ASPECTOS GERAIS DA COVID-19 E ASSOCIADA COBERTURA VACINAL NO PERÍODO ENTRE 2020 E 2021

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8004756


João Amadeu Lima Pinto1
Sheila Elke Araújo Nunes²


RESUMO

       A pandemia da Covid-19 consiste em uma crise multifacetada de escala mundial. Tamanha é abrangência de regiões e setores da sociedade severamente afetados por esse evento, que esforços de documentação e organização de conhecimentos acerca do seu desenvolvimento e natureza adquirem particular importância. O presente estudo consiste em uma revisão bibliográfica geral dos contextos da pandemia durante os anos de 2020 e 2021, objetivando reunir informações disponíveis, porém anteriormente dispersas. As fontes utilizadas compreendem o Google Acadêmico, PubMed, Lilacs, OMS, IHME, RPSP entre outras. Os resultados desta pesquisa foram divididos em cinco tópicos principais, tratando da biologia do Sars-Cov-2, métodos de testagem, letalidade, sintomatologia, até a cobertura vacinal em amplas regiões. Ao todo, é reconstruído o estado de conhecimento da pandemia durante seu desenvolvimento inicial, potencialmente auxiliando análises futuras deste período.

Palavras-Chave: Pandemia; Revisão Bibliográfica; Contextos.

INTRODUÇÃO

            A doença respiratória intitulada Covid-19, causada pelo vírus denominado Sars-Cov-2 ou novo coronavírus, foi responsável pela maior calamidade de saúde pública no século XIX. Notificada ainda em 31 de dezembro de 2019, a enfermidade adquiriria distribuição global suficiente para sua classificação enquanto pandemia ao final do primeiro trimestre de 2020 (11 de março). Ainda perdurando dois anos depois, a Covid-19 acarretou a morte de 6,62 milhões de indivíduos ao dia 11 de março de 2022, segundo informações emitidas pela Organização Mundial da Saúde e pelo Institute for Health Metrics and Evaluation (IHME).

             Em vista deste grau de prevalência da Covid-19 e o número de informações relevantes e disponíveis a seu respeito, em especial durante o princípio da pandemia, este artigo objetiva reunir diversas informações gerais referentes aos anos de 2020 e 2021. Fatores incluídos incluem desde a biologia básica do vírus Sars-Cov-2 e os meios de transmissão identificados, até a letalidade histórica e o estado da cobertura vacinal durante o período, tratando-se do momento de maior mortalidade e transmissão ativa do vírus.

             O presente documento consiste em uma revisão bibliográfica, realizada como parte de um estudo adjacente acerca dos custos em saúde da doença Covid-19. Sendo assim, este estudo contém diversas informações e referências potencialmente úteis à quaisquer estudos sob a mesma temática específica.

METODOLOGIA

           A pesquisa foi realizada acerca de cinco tópicos, tratando-se de um exercício de exposição de informações nos tópicos de biologia viral, transmissibilidade, prevenção e testagem, letalidade e sintomatologia, e o esforços iniciais de vacinação. Todas as bases de dados consultadas são disponíveis online, consistindo em repositórios institucionais, organizações governamentais e não-governamentais, e revistas científicas disponíveis online. Os locais de pesquisa mencionados incluem, respectivamente: PubMed, Lilacs, Google Acadêmico, OMS, IHME, Ministério da Saúde, RPSP, entre outros.

         O período de interesse inclui o intervalo entre o princípio da doença (primeiras informações disponíveis) até o primeiro trimestre de 2022, com certas adições posteriores para efeito de correção. Esta pesquisa compreendeu, de forma bastante geral, os impactos da pandemia e respostas à mesma no Brasil e em grandes regiões do mundo ao longo de um período de dois anos.

RESULTADOS

1. Aspectos gerais da biologia viral e mecanismos de transmissão

              A presente pandemia causada pelo vírus Sars-Cov-19 possui precedentes em dois demais surtos registrados no século XXI, sendo estes SARS em 2002 e MERS em 2012 de surgimento, respectivamente, na China e na Arábia Saudita (AL-OZAIL, AL-WAZZAH, 2017). Os vírus causadores de tais calamidades correspondem a uma família viral bem conhecida nomeada Coronaviridae.

