AS ATIVIDADES ANTIOXIDANTES DA PERESKIA ACULEATA MILLER

THE ANTIOXIDANTS ACTIVIT OF PERESKIA ACULEATA MILLER

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/fa10202409151908


Ana Beatriz Araujo da Costa¹, Dâmaris Vasconcelos Coutinho², Juliane Campelo de Oliveira³, Sthefanny Sousa de Sena, Orientadora: Talita Brito de Oliveira¹, Co-Orientador: Weison Lima da Silva²


RESUMO

A Ora-pro-nobis (Pereskia aculeata Miller), planta nativa do Brasil, é valorizada na medicina popular por suas propriedades nutricionais e terapêuticas. Recentemente, seu interesse científico tem aumentado, especialmente devido às suas atividades antioxidantes. É uma planta rica em vitaminas, ferro e proteínas, e mostrou efeitos terapêuticos, como cicatrização de feridas e tratamento de doenças gastrointestinais. Compostos bioativos identificados incluem ácidos fenólicos, como ácido caféico, e flavonoides, como quercetina e kaempferol. Estudos demonstram alta atividade antioxidante e antimicrobiana, com eficácia na inibição de bactérias Grampositivas e Gram-negativas. A mucilagem da planta, conhecida por sua capacidade de retenção de água, é valiosa na indústria alimentícia como espessante e estabilizante, e também possui propriedades cicatrizantes, por isso seus extratos são utilizados em pomadas para essa finalidade.  Os biopolímeros encontrados, como os arabinogalactanos, têm potencial para aplicações em aditivos alimentares e farmacêuticos. A Ora-pro-nobis é uma fonte rica de compostos bioativos com potencial para novos produtos nutracêuticos e farmacêuticos, promovendo saúde e prevenção de doenças.

Palavras-chave: Ora-pro-nóbis. Estresse oxidativo. Compostos fenólicos.

ABSTRACT

Ora-pro-nóbis (Pereskia aculeata Miller), a plant native to Brazil, is valued in traditional medicine for its nutritional and therapeutic properties. Recently, scientific interest has grown, particularly due to its antioxidant activities. It is rich in vitamins, iron, and proteins and has shown therapeutic effects such as wound healing and treatment of gastrointestinal diseases. Identified bioactive compounds include phenolic acids, like caffeic acid, and flavonoids, such as quercetin and kaempferol. Studies demonstrate high antioxidant and antimicrobial activity, with effectiveness in inhibiting both Gram-positive and Gram-negative bacteria. The plant’s mucilage, known for its water retention capacity, is valuable in the food industry as a thickening and stabilizing agent and also has wound-healing properties, leading to its use in ointments. The biopolymers found, such as arabinogalactans, have potential applications in food and pharmaceutical additives. Ora-pro-nóbis is a rich source of bioactive compounds with potential for new nutraceutical and pharmaceutical products, promoting health and disease prevention.

Keywords: Ora-pro-nobis, Oxidative stress, Phenolic compounds.

1 INTRODUÇÃO

A Ora-pro-nobis (Pereskia aculeata Miller) é uma planta nativa do Brasil, tradicionalmente utilizada na medicina popular devido às suas propriedades nutricionais e terapêuticas (SANTANA, KWIATKOWSKI, QUEIROS, SOUZA, MINAS, 2018). Nos últimos anos, o interesse científico em torno dessa planta tem crescido particularmente no que diz respeito às suas atividades antioxidantes. A Pereskia aculeata é uma planta perene e semi-ereta que pertence a um grupo de cactos rastejantes primitivos. Esses cactos se destacam por terem folhas verdadeiras e um caule lenhoso, servindo como um elo entre os cactos típicos e as plantas mais comuns.  O gênero Pereskia é considerado  um  ancestral  primitivo  dos  cactos  e compreende 17 espécies incluindo arbustos folhosos e plantas arbóreas, cujos caules não são suculentos, apresentam estômatos e a formação de casca retardada. (SILVA E DAMIANI, 2022). A OPN é uma trepadeira do tipo arbusto que se destaca pela sua capacidade de escalar. Seu caule é fino e possui aréolas, das quais surgem ramos longos, que podem ser sublenhosos ou lenhosos e atingir até 30 metros de comprimento. Ao longo do caule, há espinhos curvos e pareados. Como a planta não possui um caule que realiza fotossíntese, suas folhas são bem desenvolvidas, acumulando água e nutrientes.

