REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.6604930
UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO
ESCOLA POLITÉCNICA DE PERNAMBUCO
Autor:
Eraldo Campos Pedrosa
Coautores:
Letícia Mendes Pires Brandão
Victor Barbosa de Melo
- Resumo:
Este artigo apresenta um resumo detalhado sobre o sistema de impermeabilização utilizando manta asfáltica em uma laje de coberta de um prédio residencial localizado no bairro de Boa Viagem em Recife-Pe. Para isto, serão descritas as características gerais do local, suas especificidades e necessidades. Além disso, será abordado neste trabalho as principais características desse tipo de sistema de impermeabilização, suas vantagens e desvantagens, etapas de execução e os motivos para o uso desse tipo de material. Também será desenvolvido um croqui com todas as informações da obra e descrição do canteiro e equipamentos.
Abstract:
This work presents a detailed summary of the asphalt felt based waterproofing system used in a roof slab of a residential building located in the neighborhood of Boa Viagem, in Recife, state of Pernambuco – Brazil. To that end, we will describe the general characteristics of the place, its specificities, and needs. Furthermore, we will discuss the main features of this kind of waterproofing system, its advantages and disadvantages, execution steps and the reasons to use this kind of material. We will also develop a sketch with all the construction work information and description of the construction site and equipment.
- Impermeabilização por manta asfáltica:
A impermeabilização por manta asfáltica é um dos mais utilizados no Brasil, feita com um material asfáltico modificado (adicionado de elastômeros, plastômeros ou polímeros para garantir maior durabilidade e elasticidade), armado com materiais diversos, sendo os mais comuns o filme polietileno, borracha, poliéster e fibras de vidro. Ela deve atender à norma brasileira NBR-9952/07 da ABNT. Além disso, ela possui algumas vantagens, como, maior resistência à perfuração, menor custo, maior resistência ao puncionamento.
Existe ainda uma grande variedade de mantas asfálticas, pois dependendo dos materiais usados na sua composição ela desenvolve certas características que podem ajudar ainda mais em uma boa impermeabilização, por isso, é importante ter um amplo conhecimento dos tipos e das necessidades de cada obra. Geralmente, as mantas são produzidas no tamanho 1m de largura por 10 m de comprimento, tendo sua espessura variada entre 3 a 5 mm.
Outro ponto interessante, é que esse tipo de impermeabilização possui fácil aplicação pois é pré-fabricado e finalizado no local.
- Informações da obra:
Edifício Vânia Gama, localizado no bairro de Boa Viagem, Recife – Pe. O edifício apresentou indícios da falta de estanqueidade na laje, com o aparecimento de problemas de infiltração principalmente nas juntas. Diante disso, foi necessário avaliar a situação, levando em consideração diversos fatores, como o fluxo de pessoas que trafegam sobre a manta/revestimento final, qual será a finalidade daquele local, o orçamento disponível do cliente, padrões de vida útil e norma existente, dentre outros.
Como consiste em uma laje de coberta, o fluxo de pessoas é consideravelmente baixo, visto que apenas profissionais da rede de Telecom e/ou funcionários do próprio edifício devem trafegar pela área. Logo, pode-se destacar o sol como principal intempérie.
Figura 1 – Edifício Vânia Gama
Fonte – Google Earth Pro (Lat: 8° 7’47.23″S; Long: 34°54’14.79″O)
4. Croqui:
Após estudo prévio, verificou-se que a solução adotada foi de refazer a laje com nova declividade normativa de 1% para os ralos, seguindo a norma 9574/9575, além da escolha do sistema de impermeabilização com manta asfáltica preta com 4mm de espessura, visto sua resistência é maior que a manta aluminizada.
