REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7991359
Luis Eduardo Pinho Pereira¹
Wallace Borges Pacheco²
Ana Flávia Lima Teles da Hora²
Juliana salgueiro Melo²
Paulo De Tarso Silva Barros²
RESUMO
INTRODUÇÃO: A COVID-19, causada pelo vírus SARS-CoV-2, tem sido amplamente estudada desde o seu surgimento em 2019. Além dos sintomas respiratórios agudos, ficou cada vez mais evidente que a infecção por COVID-19 pode levar a uma série de sequelas em vários sistemas do corpo, incluindo o sistema cardiovascular. As sequelas cardiovasculares têm despertado preocupação, uma vez que podem ter impactos significativos na saúde a longo prazo dos pacientes que se recuperam da doença. Essas sequelas podem manifestar-se como doença cardíaca isquêmica, inflamação cardíaca, arritmias e outras complicações cardiovasculares.
OBJETIVO: Efetuar uma revisão integrativa da literatura sobre quais as complicações cardiovasculares da COVID-19 longa.
METODOS: O presente estudo trata-se de uma revisão integrativa científica, a qual tem por finalidade agrupar e resumir o conhecimento cientifico já produzido e publicados entre os anos de 2020 e 2022 referente ao tema investigado. Para o levantamento dos artigos efetuou-se uma busca sistemática nas seguintes bases de dados: PubMed, e Google Acadêmico. Os descritores utilizados em inglês com o booleano AND foram “Long COVID-19 AND Cardiovascular Symptoms” e “ Long COVID-19 AND Cardiovascular Disease”.
RESULTADOS: Foi possível encontrar com o levantamento bibliográfico um total de 303.940 artigos, e a partir dos critérios de inclusão e exclusão, vinte artigos foram pré-selecionados e após leitura minuciosa quinze trabalhos foram selecionados e analisados na íntegra mediante a coerência de conteúdo do tema abordado. Com embasamento nos artigos estudados observou-se que há evidências crescentes sugerindo que a síndrome pós-aguda de COVID-19 ou COVID longa pode estar relacionada a complicações cardiovasculares a longo prazo.
CONCLUSÃO: A COVID longa, tem sido reconhecida como uma condição em que os pacientes continuam a experimentar sintomas e complicações da COVID-19 mesmo após a recuperação inicial. Entre essas sequelas, as complicações cardiovasculares têm se destacado, causando transtornos significativos na qualidade de vida dos pacientes. Portanto, é fundamental desenvolver estratégia de prevenção, pesquisa, diagnortico e tratamento, para melhor a qualidade de vida dos pacientes.
Palavras-chave: COVID-19. COVID longa. Sequelas cardiovascular pós COVID-19.
ABSTRACT
INTRODUCTION: COVID-19, caused by the SARS-CoV-2 virus, has been widely studied since its emergence in 2019. In addition to acute respiratory symptoms, it has become increasingly evident that COVID-19 infection can lead to a series of of sequelae in various body systems, including the cardiovascular system. Cardiovascular sequelae have raised concern, as they can have significant impacts on the long-term health of patients who recover from the disease. These sequelae can manifest as ischemic heart disease, heart inflammation, arrhythmias, and other cardiovascular complications.
OBJECTIVE: To carry out an integrative literature review on the cardiovascular complications of long-term COVID-19.
METHODS: This study is an integrative scientific review, which aims to group and summarize the scientific knowledge already produced and published between the years 2020 and 2022 regarding the investigated topic. For the survey of articles, a systematic search was carried out in the following databases: PubMed, and Google Scholar. The descriptors used in English with the Boolean AND were “Long COVID-19 AND Cardiovascular Symptoms” and “Long COVID-19 AND Cardiovascular Disease”.
RESULTS: It was possible to find with the bibliographical survey a total of 303,940 articles, and from the inclusion and exclusion criteria, twenty articles were pre-selected and after thorough reading fifteen works were selected and analyzed in full through the coherence of content of the theme addressed. Based on the articles studied, it was observed that there is increasing evidence suggesting that the post-acute syndrome of COVID-19 or long-term COVID may be related to long-term cardiovascular complications.
CONCLUSION: Long-term COVID has been recognized as a condition in which patients continue to experience symptoms and complications of COVID-19 even after initial recovery. Among these sequelae, cardiovascular complications have stood out, causing significant disorders in the quality of life of patients. Therefore, it is essential to develop a prevention, research, diagnosis and treatment strategy to improve the quality of life of patients.