Essas folhas são planas, sem pelos, de cor verde ou levemente arroxeada na parte inferior, com um pecíolo curto e base cuneada. Elas são suculentas, carnosas, lanceoladas com pontas agudas, e podem ter formatos elípticos ou ovais, apresentando nervuras laterais bem visíveis.

As flores são densas, muito vistosas e ricas em pólen e néctar, com um aroma agradável. As tépalas externas são esverdeadas, enquanto as internas são brancas e creme. Os estames são amarelos, e o pericarpelo é areolado, de onde surgem pequenas brácteas suculentas que têm o formato de folhas elípticas a lanceoladas.

Os frutos são bagas globosas, espinhosas e amarelas, com uma casca fina, lisa e coriácea. O pericarpo é suculento e contém sementes marrons ou pretas no interior (SOUZA, 2023). 

O nome da planta deriva do latim, que significa “rogai por nós”. Os antigos contam que a história do nome vem de pessoas que pegavam a planta do quintal de um padre, enquanto o mesmo rezava. Também por esse conhecimento popular, a planta passou a ser conhecida por outros nomes, como por exemplo, “carne de pobre”.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA OU REVISÃO DA LITERATURA

A Ora-pro-nobis é uma planta de fácil cultivo, conhecida popularmente pelo seu alto teor de vitaminas (SOARES, CASTRO E MARTINS, 2022). Através de estudos realizados durante os anos, ela provou-se uma hortaliça não convencional com alto teor de vitaminas, ferro e proteínas. Um estudo revelou que a planta possui efeitos terapêuticos significativos na cicatrização de feridas e no tratamento de doenças do trato gastrointestinal. Ela foi utilizada como um ingrediente em formulações farmacêuticas, especialmente em pomadas cicatrizantes que incorporam diversos extratos da planta (FERREIRA, 2022). 

Além disso, foi determinado via LC-DAD-ESI/MSn, que possui tanto ácidos fenólicos(derivados do ácido caféico) como flavonoides (derivados de isoramnetina glicosídica, quercetina e kaempferol) (Garcia et al, 2019). Que foram responsáveis por suas propriedades antioxidantes, contribuindo para a sua valorização como um recurso natural para a prevenção de doenças relacionadas ao estresse oxidativo (Lima et al., 2020) e possuíram eficácia  na inibição do crescimento de bactérias Grampositivas e Gram-negativas (como Listeria monocytogenes , Staphylococcus aureus e Klebsiella pneumoniae) (Nogueira Silva et al., 2023 ).

A atividade antioxidante é um aspecto crucial, uma vez que os antioxidantes são substâncias que neutralizam os radicais livres, ajudando a prevenir o estresse oxidativo e suas consequências patológicas, como o envelhecimento precoce e diversas doenças crônicas. (FREITAS, ALMEIDA, MONTEIRO, EVANGELISTA, CONEGUNDES, MACIEL E PINTO, 2021)

As plantas com atividade antioxidante têm capacidade de prevenir, principalmente, doenças inflamatórias. A ora pro nobis pode auxiliar no tratamento da anemia ferropriva, pois é uma excelente fonte de ferro, superando outros alimentos ricos nesse mineral, como beterraba, couve e espinafre. Além disso, o ferro da ora-pronóbis é melhor absorvido quando combinado com vitamina C, também abundantemente encontrada nesta planta. Portanto, as folhas de ora-pro-nóbis são um aliado eficaz na prevenção da anemia. (CARVALHO E MIGUEL, 2021)

Ainda segundo Carvalho e Miguel, a OPN também possui efeitos cicatrizantes, auxiliando na prisão de ventre, emagrecimento, aumento do sistema imunológico, entre outros. 

