ANXIETY AND EATING DISORDERS AS AN AGGRAVATING FACTOR OF OBESITY
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/th102410312208
Sonia Campelo de Oliveira¹
Francisca Marta Nascimento de Oliveira Freitas²
Rebeca Sakamoto Figueiredo3
RESUMO
A obesidade é uma condição multifatorial que impacta a saúde de milhões de pessoas globalmente. Caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal, é um problema de saúde pública em crescimento, que pode ser intensificado pelo estilo de vida e por comportamentos alimentares disfuncionais decorrentes de fatores psicológicos. Além disso, fatores como predisposições genéticas, inflamações crônicas e maus hábitos alimentares também contribuem diretamente para o aumento de peso. O objetivo desta pesquisa foi analisar a influência da ansiedade e dos transtornos alimentares como fatores agravantes da obesidade. A pesquisa foi conduzida por meio de uma revisão bibliográfica exploratória, utilizando artigos científicos, livros e materiais acadêmicos publicados entre 2014 e 2024. Os resultados visam aprimorar abordagens terapêuticas e nutricionais, promovendo tratamentos mais integrados que considerem os aspectos emocionais e comportamentais no tratamento da obesidade. A relevância deste estudo está na crescente prevalência dessas condições e no impacto significativo que elas exercem sobre a saúde pública. Assim, a pesquisa contribui para futuras intervenções que explorem tratamentos mais específicos e holísticos, capazes de proporcionar melhorias sustentáveis na saúde e na qualidade de vida das pessoas.
Palavras-chave: Transtornos alimentares, ansiedade, obesidade e estratégias nutricionais.
ABSTRACT
Obesity is a multifactorial condition that impacts the health of millions of people globally. Characterized by the excessive accumulation of body fat, it is a growing public health problem, which can be intensified by lifestyle and dysfunctional eating behaviors resulting from psychological factors. In addition, factors such as genetic predispositions, chronic inflammation, and poor eating habits also directly contribute to weight gain. The objective of this research was to analyze the influence of anxiety and eating disorders as aggravating factors of obesity. The research was conducted through an exploratory literature review, using scientific articles, books, and academic materials published between 2014 and 2024.The results aim to improve therapeutic and nutritional approaches, promoting more integrated treatments that consider emotional and behavioral aspects in the treatment of obesity. The relevance of this study lies in the increasing prevalence of these conditions and the significant impact they have on public health. Thus, the research contributes to future interventions that explore more specific and holistic treatments, capable of providing sustainable improvements in people’s health and quality of life.
Keywords:, Eating disorders, anxiety, obesity and Nutritional strategies
1 INTRODUÇÃO
Hábitos alimentares inadequados estão frequentemente ligados ao desenvolvimento de obesidade, uma condição de saúde complexa e multifatorial caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal, que pode prejudicar a saúde geral de uma pessoa (Vieira, 2022).
De acordo com dados da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso, 2023), as projeções indicam que, até 2025, cerca de 2,3 bilhões de adultos em todo o mundo estarão acima do peso ideal, dos quais aproximadamente 700 milhões apresentarão obesidade, definida por um índice de massa corporal (IMC) superior a 30. A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece a obesidade como um dos maiores desafios de saúde pública da atualidade.
Os dados epidemiológicos sugerem que, apesar da possibilidade de prevenção, há uma tendência crescente em adotar estilos de vida inadequados, tanto em sociedades desenvolvidas quanto em desenvolvimento. Esse cenário tem levado autoridades e profissionais de saúde a implementar uma variedade de estratégias, sobretudo educativas, na tentativa de mitigar o problema (Cuppari, 2009).
O comportamento alimentar disfuncional se caracteriza por apresentar intensidade e duração suficientes para afetar a saúde dos indivíduos, sendo marcado principalmente por alterações nos hábitos alimentares e nos comportamentos relacionados à alimentação. Em muitos casos, os comportamentos alimentares desordenados começam como uma tentativa de gerenciar ou controlar a ansiedade (Apollinario; Nunes; Cordás, 2022).
