ASPECTOS DA TERAPIA ANTIRRETROVIRAL: UMA REVISÃO NARRATIVA 

ASPECTS OF ANTIRETROVIRAL THERAPY: A NARRATIVE REVIEW

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10406392


Kairo Ivan Trindade1,
Karla Beatriz Batista2,
Taissa Caetano dos Santos3,
Poliana Lucena Nunes4.


RESUMO

Introdução: A terapia antirretroviral (TARV) desempenha um papel crucial na gestão da infecção por HIV, oferecendo benefícios significativos na saúde e qualidade de vida. No entanto, o sucesso dessa terapia está intrinsecamente ligado à adesão consistente e regular por parte dos pacientes. Este artigo busca investigar e analisar os principais fatores que estão associados ao uso irregular e ao abandono da terapia antirretroviral por indivíduos portadores do vírus da imunodeficiência humana (HIV). Objetivo: Buscamos compreender as complexidades que envolvem a adesão inconsistente à terapia, destacando elementos como falta de suporte social, efeitos colaterais, barreiras econômicas e estigma social. Ao alcançar uma compreensão aprofundada desses fatores, pretendemos contribuir para o desenvolvimento de estratégias e intervenções direcionadas que promovam uma adesão mais consistente à terapia antirretroviral, melhorando assim os resultados de saúde e a qualidade de vida para os indivíduos afetados pelo HIV. Metodologia: Pesquisa bibliográfica será dada a partir de questão-norteadora, descritores DeCS/MeSH, booleanos e critérios de inclusão e exclusão. Resultados e Discussão: No Brasil o acompanhamento do paciente HIV+ ocorre na Atenção Primaria, a qual é responsável por acolher, promover a vinculação desde a primeira consulta até o uso do TARV, que é disponibilizada de forma gratuita. Conclusão: A complexidade enfrentada por individuo vivendo com HIV é necessita de abordagens multifacetadas para promover uma adesão e consistência à terapia. 

Palavras-Chave: HIV. TARV. Abandono. Uso Irregular. Terapia antirretroviral.

ABSTRACT

Introduction: This article reviews the main factors associated with abandonment of antiretroviral therapy by HIV-positive people. We explore aspects such as lack of social support, side effects, economic barriers and social stigma with certain influencers. And understanding these factors is crucial to improving treatment adherence and consequences Objective: To promote an integrative review on the abandonment or irregular use of antiretrovirals in people with HIV/AIDS. Methodology: Bibliographic research will be carried out using a guiding question, DeCS/MeSH descriptors, Booleans and inclusion and exclusion criteria. Results and Discussion: In Brazil, HIV+ patient monitoring takes place in Primary Care, which is responsible for welcoming and promoting attachment from the first consultation to the use of ART, which is available free of charge. Conclusion: The search for data will be presented in a flowchart and the integrative review will be presented using a comparative table.

Keywords:

1. INTRODUÇÃO

A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida Humana (SIDA), do inglês Acquired immunodeficiency Syndrome (AIDS/SIDA), é resultante de infecção por Vírus da Imunodeficiência Humana, o HIV (do inglês, Human Immunodeficiency Virus). Também chamado de vírus da AIDS, o HIV é um retrovírus, classificado na subfamília dos Lentiviridae (LOPES et al., 2019).

Caracteriza-se por gerar infecção das células do sangue e sistema nervoso, supressão do sistema imune e, geralmente, cursa com um período de incubação prolongado antes do desenvolvimento da AIDS. A supressão do sistema imune se dá pela infecção de células do sistema imunológico, o qual é responsável pela defesa do organismo frente a doenças genéticas, inflamatórias e microbiológicas. Neste caso, as células mais atingidas são os linfócitos T CD4+ (MENEZES et al., 2018).

Em 2022, aproximadamente 38,4 milhões de pessoas estiveram infectadas com o vírus HIV/SIDA no mundo. Estatísticas apontam cerca de 1 milhão de pessoas infectadas por HIV no Brasil. O diagnóstico dessa infecção é realizado por meio de teste rápidos e exames laboratoriais, como o Ensaio Imunoenzimático ou ELISA (do inglês, Enzyme-Linked Immunosorbent Assay), podendo ser realizado na rede pública e em Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA) (UNAIDS, 2022).

