ASSISTÊNCIA DA ENFERMAGEM NO MANEJO DA DOR CRÔNICA: BASES PARA PRÁTICA PROFISSIONAL

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ch10202411160817


    Rayka Miranda Santos E Silva
Samaria Macedo Pinto;
Orientador: Profa. Vanessa Cristina Bertussi


RESUMO

O presente trabalho aborda a importância da enfermagem para auxiliar no cuidado de uma paciente com dor crônica sendo que é um problema de saúde significativo, destacando a o problema que não envolve apenas a aparência física, mas também fatores emocionais, sociais e psicológicos. A Organização Internacional para o Estudo da Dor (IASP) define a dor como uma experiência sensorial e ansiedade emocional associada ou descrita em termos de dano tecidual real ou potencial. Que impactam não só os cuidados também vai além de compreender a condição que exige um cuidado multidisciplinar. Para isso foi realizada uma revisão integrativa da leitura, utilizando bases de dados como Biblioteca Virtual de saúde (BVS), MEDILINE e BDENF, A revisão integrativa, baseada em artigos de 2019 a 2024, encontrou que práticas como a capacitação de enfermeiros e a implementação de cuidados centrados no paciente são essenciais para melhorar a qualidade de vida e os resultados. Este trabalho busca explorar as disciplinas de enfermagem para melhorar o cuidado de pacientes com dor crônica, analisando diferentes estratégias de manejo, como programas educacionais, terapias complementares como mindfulness, e a importância de uma abordagem biopsicossocial, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida dos envolvidos neste processo do cuidado.

DESCRITORES: Manejo da Dor; Dor Crônica; Enfermagem.

1 – INTRODUÇÃO

A palavra “dor” vem do grego “odyne” e do latim “dolor” de onde vem a palavra portuguesa “dor”, em 1979 conceito foi introduzido pela Associação Internacional para o Estudo da Dor (IASP), definindo a dor como experiência sensitiva e emocional desagradável associada à lesão tecidual real ou potencial, também é definida como o quinto sinal vital, que deve ser devidamente investigado junto aos demais sinais vitais, na tentativa de definir esta experiência subjetiva. Envolve aspectos emocionais, ambientais, sociais, cognitivos e pessoais pode ser conceituado sendo como “uma experiência sensorial ou emocional desagradável associada ou descrita em termos de dano tecidual real ou potencial”. Ela é definida como a dor que não desaparece após um período normal de recuperação de uma lesão tecidual. Pode ser definida também como aquela que persiste por mais de três meses e persiste por mais de seis meses. Essa dor pode ser nociceptiva ou ambas resultantes como trauma, cirurgia ou uma variedade de condições crônicas como por exemplo artrite, fibromialgia e neuropatia (LAGES et al. 2020).

O cuidado, que pode ser encontrado em várias práticas, é uma combinação de ações que fazem parte da natureza própria do trabalho e resultam de um treinamento técnico e científico baseado em conhecimento empírico, pessoal, ético, estético e político. O objetivo do cuidado é promover a saúde e a dignidade humana (Antunes et al 2019). É necessário um maior uso do conhecimento, o que orienta os métodos desses profissionais na coleta de dados do paciente, tanto subjetivos quanto aos objetivos de aumentar a conscientização dos professional de saúde sobre seu tratamento e a terapêutica adequada é reconhecer a necessidade da dor como um quinto sinal vital durante à assistência de enfermagem.

A dor crônica representa um grande desafio tanto para enfermagem durante sua assistência quanto para os pacientes, que enfrentam um quadro de vulnerabilidade. Esse tipo de dor pode prejudicar a recuperação e a funcionalidade do paciente, além de gerar insatisfação e frustração, especialmente quando os resultados desejados não são alcançados. O tratamento da dor crônica busca, em última instância, melhorar a qualidade de vida do paciente, promovendo mudanças no estilo de vida, com intervenções como a reabilitação física e o uso de terapias avançadas para o manejo da dor. A abordagem terapêutica frequentemente envolve uma combinação de medicações e outras estratégias, visando um manejo mais efetivo e personalizado (ZAKKA et al., 2024).