O estresse e a ansiedade podem provocar respostas físicas que afetam o apetite e os hábitos alimentares, enquanto transtornos alimentares podem levar a deficiências nutricionais que, por sua vez, exacerbam sintomas de ansiedade e estresse. Indivíduos com níveis elevados de ansiedade podem estar mais propensos a desenvolver comportamentos alimentares desordenados como uma forma de controlar ou mitigar sua ansiedade (Silva et al., 2022).
Diante desse contexto, compreender as interações complexas entre os transtornos alimentares, ansiedade e sua possível relação com a obesidade, fornecendo dados importantes para a promoção da saúde e da qualidade de vida. Reconhecer a inter-relação entre ansiedade, alimentação disfuncional e obesidade é
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fundamental para um tratamento mais eficaz. Ao abordar essas questões no processo terapêutico, os indivíduos podem melhorar sua qualidade de vida e desenvolver uma relação mais saudável com a alimentação.
O objetivo desta pesquisa foi analisar a influência da ansiedade e dos transtornos alimentares como fatores agravantes da obesidade. Para alcançar esse objetivo, foram delineados os seguintes objetivos específicos: Analisar os mecanismos pelos quais a ansiedade contribui para o desenvolvimento e/ou agravamento dos transtornos alimentares; compreender os fatores subjacentes envolvidos nos transtornos alimentares, na ansiedade e sua inter-relação com a obesidade; e identificar os benefícios das estratégias nutricionais no manejo da obesidade.
2 METODOLOGIA
2.1 Tipo de estudo
Este estudo consiste em uma pesquisa bibliográfica de natureza exploratória visando a análise de materiais como livros, artigos científicos e revistas, pertinentes à temática abordada. De acordo com Marconi e Lakatos (2024), o método científico da pesquisa bibliográfica se caracteriza pelo uso de material já elaborado, principalmente encontrado em livros e artigos científicos. Seu objetivo principal é reunir, analisar e interpretar as contribuições teóricas existentes sobre um determinado tema em questão.
2.2 Coleta de dados
As buscas dos artigos incluídos nesta pesquisa foram coletadas nas seguintes bases de dados: PubMed, LILACS, SciELO, Google Acadêmico e Portal Regional da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e em obras literárias. Para as buscas, foram utilizados os seguintes descritores: “Ansiedade”, “compulsão alimentar”, “transtornos alimentares”,
“microbiota intestinal”, “obesidade”, “terapia nutricional e obesidade”, “dieta antiinflamatória”. A seleção dos artigos incluiu um período de 10 anos, com publicações entre 2014 e 2024. Foram adotados critérios específicos de elegibilidade, considerando apenas estudos que tratam de ansiedade, transtornos alimentares, obesidade, microbiota intestinal e estratégias nutricionais, todos de acesso gratuito.
2.3 Análise de dados
Os dados coletados foram analisados para definir a amostra de estudos a ser incluída nesta revisão de literatura. Após a análise dos títulos, os artigos que não atenderam aos critérios estabelecidos, bem como os duplicados e antigos, foram excluídos por não corresponderem aos requisitos da pesquisa. Inicialmente, a seleção dos documentos foi realizada com base na relevância dos títulos em relação ao tema abordado.
Figura 1 – Fluxograma da análise dos dados
Fonte: Elaborado pela autora (2024)
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1 Ansiedade
A ansiedade fisiológica, ao modificar o comportamento defensivo do indivíduo, pode, quando persistente, contribuir para o desenvolvimento de transtornos de ansiedade, afetando negativamente a saúde mental (Silva,2022).
Caracterizada por um estado de apreensão ou medo diante de uma ameaça real ou percebida, a ansiedade é uma resposta natural do corpo ao estresse. Embora a ansiedade possa ser uma resposta adaptativa essencial para a sobrevivência, quando se torna excessiva ou persistente, pode evoluir para um transtorno de ansiedade, impactando negativamente na rotina diária de uma pessoa (Lopes et al., 2021).