A família mencionada, uma integrante da ordem Nidovirales, compreende vários vírus de grande porte, pleomórficos, dotados de RNA de fita única e envelopados. Coronaviridae compreende duas subfamílias: Torovirinae e Coronavirinae, as quais podem ser distinguidas pelo formato de seus núcleocapsídeos, sendo que na primeira estes possuem o formato de roscas (toroides), e na segunda evocam coroas (PAYNE, 2017).  As espécies de coronavírus causadoras das SARS, de importância imediata, estão localizadas na subfamília Coronavirinae, a qual contém quatro gêneros conhecidos, sendo esses alfas-, beta-, gama-, e deltacoronavírus (HULSWIT; HAAN e BOSCH, 2016). Tais variedades possuem notável significância médica e veterinária devido à sua ampla incidência em animais vertebrados mamíferos, fator que intensifica seu perigo à saúde humana (WARDEH et al, 2021).

Quanto à estrutura, os vírus pertencentes à subfamília Coronavirinae são esféricos e medem entre 118 e 140 nanômetros. O núcleocapsídeo é considerado pleomórfico (flexível) e é composto pela nucleoproteína (N), com dentre outras funções, empacotar o RNA viral, o qual tipicamente contém entre 25 e 32 KB de informação. Demais proteínas gerais de fundamental importância são a glicoproteína spike (S), membrana (M) e a proteína envelope (E), sendo suas respectivas funções principais as de fusão à célula hospedeira, estruturação do capsídeo e a manutenção de viroporinas para equilíbrio iônico (PAYNE, 2017).

Com relação ao vírus SARS-Cov-2, agente etiológico da Covid-19, trata-se de um betacoronavírus evelopado de RNA positivo e fita simples. Quanto ao seu relacionamento filogenético, SARS-Cov-2 apresenta entre 88 e 89% de semelhança com os coronavírus do tipo SARS presentes em morcegos, como bat-SL-CoVZC45 e bat-SL-CoVZXC21, compondo forte indicativo de uma origem zoonótica (BARRETO-VIEIRA et al, 2021).

 A estrutura de SARS-Cov-2 apresenta diversas semelhanças com a de SARS-Cov (2002), tanto nas dimensões do capsídeo e dos terminais spike, quanto no receptor hospedeiro envolvido na transmissão humana (Enzima Conversora de Angiotensina – ACE 2) (ZHOU et al. 2020). Outra característica preocupante deste vírus é sua ativa mutagenicidade, destacando-se as mutações nos genes ORF do nuclecapsídeo (N), E484K e N501Y do sítio de ligação RBD da proteína spike (S) estas últimas sendo capazes de favorecer a evasão imunológica (OZONO et al., 2021; JANGRA et al., 2021).

Ao longo do histórico da pandemia, várias mutações foram observadas no genoma do Sars-Cov-2 ao que o vírus continua a se replicar pelo mundo, durante a primeira metade da pandemia, as mais notórias e preocupantes dentre estas foram aquelas localizadas nas variantes virais B.1.1.7, B.1.351, B.1.1.248 (P.1) e B.1.617 (MOORE; OFFIT, 2021). Estas variantes emergiram, respectivamente, no Reino Unido, África do Sul, Brasil e Índia e consistem em linhagens virais apresentando um padrão semelhante de mutações, as quais lhes conferem maior transmissibilidade e infectividade. Além das destacadas acima, tais mutações e suas variantes associadas são K417T (B.1.1.248 e B.1.351) e E484Q e L452R, ambas de ocorrência na variante B.1.617. No mês de dezembro de 2021, uma nova variante de preocupação B.1.1.529a surge na África do Sul, possuindo até 25 mutações quase inéditas em sua proteína spike, de um total de 37 caracteres divergentes. (LIPPI, MATHIUZZI, HENRY, 2021)

