ASPECTOS RELATIVOS AO TABAGISMO E SUA INFLUÊNCIA NO DESENVOLVIMENTO DA DOENÇA PERIDONTAL: REVISÃO DE LITERATURA

ASPECTS RELATING TO SMOKING AND ITS INFLUENCE ON THE DEVELOPMENT OF PERIDONTAL DISEASE: LITERATURE REVIEW

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/th10248070929


Renata Reis do Couto Oliveira[1]
Clara Elisabete Gama de Oliveira [2]
Guadalupe Sales Ferreira[3]
Jamille Araújo Alves[4]
Filipe de Souza Nunes[5]


Resumo

A doença periodontal, também conhecida como periodontite, é uma inflamação crônica que afeta as estruturas de suporte dos dentes, incluindo a gengiva, o ligamento periodontal e o osso alveolar.   Os fumantes apresentam um risco significativamente maior de desenvolver doença periodontal severa em comparação aos não fumantes, pois o fumo promove a formação e a aderência de placa bacteriana nos dentes e gengivas. A exposição crônica ao tabaco prejudica a função dos neutrófilos, células essenciais na defesa contra infecções periodontais. Consequentemente, os fumantes apresentam uma resposta menos eficaz a procedimentos terapêuticos e uma maior taxa de recidiva da doença. Metodologia: Foi realizada uma revisão bibliográfica, norteada por artigos científicos presente nas bases de dados do

Scielo, Pubmed e Google Scholar, em que foram aplicados os descritores “Hábito Tabagista”, “Doença Periodontal” e “Tabagista”. Foram incluídos 25 estudos científicos, escritos no período de 2020 até 2024, escritos em inglês e português. Conclusão: Os tratamentos da doença periodontal em pacientes fumantes representam um desafio significativo na prática clínica. A integração de estratégias direcionadas, abordagens multidisciplinares, que combinam intervenções clínicas com suporte psicológico e programas de cessação do tabagismo, têm se mostrado mais eficazes em melhorar os resultados do tratamento periodontal.

Palavras-chave: Hábito Tabagista. Doença Periodontal. Tabagista.

1  INTRODUÇÃO

A doença periodontal (DP) se apresenta como um grave problema de saúde pública, em virtude da sua alta prevalência, mesmo em países com elevados índices de desenvolvimento, caracterizando-se dessa forma, como a doença crônica que mais acomete a dentição humana. Estudos mostram que o aumento potencial do risco à doença periodontal se dá como consequência de uma ação sistêmica e local do cigarro (GOMES, 2023). 

       

Na atualidade, a análise dos fatores de risco é determinante para compreensão da patogênese da DP. Então, condições como a diabetes e o consumo de cigarros tornam-se preponderantes no que diz respeito às respostas locais e sistêmicas. Indivíduos fumantes apresentam um quadro mais severo bem como prevalência elevada da doença periodontal e uma resposta imune diminuída no processo cicatricial quando se dá uma intervenção cirúrgica (GOMES, 2023).

A doença periodontal é de caráter multifatorial apresentando o biofilme bacteriano como fator etiológico primário, sendo que o termo doença periodontal refere-se para gengivite bem como para a periodontite, diferenciando-se no fato de que, a primeira é uma resposta inflamatória ao biofilme bacteriano que tem o seu limite ocorrendo ao nível do tecido marginal enquanto na periodontite essa resposta se expande invadindo os tecidos de suporte consequentemente provocando perda de inserção (SOUZA; SILVA; GUEDES, 2021).

A nicotina do cigarro tem sido considerada como causadora ou potencializadora de várias alterações celulares que por sua vez podem vir a provocar o início e posterior progressão da doença periodontal (VIEIRA, 2022). 

A literatura mostra que o consumo do tabaco se relaciona diretamente à etiopatogenia da doença periodontal inflamatória, podendo vir a desencadear alterações de ordem imunológica, efeitos vasoconstritores e citotóxicos sobre os tecidos e células do periodonto e ainda alterações na microbiota patogênica (TAKAO et al., 2020). 

 Dessa forma, o tabagismo é descrito como elemento que interfere de modo negativo na estabilidade da saúde dos tecidos periodontais, sendo um fator de risco comprovado para instalação e progressão da doença periodontal (DP), bem como, interferências sistêmicas (VIEIRA, 2022). 

