertensão induzida pela gravidez; eclampsia; cuidados de enfermagem; gravidez; unidade de terapia intensiva.
SUMMARY
Introduction: Pregnancy-specific hypertensive syndrome (GHD) occurs in pregnant women from the twentieth week onwards, and can extend into the postpartum period, bringing several maternal-fetal consequences. This syndrome can present as hypertension during pregnancy, pre-eclampsia, HELLP and eclampsia. It is the leading cause of maternal death in the world. Therefore, it is necessary to guarantee access to the intensive care unit, so that pregnant women can have better assistance. This requires exclusive care, professionals with specific knowledge, in order to provide ideas to assist in strategies and actions in the health care of pregnant women by the team. Objective: To investigate in the literature, nursing care for pregnant women with hypertensive syndrome in the intensive care unit. Methodological Aspects: Qualitative research of an exploratory nature, through integrative review research. The searches for articles took place in the virtual health library (VHL), based on selections of descriptors registered in DECS (Descriptors in Health Sciences), using the Boolean operator “AND”. The online databases used were: LILACS, SCIELO and MEDLINE. Inclusion criteria: complete articles available in full, indexed in databases, in Portuguese, with a time frame of the last five years (2018 to 2023). The exclusion criteria include theses, dissertations, reports, abstracts, monographs and articles that do not fit the theme. Results and discussions: It is proven that nursing professionals are not qualified to care for pregnant women who have hypertensive syndrome, therefore, they need to be trained to do so. Gestational hypertension is the main cause of hospitalization in maternal intensive care units in the country, in this sector the pregnant woman needs more intensive care, therefore, it is necessary for nursing professionals to be able to manage this patient to reduce maternal risks. -fetal. From this perspective, the nurse must evaluate the patient’s clinical condition and intervene as necessary. It is worth highlighting that humanization, holistic care and individualization of care are of paramount importance for the patient’s evolution. Conclusion: in this way, it becomes evident that this pathology can bring risks to mother and fetus, often requiring hospitalization in an ICU, and nursing care in this sector must be comprehensive and agile, as it is clear that the patient it needs critical assessment, holistic care and a multidisciplinary team.
KEYWORDS: Pregnancy-induced hypertension; eclampsia; nursing care; pregnancy; intensive care unit.
INTRODUÇÃO
A doença hipertensiva específica da gestação (DHEG) é uma síndrome gerada na mulher durante sua gravidez que pode trazer diversas consequências para ela e para o feto. As DHEG podem ser classificadas como hipertensão arterial gestacional, pré-eclâmpsia, eclampsia e síndrome HELLP. Ocorre a partir das 20 semanas de gestação, podendo se estender ao puerpério. Com exceção da pré-eclâmpsia, que pode ocorrer antes das 20 semanas em casos de doença trofoblástica gestacional (PERAÇOLI et al., 2019).
Os fatores de risco para as DHEG estão divididos em dois grupos, fatores não modificáveis e fatores intrínsecos modificáveis. Naquele podemos citar a idade e histórico de comorbidade, neste, hábitos de vida. Fatores também como baixa escolaridade, faixa etária, obesidade, sedentarismo, histórico familiar e pessoal de síndrome hipertensiva, presença da hipertensão crônica, lesão ou inflamação no tecido dos vasos sanguíneos e trombofilias. Podem cursar para uma síndrome hipertensiva na gestação, causando complicações materno-fetal. Podendo ser potencialmente fatal a vida de ambos (NETO et al., 2022).
Os tipos de apresentações das síndromes hipertensivas na gestação (SHG) ou também chamadas de DHEG, são hipertensão arterial crônica, hipertensão crônica com pré-eclâmpsia sobreposta, pré-eclâmpsia (PE), pré-eclâmpsia grave, e eclampsia. Dados epidemiológicos mostram que a primeira causa de morte materna, no mundo, é a hipertensão durante a gestação, acontecendo em 6 a 17% na nulíparas e em 2 a 4% multíparas. A taxa de morte materna pelas DHEG, no Brasil, em 2014, foi caracterizada pelo coeficiente de 10,8 óbitos a cada 100 mil nascimentos (CASSIANO et al., 2020).
