REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10119605
Wandreza Silva De Abreu Marcelino
Jorciane Da Conceição Costa Soares
RESUMO
O interesse por esse tema Apraxia de fala infantil (AFI), surgiu em meio aos campos de Estágios aplicados no decorrer do curso. Por ser um assunto pouco explorado e bem desafiador na fonoaudiologia. Além do mais, (AFI) é um transtorno que ainda apresenta muitas controvérsias, que precisar-se chegar a uma conclusão de unanimidade. Um assunto pouco visto pela sociedade. No qual muitas crianças padecem no âmbito social, familiar e escolar por falta de conscientização e acesso ao diagnóstico para se ter um tratamento. Com esta finalidade utilizou-se como metodologia a análise de literatura utilizando-se como base de pesquisa GoogleAcadêmico, Scielo, Medline, Lilacs e PubMed respeitando os critérios de tempo de 10 anos, no decorrer de 2013 a 2023, e de inclusão e exclusão. A pesquisa obteve como resultado 22 artigos, que explana o tema abordado, no entanto somente 18 deles foram utilizados para a pesquisa. Concluiu-se que a (AFI), vem sendo um assunto bem explanado e desafiador para aqueles que de alguma forma o aborda, assim enfatizando a importância do profissional fonoaudiólogo a contribuir e agregar no planejamento, nas orientações, nas elaborações e intervenções terapêuticas, a fim de que se tenha resultados satisfatórios no que se trata das características da linguagem receptiva, expressiva e das comunicações, verbal e não verbal.
Palavras-chave: apraxia; criança; fonoaudiologia; intervenção; transtorno.
ABSTRACT
The interest in this topic Childhood Apraxia of Speech (AFI) arose amidst the Internship fields applied during the course. Because it is a little explored and very challenging subject in speech therapy. Furthermore, (AFI) is a disorder that still presents many controversies, which require a unanimous conclusion to be reached. A subject little seen by society. In which many children suffer socially, family and school due to lack of awareness and access to diagnosis for treatment. For this purpose, literature analysis was used as a methodology using Google Scholar, Scielo, Medline, Lilacs and PubMed as a research base, respecting the time criteria of 10 years, from 2013 to 2023, and inclusion and exclusion. The research resulted in 24 articles, which explain the topic covered, however only 20 of them were used for the research. It was concluded that (AFI) has been a well-explained and challenging subject for those who in some way approach it, thus emphasizing the importance of the speech therapist to contribute and add to the planning, guidance, elaboration and therapeutic interventions, the in order to obtain satisfactory results regarding the characteristics of receptive and expressive language and communications, verbal and non-verbal.
Keywords:apraxia; speech therapy; disorder; child; intervention;
1. INTRODUÇÃO
Como descrito por (Martins et al. 2021), Apraxia da fala na infância (doravante AFI) define-se por ser um distúrbio da fala no qual o cérebro da criança apresenta um grande conflito na coordenação e programação nos movimentos orais essenciais para executar sons / palavras e formação de frases. Segundo American Speech Language Hearing Association (ASHA)a (AFI) é um transtorno neurológico no qual o planejamento e a programação das sequências de movimento dos sons da fala estão modificados na presença de déficits neuromusculares como: reflexos anormais, tônus alterado.
Oliveira et al. (2021) defende que a falha da coordenação motora seja o motivo para concreto para que se tenha o transtorno, impossibilitando a criação das palavras e sentenças. Fazendo com que a criança desencadeei problemas quando for planejar de forma correta, ter uma série das práticas motoras é essencial para a fala, uma vez que esse movimento requer manobras orofaciais eficazes.
Como esclarece (Catrini et al. 2019) AFI como a incapacidade de gerar os movimentos necessários para a produção correta da fala, considerando-se déficit no planejamento da fala, da ação motora.
O deputado Hudson Leal do (Republicanos) anexou o Projeto de Lei 82/2022 fundando o dia 14/05, o dia da conscientização da AFI. A medida altera a Lei 11.212/2020, alega as datas comemorativas importantes e de extrema necessidade do poder público no Estado (Hudson Leal, 2022).
É de grande necessidade que os pais ou responsáveis fiquem em alerta quanto ao surgimento de tais sintomas: bebês quietos demais (quietude), com dificuldade de vocalizar e balbuciar; alteração e emissões de fonemas; ritmo da fala lento, podendo ser arrastada e monótona; alteração na qualidade da fala; demora para começar a falar; apresentado limitações para se alimentar, se vestir, dentre outras coisas do teu cotidiano diário. Podendo se designar-se individualmente ou associado a demais transtornos como: síndrome de down/espectro autista/ síndrome de Prader Willidentre outras que se originalizam geneticamente(Abrapraxia, 2015)
De acordo com Keske-Soares e colaboradores (2018), o diagnóstico da aquisição atípica da fala (AAF na sigla em inglês) demanda a análise de alguns parâmetros sonoros e suprafônicos, levando em conta que tais características surgem em crianças típicas de modo distinto das crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA na sigla em português). Podendo assim localizar a busca articulatória desde o princípio da linguagem oral.