Por estas razões, nos estudos que desejam comprovar a existência de variáveis com associação de causalidade com a DP, a presença do fumo exerce um fator de confundimento, interferindo negativamente nos resultados desses estudos, o que torna necessário a supressão de pacientes fumantes de algumas pesquisas (RIBEIRO et al., 2021).  

Associa-se a isso o fato de muitos indivíduos quando em contato com o cirurgião dentista e cientes de sua necessidade de algum tipo de tratamento, momento em que há a transição entre os modelos explicativos leigo e profissional, não se referenciarem como fumantes, por receio em relação a reações dos profissionais e preconceito. Isso contribui negativamente na obtenção de dados para pesquisas, levando a resultados conflitantes fazendo-se necessário a observação de fatores que possam dar aos profissionais a percepção do consumo de cigarros pelo paciente e os efeitos que o mesmo causa aos tecidos periodontais (FONTANELLI; SIMONATO 2022). 

Diante disso, o objetivo deste trabalho de revisão de literatura é verificar de uma maneira específica estudos que abordam a respeito dos aspectos relativos ao tabagismo e sua influência no desenvolvimento da doença periodontal, sobre os principais achados e soluções.

2  REVISÃO DA LITERATURA

A relação que existe entre o tabagismo e a doença periodontal foi examinada extensivamente. Aqueles indivíduos que possuem o hábito de fumar cigarros têm um risco maior de exibir perda de osso alveolar de maneira extensa e mais severa (SILVA, 2022).

A periodontite tem como agente etiológico primário a placa bacteriana ou biofilme dentário que na realidade é como um aglomerado bacteriano e outros tipos de microorganismos incluídos numa matriz com características estruturais organizadas que é constituída por produtos bacterianos e também do hospedeiro, sendo que este aglomerado se apresenta aderido a qualquer superfície dura não descamativa da cavidade bucal (GAMA, 2021).

Os fatores etiológicos secundários (fatores modificadores) apesar de não se mostrarem como essenciais para a ocorrência, quando estão presentes podem vir a facilitar sua instalação ou agravar a sua progressão (GOMES, 2023).

A doença periodontal em pacientes fumantes pode apresentar sinais clínicos pouco evidentes, apresentando características como eritema e sangramento tecidual. Em algumas ocasiões podem não se mostrarem presentes devido ao efeito provocado pela nicotina, atingindo não apenas a vascularização tecidual, como também sendo repercussão na indução do aumento da espessura do epitélio gengival (CASTRO et al., 2022).

A avaliação clínica periodontal demonstra que pacientes fumantes, com ocorrência de doença periodontal ativa, têm uma tendência aumentada à perda de inserção, perda óssea e aumento do número de dentes perdidos quando estes são comparados àqueles pacientes que não possuem o hábito de fumar (OMENA; VERÍSSIMO 2023).

É importante destacar que, no que diz respeito à microbiota relacionada a fumantes e nãofumantes os resultados obtidos em estudos se mostram de certa forma contraditórios. Essas diferenças podem ter relação com a metodologia científica empregada na análise, isso inclui as técnicas utilizadas na coleta bacteriana, o estado da doença do indivíduo, os métodos de numeração das amostras bacterianas e a própria análise dos dados refletem a ocorrência dessas contradições (ALEXANDRE et al., 2023).

Dessa forma, surge um quadro indicando que os fumantes possuem maior perda de osso alveolar e de inserção, bolsas periodontais mais profundas e uma quantidade de cálculos supragengivais mais numerosa, além de possuir níveis semelhantes de acúmulo de placa e eritema gengival, se comparado a pessoas não fumante (OMENA; VERÍSSIMO, 2023).

Esses fatos relacionam-se com a vasoconstrição induzida na vascularização do periodonto de proteção, o que vem a trazer prejuízos nas trocas de metabólitos e na diapedese de células para o tecido. Os indivíduos fumantes apresentam ainda, comprometimento nos processos quimiotáticos e fagocíticos dos neutrófilos ocorrendo uma maior liberação de mediadores imunológicos, que acelera o processo de destruição dos tecidos (GOMES, 2023).

Sendo assim, além da questão microbiológica as características do hospedeiro têm chamado muita atenção dos pesquisadores, uma vez que determina a susceptibilidade de cada indivíduo a uma possível infecção bacteriana. No momento que se dá essa agressão, as defesas do organismo são acionadas, mas quando se tem o hábito de fumar, o comprometimento do sistema imune já pode se fazer presente (TARGINO et al., 2020)     

A nicotina pode vir a provocar uma secreção de epinefrina, que vai agir no sistema nervoso simpático, provocando inicialmente uma vasodilatação, seguido por uma vasoconstrição.  Devido a essa constrição da microcirculação há um comprometimento na chegada das células inflamatórias no tecido e sulco gengival, debilitando dessa forma o sistema de defesa local (RIBEIRO et al., 2021).

