REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ar10202410140957
Orientadora: Enfª. Emanuella Feitosa Pinho Gomes; Antonio Lopes dos Santos Filho; Aryelle Silva Cunha; Diego Alves Monteiro; Gabriel Meira Cordeiro Alves; Keyla Aparecida Alves de Sá Carneiro Melo; Paula Ângela; Maria Frassinetti F. Lucena; Renan Silva Sampaio; Stephanie Lara Soares Matos; Vitória dos Santos Duete.
RESUMO
A tuberculose (TB), antiga enfermidade descrita como tísica, foi conhecida, no século XIX, como peste branca, ao dizimar centenas de milhares de pessoas em todo o mundo. A TB pode ser causada por qualquer uma das sete espécies que integram o complexo Mycobacterium tuberculosis: M. tuberculosis, M. bovis, M. africanum, M. canetti, M. microti, M. pinnipedi e M. caprae. O M. tuberculosis é transmitido por via aérea, de uma pessoa com TB pulmonar ou laríngea, que elimina bacilos no ambiente (caso fonte), a outra pessoa, por inalação de aerossóis oriundos da tosse, fala ou espirro. A TB pulmonar primária normalmente ocorre em seguida ao primeiro contato do indivíduo com o bacilo e, por isso, é mais comum em crianças. Tem como característica principal a tosse seca ou produtiva. A febre vespertina, sem calafrios, não costuma ultrapassar os 38,5ºC. A sudorese noturna e a anorexia são comuns. A tuberculose é uma doença grave, porém curável na grande maioria dos casos, desde que o tratamento seja seguido corretamente. No Brasil, o tratamento é padronizado e gratuito, disponibilizado pelo Programa Nacional de Controle da Tuberculose (PNCT) nas Unidades de Saúde. No Brasil, o tratamento da tuberculose é padronizado e consiste em duas fases: intensiva e de manutenção. O esquema básico preconizado pelo Ministério da Saúde (BRASIL, 2019) para adultos e adolescentes com idade igual ou superior a 10 anos, inclui rifampicina, isoniazida, pirazinamida e etambutol (RHZE). O Tratamento Diretamente Observado (TDO) é uma estratégia fundamental para garantir a adesão dos pacientes ao tratamento da tuberculose e reduzir as taxas de abandono. Adotado pelo Ministério da Saúde (MS) com base nas recomendações da OMS, o TDO consiste na observação direta da ingestão dos medicamentos por profissionais de saúde. Para o controle da tuberculose, é imprescindível a atuação dos agentes comunitários de saúde (ACS) desde o diagnóstico até o desfecho dos casos. Destacam-se como suas atribuições: Divulgar para sua comunidade a tuberculose como importante problema de saúde pública atual. Orientar a população quanto à transmissão aérea da tuberculose e às medidas de prevenção que podem ser adotadas. Estar atento, em todos os encontros com a comunidade, aos principais sintomas da tuberculose (tosse, febre, emagrecimento e sudorese noturna), assim como divulgá-los, e fazer o encaminhamento dos casos suspeitos para a unidade de saúde.
Palavras-chaves:Tuberculose; Agentes comunitários de saúde; Tratamento diretamente observado.
ABSTRACT
Tuberculosis (TB), a disease formerly described as typhus, was known in the 19th century as the white plague, decimating hundreds of thousands of people around the world. TB can be caused by any of the seven species that make up the Mycobacterium tuberculosis complex: M. tuberculosis, M. bovis, M. africanum, M. canetti, M. microti, M. pinnipedi and M. caprae. M. tuberculosis is transmitted by air, from a person with pulmonary or laryngeal TB, who eliminates bacilli in the environment (source case), to another person, by inhaling aerosols from coughing, talking or sneezing. Primary pulmonary TB usually occurs after the individual’s first contact with the bacillus and is therefore more common in children. Its main characteristic is a dry or productive cough. Evening fever, without chills, does not usually exceed 38.5ºC. Night sweats and anorexia are common. Tuberculosis is a serious disease, but it is curable in the vast majority of cases, as long as the treatment is followed correctly. In Brazil, treatment is standardized and free of charge, provided by the National Tuberculosis Control Program (PNCT) in Health Units. In Brazil, tuberculosis treatment is standardized and consists of two phases: intensive and maintenance. The basic regimen recommended by the Ministry of Health (BRASIL, 2019) for adults and adolescents aged 10 and over includes rifampicin, isoniazid, pyrazinamide and ethambutol (RHZE). Directly Observed Treatment (DOT) is a fundamental strategy for ensuring patient adherence to tuberculosis treatment and reducing abandonment rates. Adopted by the Ministry of Health (MoH) based on WHO recommendations, DOT consists of direct observation of drug intake by health professionals. Community health workers (CHWs) are essential for tuberculosis control, from diagnosis to the outcome of cases. Their duties include Spreading the word to their community about tuberculosis as an important current public health problem. Educate the population about airborne transmission of tuberculosis and the preventive measures that can be adopted. To be aware of the main symptoms of tuberculosis (cough, fever, weight loss and night sweats) at all meetings with the community, as well as publicizing them, and referring suspected cases to the health unit.
keywords: Tuberculosis; Community Health Agents; Directly Observed Treatment.