Assim, Almeida-Verdu et al. (2015) complementam que a AFI iniciou em meados de 1970. Tendo o transtorno como resultados de 1 a 2 para cada 1000 crianças, enfatizando a ser mais visto em crianças do sexo masculino, mas com agravantes com porcentagens maiores em indivíduos do sexo feminino.
Oliveira et al. (2021) apontam o distúrbio de AFI raro atingindo 0,1% da população, classificando por ter desordem da capacidade de produzir sons e unidades silábicas adequadamente.
Como explica Gubiani et al. (2015) é importante verificar os elementos sonoros e acima dos sons, para se ter um diagnóstico eficaz. Seguido pelos particularidade segmentais.
Na concepção de Oliveira et al. (2021) aos critérios dos diagnósticos do transtorno, á muitas divergências ainda, gerando bastante complexibilidade em seus achados. A avaliação e diagnóstico necessário da AFI são citados na literatura por anos, buscando criar um protocolo base de obrigatoriedade.
Essa pesquisa teve como objetivo geral, apontar os achados da AFI, seus aspectos e as Intervenções da Fonoaudiológicas da Literatura. E como objetivos específicos: Abordar os conceitos sobre o Desenvolvimento da Fala e Linguagem; discorrer minuciosamente as características da AFI; Pontuar a importância de um diagnóstico precoce para a intervenção de uma criança com AFI.
As Intervenções fonoaudiológica em crianças com apraxia de fala infantil, apresentam resultados satisfatórios para a sociedade?
2. PROCESSO METODOLÓGICO
A pesquisa exibida é classificada como revisão bibliográfica, com método de abordagem, abrangidos por processos de estudos bibliográficos. Entende-se por pesquisa, o avanço de busca sistemática por resultados de conceitos e questões não solucionáveis, assim, sendo fundamental apontar a atenção para a investigação histórica, estudo das relações entre variáveis dependentes e independentes (Prodanov; Freitas, 2013).
Com está finalidade utilizou-se como metodologia a análise de literatura e artigos científicos utilizando-se como base de pesquisa tais como, Google Acadêmico, Scielo, Medline, Lilacs e PubMed, que se encontram em plataformas de pesquisas e base de dados com publicações disponíveis nos idiomas, português e inglês.
Com base nas buscas, foram usados os temas: apraxia de fala infantil, fonoaudiologia, transtorno de linguagem, intervenção fonoaudiológico. Os dados foram analisados por meio da leitura do resumo e introdução, junto com a análise de dados, e ano da publicação. Os critérios de inclusão foram: artigos científicos, revista científica, gratuitos disponíveis on-line, com base nos de 2013 a 2023. Como critérios de exclusão: textos que não há coerência da temática, incompletos em formato de resumo que não estão de acordo com os descritores, e fora dos períodos de anos solicitados.
Baseado nesses processos, os materiais encontrados passaram por um método de seleção, executando uma leitura individual dos resumos e introdução dos trabalhos encontrados. Como critérios de exclusão foram utilizados materiais informativos e artigos que não se enquadram no trabalho, obedecendo os critérios, durante a pesquisa.
Foram localizados 22 textos que possivelmente contribuiriam para a investigação. Entretanto, após a aplicação de um método de seleção utilizando critérios de inclusão e exclusão, foram removidos todos os trabalhos que não atendiam ao requisito da data de divulgação pública, bem como através da leitura do resumo de cada texto aqueles que não se adequavam aos assuntos relacionados ao tema da pesquisa, resultando no uso de 18 textos para desenvolvimento do trabalho.
3. REFERENCIAL TEORICO
3.1 Desenvolvimento da Fala e da Linguagem:
O processo de comunicação proposto pelo ser humano vai estar desenvolvida ao nascimento e concebida em vários modos, como expressando suas emoções, posicionamentos, interagindo e socializando. No entanto conceitua-se a fala como um método comunicação/interação, sem que tenha a completação com diferentes modalidades, de gestos, expressão corporais ou faciais (Martinez e Pires, 2022).
Os sons da fala são suportes complexos, muito ricos em estruturas harmônicas, modulações de amplitude dinâmica e múltiplas frequências que elas se diferenciam no passar do tempo (Elmahallaw et al., 2022).
A fala exige uma boa coarticulação de segmentos fonéticos por meio de estruturas fonoarticulatorias, como também os aspectos segmentais e os suprassegmentais, tendo a entoação e prosódia. Logo a fala encadeada necessita a sobreposição espaço-temporal motor, causando consequências para coarticulação dos sons (Navarro et al., 2018).
Mediante a isto, a comunicação é fundamental para que se tenha uma boa interação social para a vida dos seres humano, visto que por meio dela existe possibilidade de expressões de sentimentos, opiniões e interação. Entretanto, no decorrer do tempo vem sendo mais visto as alterações da linguagem no desenvolvimento infantil, variando de 2% a 19% nas literaturas encontradas (Gloria et al., 2015).