 Como de usual para um patógeno que tem como alvo o sistema respiratório, o Sars-Cov-2 apresenta transmissibilidade preocupantemente alta, com estimativas desde janeiro de 2020, na China, apontando um R0 entre 2 e 3,5 (GOMES, 2020). A via mais notável de transmissão deste vírus, de acordo com a OMS, são gotículas aerossolizadas, ou fômites, expelidas da mucosa respiratória ou bucal de indivíduos infectados, medindo entre 5 e 10 mícrons com núcleos de tamanho inferior a 5 mícrons.

Ademais, as menores de tais gotículas são capazes de manter suspensão por horas a depender da temperatura, umidade, turbulência e fluxo do ar no ambiente, enquanto aquelas entre 10 e 20 mícrons podem percorrer até 1 ou 3 metros se expelidas através da fala ou tosse/espirro, respectivamente (SENATORE et al., 2021). Fora isso, os vírus contidos em tais partículas suspensas podem permanecer infectantes por períodos consideráveis, com uma meia vida estimada entre 1,1 e 1,2 horas (VAN DOREMALEN et al., 2020). 

 As variedades de coronavírus tipicamente apresentam densos capsídeos hidrofílicos capazes de proteger o RNA viral e mantê-lo viável sobre diversas superfícies por períodos prolongados. No caso do Sars-Cov-2, tal período pode ultrapassar 72 horas, com um máximo observado de 28 dias, quando sobre superfícies de plástico, vidro, aço inoxidável e cédulas de polímero, constituindo um fator facilitador à transmissão por contato em objetos contaminados, em especial a de caráter nosocomial (VAN DOREMALEN et al., 2020; RIDDELL et al., 2020).

 Outra via por vezes apontada como potencial vetor do Sars-Cov-2 foram os sistemas de esgoto e corpos d’água associados, uma vez tendo sido observadas altas concentrações de RNA de Sars-Cov-2 no despejo proveniente de regiões afetadas. No entanto, estudos subsequentes concluíram a inviabilidade deste vírus em meios hídricos com a virtual inexistência de vírus infectantes, as ditas concentrações de RNA livre ainda servem enquanto importantes indicadores epidemiológicos (WURTZER et al., 2021).

 Quanto ao mecanismo de infecção intracelular propriamente dito, o elemento RBD presente no organismo humano ao qual se conecta o terminal S do Sars-Cov-2 trata-se da Enzima Conversora de Angiotensina 2 (ACE 2), presente no epitélio respiratório e endotélio vascular. Adicionalmente, a protease serina TMPRSS2 promove a ativação da dita proteína viral, proporcionando efetiva entrada do vírus na célula (SCHÄFER, et al., 2021).

 2.  Medidas Sanitárias e Testes Diagnósticos

Anterior ao desenvolvimento das primeiras vacinas para a Covid-19, durante o decorrer do ano de 2020, várias medidas de intervenção não farmacológica (INF) foram promovidas por organizações de saúde mundiais como forma de prevenção parcial. São estas a lavagem regular das mãos e aplicação de álcool em gel, o distanciamento social (em torno de 2 metros entre indivíduos), a etiqueta respiratória (bloqueio da tosse ou espirro com os braços), o não compartilhamento de talheres, uso de máscaras (sejam N95 ou de confecção caseira) e a ventilação e iluminação solar de ambientes (GARCIA, 2020).

Além do nível individual, determinações institucionais foram realizadas pelo Ministério da Saúde do Brasil e demais nações para a proibição ou alteração do funcionamento de lojas (estabelecimentos não-essenciais), locais de convívio, escolas e universidades e transportes públicos, com a recomendação para o público (em especial aos pertencentes aos grupos de risco) sendo a de maximizar a permanência em domicílio (Lockdown) (AQUINO et al., 2020).

