THE CONSEQUENCES OF BARTONELLA HENSELAE INFECTION IN THE HUMAN BODY
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/fa10202410130010
Uânderson de Mattos Fonseca1
Beatriz Lima Bandeira2
Gustavo Brito Costa3
Chimene Kuhn Nobre4
RESUMO
A presente pesquisa apresenta uma revisão integrativa sobre as ações das bactérias denominadas Bartonella henselae no organismo humano. Nessa perspectiva, tornam-se essenciais compreender os possíveis desdobramentos negativos dessa infeção nos seres humanos, além de suas formas de transmissão e contágio. Desse modo, os objetivos visam explicar as formas de transmissão da mazela. Esta pesquisa bibliográfica foi fundamentada em consultas detalhadas sobre a temática, bem como observações de dados de estudos científicos renomados e pesquisas clínicas. Nesse sentido, envolveu-se uma análise de periódicos científicos em bancos de dados como: “Scientific Electronic Library Online” (Scielo), “Public Medical Literature Analysis and Retrieval System Online” (PubMed), Biblioteca virtual em saúde (BVS) e Google Acadêmico. Os resultados evidenciam um perfil de segurança favorável, com a maioria dos eventos adversos sendo leves e autolimitados.
Palavras-chave: Doença da arranhadura do gato; Bartonella henselae; Neuroretinite; Neuropatias.
1 INTRODUÇÃO
De acordo com a definição, o termo zoonose se refere a doenças transmitidas aos seres humanos por intermédios de vetores animais. Nessa conjuntura, a doença da arranhadura do gato desponta como um dos inúmeros integrantes que compõe o significado dessa expressão. um marco na compreensão das consequências das interações humanas com felinos domésticos. Parinaud observou que pacientes que apresentavam escoriações causadas por gatos, especialmente os domésticos, manifestavam não apenas linfonodos aumentados, mas também sintomas de conjuntivite. Esta descoberta pioneira estabeleceu uma conexão direta entre os sinais clínicos característicos da doença e as marcas deixadas pelos animais, lançando luz sobre os mecanismos de transmissão e os efeitos patológicos associados (HAGIWARA et al., 2015).
Atualmente, a Doença da Arranhadura do Gato (DAG) – como é popularmente conhecida – é uma moléstia causada pela inoculação direta dessas bactérias (bactérias gramnegativas) no homem, por meio de arranhaduras; de mordeduras e de lambeduras de gatos e de felinos – esta última forma de transmissão em menor grau –, que levam a uma abertura na solução de continuidade da pele humana. Isso ocorre, sobretudo, porque esses felinos, particularmente os mais jovens, atuam como hospedeiros intermediários (receptáculos), nos quais a bactéria pode se reproduzir e, quando em contato com a pele humana rompida, infectálos. Assim, a proliferação dessas células parasitárias leva não só complicações no sistema nervoso central dos hospedeiros humanos, mas também prejuízos no sistema nervoso periférico (FOURNIER, 2001), (SLHESSARENKO, 1998), (LOPES, 2020).
2 METODOLOGIA
Primeiramente, este estudo constitui uma pesquisa bibliográfica, a qual foi orientada pelos seguintes meios de pesquisa: “Scientific Electronic Library Online” (Scielo), “Public Medical Literature Analysis and Retrieval System Online” (PubMed), Biblioteca virtual em saúde (BVS) e Google Acadêmico. Ainda sobre a temática de busca, para encontrar os termos descritores dispõe-se da ferramenta de pesquisa Medical Subject Headings (MeSH), dentro do BVS.
Foi escolhido como o principal descritor doença da arranhadura do gato, em inglês catscratch disease. Para a seleção de artigos, utilizou-se os bancos de dados Medline/PubMed e BVS/Bireme e usando os seguintes descritores, em português e inglês, respectivamente, Bartonella henselae; infecções e infections, neuroretinite e neurorretinitis, sempre agrupados aos pares. Somado a isso, dentre as pessoas que contraíram infecções por Bartonella henselae, os indivíduos que apresentaram sequelas neurológicas serão o foco de objetos de estudo.