A esse respeito, a linguagem é necessária para que se tenha uma boa comunicação pelos seres humanos, tendo como momento mais sensível do desenvolvimento que acontece do nascimento até os três anos. Esse avança é possível ser observado aos marcos de desenvolvimento, como balbucio que acontece por volta do quinto mês de vida, e produção das palavras primaria, sucedendo-se geralmente até o fim do primeiro ano de idade (Silva; Cáceres-Assenço, 2022).
É importante enfatizar que a linguagem oral e escrita desempenha um papel extremamente relevante nos aspectos sociais, emocionais e profissionais das pessoas. Problemas associados, como dificuldades de compreensão e expressão, podem restringir a comunicação social (Almeida et al. 2015).
O desenvolvimento da linguagem ocorre de forma previsível em todo o espectro do desenvolvimento psicomotor, sua avaliação é complementar ao desenvolvimento de todas as crianças, sendo fundamental a detecção precoce de alterações de linguagem, visando alcançá-lo por meio de uma equipe multidisciplinar de prevenção, orientação e intervenção (Gloria et al. 2015).
3.2 Características da Apraxia de Fala Infantil
Definido por estudos mais recentes, AFI é o resultado da falha no amadurecimento neurológico de uma criança, que acontece à medida que progridem através dos estágios de desenvolvimento e aprende como interagir funcionalmente com sua própria produção da fala. Evolução neurológica pode ser o causa de um conjunto de sistemas e táticas neuro motores relacionados à produção de fala, à precisão e à variabilidade das mobilidades articulatórias observadas em crianças (Almeida-Verdu et al., 2015).
Os estudos neurológicos (intrauterinas, infecções ou traumas) são relacionados com os distúrbios neurocomportamentais complexos (genéticos ou metabólicos), além da alteração da área de Dronckers, que é encarregada de planejamento e manufaturas de fala (Silva e Bordin, 2021).
Como descrito, a AFI dificulta o planejamento autônomo de movimentos em conjuntos. Por mais que a criança saiba o que queira dizer, ela apresenta alguma dificuldade de programar a produção de sons e palavras (Almeida-Verdu et al., 2015).
A AFI é um transtorno neurológico que modifica a precisão e a consistência das mobilidades da fala, sem que haja problemas neuromusculares, havendo uma grande deficiência no planejamento ou programação nos conceitos espaçotemporais, gerando falhas na produção dos sons, da fala e nas alterações de prosódia (Navarro et al., 2018).
Pode ser resultado de lesão neurológica resultante de um distúrbio do neurodesenvolvimento ou sem causa presente. Identificação de articulação inadequada, impasse de sequenciamento de sons e sílabas, produção e repetição, prosódico ou suprassegmental (Rodrigues et al., 2019).
A apraxia da fala representa a capacidade neurofuncional retida de delinear os modos fonoarticulatórios existentes na produção da fala motora. O indivíduo consegue coarticular segmentos de fala sequenciados foneticamente, utilizando configurações fonológicas reconstruídas (Almeida-Verdu et al., 2015).
Refere-se a modificações da articulação da fala, principalmente aquelas relacionadas ao sistema fonológico da língua. Portanto, as crianças com AFI não conseguem completar as palavras desejadas porque não conseguem agrupar os movimentos articulatórios da fala exigidos pelo procedimento da língua (Navarro et al., 2018).
Há a possibilidade de encontrar diversas formas de nomear essa condição. Neste contexto será utilizado o termo “Apraxia de Fala na Infância” (AFI), definido pela Associação Americana de Fala – Linguagem e Audiologia (ASHA). Nota-se que a AFI tem certas semelhanças com a apraxia adquirida na fase adulta, porém ressalta que a distinção reside em sua causa e nas características que afetam ambas as formas de apraxia (Almeida-Verdu et al., 2015).
Os achados de desenvolvimento mais comuns em crianças com AFI são problemas ou falta de balbucio, dificuldades de alimentação, padrões de comportamento alterados, incoerência dos movimentos da boca e quando a criança está muito quieta. (Rodrigues et al. 2019; Almeida-Verdu et al. 2015)
A principal queixa de pais de crianças com apraxia de fala costuma ser a de que “ela parece entender o que lhe falam, mas não se entende o que ela fala”. (Navarro et al., 2018).
Estudos apontam que a cada 1000 crianças, entre 1 e 2 são acometidas por este transtorno de comunicação, sendo sua ocorrência mais frequente no sexo masculino. Todavia, as manifestações costumam ser mais graves no sexo feminino (Almeida-Verdu et al., 2015).
A importância dos estudos da AFI foi estabelecida na década de 1970 e profissionais da fonoaudiologia confirmam que crianças com apraxia de fala não apresentam progresso significativo ou têm um progresso mínimo durante a terapia fonoaudiológica convencional (Rodrigues et al. 2019).
