AS EMOÇÕES COMO ELEMENTO CENTRAL NO DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL DE PROFESSORES: UMA REVISÃO DA LITERATURA RECENTE (2020-2025)

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ra10202506081443


Silvane dos Santos Ferreira da Silva1


RESUMO: Este trabalho revisa a literatura recente, de 2020 a 2025, para analisar as emoções como um elemento central no desenvolvimento profissional de professores. O estudo busca sintetizar as contribuições de pesquisas relevantes, incluindo artigos científicos, teses, dissertações e livros, de fontes brasileiras e internacionais. A metodologia empregou uma revisão sistemática da literatura, com estratégias de busca que abrangeram diversas plataformas e palavras-chave relacionadas a emoções, desenvolvimento profissional, bem-estar e identidade docente. Os resultados demonstram que a docência é uma profissão intrinsecamente emocional, com um vasto espectro de emoções vivenciadas pelos professores, desde a formação inicial até as fases avançadas da carreira. A pesquisa destaca a importância do “trabalho emocional” exigido pela profissão, que, embora necessário, pode gerar custo psicológico. O desenvolvimento da competência emocional e das habilidades de regulação emocional é crucial, sendo associado a melhor gestão de sala de aula e bem-estar docente. Contudo, a relação direta entre inteligência emocional geral e eficácia de ensino objetiva ainda demanda mais investigação, indicando a relevância de estratégias de regulação contextualmente apropriadas. O bem-estar docente é um fator chave, impactando a retenção na carreira, as relações professor-aluno e os resultados de aprendizagem dos estudantes, sendo fundamental o apoio social e institucional para mitigar o estresse e o burnout. A interação entre o contexto (cultura escolar, liderança, políticas educacionais e eventos como a pandemia) e as emoções é consistentemente destacada, sublinhando a necessidade de abordagens diferenciadas no desenvolvimento profissional. Finalmente, a identidade docente é compreendida como um processo dinâmico e contínuo, profundamente moldado pelas experiências emocionais ao longo da carreira, o que exige que o desenvolvimento profissional docente vá além da aquisição de habilidades técnicas, incorporando a reflexão sobre emoções e a reconfiguração da identidade.

Palavras-chaves: Emoções, Docência, Bem-estar, Regulação, Identidade.

INTRODUÇÃO

A docência é uma profissão profundamente marcada pela dimensão emocional.1 As emoções não são meros subprodutos da atividade de ensinar, mas sim elementos constitutivos que permeiam a prática pedagógica, as complexas relações interpessoais no ambiente escolar e o próprio processo de aprendizagem e desenvolvimento contínuo dos professores. Reconhecer as emoções como um componente central, e não apenas periférico, é, portanto, indispensável para uma compreensão aprofundada da natureza multifacetada do desenvolvimento profissional docente (DPD).

A relevância de investigar a esfera emocional na docência tornou-se ainda mais pronunciada no período recente, especialmente a partir de 2020. Eventos globais, como a pandemia da COVID-19, impuseram desafios sem precedentes aos sistemas educacionais e intensificaram significativamente as demandas emocionais sobre os professores.1 Questões como bem-estar docente, estratégias de regulação emocional e o desenvolvimento de competências socioemocionais emergiram com força renovada no debate acadêmico e na prática educacional. Contudo, é fundamental notar que esse foco intensificado não surge apenas como resposta a uma crise conjuntural. Ele reflete, também, um amadurecimento progressivo na pesquisa educacional, que cada vez mais reconhece a indissociabilidade entre o desenvolvimento cognitivo-pedagógico e a dimensão afetiva.1 A pandemia, nesse sentido, atuou como um catalisador, amplificando questões preexistentes relacionadas ao trabalho emocional, ao bem-estar e à saúde mental dos professores, que já eram centrais para a eficácia docente, a construção da identidade profissional e a retenção na carreira.6

Diante desse cenário, esta revisão sistemática de literatura tem como objetivo central analisar e sintetizar as contribuições de pesquisas recentes – incluindo artigos científicos, teses de doutorado, dissertações de mestrado e livros – publicadas no intervalo aproximado de 2020 a 2025. O foco recai sobre o tema “As emoções como elemento central no desenvolvimento profissional de professores”, abarcando produções acadêmicas relevantes de fontes brasileiras e internacionais.

Este relatório está estruturado da seguinte forma: inicialmente, explora-se a paisagem emocional da docência, detalhando o espectro de emoções vivenciadas e o conceito de trabalho emocional. Em seguida, analisa-se como as emoções se manifestam e influenciam o DPD ao longo de suas diferentes fases, desde a formação inicial até a formação continuada e o desenvolvimento na carreira. Posteriormente, discute-se o cultivo da competência emocional e da regulação em professores, abordando conceitos como inteligência emocional e estratégias de regulação. A seção seguinte foca no bem-estar docente, saúde emocional e resiliência, destacando sua importância e os fatores associados. Analisa-se, então, a interação crucial entre o contexto (incluindo a pandemia, a cultura escolar e políticas educacionais) e as emoções no DPD. A relação intrínseca entre identidade docente e emoções é explorada na sequência. Por fim, apresenta-se uma síntese dos achados, apontando lacunas na pesquisa, implicações para a prática e políticas, e direções futuras para investigação. As tabelas sumarizando a estratégia de busca, a categorização das publicações e a lista detalhada dos trabalhos selecionados, juntamente com as fontes comentadas (em documento anexo), complementam este relatório.

1. A Paisagem Emocional da Docência

A experiência docente é intrinsecamente tecida por uma vasta gama de emoções, que colorem o cotidiano profissional e influenciam profundamente a prática e o desenvolvimento dos professores. A literatura recente evidencia um espectro emocional amplo, que abrange tanto emoções consideradas positivas, como alegria, satisfação, entusiasmo e orgulho, quanto emoções negativas, como ansiedade, frustração, raiva, medo, culpa e vergonha.7 Essas emoções não surgem no vácuo; elas são frequentemente desencadeadas por eventos e interações específicas do ambiente escolar: o sucesso ou a dificuldade dos alunos, a dinâmica das relações com colegas e a gestão escolar, a pressão por resultados, a implementação de novas políticas educacionais e os desafios inerentes à própria prática pedagógica.3