As principais causas de morte em mulheres estão relacionadas a doenças durante a gravidez se estendendo até ao puerpério ou complicações de doenças antecedentes a gestação, ou seja, uma gestação com complicações é responsável por altas taxas de mortalidade em mulheres. Com isso, faz-se necessário garantir o acesso a unidade de terapia intensiva, para que assim, a gestante tenha uma melhor assistência. A Organização Pan-Americana (OPAS) / Organização Mundial de saúde (OMS), afirma que as DHEG compõem as principais causas de morte materna, seguida de hemorragias graves, infecções e complicação de aborto (PEREIRA et al.,2022).
Algumas alterações na gestação podem não serem familiares aos profissionais clínicos, com isso, faz-se necessário uma unidade de terapia intensiva (UTI) voltada ao cuidado da gestante. A probabilidade de uma mulher durante seu ciclo grávido-puerperal, ser internar em um UTI, é maior do que a não grávida. De 0,1% a 0,9% das gestantes com complicações, requerem internação na UTI, sendo as principais causas a hipertensão, insuficiência respiratória e sepse. De 50% a 80% das internações de mulheres na UTI, tem diagnóstico obstétrico, contudo, com melhor prognóstico comparado aos casos clínicos (ARAÚJO; SANCHES; NASCIMENTO, 2018).
Cerca de 92% das mortes maternas, no Brasil, são tidas como evitáveis, ocasionadas por hipertensão, hemorragias e emergências obstétricas. Para OMS, essas causas são evitáveis quer seja por um cuidado no pré-natal, quer seja uma assistência durante um parto ou durante o puerpério. Em países onde o pré-natal é eficiente, o número de internações de gestantes em UTI e mortalidade é baixo. Contudo, apesar dos avanços no cuidado, os fatores de riscos influenciam no cuidado a gestante. Comparado aos outros pacientes internos com necessidade de um cuidado intensivo, a grávida se torna um desafio para a equipe do setor, devido as alterações caudas no organismo desta. (SILVA et al., 2020)
A morbimortalidade gestacional é reduzida quando o acampamento durante o pré-natal é efetivo. Reduz os agravos como mortes por doenças hipertensivas. Mas, quando as complicações não podem ser evitadas, ela irá precisar de um cuidado intensivo. A UTI é um local adequado. A paciente grávida necessita de um cuidado exclusivo, profissional com conhecimento específico, a fim de fornecer ideias para auxiliar nas estratégias e ações no cuidado à saúde da grávida pela equipe. A assistência da enfermagem aumenta, na UTI, visto que as pacientes precisam de avaliações críticas e agiu, estratégias de cuidados amplos, articulação multidisciplinar, para um melhor desfecho para alta da paciente. (ARAÚJO; SANCHES; NASCIMENTO, 2018)
Por conseguinte, a realização dessa pesquisa, fez-se necessária devido sua relevância tanto no meio obstétrico como intensivista. Onde, são inúmeras as dificuldades encontradas pelos profissionais da enfermagem em prestar uma assistência a gestante com complicações da DHEG interna em uma UTI. Então, por a síndrome hipertensiva ser recorrente na gestação, por facilmente ter complicações e não ser um manejo fácil, foi pertinente falar sobre a assistência de enfermagem a gestantes com síndrome hipertensiva na unidade de terapia intensiva.
Para esse trabalho, é estabelecida a questão norteadora como sendo: Qual é a assistência de enfermagem direcionada as gestantes com síndrome hipertensiva na UTI?
O objetivo desse estudo é investigar na literatura, a assistência de enfermagem as gestantes com síndrome hipertensiva na unidade de terapia intensiva.