Uma medida de altíssima importância para o acompanhamento da evolução da pandemia e eficácia das remediações é a testagem de casos, iniciada no Brasil no dia 16 de fevereiro de 2020, segundo dados do ministério da saúde (MARINELLI et al., 2020). Neste contexto existem três modalidades de testes: os testes RT-PCR (transcriptase reversa seguida de reação em cadeia de polimerase), testes sorológicos e testes de detecção de antígeno.

 Quanto ao modo de reconhecimento, o método RT-PCR, considerado mais acurado, consiste na discriminação do RNA viral em uma amostra de escarro nasofaríngeo ou lavado broncoalveolar. Os testes RT-PCR possuem alta sensibilidade, com a primeira etapa, focada na detecção do gene E (pequeno envelope) apresentando um LOD (limite de detecção) de 5,2 cópias de RNA por reação com um IC (intervalo de confiança) de 95% de 3,7-9,6. Os subsequentes ensaios confirmatórios, focando na detecção do gene RdRp e gene N, apresentam índices semelhantes com LOD de 3,8 (IC95% 2,7-7,6) e LOD de 8,3 (IC95% 6,1-16,3), respectivamente. O gene codificador da proteína N (nucleocapsídeo) é tido como elemento de confirmação, devido à sua alta especificidade ao vírus Sars-Cov-2 (SINHA e BALAYLA 2020). Os testes moleculares são capazes de operar dentro da primeira semana após o início dos sintomas (3 a 7 dias), entretanto o maior tempo requerido (até 24 horas) para obtenção dos resultados e os recursos laboratoriais necessários reduzem sua eficácia para testagem em larga escala (MARTINS et al., 2021).

 Ainda segundo Martins et al (2021), os testes sorológicos, comumente chamados de testes diagnósticos rápidos (RDT) são atualmente os mais baratos e ubíquos quanto à testagem em larga escala, baseiam-se na detecção dos anticorpos IgM, IgG e IgA (Imunoglobulinas M, G e A) contra Sars-Cov-2 em uma amostra de sangue capilar (sangue de polpa digital). Estes testes são afamados por sua praticidade e velocidade, com resultados disponíveis entre 10 à 20 minutos dependendo da modalidade de teste em questão (Imunocromatográficos, ELISA, quimioluminescência ou ensaios de neutralização).

A sensibilidade média dos testes RDT para a detecção de IgM e IgG circulantes é estimada entre 85% à 90%(IgM) e 95% a 100%(IgG), enquanto a especificidade média é estimada entre 94% à 98%(IgM) e 97% à 98%(IgG), respectivamente, segundo dados registrados na ANVISA, publicados em uma nota técnica emitida em junho de 2020 (BRASIL, 2020). O tempo estimado para a aplicação devida de qualquer modalidade de teste sorológico é em torno de 14 dias a partir do início dos sintomas, constituindo o tempo médio necessário para a presença em maior escala de ambos os anticorpos IgG e IgM na corrente sanguínea (WEISSLEDER et al., 2020; MARTINS et al., 2021).

 Também foi discutida a significância das imunoglobulinas A (IgA) no diagnóstico de uma fase inicial da infecção por Sars-cov-2 devido à sua presença no muco revestindo o epitélio respiratório. No entanto, a aplicação de tal parâmetro não adquiriu suficiente foco no contexto da pandemia Covid-19 (CHEN et al. 2021)

 Demais modalidades de testagem consistem na detecção de partículas pertencentes ou diretamente associadas ao Sars-Cov-2, nos chamados testes de detecção de antígeno, e na visualização dos tecidos afetados através da radiografia ou tomografia nos exames de imagem. Tais testes têm servido enquanto métodos auxiliares na testagem de casos, aferição de carga viral e investigação do comportamento do vírus no curso da pandemia Covid-19 (DE ALENCAR e TAUMATURGO 2021).