Keywords: COVID-19. Long-term COVID. Post-COVID-19 cardiovascular sequelae.
1. INTRODUÇÃO
Em dezembro de 2019, a cidade de Wuhan, província da China relatou um surto inexplicável de pneumonia e sintomas semelhante aos da gripe. Os casos dos sintomas foram relacionados ao mercado atacadista de fruto do mar de Hainan, logo após as internações e a rapidez do contágio cientista começaram a sequenciar o genoma do vírus para entender a sua origem, e evolução (TOBLER, D.L. et al. 2022). A análise do genoma mostrou ser um novo Corona vírus relacionado ao SARS-CoV e, por esse motivo, chamado Corona vírus da síndrome respiratória aguda grave 2 (SARS-Cov-2) (CIOTTI, M. et al. 2020).
A organização mundial de saúde (OMS), declarou estado de emergência de saúde no início de 2020 e, logo depois, em 11 de março de 2020 a mesma declara a COVID-19 como uma pandemia. Desde então, o vírus se espalhou por todo o mundo, infectou mais de 766 milhões de pessoas em todo o mundo, causando a morte de mais de 6,9 milhões até maio de 2023 (OPAS/OMS, et al. 2023). De acordo com o ministério de saúde, o Brasil ultrapassa 37.579.028 casos confirmados e 702.664 mortes até maio de 2023. Frente a isso, a apresentação clínica da COVID-19 varia de assintomáticos, sintomático leve, sintomas fulminantes, sintomas graves e casos fatais (MAHMUD, R. et al.2021).
Os indícios da COVID-19 levam em média 11,5 + 5,7 dias, no entanto, uma proporção de pessoas permanece doentes, sinais permanentes de falta de ar, dor no peito, fadiga, dores de cabeça, palpitação e problemas cardíacos são um lembrete constante da devastação causada por esse vírus, esta condição foi denominada de COVID longa e está causando um problema de saúde global (SHRESTHA, A.B et al. 2023).
A síndrome pós-COVID-19 expressa um grande problema de saúde, uma vez que essa condição deve alterar substancialmente a vida de milhões de pessoas levando à incapacidade significativa e comprometimento das atividades diárias dessas pessoas. (SATTERFIELD, B.A et al. 2021). A organização mundial de saúde (OMS), declara que uma pessoa com essa condição se refere a apresentação de sintomas após três meses do início da infecção, a menos que estes indícios possam estar relacionado a outras causas. Na literatura científica ainda há diferentes definições, pode ser conhecida como COVID longa, síndrome pós-COVID-19, COVID crônica e entre outras. (RAMAKRIHNAN, R.K et al. 2021).
Aproximadamente um terço dos pacientes infectados tem, pelo menos, uma condição pós-COVID-19 e até mesmo os pacientes assintomáticos. As sequelas e sua intensidade variam bastante e umas das manifestações preocupantes são as sequelas cardiovasculares. Os sintomas mais comuns relatados em artigos são a dor torácica, síndrome taquicardia postural ortostática, palpitação, fadiga, miocardite, entre outros (CHILAZI, M. et al. 2021).
A síndrome da taquicardia Postural Ortostática (POST) é umas das doenças cardiovasculares mais citadas nos artigos. Ela se baseia em um aumento exagerado da frequência cardíaca quando em pé, na pessoa com essa condição, os vasos sanguíneos não respondem de forma eficiente ao sinal da constrição. Como resultado, quanto mais tempo você fica em pé, mais sangue se acumula na metade inferior do seu corpo. Isso faz com que o sangue tenha dificuldade de chegar ao cérebro, o que pode ser sentido como tonturas, névoa cerebral e fadiga. Um artigo publicado em uma pesquisas online feita com 802 pacientes recuperado da infecção aguda de COVID-19 mostram que 19% receberam diagnóstico de POST. Nesta coorte, POTS foi o segundo diagnóstico relatado mais comum após o COVID-19 (BISACCIA, G. et al. 2021).
Outros estudos relataram um aumento nos diagnósticos cardíacos após a infecção aguda da COVID-19, como miocardite, derrame pericárdio, infarto agudo do miocárdio e disfunção do ventrículo direito. Um estudo de Raman et al., em 2022, descobriu que pacientes não hospitalizados nos Estados Unidos apresentavam alto risco de morte e doenças cardiovasculares. O estudo também indicou que a infecção por SARS-CoV-2 estava associada a um risco três vezes maior de eventos cardiovasculares adversos até 4 meses após o diagnóstico da COVID-19 (RAMAN, B. et al.2021). Além disso, uma análise recente com 153.760 indivíduos nos Estados Unidos, usando bancos de dados de saúde, mostrou um aumento significativo na incidência de doenças cardiovasculares em sobreviventes de COVID-19, bem como um aumento de 55% no desfecho cardiovascular combinado um ano após a infecção. GYONGYOSI, M. et al. 2023).