METODOLOGIA
Pelo fato de a área da saúde ter crescido e consequentemente as informações ficarem mais complexa, logo, faz-se necessário um meio/ ferramenta que facilite as pesquisas cientificas, delimitando metodologias sucintas e ofertando ao profissional a melhor utilização dos estudos. A revisão integrativa é uma ferramenta que possibilita a síntese dos conhecimentos e a agregação da aplicação dos resultados das pesquisas na prática. (SOUZA; SILVA; CARVALHO, 2010)
Este estudo baseou-se em uma estratégia qualitativa de pesquisas, de caráter exploratório, por meio de pesquisa de revisão integrativa. Os passos para esta pesquisa foram os seguintes: Passo 01, elaborar os questionamentos/perguntas. Passo 02, captação e pesquisas de evidências de dados a fim de responder os questionamentos. Passo 03, análise e seleção das evidências rastreadas. Passo 04, inclusão da melhor evidência que se adequa ao tema. Passo 05, análise dos resultados obtidos após aplicação das evidencias. Passo 06, divulgação da apuração do que foi feito. (DANTAS et al, 2022)
A coleta dos dados aconteceu nos meses de agosto e setembro de 2023, a fim de responder à pergunta norteadora: qual será a assistência de enfermagem direcionada a gestantes com síndrome hipertensiva na unidade de terapia intensiva?
A busca dos artigos aconteceu a partir da seleção dos descritores cadastrados no DECS (Descritores em Ciências da Saúde), os resultados dos descritores foram: “ hipertensão induzida pela gravidez”, ‘‘eclampsia’’ “ cuidados de enfermagem”, “gravidez” e “unidade de terapia intensiva”, utilizando-se o operador booleano “AND”. As buscas pelos artigos foram feitas na biblioteca virtual de saúde (BVS), após a certificação que todos descritores estavam no DECS. Utilizando as bases de dados online: LILACS (Literatura Latino Americana e do Caribe em Ciência), SCIELO (Scientific Eletronic Library Online) e MEDLINE (Sistema Online de Busca e Análise de Literatura Médica).
Eleitos para a pesquisa, os seguintes critérios de inclusão: artigos completos disponíveis na íntegra, indexados nas bases de dados, no idioma português, com recorte temporal dos últimos cinco anos (2018 a 2023). Dentre o critério de exclusão estão teses, dissertações, reportagem, resumos, monografias. Após a coleta, os dados foram tratados qualitativamente, dispostos em quadros e confrontados com a literatura pertinente.
Após a busca, foram identificados 276 documentos, dos quais, após aplicação dos critérios de exclusão, 189 foram selecionados para leitura dos títulos. Em seguida, restaram 105 artigos para leitura completa e, assim, foram cuidadosamente selecionados 08 artigos para a construção deste trabalho.
A seguir, na figura 1, está disposto o fluxograma da pesquisa no qual apresenta a ordem das etapas para a construção dessa revisão de literatura.
Figura 1- Fluxograma metodológico da pesquisa.
RESULTADOS
Após a pesquisa, foram escolhidos 08 artigos que atenderam aos critérios de inclusão predeterminados na construção desse trabalho, os quais estão dispostos em uma tabela.
Quadro 1- Resultados da análise sobre a assistência de enfermagem a gestantes com síndrome hipertensiva em unidades de terapia intensiva.
