AS PERFORMANCES INFANTIS VINCULADAS ÀS PRÁTICAS DE LETRAMENTO E/OU À LITERATURA PARA CRIANÇAS

CHILDREN’S PERFORMANCES LINKED TO LITERACY PRACTICES AND/OR CHILDREN’S LITERATURE

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cs10202410082017


Aryana de Brito Silva Santos1; Arilena Antônia Carneiro2; Joelma Nascimento de Castro3; Avaetê de Lunetta e Rodrigues Guerra4; Marcelo Máximo Purificação5; Joyce Pereira Estani6; Viviane Soares7;  Simone Tonello Pereira de Mello8; Maria Luciana Constantino9; Erisnalva Pereira da Silva10; Gabriella Rodrigues Vilela11


RESUMO

O presente trabalho tem como objetivo analisar as performances infantis vinculadas às práticas de letramento e/ou à literatura para crianças. No atual ambiente carregado de mídia, a capacidade de ler textos de uma perspectiva crítica de alfabetização é imperativa, e influenciam as escolhas e comportamentos de leitura das crianças. O estudo evidencia a compreensão e o motivo do desapreço pela leitura por parte dos alunos, e propõe uma alternativa para reduzir tal desinteresse dos estudantes brasileiros. Essa crítica que o letramento e literatura pode ser promovida por meio da interação social, reforça nosso argumento para o desenvolvimento de práticas e críticas de alfabetização dos alunos através da participação em discussões de livros. De fato, as discussões de livros têm potencial para o desenvolvimento de habilidades críticas de alfabetização em ambientes educacionais, porque eles proporcionam espaços para o diálogo e a indagação crítica. Este estudo utilizou a revisão de literatura com bases indexadas em artigos com relação ao tema proposto.

Palavras-chave: Literatura. Performances infantis. Letramento. 

ABSTRACT

The present work aims to analyze children’s performances linked to literacy practices and/or literature for children. In today’s media-laden environment, the ability to read texts from a critical literacy perspective is imperative, and influences children’s reading choices and behaviors. The study highlights the understanding and reason for students’ lack of appreciation for reading, and proposes an alternative to reduce this lack of interest among Brazilian students. This critique that literacy and literature can be promoted through social interaction reinforces our argument for developing students’ literacy practices and critiques through participation in book discussions. Indeed, book discussions have potential for developing critical literacy skills in educational settings because they provide spaces for dialogue and critical inquiry. This study used a literature review with indexed bases in articles related to the proposed topic. 

Keywords: Literature. Children’s performances. Literacy.

1. INTRODUÇÃO 

A leitura performática, ou leitura oral fluente, pode ser praticada quando alunos jovens participam de uma leitura repetida de um livro com frases ou efeitos sonoros memoráveis e gestos adicionais, ou quando alunos mais velhos planejam como ler passagens de um livro com expressão para um público.

A leitura oral fluente tem três aspectos: precisão, ou seja, leitura das palavras de um texto sem erro de pronúncia; automaticidade, ou leitura das palavras em um texto corretamente e sem esforço; e prosódia, ou leitura com expressão e fraseado apropriados para refletir o significado de uma passagem.

Nas escolas os aprendizes passam a detestar a leitura por serem obrigados a lerem livros clássicos da literatura portuguesa e brasileira, que se distanciam do contexto histórico e teoricamente do cotidiano dos educandos, além do mais aplicam métodos formais e não criativos para trabalhar com a leitura em sala de aula.

A leitura viabiliza o desenvolvimento individual e social do cidadão, é pela e na leitura que construímos, reconstruímos e desconstruímos concepções pertinentes a nossa formação enquanto seres humanos. Este estudo propicia um entendimento do conceito de leitura e como é assimilada na sociedade moderna.

Dado seus focos variados, as experiências de alfabetização informais e formais, impactam de forma diferenciada habilidades de alfabetização das crianças. Especificamente, as atividades formais de alfabetização preveem a alfabetização precoce das crianças e leitura de palavras no 1º ano; em contraste, as atividades informais predizem a compreensão posterior da leitura por meio de linguagem e exposição de livros. 

Assim, se uma habilidade está em zero (notavelmente pobre), a compreensão da leitura não pode ocorrer. Mais especificamente, uma criança com um vocabulário forte, mas sem habilidades de leitura e uma criança que é um bom leitor, mas não tem vocabulário, ambos seriam incapazes de compreender o texto,

2. CONCEITO DE LEITURA 

Ler não é só codificar e decodificar palavras. É antes de tudo construir sentido para o que se lê. É por isto, que muitas vezes o “leitor” não adquire informações em um texto lido. Para extrair estas informações e, como resultado, construir sentido, é fundamental considerar os saberes prévios que o leitor dispõe sobre o assunto e o convívio, com o suporte de leitura. 

Ademais, as influências cognitivas, como as crenças, as opiniões ou atitudes e até mesmo o encorajamento ou objetivos diferentes, atuam na composição da representação sobre o evento ou o enunciado, o que faz com que ao ler um mesmo texto, distintos leitores incorporem significados diferenciados, constituindo diferentes tipos de inferências. Ler é se comunicar com o passado, com o presente e com o futuro. 