1 INTRODUÇÃO
A tuberculose (TB) é uma doença infecciosa de grande preocupação global, sendo uma das principais causas de morte por doenças infecciosas. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que um terço da população mundial esteja infectada pelo bacilo da TB, com cerca de 10 milhões de casos ativos anualmente, principalmente em países em desenvolvimento. Em 2022, a TB foi a segunda principal causa de morte por um único agente infeccioso no Brasil, superada apenas pela COVID-19, com mais de 80 mil novos casos anuais. Mundialmente, em 2022, estima-se que 10,6 milhões de pessoas desenvolveram TB ativa, resultando em 1,3 milhões de óbitos. Com relação ao cenário do Estado de Pernambuco, no ano de 2023 foram notificados 5.026 casos novos sendo o estado nordestino com o maior coeficiente de casos novos por habitantes, com uma incidência de 26,4/100 mil habitantes (BRASIL, 2024). Diante desse cenário, são necessárias ações urgentes para que o Brasil consiga eliminar a TB como problema de saúde pública em consonância com a meta da OMS para 2035 (OMS, 2022).
Causada pela micobactéria Mycobacterium tuberculosis, a tuberculose é uma doença que afeta principalmente os pulmões, mas pode se espalhar para outros órgãos. A transmissão ocorre por via aérea, através de gotículas expelidas por uma pessoa infectada ao tossir, espirrar ou falar. Ambientes ventilados e com luz solar direta reduzem significativamente o risco de transmissão, ligando a propagação da doença às condições de vida da população. No Brasil, grupos vulneráveis incluem pessoas em situação de rua, portadores de HIV, a população carcerária e indígenas (SILVA et al., 2023).
A elevada incidência da TB no Brasil motivou o Ministério da Saúde a instituir, em 2004, o Programa Nacional de Controle da Tuberculose (PNCT). Este programa tem como diretrizes a descentralização e a horizontalização das ações de vigilância, prevenção e controle da TB para a rede básica de saúde, com particular ênfase na Estratégia de Saúde da Família (ESF) e no Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS) (SANTOS, 2007). Entre as atribuições da rede básica estão a vacinação BCG de recém-nascidos, vigilância, prevenção e tratamento da TB. Nesse contexto, os agentes comunitários de saúde (ACS) desempenham um papel crucial na identificação de sintomáticos respiratórios, acompanhamento do tratamento e orientação sobre medidas preventivas aos membros da família.
As ESF e os Agentes Comunitários de Saúde desempenham um papel crucial no controle da TB no Brasil, especialmente em áreas vulneráveis. Esses profissionais que, em geral, residem na própria comunidade onde trabalham, são essenciais para a implementação de medidas de prevenção, diagnóstico precoce e adesão ao tratamento. Os ACS são responsáveis pela identificação de sintomáticos respiratórios (SR) durante visitas domiciliares, encaminhando os casos suspeitos para as Unidades Básicas de Saúde (UBS) para diagnóstico e tratamento. Além disso, supervisionam a ingestão de medicamentos através do Tratamento Diretamente Observado (TDO), uma estratégia recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para garantir a adesão ao tratamento e prevenir o abandono, que é uma das principais causas de resistência aos medicamentos. A supervisão diária da ingestão de medicamentos e a busca ativa de pacientes que abandonaram o tratamento são atividades críticas realizadas pelos ACS (ROCHA et al., 2015).
Além do PNCT, a estratégia do Tratamento Diretamente Observado, recomendada pela OMS desde 1993, foi implementada no Brasil em 1999. O TDO envolve a observação direta da ingestão de medicamentos pelos pacientes, criando um vínculo de responsabilidade entre os pacientes e os serviços de saúde (ROCHA et al., 2015). O ACS desempenha um papel crucial nesse processo, garantindo a adesão ao tratamento e evitando o surgimento de resistência medicamentosa entre os bacilos da TB. Os ACS realizam atividades como a identificação de pacientes sintomáticos, encaminhamento de casos suspeitos às unidades de saúde, supervisão do tratamento e verificação da situação vacinal de contatos.
Além da supervisão do TDO, os ACS desempenham um papel crucial na educação em saúde, informando a população sobre os sintomas da TB, a importância do diagnóstico precoce e a necessidade de adesão ao tratamento. Estes profissionais estão intimamente ligados à comunidade, levando informações de saúde e facilitando o acesso ao tratamento. Além disso, ajudam a fortalecer o vínculo entre a comunidade e os serviços de saúde, promovendo a conscientização sobre a doença e a importância do tratamento contínuo. A proximidade dos ACS com a comunidade permite que eles estabeleçam um vínculo de confiança com os pacientes, essencial para o sucesso do tratamento (BRAGA, 2021).