À assistência da enfermagem visa melhorar resultados para que se tornem mais positivos para pacientes com dor crônica, incluindo um estudo que examina programa de controle de dor, o alivio que reduz consideravelmente à intensidade da dor, incluindo sintomas de depressão, estresse e ansiedade, usando métodos educacionais e relaxamento. A da equipe de enfermagem conscientiza à realizar a sua medição para que possam agir de forma adequada. Cabe ressaltar que, apesar de diversos instrumentos e testes serem aplicados, a dor não pode ser mensurada de maneira objetiva. É importante avaliá-la levando em consideração a localização, qualidade, intensidade, cronologia e sua relação com o funcionamento do paciente. A utilização de uma escala unidimensional possibilita uma avaliação mais precisa da dor, auxiliando o profissional de enfermagem à encontrar estratégias para aliviar o sofrimento do paciente, acompanhando de perto à evolução do quadro doloroso e garantindo que os tratamento tenha sucesso. Desta forma, à escolha entre uma escala multidimensional ou unidimensional pode tornar à abordagem mais individualizada e esclarecedora (HAUEISEN et al. 2019). 

As escalas mais utilizadas como Escala Visual Numérica, Escala Visual Analógica, Escala de face e Escala Verbal Numérica (ENV) relaciona a intensidade da dor por meio de números. Por exemplo, o número 0 representa nenhuma dor e o número 10 representa a pior dor possível, a escala de face permite que o paciente marcar a face que melhor representa sua condição de dor, é capaz de compreender um instrumento e é capaz de medir e monitorar na prática devido a elevada prevalência da dor sendo necessário implementação para a gestão aos cuidados do paciente frente a dor, dessa forma ajuda a compreender as avaliações realizadas e registrar sistematicamente que podem contribuir para a melhora do manejo do fenômeno doloroso, assim utilizando um instrumento padronizados para mensurar e avaliar as características da dor que tem mostrado efetiva como estratégias para o registro de dados (HAUEISEN et al. 2019). Pergunta norteadora: Como na prática as intervenções de enfermagem podem ser otimizadas para melhorar a assistência prestada ao paciente com dor crônica? 

2 – JUSTIFICATIVA: 

Para este trabalho acadêmico tem o um papel importante e potencial de fazer uma diferença na vida pessoal e na saúde como todo, é uma oportunidade de pensar positivamente na qualidade de vida de cada um como um todo.  

3 – OBJETIVO

3.1. OBJETIVO GERAL

Entender a necessidade de uma avaliação adequada quanto a queixas e as condições para e as necessidades de cada um para conscientizar uma assistência de enfermagem, quando na prática para um cuidado mais individualizado.

3.2. OBJETIVO ESPECÍFICO 

  • Entender a necessidade do paciente com dor, assim promover uma assistência de qualidade e na promoção de cuidados centrado, assim considerando os aspectos físicos, emocionais, sociais e espirituais da dor.
  • Estratégias utilizadas pela enfermagem no tratamento da dor, tanto farmacológicos e não farmacológico empregadas pelo enfermeiro no alívio da dor e no conforto dos pacientes.

4 – METODOLOGIA

Trata-se de um estudo tipo revisão integrativa, que para Mendes (2019) um método de investigação que inclui uma inclusão de estudos experimentais e não experimentais para obter uma compreensão do conhecimento em estudo. O objetivo da aplicação rigorosa dessa metodologia é obter uma análise abrangente e aprofundada das evidências atuais sobre a gestão da dor em pacientes crônicos na prática da enfermagem. Isso aumentará o conhecimento científico nessa área e ajudará as decisões clínicas baseadas em evidências. 

De acordo com método proposto por Mendes; que classificou os dados classificados em identificação do tema e seleção da hipótese com elaboração da revisão integrativa, estabelecimentos de critérios para inclusão e exclusão de estudos e amostragem e as buscas selecionadas com categorização dos estudos, incluído a avaliação dos estudos na revisão integrativa, a interpretação dos resultados com a conclusão de apresentação da revisão.

A argumentação que foi utilizado para a pesquisa seguiu uma linha cronológica para apresentação, que realizou uma estratégia de busca de dados, com os termos: “Manejo da dor” AND “Dor Crônica” AND “Enfermagem”, com o termo boleando AND.