Artigos correlatos com a infecção a Bartonella henselae, bem como as complicações neurológicas da moléstia serão usados como parâmetros de inclusão e de exclusão na metodologia, dispensando-se recorrer aos artigos que não contêm dados pertinentes à temática proposta do trabalho. Com tudo isso, far-se-á não só uma averiguação seletiva, mas também uma leitura crítica de artigos; de casos clínicos; de sites informativos e de vídeos que apresentem informações acerca do tema proposto. Por fim, a análise de dados ocorrerá por intermédio da inserção de tabela com características dos artigos, a saber: título do artigo; ano de publicação; autores; objetivo do estudo e considerações gerais.
A busca identificou por meio da pesquisa nas bases de dados 22.419 estudos; 129 artigos selecionados a partir dos critérios de inclusão/ filtros. Como resultado da triagem de título e resumo, 53 estudos foram incluídos na base desse trabalho. O texto completo dos 53 artigos restantes foi revisado, de modo a levar à exclusão de mais 23 artigos que não continham descrições de intervenção; de dados e resultados; bem como não correspondiam a objetivos da pesquisa. Isso resultou em 30 artigos incluídos na revisão para extração de dados, tal como ilustrado na figura. (FIGURA 01)
Figura 1 – Fluxograma PRISMA dos estudos selecionados.
3 RESULTADOS E DISCUSSÕES OU ANÁLISE DOS DADOS
3.1 Etiologia da doença e transmissibilidade
Inicialmente, a doença da arranhadura do gato, causada por bactérias gram-negativas em forma de bacilos, representa um desafio de saúde pública. Essa condição é reconhecida como uma zoonose, ou seja, uma doença infecciosa que pode ser transmitida de animais para seres humanos.
Segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (2021), as zoonoses são geralmente restritas aos animais, mas podem ocasionalmente afetar os humanos como hospedeiros acidentais. A relevância dessa zoonose é ampliada pelo fato de ser transmitida por uma espécie doméstica comum, como os gatos. Isso destaca a importância de medidas preventivas, como cuidados na interação com os animais e higienização adequada das feridas causadas por arranhaduras ou mordidas.
Inicialmente, para que as bactérias gram-negativas possam invadir o organismo humano, é essencial que elas se desenvolvam primeiro em seus hospedeiros definitivos, ou seja, nos felinos. Nesse cenário, quando esses animais são infectados por pulgas da espécie Ctenocephalides felis, que atuam como vetores na propagação das bactérias, ocorre o desenvolvimento desses bacilos (LOPES, 2020). Essas bactérias não apenas se alojam nas células sanguíneas dos felinos, mas também são encontradas em sua saliva. Assim, quando os gatos se lambem, eles depositam essas bactérias em suas patas e unhas.
Consequentemente, quando os humanos entram em contato próximo com esses animais, seja através de arranhões, lambidas ou mordidas, há o potencial de transmissão da Bartonella henselae para o hospedeiro humano acidental (COTTÉ, 2008). Além disso, de acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças, embora em baixa frequência, a transmissão da doença também pode ocorrer pela picada da pulga infectada diretamente no ser humano, resultando em infecção (FIGURA 2).
Figura 2 – Ciclo da zoonose da Bartonella henselae.
Fonte: CDC, 20218.
Essa cadeia de transmissão destaca a complexidade da doença da arranhadura do gato, sublinhando a importância da conscientização sobre medidas preventivas, como o controle de pulgas nos animais de estimação e a prática de higiene adequada após interações com felinos. A compreensão desses mecanismos é fundamental para mitigar os riscos associados à zoonose e promover a saúde pública (LOPES, 2020).
Após a inoculação do agente infeccioso na corrente sanguínea humana, os bacilos da B. henselae demonstram uma afinidade pronunciada por invadir os eritrócitos, onde encontram um ambiente favorável para sobreviver e proliferar dentro dessas células eucarióticas (VELHO, 2002). A escolha pela invasão dos eritrócitos é fundamentada no fato de que essas células proporcionam um nicho protetor que facilita o crescimento do agente infeccioso (LINS, 2019). Este estágio é conhecido como fase intraeritrocítica.