CÓDIGO | AUTOR/ANO | TÍTULO | PERIÓDICO | PRINCIPAIS ACHADOS |
A1 | Hummel et al., (2022) | Emergências obstétricas: estudo de caso múltiplo em terapia intensiva organizações complexas. | Journal of nursing and health | avaliação da permeabilidade aérea, suporte de oxigênio, providenciar dois acessos venosos calibrosos, administração de sulfato de magnésio para a prevenção de danos clínicos obstétricos secundários à convulsão, exame físico geral e obstétrico, avaliação do feto e, se indicação, interrupção da interrupção da gravidez. |
A2 | Araújo et al., (2020) | Vivências de homens acompanhantes de puérperas internadas na unidade de terapia intensiva por síndrome hipertensiva | Enferm. UFSM – REUFSM. | a humanização da assistência por parte do profissional de saúde, em particular do enfermeiro; priorizar a individualidade dessa gestante de modo que sua família seja bem orientada e inserida nesse processo saúde-doença, colaborando para uma atenção horizontalizada e responsável; acolhimento humanizado por parte do profissional de saúde que prestará assistência à paciente e ao seu acompanhante, diminui o medo e a tensão, favorece o aleitamento materno, dentre outros benefícios. |
A3 | Vale et al., (2020) | Melhoria da qualidade do cuidado à hipertensão gestacional em terapia intensiva | Avances en enfemeria | uso de corticoide para pacientes com idade gestacional menor que 35 semanas; uso do sulfato de magnésio; uso do ultrassom como forma de avaliação do bem-estar fetal; restrição hídrica. |
A4 | Abrahão et al., (2020) | ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO A PACIENTES PORTADORAS DE SÍNDROME HIPERTENSIVA ESPECÍFICA DA GESTAÇÃO. | Revista Cientifica da Escola Estadual de Saúde de Pública Goiás- “Candido Santiago” | assistência de enfermagem de qualidade, baseada em evidências científicas; assistência de enfermagem individualizada; sulfato de magnésio, paciente deve ser constantemente monitorizada em relação à sua frequência respiratória, debito urinário, saturação de oxigênio e reflexos patelares; Sistematização da Assistência em Enfermagem (SAE). |
A5 | Damascena; Cardoso, 2022 | O papel da enfermagem nas síndromes hipertensivas da gravidez: Revisão integrativa. | Revista Nursing | Para uma atenção de qualidade às gestantes com SHG é necessário que haja educação continuada para os profissionais que atuam diretamente neste cuidado; os principais cuidados de enfermagem às gestantes com SHG o exame físico, a detecção precoce dos sinais e sintomas das SHG, o monitoramento e avaliação de exames laboratoriais, a orientações dietéticas e de controle da pressão arterial e avaliação fetal e/ou neonatal. |
A6 | Neto et al., (2022) | Diagnósticos e intervenções de enfermagem em mulheres com distúrbios hipertensivos da gravidez: revisão de escopo Recebido. | AQUICHAN | Monitorar disfunções hemodinâmicas; Avaliar os sinais e sintomas de complicações hepáticas; orientando dieta hipossódica e hipoproteica, quando necessário Sondagem para melhorar a eliminação urinária, se necessário Monitorar os dejetos e anotar as características; Avaliar a constipação; Padrão eliminatório; Ruídos hidroaéreos. |
A7 | Oliveira ,et al., (2022) | A assistência de enfermagem a mulheres gestantes em UTI: uma revisão integrativa. | Research, Society and Development | Principais cuidados da enfermagem, monitoramento de sinais vitais e/ou hemodinâmico; Ajuda no autocuidado: banho / higiene; Monitoramento de sinais vitais; Terapia intravenosa; promovendo o envolvimento da família; cuidados de gravidez de alto risco; Ensino: medicamentos prescritos; Monitoramento fetal, ultrassonografia; hemodiálise contínua, monitoramento dinâmico e ventilação mecânica. |
A8 | Nascimento, et al, (2018) | Assistência de enfermagem à gestante de alto risco sob a visão do profissional. | Revista prevenção de infecçao e saúde | Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) como uma estratégia para acolher a gestante em alto risco; Capacitação pessoal sobre cuidados à gestante de alto risco; ampliação do conhecimento sobre a temática; Avaliar os níveis de complexidade de cuidado estabelecendo as prioridades; instituir a sistematização da assistência de enfermagem – histórico, exame físico e gineco-obstétrico, diagnóstico, prescrição e evolução de enfermagem – através da avaliação materno-fetal. |
DISCUSSÃO
Estudos internacionais apontam que os profissionais da enfermagem não têm o conhecimento suficiente para atender uma gestante com síndrome hipertensiva. Para isso, faz-se necessário que tenham educação continua, simuladores realísticos para formação da enfermagem obstétrica, instrumentos de auto avaliação, casos clínicos podem mostrar a competência de um enfermeiro frente a uma gravida de risco. Para uma melhor avaliação, a gestante com DHEG, faz-se necessário que o enfermeiro realize os seguintes cuidados: exame físico, alerta sobre sintomatologia da síndrome hipertensiva, monitorização, controle da pressão arterial, avaliação fetal, entre outros (DAMASCENA; CARDOSO, 2022).