O enfrentamento da tuberculose depende do fortalecimento da vigilância, prevenção e controle, da descentralização dos serviços de saúde e da qualificação dos Agentes Comunitários de Saúde. O trabalho dos ACS é essencial para diminuir a incidência e mortalidade por TB, graças à sua proximidade com a comunidade e sua capacidade de implementar ações de saúde pública sensíveis ao contexto local. A educação continuada dos ACS é uma estratégia chave para melhorar suas práticas e garantir o alcance das metas do Plano Nacional pelo Fim da Tuberculose, especialmente em áreas vulneráveis como Araripina-PE.
2 PROBLEMA
Aprimorar os conhecimentos e participação dos Agentes Comunitários de Saúde acerca da importância do rastreamento da tuberculose.
3 JUSTIFICATIVA
Justifica-se este projeto de intervenção o alto índice de subnotificação de pacientes com tuberculose, bem como a baixa participação de todos os profissionais na busca ativa por sintomas respiratórios, uma vez que foi observado que na Unidade Básica de Saúde (UBS) Nascente I e II, da cidade de Araripina-PE.
4 OBJETIVOS
4.1 OBJETIVOS GERAL
Este trabalho tem como objetivo elucidar informações acerca da tuberculose aos Agentes da Comunidade e Saúde da Estratégia de Saúde da Família Nascente II, em Araripina-PE.
4.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Atualizar os conhecimentos dos Agentes Comunitários de Saúde a respeito da tuberculose. Orientar sobre atuação dos Agentes Comunitários de Saúde a respeito do combate à tuberculose. Assim, reforçando acerca da importância do Tratamento Diretamente Observado. Com o intuito de incentivar a busca ativa por prováveis casos de tuberculose para o acompanhamento integral por toda a equipe de saúde.
5 REFERENCIAL TEÓRICO
5.1 A Tuberculose
A tuberculose (TB), antiga enfermidade descrita como tísica, foi conhecida, no século XIX, como peste branca, ao dizimar centenas de milhares de pessoas em todo o mundo. A partir da metade do século XX, houve acentuada redução da incidência e da mortalidade relacionadas à TB, já observada àquela ocasião em países desenvolvidos, sobretudo pela melhoria das condições de vida das populações (SAAVACOOL, 1986).
A TB pode ser causada por qualquer uma das sete espécies que integram o complexo Mycobacterium tuberculosis: M. tuberculosis, M. bovis, M. africanum, M. canetti, M. microti, M. pinnipedi e M. caprae. Em saúde pública, a espécie mais importante é a M. tuberculosis, conhecida também como bacilo de Koch (BK). O M. tuberculosis é fino, ligeiramente curvo e mede de 0,5 a 3 μm. É um bacilo álcool-ácido resistente (BAAR), aeróbio, com parede celular rica em lipídios (ácidos micólicos e arabinogalactano), o que lhe confere baixa permeabilidade, reduz a efetividade da maioria dos antibióticos e facilita sua sobrevida nos macrófagos (ROSSMAN; MACGREGOR, 1995).
O M. tuberculosis é transmitido por via aérea, de uma pessoa com TB pulmonar ou laríngea, que elimina bacilos no ambiente (caso fonte), a outra pessoa, por exalação de aerossóis oriundos da tosse, fala ou espirro. O termo “bacilífero” refere-se a pessoas com TB pulmonar ou laríngea que têm baciloscopia positiva no escarro. A probabilidade de uma pessoa ser infectada depende de fatores exógenos. Entre eles, pode-se citar a infectividade do caso-fonte, a duração do contato e o tipo de ambiente partilhado (BRASIL, 2019).
A transmissão se faz por via respiratória, pela inalação de aerossóis produzidos pela tosse, fala ou espirro de um doente com tuberculose ativa pulmonar ou laríngea. As gotículas exaladas (gotículas de Pflüger) rapidamente se tornam secas e transformam-se em partículas menores (<5-10 μm de diâmetro). Essas partículas menores (núcleos de Wells), contendo um a dois bacilos, podem manter-se em suspensão no ar por muitas horas e são capazes de alcançar os alvéolos, onde podem se multiplicar e provocar a chamada primo-infecção (RIEDER; OTHERS, 1999).