3. Letalidade Histórica da Covid-19

   Em epidemiologia, a taxa de letalidade é definida como a razão entre o número de óbitos ocasionados por uma doença e o número de casos confirmados da mesma multiplicada por 100 (valor percentual) (ANGELO, 2011). Segundo estimativas realizadas pela OMS em parceria com autoridades de saúde chinesas e internacionais entre os dias 16 e 24 fevereiro de 2020, a taxa de letalidade calculada para a infecção pelo novo coronavírus com base nos casos ocorridos na China até então foi de 3,8% (20 de fevereiro de 2020). Observou-se que os índices de letalidade (fatalidade por casos) diferiam entre 5,25% (95% IC: 4,98 – 5,51%) em Wuhan e 0,15% (95% IC: 0.12% – 0,18%) para o restante da nação (YANG et al., 2020).

Sabe-se que a letalidade de uma doença é variável de região para região de acordo com as diferenças no clima, saúde da população (presença ou ausência de comorbidades), acesso a recursos médicos e medidas preventivas, além da qualidade da notificação de casos. Na Itália, nação severamente afetada pela Covid-19 no decorrer do mês de março de 2020, as fatalidades registradas compreenderam 13,6% do número de casos, com recorde na região da Lombardia (DILORENZO e DI TROLIO 2020).

 O aumento na letalidade na Itália em relação à China é justificado pela maior idade dos indivíduos acometidos, com a média sendo 79 anos, que constitui um importante fator de risco para a Covid-19, juntamente com várias demais comorbidades (DI LORENZO e DI TROLIO 2020; TESÁRKOVÁ, 2020). Na Espanha, país que juntamente com a Itália sofreu de uma onda de infecção severa em março de 2020, as taxas de fatalidade por número de casos ficaram em torno de 11,4%, compreendendo com o grande número de casos o mais alto montante de fatalidades para a primeira fase da pandemia. As taxas de letalidade mais baixas para o número de casos registrados neste período ocorreram na Alemanha, com cerca de 4% e Coréia do Sul, com apenas 2,8% (TESÁRKOVÁ, 2020).

No Brasil, a taxa de letalidade calculada para a Covid-19 ao longo da primeira onda de infecções apresentou ampla disparidade entre os estados, como observa-se no estudo realizado por Sousa et al (2020) o qual constatou que na SE-14 (semana epidemiológica nº 14), as maiores taxas presenciaram-se nos estados do Piauí (18,18%), Rondônia (9,09%) e Alagoas (8,7%). Nas semanas seguintes observou-se uma preponderância das mais altas taxas de letalidade nos estados das regiões nordeste e norte, enquanto o maior número de óbitos ocorreu na região sudeste (SOUZA et al. 2020). A maior letalidade nos estados do nordeste é justificada pela relativa falta de acesso de sua população a recursos de saúde como ventiladores, leitos e medicamentos (condição que também pode ser ocasionada pela sobrecarga no sistema de saúde em períodos de alto contágio).

Ademais, observa-se na análise das taxas de letalidade a sua grande variação de acordo com a faixa etária e o sexo afetados. Na maioria das regiões afetadas mundialmente, a Covid-19 apresentou maior letalidade para os idosos (grupos acima de 60 anos) e para indivíduos do sexo masculino. Entre os motivos para tal discrepância, foram elencadas as diferenças no estilo de vida (ao exemplo do tabagismo, que é mais prevalente em homens) e a maior propensão à reações inflamatórias e a menor contagem de células T e B na corrente sanguínea, decorrentes da senescência no organismo masculino se comparado ao feminino, tornando-o mais suscetível à infecções (CIARAMBINO et al. 2021). 

4. Sintomatologia e Comorbidades da Covid-19

Os sintomas mais frequentemente diagnosticados e atribuídos à Covid-19 são aqueles associados à chamada síndrome gripal (SG), caracterizada pelo conjunto de sintomas de febre (estado febril), tosse, rinorréia, odinofagia, fadiga, mialgia, e dificuldade respiratória (ÖZÇELIK KORKMAZ, 2021). Quanto à dificuldade respiratória, a síndrome respiratória aguda grave (SRAG) é clinicamente atribuída por um quadro persistente de dispneia, identificado por uma saturação de oxigênio abaixo de 95%, por sensação de pressão intermitente no tórax, ou por coloração azulada dos lábios (ISER et al., 2020; HUANG et al., 2020; BHATRAJU PK et al., 2020). Demais sintomas comumente observados em casos de Covid-19 são anosmia e ageusia (perda parcial ou total do olfato e paladar, frequentemente em combinação), diarréia, vômitos, naúsea, e em casos graves, perda parcial ou total da consciência (CHEN et al., 2020; VAIRA et al., 2020; PAN L et al., 2020).