Além de sua predileção pelos eritrócitos, essas células procarióticas também têm a capacidade de penetrar células endoteliais. Apesar de serem capazes de invadir essas células, sua preferência clara continua sendo os eritrócitos, onde encontram condições ideais para persistir e se multiplicar (FIGURA 3).
Figura 3 – Invasão dos bacilos da Bartonella henselae nos eritrócitos
Fonte: Imagem licenciada por Lecturio, 2021, editado.
3.2 Aspectos clínicos da Doença da Arranhadura do Gato
A doença da arranhadura do gato apresenta duas formas distintas: típica e atípica. Na forma típica, mais comum em adultos e adolescentes, observada em cerca de 89% dos casos, caracteriza-se por ser benigna, subaguda e autolimitada. Após o contato com o animal, entre 3 a 5 dias, torna-se visível uma lesão no local da contaminação, e em casos de contaminação ocular, pode ocorrer a formação de granulomas. Essas lesões podem persistir por dias a semanas antes de regredirem, coincidindo com o início dos primeiros sintomas da doença. Geralmente, um único linfonodo é afetado inicialmente.
Por outro lado, a forma atípica da doença da arranhadura do gato ocorre em uma pequena proporção de casos e pode apresentar características clínicas diferentes, como envolvimento de múltiplos linfonodos, sintomas mais graves e prolongados, e maior susceptibilidade a complicações.
Uma manifestação atípica da doença da arranhadura do gato é a Síndrome Oculoglandular de Parinaud (FIGURA 4), que se distingue por uma conjuntivite unilateral, geralmente sem dor e sem secreção purulenta. Esta síndrome é caracterizada pela presença de um nódulo granulomatoso na pálpebra, decorrente do contato do paciente com arranhaduras de gato ou pela manipulação direta do animal (HAGIWARA et al., 2015).
Além da conjuntivite, outros sintomas possíveis incluem inflamação dos gânglios linfáticos próximos à região afetada e, em casos mais graves, manifestações sistêmicas como febre e mal-estar.
Figura 4 –Síndrome Oculoglandular de Parinaud
Fonte: Imagem cedida pelo Dr. Daniel Barbosa Brito
A manifestação mais comum da doença da arranhadura do gato é a linfadenomegalia, caracterizada pelo aumento dos gânglios linfáticos, que geralmente aparece cerca de duas semanas após a inoculação do agente infeccioso. A localização específica da linfadenopatia depende do local da inoculação inicial. Os locais mais frequentemente afetados incluem a axila, epitróclea, pescoço, áreas supraclaviculares e submandibulares (VERÇOZA, Ana Maria Teixeira et al., 2014).
Em aproximadamente 5 a 10% dos casos de doença da arranhadura do gato, ocorrem manifestações oculares, sendo o olho o órgão mais comumente afetado depois dos gânglios linfáticos (MOREIRA, J et al., 2019). A neurorretinite é uma das manifestações oculares mais sérias (FIGURA 5), caracterizada pela inflamação da vasculatura do disco óptico, resultando na exsudação para a retina peripapilar. Os pacientes com neurorretinite frequentemente experimentam uma significativa diminuição da acuidade visual. Neste caso, é importante destacar que esses sintomas geralmente são autolimitados, e a maioria dos pacientes recupera a visão completa. No entanto, alguns indivíduos podem apresentar uma leve redução na acuidade visual residual; persistência de defeito pupilar aferente ou outras complicações oculares (MOREIRA, J et al., 2019).
Figura 5 –Neurorretinite unilateral
Fonte: dxline.info,
Além de afetar os gânglios linfáticos e os olhos, o bacilo da B. henselae possui a capacidade de atingir outros tecidos, incluindo o tecido muscular e o tecido nervoso (GÓMEZ GARRIDO et al., 2022). Uma das manifestações mais distintas dessa disseminação é a neuroretinite, caracterizada por inflamação no tecido nervoso ocular. Felizmente, o uso de fármacos como doxiciclina e rifampicina tem mostrado eficácia no tratamento dessas condições, resultando em prognósticos favoráveis e encurtamento da duração da doença (REED et al., 1998).