Classicamente, as principais formas de apresentação são a forma primária, a pós-primária (ou secundária) e a miliar. Os sintomas clássicos, como tosse persistente seca ou produtiva, febre vespertina, sudorese noturna e emagrecimento, podem ocorrer em qualquer das três apresentações. A TB pulmonar primária normalmente ocorre em seguida ao primeiro contato do indivíduo com o bacilo e, por isso, é mais comum em crianças. As manifestações clínicas podem ser insidiosas, com o paciente apresentando-se irritadiço, com febre baixa, sudorese noturna e inapetência. Nem sempre a tosse está presente. O exame físico pode ser inexpressivo. A TB pulmonar pós-primária ou secundária pode ocorrer em qualquer idade, mas é mais comum no adolescente e no adulto jovem. Tem como característica principal a tosse seca ou produtiva. Em locais com elevadas taxas de incidência de TB, toda pessoa que procura a unidade de saúde devido à tosse prolongada (busca passiva) deve ter a TB incluída na sua investigação diagnóstica.Nos casos em que a tosse é produtiva, a expectoração pode ser purulenta ou mucoide, com ou sem sangue. A febre vespertina, sem calafrios, não costuma ultrapassar os 38,5 oC. A sudorese noturna e a anorexia são comuns.O exame físico geralmente mostra fácies de doença crônica e emagrecimento, embora indivíduos com bom estado geral e sem perda do apetite também possam ter TB pulmonar. A ausculta pulmonar pode apresentar diminuição do murmúrio vesicular, sopro anfórico ou mesmo ser normal. (BRASIL, 2019).
5.2 Tratamento da Tuberculose
A tuberculose é uma doença grave, porém curável na grande maioria dos casos, desde que o tratamento seja seguido corretamente. No Brasil, o tratamento é padronizado e gratuito, disponibilizado pelo Programa Nacional de Controle da Tuberculose (PNCT) nas Unidades de Saúde. Os fármacos utilizados no tratamento da tuberculose têm como objetivo reduzir rapidamente a população bacilar, prevenir a seleção de cepas resistentes e esterilizar as lesões, impedindo recidivas (RABAHI et al., 2017). A quimioterapia da tuberculose baseia-se nas características do M. tuberculosis e na farmacologia dos medicamentos. Esses bacilos são aeróbios estritos e, portanto, em baixas concentrações de oxigênio multiplicam-se lentamente ou de forma intermitente, sendo denominados de latentes ou persistentes. Esses bacilos em estado de latência são menos suscetíveis aos medicamentos uma vez que os medicamentos antiTB são eficazes apenas quando o bacilo está metabolicamente ativo, atuando no sistema enzimático do bacilo ou bloqueando a síntese de metabólitos essenciais. A resistência a tais medicamentos pode ocorrer devido a mutações ou tratamentos inadequados, interrompidos precocemente, ou com doses incorretas (BRASIL, 2019).
No Brasil, o tratamento da tuberculose é padronizado e consiste em duas fases: intensiva e de manutenção. A fase intensiva, com duração de 2 meses, visa reduzir rapidamente a população bacilar e a contagiosidade, utilizando medicamentos com alto poder bactericida. O esquema básico preconizado pelo Ministério da Saúde (BRASIL, 2019) para adultos e adolescentes com idade igual ou superior a 10 anos, inclui rifampicina, isoniazida, pirazinamida e etambutol (RHZE). A fase de manutenção, com duração de 4 meses, foca na eliminação dos bacilos latentes, prevenindo recidivas, nesta fase são utilizados apenas dois medicamentos, a rifampicina e isoniazida (RH). A apresentação farmacológica dos medicamentos do esquema básico é de comprimidos em dose fixa combinada (DFC), com dois tipos de apresentação farmacológica, uma apresentação 4 em 1, sendo um comprimido contendo ou 4 fármacos da fase intensiva (rifampicina, isoniazida, pirazinamida e etambutol) e uma apresentação 2 em 1, sendo um comprimido contendo os 2 fármacos da fase de manutenção (rifampicina, isoniazida). Desde 2009, os comprimidos com DFC foram introduzidos para melhorar a adesão ao tratamento, facilitando a administração e assegurando a eficácia do tratamento (NASCIMENTO et al., 2023).
Em crianças (< 10 anos), utiliza-se uma combinação de três fármacos na fase intensiva (rifampicina, isoniazida e pirazinamida) e dois na fase de manutenção (rifampicina, isoniazida), com apresentações farmacológicas individualizadas. Para pacientes com resistência ou falência de tratamento, esquemas especiais são recomendados, com fármacos adicionais e maior complexidade, sendo preferencialmente conduzidos em unidades especializadas (BRASIL, 2019).
A maioria dos pacientes com tuberculose completa o tratamento sem reações adversas graves. Contudo, reações adversas podem ocorrer, sendo divididas em “menores” e “maiores”. No tratamento da tuberculose com o esquema básico é comum ocorrerem reações menores, como mudança de cor da urina, intolerância gástrica, alterações cutâneas, icterícia e dores articulares, contudo, tais alterações não requerem a suspensão do tratamento. Já as reações maiores, como trombocitopenia, anemia hemolítica e insuficiência renal, exigem a interrupções ou ajustes na administração dos medicamentos. O paciente deve ser informado sobre os principais efeitos adversos e a necessidade de procurar o serviço de saúde caso apresente sintomas que possam estar relacionados ao uso dos medicamentos. Além disso, o monitoramento regular com exames laboratoriais é recomendado para pacientes com maior risco de reações adversas (RABAHI et al., 2017).