A ansiedade é frequentemente descrita como um estado interno induzido por situações percebidas como ameaçadoras, onde o perigo é iminente, mas ainda não se manifestou no ambiente. Esse tipo de ansiedade é considerada natural, normal ou fisiológica (Farias, 2010).
Nesse sentido, Lenhardtk e Calvetti (2017) afirmam que a ansiedade é essencial para a sobrevivência humana, sendo considerada normal quando desempenha um papel adaptativo, motivando o indivíduo a enfrentar situações desafiadoras. No entanto, eles também destacam que, quando causa sofrimento psicológico e afeta negativamente áreas importantes da vida, como a acadêmica, social e profissional, a ansiedade pode dar origem a diversos transtornos mentais.
A fisiopatologia da ansiedade segundo Mahan e Raymond (2018), é complexa e envolve diversos sistemas corporais, incluindo o sistema nervoso central e uma variedade de neurotransmissores, acredita-se que a amígdala, a estrutura cerebral associada ao processamento de estímulos ligados ao medo, seja responsável pela ansiedade. Ela envia sinais para outras áreas do cérebro, que liberam noradrenalina, contribuindo para o aumento da concentração de cortisol e a ativação de outros elementos do sistema nervoso simpático.
Diante disso, a noradrenalina tem um papel crucial na fisiopatologia da ansiedade, regulando normalmente a atividade da amígdala. Contudo, quando esse neurotransmissor é excessivamente estimulado, surgem vários sintomas associados ao medo e à ansiedade, como falta de ar, sensação de calor, suor excessivo e arritmia cardíaca (Silva, 2022).
A etiologia subjacente da ansiedade não é bem entendida. Entre as diferentes formas de ansiedade, incluem-se o transtorno de ansiedade social, transtorno de ansiedade generalizada, o transtorno de estresse pós-traumático e o transtorno de pânico, o transtorno obsessivo compulsivo (Mahan; Raymond, 2018).
Segundo o Manual de diagnóstico e estatístico de transtornos mentais – 5ª Edição Revisada (DSM-5) os transtornos de ansiedade variam entre si quanto aos tipos de objetos ou situações que provocam medo, ansiedade ou comportamentos de esquiva, classificam-se em: Transtorno de Pânico, Fobias Específicas, Transtorno de Ansiedade Social ou fobia social, Transtorno de Ansiedade Generalizada e Transtorno de Ansiedade de Separação, Agorafobia( Phillips et al., 2015).
O Transtorno de Ansiedade Generalizada é um distúrbio psiquiátrico bastante comum na sociedade contemporânea. Caracteriza-se por sintomas de preocupação persistente, excessiva e irreal em relação às atividades diárias básicas, resultando em uma queda na qualidade de vida do indivíduo (Lopes et al., 2021).
A ansiedade causa uma variedade de sintomas emocionais e físicos, como taquicardia, respiração superficial, distúrbios do sono, sudorese e hipervigilância. (Mahan; Raymond, 2018). Já o transtorno de ansiedade generalizada se caracteriza principalmente pela preocupação persistente e excessiva com várias áreas, nas quais o indivíduo enfrenta dificuldades para manter o controle, como o desempenho na escola e no trabalho (Phillips et al., 2015).
Os principais fatores associados a ansiedade são uma predisposição genética e os fatores ambientais, incluindo estresse crônico, traumas e estilos de vida, são significativos no desenvolvimento de transtornos de ansiedade. Além disso, os problemas de saúde mental estão associados a diversos de fatores, como psicossociais, culturais, econômicos e ambientais (Costa et al., 2019).
Alterações na função ou sensibilidade dos receptores de GABA têm sido notadas em indivíduos com transtornos de ansiedade, impactando suas emoções e comportamentos (Oliveira et al., 2020). Essa condição pode está ligada à compulsão alimentar, pois os estímulos ansiosos associados à comida gradualmente evoluem para hábitos e frequentemente, o comportamento de comer compulsivamente resulta de situações ligadas à fome emocional (Munhoz et al., 2021).