Além disto, um estudo de acompanhamento a longo prazo, realizado três meses após a infecção por COVID-19, revelou que 11,1% dos pacientes relataram ter uma frequência cardíaca em repouso mais alta em mais de 20 batimentos por minuto em comparação ao período anterior à infecção, 4,8% dos pacientes relataram ter palpitações ocasionais. Em outro estudo retrospectivo observacional, verificou-se que entre 3 e 6 meses após a infecção por COVID-19, até 11% dos pacientes ainda apresentavam episódios intermitentes de palpitações (MOHAMMAD, K.O. et al. 2022).
Outros estudos de coorte observacional prospectivo mencionado indica que 78% dos pacientes que se recuperaram recentemente da COVID-19 apresentaram achados anormais na ressonância magnética cardíaca (RMC). Além disso, 60% desses pacientes demonstraram inflamação miocárdica em andamento. Essas anormalidades persistiram mesmo 71 dias após o diagnóstico inicial da COVID-19. (RAMAKRISHNAN, R.K. et al. 2021) Diante disto, mesmo com as evidências convincentes a respeito da COVID longa e as sequelas cardiovasculares evidenciadas em artigos, os estudos bibliográficos a objetivam discutir o assunto, abordar possíveis diagnósticos e pesquisas adicionais, bem como ser um informativo a profissionais da saúde que acompanham pacientes com COVID longa. (ALLENDES, F.J. et al. 2022).
2. METODOLOGIA
2.1 Critérios para o Levantamento de Artigos
O presente estudo se caracteriza como uma revisão integrativa científica, em que visa se apresentar um compêndio de diversos estudos publicados entre o ano de 2020 e 2023.
Para o levantamento dos artigos, efetuou-se uma busca sistemática nas seguintes bases de dados: PubMed, e Google Acadêmico. Os descritores utilizados em inglês com o booleano AND foram “Long COVID-19 AND Cardiovascular Symptoms” e “Long COVID-19 AND Cardiovascular Disease”.
As pesquisas nas bases de dados foram realizadas entre março e maio de 2023 para avaliar a conformidade dos dados obtidos. Os critérios de inclusão incluíram artigos do tipo ensaio clínico, coorte e meta-análise, redigidos em português ou inglês, relacionados às ciências da saúde e ciências médicas. Foram excluídos artigos que não se encaixaram no período de publicação, aqueles que não estavam relacionados ao objetivo deste estudo, artigos repetidos que não estavam nos idiomas especificados e aqueles que não tinham como foco as sequelas cardiovasculares da COVID-19 de longa duração.
3. RESULTADOS
Há evidências crescentes sugerindo que a síndrome pós-aguda de COVID-19 pode estar relacionada a complicações cardiovasculares a longo prazo, tanto em pacientes leves e assintomáticos quanto em pacientes que tiveram COVID-19 grave ou foram hospitalizados. Por exemplo, a síndrome de COVID-19 longa tem sido associada a um risco aumentado de lesão cardíaca aguda, insuficiência cardíaca, arritmias cardíacas e tromboembolismo venoso (RAMAN, 2021). Ainda não se sabe exatamente como a síndrome pós-aguda de COVID-19 pode levar a essas complicações cardiovasculares, portanto é necessário que mais pesquisas devem ser feita para entender melhor essa relação. Desse modo, este estudo foi relevante para a elaboração de uma investigação dentre o pensamento de diversos autores sobre o tema proposto.
Nessa etapa da revisão foram encontrados um total de 303.940 artigos de acordo com os critérios adotados na metodologia. No entanto, destes 303.940 trabalhos, 20 foram pré-selecionados e após leitura minuciosa apenas 15 (quinze) trabalhos foram selecionados pois traziam resultados referente ao tema, as sequelas pós COVID-19 com foco cardiovasculares. Os demais apresentavam informações relevantes, como sequelas cardiopulmonares, sequelas neurológicas, mas foram excluídos, pois fugiam do alvo central da revisão.
Encontram-se detalhados os principais aspectos da composição da amostra, da revisão dos artigos selecionados no Quadro 1 e na Tabela 1, abaixo.
Quadro 1 – Artigos utilizados nesta revisão integrativa.