Existem diversos tipos de leitura, a leitura literal, que é feita de forma integral, exata. Já a leitura mecânica ocorre uma compreensão dos signos escritos, todavia não há o entendimento completo do texto, visto que o leitor se atenta somente ao que desperta a sua atenção, entretanto é de forma instintiva. Também existe a leitura rápida, é uma técnica de encontrar o que se busca no texto de forma ágil, lendo unicamente o que conceitua valoroso. Podendo citar também a leitura em voz alta e a leitura em silêncio, a leitura em silêncio é bastante costumeira, já que é feita para si mesmo, já a leitura em voz alta pode ser executada para outras pessoas, ou simultaneamente.

 A leitura reflexiva é desempenhada para se ter uma concepção mais profunda sobre o assunto, e vai além de uma simples leitura, é necessário a busca pela compreensão do que se leu. E por fim, a leitura recreativa, é praticada com o único intuito do prazer pela leitura, alguns exemplos são livros com conteúdo de aventura, romance, fantasia entre outros. 

2.1 IMPORTÂNCIA DA LEITURA 

A prática de leitura aprimora o senso crítico, a criança e o adolescente aprendem a buscar a verdade indagando e examinando profundamente sobre cada assunto. A consciência da função social de cada cidadão possibilita a aptidão de analisar, sobre as verdades impostas pela sociedade dominante. Por conseguinte, alguém com senso crítico aguçado não admite a imposição de qualquer tradição, dogma ou comportamento sem antes questionar. 

A leitura também é um dos melhores métodos para aperfeiçoar a competência comunicativa considerando que ler é um modo de estar em contato com a norma culta da língua, praticando a gramática correta e enriquecendo o vocabulário. Entre os principais benefícios para quem assume o hábito da leitura está a facilidade em obter sucesso profissional.

Segundo Thoreau (1882, p. 170), “Muitos homens iniciaram uma nova era na sua vida a partir da leitura de um livro.” O conteúdo de um livro pode ser tão intrigante para o leitor, a ponto de transformar o seu interior, encorajando-o a ousar em novas experiências, ler estimula a memória, ampliando a capacidade da nossa mente, livros são capazes de mudar as nossas vidas.

Ler desenvolve o senso crítico mais apurado; Evolução do pensamento sistêmico; Conhecimento de novas palavras e termos, tornando o vocabulário amplo e rico; Desenvoltura na oratória e expressão; Escrita mais coerente; Maior capacidade de persuasão; Estímulo à abertura de novas opiniões e pontos de vista; Expansão do repertório cultural; Maior qualidade nas relações interpessoais; Autodesenvolvimento contínuo.

2.2 PERCEPÇÃO DO ALUNO EM RELAÇÃO À LEITURA

Muitos alunos não têm a rotina de leitura em suas casas, e julgam a leitura por uma atividade não aprazível e nada interessante, por efeito da maneira em que é trabalhada a leitura e escrita nos colégios, não demostrando que isso pode ser algo prazeroso e vantajoso, somente estabelecendo o conteúdo programado, sem utilizar de inventividades e recursos, o que pode ser entendido em consequência da história do Brasil e a realidade atual. Aprendizes não possuem estímulos na maioria das escolas públicas e em seus lares, e nem a prática da leitura iniciada na infância. 

Ao utilizar livros infantis, os professores podem provocar pensamentos matemáticos por intermédio de questionamentos ao longo da leitura, ao mesmo tempo em que a criança desenvolve com a história o gosto pela leitura, a criatividade, a oralidade. 

As histórias são para a criança o que foram as parábolas de Cristo para os Cristãos, para os homens, sementes para germinar e frutificar” (COELHO, 1999, p. 17). 

A formação social da mente enfoca a importância da interação social no desenvolvimento e no aprendizado da criança ao apresentar o conceito de “zona de desenvolvimento proximal”: Ela é à distância entre o nível de desenvolvimento real, que se costuma determinar através da solução independente de problemas e o nível de desenvolvimento potencial, determinado através da solução de problemas sob a orientação de um adulto ou em colaboração com companheiros mais capazes (VYGOTSKY, 1991, p. 97). 

A leitura de textos de literatura parece adequada a esta finalidade, uma vez que ela “convida” o leitor a participar, a emitir opiniões e, ao mesmo tempo, encorajam-no a usar uma variedade de habilidades de pensamento – classificação, ordenação, levantamento de hipóteses, interpretação e formulação de problemas. 

O psicólogo russo chama a atenção para o fato de que: 

[…] por mais de uma década, mesmo os pensadores mais sagazes nunca consideraram a noção de que aquilo que a criança consegue fazer com a ajuda dos outros poderia ser, de alguma maneira, muito mais indicativo de seu desenvolvimento mental do que aquilo que consegue fazer sozinha” (ibidem, p. 96). 

É importante, acima de tudo, se preocupar com a realidade social do aluno, valorizar sua bagagem cultural, apontar caminhos para que ele seja capaz de exercer plenamente sua cidadania. 

A rede como metáfora, com seus fios, seus nós e seus espaços esgarçados, nos permite historicizar a nós mesmos, a nossos pensamentos e a nossos atos, se entendemos que nada surge do nada, que tudo, de alguma forma está ligados a tudo, aí incluídos os imprevistos, os acasos, os lapsos, as fraquezas. (AZEVEDO, 2002, p. 60).