Este aspecto ajuda esclarecer como o componente psicológico pode ser um poderoso gatilho para a compulsão alimentar, visto que na alimentação sob a influência da ansiedade, as pessoas tendem a consumir qualquer tipo de alimento, mas geralmente optam pelo consumo de alimentos refinados, seus derivados ou fast food (Sananes, 2009).
Diante das demandas diárias as pessoas têm dificuldade de lidar de forma equilibrada com suas emoções. A correria e as exigências demandadas criam desafios para manter o controle emocional, afetando a forma como respondemos às situações cotidianas. Essa situação tem contribuído para o desequilíbrio físico e mental, resultando em um aumento significativo no número de indivíduos com problemas de saúde mental, especialmente transtornos de ansiedade (Lenhardtk; Calvetti, 2017).
Assim, os transtornos de ansiedade têm um impacto significativo na vida dos trabalhadores e das pessoas ao seu redor, afetando suas atividades diárias, relações sociais e outros aspectos da vida cotidiana (Ribeiro, 2019).
Um estudo transversal realizado com estudantes de graduação da área da saúde em instituições públicas de ensino superior de Minas Gerais, foi identificado que os sintomas de ansiedade apresentaram uma associação negativa com o domínio do meio ambiente, enquanto os sintomas de estresse foram associados negativamente ao domínio psicológico (Freitas et al., 2023).
Identificar os Transtornos de Ansiedade de forma precoce podem evitar diversas consequências negativas na vida das pessoas, como abandono escolar, surgimento de sintomas relacionados ao transtorno e outros problemas psiquiátricos associados (Cavaler; Castro, 2018).
Diante desse contexto, a intervenção de uma equipe multiprofissional, composta por psicólogo, psiquiatra e nutricionista, é fundamental para o manejo e tratamento da saúde mental. Esta estratégia colaborativa contribui para a redução dos sintomas de ansiedade e compulsão alimentar, além de promover uma nutrição adequada essencial para a saúde geral do indivíduo (Silva, 2022).
3.2 Transtornos Alimentares
A comida é fundamental para a sobrevivência da espécie humana e imprescindível para satisfazer as necessidades biológicas, comer é uma experiência vital comum a todas as pessoas (Amon, 2014).
O comportamento alimentar é influenciado por estímulos internos e externos, incluindo aspectos orgânicos, psicológicos e sociais. Assim, o prazer obtido na alimentação, decorrente das características sensoriais, está no centro do desenvolvimento, manutenção e mudança de hábitos alimentares, desempenhando um papel fundamental na escolha dos alimentos. O prazer de comer e o sabor são inseparáveis (Alvarenga et al., 2019).
Segundo Lemos et al. (2022), as emoções têm grande impacto no comportamento alimentar, pois diversos fatores influenciam as escolhas alimentares, a quantidade consumida e a frequência das refeições, que são determinadas não apenas por necessidades fisiológicas, mas também pelas emoções.
Com isso, o comportamento alimentar é considerado disfuncional quando se desvia das atitudes normalmente adotadas pela maioria das pessoas em um determinado contexto socioeconômico e cultural, além de gerar consequências prejudiciais à saúde (Albuquerque Filho; Costa, 2019). Esse excesso de consumo pode acontecer apenas por motivos de prazer, estado de humor ou fatores sociais (Cuppari, 2009).
Nesse sentido, Alvarenga, Dunker e Phillippi (2020) explica que os transtornos são influenciados por uma variedade de fatores, sendo assim sua etiologia é multifatorial, incluindo aspectos socioculturais, psicológicos, o uso de dietas restritivas e vulnerabilidades biológicas. Esses elementos desempenham um papel significativo no desencadeamento, manutenção e perpetuação dos sintomas.
Diante disso, os transtornos alimentares têm um impacto negativo significativo na qualidade de vida das pessoas, sendo condições altamente prevalentes, crônicas e incapacitantes (Albuquerque Filho; Costa, 2019).