Segundo os estudos sobre as características químicas e capacidade antioxidante dos frutos de ora-pro-nóbis são escassos. Este estudo teve como objetivo avaliar o potencial antioxidante e de compostos fenólicos das farinhas de caule e folhas e polpa de frutos de P. aculeata Miller. O caule e as folhas foram lavados e secos em estufa de circulação a 60° ± 2 °C, e triturados em liquidificador industrial. Os frutos foram lavados e macerados in natura e em seguida foram preparados extratos hidroetanólicos. O teor de compostos fenólicos foi avaliado pelo reagente FolinCiocalteau e os resultados mostraram teor total de fenol no caule, folhas e frutos de 0,25; 1,01 e 118,2 mg EAG g-1 de extrato, respectivamente. Os antioxidantes foram avaliados pelo método DPPH, obtendo-se valores para caule, folha e fruto de 1,20; 1,40 e 1,50 mg de fruto g-1 de DPPH respectivamente, e também pelo método ABTS de caule, folha e fruto de:13,82; 6h30; 3,20 µmol de Trolox g-1, respectivamente. Assim, P. aculeata Miller apresentou em seu caule, folhas e frutos uma quantidade expressiva de compostos fenólicos e antioxidantes, sendo um recurso potencial para contribuir na prevenção de diversos distúrbios associados à produção de radicais livres bem como uma alternativa no enriquecimento de alimentos e sendo uma fonte útil de aditivo alimentar. (CARVALHO, CIRÍACO E MENDES, 2023)

O presente estudo teve como objetivo analisar a ação do extrato da planta Pereskia Aculeata, também conhecida como Ora-pro-nóbis em formulação cosmética, pois após pesquisas foi possível concluir que esse extrato tem altos níveis nutricionais, melhora na regeneração e cicatrização da pele, além do sua ação antioxidante contra os radicais livres causados pelo processo de envelhecimento cutâneo. A eficácia da planta ora-pro-nóbis em processos inflamatórios e cicatrização devido presença de proteínas. (SOUZA, CAMPOLEONI, RIBEIRO, SOUZA, BRUSCAGIM, SOUZA, FERRAREGI 2024)

Os metabólitos secundários isolados da planta ora-pro-nóbis (Pereskia aculeata) demonstram uma ampla gama de compostos bioativos que podem ser encontrados em diferentes partes da planta, como folhas, frutos e óleo essencial. Nas folhas de ora-pro-nóbis, foram identificados diversos compostos fenólicos, incluindo ácidos fenólicos como cafeico, clorogênico, p-coumárico e ferúlico. Estes ácidos foram obtidos a partir de extratos aquosos e hidroalcoólicos das folhas, que são as partes da planta mais comumente estudadas devido à sua riqueza nutricional e medicinal (Souza, 2014; Garcia et al., 2019). Esses compostos fenólicos são amplamente conhecidos por suas propriedades antioxidantes, atuando na neutralização de radicais livres e na proteção contra danos oxidativos que podem levar a doenças crônicas, como câncer e doenças cardiovasculares (Garcia et al., 2019). Além dos ácidos fenólicos, também foram identificados nas folhas flavonoides como quercetina e kaempferol, que possuem propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias significativas. Estes compostos têm demonstrado ser eficazes na inibição de várias enzimas envolvidas em processos inflamatórios e no combate ao estresse oxidativo (Egea & Pierce, 2020).

Ainda nas folhas da ora-pro-nóbis, foram isolados carotenoides, como xantofilas, luteína e zeaxantina, que são pigmentos naturais responsáveis pela cor amarela e laranja e conhecidos por suas atividades antioxidantes. A luteína e a zeaxantina, em particular, têm sido associadas à proteção da saúde ocular, reduzindo o risco de degeneração macular relacionada à idade (Garcia et al., 2019; Egea & Pierce, 2020). Além dos carotenoides, o óleo essencial extraído das folhas e frutos da ora-pro-nóbis contém uma variedade de compostos voláteis, incluindo monoterpenos e diterpenos, que também contribuem para as propriedades antioxidantes da planta. Dentre os ácidos graxos identificados no óleo essencial, destacam-se o ácido palmítico (16:0) e o ácido linoleico (18:1, ω-6), que possuem propriedades anti-inflamatórias e estão associados à redução dos níveis de colesterol LDL, oferecendo assim benefícios adicionais à saúde (Egea & Pierce, 2020).