Segundo a uma concordância na literatura, ao descrever e conceituar a AFI, destaca-se a importância de procedimentos terapêuticos que devem ser utilizados com base nos princípios da aprendizagem motora, a fim de adquirir controle e melhorar a precisão e consistência no planejamento e programação da fala (Navarro et al., 2018).
Assim sendo, o treinamento reiterado (planejamento e programação) possibilita a aquisição de um repertório viável de formação lexical, ajustando-se diretamente às convenções estabelecidas no meio oral (Almeida-Verdu et al., 2015).
Denomina-se por uma de lista de recursos que serão observáveis publicamente por meio do AFI (Rodrigues et al. 2019). Na fase pré-lexical, serão notados alguns aspectos como:
- Dificuldades no balbucio;
- Demora no desenvolvimento das primeiras palavras;
- Inventário limitado de consoantes e vogais;
- Prejuízo na sequenciação dos sons e pausa entre os sons. Podendo ter presença de grandes erros inconsistentes como:
- Nos sons da fala;
- Linguagem receptiva melhor que linguagem expressiva;
- Dificuldade de imitação, durante a produção de sons e palavras;
- Dificuldade em palavras maiores e complexas e fala difícil de ser compreendida.
3.3 A importância do fonoaudiólogo na avaliação e no diagnóstico das intervenções fonoaudiológicas
Tendo em vista os fonoaudiólogos realizam uma variedade de intervenções que são observadas porque atuam em diversas especialidades: hospitais, maternidades, escolas, creches, clínicas, empresas, centros de saúde, meios de comunicação e atividades artísticas (teatro, cinema, canto) (Silva e Bordin, 2021).
No meio estão as opções fonoaudiológicas para a integração social e ocupacional dos pacientes. A ênfase é colocada na diferenciação dos métodos e técnicas de intervenção desenvolvidos e aprimorados durante a avaliação, diagnóstico, tratamento e procedimentos auxiliares (Almeida et al. 2015).
O apoio fonoaudiológico é altamente recomendado e necessário em todos os casos de AFI. São privilegiadas as questões que tratam do discurso (pragmática) encontrado na fala, na linguagem e no uso da linguagem. Nesse contexto, o AFI na produção da fala não se limita aos problemas motores, pois interfere na forma de falar a linguagem do sujeito (Silva e Bordin, 2021).
A fonoaudiologia utiliza diferentes métodos para amenizar os impactos causados por dificuldades de comunicação. Vale lembrar que os profissionais podem avaliar os efeitos psicossociais deste problema para planejar intervenções que visem promover a inclusão social e profissional do paciente. O trabalho do fonoaudiólogo deve ser compreendido como um processo que leva em conta fatores históricos e sociais, assim, a capacidade comunicativa se torna um elemento-chave para o desenvolvimento pessoal neste momento (Almeida et al., 2015).
3.4 Avaliação, Diagnóstico e Intervenção
A classificação e a caracterização clínica deste distúrbio neuropsicolinguístico são temas ainda controversialmente debatidos dentro da comunidade científica. Tendo em vista que os paradigmas avaliativos e os critérios diagnósticos da apraxia fonológica primária permanecem como assuntos em discussão na literatura especializada, no intuito de estabelecer protocolos padronizados, diversas ferramentas de medida foram desenvolvidas ao longo das últimas décadas visando aprimorar o processo de identificação do transtorno (Oliveira et al., 2021).
Nesse sentido, o conceito de indicadores históricos e de desenvolvimento/comportamentais baseados em protocolos de amnésia pode ser complementado por um modelo integrativo para orientar o diagnóstico (Rodrigues et al., 2019).
Os protocolos de avaliação podem ser apropriados tanto para a prática nãoverbal quanto para a prática verbal. Comece a entrevista usando o formulário de histórico e depois use o protocolo de avaliação AFI. Nesse determinado protocolo de avaliação será constituída por 2 modos de provas (Silva et al., 2020).