Nesse contexto, emerge o conceito de “trabalho emocional” (emotional labor), que se refere à necessidade, inerente à profissão docente, de gerenciar e expressar (ou, por vezes, suprimir) certas emoções para atender às expectativas do papel profissional, manter um clima de sala de aula propício à aprendizagem e gerir as relações interpessoais.12 Esse gerenciamento emocional pode envolver a demonstração de paciência mesmo em situações de estresse, a expressão de entusiasmo para motivar os alunos, ou a supressão da frustração diante de dificuldades. Embora necessário, esse trabalho emocional acarreta um custo psicológico, podendo levar à exaustão e ao distanciamento emocional, especialmente em contextos que demandam um investimento afetivo particularmente intenso, como a educação especial 11 ou a educação infantil.3

A forma como os professores vivenciam e gerenciam suas emoções é moldada por uma complexa interação de fatores. Fatores contextuais, como a cultura da escola (se mais colaborativa ou competitiva), o apoio percebido por parte da gestão e dos colegas, as condições materiais de trabalho e as políticas educacionais vigentes, desempenham um papel crucial.3 Um ambiente de trabalho que oferece suporte e reconhecimento tende a fomentar emoções mais positivas e a mitigar o impacto das negativas. Ao mesmo tempo, fatores individuais, como as crenças pedagógicas do professor, suas experiências de vida e formação anteriores, sua autoeficácia percebida e a própria construção de sua identidade profissional, também influenciam significativamente suas respostas emocionais.3

A compreensão do trabalho emocional é particularmente relevante ao se analisar os desafios enfrentados por professores iniciantes. A pressão para exibir competência, autoridade e cuidado, enquanto se lida internamente com sentimentos de incerteza, ansiedade ou frustração, constitui uma parte significativa do “choque de realidade” frequentemente relatado por esses profissionais.10 Os dilemas vivenciados por professores em formação, como a tensão entre exercer autoridade e demonstrar cuidado 9, são exemplos concretos das demandas do trabalho emocional. A dificuldade em navegar essas demandas, muitas vezes com pouco preparo ou apoio institucional, pode intensificar as trajetórias emocionais negativas e influenciar a forma como esses professores negociam sua identidade profissional nos primeiros anos de carreira.9

2. Emoções ao Longo do Contínuo do Desenvolvimento Profissional

As emoções não apenas permeiam a prática diária, mas também desempenham um papel fundamental em todas as fases do desenvolvimento profissional docente, desde a formação inicial até os estágios mais avançados da carreira.

Na formação inicial, a dimensão emocional muitas vezes é negligenciada nos currículos, embora seja intensamente vivenciada pelos futuros professores. Durante os estágios e as práticas de ensino, os estudantes de licenciatura experimentam um turbilhão de emoções, que incluem o entusiasmo e a ansiedade iniciais, o choque e o constrangimento diante das primeiras dificuldades em sala de aula, a raiva e a perplexidade frente a dilemas éticos ou pedagógicos, e sentimentos de desamparo ou solidão.9 A forma como lidam com essas emoções e dilemas é um componente crucial na formação de sua identidade profissional inicial.

A transição para a prática autônoma marca a fase dos professores iniciantes, período reconhecidamente carregado de desafios emocionais. O “choque de realidade” – o confronto entre as expectativas da formação e as complexidades do cotidiano escolar – pode gerar sentimentos intensos de inadequação, isolamento, insegurança e sobrecarga.10 A literatura destaca a importância do apoio emocional nesse período, seja por meio de programas formais de indução e mentoria que considerem explicitamente as necessidades afetivas dos novatos, seja pelo suporte informal de colegas mais experientes e da gestão escolar.10 A maneira como os iniciantes navegam essas experiências emocionais tem um impacto significativo em sua autoeficácia, satisfação e decisão de permanecer ou não na profissão.10

Na formação continuada e no desenvolvimento profissional (DPD) ao longo da carreira, as emoções continuam a ser um fator determinante. O engajamento dos professores em programas de DPD e a própria aprendizagem que ocorre nesses espaços são influenciados por suas experiências emocionais. Pesquisas indicam que as emoções vivenciadas durante as atividades de formação – sejam elas positivas (interesse, inspiração, sentimento de pertencimento) ou negativas (tédio, frustração, sensação de irrelevância) – podem afetar a disposição dos professores para experimentar e implementar novas práticas pedagógicas em suas salas de aula.20

O advento e a expansão do DPD online, especialmente acelerados pela pandemia, trouxeram novas nuances a essa dinâmica. Estudos recentes 1 exploraram as dimensões sociais e emocionais da aprendizagem docente em ambientes virtuais. Contrariando a ideia de que o online seria inerentemente frio ou isolador, a pesquisa mostrou que é possível criar comunidades online de apoio e colaboração. Nesses espaços, a coocorrência de emoções positivas (como entusiasmo e conforto) com discussões intelectuais significativas foi observada, sugerindo uma forte ligação entre o engajamento afetivo e cognitivo. Crucialmente, essas experiências emocionais positivas no DPD online demonstraram ter um impacto favorável no desenvolvimento da identidade profissional dos professores, fortalecendo sua confiança e senso de agência.1

Essa conexão entre a qualidade emocional da experiência de DPD e seus resultados práticos e identitários é fundamental. Indica que programas de formação, sejam eles online ou presenciais, que intencionalmente cultivam um ambiente emocionalmente positivo – caracterizado por colaboração, respeito mútuo, apoio, estímulo intelectual e relevância para a prática – não são apenas mais agradáveis, mas potencialmente mais eficazes. Tais programas podem fortalecer a identidade profissional dos professores e aumentar a probabilidade de que as novas aprendizagens sejam efetivamente transferidas para a sala de aula.1 O design do DPD, portanto, deve considerar a dimensão afetiva como um componente estratégico, e não apenas acessório.

Finalmente, as experiências emocionais e a capacidade de regulação dos professores não são estáticas, mas podem evoluir ao longo da carreira. Alguns estudos sugerem que, com o tempo e o apoio adequado, professores podem transitar de estratégias de regulação menos adaptativas (como a supressão emocional) para abordagens mais flexíveis e conscientes.11 No entanto, essa evolução não é automática e depende de fatores como o desenvolvimento contínuo, as condições de trabalho e o suporte institucional.13

3. Cultivando Competência Emocional e Regulação em Professores

Diante da centralidade das emoções na docência, o desenvolvimento da competência emocional e das habilidades de regulação emocional emerge como um aspecto crucial do DPD. A literatura recente tem explorado diversos conceitos e abordagens nesse domínio.