Nos frutos da ora-pro-nóbis, além dos carotenoides, também foram identificados polissacarídeos e substâncias fenólicas. Estes compostos, como os encontrados nas folhas, desempenham um papel importante nas propriedades antioxidantes da planta e têm potencial para uso em produtos nutracêuticos e funcionais, devido à sua capacidade de melhorar a qualidade nutricional dos alimentos e promover benefícios à saúde (Wondracek et al., 2008; Queiroz et al., 2011). A mucilagem, que é um polissacarídeo complexo presente nas folhas, tem sido amplamente estudada por sua alta capacidade de retenção de água, o que a torna um ingrediente valioso para a indústria de alimentos como espessante e estabilizante. A mucilagem também possui propriedades cicatrizantes, conforme demonstrado por estudos in vitro e in vivo que exploram seu uso na aceleração da cicatrização de feridas (Amaral et al., 2018; Pinto et al., 2016).

Outra classe de metabólitos secundários encontrados na ora-pro-nóbis inclui os biopolímeros comestíveis, como os arabinogalactanos complexados com metais, obtidos das folhas. Esses biopolímeros são promissores como aditivos na indústria alimentícia e farmacêutica devido às suas propriedades funcionais, como a capacidade de formar géis e atuar como agentes emulsificantes (Mercê et al., 2001). Esses compostos, além de melhorarem a estabilidade dos produtos, podem também atuar como transportadores de bioativos, aumentando a biodisponibilidade de nutrientes e substâncias terapêuticas (Mercê et al., 2001).

Portanto, os metabólitos secundários da ora-pro-nóbis, obtidos principalmente das folhas e frutos, incluem uma variedade de compostos fenólicos, flavonoides, carotenoides, ácidos graxos e biopolímeros que oferecem um amplo espectro de atividades biológicas e aplicações industriais. O estudo detalhado desses compostos abre portas para o desenvolvimento de novos produtos nutracêuticos, alimentos funcionais e medicamentos que podem aproveitar os benefícios antioxidantes, antiinflamatórios e cicatrizantes desta planta, contribuindo para uma abordagem mais natural e eficaz na promoção da saúde e prevenção de doenças (Egea & Pierce, 2020; Garcia et al., 2019; Amaral et al., 2018).

A literatura recente tem evidenciado que a Ora-pro-nobis é uma rica fonte de compostos bioativos com potencial antioxidante significativo. Estudos recentes demonstram que os extratos desta planta apresentam uma alta capacidade de scavenging (que significa a capacidade do material ou substância de remover ou neutralizar os compostos nocivos ou radicais livres do ambiente.) de radicais livres e de inibição da peroxidação lipídica, o que sugere um possível benefício na proteção celular contra danos oxidativos (Silva et al., 2019; Souza et al., 2021). 

Além disso, as substâncias fenólicas, que foram identificadas em um estudo de Garcia et al. (2019) como 10 compostos fenólicos distintos, que podem ser agrupados em duas categorias principais. O primeiro grupo é composto por 8 flavonoides derivados dos glicosídeos de quercetina, kaempferol e isorhamnetina. O segundo grupo inclui dois ácidos fenólicos derivados do ácido cafeico. O principal componente identificado foi o ácido cafeico, representando 46% do extrato, seguido por 14,99% de quercetina-3-O-rutinósido e 9,56% de isorhamnetina-O-pentosido-O-rutinósido. Estas substâncias são conhecidas por suas propriedades antioxidantes e, na Ora-pro-nobis, têm sido identificados como responsáveis por suas propriedades antioxidantes, contribuindo para a sua valorização como um recurso natural para a prevenção de doenças relacionadas ao estresse oxidativo (Lima et al., 2020).

Quanto aos compostos fenólicos, o estudo de Pinto (2012) identificou concentrações de fenóis totais nas folhas de Ora-pro-nóbis em amostras de extrato bruto metanólico e nas partições butanólica, diclorometânica, hexânica e acetato de etila. O maior valor de fenóis totais (49,11±3,30 mg/g) foi encontrado na partição diclorometânica. De acordo com o mesmo autor, esses compostos são associados a diversas atividades biológicas, como ação analgésica, antitumoral e potencial ação anti-inflamatória.