Os transtornos alimentares, caracterizados por mudanças significativas nos hábitos alimentares, são distúrbios graves que, embora geralmente comecem na adolescência ou no início da fase adulta, também podem surgir em estágios mais avançados da vida (Cassia; Barbosa, 2019).
De acordo com Alvarenga, Dunker e Phillippi (2020), os transtornos alimentares se manifestam através de inadequações no consumo, nos padrões ou nos comportamentos alimentares, resultando em uma piora progressiva da qualidade nutricional, da saúde física e do bem-estar psicossocial.
Os transtornos alimentares são descritos como condições que envolvem mudanças nos hábitos alimentares ou nos comportamentos relacionados à alimentação, cuja intensidade e duração podem comprometer tanto a saúde física quanto o funcionamento psicossocial (Apolinario, 2022).
Figura 1 – Ciclo alimentar invertido
Fonte: Adaptado de Sananes, 2009.
No ciclo alimentar invertido, os hábitos disfuncionais são divididos em seis etapas: fome, abstinência, compulsão, excessos, culpa, dieta, fome e assim sucessivamente (Sananes, 2009).
A terapias cognitivo-comportamentais destacam a importância de tratar não apenas os comportamentos visíveis, mas também as raízes emocionais que os sustentam. A avaliação dos hábitos alimentares em indivíduos com transtornos alimentares revela a complexidade envolvida na compreensão profunda e sensível desses comportamentos (Gusson et al., 2023).
Os tipos mais frequentes descritos na literatura são a anorexia nervosa, bulimia nervosa e transtorno de compulsão alimentar (Candido et al., 2023). Esses distúrbios alimentares podem ser classificados em diferentes tipos e cada um com suas características específicas:
• Bulimia nervosa:
De acordo com Alvarenga, Dunker e Phillippi (2020), a incidência de bulimia nervosa é de 1 a 1,5% da população, sendo a maior prevalência no sexo feminino, com cerca de 90 a 95% em mulheres para 5 a 10 % em homens.
A bulimia nervosa é descrita como um transtorno marcado por episódios frequentes de compulsão alimentar, acompanhados por uma sensação de perda de controle e seguidos por comportamentos compensatórios inadequados, como a indução de vômito e o uso excessivo de laxantes ou exercícios físicos. Esses comportamentos estão relacionados a um medo intenso de ganhar peso e a uma autoavaliação excessivamente influenciada pela aparência e pelo peso corporal (Albuquerque Filho; Costa, 2019).
As pessoas com bulimia nervosa sofrem de perturbações psiquiátricas, como as perturbações depressivas, ansiedade, pânico e fobia social. O abuso físico, emocional, mental, sexual e verbal também pode desenvolver bulimia nervosa. As causas mais comuns de morbidade e mortalidade entre os pacientes com bulimia nervosa são distúrbios eletrolíticos e metabólicos (Mohajan, 2023).
Nesse sentido, Nobrega (2007) explica que os episódios bulímicos apresentam características específicas que não se limitam apenas a saciar a fome exagerada, mas também a lidar com uma série de estados emocionais ou situações estressantes.
• Anorexia nervosa:
Segundo Alvarenga, Dunker e Phillippi (2020), a prevalência de anorexia nervosa é estimada entre 0,5 e 1 % da população, a faixa etária mais atingida é dos 15 a 25 anos e cerca de 90% dos pacientes são do sexo feminino. Para quase 20% dos pacientes diagnosticados com Anorexia Nervosa, o transtorno alimentar é prolongado e torna-se duradouro (Marcolini, 2024).
Os transtornos alimentares podem afetar pessoas de qualquer idade, entretanto, adolescentes e jovens adultos são mais suscetíveis, geralmente a anorexia nervosa se manifesta em idades mais precoces do que o transtorno de compulsão alimentar ou a bulimia nervosa (Treasure, 2020).
Os quadros de anorexia nervosa geralmente começam com uma fase de privação alimentar, frequentemente resultante de uma dieta restritiva voltada para a perda de peso ou desencadeada por eventos estressores, evoluindo gradualmente para restrições alimentares cada vez mais severas (Albuquerque Filho; Costa, 2019).