O tratamento é baseado na Terapia Antirretroviral (TARV) ou HAART (do inglês, Highly Active Antiretroviral Therapy), a qual consiste em fármacos utilizados para reduzir a replicação viral e minimizar a supressão imunológica, reduzindo assim a mortalidade e contribuindo com a qualidade de vida dos portadores do HIV, pois é fundamental obter o controle da infecção por HIV para evitar complicações clínicas e o desenvolvimento de cepas virais resistentes, sendo essencial a adesão à TARV (MARIA; CARVALHO; FASSA, 2023).

No Brasil, o Ministério da Saúde considera abandono de tratamento os casos em que o paciente deixa de dar continuidade ao tratamento de HIV/SIDA e deixa de comparecer ao serviço de saúde para retirar a medicação por mais de três meses (BRASIL, 2023). Nesses casos, o vírus HIV pode voltar a se multiplicar intensamente, reativando a infecção podendo conduzir ao aparecimento de infecções oportunistas, neoplasias e a AIDS. Entre as infecções oportunistas destacam-se: pneumocistose, neurotoxoplasmose, tuberculose pulmonar atípica ou disseminada, meningite criptocócica e retinite por citomegalovírus (COSTA; MORAES; OLIVEIRA, 2022).

O diagnóstico precoce da infecção por HIV e a adoção da TARV se faz de extrema importância considerando-se o alto grau de morbimortalidade pela imunossupressão e complicações cardiovasculares e neurológicas, pneumonia, tuberculose, linfomas e sarcoma de Kaposi, dentre outras, as quais são as principais responsáveis pela recorrência de admissão hospitalar (BRASIL, 2018). Portadores do HIV que suspendem o uso dos antirretrovirais podem provocar uma aceleração do curso natural da infecção. Ainda que temporária, a interrupção da TARV não é indicada, pois pode ocorrer resistência medicamentosa (RODRIGUES, 2021).

A compreensão das ações de saúde quanto à TARV na infecção por HIV se faz de extrema importância na compreensão das falhas terapêuticas e contribuem com a elaboração de estratégias que minimizem os casos, favorecendo um melhor acompanhamento dos portadores do HIV. Portanto, o objetivo desta pesquisa foi compreender as ações de saúde voltadas para a TARV em portadores de HIV.

2. METODOLOGIA

Foi desenvolvida uma pesquisa literária do tipo revisão narrativa buscando-se descrever e discutir o desenvolvimento ou o “estado da arte” sobre ações de saúde da Terapia Antirretroviral (TARV) na infecção por HIV segundo Bernardo, Nobre e Jatene (2004).

A pesquisa foi dada mediante a busca de artigos nas bases de dados científicos: National Library of Medicine and National Institutes of Health (NCBI) (via Medical Literature Analysis and Retrievel System Online ou Medline), Scientific Electronic Library Online (SciELO) e Google acadêmico. Foram empregados o cruzamento dos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS): “HIV” (E) “medicamentos antirretrovirais” (OU) “TARV” (OU) “política públicas” (OU) “história”,  e dos descritores MeSH: “HIV” (AND) “antiretroviral drugs” (OR) “HAART” (OR) “negligencia ” (OR) “uso inrregular”.

Os critérios de inclusão dos artigos foram: (a) pesquisas que abordem o uso do antirretrovirais no Brasil; (b) estudos disponíveis na íntegra; (c) textos publicados entre 2000 a 2022, e; (d) uso de língua inglesa ou vernácula. Foram excluídos: (a) artigos com fuga ao tema; (b) artigos duplicados; (c) estudos não disponibilizados na íntegra, e; (d) textos publicados há mais de cincos anos.