Procedência | Título do Trabalho | Autores | Periódico | Considerações relevantes do trabalho |
PubMed | Considerações cardiovasculares no manejo de pessoas com suspeita de COVID longo | Quinn, K.L et al. | Can J Cardiol. doi:10.1016/j.cjca.2023.04.003. | COVID longa é uma condição caracterizada pela infecção causada pela COVID-19. Prevê-se que altere substancialmente a vida de milhões de pessoas. Complicações cardiovasculares, incluindo inflação sistêmica, lesão endotelial são complicação da COVID longo, que persistem/aparecem após o período típico de recuperação do COVID-19. |
Pubmed | Disfunção cardiovascular e autonômica na síndrome do COVID longa e o papel potencial de estratégias terapêuticas não invasivas nos desfechos cardiovasculares | Allendes, F.J et al. | Front Med (Lausanne). 2022; 9: 1095249. | É necessário desenvolver novas ferramentas de diagnóstico e terapêuticas que forneçam ao pessoal de saúde a capacidade de gerenciar as consequências da longa COVID. O diagnóstico preciso é essencial para identificar pacientes afetados por essa síndrome e direcionar os cuidados necessários. |
PubMed | Envolvimento cardíaco nas implicações a longo prazo da COVID-19 | Satterfield, N.R et al. | Nat Rev Cardiol. 2022; 19(5): 332–341. | O consórcio Electronic Medical Records and Genomics (eMERGE) está trabalhando no desenvolvimento de algoritmos de fenotipagem eletrônica para auxiliar os pesquisadores na identificação rápida de pacientes com COVID-19 longa que apresentaram sequelas cardiovasculares e de outros órgãos, utilizando registros eletrônicos de saúde. |
Pubmed | COVID longa: sequelas pós-agudas da COVID-19 com foco cardiovascular, 2021 | RAMAN, B et al. | Eur Heart J. 2022 14 de março; 43(11):1157–1172. | Estudos mostraram que o aumento do risco de DCV após a infecção por COVID-19 ocorre independentemente da idade, sexo, etnia e presença de fatores de risco cardiovascular ou DCV pré-existentes. |
Pubmed | COVID e doença cardiovascular: o que sabemos, 2021 | Chilazi, M et al. | Curr Atheroscler Rep. 2021; 23(7): 37. | Estudos iniciais sobre a prevalência da COVID longa se concentraram principalmente em pacientes hospitalizados e estimaram uma taxa de 30% a 80%. No entanto, esses estudos foram limitados nesse aspecto. |
PubMed | Efeitos cardiovasculares a longo prazo da COVID-19: dados emergentes relevantes para o clínico cardiovascular | Tobler, D.L et al. | Curr Atheroscler Rep. 2022; 24(7): 563–570. | Em um acompanhamento de médio prazo de 2 a 3 meses, foi observado que 78% dos pacientes que se recuperaram da infecção por COVID-19 apresentaram anormalidades na ressonância magnética cardíaca (RMC). Dentre esses pacientes, 60% apresentaram evidências de inflamação com base em T1 nativo elevado e realce T2. Além disso, foram identificadas cicatrizes focais e realce pericárdico em alguns casos. |
PubMed | Antecipando os efeitos cardiovasculares a longo prazo do COVID-19 | Becker, R.C el al. | J Trombólise Trombólise. 2020; 50(3): 512–524. | A COVID-19 está associada a lesões cardíacas isquêmicas e não isquêmicas, que podem se manifestar clinicamente ou de forma subclínica durante as fases aguda, subaguda e crônica da infecção pelo SARS-CoV-2. O risco de eventos clínicos após a recuperação inicial ainda está sendo investigado, porém é importante integrar monitoramento e avaliação de acompanhamento ao tratamento contínuo. |
PubMed | COVID longa e o sistema cardiovascular – elucidando causas e mecanismos celulares para desenvolver estratégias diagnósticas e terapêuticas direcionadas: uma declaração científica conjunta dos Grupos de Trabalho da ESC sobre Biologia Celular do Coração e Doenças do Miocárdio e do Pericárdio | Gyöngyösi, M et al. | Res. Cardiovasc. fevereiro de 2023; 119(2): 336–356. | A vacinação prévia contra o COVID-19 tem um efeito significativo na prevenção do COVID prolongado após a infecção e também reduz os sintomas em pessoas que já foram infectadas anteriormente. Além disso, a vacinação oferece a vantagem de diminuir novas infecções e aliviar os sintomas em caso de infecção, o que resulta na redução da incidência e gravidade do COVID longo. |