Quadro 1 – Tipos de Protocolos Avaliativos
1° Avaliação | 2° Avaliação |
Não-verbal, com o intuito de 27 manobras isoladas e em sequência, executados após comando do avaliador. | Verbal, apresenta modos de repetição de palavras e sentenças, fala automática, fala espontânea e leitura em voz alta de palavras e sentenças. |
Fonte: Adaptado de (Silva et al., 2020)
Lista de Protocolos Avaliativos
Quadro 2 – Etapas de Avaliações
Protocolo | Função |
KSPT | Kaufman Speech Praxis Test for Children – Analisa as estruturas orais e função motora da fala de crianças de 2 a 6 anos. |
VMPAC | Verbal Motor Production Assessment for Children – Avalia os aspectos do controle oromotor e características da fala na faixa de 3 a 12 anos. |
DEMSS | Dynamic Evaluation Motor of Speech Skills – Avalia a função motora, prosódia e a consistência da produção, diagnosticando desordens dos sons da fala. |
INFONO | Instrumento de Avaliação Fonológica Fonológico – Teste informatizado que consiste em 80 figuras animadas, apresentadas individualmente para nomeação da criança, determinar as substituições sonoras e o inventário fonêmico. |
CONFIAR T | Instrumento de Avaliação da Consciência Fonoarticulatória – A consciência fonoarticulatória foi avaliada por meio de um protocolo padronizado. |
TVAud | Teste de Vocabulário Auditivo – O receptivo e expressivo O vocabulário foi avaliado por meio do Teste de Vocabulário Receptivo. |
Teste de Discriminaçã o Fonológica | Usado para avaliar a discriminação fonológica |
Teste Infantil de Nomeação | Teste de nomenclatura para Crianças |
Fonte: Adaptado de (Oliveira et al., 2021)
Nos dias atuais, múltiplos instrumentos de avaliação focados na produção linguística têm sido propostos visando o diagnóstico diferencial entre crianças com severa alteração fonológica e aquelas com suspeita de apraxia fonológica infantil. Os autores do artigo em apreciação adaptaram o seu teste para a língua portuguesa brasileira por intermédio da seguinte bateria de avaliação:
Quadro 3 – Testes Avaliativos
Avaliação de Repetição de Palavras Multissilábicas; |
Avaliação do Acento Frasal; |
Tarefa de Inconsistência de fala; |
Tarefa de Máximo Desempenho |
Fonte: Adaptado de (Oliveira et al., 2021)
Esta avaliação mostrou-se eficaz na diferenciação entre grupos infantis com impacto na linguagem. Assim, torna-se desafiador realizar o diagnóstico com acuidade, uma vez que há escassos instrumentos de verificação da apraxia fonológica infantil validados e normatizados para corresponderem à realidade sociocultural nacional e às condutas internacionais (Oliveira et al., 2021).
Deve-se mencionar que o diagnóstico tardio em crianças com AFI pode levar a alterações nas características clínicas e na apresentação, o que pode levar a dificuldades no processo diagnóstico. Algumas crianças podem ser pouco comunicativas ou ter atraso no desenvolvimento da comunicação em tenra idade. Pode haver alterações fonológicas significativas no grupo pré-escolar. À medida que as crianças crescem, podem ter dificuldade com palavras e rimas mais complexas. Isso ocorre porque todos têm dificuldade em planejar e coordenar seus movimentos ao fazer um discurso (Rodrigues et al., 2019).
Marcadores diagnósticos são definidos como (Almeida-Verdu et al., 2015):
- 1° Programação voluntária da fala (uma tarefa de repetição de palavras ditadas por outra pessoa);
- 2° Inconsistência de erros dos sons da fala, em que indivíduo pode produzir corretamente uma palavra em determinada situação e, com erros, em outra.
O AFI pode identificar quando testes para formação de palavras polissilábicas podem ser usados. Como as crianças com AFI não apresentam resultados muito satisfatórios com a terapia fonoaudiológica contrastiva tradicional, a implementação em crianças mais novas ou não-verbais enfrenta grandes dificuldades, atrasa o diagnóstico precoce e afeta os resultados da terapia fonoaudiológica.
Contudo, é muito importante colocar marcadores não apenas nas vozes, mas também em outros sinais. a diferença entre produção linguística voluntária e forçada; Erros inconsistentes na repetição de sílabas e palavras. Há prosódia inadequada, especialmente na execução de acentos lexicais ou frasais, e transições polifônicas lentas e descontínuas entre sons e sílabas (Rodrigues et al., 2019).
A existência de comorbidades pode retardar o diagnóstico de AFI, dificultando o processo de avaliação e intervenção fonoaudiológica, podendo resultar em mau prognóstico do paciente (Oliveira et al., 2022).
Para garantir a precisão do tratamento, os fonoaudiólogos serão obrigados a preencher uma ficha de solução ao final de cada sessão (PAGLIARIN et al., 2021). Ela é composta por três objetivos:
- Reduzir erros de fala padrões no nível de palavra única e na fala conectada;
- Melhorar a consciência fonoarticulatória;
- Desenvolvimento habilidades literárias.
Começa com grafemas em ordem crescente de dificuldade. Apenas um fonema deve ser apresentado em cada sessão e reforçado com dicas visuais, tais como: (letras associadas visualmente a números, letras de cores diferentes), toque (texturas diferentes como argila, lixa) e fones de ouvido. Os fonemas são descritos individualmente em frequências diferentes para ajudar as crianças a compreendê-los e pronunciá-los corretamente. Associe sons a gestos e movimentos articulatórios durante a produção.
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Mediante a pesquisa foram encontrados 22 artigos no qual estariam de acordo com o tema abordado, no entanto utilizou-se os critérios de inclusão e exclusão removendo aqueles artigos que não se agregavam ao requisito de ano de publicação, reduzindo para o número de 18 artigos selecionado.