Tudo isso, no entanto, não deve pretender dar conta apenas do desenvolvimento cognitivo da criança, mas, principalmente, de seu desenvolvimento, de sua criatividade principalmente quando lê um livro ou tenta buscar alguma resposta e descobre por magia que ali, naquela leitura, ele a encontrou como cita-nos Hunt neste trecho: 

“Estão na minha cabeça, mas podem ser encontradas em livros. Se a memória me falha, vou a um livro e lá estão elas à minha espera. Os educadores deveriam ter isso como mote: mais importante que saber é saber onde encontrar. Se eles soubessem disso, o ensino e os vestibulares seriam totalmente diferentes” (HUNT, 2010, p. 9). 

A Literatura no Ensino Médio deve sempre atrair as crianças pela sua diversidade nos conteúdos e temas abordados, considerando-se que este conteúdo seja sempre apresentado dentro da escola como forma lúdica, interativa e principalmente cultural para quem está lendo. 

Especificamente em se tratando da aquisição da leitura e da escrita, essas histórias podem oferecer muito mais do que o universo ficcional que desvelam e a importância cultural que carregam como transmissoras de valores sociais.

O hábito de ler deve ser desenvolvido, deve ser praticado. Muitos alunos não têm o apropriado entendimento sobre a magnitude, de ler, o que é ler, o que isso proporciona e como criar o costume.

A aprendizagem da leitura constitui uma tarefa permanente que se enriquece com as novas habilidades na medida em que se manejam adequadamente textos cada vez mais complexos. A aprendizagem da leitura não se restringe ao primeiro ano de vida escolar. Aprender a ler é um processo que se desenvolve ao longo de toda a escolaridade.

Segundo Ramos (2004, p. 91):

Alfabetização é o processo pelo qual se adquire o domínio de um código e das habilidades de utilizá-lo para ler e escrever, ou seja: o domínio da tecnologia – do conjunto de técnicas – para exercer a arte e ciência da escrita. Ao exercício efetivo e competente da tecnologia da escrita denomina-se Letramento que implica várias habilidades, tais como: capacidade de ler ou escrever para atingir diferentes objetivos.

Ao se diferenciar os processos de aprendizagem de ensino, foi se percebendo com mais exatidão, suas profundas interações.  Segundo Barbosa (1990, p. 71) afirma a este respeito que: 

[…] que toda criança tem um repertório de conhecimentos acumulados e organizados no decorrer de sua experiência de vida”. E esse acervo de conhecimento funciona como um esquema de assimilação, como uma teoria explicativa do mundo. É a sua estrutura cognitiva. Diante de um objetivo, a criança se mobiliza, estabelecendo uma relação entre o seu acervo de conhecimentos – a estrutura cognitiva e o novo estímulo a ser aprendido.

Um estudo longitudinal conduzido em Bristol (Wells 1986) mostrou, de forma contundente, a importância das experiências com a leitura de histórias para crianças de pré-escolar para o posterior sucesso escolar das crianças com a leitura e a escrita. Aquelas crianças, cujos pais liam regularmente e exploravam conjuntamente com elas os textos narrativos, não só aprenderam a ler com mais facilidade como se revelaram excelentes escritores no término do ensino fundamental.

Neste período emergiu também um vasto corpo de pesquisas que investigavam a relação entre o desenvolvimento de uma capacidade para refletir sobre as unidades sonoras das palavras e as diferenças individuais na aprendizagem inicial da leitura e da escrita em sistemas alfabéticos de escrita (PIMENTA, 2002).

Aprender a ler não é apenas uma experiência da vida escolar. É um complemento obrigatório para uma boa aprendizagem. E aprender a ler é habilidade que exige da escola uma concepção nova de leitura. Nessa nova percepção de aprendizagem Ferreiro (2003, p.21) afirma que: “geralmente as escolas têm operado com o princípio de que a leitura e a escrita devem ser ali ensinadas. A instrução tradicional de leitura se baseia no ensino de sinais ortográficos, nomes de letras, relações letra-som, e assim sucessivamente.”

Está focalizada habitualmente em aprender a identificar letras, sílabas e palavras.  Aprender a ler começa com o desenvolvimento do sentido das funções da linguagem escrita. Ler é buscar significado e o leitor deve ter um propósito para buscar significado no texto.

A formação social da mente enfoca a importância da interação social no desenvolvimento e no aprendizado da criança ao apresentar o conceito de “zona de desenvolvimento proximal”: Ela é à distância entre o nível de desenvolvimento real, que se costuma determinar através da solução independente de problemas e o nível de desenvolvimento potencial, determinado através da solução de problemas sob a orientação de um adulto ou em colaboração com companheiros mais capazes (VYGOTSKY, 1991, p. 97).

 Ler é ler escritos reais desde um nome de rua, cartaz, embalagem, jornal, panfleto, até chegar ao livro. É lendo de verdade, desde o início, que alguém se torna leitor e não aprendendo primeiro a ler. Segundo Ezequiel Theodoro da Silva (2003, p.49):

Ler em si não é viver. Ler é conseguir o devido combustível de ideias para viver em sociedade. E essa conquista passa necessariamente pela objetividade do ensino e da qualidade da escola. Isso não é uma interferência, mas um fato real ou no mínimo uma previsão mais do que acertada.