PubMed | COVID longa após avanço da infecção por SARS-CoV-2 | Al-Aly, Z et al. | Nat Med. 2022; 28(7): 1461–1467. | As pessoas que não foram hospitalizadas por COVID-19 ainda apresentam um risco pequeno, porém significativo, de desenvolver sequelas pós-agudas, abrangendo uma variedade de sistemas do corpo. Essas sequelas podem incluir doenças cardiovasculares, de coagulação e hematológicas, gastrointestinais, de saúde mental, metabólicas, musculoesqueléticas, pulmonares e um aumento do risco de fadiga. |
PubMed | Resultados cardiovasculares a longo prazo da COVID-19 | Xie, Y et al | Nat Med. 2022; 28(3): 583–590. | Compreender a importância de enfrentar os desafios colocados pela COVID longa e concordo que uma estratégia de resposta global de longo prazo é necessária para abordar essa condição de forma efetiva. O Long COVID, também conhecido como COVID-19 de longa duração ou Síndrome Pós-COVID, refere-se aos sintomas e complicações que persistem ou surgem após a fase aguda da infecção pelo COVID-19. |
PubMed | Complicações cardiovasculares da COVID-19 | Farshidfar F et al. | JCI Insight. 8 de julho de 2021; 6(13): e148980. | As células endoteliais (CEs) desempenham um papel importante na regulação da resposta imune, inflamação, coagulação e função plaquetária. Essas células têm sido implicadas em várias complicações associadas à COVID-19. A disfunção das CEs e a vasculite são consideradas como complicações cardiovasculares importantes da doença. Além disso, acredita-se que esses mecanismos também possam contribuir para o desenvolvimento da miocardite induzida pela COVID-19. |
PubMed | Manifestações cardíacas de infecção pós-aguda por COVID-19 | Mohammad, K.O et al. | Curr Cardiol Rep. 2022; 24(12): 1775–1783. | Dada a associação previamente estudada entre miocardite e a fase pós-aguda da infecção por COVID-19,descobriu que as arritmias ventriculares polimórficas são mais comuns durante a fase inflamatória ativa da miocardite relacionada à COVID-19. Por outro lado, as arritmias ventriculares monomórficas estão associadas à miocardite cicatrizada. Esses resultados sugerem uma relação entre o tipo de arritmia e o estágio da miocardite. |
Google academico | COVID longa e doença cardiovascular: uma abordagem de sistema de saúde de aprendizagem | Mohamed, M.O et al. | Nature Reviews Cardiologia volume 19, Páginas287–288 ( 2022 ). | A COVID-19 tem uma interação significativa com doenças cardiovasculares (DCV), sendo implicado em numerosos fatores de risco cardiometabólicos, como obesidade, tabagismo, hipertensão e diabetes mellitus. É importante manter a prevenção e o gerenciamento desses fatores de risco e doenças. |
Google academico | Além da COVID-19 aguda: uma revisão dos resultados cardiovasculares a longo prazo | Parhizgar, P et al. | Sociedade Cardiovascular Canadense volume (2023) | A taquicardia é um dos sintomas cardiovasculares mais comuns observados após a doença aguda do COVID-19. A síndrome de taquicardia pós-COVID foi proposta como uma subsíndrome do COVID longo e pode se manifestar como taquicardia sinusal inapropriada (IST) e síndrome de taquicardia ortostática postural (POTS) após a doença aguda. |
Google academico | Síndrome de COVID longa e manifestações cardiovasculares: uma revisão sistemática e meta-análise | Shrestha, A.B et al. | Diagnostics 2023, 13 (3), 491 | A elevação persistente de citocinas pró-inflamatórias e a ativação de múltiplas vias de sinalização do fator de crescimento podem induzir fibrose e cicatrização do tecido cardíaco. Essas vias fornecem uma explicação plausível para a vasta gama de complicações cardiovasculares na síndrome de covid longo, |
Tabela 1 – Resultados da busca nas bases de dados.
Base de dados | Descritores Utilizados | Artigos Encontrados |
Pubmed | Long COVID-19 AND Cardiovascular Symptoms | 109 |
Pubmed | Long COVID-19 AND Cardiovascular Disease | 1.831 |
Gloogle acadêmico | Long COVID-19 AND Cardiovascular Symptoms | 109.000 |
Gloogle acadêmico | Long COVID-19 AND Cardiovascular Disease | 193.000 |
Total | 303.940 |
4. REVISÃO INTEGRATIVA
A representação do protótipo final é constituída por quinze artigos sendo que destes, doze foram no PubMed e três no Google Acadêmico. Sendo a produção internacional de maior destaque no contexto da temática desta revisão, tendo predomínio assim o idioma inglês. Baseado no exposto observa-se que a convalescença pós-viral do COVID-19 pode durar vários meses até um ano ou até mais e durante esse período os indevidos podem experimentar uma ampla gama de sintomas persistentes ou recorrentes que afeta várias áreas do corpo, incluindo as manifestações cardiovasculares.