A frequência e severidade dos sintomas desenvolvidos apresentou alta variação em diferentes populações, apresentadas nos estudos acima, de acordo com um conjunto de comorbidades relacionadas à idade, hipertensão, asma, diabetes, e uso de substâncias (fumo, glicocorticoides etc.), as mesmas fortemente associadas ao desenvolvimento do estado grave e potencialmente letal da doença (CHEN et al., 2020; WANG Z et al., 2020)

Quanto às frequências de sintomas, foi observada, em um estudo de análise quantitativa de 19 artigos entre janeiro e fevereiro de 2020, uma prevalência das complicações respiratórias associadas à síndrome gripal, com febre, tosse e dispneia contabilizando cerca de 88% (IC: 84,5; 92,9%), 57,6% (IC: 40,8; 74,4%) e 45,6% (IC: 10,9; 80,4%), respectivamente (RODRIGUES-MORALES et al., 2020). Demais estudos afirmam a prevalência de sintomas gripais na sintomatologia da Covid-19, determinando padrões sintomáticos semelhantes em crianças e adolescentes internados, com febre e tosse contribuindo entre 40% e 60% dos sintomas observados, e o restante, apenas 10% a 20% (VINER et al., 2020).

Quanto à anosmia e ageusia, sintomas notoriamente associados à Covid-19 no decorrer na pandemia, segundo Giacomelli et al (2020), na Itália, cerca de 33,9% dos hospitalizados reportaram alteração de olfato ou paladar (com 18,6% para ambos). Em demais países, a frequência destes sintomas apresentou flutuação entre um e dois terços dos casos observados, em nações como a Alemanha, Suíça, Itália e Coréia do Sul (GAUTIER e RAVUSSIN, 2020). Tais sintomas sensoriais trata-se de um elemento de difícil estimação precisa, devido à sua alta variação e grau de subjetividade (ISER et al., 2020).

Uma grande parcela dos infectados pela Covid-19, em especial os mais jovens, não manifestam sintomas perceptíveis, tais casos assintomáticos chegam a constituir até um terço dos casos totais, segundo revisões de literatura voltada para o público jovem (menos afetado pelas manifestações letais da doença) (MACIEL et al., 2020; BERNADINHO et al., 2021). No público geral, a frequência de casos assintomáticos apresentou ampla inconsistência, como ilustrado por Chen et al (2021), com 21,7% (16.8%–27.0%) de 130123 casos confirmados observados tendo sido assintomáticos, com frequência significativamente maior em crianças (32,1%) e gestantes (48,8%), assim como nas populações da África (64,3%) e das Américas (40,0%).

Quanto aos casos graves da Covid-19, estes são classificados pelo desenvolvimento da pneumonia SARS, que como mencionado anteriormente caracteriza-se pela dispneia intermitente e baixa taxa de saturação de oxigênio (SpO2 < 92%), tal condição acarreta a hipoxemia e a lesão progressiva do tecido alveolar, a qual, se combinada com agravos prévios, pode acarretar a perda de consciência. Adicionalmente, os casos críticos deste quadro de SARS, determinados ARDS (Acute respiratory distress syndrome) envolvem vários danos multiorgânicos, tais como encefalopatia, falência cardíaca, disfunção coagulante e falência renal aguda, tratando-se de uma condição potencialmente letal que afeta apenas uma fração dos 5,9% de casos confirmados enquadrados como severos (YUKI; FUJIOGI; KOUTSOGIANNAKI, 2020; DONG et al., 2020).