A anorexia nervosa é uma condição complexa, grave e frequentemente crônica, que pode exigir uma variedade de abordagens de tratamento em diferentes estágios da doença e do processo de recuperação (Nóbrega, 2007).
• Transtorno de compulsão alimentar:
O transtorno da compulsão alimentar é definido por episódios de ingestão de alimentos em quantidades superiores às habituais para a maioria das pessoas, em um curto período de tempo. Esses episódios são frequentemente seguidos por um intenso sofrimento, e é comum relatar a falta de controle sobre a ingestão alimentar (Albuquerque Filho; Costa, 2019).
O transtorno de compulsão alimentar é marcado por uma sensação de falta de controle durante episódios em que a pessoa consome grandes quantidades de alimentos em um curto período de tempo, muito além do que seria habitual para a maioria. Esses episódios geralmente resultam em intenso sofrimento emocional.
Pesquisas indicam uma relação significativa entre o Transtorno de Compulsão Alimentar Periódica (TCAP) e fatores tanto físicos quanto psicológicos, como obesidade, depressão e ansiedade. Em um estudo transversal realizado por Abdulla et al. (2023) com 959 participantes, de idades entre 15 e 30 anos, que responderam a questionários online autoaplicáveis, foi identificado que 21,2% dos participantes apresentaram sintomas de compulsão alimentar. A compulsão alimentar mais frequente foi associada a um IMC elevado, dietas restritivas, depressão e ansiedade.
Um estudo transversal realizado entre maio de 2015 e janeiro de 2017, por Fusco et al. (2020), contou com a participação de 130 indivíduos alfabetizados de ambos os sexos, com idades entre 20 e 59 anos e índice de massa corporal igual ou superior a 25 kg/m². Esse estudo revelou uma correlação positiva entre ansiedade e compulsão alimentar, tanto na amostra geral quanto entre jovens adultos, além de uma associação com a qualidade do sono. De acordo com os dados, indivíduos mais jovens com níveis elevados de ansiedade demonstraram pior qualidade de sono e maior compulsão alimentar. Em contrapartida, entre os adultos com 45 anos ou mais, foi observada uma relação inversa, com a ansiedade diminuindo conforme a idade avançava.
No Brasil, observou-se uma prevalência de 16% de transtorno de compulsão alimentar (TCA) entre mulheres obesas participantes de um programa de emagrecimento. Além disso, aproximadamente 10% dos pacientes obesos também recebem o diagnóstico de TCA. Embora a obesidade não seja classificada como um transtorno alimentar, diversos aspectos clínicos demonstram uma correlação significativa entre eles (Albuquerque Filho; Costa, 2019).
Quadro 1- Tipos de transtornos Alimentares
Transtorno Alimentar | Características | Referência | |
Bulimia nervosa | É fundamental que alguns aspectos estejam presentes, como episódios repetidos de compulsão alimentar, comportamentos compensatórios inadequados e uma preocupação excessiva com o peso e a forma física. | Apolinnario (2022) | |
É definida por episódios de compulsão alimentar, distorção da imagem corporal e comportamentos compensatórios inadequados para controlar o peso, como vômito autoinduzido, dietas restritivas. | Alvarenga, Dunker e Phillippi (2020) | ||
É uma condição patológica caracterizada pela ingestão excessiva de alimentos. | Nóbrega (2007) | ||
Anorexia nervosa | Três características fundamentais: restrição persistente da ingestão calórica, medo intenso de ganhar peso ou engordar e uma perturbação na percepção da própria imagem corporal. | Albuquerque Filho e Costa (2019) | |
É um distúrbio alimentar marcado pela perda de peso voluntária e por distúrbios na percepção da imagem corporal, frequentemente acompanhados por um medo intenso de ganhar peso. | Alvarenga, Dunker e Phillippi (2020) | ||
Refere-se a perda considerável de peso, a preocupação mórbida com o risco de engordar, alterações na percepção corporal e disfunção endócrinas. | Apollinario (2022) | ||