Para as seleções desses artigos, foram adotados como critérios de inclusão idiomas português, inglês e espanhol, completos no período de 2019 e 2024 dos últimos 05 anos. Na BVS (Biblioteca Virtual em Saúde), BDENF – Enfermagem (Base de Dados de Enfermagem), LILACS (Literatura Latino-Americano e do Caribe em Ciência da Saúde), MIDLINE (National Library Of Medicine). Os critérios de exclusão são estudos incompletos por títulos, não legível para esta pesquisa temática, artigos duplicados nas bases de dados, cartas, monografias e livros.

As buscas foram feitas dos descritores em ciência da saúde (DECS/MESH) sendo utilizados previamente os seguintes descritores: Manejo da Dor; Dor Crônica, utilizado como bases o seguinte boleando: AND; portanto, com base na releitura das publicações selecionadas, a argumentação do trabalho seguiu uma linha cronológica para apresentação das ideias e conhecimentos extraídos da temática. As revisões integrativas fundamentam-se em questões claras, empregando métodos sistematizados. Portanto, para a primeira parte desta revisão integrativa optou-se pela utilização da recomendação PRISMA/FLUXOGRAMA, com o objetivo de auxiliar e aprimorar a qualidade deste trabalho.

Figura 01 – Fluxograma com processo de seleção dos artigos que compõem a síntese final.

PRISMA/FLUXOGRAMA:

Figura 1: Fluxograma do número de artigos encontrados e selecionados após aplicação dos critérios de inclusão e exclusão.

Quadro 1: Descritores e seus correspondentes em português, inglês e espanhol. Brasil (2024).

Fonte: Autores, 2024.

O quadro aplicou metodologia e as terminologias dos descritores em seus respectivos idiomas português, inglês e espanhol.

Quadro 2: Descritores pesquisados com o termo booleano AND e OR.

Fonte: Elaboração dos autores, 2024.

Após realizar a busca dos artigos, o resultado da pesquisa nos levou a construção do quadro 1 onde está detalhada os autores correspondentes, os objetivos estabelecidos, o tipo de estudo realizado, os tratamentos aplicados e os principais resultados alcançados em cada artigo.

No Quadro 1 apresentado abaixo, é possível visualizar a base de dados utilizada em cada estudo, seus respectivos autores, os objetivos propostos, o tipo de estudo conduzido, bem como os tratamentos empregados e os principais resultados obtidos em cada artigo.

QUADRO 3 – Dado dos estudos incluídos na revisão.

Fonte: Elaboração dos autores, 2024.

5 – RESULTADOS:  

O QUADRO 3 demonstrou que os estudos que foram incluídos nesta revisão na qual foram codificados em A1 e A6 finalizando, assim abordou em títulos, autores/ano de publicação resultados e nível de evidencias. 

O artigo A1 resultou o nível de evidência 2B de nível moderado que destaca à importância da pesquisa que aborda a dor crônica como um problema global de alta morbidade e incapacidade, destacando assim o papel essencial dos enfermeiros no manejo dessa condição, em colaboração com outras equipes de saúde. A dor crônica envolve fatores físicos, psicológicos e sociais, e sua abordagem deve ser biopsicossocial, considerando tanto os aspectos fisiológicos quanto emocionais do paciente. As intervenções multidisciplinares, que incluem os enfermeiros têm mostrado melhores resultados do que tratamentos isolados, promovendo a autogestão e melhorando a qualidade de vida dos pacientes. A pesquisa sugere que novas diretrizes e políticas de enfermagem, focadas na educação e na gestão multidisciplinar, são necessárias para aprimorar o cuidado da dor crônica nos sistemas de saúde. 