Quadro 4 –Revisão Sistemática do Tema Abordado
Autores | Titulo | Ano | Tipo de Estudo | Resultados |
SILVA; CÁCER ESASSEN ÇO. | Transtornos de linguagem em pessoas que se comunicam por língua de sinais: revisão integrativa | 2022 | revisão integrati va | Foram identificados 295 artigos, e após aplicar os critérios de elegibilidade, oito foram incluídos na análise. O intervalo de tempo de publicação encontrado foi de 12 anos (de 2007 até 2018), estudos majoritariamente do Reino Unido, de delineamento observacional e ainda com amostra restrita. |
SANTOS et al. | Tradução e adaptação transcultural do Apraxia of Speech Rating Scale 3.5 | 2022 | Estudo de Validaçã o | O CCI variou entre 0,83 e 0,94. Seis itens obtiveram valores superiores a 0,9. Os demais itens apresentaram valores entre 0,8 e 0,9. O IVCI e IVC-T apresentaram excelentes valores (IVC ≥ 0,78) para a relevância e viabilidade. |
PAGLIARIN et al. | Desempenho na tarefa de precisão em crianças com AFI após intervenção de alfabetização e habilidades motoras | 2022 | Estudo de caso | As crianças foram avaliadas antes e após a terapia e em uma avaliação de manutenção 1 mês após o término do tratamento. As crianças melhoraram na tarefa de precisão, considerando o nível de seus déficits. A melhora foi mantida na avaliação de manutenção |
OLIVEIRA et al. | Apraxia de fala Infantil em quadros com comorbidades | 2022 | Revisão sistemát ica | As comorbidades mais presentes associadas à AFI foram Transtorno do Espectro Autista, Epilepsia Rolândica e Síndrome de Down. As causas genéticas vêm como preditor da associação entre AFI e as comorbidades. |
MARTI NEZ; PIRES. | Perfil do atendimento fonoaudiológico voltado para a Comunicação Suplementar e Alternativa | 2022 | Estudo prospect ivo | Resultou-se predomínio de atuação na clínica, com crianças pequenas, sobretudo para casos de transtorno do espectro do autismo e AFI. Houve divergência de relato de tecnologia abordada e exemplificação de recurso utilizado. |
ELMAH ALLAW I et al. | Crianças c/ transtorno de desen.da linguagem: uma resposta de seguimento de freq (FFR). | 2022 | Estudo de caso clínico. | Os resultados não mostram diferença estatisticamente significante entre os grupos no que diz respeito ao QI ou PTA.A análise avançada da resposta de seguimento de frequência mostrou amplitudes reduzidas de F0 e F2. Os resultados também mostraram que o ruído. |
Fonoaudiologia, mãe, criança: encontros e | As interrogações não se limitam à cena terapêutica, mas delineiam também o movimento linguístico da criança que se dá fora dela (família, |
SILVA; BORDI N. | desencontros na cena terapêutica de fala e linguagem | 2021 | Estudo de caso clínico | escola, ambientes sociais) e retorna, pulsionando a prática clínica |
OLIVEIRA et al. | Métodos de avaliação da apraxia de fala na infância. | 2021 | Revisão sistemát ica | Realizou a associação entre a avaliação de habilidades motoras e/ou articulatórias e segmentais. Cinco realizaram avaliação de todos os aspectos elencados: motor e/ou articulatória, segmental e suprassegmental e dois realizaram apenas avaliação motora e/ou articulatória. |
SILVA et al. | Análise da intervenção fonoaudiológica em apraxia de fala na síndrome de Down: um estudo de caso | 2020 | Estudo de Caso Clinico | Essas alterações podem interferir no planejamento e na programação motora, caracterizando a ocorrência da apraxia de fala na infância, um distúrbio de origem neurológica, no qual a precisão e a consistência dos movimentos subjacentes à fala são prejudicadas na ausência de déficits neuromusculares. |
RODRIGUES et al. | APRAXIA DE FALA DA INFÂNCIA E MARCADORES HISTÓRICOS, DESENVOLVIM ENTAIS E COMPORTAME NTAIS | 2019 | Revisão sistemát ica | Todas as crianças apresentaram marcadores históricos e desenvolvimentais já descritos para AFI, na perspectiva integrativa, sendo 5 desenvolvimentais, 1 histórico e 4 com ambos. A falta de informações de história evidencia a importância da anamnese detalhada e dinâmica, com integração desses dados efetivamente. |
MARTINS et al. | Childhood apraxia of speech evaluation in autism spectrum disorders: three clinical cases report | 2019 | Estudo de Caso clínico | Todos os assuntos apresentaram atraso moderado de linguagem com melhor desempenho na área receptiva. Dificuldades nas tarefas de práxis oral foram mais evidentes em um dos sujeitos. Vocal, prosódico e discurso características de todos os casos eram compatíveis com CAS. |
CATRIN I; LIER-DEVITT OR | Apraxia de fala e atraso de linguagem: a complexidade do diagnóstico e tratamento | 2019 | Estudo relato de um caso clínico | Neste trabalho, apresentamos o relato de um caso clínico em que tanto o diagnóstico quanto o tratamento mobilizam discussões a respeito da condição apráxica de fala na infância. Nas apraxias, partimos do reconhecimento de que o corpo colocado em evidência é aquele que ultrapassa sua configuração puramente orgânica. |