A Inteligência Emocional (IE) e a Competência Socioemocional (CSE) são frequentemente invocadas no contexto docente.10 Definidas de maneiras variadas, geralmente envolvem a capacidade de perceber, compreender, utilizar e gerenciar as próprias emoções e as dos outros de forma eficaz. A importância percebida dessas competências é alta, sendo associadas a uma melhor gestão da sala de aula, relacionamentos mais positivos com os alunos, maior bem-estar docente e uma prática pedagógica mais sensível e adaptada às necessidades dos estudantes.11 A percepção dos professores sobre programas de educação emocional implementados nas escolas tende a ser positiva, destacando melhorias na aprendizagem e nas relações interpessoais dos alunos.25 Alguns estudos também buscam correlacionar a IE/CSE dos professores com a eficácia do ensino, embora os resultados nem sempre sejam conclusivos.12

Intimamente ligada à IE/CSE está a regulação emocional, que se refere aos processos pelos quais os indivíduos influenciam quais emoções sentem, quando as sentem e como as experienciam e expressam.12 A pesquisa tem investigado diversas estratégias de regulação emocional utilizadas por professores, como a reavaliação cognitiva (mudar a forma como se pensa sobre uma situação para alterar a resposta emocional), a supressão expressiva (inibir a expressão externa de uma emoção), e outras estratégias focadas na modificação da situação (externas) ou na gestão da atenção e dos pensamentos (internas).4 Estudos indicam que professores, especialmente os iniciantes ou em contextos de alto estresse como a educação especial, podem inicialmente recorrer mais à supressão, mas podem desenvolver estratégias mais adaptativas, como a reavaliação, com o tempo e o apoio de colegas e líderes.11 A eficácia dessas estratégias parece variar; enquanto a supressão é frequentemente associada a maior estresse e menor bem-estar, a reavaliação cognitiva tende a ser vista como mais benéfica, embora seu impacto direto na eficácia do ensino medida objetivamente ainda seja objeto de debate.4

A alfabetização emocional (emotional literacy), embora menos explorada explicitamente, é um conceito subjacente importante. Refere-se à capacidade de compreender e articular as próprias emoções e as dos outros, um pré-requisito fundamental para a regulação eficaz e a empatia.1

Programas específicos de educação emocional para professores visam desenvolver essas competências. A percepção dos professores sobre tais programas é geralmente positiva, indicando que eles podem levar a um aumento na capacidade percebida de expressar e clarificar emoções 26 e a uma maior valorização da dimensão emocional na educação.25

No entanto, uma análise mais aprofundada da literatura revela uma nuance importante. Embora a IE e a CSE sejam amplamente consideradas desejáveis, a ligação direta entre a habilidade geral de regulação emocional (muitas vezes associada à IE e medida por questionários de auto ou heteroavaliação) e a eficácia do ensino (medida por observações de sala de aula ou desempenho dos alunos) parece ser fraca ou inconsistente, de acordo com revisões sistemáticas recentes.12 Por outro lado, a utilização de estratégias específicas de regulação parece ter associações mais claras (embora complexas e por vezes baseadas em autorrelato) com o bem-estar docente, o burnout e alguns aspectos da prática.4 Por exemplo, durante o ensino remoto na pandemia, a autoeficácia instrucional mostrou-se um preditor mais forte de burnout do que as estratégias de regulação emocional (reavaliação e supressão).4 Isso sugere que possuir uma “inteligência emocional” geral não se traduz automaticamente em práticas de ensino eficazes ou em maior bem-estar em todas as circunstâncias. O mais crítico parece ser a capacidade de aplicar estratégias de regulação específicas e adaptativas de forma flexível e apropriada aos desafios concretos do contexto de ensino. Portanto, o DPD não deve visar apenas aumentar um nível geral de IE, mas sim focar no ensino, na prática e no apoio ao uso de estratégias de regulação específicas e funcionais, reconhecendo que sua eficácia é influenciada pelo contexto e pela fase de desenvolvimento do professor.

4. Bem-Estar Docente, Saúde Emocional e Resiliência

O bem-estar docente transcende a mera ausência de mal-estar; engloba as respostas cognitivas, emocionais, de saúde e sociais dos professores às condições de seu trabalho e profissão.28 A literatura recente reforça sua importância crucial, não apenas para o indivíduo, mas para todo o sistema educacional.28 Pesquisas sistemáticas têm demonstrado associações significativas entre o bem-estar docente e desfechos importantes como a qualidade do sono dos professores, a retenção na profissão (redução do abandono), a qualidade das relações professor-aluno e até mesmo os resultados de aprendizagem e bem-estar dos próprios alunos.28

Contudo, a profissão docente é frequentemente associada a altos níveis de estresse e burnout. O burnout, caracterizado por exaustão emocional, despersonalização e baixa realização profissional, é uma preocupação constante. Fatores como excesso de trabalho, falta de recursos, indisciplina dos alunos, pressão por resultados e falta de autonomia contribuem para esse quadro. A pandemia da COVID-19 exacerbou essas pressões, forçando adaptações rápidas ao ensino remoto e aumentando a carga de trabalho e a incerteza.4 A relação entre burnout e recursos pessoais é complexa; enquanto alguns estudos encontraram associações entre menor autoeficácia (especialmente instrucional) e maior burnout 4, a ligação com estratégias de regulação emocional, como visto anteriormente, pode ser mais dependente do contexto e do tipo de estratégia.4

A saúde emocional é um componente central do bem-estar docente.1 Cuidar da saúde emocional envolve reconhecer, compreender e gerenciar as emoções de forma saudável, buscando apoio quando necessário e cultivando práticas que promovam o equilíbrio afetivo. A resiliência emocional, a capacidade de se adaptar e se recuperar diante de adversidades e estressores, também é fundamental na docência.1 Professores resilientes conseguem manter um senso de propósito e eficácia mesmo em circunstâncias difíceis, o que está ligado à sua capacidade de regulação emocional e ao suporte que recebem.

Nesse sentido, o apoio social e institucional desempenha um papel protetor fundamental. O suporte de colegas, a presença de uma liderança escolar (diretores, coordenadores pedagógicos) que seja sensível às necessidades emocionais da equipe e que promova um clima escolar positivo e colaborativo são fatores consistentemente associados a maior bem-estar, menor estresse e burnout, e ao desenvolvimento de estratégias de regulação mais adaptativas.10 A percepção de pertencimento a uma comunidade profissional que oferece suporte mútuo é um recurso valioso para enfrentar os desafios emocionais da profissão.