Os sintomas iniciais da doença da arranhadura do gato incluem febre alta, dor abdominal difusa e mialgia, seguidos por uma possível diminuição da acuidade visual unilateral ou difusa (MATTA et al., 2021). Em indivíduos imunossuprimidos, como aqueles com AIDS, há um risco aumentado de sintomas mais graves, como angiomatose (lesões angioproliferativas) e peliose hepática (presença de cavidades com sangue no tecido hepático) (RESTO, 2003). Portanto, a observação desses sinais clínicos em pacientes soropositivos sugere fortemente a presença e a disseminação do bacilo B. henselae, especialmente quando há lesões angiogênicas, uma característica distintiva das infecções por essas bactérias em indivíduos com AIDS (RESTO, 2003).
3.3 Diagnóstico e tratamento
Para o diagnóstico da doença da arranhadura do gato, não há um teste padrão-ouro definitivo, mas o diagnóstico clínico é frequentemente baseado na observação de aumento dos gânglios linfáticos cervicais (Figura 6) e das áreas próximas ao local da mordida ou arranhadura do gato (NOVAIS et al., 2017). Além do aumento dos gânglios, os pacientes podem relatar sintomas como dor de cabeça, náuseas e vômito.
Para confirmar o diagnóstico, são utilizados diferentes métodos laboratoriais, como culturas microbiológicas para identificação do agente infeccioso, biópsia dos gânglios linfáticos afetados para análise histopatológica, ou até mesmo a coleta e análise de secreções liberadas pelos linfonodos (SOUZA, 2011). Estes métodos ajudam a identificar especificamente a presença de B. henselae ou seus componentes nas amostras biológicas, tais como marcadores de cápsula bacteriana, proteínas de membranas e conteúdos plasmáticos, de modo a fortalecer o diagnóstico da doença e a orientar o tratamento mais adequado ao paciente.
Figura 6 – Linfonodo cervical ulcerado.
Fonte: SOUZA (2011)
De acordo com Margileth (2000), para que o diagnóstico da doença da arranhadura do gato seja considerado positivo, é necessário que o paciente atenda a pelo menos três dos quatro critérios estabelecidos. Esses critérios incluem: histórico de contato com gatos ou pulgas, independente da presença de lesões de inoculação; sorologias negativas para outras causas, uma vez que há outras etiologias que levam ao aumento de linfonodomegalia; procedimentos laboratoriais, como a aspiração de pus estéril dos linfonodos, que é uma prática que pode confirmar ou descartar a presença do agente infeccioso, a qual, associada aos exames positivos de PCR (Reação de Cadeia de Polimerase); testes sorológicos de imunoenzimático (ELISA) ou RIFI (Reação de Imonfluorescência Indireta), indicando anticorpos positivos contra B. hanselae com titulação maior que 1:64; bem como biópsias de tecidos, tais como biópsia de fígado, ossos e pele. Esses critérios, quando aplicados de forma conjunta, ajudam a confirmar o diagnóstico da doença da arranhadura do gato, permitindo um manejo clínico adequado e direcionado (MARGILETH, 2000).
O tratamento da doença da arranhadura do gato continua sendo um tema de debate, principalmente devido à natureza geralmente benigna e autolimitada da doença. Embora a maioria dos casos se resolva espontaneamente sem intervenção médica, alguns pacientes podem necessitar de tratamento antimicrobiano para controlar os sintomas ou em casos mais graves.
Diversos antimicrobianos tem sido utilizado na abordagem terapêutica, mas ainda não existe consenso sobre quais são as drogas de primeira escolha, nem sobre a duração ideal do tratamento. Em geral, os macrolídeos são frequentemente considerados como a terapia de primeira linha. Esses antibióticos, como azitromicina e eritromicina, atuam inibindo a síntese proteica da bactéria, dificultando sua replicação e contribuindo para a eliminação do patógeno (SOUZA, 2011).
Além dos macrolídeos, outras classes de antibióticos, como as tetraciclinas, também têm sido empregadas em alguns casos, mas sua utilização pode variar dependendo do perfil do paciente e da gravidade da infecção. É importante que o tratamento seja orientado por um profissional de saúde, levando em consideração as particularidades de cada caso, como a presença de comorbidades ou a imunossupressão do paciente.