NAVARRO et al. | Apraxia de fala na infância: para além das questões fonéticas e fonológicas | 2019 | Estudo de análise e a discuss ão. | A partir da revisão bibliográfica da área, recobrindo avaliação e tratamento fonoaudiológico tradicionalmente destinados àquelas crianças, ampliamos, com base em uma abordagem discursiva de língua e linguagem, nossas reflexões sobre a criança com apraxia. |
KESKE- SOARES et al. | Desempenho de crianças c/ distúrbio dos sons da fala no inst,. ’’Av. dinâmica das habilidades motoras da fala | 2018 | Estudo transver sal | O grupo com AFI apresentou desempenho inferior nas variáveis de precisão da produção e consistência da fala quando comparado aos demais grupos. |
GLORIA et al. | O uso das conjunções por crianças com desenvolviment o típico de linguagem | 2016 | Estudo de caso clinico | Os dados indicaram que quanto maior a faixa etária da criança, maior o número dos tipos de conjunções utilizadas por elas. Quanto à comparação entre as faixas etárias, houve diferença estatística na comparação entre os números médios de conjunções por faixa etária, assim como para conjunções aditivas e para conjunções subordinativas |
GUBIANI et al. | Instrumentos para avaliação de Apraxia de fala infantil | 2015 | Revisão sistemát ica | Foi possível identificar cinco instrumentos avaliativos utilizados para identificação da apraxia de fala infantil e a maioria destina-se à avaliação da realização de praxias e/ou movimentos orofaciais, sequências de movimentos orofaciais, articulação de fonemas simples, fonemas complexos e sílabas, fala espontânea, além da adequação da prosódia. |
ALMEIDA – VERDU et al. | Apraxia e produção da fala: efeito do fortalecimento de relações verbais. | 2015 | Estudo que caso clinico | Os resultados corroboram os estudos anteriores sobre o favorecimento da fala por meio de relações de equivalência e dados sobre o benefício do trabalho a partir do fortalecimento da rede de leitura e escrita. |
ALMEIDA et al. | Contribuições da Fonoaudiologia para a integração social e profissional dos clientes | 2015 | Pesquis a de análise qualitati va | Resultados predominantemente em mulheres. Sobre a importância da Fonoaudiologia para inserção/integração social/profissional a categoria mais mencionada foi “melhora da comunicação” e “melhora na qualidade de vida”. |
Fonte: Autor Próprio (2023)
A linguagem é a principal forma de comunicação humana e que o estágio de desenvolvimento mais sensível vai do nascimento aos três anos de idade. A primeira fase de desenvolvimento inicia-se com o balbucio por volta dos 5 meses, seguido da produção das primeiras palavras ao final do primeiro ano de vida (Silva; CáceresAssenço, 2022).
Segundo Santos et al. (2023) o planejamento motor ocorre em áreas motoras corticais do hemisfério dominante, e a programação motora é facilitada por regiões subcorticais bilaterais e circuitos córtico-subcorticais no cérebro.
O tratamento da AFI utilizará uma variedade de abordagens, como métodos de aprendizagem motora, verbal ou multimodal (por exemplo, métodos de comunicação aumentativa/alternativa) (Pagliarin et al. 2022).
Conforme relatado por Oliveira et al. (2021), a apraxia fonológica que acomete crianças é uma desordem rara, incidindo em 0,1% da população, na qual se verifica comprometimento da capacidade de emitir com precisão e regularidade os constituintes sonoros mínimos da fala – fonemas e sílabas – assim como dos elementos articulatórios e supramorfêmicos que lhes conferem forma.
A fala é apenas uma forma de comunicação e raramente ocorre isoladamente sem a adição de outras formas, como gestos, expressões faciais e/ou expressões corporais. (Martinez; Pires, 2022)
Os sons da fala são estruturas complexas ricas em harmônicos, modulações dinâmicas de amplitude e frequências múltiplas. Consiste no tronco cerebral auditivo para codificar sinais auditivos com rapidez e precisão (Navarro et al. 2018; Elmahallawi et al. 2022).
Ter acompanhamento fonoaudiológico é recomendado a todos os casos de AFI (Silva; Bordin, 2021).
Existem muitos sinais clínicos dos distúrbios de fala mencionados na literatura, mas três deles são aqueles com os quais os autores concordam: erros inconsistentes em consoantes e vogais, coarticulação insuficiente nas transições entre fonemas e distúrbios prosódicos, especialmente vocabulário e acentos sintáticos (Oliveira et al. 2022).
Há uma certa dificuldade de pesquisas literárias que abordem os atributos em relação a diagnóstico e as intervenções fonoaudiológica direcionada para crianças com AFI (Silva et al. 2020).