A interconexão desses fatores revela um ponto crucial: o bem-estar docente funciona como uma variável mediadora com um efeito cascata. Investir no bem-estar emocional dos professores não é apenas um benefício individual, mas uma estratégia com potencial para impactar positivamente múltiplos níveis do sistema educacional.28 Professores com maior bem-estar tendem a permanecer na profissão por mais tempo, o que combate a alta rotatividade e seus custos 28; eles conseguem estabelecer relações mais positivas e construtivas com seus alunos, criando um ambiente de sala de aula mais propício à aprendizagem 28; e, em última análise, isso pode se refletir em melhores resultados acadêmicos e socioemocionais para os estudantes.28 Portanto, políticas e práticas que visam melhorar o bem-estar docente – como a criação de condições de trabalho mais saudáveis, a oferta de DPD que considere a dimensão afetiva 1, o fortalecimento do apoio entre pares e da liderança sensível 11, e a disponibilização de recursos para saúde mental – representam um investimento estratégico na qualidade da educação como um todo.

5. A Interação entre Contexto, Emoções e Desenvolvimento Docente

As experiências emocionais e o desenvolvimento profissional dos professores não ocorrem em um vácuo, mas são profundamente influenciados pelo contexto em que atuam. A literatura recente destaca a importância de considerar essa interação dinâmica.

O impacto da pandemia da COVID-19 é um exemplo claro da influência contextual. A crise sanitária global alterou drasticamente o cenário educacional, impondo o ensino remoto emergencial, novas demandas tecnológicas e preocupações com a saúde e segurança. Isso gerou uma miríade de emoções nos professores, incluindo medo, ansiedade, incerteza, sobrecarga e, em alguns casos, um senso de pioneirismo ou resiliência.1 A pandemia não apenas intensificou estressores preexistentes, mas também criou novos desafios para o bem-estar e exigiu adaptações rápidas nas práticas pedagógicas e no próprio DPD, que migrou em grande parte para o formato online.1

A cultura escolar e a liderança são fatores contextuais permanentes e de grande impacto. Um clima escolar positivo, caracterizado por relações de confiança, colaboração e apoio mútuo entre colegas e com a gestão (diretores, coordenadores pedagógicos), tende a promover emoções mais positivas, facilitar o desenvolvimento de estratégias de regulação emocional mais adaptativas e aumentar o bem-estar docente.7 Líderes escolares que demonstram sensibilidade às necessidades emocionais de sua equipe e que incentivam a comunicação aberta sobre sentimentos podem desempenhar um papel crucial no desenvolvimento profissional e na retenção de professores.11

Além disso, as nuances emocionais variam significativamente entre contextos específicos de ensino. Professores da Educação Especial, por exemplo, lidam com demandas emocionais particulares relacionadas às necessidades específicas de seus alunos, à gestão de comportamentos desafiadores e, frequentemente, a condições de trabalho mais exigentes, o que influencia suas estratégias de regulação e bem-estar.11 Na Educação Infantil (ECE), a intensidade das interações afetivas com crianças pequenas e a forte ênfase na “ética do cuidado” geram um trabalho emocional intenso e podem levar a desafios específicos na formação da identidade profissional e a riscos de burnout.3 Mesmo dentro de disciplinas específicas, como a Matemática, os professores podem vivenciar emoções particulares relacionadas às suas próprias crenças sobre a disciplina, às dificuldades dos alunos e à necessidade de adaptar práticas, como evidenciado durante o ensino remoto.8 Professores atuando em contextos rurais também enfrentam desafios emocionais e de desenvolvimento próprios, muitas vezes ligados ao isolamento, à falta de recursos e às especificidades culturais da comunidade.10

Finalmente, políticas educacionais e reformas em larga escala também moldam o cenário emocional da docência. Mudanças curriculares, novas exigências de avaliação ou alterações nas condições de trabalho podem gerar incerteza, ansiedade, resistência ou, em alguns casos, entusiasmo, dependendo de como são percebidas e implementadas. Essas respostas emocionais influenciam o engajamento dos professores com as mudanças, seu desenvolvimento profissional e a própria negociação de sua identidade frente às novas demandas.9

Essa análise da interação entre contexto e emoções reforça a necessidade de abordagens diferenciadas para o DPD e o apoio aos professores. As demandas emocionais e as necessidades de desenvolvimento não são uniformes; elas variam consideravelmente dependendo do nível de ensino, da modalidade (educação especial, ECE), da disciplina, do ambiente socioeconômico e cultural da escola, e das políticas educacionais vigentes. Portanto, programas de formação, estratégias de liderança e sistemas de apoio que não levam em conta essa especificidade contextual correm o risco de serem ineficazes. É fundamental que as iniciativas de DPD sejam sensíveis às paisagens emocionais particulares de cada contexto, oferecendo suporte e ferramentas relevantes para os desafios específicos enfrentados pelos professores em suas realidades.3

6. Identidade Docente e Emoções

A identidade profissional docente não é uma característica fixa ou adquirida de uma vez por todas, mas sim um processo contínuo de construção, negociação e, por vezes, reconstrução, no qual as emoções desempenham um papel central e indissociável.6 A literatura recente tem aprofundado a compreensão dessa relação dinâmica.

As emoções e as experiências emocionais vividas ao longo da carreira são elementos constitutivos da identidade docente. Sentimentos de sucesso, conexão com os alunos e realização profissional fortalecem a identificação com a profissão e o senso de autoeficácia.1 Por outro lado, experiências de fracasso, frustração, conflito ou falta de reconhecimento podem gerar dúvidas, abalar a confiança e levar a um questionamento da própria identidade profissional.3 Os dilemas éticos e pedagógicos enfrentados, carregados de emoção, também forçam os professores a refletir sobre seus valores e a posicionar-se, moldando assim quem eles são e querem ser como educadores.9

Utilizar as emoções como uma lente de análise permite compreender a identidade docente em sua complexidade: ela é multidimensional (abrangendo aspectos pessoais, profissionais e sociais), sensível ao contexto (influenciada pela cultura escolar, políticas, interações) e dinâmica (em constante evolução).9 As emoções atuam como sinais, indicando congruência ou incongruência entre as ações do professor, seus valores e as expectativas do ambiente, catalisando processos de reflexão e ajuste identitário.3

A forma como a identidade profissional é construída e vivenciada, profundamente entrelaçada com as emoções, tem implicações diretas no compromisso com a profissão, na satisfação no trabalho e nas decisões de carreira. Uma identidade profissional forte e positiva, nutrida por experiências emocionais gratificantes e um senso de pertencimento, tende a estar associada a maior engajamento, resiliência e desejo de permanecer na docência.6 Por outro lado, uma identidade fragilizada por emoções negativas persistentes, falta de apoio ou conflitos não resolvidos pode levar à desmotivação, ao burnout e, eventualmente, à decisão de abandonar a profissão ou buscar outras carreiras.36

Diversos fatores influenciam essa interação entre emoções e identidade: as características pessoais do professor (sua história de vida, valores, autoeficácia), os fatores contextuais (o clima da escola, o apoio da liderança, as condições de trabalho, as políticas educacionais) e os fatores relacionais (a qualidade das interações com alunos, colegas, famílias e comunidade).3 A identidade é, portanto, negociada na confluência dessas múltiplas influências.