Estas substâncias são conhecidas por suas propriedades antioxidantes. Ensaios de capacidade antioxidante dos extratos, realizados pelo método de redução do radical DPPH, mostraram uma atividade considerada alta, com valores superiores a IC50 > 50 µg/mL. Além disso, os extratos demonstraram atividades antimicrobianas, inibindo o crescimento de algumas bactérias gram-positivas e gram-negativas.

Além disso, foi determinado via LC-DAD-ESI/MSn, que possui tanto ácidos fenólicos (derivados do ácido caféico) como flavonoides (derivados de isoramnetina glicosídica, quercetina e kaempferol) (Garcia et al, 2019). Que foram responsáveis por suas propriedades antioxidantes, contribuindo para a sua valorização como um recurso natural para a prevenção de doenças relacionadas ao estresse oxidativo (Lima et al., 2020) e possuíram eficácia  na inibição do crescimento de bactérias Grampositivas e Gram-negativas (como Listeria monocytogenes , Staphylococcus aureus e Klebsiella pneumoniae) (Nogueira Silva et al., 2023 ).

Estudos mais recentes, como o de Santos et al. (2023), têm aprofundado a compreensão sobre a atividade antioxidante dos diferentes extratos e frações da planta, destacando a influência da metodologia de extração e a variabilidade dos resultados. Essas pesquisas são fundamentais para a potencial aplicação da Ora-pronobis em produtos alimentícios e farmacêuticos, promovendo benefícios à saúde e integrando a planta de forma mais efetiva na dieta e na medicina preventiva.

Diante do exposto, este trabalho tem como objetivo consultar a literatura científica erelatara atividade antioxidante da Ora-pro-nobis, destacando os metabólitos responsáveis por tal atividade. 

3 METODOLOGIA DA PESQUISA

O estudo iniciará como uma revisão sistemática elaborada segundo o modelo PRISMA (preferred reporting items for systematic reviews and meta-analyses). Serão analisados artigos com estudos publicados entre as seguintes datas 1° Janeiro de 2019 a 31 de julho de 2024.

Para realização desta revisão sistemática serão utilizadas as bases de dados Scielo, Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). O cruzamento será realizado no idioma português brasileiro. Para buscas em português foram usadas as seguintes palavras-chaves: “ora-pro-nobis”; “atividade antioxidante”; “substâncias antioxidantes”; “flavonoides”. Ambas separadas pelo operador boleano “and”. 

A escolha de artigos foi realizada por quatro revisores independentes, analisando resultados procedentes da estratégia de pesquisa. Os artigos foram selecionados, inicialmente com base em seus títulos, resumos e conteúdo que atendiam ao período proposto para esta revisão. Todos os artigos escolhidos estão disponíveis online e em texto completo. Serão exclusos estudos observacionais com ano anterior a 2018, estudos do tipo revisão de literatura (bibliográfica e sistemática). A escolha dos artigos ocorreu por meio de busca nos bancos de dados como o Scientific Electronic Library Online (SCIELO) e PubMed. Foram utilizados os seguintes descritores em ciências da saúde (DeCS): “Hypericum Perforatum”, “tratamento fitoterápico para depressão”, “princípios ativos do Hypericum Perforatum”, “erva-de-são-joão” e “riscos do uso da erva-de-são-joão”, “fitoterápico Hypericum Perforatum para depressão”. 

Os artigos buscados foram selecionados de acordo com os títulos, resumos e ano de publicação. Artigos online, de acesso livre, publicados nos últimos 17 anos (2006-2023), nos idiomas português e inglês; Artigos dos tipos observacional, descritivos, prospectivos ou retrospectivos, ensaios clínicos, relatos e séries de casos. 

Para a análise dos dados, os artigos selecionados foram avaliados na íntegra e sintetizados de forma sistemática e crítica. Os dados relevantes foram extraídos e organizados em tabelas.

RESULTADOS: Título: Composição Nutricional de Folhas Secas de OPN

Base de dados: Potencial antioxidante e valor nutricional das folhas da ora-pro-nóbis (Pereskia aculeata Miller): um estudo de revisão (SOARES, CASTRO E MARTINS, 2022)

Carboidratos (g/100g): Representa a quantidade de carboidratos presentes em diferentes estudos.