A leitura e a escrita não podem ser consideradas atividades isoladas no processo de desenvolvimento da criança. Estes dois processos gráficos fazem parte da evolução da linguagem e se inicia logo nos primeiros dias de vida da criança.

A este respeito Perrenoud (2002, p.20-21), afirma que: “a leitura envolve, primeiramente, a identificação dos símbolos impressos – letras, palavras – e o relacionamento destes símbolos com os sons que eles representam”.

Segundo Freire (1998) a leitura do mundo precede sempre a leitura da palavra. O ato de ler surge na sua experiência existencial. Primeiro, a “leitura” do mundo do pequeno mundo em que se movia; depois, a leitura da palavra que nem sempre, ao longo da sua escolarização, foi à leitura da “palavra mundo”.

2.3 HÁBITO DA LEITURA 

Relata magistralmente Paulo Freire, que a leitura do mundo precede a leitura da palavra e sua grande descoberta de mais de vinte anos atrás – o famoso método de alfabetização (da pesquisa do universo vocabular até a formação das palavras-chave: tijolo, parede etc.) 

Na realidade cotidiana do aprendiz nascia, naturalmente, o conhecimento do mundo das palavras e das frases escritas: o conhecimento do código. Muito bem, tudo isso, é ler. Mas o que é hábito? Consta no dicionário que hábito é “disposição duradoura, adquirida pela repetição frequente de um ato, uso, costumes”. Só a educação pode criar bons hábitos: Duas palavras saltam logo à vista: duradoura e adquirida. Não se pode, portanto, chamar de hábito de leitura em um ligeiro namorico com esse ou aquele livro. Da mesma forma, pode-se concluir que não se nasce com o gene da leitura” (REZENDE, 2013, p.12). 

É possível até fazer um paralelo entre dois hábitos fundamentais: o hábito alimentar e o hábito de leitura. A criança comerá o que a sua família ou grupo social comer. Até mesmo no nosso permanentemente mal nutrido Terceiro Mundo isso é verdadeiro. A criança com fome chega a rejeitar um alimento que não faz parte de seu cardápio semanal. 

O hábito se forma cedo, muito cedo. E o exame do contexto familiar comum mostra que é muito difícil a formação do hábito da leitura. 

A leitura é um dado cultural em que o homem poderia viver sem ela, e durante séculos, foi isso mesmo o que aconteceu. No entanto, depois que os sons foram transformados em sinais gráficos, a humanidade, sem dúvida, enriqueceu-se culturalmente. Surgiu a possibilidade de guardar o conhecimento adquirido e senti-lo às novas gerações. Assim, tornou-se cada vez mais importante para o homem saber ler. Não apenas decifrar aquele código escrito, mas a partir dele, discutindo-o contestando-o ou aceitando-o, para construir um pensamento próprio (REZENDE, 2013). 

Por isso costuma dizer que ler, no sentido profundo do termo, é o resultado da tensão entre leitor e texto, isto é, um esforço de comunicação entre o escritor, que elaborou, escreveu e teve impresso seu pensamento, e o leitor que se interessou comprou ou ganhou, folheou e leu o texto. Também por isso a leitura é uma atividade individual e só a leitura direta, sem intermediário, é uma leitura verdadeira: a leitura silenciosa, que mobiliza toda a capacidade de uma pessoa, é uma atividade quase tão criativa como a de escrever. 

Como não se trata de um ato instintivo, mas, pelo contrário, de um hábito a ser gradativamente adquirido, é preciso que se dê desde o início ao aprendiz da leitura o objeto a ser lido (livro, revista ou jornal), respeitando o seu nível de aprendizado. Daí a divisão em faixas de interesse, ou faixas etárias, normalmente usada, que nada mais é do que uma indicação para essas diferentes etapas da lenta caminhada até o domínio total da leitura (POE, 2012). 

Por tudo isso, existe uma produção específica destinada a crianças e jovens, que leva o nome de literatura infantil e juvenil. 

Pode surgir agora a pergunta: Por que literatura? Por que ao pensar em leitura fala-se de livros de ficção, isto é, livros que contam histórias, e não de cartilhas ou manuais? 

Acredita-se que a leitura de ficção (que supõe o uso anterior de cartilha) é a indicada quando se trata da criação do hábito de leitura, devido ao interesse imediato que suscita. Falando diretamente à imaginação e a sensibilidade, o texto literário, sem compromisso com a realidade, mas referindo-se continuamente a ela, pode, por sua força criadora, levar à comunicação leitor – texto que caracteriza o ato de ler. 

No mundo maravilhoso da ficção, a criação encontra, além de diversão, alguns dos problemas psicológicos que a afligem resolvidos satisfatoriamente, percebe em cada narrativa formas de comportamento social que ela pode aprender e usar no processo de crescimento em que se encontram informações sobre a vida das pessoas em lugares distantes, descobrindo, dessa forma, que existem outros modos de vida diferentes do seu (HUNT, 2010). 

Pesquisas já mostraram que as histórias favoritas de crianças de diversas idades refletem os conflitos emocionais e as fantasias particulares, que elas experimentam em diversos momentos da vida. 