De modo geral, a abordagem terapêutica deve ser individualizada, e a monitorização dos sintomas e possíveis efeitos colaterais dos medicamentos é fundamental para garantir a segurança e a eficácia do tratamento.
A incidência da doença causada pela Bartonella henselae no Brasil enfrenta desafios significativos que dificultam a obtenção de números estimativos precisos. Dois fatores principais contribuem para essa situação: primeiro, a doença não é de notificação obrigatória, o que significa que muitos casos não são registrados oficialmente. Em segundo lugar, a condição frequentemente não é considerada nos diagnósticos diferenciais durante as anamneses de pacientes que apresentam os sintomas clínicos típicos da enfermidade (NOVAIS, 2017). Como resultado, os dados epidemiológicos disponíveis são escassos, o que gera uma lacuna no conhecimento sobre a real magnitude da doença no território nacional.
Em contrapartida, nos Estados Unidos, a situação é diferente. A doença é frequentemente incluída nas anamneses dos pacientes, o que possibilita uma identificação mais precisa dos casos. Isso se reflete na epidemiologia da condição, pois a doença da arranhadura do gato é reconhecida como a forma mais comum de linfadenopatia crônica em crianças (NOVAIS, 2017). A inclusão da doença nos protocolos diagnósticos e a notificação obrigatória nos EUA permitem uma melhor compreensão de sua prevalência, facilitando a implementação de medidas de controle e prevenção.
Essas diferenças na abordagem diagnóstica e de notificação entre os dois países ressaltam a importância de políticas de saúde pública que promovam a conscientização sobre a doença da arranhadura do gato no Brasil. A implementação de programas de educação e treinamento para profissionais de saúde, bem como a promoção da notificação obrigatória, poderiam contribuir significativamente para a melhoria da vigilância epidemiológica e para um melhor entendimento da distribuição e impacto dessa zoonose na população brasileira.
4 CONCLUSÃO/CONSIDERAÇÕES FINAIS
A doença da arranhadura do gato, causada pela Bartonella henselae, é uma zoonose que apresenta desafios significativos para o diagnóstico e tratamento, especialmente em contextos como o brasileiro, onde a falta de notificação obrigatória e o reconhecimento limitado nos diagnósticos diferenciais dificultam a obtenção de dados epidemiológicos confiáveis. As evidências sugerem que muitos casos permanecem não diagnosticados, o que não apenas obscurece a real magnitude da doença, mas também compromete as estratégias de prevenção e controle.
Em contraste, a situação nos Estados Unidos, onde a doença é mais bem reconhecida e documentada, demonstra como a inclusão de condições nos protocolos de anamneses e a notificação obrigatória podem levar a um entendimento mais claro da epidemiologia da doença. A identificação mais eficaz de casos permite intervenções mais rápidas e informadas, contribuindo para a saúde pública.
Portanto, é imperativo que se promova uma maior conscientização sobre a doença da arranhadura do gato no Brasil. Isso inclui a implementação de políticas de saúde que favoreçam a notificação obrigatória, a capacitação de profissionais de saúde para reconhecer os sintomas da doença e a realização de campanhas educativas para a população em geral. Além disso, a realização de estudos epidemiológicos mais abrangentes poderá fornecer informações valiosas para a formulação de estratégias de controle, permitindo que se enfrente a doença de forma mais eficaz e se melhore a saúde pública no país.
Em suma, a conscientização, educação e pesquisa são essenciais para transformar o cenário atual e garantir que a doença da arranhadura do gato seja adequadamente diagnosticada, tratada e, finalmente, prevenidas, minimizando seu impacto na saúde da população.
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¹Discente do curso de Medicina do Centro Universitário Aparício Carvalho – FIMCA, E-mail: uf.mattos20@gmail.com
²Discente do curso de Medicina do Centro Universitário Aparício Carvalho – FIMCA, E-mail: beatriz.bandeira2015@hotmail.com
3Docente do curso de Medicina do Centro Universitário Aparício de Carvalho – FIMCA, E-mail: prof.chimene@fimca.com.br
4Discente do curso de Medicina do Centro Universitário Aparício Carvalho – FIMCA, E-mail: gusttavobritoc@gmail.com