A síndrome pós-COVID-19 pode afetar o sistema cardiovascular de várias maneiras. Alguns dos mecanismos e fisiopatologias envolvidos incluem: inflamação sistêmica, a infecção pode desencadear uma resposta inflamatória conhecida como tempestade de citocinas, miocardite que é a inflamação do músculo cardíaco que pode levar a danos no tecido cardíaco e afetar a sua função, levando a sintomas como dor no peito, palpitações, falta de ar e fadiga. O vírus ainda pode causar disfunção endotelial causando uma vasoconstricção, e além de hipercoagulabilidade onde ocorre um aumento na formação de coágulos sanguíneo, que podem levar a TVP e EP.
Segundo Mohamed, M.O et al. (2022), vários mecanismos foram reivindicados para explicar os efeitos exacerbados das sequelas cardiovasculares na COVID-19 longa. Como descrito no artigo, a persistência viral no tecido cardíaco pode levar a uma resposta inflamatória crônica, mesmo após a resolução da infecção aguda. Essa resposta inflamatória contínua pode levar a danos nos tecidos cardíacos e contribuir para complicações cardiovasculares. É incluído também o mimetismo molecular que invoca uma resposta autoimune a antígenos cardíacos. O artigo cita a obesidade, tabagismo, hipertensão e diabetes mellitus como fatores que estão implicados na interação entre COVID-19 e DCV.
4.1 Os principais distúrbios cardiovascular da COVID-19 longa
Tobler, D.L et al. (2022) demostram em sua pesquisa, que dados emergentes de estudos de longo prazo têm mostrado uma carga significativa de distúrbios cardiovascular após a infecção aguda por COVID-19. Uma análise recente dos bancos de dados do Departamento de Assuntos de Veteranos (VA) dos EUA revelou um aumento na incidência de distúrbios cerebrovasculares, arritmias, doença cardíaca isquêmica, insuficiência cardíaca e distúrbios trombóticos entre 30 dias e 12 meses após a infecção por COVID-19. Essa analise demonstrou um risco aumentado de mais de 50% para essas complicações cardiovasculares no período mencionado.
Shrestha, et al. (2023), em sua revisão sistemática e meta-análise, analisaram um pequeno estudo realizado em atletas universitários saudáveis com COVID-19 leve mostrou que 15% dos participantes apresentavam evidências de miocardite na ressonância magnética. O autor ainda demostra pesquisas complementadas por achados ecocardiográficos, onde determinada a incidência de complicações cardiovasculares do COVID-19, incluindo insuficiência ventricular direita em 26,3%, insuficiência ventricular esquerda em 18,4%, insuficiência diastólica em 13,2% e perfusão pericárdica em 7,2%.
Allendes, et al. (2022), destacam que disritmias cardíacas (como fibrilação atrial, taquicardia sinusal/bradicardia, arritmias ventriculares e flutter atrial), doença inflamatória cardíaca (como pericardite e miocardite), doença cardíaca isquêmica (como doença coronariana aguda, isquemia cardiomiopatia e infarto do miocárdio), insuficiência cardíaca, distúrbios tromboembólicos, cardiomiopatia não isquêmica, são apresentados como os principais sintomas da COVID longa, independentemente da presença de morbidades cardiovasculares pré-existentes. Os resultados indicaram que as taxas de incidência ajustadas de desfechos cardiovasculares no período pós-COVID-19 foram significativamente maiores em comparação com o período pré-exposição, e esse risco aumentou gradualmente de acordo com a gravidade da fase aguda da doença.
Raman, B et al. (2022), demostraram, em um estudo conduzido internacionalmente por meio de uma pesquisa online com 3.762 pacientes, foram observados sintomas cardíacos em pacientes até sete meses após a infecção pelo COVID-19. Esses sintomas incluíam dor no peito em aproximadamente 53% dos pacientes, palpitações em cerca de 68% dos pacientes e desmaios em aproximadamente 13% dos pacientes. No total, cerca de 86% dos pacientes relataram algum tipo de sintoma cardíaco durante esse período. Além disso, o estudo identificou a presença da síndrome de taquicardia ortostática postural (POTS) em 31% dos pacientes.