Atrelado a isso, sabe-se que, no país, as doenças hipertensivas gestacionais (DHG) são encarregadas pela maior parte das admissões nas unidades de terapia intensiva maternas (UTIM) com isso, faz-se necessário que seja padronizado os cuidados com a gestante para que assim, sejam diminuídos os riscos para esta. Nesse viés, existem três critérios que podem contribuir nesse cuidado, estão eles: o uso do sulfato de magnésio, é a primeira droga de escolha para a prevenção da eclampsia em pacientes críticas, o uso do ultrassom para avaliar o feto, uma vez que quando é usado em pacientes com pré-eclâmpsia grave reduz trabalho de parto cesárea, e por fim, a infusão de fluidos restrita as pacientes com quadros de hipotensão (Vale et al., 2020).
Do mesmo modo, a DHEG, pode levar a paciente para um quadro mais grave. Podendo evoluir para convulsões e coma. Estudos apontam que pode chegar a 90% as admissões de pacientes graves com DHEG nas UTIs maternas no país. Desse modo, o cuidado de qualidade associado ao uso do sulfato de magnésio reduz em cerca de 50% o risco de óbito nessas pacientes (ABRAHÃO et al., 2020).
Por existirem uma série de fatores que potencializam as falhas no cuidado à saúde da gestante, por conseguinte, a DHEG é a maior causa de mortalidade materna no país. Nesse sentido, uma mulher que tem uma síndrome hipertensiva agravada, tem grande probabilidade de acarretar diversos problemas relacionados ao seu bem-estar psicológico. Desse modo, cabe ao enfermeiro humanizar esse momento, inserindo os familiares durante o do tratamento. No contexto da UTI, uma vez que é um lugar restrito, a puérpera tem direito a acompanhante desde do pré até o pós-parto, no qual é garantido por lei. Lei federal n° 11. 108/2005. Uma vez que, quando presentes, além de favorecer um melhor cuidado a paciente, reduz a aflição, o estresse além de, ajudar no aleitamento materno (Araújo et al., 2021).
É importante que o enfermeiro fique atento a esses problemas, pois, as emergências obstétricas, são eventos que podem acontecer durante o percurso de uma gravidez, seja pré, intra ou pós-parto. Dentre as principais causas dessas emergências estão os distúrbios hipertensivos. Assim, quando a clínica do paciente é apresentada de forma grave, é necessário a assistência avançada em UTI, priorizando o cuidado a mãe e ao feto. Portanto, a paciente que apresenta gravidade de uma eclampsia, faz-se necessário, direcionar condutas como: avaliar a via aérea, mantê-la em oxigenoterapia, realizar duas punções venosas com calibre maior e examinar o feto (HUMMEL et al., 2022).
Logo, a enfermagem está na linha de frente no cuidado ao paciente, de modo que deve promover uma assistência especial a esse paciente, como: investigar e vigiar o estado hemodinâmico; monitorizar sinais e sintomas de disfunção do fígado, instruindo a uma alimentação com pouco sódio e pouca proteína quando necessário; quando preciso, passar uma sonda para ajudar na diurese; anotar características e aspectos das fezes e avaliação do intestino (NETO et al;2022).