O artigo A2 resultou o nível de evidência B3 destacando resultados positivos o estudo envolveu 48 pacientes elegíveis, dos quais (52%) aceitaram participar e 15 concluíram a intervenção. Os participantes eram, em sua maioria, mulheres (88%), com idade média de 55 anos e com média de 11 anos de escolaridade. A maioria estava desempregada ou aposentada (60%) e 52% não tinham companheiro (a). A dor crônica presente nos participantes durava em média 10 anos, com diagnósticos como fibromialgia, bursite, artrose, hérnia discal e artrite. Além disso, doenças associadas como hipertensão, diabetes tipo II, e a medicação mais utilizada incluía analgésicos, anticonvulsivantes, opioides fracos, relaxantes musculares e antidepressivos. A média de sono dos participantes era de 5 horas por dia e 80% eram sedentários. O programa de controle da dor crônica gerou resultados positivos, melhorando a qualidade de vida e o bem-estar dos participantes.

O artigo A3 e A5 com nível de evidência B3, a A1 revelou o impacto que analisou 200 pacientes com dor crônica, sendo 166 mulheres (83%) e 34 homens (17%), com média de idade de 58 a 66 anos. Que classificou a dor em três níveis de intensidade: 65% das mulheres e 71% dos homens apresentaram dor intensa (NRS). A dor moderada foi observada em 34% das mulheres e 9% dos homens. Os tipos de dor mais comuns foram dor mista (55%), seguida de dor neuropática (24%) e nociceptiva (21%). A dor foi mais frequentemente localizada nos membros inferiores (23%) e lombalgia (17%). A A5 o estudo destacou que a dor crônica tem maior prevalência e uns dos diagnósticos mais frequentes foram a região lombar e a fibromialgia e ainda mais intensa entre as mulheres e ainda mais frequentes com faixas etárias mais avançadas, sendo assim, envolvendo uma combinação de medicamentos e intervenções terapêuticas, sendo assim, são amplamente investigadas em diferentes partes do mundo, com foco na dor tanto lombar, quanto osteoartrite, sendo um campo importante no tratamento da dor crônica.

O artigo A4 com nível de evidência B3 que explora o texto usando as intervenções no tratamento da dor crônica, destacando sua eficácia na redução da dor e na melhoria da qualidade de vida. MBRE (Mindfulness Baseado na Redução de Estresse) que ajuda a reduzir padrões cognitivos que intensificam a dor e a MBTC (Mindfulness Baseado na Terapia Cognitiva) são eficazes na dor crônica, com resultados semelhantes aos da terapia cognitivo-comportamental (TCC). Vale ressaltar que na prática de Mindfulness promove mudanças neurológicas, nas áreas relacionadas ao controle da dor que tem sido associado a uma redução significativa da percepção dado da dor e da comorbidade psicológica como a ansiedade e o estresse. Apesar dos benefícios, o desafio principal é garantir a adesão contínua dos pacientes à prática. Sendo assim ela oferece uma abordagem complementar de baixo custo, sendo uma opção eficaz para pacientes com dor crônica. Assim explicam que a prática de mindfulness auxilia na reestruturação da percepção da dor, ajudando os pacientes a desenvolverem uma resposta mais adaptativa ao sofrimento crônico.

O artigo A6 nível B3 intermediários O estudo de Ferreira et al. (2019) revela que 79.689 pacientes no Brasil enfrentam dor crônica, com o ortopedista sendo o especialista mais consultado. Outros médicos, como oftalmologistas e cardiologistas. Os fisioterapeutas atendem uma parte significativa dos pacientes, representando 15% da coorte. Com base na pesquisa mostrou que a grande maioria dos pacientes passou por exames (96%) e muitos buscaram atendimento de emergência (86%) durante o período analisado. O custo estimado para o sistema privado de saúde foi de mais de 3 bilhões de reais em quatro anos. Especialistas apontam que o manejo ineficaz da dor é resultado de um sistema de saúde fragmentado, falta de abordagem centrada no paciente e escassez de dados sobre a dor crônica. O estudo buscou entender melhor essa realidade, considerando tanto as perspectivas dos pacientes quanto dos profissionais de saúde.

6 –  DISCUSSÃO: 

A gestão da dor crônica é uma preocupação crescente nas práticas de saúde, especialmente devido à sua natureza complexa e multifatorial, envolvendo aspectos físicos, psicológicos e sociais. A partir dos resultados apresentados nesta revisão, observa-se que os enfermeiros desempenham um papel central nesse contexto, sendo fundamentais não apenas na administração de medicamentos, mas também na promoção de abordagens terapêuticas holísticas que considerem as diversas dimensões da dor crônica.