Esse comprometimento ocorre desde a primeira linha de defesa do organismo representada pelos neutrófilos, embora tenha sido identificado um maior número de neutrófilos na circulação periférica dos fumantes, sabe-se que sua função está prejudicada (RIGO et al., 2020).

Além disso, a nicotina do cigarro mostrou possuir um efeito apoptótico nesta primeira linha de defesa do organismo sendo que isso pode ser de grande importância para o início da patogênese da doença periodontal, pois a morte prematura destas células pode facilitar a contaminação bacteriana pelo comprometimento das defesas inicias do organismo (RODRIGUES et al., 2020).

Uma combinação de nicotina com lipopolissacarídeo bacteriano (LPS) aumenta a secreção de PGE2 pelos monócitos do sangue periférico levantando a hipótese de que a nicotina do cigarro e o LPS bacteriano possam exercer um efeito sinérgico na produção de mediadores inflamatórios. A nicotina também pode vir a aumentar a produção de IL-6 em culturas de fibroblastos e osteoblastos (RIGO et al., 2020).

De maneira geral tem-se que a terapia periodontal pode ser utilizada com resultados aceitáveis tanto em indivíduos fumantes quanto em indivíduos não fumantes, agora tem sido observado, que os níveis de melhora após o tratamento ter sido realizado se mostram menor nos indivíduos fumantes (CASTRO et al., 2022).

Esta pré-disposição a respostas não favoráveis da terapia periodontal em indivíduos fumantes, pode ter sua explicação em parte por alterações morfológicas induzidas pela nicotina nas células e estruturas periodontais. Exemplos dessas alterações se mostram nos fibroblastos e em células osteoprogenitoras, interferência na produção de colágeno bem como na própria microvascularização, o que induz a uma diminuição no potencial dos tecidos no processo de reparação e/ou regeneração periodontal (RIGO et al.,2020).

Um dos maiores desafios para a periodontia atualmente é a regeneração dos tecidos que são perdidos durante a progressão da doença periodontal, que é agravado quando os indivíduos possuem o hábito de fumar, pois os pacientes fumantes parecem responder pior que os não-fumantes frente às técnicas regenerativas (GOMES, 2023).

Diversas investigações já demonstraram que o tabagismo afeta de forma negativa  a resposta ao tratamento da doença periodontal. Assim, diante desses fatos a atitude mais racional seria a interrupção imediata do consumo de cigarros, uma vez que segundo a literatura, há a possibilidade do efeito negativo do con

Foi constatado que fatores de ordem sistêmica e local podem modificar a progressão da DP sendo responsáveis pelo desequilíbrio que ocorre entre o hospedeiro e os microrganismos, vindo a proporcionar um acometimento dessa condição de forma mais acentuada e severa (OMENA; VERÍSSIMO, 2023).

Tem-se ainda que as doenças ou alterações de caráter sistêmico, como diabetes, patologias cardiovasculares, pulmonares, distúrbios hormonais entre outras, não iniciam por si só a DP, entretanto se caracterizam como elementos com o potencial de vir a acelerar uma condição inicial da DP que são os fatores e indicadores de risco, acarretando em agravamento no que diz respeito à condição patológica levando a uma destruição tecidual mais severa (FONATANELLI; SIMONATO, 2022).

Tendo em vista que há uma disseminação sanguínea das citocinas e/ou bactérias advindas da infecção periodontal, acaba por existir dessa forma uma associação direta entre a DP e o aumento do risco de algumas condições de ordem sistêmica, principalmente a diabetes mellitus, complicações ligadas à gestação e alterações cardiovasculares (RIGO et al., 2020).

Devido a essas evidências a necessidade de determinar o motivo de algumas lesões limitaremse ao periodonto marginal enquanto outras evoluem para um processo de perda de periodonto de suporte mais severo, despertou o interesse de se estabelecer em estudos, os fatores ligados ao risco direto dessas condições se manifestarem (ALEXANDRE et al., 2023).