Certos indivíduos, uma vez tendo desenvolvido a Covid-19 sintomática, em qualquer de suas manifestações, podem continuar a sofrer sintomas após a eliminação da infecção de seu organismo. Tal condição é chamada de síndrome pós-aguda e pode ser acarretada por danos teciduais acumulados ao longo da doença, reações inflamatórias remanescentes ou por um estado pró-coagulante gerado pelo vírus Sars-Cov-2 (NALBANDIAN et al., 2020). Os sintomas mais frequentemente expressos por indivíduos acometidos pela longa Covis-19 são fatiga crônica, dispneia, anosmia, ageusia, cefaleia e dificuldade de concentração, os quais podem persistir por vários meses sob um grau incerto de severidade (CARFI; BERNABEI; LANDI, 2020; ALKODAYMI et al., 2022).

 Nos casos resultantes da recuperação da doença severa (pneumonia intersticial), sintomas também incluíram redução da capacidade respiratória e dor muscular e nas articulações (DEL RIO; COLLINS; MALLANI, 2020). A frequência de sintomas de longa duração apresenta alta variabilidade por casos, os mais frequentes a longo prazo (de 6 a 12 meses), segundo Kim et al (2022) foram aqueles de natureza psicológica e psiquiátrica, como dificuldade de concentração, “brain fog” (confusão mental), amnésia, depressão, fatiga e ansiedade. Ao todo, dentre 10% e 35% dos acometidos por Covid-19 retiveram sintomas após 3 semanas do período máximo de convalescência da infecção, porém informações acerca dos efeitos fisiológicos a longo prazo (acima de 3 meses) permanecem incertas (VAN KESSEL et al., 2022).

5. Cobertura Vacinal em Amplas Regiões.

 Mundialmente, as primeiras iniciativas voltadas para o desenvolvimento de um programa de vacinação contra o SARS-Cov-2 foram instaladas em meados de maio e junho de 2020, com o programa COVID-19 Technology Access Pool (C-TAP) (OMS, 2020). A primeira vacina a ser disponibilizada para uso público foi a Comirnarty mRNA, com a concessão da vacina Pfizer/BioNTech para uso emergencial (EUL) em 31 de dezembro de 2020, aproximadamente um ano após o reconhecimento da infecção, após a qual deu-se início o primeiro programa de vacinação em massa contra a Covid-19 (OMS, 2020).

No decorrer do ano de 2021, demais variedades de vacinas alcançaram o mercado e obtiveram distribuição em escala global. Entre aquelas de maior destaque e suas respectivas datas de aprovação para uso emergencial, figuram: AstraZeneca/AZD1222 e SII/COVISHIELD (16/02), Janssen/Ad26COV2S (12/03), Moderna (30/04), Sinopharm (07/05), Sinovac/CoronaVac (01/06), Bharat Biotech BBV152 COVAXIN (03/11), Covovax (17/12) e Nuvaxovid (20/12) (OMS, 2022). Tais vacinas obtiveram grande alcance em programas de imunização pública, sendo dotadas (em proporções variáveis) de alta eficácia geral na prevenção de quadros graves da doença Covid-19. Neste processo, ao dia 8 de dezembro de 2021, contabilizaram-se 4,364 bilhões de pessoas vacinadas com a primeira dose, compreendendo 55,9% da população global e acima de 10 bilhões de doses distribuídas mundialmente, com este número representando uma ampla cobertura nas faixas demográficas mais vulneráveis (grupos de risco) de todas as regiões globais (WATSON et al, 2022).

No Brasil, segundo o plano nacional de operacionalização da vacina contra Covid-19 publicado em 16 de dezembro de 2020, no dia 9 de setembro do mesmo ano ocorreu a instituição de um grupo de trabalho nacional visando a aquisição e distribuição de vacinas contra a Covid-19, constituindo o primeiro passo para a instituição de um plano nacional de vacinação. Consta no mesmo plano que no dia 4 de dezembro foi criado um comitê técnico para coordenação do desenvolvimento e distribuição da vacina então intitulada AZD 1222/ChAdOx1 nCoV19, gerada através da ETEC firmada entre a Fiocruz brasileira e a empresa britânica AstraZeneca (GALINA et al., 2021). 