6.1 – Colaboração interdisciplinar no manejo da dor crônica

O artigo A1, com nível de evidência 2B, sublinha a importância da colaboração interdisciplinar no manejo da dor crônica, destacando que os enfermeiros devem trabalhar em conjunto com outros profissionais de saúde para proporcionar uma abordagem biopsicossocial mais eficaz. A dor crônica não pode ser vista apenas como um problema físico, pois sua manifestação é frequentemente acompanhada com os aspectos emocionais e psicológicas, como ansiedade e depressão segundo (Jonsdottir, 2021). Este reconhecimento reforça a necessidade de estratégias que integrem o cuidado físico e emocional do paciente, e os enfermeiros têm um papel decisivo nesse processo, oferecendo suporte psicológico e intervenções não farmacológicas, como relaxamento e técnicas de enfrentamento emocional para o (Bolton et al., 2022). A capacitação contínua dos enfermeiros em estratégias de manejo da dor, como essas abordagens multidisciplinares, é importante para o aprimoramento do cuidado.

Para o estudo A2, com nível de evidência 3B, observa-se a relevância da personalização dos tratamentos. O programa de controle de dor crônica demonstrou resultados positivos, especialmente ao proporcionar melhorias na qualidade de vida e bem-estar dos pacientes. Esses achados confirmam que a gestão da dor deve ir além da administração de medicamentos, incluindo aspectos como a promoção de hábitos saudáveis, como atividade física e gestão do sono. Tais intervenções podem contribuir significativamente para o controle da dor e, consequentemente, para a melhoria da qualidade de vida dos pacientes, como evidenciado pela alta taxa de satisfação dos participantes com o programa.

Nos estudos A3 e A5, com nível de evidência 3B, a prevalência de dor crônica foi identificada principalmente entre mulheres e em faixas etárias mais avançadas, com destaque para diagnósticos como lombalgia e fibromialgia. O estudo A3, que envolveu 200 pacientes, revelou que uma abordagem integrada que considere tanto os tratamentos farmacológicos quanto as terapias psicossociais é mais eficaz no manejo da dor crônica. A utilização de terapias cognitivas comportamentais, como a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), tem se mostrado promissora para ajudar os pacientes a reestruturarem suas respostas emocionais à dor e, assim, alcançarem melhor controle sobre a condição (Hay et al., 2020).

O artigo A4, que investiga abordagens terapêuticas alternativas, como mindfulness e acupuntura, destaca a eficácia dessas práticas no controle da dor crônica e na redução de comorbidades psicológicas, como ansiedade e estresse. Tais práticas, de baixo custo e fácil implementação, têm mostrado potencial significativo quando incorporadas ao plano de cuidados. A abordagem de mindfulness, em particular, tem se destacado pela capacidade de promover mudanças neurológicas que reduzem a percepção da dor, ajudando os pacientes a desenvolver uma resposta mais adaptativa ao sofrimento crônico (Smith et al., 2023). No entanto, um dos maiores desafios continua sendo a adesão dos pacientes a essas práticas, o que exige dos enfermeiros habilidades não apenas técnicas, mas também de motivação e apoio contínuo.

6.2 – Enfermeiros como educadores e facilitadores do manejo da dor

 O estudo A6, que revela dados sobre a realidade do manejo da dor crônica no Brasil, expõe as dificuldades enfrentadas pela falta de políticas públicas adequadas, a fragmentação do sistema de saúde e a escassez de formação contínua para os profissionais de saúde. A pesquisa de Soares et al. (2022) destaca que, apesar dos desafios estruturais, os enfermeiros continuam a ser uma força fundamental na educação dos pacientes e na implementação de estratégias de enfrentamento da dor. No Brasil, especialmente, a capacitação dos enfermeiros sendo o mais importante para superar barreiras estruturais e melhorar os cuidados oferecidos aos pacientes com dor crônica. Além disso, é necessário um enfoque mais centrado no paciente, com uma abordagem integrada que envolva um cuidado físico, psicológico e social, a fim de melhorar a adesão e os resultados do tratamento.