  No que se refere ao risco à periodontite, tem-se que o fumo, o diabetes e determinadas bactérias apresentam uma maior evidência do seu papel no estabelecimento da DP. Porém, outros fatores, como o estresse, a osteoporose, nutrição inadequada, higiene bucal insatisfatória, imunodeficiência, herança genética, condições socioeconômicas, dentre outros, também têm sido estudadas (OLIVEIRA et al., 2023).

Tendo em vista o caráter multifatorial da DP, bem como, o atual conhecimento sobre a influência que a mesma exerce sobre as condições sistêmicas, trazidas com o advento da Medicina Periodontal, o direcionamento das pesquisas tem sido conduzido cada vez mais no sentido de buscar minimizar os possíveis vieses, como o hábito de fumar (GUTIÉRREZ-BLANCO, GÓMEZ-MARIÑO, BETANCOURT-REYES, 2023).

3  METODOLOGIA 

Para a presente pesquisa, foi realizada uma revisão bibliográfica, norteada por artigos científicos presente nas bases de dados do Scielo, Pubmed e Google Scholar. Os manuscritos incluídos compreendem o período de 2020 até 2024. Foram selecionadas 23 referências para compor o trabalho, sendo que no total foram pesquisados 45 artigos.

Na busca, utilizamos palavras com cadastro nos Descritores em Ciências da Saúde criados pela Biblioteca Virtual em Saúde. As palavras-chave incluídas nesse processo se relacionavam com a a condição periodontal, tabagismo e saúde bucal.

Nossa discussão foi construída utilizando artigos de relevância para a temática proposta, passando por todo o processo de inclusão e exclusão de manuscrito.

4  RESULTADOS E DISCUSSÕES

A atividade do cirurgião dentista traz consigo uma série de demandas onde esse profissional quando faz a execução de sua prática além de apresentar domínio técnico, para exercê-la em sua plenitude, deve também se mostrar conhecedor de aspectos relativos a comportamentos psíquicos e sociais que devem ser utilizados adequadamente a depender da demanda de seus pacientes (JULIO et al., 2022).

A evolução das formas de conhecimento, direta ou indiretamente, bem como o estilo de vida, refletido na condição de saúde geral, interfere de modo significativo na saúde bucal das pessoas (CONCEIÇÃO et al., 2020).

O tabagismo por sua vez, é um fator modificador da saúde geral, e mesmo havendo uma crescente acessibilidade aos malefícios causados pelo seu consumo, sua utilização na sociedade moderna se mostra de forma crescente (CARVALHO et al., 2020).

O conhecimento da condição de tabagismo dos pacientes é um importante fator norteador a ser utilizado pelo cirurgião-dentista na elaboração e condução da terapêutica uma vez que as características da boca do paciente fumante não são iguais as do paciente não-fumante, daí a importância de identificar através de características clínicas a ocorrência do hábito do tabagismo nos indivíduos (CARVALHO et al., 2020).

Essa identificação também é importante referente a realização de pesquisas, garantindo a obtenção de resultados confiáveis, uma vez que o hábito de fumar representa um fator de risco para várias doenças e muitos pacientes omitem o fato de serem fumantes (JULIO et al., 2022).

Quando do exame clínico dos pacientes pode-se perceber características como alterações na coloração dental, leve pigmentação gengival e halitose típica de indivíduos fumantes, em pacientes que se auto-declararam como não tabagistas ou como tabagistas que abandonaram o hábito há muitos anos (GOMES, 2022).

A literatura reporta que ocorre nos indivíduos tabagistas um comprometimento induzido por produtos presentes no cigarro, nas trocas de metabólitos em decorrência de uma vasoconstrição da vascularização do periodonto de proteção. Isso leva a uma ação quimiotática reduzida, uma vez que a diapedese das células para o tecido fica diretamente comprometida, levando então a um aumento no processo de destruição tecidual motivado por uma maior liberação de mediadores imunológicos (GOMES, 2022).

Esse fato pode ser comprovado quando da realização de exame clínico periodontal onde podese observar uma inflamação discreta ou ausente nos pacientes fumantes examinados bem como a ocorrência sutil de inflamação ou mesmo a ausência de sangramento após realização da sondagem (OLIVEIRA et al., 2023).

Embora o acúmulo de placa não seja um aspecto importante para diferenciar fumantes e não fumantes, como exposto por vários autores, pode-se perceber que nos pacientes participantes da pesquisa, essa diferença não foi elevada, confirmando dessa maneira o exposto em alguns trabalhos, bem como contrastando com o exposto por outros autores (GOMES, 2023).