Satterfield, B.A et al. (2022), em um estudo usando a RMC realizados entre 37 e 71 dias após o diagnóstico do COVID-19, destacam valores elevados de T1, que é um marcador de fibrose ou inflamação, encontrado em até 73% dos pacientes, e valores aumentados de T2, que é um marcador de edema, foram observados em até 60% dos pacientes. Além disso, padrões de realce tardio de gadolínio (LGE), semelhantes aos observados na miocardite, foram identificados em 32% a 45% dos pacientes. Esses achados levantaram preocupações sobre a presença contínua de miocardite e a possibilidade de uma epidemia de insuficiência cardíaca a longo prazo entre os sobreviventes do COVID-19.
4.2 Sequelas das repercussões cardiovasculares e o manejo terapêutico
Para Mohammad, K.O et al. (2022), a miocardite é uma das sequelas comuns da COVID longa, resultando em danos sérios no tecido cardíaco. Isso afeta a função do coração, reduzindo sua capacidade de bombear sangue e causando arritmias. O manejo terapêutico da miocardite envolve uma série de abordagem, mas, segundo o autor a ressonância magnética cardíaca (RMC) tem se mostrado uma das melhores modalidades para avaliar e quantificar a inflamação miocárdica no cenário de COVID longa.
A RMC é capaz de detectar sinais de miocardite, como o realce tardio com gadolínio não isquêmico (LGE) e valores elevados de mapeamento T2. Estudos têm demonstrado que aproximadamente 19% dos pacientes com COVID longa apresentam LGE não isquêmico e valores elevados de mapeamento T2 global, que são critérios consistentes com suspeita de miocardite de acordo com os critérios de Lake Louise. Esses achados sugerem a presença de inflamação miocárdica significativa.
Parhizgar et al. (2023) observaram que estudos destacaram que a cardiomiopatia isquêmica foi classificada como um dos 2 principais riscos cardiovasculares após a doença por COVID-19 em todas as faixas estárias. A cardiomiopatia isquêmica é uma forma de cardiomiopatia causada pela obstrução das artérias coronárias, levando a problemas como infarto do miocárdio e insuficiência cardíaca, a cardiomiopatia isquêmica foi identificada como um dos principais riscos cardiovasculares em todas as faixas etárias. O manejo terapêutico envolve uma abordagem multidisciplinar, com avaliação cardiológica completa e controle dos fatores de risco, como pressão arterial elevada, colesterol alto, diabetes, alimentação saudável, cessação do tabagismo e manutenção de peso adequado.
Satterfield, et al. (2022) atestaram que sobreviventes de COVID-19 têm potencial para desenvolver hipertensão pulmonar secundária à doença tromboembólica venosa. Os autores afirmam que vários registros estão sendo coletados ativamente sobre pessoas com sequelas pós COVID-19 para pesquisa e manejo terapêutico. Anormalidades laboratoriais e de imagem são observadas na doença aguda e pós-aguda do coronavírus 2019, incluindo biomarcadores cardíacos como troponina e peptídeo natriurético tipo B N-terminal elevados, marcadores inflamatórios como velocidade de hemossedimentação, proteína C-reativa, ferritina, IL-6 e lactato desidrogenase aumentados, e anormalidades ecocardiográficas como função sistólica diminuída, hipocinesia ou discinesia da parede ventricular, aumento do volume ventricular esquerdo e derrame pericárdico.
Chilazi, M. et al. (2021) relataram que a ecocardiografia tem fornecido informações detalhadas sobre o dano miocárdico no COVID-19, revelando padrões funcionais específicos de lesão. Um estudo realizado por Szekely e colegas descobriu que a disfunção do ventrículo direito (VD) é a anormalidade ecocardiográfica mais comum em pacientes hospitalizados com COVID-19, afetando quase 40% dos casos. A deterioração do VD está mais associada a piora clínica. Esses achados foram corroborados por uma coorte internacional multicêntrica de mais de 300 pacientes hospitalizados com COVID-19, em que cerca de 26% apresentaram disfunção do VD como a anormalidade mais comum.