5.3 Tratamento Diretamente Observado
O Tratamento Diretamente Observado (TDO) é uma estratégia fundamental para garantir a adesão dos pacientes ao tratamento da tuberculose e reduzir as taxas de abandono. Adotado pelo Ministério da Saúde (MS) com base nas recomendações da OMS, o TDO consiste na observação direta da ingestão dos medicamentos por profissionais de saúde. De acordo com o Manual de recomendações para o controle da tuberculose do MS (BRASIL, 2019), será considerado TDO se a observação da tomada ocorrer no mínimo três vezes por semana durante todo tratamento, contemplando 24 doses na fase intensiva e 48 doses na fase de manutenção, nos esquemas básicos de tratamento com duração padronizada de seis meses.
O TDO se destina a todos os pacientes com tuberculose e oferece uma oportunidade única para os profissionais de saúde se aproximarem do contexto social dos pacientes, identificando riscos para a não adesão e fortalecendo o vínculo entre serviço de saúde, paciente e família. Situações de vulnerabilidade social, como pobreza, uso de drogas e falta de moradia, são fatores que podem comprometer a adesão ao tratamento, assim como fragilidades na implementação do TDO. Esta estratégia pode ser realizada por profissionais de saúde ou outros profissionais capacitados, desde que supervisionados por profissionais de saúde. Contudo, a supervisão por amigos ou familiares não deverá ser considerada válida para fins de notificação no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) (BRASIL, 2019).
A Estratégia Saúde da Família (ESF) desempenha um papel crucial no tratamento da tuberculose, devido à sua íntima relação com o território e sua capacidade de realizar ações contínuas e abrangentes que vão além do caráter curativo. Para organizar o TDO nos serviços de saúde, podem-se utilizar modalidades de supervisão domiciliar, nos serviços de saúde ou compartilhada. A supervisão domiciliar envolve visitas na residência do paciente ou local de trabalho, facilitada por agentes comunitários ou outros profissionais de saúde. Nos serviços de saúde, a observação da tomada ocorre em unidades de ESF, UBS, serviços especializados de HIV, policlínicas ou hospitais. A modalidade compartilhada ocorre quando o paciente faz consultas em uma unidade e realiza o TDO em outra mais próxima. Segundo Junges et al. (2019), o TDO é uma ferramenta indispensável para melhorar a adesão ao tratamento da tuberculose, reduzindo as taxas de abandono e garantindo um acompanhamento mais próximo e humanizado dos pacientes.
5.4 Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e a Tuberculose
Para o controle da tuberculose, é imprescindível a atuação dos agentes comunitários de saúde (ACS) desde o diagnóstico até o desfecho dos casos (BRAGA et al., 2021). A família é o ponto de partida para o trabalho do ACS na comunidade. Por isso, é preciso identificar e compreender a formação e como funcionam as famílias da sua área de abrangência (BRASIL, 2009). Tal perspectiva potencializa, ainda, o fortalecimento do vínculo entre o serviço de saúde, profissionais, indivíduo, família e comunidade, sendo este o principal subsídio de atuação dos ACS. Essa inserção contribui na realização da busca ativa de SR por meio de visitas domiciliares (VD) para elucidação diagnóstica o mais precoce possível, além de auxiliar no acompanhamento dos casos em tratamento, orientações sobre a doença, tratamento, efeitos colaterais, dentre outros, além da supervisão da ingesta medicamentosa através do TDO. (FERREIRA et al., 2019).
Destacam-se como suas atribuições: Divulgar para sua comunidade a tuberculose como importante problema de saúde pública atual. Orientar a população quanto à transmissão aérea da tuberculose e às medidas de prevenção que podem ser adotadas. Estar atento, em todos os encontros com a comunidade, aos principais sintomas da tuberculose (tosse, febre, emagrecimento e sudorese noturna), assim como divulgá-los, e fazer o encaminhamento dos casos suspeitos para a unidade de saúde. Para interromper a cadeia de transmissão da doença é fundamental a descoberta oportuna dos casos de tuberculose ativa. Sendo assim, a busca ativa de sintomático respiratórios (SR) deve ser estratégia priorizada pelos ACS. Possibilitar, conforme a rede do município, que a primeira amostra de escarro seja coletada no momento da suspeita de tuberculose, permitindo a diminuição da transmissão e a consequente queda no número de casos, uma vez que o principal exame diagnóstico é o exame do escarro. Informar que o tratamento para TB está disponível no SUS, dura no mínimo seis meses e deve ser feito até o final para que se alcance a cura. Realizar busca ativa dos pacientes em tratamento que não comparecerem ao serviço de saúde quando agendados. Utilizar ferramentas de coleta de informações e acompanhamento do paciente (BRASIL, 2017).
É notório que a presença do ACS contribui na melhoria dos indicadores da ESF em comparação a UBS tradicional, considerando que este é o profissional mais próximo do doente, família e comunidade pelas próprias atribuições definidas e desempenhadas (BRAGA et al., 2021).