Figura 2 – Croqui da laje de coberta do Edifício Vânia Gama
Fonte – Autoral
- Etapas de Aplicação:
- 1 Regularização da Laje:
A superfície deve estar limpa, seca e isenta de óleos, graxas e partículas soltas de qualquer natureza. Executar a regularização da superfície com argamassa desempenada de cimento e areia, no traço 1:3 a 1:4 com caimento mínimo de 1% (para áreas externas) e 0,5% (para áreas internas e calhas). Arredondar cantos vivos e arestas. Tubulações emergentes e ralos deverão estar rigidamente fixados, garantindo assim a perfeita execução dos arremates. Recomenda-se que se execute um rebaixamento de 1 cm de profundidade ao redor dos ralos, com diâmetro de 50 cm. A impermeabilização deve ser executada nos rodapés com altura mínima de 30 cm do piso acabado e embutida com profundidade 3 cm.
- 2 Aplicação do Primer:
Após regularizar a superfície, deve-se aguardar a secagem (no mínimo 48 horas) e, em seguida, fazer a aplicação na área utilizando primer fornecido pelo fabricante com consumo aproximado de 0,5 litro/m².
- 3 Aplicação do asfalto oxidado:
Para colagem com asfalto a quente, aplicar uma demão de Asfalto à temperatura de 180° a 200°C (os limites de temperatura deverão ser confirmados pelo fabricante), com auxílio de meada. É importante que seja controlado o consumo do asfalto quando da aplicação de modo a garantir o consumo mínimo de 3 kg/m² (ou conforme recomendação do fabricante).
- 4 Aplicação da manta asfáltica:
Imediatamente após a aplicação do asfalto oxidado, desenrolar a Manta sobre a superfície, tendo o cuidado de permitir um excesso de asfalto à frente da bobina. A sobreposição entre duas mantas devem ser de no mínimo 10 cm, tomando-se os cuidados necessários para uma perfeita aderência. É importante prever um banho de asfalto após a colagem da emenda (no caso de não ser previsto um banho geral de asfalto).
- 5 Aplicação da camada separadora:
Sobre a impermeabilização, colocar camada separadora composta por papel Kraft, filme de polietileno ou similar. A camada separadora tem a função de evitar a aderência da proteção mecânica sobre a impermeabilização, evitando que atuem diretamente sobre ela provocando seu desgaste.
- 6 Proteção Mecânica:
Trata-se basicamente do revestimento primário ou definitivo para evitar abrasão ou perfuração da manta com objetos cortantes ou desgaste prematuro ou ressecamento do material. Executa-se em seguida, uma argamassa de cimento e areia no traço 1:3 ou 1:4, e espessura mínima entre 3 e 4 cm.
Além disso, alguns pontos frágeis devem ser considerados como os canos, caranguejos (ancoragem). Ralos também são itens muito sensíveis, deve ser realizado o rebaixo do piso no ponto para receber uma dupla manta no local. A declividade também deve ser muito bem avaliada para garantir o funcionamento eficiente da impermeabilização.
- Manutenção após aplicação:
A manta asfáltica possui uma ótima vida útil, sendo 8 anos pelo fabricante e 5 pela execução. Entretanto, para isso, é preciso se atentar em algumas informações. Deve-se rastrear as pessoas que sobem na cobertura, pois elas podem acabar perfurando a manta para a colocação de antenas, pregos e parafusos, perdendo assim a garantia.
7. Referencias bibliográficas:
- PINETTI, Cinthia Cristina Hirata. Impermeabilização em lajes de cobertura: análise da execução com sistema flexível de manta asfáltica. 2013.
- https://www.universidadetrisul.com.br/etapas-construtivas/impermeabilizacao-commanta-asfaltica#:~:text=As%20mantas%20asf%C3%A1lticas%20devem%20atender,mais%20adequado%20para%20cada%20caso
- https://blog.telhanorte.com.br/como-aplicar-manta-asfaltica-telhado
- ACIOLI, André Vaz Ferreira; AMORIM, José Emilio de Omena. A importância da impermeabilização na construção civil: sistema de manta asfáltica. 2018.
- SILVA, Maria Carolina Rodrigues et al. Aplicação de mantas asfálticas na impermeabilização de lajes de coberturas. IV Encontro Tecnológico da Engenharia Civil e Arquitetura, pg, p. 190197, 2003.