Transtornos de compulsão alimentar | Os episódios são caracterizados pela ingestão de quantidades de alimentos superiores ao habitual para a maioria das pessoas, em um curto intervalo de tempo. | Albuquerque Filho e Costa (2019) | |
Um episódio de compulsão alimentar é definido pela ingestão de uma quantidade de comida significativamente maior do que a maioria das pessoas consumiria no mesmo intervalo de tempo. | Alvarenga, Dunker e Phillippi (2020) | ||
Os episódios recorrentes de compulsão alimentar são caracterizados por uma perda de controle, sofrimento ou angústia significativa, e pela ausência de comportamentos compensatórios. | Phillips et al. (2014) | ||
Fonte: Elaborado pela autora, (2024). | |||
Tanto a anorexia nervosa quanto a bulimia nervosa envolvem uma supervalorização da forma corporal e do peso, com uma preocupação central com a imagem física. Esses transtornos alimentares são caracterizados pela internalização do ideal de magreza e por comportamentos extremos de controle de peso (Hay, 2020). Em relação ao transtorno de compulsão alimentar, é frequente o relato de uma sensação de falta de controle sobre a ingestão de alimentos durante os episódios (Albuquerque Filho; Costa, 2019).
Nesse sentido Candido et al. (2023), explica que os transtornos alimentares são complexos e multifatorial, variando em gravidade e manifestações clínicas. Assim, a identificação precoce é crucial.
Diante disso, o tratamento dos transtornos alimentares deve ser multidisciplinar, envolvendo orientação médica, nutricional e psicológica combinadas (Albuquerque; Costa, 2019).
3.3 Obesidade
A obesidade é uma doença multifatorial que também representa um fator de risco para várias outras doenças crônicas. Estudos epidemiológicos nacionais e internacionais visam traçar historicamente o perfil nutricional das populações para entender o complexo contexto de transição nutricional que afeta países em desenvolvimento, como o Brasil (Cuppari, 2009).
A Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2005, estimou que aproximadamente 1,6 bilhão de adultos em todo o mundo estavam acima do peso e pelo menos 400 milhões eram obesos (Mancini, 2021). Estima-se que fatores genéticos possam explicar de 24% a 40% da variação no IMC, determinando diferenças na taxa de metabolismo basal, resposta à superalimentação e outros fatores (Coutinho, 2022).
O índice de massa corporal (IMC) foi estabelecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como o critério para classificar os níveis de obesidade e sobrepeso na maioria dos estudos epidemiológicos (Marques, 2022).
No Brasil, a obesidade aumentou 72% nos últimos treze anos, passando de 11,8% em 2006 para 20,3% em 2019. De acordo com dados da Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas (Vigitel), o levantamento divulgado pelo mapa da obesidade, demostrou que na cidade de Manaus a prevalência de obesidade é maior entre as mulheres, atingindo 25,7%, em comparação aos homens, que registram 21% do total.
Nesse sentido, à medida que o grau de obesidade aumenta, maior é o impacto negativo na saúde e na qualidade de vida. Nos casos mais graves, conhecidos como obesidade mórbida ou grau III, o índice de massa corporal (IMC) ultrapassa 40 kg/m² (Cuppari, 2009).
O resultado do estudo realizado entre maio de 2015 a janeiro de 2017 em uma cidade do interior do estado de São Paulo, por Fusco et al. (2020) demonstraram que o grupo composto por 130 indivíduos de ambos os sexos, alfabetizados, com idade entre 20 e 59 anos, tiveram o IMC médio foi de 33,71 kg/m2 ± 5,72, sendo 34,6% classificados como sobrepeso, 29,2% como obesidade grau I, 20,8% como obesidade grau II e 15,4% como obesidade grau III. Além disso, 32,3% relataram hipertensão arterial, 16,9% mencionaram diabetes e 6,4% declararam ser fumantes.
A fisiopatologia da obesidade é complexa, envolvendo fatores ambientais, socioculturais, comportamentais, fisiológicos, genéticos e epigenéticos (Cozzolino; Marreiro, 2023).