6 METODOLOGIA
Trata-se de um projeto de intervenção (PI) quanti-qualitativo para aperfeiçoamento do rastreio da tuberculose, ofertado aos agentes comunitários de saúde, na comunidade atendida pela Equipe de Saúde da Família (ESF) – Nascente I e II, da cidade Araripina, município do interior de Pernambuco.
Este PI foi elaborado por meio da aplicação do método do Planejamento Estratégico Situacional, por Estimativa rápida. Teve como abordagem uma pesquisa quanti-quali, ao adotar esse tipo de pesquisa foi possível determinar os problemas prioritários encontrados juntos aos conhecimentos dos ACS, assim como as estratégias e ações que iríamos adotar a fim de as sanarmos.
O estudo apresenta dados coletados no município, no período de 2017 até hoje, por meio do Registro de Sintomáticos Respiratórios no Serviço de Saúde – Programa de Controle de Tuberculose (Anexo A), que informa o número de pacientes com tuberculose que foram e/ou estão sendo acompanhados naquela ESF. Apresenta também dados coletados com a equipe dos agentes comunitários de saúde, buscando identificar os problemas e potencialidades que influenciam no correto rastreio e manejo da tuberculose na comunidade adscrita.
A ação propriamente dita foi desenvolvida no formato de palestra, onde inicialmente os presentes responderam a um questionário usando seus conhecimentos prévios a respeito do tema, depois seguiu-se com uma dinâmica educativa onde foi corrigido o questionário juntamente com os presentes. Posteriormente, realizou-se um tira dúvidas, e por fim os presentes compartilharam histórias de atuação que vivenciaram ao longo dos anos. Bem como, foi entregue um folder informativo, confeccionado pelos estudantes, com o propósito de ajudar os ACS no rastreio da tuberculose.
Realizou-se ainda uma revisão bibliográfica para embasamento teórico deste trabalho, em especial nas plataformas do Governo Federal, e tendo como buscador de dados os sites, a saber: Google acadêmico, Scielo, no Pubmed. Para redação do texto foram aplicadas as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e às orientações da disciplina Interação em saúde na comunidade (IESC).
7 RESULTADOS E DISCUSSÃO
O controle da tuberculose (TB) envolve uma série de ações relacionadas a práticas clínicas, organização de serviços, interações com outras áreas dentro e fora do setor de saúde e sistema de informação e vigilância. Várias publicações nacionais e internacionais tratam dos temas em partes ou como um todo. (BRASIL,2019).
A saúde no Brasil e no mundo, muitas vezes, mostra-se como um tema sensibilizado pelas esferas públicas e pela sociedade civil. Isso se deve, sobretudo, à estigmatização do debate sobre bem-estar social e à insuficiência profissional, perante o delicado assunto sobre o combate e rastreio a tuberculose, justificada pela baixa de recursos estatais na capacitação multiprofissional e pouca discussão pública sobre as problemáticas envolvendo a busca e diagnóstico da TB na fase inicial dos sintomas.
Segundo o Manual de Recomendações para o Controle da Tuberculose no Brasil, do Ministério da Saúde, no Brasil, existe o Programa Nacional de Controle da Tuberculose (PNCT), o qual é responsável, entre outras ações, por estabelecer as diretrizes para o controle da doença, que tem tratamento padronizado, exclusivamente oferecido no serviço público de saúde.
Vale salientar que apesar de mais conhecido, o PNCT, existem outras várias condições que interfere no rastreio e diagnóstico precoce da TB, esses fatores incluem a baixa informação prestada a toda a equipe de saúde que compõe a ESF, a prestação de métodos de rastreios específicos e de fácil compreensão e aplicação, dificultando, assim, a captação de dados para a obtenção de recursos para determinada ESF. Prova disso, é o escasso preenchimento do Registro de Sintomáticos Respiratórios no Serviço de Saúde – Programa de Controle de Tuberculose, onde teve seu ultimo relato em fevereiro, no ano de 2017 (anexo A), logo foi fácil a identificação da problemática inicial.
Tendo em vista o cenário hodierno supracitado em relação à importância dessa temática, foram convocados 13 ACS sem distinção de gênero, os quais têm contato diário e responsabilidade para com a população e é uma ferramenta fundamental na saúde pública, os mesmos compõe a ESF do Nascente I e II, em Araripina-PE. A este público-alvo foram feitas perguntas específicas a respeito da temática, expostas no Anexo B, com intuito de nortear o debate acerca da TB, como mostrado na figura 1.
Figura 1: Encontro dos estudantes de Medicina da FAP Araripina com os ACS da ESF-Nascente II.
Fonte: Autoria própria, 2024.
Utilizou-se 5 perguntas subjetivas, com uma variação de três a quatro opções de escolha, no último momento foi aplicada uma escala 0 a 10 (sendo zero nada de contribuição e, 10 o nível máximo de contribuição), como ferramenta pedagógica para o público-alvo.