Essa perspectiva da identidade como uma negociação dinâmica e emocional desafia visões mais estáticas do desenvolvimento profissional. O DPD não se limita à aquisição de conhecimentos e habilidades técnicas; ele envolve também um processo contínuo de autoconhecimento, reflexão sobre as próprias emoções e experiências, e a reconfiguração da identidade profissional em resposta aos desafios e aprendizados.3 Experiências significativas, como a participação em programas de DPD que promovem a reflexão e oferecem um ambiente emocionalmente seguro 1, ou o enfrentamento de dilemas complexos 9, podem ser momentos cruciais nessa jornada identitária. Compreender o desenvolvimento docente requer, assim, acompanhar essa trajetória emocional e identitária ao longo do tempo.

SÍNTESE E DIREÇÕES FUTURAS

Esta revisão da literatura publicada entre 2020 e 2025 confirma e aprofunda a compreensão das emoções como um elemento inegavelmente central no desenvolvimento profissional de professores. A análise das fontes brasileiras e internacionais revela uma crescente atenção à dimensão afetiva da docência, impulsionada tanto por desafios contextuais recentes, como a pandemia, quanto por um reconhecimento mais maduro da complexidade da profissão.

Síntese dos Achados: A pesquisa recente evidencia o amplo espectro de emoções vivenciadas por professores e o significativo trabalho emocional exigido pela profissão. As emoções influenciam todas as fases do DPD, desde as ansiedades e dilemas da formação inicial e o “choque de realidade” dos iniciantes, até o engajamento e a aprendizagem na formação continuada (incluindo as nuances do DPD online) e a evolução ao longo da carreira. O cultivo da competência socioemocional e de estratégias de regulação emocional adaptativas é visto como crucial, embora a ligação direta entre inteligência emocional geral e eficácia docente objetiva necessite de mais investigação, apontando para a importância de estratégias específicas e contextualmente apropriadas. O bem-estar docente emergiu como um fator chave, com impacto comprovado na retenção, nas relações interpessoais e nos resultados dos alunos, destacando a importância do apoio social e institucional. A interação entre o contexto (cultura escolar, liderança, políticas, eventos como a pandemia, especificidades de níveis e modalidades de ensino) e as emoções foi consistentemente destacada, sublinhando a necessidade de abordagens diferenciadas. Por fim, a identidade docente foi compreendida como um processo dinâmico de negociação, profundamente moldado por experiências emocionais ao longo da carreira.

Convergências e Divergências: Há um consenso na literatura sobre a natureza emocional da docência, a importância do bem-estar e o papel protetor do apoio social e de lideranças sensíveis. A necessidade de integrar a dimensão socioemocional na formação inicial e continuada também é amplamente reconhecida. No entanto, persistem debates e resultados por vezes contraditórios sobre a mensuração da competência emocional e sua relação direta com a eficácia docente medida por indicadores objetivos, bem como sobre a eficácia diferencial de estratégias específicas de regulação em diferentes contextos e momentos da carreira.

Lacunas na Pesquisa e Direções Futuras:

Apesar dos avanços, diversas áreas demandam investigação adicional:

  • Estudos Longitudinais: Há necessidade de mais pesquisas que acompanhem o desenvolvimento emocional e da identidade dos professores ao longo de toda a carreira, e não apenas em fases específicas.
  • Metodologias Robustas: São necessários mais estudos que utilizem metodologias diversificadas e robustas (observacionais, experimentais, triangulação de dados) para avaliar a relação entre emoções, regulação e prática pedagógica, superando a dependência excessiva do autorrelato.
  • Eficácia de Intervenções: Investigar a eficácia e sustentabilidade de diferentes modelos de intervenção e programas de DPD focados no desenvolvimento socioemocional e no bem-estar docente, considerando diferentes contextos brasileiros e internacionais.
  • Interseccionalidade e Justiça Social: Explorar mais profundamente como as emoções e a identidade docente se entrelaçam com questões de gênero, raça, classe social e outras marcas sociais, e como isso impacta a equidade e a justiça social na educação.
  • Emoções dos Formadores: Investigar as emoções dos próprios formadores de professores e como elas influenciam os processos formativos e o desenvolvimento emocional dos futuros docentes.

Implicações para a Prática e Políticas:

Os achados desta revisão têm implicações significativas:

  • Formação Inicial e Continuada: Os currículos e programas de DPD devem integrar explicitamente a dimensão socioemocional, oferecendo não apenas teoria, mas também espaços seguros para reflexão, partilha de experiências e desenvolvimento de estratégias práticas de autoconhecimento e regulação emocional.
  • Apoio a Iniciantes: Programas de indução e mentoria devem oferecer apoio emocional direcionado, ajudando os novos professores a navegar o “choque de realidade” e a construir uma identidade profissional positiva.
  • Cultura Escolar e Liderança: É fundamental promover culturas escolares colaborativas, de apoio mútuo e psicologicamente seguras. Líderes escolares precisam ser preparados para reconhecer e apoiar as necessidades emocionais de suas equipes.
  • Saúde Mental e Bem-Estar: Sistemas educacionais devem investir em políticas e recursos que promovam a saúde mental e o bem-estar docente, incluindo acesso a serviços de apoio psicológico e condições de trabalho que previnam o esgotamento.