Após seleção dos estudos foi realizada uma leitura exploratória, seguida de leitura analítica e interpretativa quanto aos critérios de inclusão e exclusão e elaborada a revisão narrativa sobre o tema.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1.Portadores do HIV: TARV no Brasil e Mundo

O diagnóstico da infecção por HIV é feito a partir da coleta de sangue ou por fluido oral, podendo ser realizados testes sorológicos como o imunoensaio enzimático (ELISA, do inglês Enzyme-Linked Immunosorbent Assay), o HIV Imunoblot, o Western blotting, testes moleculares e testes rápidos de triagem. Esses últimos podem detectar anticorpos contra o HIV em cerca de 30 minutos, e todos os tipos de testes são realizados gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil (BRASIL, 2003).

No país, o acompanhamento dos portadores do HIV ocorre na Atenção Primária, a qual é responsável por acolher, promover o vínculo com a rede pública desde a primeira consulta até o uso e acompanhamento da Terapia Antirretroviral (TARV), a qual também é disponibilizada de forma gratuita (BASTOS; PORTELA; SÁ, 2011).

O acompanhamento do portador do HIV é promovido por uma equipe multidisciplinar, incluindo médicos, enfermeiros, psicólogos, nutricionistas, assistentes sociais, odontólogos e farmacêuticos, e tem como objetivo principal emponderar o paciente e conscientizá-lo da importância de sua participação na promoção do autocuidado (COSTA; MORAES; OLIVEIRA, 2022).

O monitoramento da infecção por HIV é realizado a partir da contagem de carga viral e de Linfócitos T CD4+. Dessa forma, é possível avaliar a evolução clínica da infecção e efetividade da TARV. A diminuição da carga viral promovida pela TARV ou Highly Active Antiretroviral Therapy (HAART) também é importante para a prevenção da transmissão vertical, melhoria na qualidade de vida, redução da morbimortalidade e o aumento da sobrevida dos portadores de HIV em todo o mundo (COSTA; MORAES; OLIVEIRA, 2022; FERNANDES, 2018).

No Brasil, em 1996 foi sancionada por lei a distribuição obrigatória e gratuita dos Antirretrovirais (ARV) pelo SUS. Desde então, a disponibilidade dos ARV tem sido ampla e homogênea em grande parte dos serviços de saúde, havendo menor disponibilidade apenas dos medicamentos utilizados para profilaxia e tratamento das infecções oportunistas (FERNANDES, 2018).

Desde 2014, a TARV passou a ser iniciada logo após o diagnóstico clínico-laboratorial da infecção por HIV/SIDA. Há uma ampla diversidade de esquemas terapêuticos, por exemplo, a administração em dose única diária de dois inibidores nucleosídeos da Transcriptase Reversa (INTR/INtTR) combinados com outra classe (INNTR, IP ou INI) (SANCHE et al., 2017; BRASIL, 2018), e associação de fármacos: fumarato de tenofovir desoproxila, emtricitabina ou lamivudina e efavirenz em TARV voltadas para adultos, que foi alterada em 2019, tendo sido o efavirenz substituído por dolutegravir sódico (UNAIDS, 2023).

Embora o acesso universal à terapia antirretroviral seja considerado área prioritária pelo The United Nations Joint Programme on HIV/AIDS ou UNAIDS, estima-se que menos da metade das pessoas que necessitem de TARV tenham acesso a esses medicamentos. Outro ponto importante, diz respeito ao período de adaptação. O período de adaptação à TARV pode ser difícil haja vista a necessidade de nova rotina com horários rigorosos de administração dos medicamentos, dificuldade de aceitação da nova condição pelo portador do HIV e possibilidade de eventos adversos pelo uso contínuo dos antirretorvirais (TEIXEIRA; PAIVA;SHIMMA, 2000; HACKER et al., 2007; NISHIJIMA et al., 2015). 

3.2.HIV: profilaxias PEP e PrEP

Além do tratamento para inibir a replicação viral, também há recomendação de dois tipos de profilaxia para pessoas que foram expostas ou se encontram em risco iminente de exposição por HIV: a Profilaxia Pós-Exposição (PEP) e a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) (BRASIL, 2022).