Vale ressaltar que a gestante deve ser monitorada em parâmetros específicos como: quantas vezes respira por minuto, o quanto tem de diurese, como estão suas concentrações de O2 no sangue e seus reflexos patelares. Sobretudo, o enfermeiro pode utilizar da Sistematização da Assistência em Enfermagem (SAE), para organizar a assistência a essa gestante, de modo a traçar interações para cada diagnóstico não se prendendo somente a conduta médica (ABRAHÃO et al., 2020). Outros cuidados também poderão ser direcionados, como: colaboração na higiene pessoal; terapêuticas de fármacos; vigilância fetal; ultrassom; monitoramento do suporte ventilatório; analisar os batimentos do coração; monitorar o feto com o doppler; observar se há sangramento vaginal; quando o feto está com a frequência do coração alterado, faz necessário mudar de decúbito ou ofertar O2 (OLIVEIRA et al.,2022).
Além disso, é importante frisar que o suporte de tecnologias, profissionais habilitados e assistência avançada, ofertados pelo tratamento intenso, traz mais segurança ao binômio mãe- filho favorecendo um prognóstico mais eficaz. Para isso, cuidados críticos deverão ser executados, pois trarão mais resultados se associados a SAE, pois, esta, norteia melhor o cuidado a essa paciente de forma a auxiliar nas condutas terapêuticas mais acuradas (NASCIMENTO et al., 2018).
CONCLUSÃO
Portanto, torna-se evidente que a síndrome hipertensiva na gestação pode ser potencialmente grave para a mulher, muitas vezes, necessitando de internação em unidade de terapia intensiva. Dessa maneira, destaca-se o papel da enfermagem frente a gestante internada na Unidade de Terapia Intensiva. A assistência de enfermagem é intensa nesse setor, tendo em vista que, a grávida precisa de avaliação crítica e ágil, cuidados holísticos e articulação multiprofissional para um melhor desfecho. Logo, os cuidados que o enfermeiro pode prestar a essa mulher são cuidados específicos para prevenir complicações e a morte materno infantil. Por fim e não menos importante, a humanização dessa assistência prestada pelos profissionais, respeitando cada particularidade e a inclusão dos familiares nesse processo saúde-doença traz diversos benefícios para o binômio mãe-filho. É de grande valia que todas essas práticas sejam baseadas em evidencias, pois é fundamental para a continuidade dos cuidados com qualidade e segurança, diminuindo os riscos maternos fetais.
REFERÊNCIAS
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1Acadêmico de enfermagem pelo Centro Universitário Santa Maria, Cajazeiras, PB.
2Enfermeira Doutora pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, FCMSCSP.
Docente do Centro Universitário Santa Maria, Cajazeiras, PB.
3Enfermeira formada pelo Centro Universitário Santa Maria, Cajazeiras, PB.
Docente do Centro Universitário Santa Maria, Cajazeiras, PB.
4Acadêmica de enfermagem pelo Centro Universitário Santa Maria, Cajazeiras, PB.
5Acadêmica de enfermagem pelo Centro Universitário Santa Maria, Cajazeiras, PB.
6Acadêmica de enfermagem pelo Centro Universitário Santa Maria, Cajazeiras, PB.
7Acadêmica de enfermagem pelo Centro Universitário Santa Maria, Cajazeiras, PB.
8Acadêmico de enfermagem pelo Centro Universitário Santa Maria, Cajazeiras, PB.
9Graduada em Enfermagem pela Faculdade Santa Emília de Rodat
Docente do Centro Universitário Santa Maria, Cajazeiras, PB.
10Orientadora. Enfermeira mestre formada pela UFPB, João Pessoa, PB.
Docente do Centro Universitário Santa Maria, Cajazeiras, PB.