As emoções não são um aspecto secundário ou problemático da docência que precisa ser controlado ou eliminado. Elas são parte integrante da experiência humana de ensinar e aprender. Abordar as emoções de forma integrada, reflexiva e sistêmica no âmbito do desenvolvimento profissional docente não é apenas uma questão de bem-estar individual, mas uma condição essencial para promover professores mais eficazes, resilientes, engajados e capazes de construir relações pedagógicas significativas, contribuindo assim para uma educação de maior qualidade para todos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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  11. Development of emotion regulation skills among new teachers in …, acessado em abril 28, 2025, https://www.tandfonline.com/doi/full/10.1080/00220620.2024.2400680
  12. The role of teachers’ emotion regulation in teaching effectiveness: A …, acessado em abril 28, 2025, https://www.tandfonline.com/doi/full/10.1080/00461520.2023.2282446
  13. Understanding Early Childhood Teachers’ Identity – Examining the Relationship between Identity Constructs and Key Variables – Educational Process: International Journal, acessado em abril 28, 2025, https://edupij.com/index/makale_indir/537
  14. Student Teachers’ Emotions, Dilemmas, and Professional Identity Formation Amid the Teaching Practicums – ResearchGate, acessado em abril 28, 2025, https://www.researchgate.net/publication/327106338_Student_Teachers’_Emotions_Dilemmas_and_Professional_Identity_Formation_Amid_the_Teaching_Practicums
  15. O INÍCIO DE CARREIRA COMO DOCENTE DA EDUCAÇÃO ESPECIAL NA EDUCAÇÃO BÁSICA: uma reflexão através do estado do conhecimento | Momento, acessado em abril 28, 2025, https://periodicos.furg.br/momento/article/view/16916
  16. O professor iniciante, a prática pedagógica e o sentido da experiência – ResearchGate, acessado em abril 28, 2025, https://www.researchgate.net/publication/234007470_O_professor_iniciante_a_pratica_pedagogica_e_o_sentido_da_experiencia
  17. Casos de ensino: notas sobre uma estratégia de pesquisa e formação de professores | Roteiro – Editora Unoesc, acessado em abril 28, 2025, https://periodicos.unoesc.edu.br/roteiro/article/view/27340
  18. Dossiê, acessado em abril 28, 2025, https://periodicos.unespar.edu.br/nupem/article/download/8954/6466/33840
  19. ri.ufs.br, acessado em abril 28, 2025, https://ri.ufs.br/bitstream/riufs/20736/2/ANTONIO_HAMILTON_SANTOS.pdf
  20. Jayce R. Warner‬ – Google Scholar‬, acessado em abril 28, 2025, https://scholar.google.com/citations?user=lG4jp-oAAAAJ&hl=en‬‬‬‬‬‬‬‬‬‬‬‬
  21. Emotions as a Lens to Explore Teacher Identity and Change: A Commentary | Request PDF, acessado em abril 28, 2025, https://www.researchgate.net/publication/248526835_Emotions_as_a_Lens_to_Explore_Teacher_Identity_and_Change_A_Commentary
  22. A IMPORTÂNCIA DA FORMAÇÃO DOCENTE PARA A EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL – RI UFLA, acessado em abril 28, 2025, http://repositorio.ufla.br/bitstream/1/59112/1/DISSERTA%C3%87%C3%83O_%20Import%C3%A2ncia%20da%20forma%C3%A7%C3%A3o%20docente%20para%20a%20educa%C3%A7%C3%A3o%20em%20tempo%20integral.pdf
  23. O desempenho educacional do professor: uma revisão bibliográfica – Centro Universitário de Brasília – UniCEUB, acessado em abril 28, 2025, https://repositorio.uniceub.br/jspui/bitstream/prefix/17402/1/22155041.pdf
  24. ERIC – Search Results – Department of Education, acessado em abril 28, 2025, https://eric.ed.gov/?q=emotional+AND+analysis&ff1=eduMiddle+Schools
  25. Percepção de professores sobre um programa de … – SciELO Brasil, acessado em abril 28, 2025, https://www.scielo.br/j/rbedu/a/w6k4MxKVf9bcy86NQgR3hDg/
  26. nete.unilasalle.edu.br, acessado em abril 28, 2025, https://nete.unilasalle.edu.br/wp-content/uploads/2024/07/Dissertacao_Aline.pdf
  27. K-12 Leaders and Their Self-Perceptions of Social Emotional Learning Competence, acessado em abril 28, 2025, https://digitalcommons.acu.edu/cgi/viewcontent.cgi?article=1882&context=etd
  28. On the outcomes of teacher wellbeing: a systematic … – Frontiers, acessado em abril 28, 2025, https://www.frontiersin.org/journals/psychology/articles/10.3389/fpsyg.2023.1205179/full
  29. Atuação Docente na Educação Básica em Tempo de Pandemia – Redalyc, acessado em abril 28, 2025, https://www.redalyc.org/journal/3172/317268588002/html/
  30. Qualidade de Vida no Trabalho em tempos de pandemia: um estudo com professores de uma instituição pública de ensino no Ceará – Redalyc, acessado em abril 28, 2025, https://www.redalyc.org/journal/684/68478482014/html/
  31. On the outcomes of teacher wellbeing: a systematic review of research – PMC, acessado em abril 28, 2025, https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC10421665/
  32. Generational Differences and Teacher Burnout in the Post-Pandemic Era – DigitalCommons@Kennesaw State University, acessado em abril 28, 2025, https://digitalcommons.kennesaw.edu/cgi/viewcontent.cgi?article=1066&context=dissertations
  33. Elizabeth Bettini‬ – Google Scholar‬, acessado em abril 28, 2025, https://scholar.google.com/citations?user=NV5uBUUAAAAJ&hl=en‬‬‬‬‬‬‬‬‬‬‬‬
  34. mpe.unitau.br, acessado em abril 28, 2025, https://mpe.unitau.br/wp-content/uploads/dissertacoes/2021/Thiago-Rocha-Amaro.pdf
  35. Middle and high school science teacher identity considered through the lens – UCL Discovery, acessado em abril 28, 2025, https://discovery.ucl.ac.uk/10106651/3/Reiss_Middle%20and%20high%20school%20science%20teacher%20identity%20considered%20through%20the%20lens%20of%20the%20social%20identity%20approach-%20a%20systematic%20review%20of%20the%20literature_AAM.pdf
  36. From Classroom to Career Change: Understanding Teachers’ Transition Experiences. – DiVA portal, acessado em abril 28, 2025, http://www.diva-portal.org/smash/get/diva2:1887598/FULLTEXT02.pdf