No Brasil, a Profilaxia Pós-Exposição (PEP) é indicada nas primeiras 72 horas após a exposição confirmada ao HIV por violência sexual, relação sexual desprotegida, acidente ocupacional etc. Nesses casos, é recomendado o esquema terapêutico de primeira linha por um período de 28 dias, incluindo: fumarato de tenofovir desoproxila, lamivudina e dolutegravir sódico. Sendo, em mulheres grávidas ou com possibilidade de engravidar, o dolutegravir sódico substituído por atazanavir/ritonavir ou raltegravir (BRASIL, 2018).

Já a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) é tida como um novo método de prevenção ao HIV, e caracteriza-se por preparar o organismo para entrar em contato com o vírus. Consiste na administração diária de dois medicamentos: tenofovir e entricitabina, cujo efeito antiviral é observado após sete dias para relação anal, e 20 dias para a relação vaginal. A PrEP tem sido indicada para populações-chave, como: gays e outros homens que fazem sexo com homens (HSH), pessoas trans e profissionais do sexo. Também pode ser indicada se a pessoa não fizer o uso de preservativos em relações sexuais anais ou vaginais, com alguém que seja HIV positivo e que não esteja em tratamento, fizer o uso repetido de PEP e/ou apresentar episódios repetidos de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) (BRASIL, 2018).

3.3.Aspectos relevantes da TARV eficaz

O Ministério da Saúde orienta que na rede de Atenção à Saúde, a Atenção Primária atua como importante porta de entrada preferencial do portador do HIV, sendo responsável por acolher, promover a vinculação, reter o paciente para tratamento precoce, promover adesão ao tratamento e prevenção das complicações relacionadas à infecção. O início precoce da TARV é recomendado para todos as pessoas com HIV+, independentemente do seu estágio clínico e/ou imunológico, permitindo a manutenção e/ou reconstituição imunológica e a interrupção da progressão da infecção viral (BRASIL, 2021).

A adesão a TARV se faz essencial diante da perspectiva e qualidade de vida dos portadores de HIV. Estudos indicam que a eficácia do tratamento é expressa nos níveis de supressão viral, exigindo que o uso do esquema terapêutico seja igual ou superior a 95% das doses prescritas. Por outro lado, a adesão insatisfatória ou inadequada pode estar associada ao desenvolvimento de resistência viral (PATERSON et al., 2000; PHILIPS et al., 2005; SMITH, 2004).

O início da TARV exige um acompanhamento médico mais frequente. As consultas de retorno devem ser agendadas com intervalo menor, de uma semana a 15 dias após o início do uso da administração dos medicamentos. Uma definição mais ampla e abrangente assinala que adesão a TARV é um processo dinâmico e multifatorial que inclui aspectos físicos, psicológicos, sociais, culturais e comportamentais, e requer decisões compartilhadas e coresponsabilizadas entre o portador do HIV, a equipe multiprofissional e a rede social (BRASIL, 2008).

Deve ser entendida como um processo de negociação entre usuário e profissionais de saúde, no qual são reconhecidas as responsabilidades específicas de cada um, que visa a fortalecer a autonomia para o autocuidado. E transcende à simples ingestão de medicamentos, incluindo o fortalecimento da pessoa vivendo com HIV/SIDA, o estabelecimento de vínculo com a equipe de saúde, o acesso à informação, o acompanhamento clínico-laboratorial, a adequação aos hábitos e necessidades individuais e o compartilhamento das decisões relacionadas à própria saúde, inclusive para pessoas que não fazem uso de TARV (BRASIL, 2008).

Diversos estudos têm procurado identificar aspectos da doença, tratamento, indivíduo, equipe multiprofissional e serviços de saúde relacionados às dificuldades de adesão à TARV (KALICHMAN, 2002; MILLS et al., 2006; NEMES; CARVALHO; SOUZA, 2004; PAIVA et al., 2000; NIGRO; CARACIOLO, 2000; RUSSEL et al., 2003; SEIDL et al., 2007), os quais têm apontado complexidade do regime terapêutico, que inclui o número de doses e de comprimidos que precisam ser ingeridos diariamente; a forma de armazenamento, como a exigência de que o medicamento seja conservado em baixa temperatura; dificuldade para ingestão, como medicamentos de tamanhos grandes; os horários das doses, que podem conflitar com as rotinas e o estilo de vida; e a promoção do Manual de Adesão ao Tratamento para Pessoas Vivendo com HIV e AIDS (FAUSTINO, 2006).