Segundo Gyongyosi et al (2023), biomarcadores moleculares, como RNAs não codificantes, podem ajudar a prever resultados cardiovasculares em pacientes com infecção por SARS-CoV-2 devido à sua regulação dinâmica em resposta à doença. Alguns microRNAs e lncRNAs foram identificados como expressos diferencialmente em pacientes com infecção aguda, o que pode influenciar os sintomas. A regulação positiva de miR-21, miR-155, miR-208a e miR-499 em pacientes com COVID-19 foi sugerida como preditora de dano miocárdico crônico e inflamação. No entanto, esses alvos precisam de validação para confirmar seu valor preditivo em relação ao surgimento de eventos cardiovasculares a curto e/ou longo prazo após a infecção por SARS-CoV-2. Atualmente, não existem biomarcadores específicos para a COVID longa. Os biomarcadores circulantes específicos de órgãos detectados são consequência dos distúrbios nos órgãos relacionados à infecção por COVID-19, e seus valores diagnósticos e preditivos já foram estabelecidos.
Segundo Becker et al (2020), a taquicardia é um dos sintomas cardiovasculares mais comumente observados após a doença aguda por COVID-19, pode se apresentar como taquicardia sinusal inapropriada (IST) e síndrome de taquicardia ortostática postural (POTS). Geralmente se não tratada pode alterar a função cardíaca e lavar a insuficiência cardíaca. É necessário um cuidado proativo após a alta hospitalar entre pacientes com sintomas persistentes ou novos, visando prevenção, educação e comunicação. O autor ressalva o objetivo de ter uma Clínica Cardiovascular COVID-19 para avaliar proativamente pacientes infectados pelo SARS-CoV-2, identificar anormalidades cardiovasculares que possam indicar riscos graves ou fatais no futuro, e estabelecer uma base para um gerenciamento e acompanhamento otimizados.
4.3 Considerações Finais
XIE Y. et al (2022), demostraram uma coorte nacional de pacientes com COVID-19, em que há um risco e carga significativos de doença cardiovascular incidente ao longo de 12 meses, abrangendo várias categorias de doenças cardiovasculares, incluindo doença cardíaca isquêmica, doença cardíaca não isquêmica, arritmias e outras condições. Esses riscos e impactos na saúde cardiovascular foram observados mesmo entre aqueles que não foram hospitalizados durante a fase aguda da COVID-19. Portanto, é importante que os cuidados prestados às pessoas que sobreviveram à fase aguda da COVID-19 incluam atenção à saúde e à doença cardiovascular.
Para Becker et al (2020), a infecção por SARS-CoV-2 tem uma natureza multiforme e evolui rapidamente em termos de nossa compreensão sobre seus efeitos cardiovasculares agudos, subagudos e possivelmente crônicos. É crucial realizar um diagnóstico inicial e documentar os primeiros sinais, sintomas, estudos diagnósticos e complicações, seguido por um acompanhamento clínico em consultório ou ambulatório para pacientes “recuperados”. Isso será fundamental para a compreensão do COVID-19 e sua gestão abrangente. É necessário estabelecer plataformas de pesquisa para traduzir novos conhecimentos da síndrome pós-COVID-19 em cuidados ideais ao paciente.
Gyongyosi et al (2023), afirmam que, a pesquisa genética pode ser promissora para compreender as diferentes apresentações e a suscetibilidade individual ao COVID longo. Estudos genéticos, como GWAS, em populações com COVID-19, podem identificar variantes genéticas do hospedeiro associadas a subfenótipos específicos da doença. Essas pesquisas podem fornecer alvos mecanísticos para possíveis intervenções terapêuticas.
5. CONCLUSÃO
A COVID longa pode estar associada a sequelas cardiovasculares significativas. Os pacientes que se recuperam da infecção por COVID-19 podem apresentar riscos aumentados de desenvolver doenças cardiovasculares, como doença cardíaca isquêmica, arritmias e outras condições relacionadas ao coração. Portanto, é importante monitorar de perto a saúde cardiovascular dos pacientes que experimentam a COVID longa e fornecer intervenções adequadas para minimizar o impacto dessas sequelas.
Diante dessa realidade, há uma clara necessidade de profissionais de saúde capacitados e especializados no manejo e tratamento da COVID-19 longa. Esses profissionais devem ter um entendimento abrangente dos sintomas e complicações dessa condição, bem como das estratégias terapêuticas mais eficazes para melhorar a qualidade de vida dos pacientes afetados. Além, do necessário investir em estudos clínicos, pesquisas epidemiológicas e investigações científicas para entender melhor os mecanismos subjacentes, os fatores de risco e as melhores abordagens terapêuticas para essa condição.
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1 Acadêmico do Curso de Farmácia Universidade CEUMA
2 Docente do Curso de Farmácia, Universidade CEUMA