7 – CONCLUSÃO: 

A gestão da dor crônica é um grande desafio para os profissionais de saúde, especialmente para os enfermeiros, que desempenham um papel muito importante na implementação de cuidados contínuos e na avaliação regular do paciente. A dor crônica não é apenas uma questão física, mas envolve aspectos emocionais, psicológicos e sociais que devem ser considerados em cada plano de cuidado. As intervenções da enfermagem devem ser personalizadas, baseadas em uma avaliação detalhada e utilizando instrumentos validados, como escalas de dor, que auxiliem na medição objetiva da experiência subjetiva do paciente.

Portanto, é essencial que a equipe de enfermagem esteja bem equipada com as ferramentas necessárias para realizar uma avaliação precisa da dor, com destaque para estratégias que vão além disso o fármaco terapia e além que ofereça intervenções adequadas e revisando sempre a melhoria da sua qualidade de vida. A dor crônica, se não for bem manejada, pode prejudicar não apenas a saúde física, mas também afetar o bem-estar emocional e social do paciente, o que reforça a importância de cuidados integrados. 

8 – REFERÊNCIAS:

1. CALVO-LOBO, C. Nursing guidelines and multidisciplinary approach of chronic pain/Diretrizes de enfermagem e abordagem multidisciplinar da dor crônica. Revista Latino-Americana de Enfermagem, Ribeirão Preto, v. 31, p. e40, 2023. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/1518-8345.0000.4017>. Acesso em: 12 out. 2024.

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3. CASTRO, A. L. P.; et al. Implementação de atendimento ambulatorial para dor crônica: resultados preliminares. Brazilian Journal of Anesthesiology, São Paulo, v. 69, p. 227-232, 2019. Disponível em: <https://doi.org/10.1016/j.bjan.2019.01.002>. Acesso em: 20 out. 2024.

4. ALBA, R. D.; Organização Pan-Americana da Saúde; Organização Mundial da Saúde. Mapa de evidências – efetividade clínica das Medicinas Tradicionais, Complementares e Integrativas para Dor Crônica. 2022. Acesso em: 20 out. 2024.

5. STRECK, M.; et al. Mindfulness: uma terapia complementar na dor crônica. Revista Brasileira de Neurologia, v. 57, 2021. Acesso em: 20 out. 2024.

6. HAUEISEN, A. L. M.; et al. Guia prático para o manejo da dor. Guia prático para o manejo da dor. São Paulo, 2019. p. 271-271.

7. LAGES, M. M.; et al. Guia prático para o manejo da dor. Guia prático para o manejo da dor. São Paulo, 2019. p. 271-271.

8. ZAKKA, A.; PEPLERIL, R.; FERNANDES, J. Dor crônica: um grande desafio. Diagnóstico e Tratamento, São Paulo, v. 29, n. 2, p. 43-44, 2024.

9. ANTUNES, J. de M.; et al. Práticas de enfermagem ao paciente com dor crônica: revisão integrativa. Acta Paulista de Enfermagem, São Paulo, v. 31, p. 681-687, 2019.

10.JONSDOTTIR.  Journal Of Pain Management Nursing/ Revista de Enfermagem de Tratamento da Dor/Healthcare professionals’ practice and pain management in chronic pain: a global perspective. Nurses’ role in pain management: A global perspective. Journal of Pain Management Nursing, 2021. Disponível em: https://doi.org/10.1016.

11.BOLTON, D. et al. A multidisciplinary approach to chronic pain management: the role of nurses. Pain Medicine, v. 27, n. 8, p. 345-351, 2022. 

12.HAY, R. W. et al. Effectiveness of cognitive-behavioral therapy and education for chronic pain management in adults. Clinical Pain Management, v. 34, n. 4, p. 479-486, 2020. 

13.SMITH, J. et al. Acupuncture and mindfulness for pain management: efficacy and approaches. The Journal of Pain, v. 22, p. 5-15, 2023. 

14.SOARES, L. et al. Challenges in chronic pain management in Brazil: the role of nurses in pain relief and patient education. Pain Management Nursing, v. 35, p. 102-110, 2022.