Lipídeos (g/100g): Mostra a quantidade de lipídeos encontrada nas folhas secas.

Proteína Total (g/100g): Representa a quantidade de proteína total presente.

Fibras Dietéticas (g/100g): Quantidade de fibras encontradas nas folhas secas.

Explicação:

Este gráfico compara os nutrientes principais (carboidratos, lipídeos, proteínas e fibras dietéticas) presentes nas folhas secas de Ora-pro-nobis, conforme diferentes estudos disponíveis na literatura. Cada linha pontilhada indica os valores relatados por autores diferentes, fornecendo uma visão geral da variabilidade na composição nutricional das folhas ao longo dos estudos.

A variabilidade dos resultados em estudos sobre a atividade antioxidante de plantas, como a Pereskia aculeata, é frequentemente influenciada pela variação nas metodologias de extração utilizadas. A escolha do solvente, método de extração, tempo e temperatura de contato, além da parte da planta utilizada, são fatores cruciais que afetam o perfil fitoquímico dos extratos obtidos. Solventes polares, como etanol, metanol e água, extraem compostos fenólicos hidrofílicos mais eficientemente, enquanto solventes apolares, como hexano, são mais adequados para a extração de compostos lipofílicos, como carotenoides e tocoferóis. Essa variação na escolha do solvente pode resultar em extratos com diferentes composições químicas e, portanto, atividades antioxidantes distintas (Silva et al., 2019; Li et al., 2021).

Além disso, o método de extração, seja maceração, ultrassom, Soxhlet, ou extração assistida por micro-ondas, influencia diretamente a eficiência da extração dos compostos antioxidantes. A extração por ultrassom, por exemplo, pode aumentar a eficiência de extração devido à cavitação, que facilita a liberação de compostos bioativos das células vegetais. Em contrapartida, métodos tradicionais, como a maceração, podem levar a uma extração menos eficiente e a menores concentrações de compostos antioxidantes dos extratos finais. Cada método de extração pode, portanto, resultar em diferentes capacidades antioxidantes dependendo dos fitoquímicos que são predominantemente extraídos (Rodrigues et al., 2018; Pereira et al., 2020; Zhang et al., 2022).

A temperatura e o tempo de extração também desempenham papéis críticos na extração de compostos antioxidantes de Pereskia aculeata. Altas temperaturas podem aumentar a solubilidade de compostos bioativos em solventes e melhorar a eficiência da extração, mas também podem levar à degradação térmica de compostos termossensíveis, como os flavonoides. Por outro lado, tempos de extração prolongados podem maximizar a liberação de fitoquímicos, mas também podem resultar na decomposição oxidativa de alguns compostos antioxidantes. Portanto, a otimização da temperatura e do tempo de extração é essencial para garantir a máxima recuperação de compostos antioxidantes sem comprometer sua integridade (Costa et al., 2019; Dias et al., 2021). A parte da planta utilizada (folhas, raízes, flores ou frutos) também influencia significativamente a atividade antioxidante observada em estudos com Pereskia aculeata. Diferentes partes da planta contêm perfis fitoquímicos distintos, com as folhas frequentemente sendo ricas em flavonoides e ácidos fenólicos, enquanto os frutos podem ter concentrações mais elevadas de carotenoides e antocianinas. A variabilidade nos resultados dos estudos pode ser atribuída ao uso de diferentes partes da planta, que, por sua vez, afeta a composição do extrato e a atividade antioxidante resultante (Almeida et al., 2020; Lima et al., 2023).

Por fim, a escolha dos métodos de avaliação da atividade antioxidante, com DPPH, ABTS, FRAP, e ORAC, também contribuem para a variabilidade dos resultados. Cada método mede diferentes aspectos da atividade antioxidante, como a capacidade de doação de hidrogênio ou a capacidade de redução de ferro, e pode reagir de maneira diferente a diferentes compostos antioxidantes. Assim, a utilização de métodos múltiplos e complementares é recomendada para uma avaliação mais abrangente da capacidade antioxidante dos extratos vegetais, incluindo os de Pereskia aculeata (Santos et al., 2018; Ferreira et al., 2021; Martins et al., 2022).

REFERÊNCIAS

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