O início da constituição de um bom leitor é o escutar histórias, o ouvir encaixa uma abertura interminável de descobertas e compreensões para a criança. Os contos de fadas, por oferecerem impasses, conflitos e soluções, aproximam as crianças de forma lúdica do mundo. A criança se deparará por meio da leitura, um mundo mágico, vivido por seres incríveis e que chamam a atenção dela. “A leitura seria a ponte para o processo educacional eficiente, proporcionando a formação integral do indivíduo”. (MARTINS, 1994, p.25). 

Segundo Abramovich (2006 p.17) “contar histórias é a mais antiga das artes. Nos velhos tempos, o povo sentava ao redor do fogo para esquentar, alegrar, conversar, contar casos. Pessoas que vinham de longe de suas Pátrias contavam e repetiam histórias para guardar suas tradições e sua língua.”

A literatura proporciona elementos fecundos para a criança. É conhecendo a necessidade cognitiva desta pode-se avaliar a necessidade da literatura na sua formação. A criança tem um universo próprio, cheio de sonhos e fantasias. 

Ouvir histórias é uma atividade que deve ser prazerosa para despertar o interesse em todas as idades. As crianças que têm a capacidade de imaginar mais intimamente, apreciarão melhor a relação com o mundo literário por meio da contação de histórias. Assim, a contação dos contos de fadas na Educação Infantil faz-se necessária no desenvolvimento das crianças que por meio delas terão a possibilidade de se formar e informar sobre a vida e o espaço que as cercam. De acordo com as novas diretrizes da educação no Brasil, publicada pela UNESCO (2007), “educar é desenvolver no ser humano quatro competências básicas: aprender a Ser, aprender a Conviver, aprender a Fazer e aprender a Conhecer” (VERSIANI, et.al., 2012).

Segundo Villardi (1999, p. 11): “Há que se desenvolver o gosto pela leitura, a fim de que possamos formar um leitor para toda vida”. A tarefa de contação de história mostra à criança a relação com os livros de literatura, estimulando o desenvolvimento cognitivo, a criatividade, a imaginação, e amplia a linguagem oral, a escrita, a coordenação motora, e a percepção visual, entre outros. Isso fica muito claro no que diz Abramovich (2006, p.23) “o ouvir histórias pode estimular o desenhar, o musicar, o sair, o ficar, o pensar, o teatrar, o imaginar, o brincar, o ver o livro, o escrever, o querer ouvir de novo”. 

E o segredo quem sabe nem esteja fundamentalmente nas estórias em si, mas no próprio ato de ler, de querer saber, o como ler, sair do estado de puro ouvinte e passar a leitor, a sair da situação de observador e passar a ser o ator, dentro da história e com certeza no seu dia a dia (ZILBERMAN, 2002).

As crianças que participam do enredo narrativo, conseguem distinguir os personagens e acompanhar a linguagem em que a contação vai sendo feita. Por meio da contação de história, a aprendizagem se torna mais interessante, a criança se interessa mais pelas produções de textos e do ato de ler (TORRES e TETTAMANZY, 2008).

Selecionar esses textos envolve, antes de tudo, bom senso e cuidado especial para adequá-los, inclusive, a situações vividas pelas crianças em determinadas épocas, podendo-se utilizar histórias que estejam de acordo com as experiências que elas trazem para a escola.

2.4 COMO ESTIMULAR A LEITURA

Ler não deve ser algo imposto, o professor deve incentivar os alunos a descobrirem os estilos literários de que mais gostem, uma maneira é levar a turma à biblioteca da escola e em bibliotecas da região para que conheça melhor esse universo, permitir que escolham o livro que mais desperte interesse, seja pelo tamanho, pelo gênero ou pela capa, o gosto pela leitura será gradativo, porém eficaz. 

Segundo Mark Twain: “Em uma boa biblioteca, você sente, de alguma forma misteriosa, que você está absorvendo, através da pele, a sabedoria contida em todos aqueles livros, mesmo sem abri-los.”. Introduzi-los neste ambiente, irá despertar a curiosidade e o interesse, o que é de imensa importância para esse processo. Conforme Isaac Asimov: “Não é apenas uma biblioteca. É uma espaçonave que irá levá-lo até aos confins do universo, uma máquina do tempo que vai levá-lo para o passado e ao futuro distante, um professor que sabe mais do que qualquer ser humano, um amigo que vai diverti-lo e consolá-lo em todas as saídas para uma vida melhor, mais feliz e mais útil.”. Professores podem disponibilizar em sala de aula mais de uma opção para o estudante escolher qual deseja trabalhar, fazer votações entre eles, e até mesmo solicitar que façam encenações de partes de livros para uma aula mais descontraída e prática. 

Outra estratégia é promover eventos culturais na escola, como olimpíadas de leitura, sarau literário, criação de textos de autoria do aluno, eventos musicais usando o conteúdo, permitir os alunos a desenvolver valores culturais e artísticos, e utilizar os talentos em prol do aprendizado, e também através desses trabalhos que, desde cedo, o adolescente poderá ter contato com as diferentes manifestações que definem a identidade cultural do seu país e esses projetos irão contribuir para a formação de adultos mais responsáveis e compromissados com sua identidade. 