Outros fatores relevantes incluem a falta de apoio social afetivo ou material, percebido como insuficiente pela pessoa; baixa escolaridade e habilidades cognitivas inadequadas para enfrentar os desafios do tratamento; resistência em aceitar a soropositividade, visto que tomar medicamentos implica reconhecer a realidade da infecção por HIV; presença de transtornos mentais, como depressão e ansiedade; e os efeitos colaterais aversivos da medicação antirretroviral (FAUSTINO, 2006).

Além disso, a relação insatisfatória com profissionais de saúde, o nível de satisfação com os serviços prestados, procedimentos realizados, acesso a exames, medicamentos e consultas são considerados. Crenças negativas e informações inadequadas sobre a doença e tratamento, dificuldades organizacionais para integrar o tratamento à rotina diária e o abuso de substâncias como álcool e drogas também são fatores a serem considerados (FAUSTINO, 2006).

Entender esses desafios na adesão é o primeiro passo para superá-los. Destaca-se que, na prática dos serviços de saúde, é crucial identificar e compreender as dificuldades de adesão caso a caso, pois a experiência varia de pessoa para pessoa. A escuta atenta possibilita que contextos individuais específicos sejam considerados pela equipe, favorecendo abordagens adequadas e resolutivas, conforme as Normas e Manuais Técnicos de 2008. 

Em suma, todos os fatores descritos impactam diretamente a evolução dos casos. Portadores do HIV que suspendem o uso dos antirretrovirais podem provocar uma aceleração do curso natural da infecção viral, e a interrupção da TARV, ainda que temporária pode causar resistência medicamentosa impactando os efeitos da terapia medicamentosa (RODRIGUES, 2021).

4. CONCLUSÕES

Concluiu-se que o diagnóstico precoce e tratamento efetivo da infecção por HIV é de grande importância, para evitar o desenvolvimento de doenças oportunistas como complicações cardiovasculares e neurológicas, tuberculose, linfomas, sarcoma de Kaposi etc., que são as principais responsáveis pela recorrência de admissão hospitalar e alto percentual de mortalidade. E embora diversos fatores estejam envolvidos na adesão eficaz da Terapia Antirretroviral (TARV), o uso correto e acompanhado por equipe multidisciplinar se faz de extrema importância no autocuidado e qualidade de vida de pessoas com HIV+, visto que, a suspensão dos antirretrovirais podem resultar em aceleração do curso natural da infecção viral. Mesmo a interrupção temporária do tratamento não é indicada, pois o vírus pode se tornar resistente aos antirretrovirais quando o uso não é feito da forma indicada, o que reforça a necessidade de avaliação individual e específica dos casos.

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UNAIDS – Informações básicas Disponível: https://unaids.org.br/informacoes-basicas/16 de fevereiro de 2023.


1Discente do curso de Biomedicina da Universidade Evangélica de Goiás Campus Dr. Domingos Mendes Silva, Ceres-GO, Brasil. Kairoivan22@gmail.com 

2Discente do curso de Biomedicina da Universidade Evangélica de Goiás Campus Dr. Domingos Mendes Silva, Ceres-GO, Brasil. karlabeatriz326@gmail.com

3Discente do curso de Biomedicina da Universidade Evangélica de Goiás Campus Dr. Domingos Mendes Silva, Ceres-GO, Brasil. taissasantos24092001@gmail.com

4Doutora em Ciências – Medicina Tropical e Infectologia. Curso de Biomedicina. Universidade Evangélica de Goiás Campus Dr. Domingos Mendes Silva, Ceres-GO, Brasil. polianalucena1@gmail.com