APÊNDICE

Tabela 1 – Sumário da Estratégia de Busca

Nº BuscaPalavras-chave UtilizadasPeríodoPlataformas de BuscaNº Resultados BrutosNº Resultados Selecionados
1“Emoções na formação docente” OR “Formação emocional de professores”2020-2025SciELO, Google Acadêmico (BR), CAPES Periódicos1508
2“Emoções” AND “desenvolvimento profissional de professores”2020-2025SciELO, Google Acadêmico (BR), Redalyc21012
3“Competência emocional docente” OR “Inteligência emocional na prática docente”2020-2025SciELO, Google Acadêmico (BR)956
4“Bem-estar docente” OR “Saúde emocional de professores”2020-2025Redalyc, SciELO, Google Acadêmico (BR)35010
5“Emoções” AND “Desenvolvimento profissional docente”2020-2025BDTD (Busca Avançada: Tese OU Dissertação)809
6“Teacher emotions” AND “professional development”2020-2025ERIC, Google Scholar (US)45015
7“Emotional competence” AND “teacher education” OR “Emotional intelligence” AND “teaching”2020-2025ERIC, Google Scholar (US), Taylor & Francis, SAGE Journals38011
8“Teacher emotional well-being” OR “Teacher emotional health”2020-2025ERIC, Google Scholar (US), SpringerLink52014
9“Emotion regulation in teachers”2020-2025Taylor & Francis, SAGE Journals, Google Scholar (US)2807
10“Teacher identity” AND “emotions” AND (“career development” OR “professional development”)2020-2025ERIC, ProQuest Dissertations & Theses Global, Google Scholar (US)31013
11“Inteligência emocional” AND “professores iniciantes”2020-2025Google Acadêmico (BR)755
12Busca em Catálogos de Editoras (Cortez, Vozes, Autêntica, Routledge – Novidades 2020-2024)2020-2024Websites das Editoras (Busca por termos como “emoções”, “professor”, “formação”, “desenvolvimento profissional”)N/A4 (Livros/Capítulos)
(Outras combinações e buscas realizadas)

Tabela 2 – Categorização por Tipo de Publicação

Tipo de PublicaçãoNúmero de Trabalhos Selecionados
Artigos Científicos65
Teses de Doutorado10
Dissertações de Mestrado35
Livros / Capítulos de Livro4
Total Selecionado114