Quando questionados o agente causador da tuberculose, foram oferecidas quatro alternativas (Vírus, ou Bactéria, ou Fungo, ou Outro microrganismo), onde 7 responderam “bactéria”, 2 responderam “outros microorganismos” e, o restante responderam não foram contabilizados por apresentarem nas respostas a marcação de mais de uma alternativa. Como mostra o gráfico 1 na figura 2.
Figura 2: Gráfico 1- Correspondente ao número de ACS que responderam o quesito sobre o agente causador da tuberculose, na ESF-Nascente I e II.
No que se refere sobre a tuberculose ser ou não transmissível, todos os agentes comunitários de saúde responderam que “sim”, obtendo unanimidade na escolha da alternativa correta, sem adesão aos números de não contabilizados, demonstrando, assim, um bom conhecimento prévio a respeito dos aerossóis expelidos pelos pacientes com tuberculose de forma ativa, respostas essas demonstradas, logo em seguida, na figura 3.
Figura 3: Gráfico 2- Correspondente ao número de ACS que responderam o quesito sobre considerar a tuberculose uma doença transmissível, na ESF-Nascente I e II.
Em relação ao fato de se considerar um rastreio digno e concreto, foi indagado aos ACS presentes sobre os principais sinais e sintomas presentes em um paciente com tuberculose ativa. Logo, foram concedidas alternativas características de várias etiologias e, dentre elas a mais característica de um paciente com TB pulmonar ativa, tosse persistente e febre vespertina.
No questionamento foi notado uma dúvida a respeito dos sintomas característicos da TB, totalizando um total de 2 ACS que mantiveram a marcação em mais de uma alternativa, mas a maioria, totalizando 11 ACS, marcaram a alternativa considerada adequada e esperada pelos avaliadores, notificação essa exemplificada, em seguida, na figura 4.
Figura 4: Gráfico 3- Correspondente ao número de ACS que responderam o quesito sobre os principais sinais e sintomas da tuberculose, na ESF-Nascente I e II.
No tocante das respostas apresentadas pelos agentes comunitários de saúde, uma penúltima pergunta foi lhes apresentada, sobre a existência ou inexistência do conhecimento prévio dos ACS sobre o tratamento diretamente observado, apenas 1 participante respondeu que “não” obtinha conhecimento do TDO, em contrapartida 12 participantes demonstraram saber a importância do mesmo, fator importante este, o qual foi exposto na figura 5.
Figura 5: Gráfico 4- Correspondente ao número de ACS que responderam o quesito sobre os principais sinais e sintomas da tuberculose, na ESF-Nascente I e II.
No último quesito indagativo do questionário, foram propostas alternativas diversificadas a respeito da melhor maneira de como prevenir a TB, a vacina Bacilo de Calmette e Guérin (BCG), a qual obteve um total de 7 marcações como verdadeira, tornando-se maioria. As demais alternativas obtiveram, 1 marcação em “não compartilhar objetos”, 3 marcações na vacina tetravalente e, 2 marcações não foram contabilizadas por apresentarem mais de uma alternativa assinalada, como mostra o gráfico 4, na figura 6. Após respondido esse questionário, foi dado início a discussão ativa de todos os participantes, a qual possibilitou o implemento de novas informações, dúvidas expostas pelos ACS e questionamentos sanados por parte dos avaliadores, assim exposto na figura 7.
Figura 6: Gráfico 5- Correspondente ao número de ACS que responderam o quesito sobre a melor forma de prevenção da tuerculose, na ESF-Nascente I e II.
Figura 7: Correspondente ao momento oportuno, pós questionario, para duvidas e aprimoramento do conhecimento dos ACS sobre a tuberculose, na ESF-Nascente I e II.
Após a ação de intervenção na comunidade em forma de palestra e roda de conversa, foi questionado qual nível de satisfação sobre o esclarecimento do tema e ao comprometimento em contribuir no rastreio da tuberculose, a maioria respondeu positivamente, onde foi obtido um total de 11 notas máximas e 2 notas 9, como mostrado, em seguida, na figura 8. A qual deixa evidente a eficácia de uma interação a fim de aprimorar conhecimento.
Figura 8: Gráfico 6- Correspondente ao número de ACS que responderam o quesito sobre o nivel de satisfação com a intervenção para o aprimramento o conhecimento dos ACS, na ESF-Nascente I e II.
No entanto, visando uma atuação mais ativa por parte dos ACS, reforçando a ideia de uma das ferramentas mais importantes nesta função de rastreamento da TB, foi acrescentado a prática cotidiana dos mesmos, um folder contendo informações importantes sobre o rastreamento, sinais e sintomas, tratamento e TDO, além de uma área em branco para o preenchimento de dados dos pacientes diagnosticados, suspeitos ou em investigação (Anexo C). Isso possibilitou uma aproximação melhor dos ACS com a comunidade e uma satisfação dos mesmos em poder exercer uma intervenção na comunidade de forma mais ativa e eficiente, buscando o bem comum de toda a comunidade do Nascente, em Araripina-PE, este momento final foi registrado e exposto na figura 9, em seguida.