Alguns autores apontam que o tabagismo, mesmo se apresentando como um importante fator de risco, não origina doenças no periodonto, outros, a grande maioria, mostra que o hábito de fumar é o grande suspeito de causar tais patologias (OLIVEIRA et al., 2023). 

Com referência no exame dos pacientes, foi constatado que todos aqueles que apresentam características clínicas de tabagistas, discriminadas na ficha de avaliação clínica da pesquisa, possuíam comprometimento estabelecido na profundidade aumentada da sondagem, o que vem a confirmar o enunciado por aqueles autores que apontam uma relação direta entre fumo e doença periodontal (CARVALHO, 2021).

Muitos dos tabagistas podem possuir algum tipo de comprometimento sistêmico, fato este que favorece uma maior probabilidade de perda de inserção a nível de periodonto, devido a essa perda de inserção, a possibilidade de reabsorção do osso alveolar adjacente, com relação aos indivíduos não tabagistas é considerada aumentada (RODRIGUES et al., 2020).

Comparados a pacientes que nunca fumaram, os fumantes possuem um risco aumentado de terem periodontite, o que está de acordo com os achados da literatura (LOPES et al., 2021).

Não se deve deixar de levar em consideração que a nicotina presente no tabaco apresenta um alto poder viciante fazendo com que os fumantes tenham muita dificuldade para interromper o consumo de cigarros (OMENA; VERÍSSIMO, 2023).

Sendo conhecedor dos diversos efeitos deletérios proporcionados pelo tabagismo nos tecidos periodontais, o cirurgião-dentista tem um papel muito importante no que diz respeito em orientar os pacientes sobre as conseqüências de ordem local bem como sistêmicas do hábito de fumar. Hábito esse que pode desencadear a progressão da DP influenciando na maior severidade de alterações sistêmicas desses indivíduos, o que interfere no tratamento odontológico e médico, não apenas nas questões clínicas, mas também financeiramente, aumentando os custos do tratamento, o que vem a se caracterizar como um fator de exclusão de uma parcela considerável da população tendo em vista as desigualdades sociais presentes em nosso país (FUSCO et al., 2023).

Em tempos de modernização e evolução de todas as formas de relação dentro da sociedade, há o surgimento de novas vertentes no que se refere a relação direta que existe entre os diversos fatores biológicos sobre os quais se fundamenta o tratamento odontológico e com essa visão de integralidade no atendimento ao paciente, a prática odontológica ganhará reconhecimento devido a sua importância legítima na área da saúde (PIZZOLATO; DUTRA; CORRALO, 2021).

5  CONSIDERAÇÕES FINAIS

Dentro dos limites deste trabalho, podemos constatar que é de grande importância o cirurgiãodentista identificar o paciente como fumante ou não, para orientá-lo sobre os malefícios desse hábito a saúde e consequentemente orientar sobre o tratamento reabilitador odontológico que pode levá-lo ao insucesso devido ao hábito de fumar.

A utilização de linguagem acessível para explicar a progressão da DP e as consequências desse processo, são essenciais para conscientizar os pacientes dos riscos e da sua condição sistêmica.

 Os critérios clínicos utilizados em uma avaliação odontológica, são elementos úteis na caracterização dos indivíduos com histórico de consumo do tabaco, servindo como agente norteador na elaboração de planos de tratamento bem como no direcionamento de  pesquisas.

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[1] Discente do curso superior de Odontologia da Universidade Tiradentes (UNIT) – Campus Aracaju, Sergipe – SE, Brasil.E-mail: renatardocouto@outlook.com;

[2] Discente do curso superior de Odontologia da Universidade Tiradentes (UNIT) – Campus Aracaju, Sergipe – SE, Brasil. E-mail: claraeog@outlook.com;

[3] Mestre em Odontologia pela Faculdade de Ciências Médicas (UNICAMP) – Campus Campinas, São Paulo – SP, Brasil. E-mail: guadalupe_sales@unit.br

[4] Mestre em Odontologia pela Universidade Tiradentes (UNIT) – Campus Aracaju, Sergipe – SE, Brasil. E-mail: jamille_alves@unit.br; 

[5] Professor do curso de Odontologia da UNIT e Mestre em Odontologia pela Universidade Federal de Sergipe (UFS) –Campus Aracaju, Sergipe – SE, Brasil. E-mail: odontonunes@gmail.com