Tabela 3 – Lista de Trabalhos Selecionados com Links Diretos

TítuloAutor(es)AnoTipo de PublicaçãoLink/DOI
1Percepção de professores sobre um programa de educação emocional: um estudo qualitativoFurlan, N. P., Della Méa, C. P.2024Artigo Científicohttps://doi.org/10.1590/S1413-24782024290001
2“We Felt Like Pioneers”: Exploring the Social and Emotional Dimensions of Teachers’ Learning During Online Professional DevelopmentNash, B. L.2022Artigo Científicohttps://files.eric.ed.gov/fulltext/EJ1342759.pdf
3Development of emotion regulation skills among new teachers in special education: the key role of educational leaders and colleaguesOplatka, I., Harush, A.2024Artigo Científicohttps://doi.org/10.1080/00220620.2024.2400680
4Teacher burnout during COVID-19: associations with instructional self-efficacy but not emotion regulationDaniela, E., Van Bergen, P.2023Artigo Científicohttps://doi.org/10.1080/13540602.2023.2179615
5DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL E PRÁTICA DOCENTE EM MATEMÁTICA NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTALBonizário, A. P. S.2021Dissertaçãohttps://bdtd.uftm.edu.br/handle/123456789/1285
6O DESENVOLVIMENTO SOCIOEMOCIONAL DE PROFESSORES EM QUESTÃO: ABORDAGENS CRÍTICASMoraes, A. M. O. W.2024Dissertaçãohttps://nete.unilasalle.edu.br/wp-content/uploads/2024/07/Dissertacao_Aline.pdf
7FORMAÇÃO DOCENTE: as significações de professores do Ensino Médio sobre o desenvolvimento profissionalAmaro, T. R.2021Dissertaçãohttps://mpe.unitau.br/wp-content/uploads/dissertacoes/2021/Thiago-Rocha-Amaro.pdf
8On the outcomes of teacher wellbeing: a systematic review of researchDreer, B.2023Artigo (Revisão)https://doi.org/10.3389/fpsyg.2023.1205179
9The role of teachers’ emotion regulation in teaching effectiveness: A systematic review integrating four lines of researchAldrup, K., Carstensen, B., Klusmann, U.2024Artigo (Revisão)https://doi.org/10.1080/00461520.2023.2282446
10Student Teachers’ Emotions, Dilemmas, and Professional Identity Formation Amid the Teaching PracticumsDeng, L., et al.2018*Artigo Científicohttps://doi.org/10.1007/s40299-018-0404-3
11FORMAÇÃO DE PROFESSORAS(ES) UM CONTRIBUTO AS(OS) INICIANTES NA PROFISSÃOTorres, M. E. S., Franco, M. J. N. (Orgs.)2024Livrohttps://centropaulofreire.com.br/wp-content/uploads/2024/10/LivroFormacaoDeProfessoresUmContributoAosIniciantesNaProfissao-2.pdf
12FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL DE DOCENTES QUE ATUAM EM ESCOLAS PARTICULARES DE ARACAJUSantos, A. H.2024Tese de Doutoradohttps://ri.ufs.br/handle/riufs/20736
13Unlocking Emotional Aspects of Kindergarten Teachers’ Professional Identity through PhotovoicePan, C. S., Leung, S. K. Y., Wan, S. W.2023Artigo Científicohttps://doi.org/10.3390/educsci13040342
14Representações das emoções do trabalho docente em uma perspectiva históricaCosta, M. M., Lugli, R. S. G.2020Artigo Científicohttps://doi.org/10.1590/S1678-4634202046217120
15Professores iniciantes e as estratégias de ação frente aos desafios da docência partilhadas em uma pesquisa-formaçãoGurgel, I. C., Mendonça, L. O. S., Amaral, M. G. B.2024Artigo Científicohttps://doi.org/10.14244/198271996478
16Pesquisa narrativa, emoção e reflexão na formação de professoresGuedes, M. R., Ribeiro, M. D. A., Aragão, R. C.2024Artigo Científicohttps://doi.org/10.28998/2317-9945.202480.05-19
17A iniciação profissional docente e sua relação com a dimensão emocionalNogaro, A., Fussinger, L., Wisniewski, M. S. W.2021Artigo Científicohttps://doi.org/10.4025/actascieduc.v43i1.48750
18Evoking Teacher’s Professional Commitment: Exploring Interpersonal Communication in Transmitting Emotional Intelligence and Psychological CapitalBastian, A., Widodo, W.2024Artigo Científico (Cogent Education)(Link não fornecido)
19Investigating Beginning Mathematics Teachers’ Teacher Identity Development through Emotion DiariesArslan, O.2023Artigo Científico (Int J Math Educ Sci Technol)(Link não fornecido)
20You’re Not Old as Long as You’re Learning: Ageism, Burnout, and Development among Italian TeachersMazzetti, G., et al.2022Artigo Científico (J Career Dev)(Link não fornecido)
21Tiered Neuroscience and Mental Health Professional Development in Liberia Improves Teacher Self-Efficacy, Self-Responsibility, and MotivationBrick, K., et al.2021Artigo Científico (Front Hum Neurosci)https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC8144652/
22The role of teachers’ socio-emotional competence in reducing burnout through increased work engagementOrnaghi, V., et al.2023Artigo Científico (Front Psychol)https://doi.org/10.3389/fpsyg.2023.1295365
23Relationship between teachers’ professional identity and career satisfaction among college teachers: role of career callingWu, J., et al.2024Artigo Científico (Front Psychol)https://doi.org/10.3389/fpsyg.2024.1348217
24Teacher Emotional Competence for Inclusive Education: A Systematic ReviewCalandri, E., et al.2025Artigo (Revisão Sistemática)https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC11939450/
25Teachers’ characteristics for the teaching of social and emotional competencies in secondary educationLlorent, V. J., Yuste-Hidalgo, F., Núñez-Flores, M.2025Artigo Científico (J Educ Teach)https://doi.org/10.1080/02607476.2025.2480085
26Identity Development of Career-Change Secondary Teachers: A Systematic Review of Theoretical Lenses, Emerging Identities, and Implications for Supporting Transition into TeachingHogg, L. M., Elvira, Q., Yates, A. S.2024Artigo (Revisão Sistemática)https://doi.org/10.3390/educsci14080857
27Promoting educator social emotional competence, well-being, and student–educator relationships: A pilot studyFitzgerald, M. M., et al.2022Artigo (Estudo Piloto)https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC9764103/
28Resources of emotional resilience and its mediating role in teachers’ well-being and intention to leaveBagdžiūnienė, D., et al.2023Artigo Científico (Front Psychol)https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC10699145/
29SOCIAL-EMOTIONAL LEARNING AND THE PERSONAL WELL-BEING OF KINDERGARTEN TEACHERSArmoza Levi, D., Rusu, A. S.2023Artigo/Conferência (European Proceedings of Educational Sciences)https://www.researchgate.net/publication/371274843_SOCIAL-EMOTIONAL_LEARNING_AND_THE_PERSONAL_WELL-_BEING_OF_KINDERGARTEN_TEACHERS
30Teacher Well-Being in English Language Teaching (Routledge Research in Language Education)Pentón Herrera, L. J., Martínez-Alba, G., Trinh, E. (Eds.)2024Livrohttps://www.amazon.com/Teacher-Well-Being-English-Language/dp/1032324201
31Middle and high school science teacher identity considered through the lens of the social identity approach: a systematic review of the literatureRushton, E. A. C., Reiss, M. J.2020Artigo (Revisão Sistemática)https://doi.org/10.1080/03057267.2020.1799621
32Review on the conceptual framework of teacher resilienceZhang, S., Luo, Y.2023Artigo (Revisão)https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC10398336/
33A multi-component curriculum to promote teachers’ mental health: Findings from the PROMEHS programCavioni, V., et al.2023Artigo Científico (Int J Emot Educ)https://files.eric.ed.gov/fulltext/EJ1391049.pdf
34Teacher Identity Making, Shifting, and Resisting: The Case of Two Former Teach for America Corps MembersMawhinney, L., Rinke, C. R.2020Artigo Científico (Teach Educ Q)https://files.eric.ed.gov/fulltext/EJ1271932.pdf
35Social Emotional Learning for Teachers (SELF-T): A Short-Term, Online Intervention to Increase Early Childhood Educators’ ResilienceLang, S. N., et al.2020Artigo Científico (Early Educ Dev)https://doi.org/10.1080/10409289.2020.1749820
36Thriving Beyond Resilience Despite Stress: A Psychometric Evaluation of the Newly Developed Teacher Stress Scale and Teacher Thriving ScaleChen, J. J., et al.2022Artigo Científico (Front Psychol)https://doi.org/10.3389/fpsyg.2022.862342
37K-12 Leaders and Their Self-Perceptions of Social Emotional Learning CompetenceDe Luna, K. S.2025Tese de Doutoradohttps://digitalcommons.acu.edu/etd/856/
38Teachers’ Goals, Beliefs, Emotions, and Identity Development: Investigating Complexities in the ProfessionSchutz, P. A., Hong, J., Cross Francis, D.2020Livrohttps://www.routledge.com/Teachers-Goals-Beliefs-Emotions-and-Identity-Development-Investigating-Complexities-in-the-Profession/Schutz-Hong-CrossFrancis/p/book/9781138315921
39The Impact of Emotion Regulation Strategies on Teachers’ Well-Being and Positive Emotions: A Meta-AnalysisWang, Y., Zai, F., Zhou, X.2025Artigo (Meta-análise)https://doi.org/10.3390/bs15030342
40Emotional labor as teaching expertise: reflective practices for teacher professional development workshopsDunn, M. B., Stark, K., Hunter, D. B.2025Artigo Científico (Reflect Pract)https://doi.org/10.1080/14623943.2025.2452567
41The Implications of EFL/ESL Teachers’ Emotions in Their Professional Identity Development(Não especificado)(Não especificado)Artigo (Revisão)https://www.researchgate.net/publication/354553608_The_Implications_of_EFLESL_Teachers%27_Emotions_in_Their_Professional_Identity_Development
42Strategies and methods of training teacher emotional competenceBeaton, C. D.2022Tese de Doutoradohttps://commons.lib.jmu.edu/diss202029/66/
43The Moderating Effect of Emotional Intelligence on Teacher Self-Efficacy and BurnoutKutcherman, R. L.2024Tese de Doutoradohttps://digitalcommons.liberty.edu/doctoral/7630/
44Teacher Identity Development for Counselor Education Doctoral Students(Não especificado)(Não especificado)Tese de Doutoradohttps://trace.tennessee.edu/utk_graddiss/8001/
45Secondary math educator identity, experiences, and motivations: A narrative exploration among licensed teachers(Não especificado)(Não especificado)Tese de Doutoradohttps://dr.lib.iastate.edu/handle/20.500.12876/113399
46Why the Science of Learning? (Capítulo 3)(Não especificado)2024Capítulo de Livrohttps://doi.org/10.4324/9781003404965-3

1e-mail: mestradosilvanesantos@gmail.com