Outra dica para trabalhar é o bate papo com alunos sobre livros e temas atuais que despertam o interesse pelo conhecimento, desenvolve o senso crítico e o respeito pela opinião do outro. Também desenvolve habilidades como investigação, reflexão, organização e avaliação. Essa atividade deve ser feita em círculo, deve haver um texto tema e um texto de apoio, é necessário um moderador para organizar o andamento do debate e as ordens de fala e possui avaliadores que podem ser dois alunos, para avaliar e descrever aos alunos como foi o desenvolvimento deles, se houve argumentações fundamentadas e se usaram de falácias argumentativas, se respeitaram as regras e outras informações que o avaliador achar necessárias. 

Um profissional da educação sem preparo, que pouco conhece os textos em circulação, desprovido de recursos para conduzir seus alunos ao caminho da leitura, desconhecedor de técnicas e metodologias adequadas, não se efetivará nesse processo. Ele como mediador do hábito de ler deverá propiciar atividades práticas que se fundamentam nessa lógica, criando diferentes momentos de leitura alicerçados em estratégias capazes de promover distintos níveis de letramento. (KRUG, 2015, p.2) 

Visto a importância do preparo do profissional da educação, as palestras contribuíram para esse desenvolvimento. Fazer reciclagem com os professores, treinamentos, troca de experiência entre eles, abranger os conhecimentos, motivar e desenvolver estratégias.

2.5 LETRAMENTO

Conforme Magda Soares (1985), o termo letramento é uma tradução da palavra inglesa literacy, que se refere à condição de ser letrado, de quem não apenas sabe ler e escrever, mas também faz uso competente e frequente da leitura e da escrita. O indivíduo apropria-se da leitura e da escrita para usá-las nas práticas sociais, utilizando o conhecimento escrito de diversas formas. 

Uma criança que mesmo antes de estar em contato com a escolarização, e que não saiba ainda ler e escrever, porém, tem contato com livros, revistas, ouve histórias lidas por pessoas alfabetizadas, presencia a prática de leitura, ou de escrita, e a partir daí também se interessa por ler, mesmo que seja só encenação, criando seus próprios textos “lidos”, ela também pode ser considerada letrada. (SOARES, 1985, p. 43).

O letramento é um fenômeno plural, multifacetado, cuja compreensão implica os usos e funções das demandas de leitura e escrita postas pela sociedade letrada, não apenas para o sujeito que sabe ler e escrever, mas, também, para quem utiliza o código a partir de alguma mediação

Martins (2003) comenta que “letrar” significa inserir a criança no mundo letrado, trabalhando com os diferentes usos da escrita na sociedade. Essa inserção começa muito antes da alfabetização propriamente dita, quando a criança começa a interagir socialmente com as práticas de letramento. 

“Letrado” poderia ser, então, o sujeito – criança ou adulto – que, independentemente de (já) ter ido à escola e de ter aprendido a ler e escrever (ter sido alfabetizado?), usasse ou compreendesse certas estratégias próprias de uma cultura letrada. (KLEIMAN, 1995, p. 19).

Além disso, Soares (2001) argumenta que a criança precisa saber fazer uso e envolver-se nas atividades de leitura e escrita. Ou seja, para entrar nesse universo do letramento, ele precisa apropriar-se do hábito de buscar um jornal para ler, de frequentar bibliotecas, livrarias, e com esse convívio efetivo com a leitura, apropriar-se do sistema de escrita.

De acordo com Quadros (2003), no período que a criança ouvinte começa a aprender a ler, ela já possui uma fluência conversacional em sua língua nativa e pode ser ensinada a transferir este conhecimento para a leitura. Já criança surda não chega na escola com as mesmas habilidades de formação de sentenças, vocabulário e conhecimento de mundo como as ouvintes. 

Ramos (1999) ao estudar o fracasso da produção de textos na escola de ouvintes sugere, como causas, o desconhecimento da norma culta falada e escrita; o desconhecimento e falta de prática da técnica de produção de textos (escrever, ler, reescrever, ler, etc.,); a ausência de treinamento na atividade de revisão; a ausência de um interlocutor real; a ausência de um objetivo social ou pragmático para a produção do texto; a ausência de modelos e padrões variados de textos; a ausência de uma hierarquia de tipos de textos, ordenados conforme o grau de dificuldade de produção ou de leitura; a ausência de uma clara definição do papel do professor no processo de produção de texto.

Assim como as sociedades no mundo inteiro, tornam-se cada vez mais centradas na escrita, e com o Brasil não poderia ser diferente. E como ser alfabetizado, ou seja, saber ler e escrever, é insuficiente para vivenciar plenamente a cultura escrita e responder às demandas da sociedade atual, é preciso letrar-se, ou seja, tornar-se um indivíduo que não só saiba ler e escrever, mas exerce as práticas sociais de leitura e escrita que circulam na sociedade em que vive (SOARES, 2001).

Britto (2005b) afirma que o debate sobre letramento e alfabetização na educação infantil deve apoiar-se na perspectiva das relações histórico-sociais das práticas da lecto-escrita. O grande desafio da educação infantil é a construção de bases para que as crianças possam se posicionar criticamente sobre a cultura na qual estão inseridas. A educação infantil, que está apenas preocupada com o ensino das letras desprovido de uma atividade crítica, significa um desrespeito com o tempo da infância e perpetua a educação tecnicista (BRITTO, 2005a).