Avanços recentes em diversos estudos genéticos que detectam mutações no gene FOXP2. As primeiras alterações na fala, linguagem e mutações no FOXP2 foram realizadas em 3 gerações de familiares idênticos com AFI (Rodrigues et al. 2019). Apontando mutações no gene FOXP2, localizado no cromossomo 7, ocorrem em todas as pessoas.
De acordo com a entidade de fonoaudiologia norte-americana (ASHA), a apraxia fonológica infantil é uma desordem neurológica na qual o planejamento e a programação das sequências de modulação tonal necessárias à fala ficam comprometidos, ainda que ausentes déficits neuromusculares (Martins et al. 2021).
No contexto da apraxia, o corpo vai além de sua mera composição orgânica. Ele representa uma estrutura fisiológica capaz de realizar ações complexes como ouvir com os ouvidos e falar com a boca de maneira singular. Dessa forma, os sistemas neurofuncionais envolvidos na produção motora da fala conseguem ser ressignificados a despeito dos déficits neurológicos presentes (Catrini & LierDevittor, 2019).
Não há consenso entre os especialistas sobre quais e quantos sinais são necessários para receber um diagnóstico de AFI. Alguns estudos relatam que são necessários mais de cinco sinais, mas outros autores sugerem que são necessários pelo menos oito (Keske-Soares et al. 2018).
A detecção precoce de alterações de linguagem, preferencialmente na idade pré-escolar, é importante, pois pode orientar equipes de intervenção especializadas (Gloria et al. 2016).
AFI é um subtipo de alteração de linguagem infantil de etiologia desconhecida e é definido como um distúrbio motoro sonoro que interfere especificamente no planejamento ou execução de movimentos orofaciais durante a produção de fonemas (Gubiani et al. 2015).
A prevalência deste distúrbio de comunicação é de 1 a 2 por 1.000 crianças, ocorrendo mais frequentemente em meninos, mas com maior gravidade em meninas (Almeida-Verdu et al. 2015).
Contudo, notou-se que muitas vezes essa prática não é dialógica ou analisada numa abordagem que consiga compreender/avaliar o possível envolvimento do fonoaudiólogo nos arranjos sociais e ocupacionais dos clientes (Almeida et al. 2015).
5. CONCLUSÃO
Desta maneira a pesquisa comprovou que a apraxia de fala infantil se encontra em evidência na atualidade, tratando-se de um transtorno neurogênico que afeta diretamente a fala da criança. No qual o cérebro apresenta um grande conflito na coordenação e programação nos movimentos orais, para a execução da fala. Esse transtorno apresenta dificuldades na comunicação afetando o meio social do indivíduo.
Esse trabalho buscou apontam os principais aspectos e métodos utilizados na intervenção fonoaudiológica em crianças com apraxia de fala infantil, conquistando sucesso comprovado que a atuação do fonoaudiólogo com crianças apráxicas vem sendo muito satisfatória.
A pesquisa indicou que, dentre os processos de aquisição da linguagem, a intervenção pode auxiliar a criança por meio do aprendizado de estratégias facilitadoras do amplo desenvolvimento daquelas acometidas pela apraxia. Considerando os aspectos relacionados ao manejo da desordem e a importância fundamental do conhecimento das etapas evolutivas da fala infantil, possibilita-se com isso um diagnóstico precoce e tratamentos terapêuticos mais efetivos.
Apesar dos protocolos avaliativos já terem sido apresentados, as pesquisas descrevem dois tipos de avaliação – verbal e não-verbal – que podem ser benéficos e eficientes nos processos terapêuticos de crianças de todas as idades, onde resultados positivos foram apontados em todos os estudos analisados. Compreendese que essa fundamentação estudada pode contribuir para o avanço de diversos profissionais da fonoaudiologia, enfatizando a abordagem dos métodos terapêuticos.
Conforme apontado em pesquisas recentes, a ausência de métodos intervencionais em crianças com apraxia de fala infantil pode interferir no processo de aquisição linguística do indivíduo. Isso ocorre, pois, a desordem apresenta variações nos sintomas de comunicação, aquisição e interação social. Esse cenário evidencia a falta de fonoaudiólogos em unidades básicas de saúde e redes de ensino, o que dificulta o acesso a um diagnóstico e tratamento precoces.
É notável a relevância de uma atuação fonoaudiológica precoce, essencial para pesquisas que objetivam indicar métodos capazes de aprimorar e ampliar novos estudos sobre intervenções em crianças com apraxia de fala infantil. A atuação tempestiva se faz necessária a fim de subsidiar pesquisas que contribuam com o desenvolvimento de abordagens terapêuticas mais efetivas para esse transtorno.
REFERÊNCIAS
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[1] Projeto de Lei (PL) 482/20221 / ALES DIGITAL | ASSEMBLEIA LEGISLATIVA – ES
[2] Lei 11.212/2020 – ALES DIGITAL | ASSEMBLEIA LEGISLATIVA – ES
[3] ABRAPRAXIA – O Que é Apraxia de Fala na Infância? – ABRAPRAXIA (apraxiabrasil.org)