Figura 9: Correspondente ao número de ACS que responderam o quesito sobre o nivel de satisfação com a intervenção para o aprimramento o conhecimento dos ACS, na ESF-Nascente I e II.
7.1 PANORAMA GERAL
O trabalho em questão é de suma importância no contexto hodierno, devido, inicialmente, à negligência da temática em rastreio e acompanhamento integral da tuberculose, pois se trata, sobretudo, de uma situação multifatorial, ou seja, depende de toda a equipe que forma a ESF, hábitos novos, por parte dos ACS, historicamente a tuberculose ser negligenciada, por exemplo, não obtendo esse apoio integral de toda a equipe de saúde, além da questão da não adesão dos pacientes com quadros clínicos suspeitos de tuberculose. Essas variáveis complexas exigem continuidade no debate na atenção básica e fundamentam esse trabalho pela promoção e educação em saúde serem alguns dos pilares da área médica. Dessa forma, esse recorte temático possibilita discutir as repercussões do rastreamento e tratamento diretamente observado da tuberculose não só como remediação, bem como prevenção de agravos.
7.2 VISÃO CRÍTICA DOS RESULTADOS
Inicialmente, o trabalho apresentou, quantitativamente, pequenas limitações no que tange à amostragem, devido às questões logísticas da pesquisa e o quantitativas de encontros marcados, porém com aderência total dos agentes comunitários de saúde da ESF-Nascente I e II. Condições de estigmatização e preconceito quanto à importância dos temas apresentados, principalmente num público com uma alta responsabilidade, mas não diminuiu a importância qualitativa dos resultados e a maneira como isso pode ser analisado e debatido. Ainda nessa lógica, ainda vale ressaltar a importância do governo quanto ao cuidado desse público. Apesar de insuficiente, o estado dispõe de dispositivos que garantem assistência à pacientes com tuberculose, como Programa Nacional de Controle da Tuberculose (PNCT), onde recomendações nacionais são atualizadas e divulgadas em notas, adjunto a e este programa foi desenvolvido o Manual de Recomendações do Programa Nacional de Controle da Tuberculose, que teve como finalidade a produção de um documento abrangente que identificasse diretrizes para todas as ações envolvidas no controle da doença, incluindo procedimentos clínicos padronizados, procedimentos laboratoriais, sistema de vigilância, ações de biossegurança e organização de serviços.
No contexto do questionário aplicado na pesquisa , sobre a 1º pergunta , fundamenta-se a indiscutível importância de esclarecer o agente causador da tuberculose, pois a explanação do conhecimento a respeito do agente causador possibilita uma intervenção e comunicação mais assertiva no direcionamento do tratamento. Além disso, existem várias outras formas de apoio importantes nessa fase, como uma conversa, dentre outros.
Sobre a resposta do reconhecimento dos principais sinais e sintomas apresentados por um paciente com TB ativa, evidencia-se, em sua maioria, o conhecimento dos mesmos, fundamentando a importância da busca por aprimoramento de forma proativa pelos ACS, deixando a Unidade de Saúde mais aguçada no reconhecimento precoce da doença.
Na ótica da pergunta Nº5, sabe-se que a prevenção auxilia na redução dos números de casos e uma comunidade menos propensa à contaminação pela a tuberculose. Dessa forma, aos sinais apresentados no questionário sobre o conhecimento ideal sobre métodos preventivos possibilita essa erradicação.
Destarte, o nível de satisfação ao final da intervenção é fruto do intenso trabalho nos últimos meses e atenção quanto a informação do rastreamento da tuberculose, não só como ausência de doenças, mas como procura de casos não notificados, e outras modalidades de rastreamento a fim de buscar uma melhoria significativa para a população adscrita na ESF-Nascente I e II.
Por último, foi constatado que apesar da desinformação e todas outras adversidades, fez-se compreendido a importância do debate e do rastreamento com a finalidade de ajudar pessoas, percepção essa obtida pelo feedback positivo após a intervenção.
8 CONCLUSÃO
Após a realização do projeto de intervenção na Estratégia de Saúde da Família Nascente I e II-PE, espera-se o melhor entendimento sobre as informações acerca da tuberculose, bem como, uma maior e melhor atuação dos agentes comunitários de saúde.
Com isso, a ação que foi realizada em formato de palestra educativa e dinâmica informacional, alcançou o seu objetivo de atualizar as informações dos agentes comunitários, que participaram e tiveram suas dúvidas sanadas pelos estudantes de medicina, e alguns ainda compartilharam suas experiências com os demais. Nesse viés, foi notório a contribuição positiva do projeto realizado para aquela área assistida.
Assim, diante de algumas dificuldades que notamos quanto ao conhecimento dos agentes a respeito da tuberculose, constatamos a importância de se incluir, periodicamente, processos de formação e capacitação dos trabalhadores de saúde.
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