No processo de alfabetização-letramento, a criança se apropria da língua escrita por meio da associação entre as letras e os sons produzidos, nos quais desenvolve habilidades de comunicação com o mundo exterior. É importante observar que as práticas pedagógicas de alfabetização devem atender às práticas de letramento, nas quais o aluno não irá apenas dominar o sistema alfabético, mas poderá aplicá-lo no contexto social no qual está inserido (CARVALHO, 2005). 

Segundo Zabala (1998), uma sequência didática é “uma forma de encadear e articular as diversas atividades didáticas ao longo da aprendizagem de um conceito”, na qual permite a (re) construção dos conhecimentos ao articular os conhecimentos prévios com os novos conhecimentos a adquirir. Além disso, essa rotina deve ser significativa, desafiadora e intencional, atendendo a heterogeneidade da turma e atenta aos modos de interação entre professor/aluno. 

Apreender um sistema linguístico possibilita a formação do pensamento e reestrutura as funções psicológicas da criança como atenção, memória e imaginação. A linguagem verbal, enquanto ação comunicativa e expressiva pode regular as trocas interativas com o mundo, possibilitando interpretações mais complexas. Vygotsky (1991, p.41) diz que “o pensamento se forma na vida social na medida em que o contexto social fornece conhecimentos”.

A realização dessas tarefas permite a modificação dos instrumentos materiais e simbólicos ou conduz à construção de outros. Na linguagem verbal, a oralidade é a qual a criança domina quando entra na escola. Dessa maneira, a linguagem oral assume duas importantes funções nas séries iniciais do ensino fundamental: primeiro estabelece a própria comunicação e a segunda é responsável pela mediação com a língua escrita, porque é através da leitura que o docente faz o contato da criança com os textos escritos (SCHMIDT, 2003).

Freire (1996, p. 23) diz que ensinar não significa transferir conteúdos, mas é um processo que envolve uma relação em que “quem forma se forma e reforma ao formar e quem é formado forma-se e forma ao ser formado”. O educador ao ensinar também aprende a ser educador. A prática de ensinar-aprender quando autêntica é uma vivência total, diretiva, política, ideológica, gnosiológica, pedagógica, estética e ética.

Esta tarefa não é fácil e exige do professor um olhar observador da sua própria prática. A Pedagogia Construtiva é aquela que abarca a prática da auto avaliação docente, acreditando que o professor é um ser humano e como tal, está em constante movimento e construção (LUCKESI, 2005). 

O educador deve se colocar como um adulto promovendo o desenvolvimento de uma criança no estado em que esteja sem perder o autocontrole.

2.6 AS PERFORMANCES INFANTIS VINCULADAS ÀS PRÁTICAS DE LETRAMENTO E LITERATURA

Além do método de implementação/desempenho aplicado no ensino de literatura infantil, há uma estreita relação entre literatura infantil e performance: em geral, realizar a literatura infantil em sala de aula produz melhores efeitos do que uma aula de literatura tradicional (BORGES DE MEDEIROS, 2010).

Isso ocorre principalmente porque as crianças entendem o mundo com “sentidos”. Assim, o desempenho é mais atraente para sua atenção do que a leitura, ou qualquer outro tipo de métodos de ensino (SCHECHNER, 2010).

As crianças geralmente têm que entender a história do livro através dos sentidos que incluem visão, audição, olfato, gosto, movimento. Eles gostam mais de ilustrações ou fotos do que textos. Na verdade, quando eles põem os olhos em um livro de histórias, o que lhes vem à mente são imagens visuais concretas. Elas também gostam do som (BUSATTO, 2011).

Quando eles estão lendo sozinhos, às vezes eles vão ler em voz alta porque através de sua voz, parecem compreender melhor o significado do texto. Certamente, sua parte favorita é quando os adultos “leem” para eles, especialmente quando os adultos criam vários sons incluindo os sons do vento, chuva, animais ou voz falando. Quanto ao sentido do paladar, é ainda mais óbvio. Muitos jovens e as crianças gostam de morder o livro; o livro parece ser comestível (MIGUEZ, 2009).

Os livros de histórias favoritos das crianças estão cobertos de dentes e marcas. Tal exemplo prova apropriadamente que as crianças são usadas para compreender a história através dos sentidos. Portanto, é preciso adaptar a literatura infantil ao roteiro, as crianças definitivamente prestar mais atenção aos trabalhos com base no que especialistas em crianças observaram

Ouvindo histórias, a criança aprende pela experiência a satisfação que uma história provoca; aprende a estrutura da história, passando a ter consideração pela unidade e sequência do texto; associações convencionais que dirigem as nossas expectativas ao ouvir histórias; o papel esperado de um lobo, de um leão, de uma raposa, de um príncipe; delimitadores iniciais e finais (‘era uma vez… e viveram felizes para sempre’) e estruturas linguísticas mais elaboradas, típicas da linguagem literária (SIMÕES, 2000).

O desdobramento da leitura de histórias em outras atividades relacionadas é fundamental na perpetuação do significado para a criança.