 No princípio deste mesmo período, no dia 18 de janeiro de 2021, deu-se início aos esforços de vacinação no Brasil com o lançamento da campanha nacional de vacinação contra a Covid-19, a qual conta com a adesão de várias empresas e laboratórios tais como Covax Facility, Pfizer, Janssen, Sinovac entre outras, em associação dos institutos nacionais Fiocruz e Butantan. No dia anterior (17), foi autorizado pela Anvisa o emprego emergencial da vacina adsorvida inativada “Coronavac” produzida pela companhia Sinovac Life Sciences em parceria com o Instituto Butantan, e da vacina recombinante produzida pelo Serum Institute of India com a união AstraZeneca/Fiocruz. Nos dias 23 de fevereiro e 12 de março foi concedido registro definitivo às vacinas Pfizer/Wyeth e AstraZeneca/Fiocruz, respectivamente, de acordo com a última edição (28 de abril) do plano de operacionalização da vacina lançado pela coordenação geral do Programa Nacional de Imunização (PNI). 

De acordo com informações disponíveis na base de dados Our World in Data (cujas informações são fornecidas por órgãos de saúde nacionais de diversas regiões), no Brasil houve 180,01 milhões de pessoas imunizadas ao dia 16 de março de 2022, compreendendo 83,99% da população. Quanto à vacinação total, 73,83% da população recebeu todas as doses recomendadas para a Covid-19 (com 10,15% incompletos, e 16% não vacinados ou não registrados) (RITCHIE et al, 2022).

CONCLUSÃO

           As informações aqui reunidas constituem uma visão geral do estado do conhecimento acerca da Covid-19 no período correspondente ao princípio e desenvolver da pandemia. Indubitavelmente, com a progressão da pandemia rumo à sua resolução, novas preocupações emergem acerca da doença e de seus efeitos na saúde e sociedade, tais como os efeitos a longo prazo na saúde daqueles que foram acometidos (“Longa Covid-19”), e o fardo econômico geracional produzido por este período. Tais efeitos e suas implicações devem ser o objeto de futuros estudos, de forma a reduzir, onde possível, os impactos negativos destas sequelas.

REFERÊNCIAS

ALKODAYMI, Mohamad Salim, et al. Prevalence of post-acute COVID-19 syndrome symptoms at different follow-up periods: A systematic review and meta-analysis. Clinical Microbiology and Infection. 2022. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1198743X22000386. Acesso em: maio de 2022.

AL-OSAIL, Aisha M.; AL-WAZZAH, Marwan J. The history and epidemiology of Middle East respiratory syndrome corona virus. Multidisciplinary respiratory medicine, v. 12, n. 1, p. 1-6, 2017. Disponível: https://link.springer.com/article/10.1186/s40248-017-0101-8. Acesso em: maio de 2021.

ANGELO, Jussara Rafael. Conceitos básicos em epidemiologia. São José dos Campos, 2011. Disponível em: http://www.dpi.inpe.br/geocxnets/wiki/lib/exe/fetch.php?media=wiki:branches:epidemiologia_jussara.pdf. Acesso em: julho de 2021.

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¹ Graduado em Ciências Biológicas pelo Centro de Ciências Exatas, Naturais e Tecnológicas, Laboratório de Ciências da Saúde, da Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão (UEMASUL). E-mail: joaopinto.20180000283@uemasul.edu.br
² Doutora em Medicina Tropical e Saúde Pública pela Universidade Federal do Goiás (UFG). Docente no Centro de Ciências Exatas, Naturais e Tecnológicas da Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão (UEMASUL). Pesquisadora do Laboratório de Ciências da Saúde (UEMASUL). Líder do grupo de pesquisa NUPQAME. E-mail: sheilanunes@uemasul.edu.br