Para o letramento pode-se utilizar o jogo simbólico e espontâneo em que o corpo participa em todas as suas dimensões com a criança, uma vez que o jogo favorece o seu desenvolvimento cognitivo e sócio afetivo, como também é um ótimo auxiliar no processo de alfabetização.

O termo lúdico abrange a atividade individual e livre e a coletiva e regrada. Ludicamente é visto como “prazeroso” e nunca “livre”. Percebe-se que é impossível definir substancialmente o que é brincar: a natureza do compromisso com que é realizada transforma-a sutilmente em trabalho. (FREIRE, 1995).

De acordo com Fortuna (2012), apesar de o jogo ser uma atividade espontânea nas crianças, isso não significa que o professor não necessite ter uma atitude ativa sobre ela, inclusive, uma atitude de observação que lhe permitirá conhecer muito sobre as crianças com que trabalha. Segundo o autor, algumas funções do professor frente aos jogos podem ser sintetizadas como: a) providenciar um ambiente adequado para o jogo infantil, b) selecionar materiais adequados, c) permitir a repetição dos jogos, d) enriquecer e valorizar os jogos realizados pelas crianças, e) ajudar a resolver conflitos, f) respeitar as preferências de cada criança (FORTUNA, 2012, p.55). 

Enfim, são tais atitudes que demonstram concepções relacionadas à classe social, ao gênero e à etnia, e tentam justificar propostas relacionadas às brincadeiras introduzidas nas instituições de educação infantil.  (KISHIMOTO, 2000).

A Literatura Infantil deve sempre atrair as crianças pela sua diversidade nos conteúdos e temas abordados, considerando-se que este conteúdo seja sempre apresentado dentro da escola como forma lúdica, interativa e principalmente cultural para quem está lendo.

CONSIDERAÇÕES FINAIS 

Para finalizar, apresentam-se as considerações finais a respeito da leitura, ressaltando a importância da escola e dos pais nesse processo. A expectativa ao término deste trabalho é de ampliar a compreensão e o conhecimento do leitor sobre a importância da leitura e a prática de métodos atuais. 

Acredita-se que a literatura incentiva na formação da educação das crianças uma vez que pode transformá-las em leitores assíduos, pois as leva para um mundo de imaginação e fantasia ao qual pode ser o início de uma trajetória de encantamento à leitura, instigando assim o hábito de ler.

O fato de a leitura ser um instrumento educacional e de estar diretamente ligado à existência do indivíduo libertando-o e emancipando-o em suas ideias, vontades e em suas decisões, tem-se uma forte justificativa no ensino da leitura como um aprendizado que percorre a vida escolar e, que gradativamente vá enriquecendo o indivíduo. A escola deve fazer uso deste instrumento da leitura para que a criança tenha acesso aos bens culturais e, possa usufruí-los em seu próprio benefício, transformando-o em indivíduo capaz de cuidar da sua formação permanente.

A literatura infantil constroi um elo para a criança entre o mundo imaginário e o escrito, entretanto, para que a literatura possa estar presente na vida dela acredita-se que juntamente com os estímulos familiares é a forma em que a escola vive e convive com os textos literários têm um papel importante nessa formação. Ao considerarmos que a escola é um campo fértil onde ocorre a produção da leitura e dos leitores é indispensável o papel do professor, pois ele deve incentivar e mostrar a melhor maneira de se expressar o que o leve não apenas transmitir mas também a vivenciar com as crianças. A mediação do professor é essencial para conduzir as práticas e as ações com a leitura no espaço escolar.

Espera-se que essa ferramenta tecnológica venha a proporcionar novas abordagens aos conteúdos curriculares. Para tanto, o professor deverá repensar sua prática, visando incorporar o computador como uma ferramenta pedagógica auxiliar na busca de proporcionar aos alunos uma aprendizagem significativa, aproveitando a capacidade do educando de vir a ser sujeito mais ativo e motivado na descoberta e seleção de informações relevantes para sua formação intelectual, social e de conhecimento de mundo. O professor deve refletir criticamente a respeito de sua metodologia e estratégias de ensino, analisando e procurando perceber seus erros e acertos em relação aos resultados alcançados em sua prática educacional.

Nesse sentido, a utilização de recursos didáticos criativos e estratégicos permite que alunos possam compreender melhor o que se é ensinado. A leitura permite o despertar de sentimentos e emoções e não somente uma leitura que morre no momento em que é finalizada, mas que permanece. 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 

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BUSATTO, Cléo. A arte de contar histórias no século XXI: tradição e ciberespaço. Petrópolis, RJ: Vozes, 2011.

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1Especialização em Docência do Ensino da Matemática – Faculdade UniBF
2Especialização em Gestão Escolar – UNITINS
3Graduação em Ciências – Fundação de Ensino Superior de Olinda
4Mestrado em Filosofia – Universidad del Sol – PY
5Doutorado em Ensino – Centro Universitário de Mineiros
6Doutoranda em Educação – Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
7Graduação em Pedagogia – Universidade Anhanguera
8Especialização em Atendimento Educacional Especializado – UNICESUMAR
9Graduação em Pedagogia – Faculdade de Integração Zona Oeste
10Doutoranda em Movimento Humano e Reabilitação -Universidade Evangélica de Goiás
11Mestrado em Ambiente e Sociedade – Universidade Estadual de Goiás