De acordo com Vieira (2022), a obesidade é uma doença crônica e multifatorial, cujo desenvolvimento envolve diversos fatores, incluindo aspectos nutricionais, genéticos, metabólicos, psicossociais e culturais.
Diante isso, Cozzolino e Marreiro (2023) explicam que a obesidade é uma doença crônica definida pelo acumulo excessivo de tecido adiposo, considerada um dos maiores problemas de saúde pública atualmente, com prevalência em constante crescimento no mundo.
De acordo com Silva e Mura (2007), as complicações metabólicas e comorbidades decorrentes da obesidade, como hipertensão arterial, dislipidemias, doenças cardiovasculares, diabetes mellitus, cálculos biliares, esteatose hepática e certos tipos de câncer, estão intimamente ligadas ao aumento da circunferência abdominal e ao IMC.
Nesse sentido, Abeso (2023) destaca que a inflamação crônica de baixo grau do tecido adiposo, acompanhada por um aumento nos marcadores pró-inflamatórios, está associada a diversos problemas de saúde, como obesidade, diabetes mellitus tipo 2 e doenças cardiovasculares.
A obesidade está associada com um estado crônico sub-clínico de inflamação caracterizado por uma produção anormal de citoquinas pró-inflamatórias ( Silva; Mura, 2007). Assim, a inflamação crônica de baixo grau associada à obesidade é marcada pela infiltração excessiva de células imunes e pela superprodução de adipocinas e citocinas inflamatórias, envolvendo tanto a ativação de células do sistema imunológico inato quanto adaptativo (Cozzolino; Marreiro, 2023).
A obesidade está relacionada a várias mudanças periféricas na produção e no metabolismo do cortisol, incluindo a sua clearance, um turnover anormal e alterações no metabolismo do cortisol no tecido adiposo, especialmente no tecido visceral (Silva; Mura, 2007).
Com isso, o armazenamento de gordura corporal é regulado por um processo de homeostase energética que depende de fatores endógenos e exógenos. O cérebro, especialmente o hipotálamo, controla a homeostase energética através da secreção de sinais que podem inibir ou estimular a sensação de fome (Coqueiro; Peçanha, 2022).
É importante ressaltar que as mudanças nos mecanismos fisiológicos que controlam a fome e a saciedade estão envolvidas na patogênese da obesidade. Um exemplo disso é a inflamação hipotalâmica, que provoca resistência central à leptina e à insulina, prejudicando a função desses hormônios e contribuindo para a hiperfagia, a desregulação do metabolismo glicídico e o ganho de peso corporal (Cozzolino; Marreiro, 2023).
3.4 Influência do estilo de vida e a ingestão alimentar na fisiopatologia da obesidade
Em ambientes onde há uma abundância de alimentos altamente calóricos facilmente disponíveis e baixos níveis de atividade física, os indivíduos têm maior probabilidade de desenvolver obesidade (Macedo; Barcellos; Theodoro, 2023).
Os fatores ambientais, como um estilo de vida sedentário e hábitos alimentares inadequados, desempenham um papel significativo na origem da obesidade na vida moderna e urbana. No entanto, é importante reconhecer que a suscetibilidade genética também contribui como um fator coadjuvante para o excesso de peso (Cuppari, 2009).
O balanço energético é definido como o equilíbrio entre a energia adquirida por meio da ingestão de alimentos e a energia utilizada pelo corpo, a qual inclui o gasto relacionado à taxa metabólica basal, à termogênese e à atividade muscular (Mancini, 2021).
O estilo de vida exerce uma forte influência nos componentes do balanço energético, tanto através do padrão de consumo quanto das atividades diárias. Um balanço positivo entre a ingestão alimentar e o gasto energético resulta no acúmulo de tecido adiposo e no aumento de peso (Cuppari, 2009).
Nesse contexto, Mancini (2021) explica que a obesidade resulta da perda do controle coordenado entre a ingestão e gasto calórico, em que o primeiro se sobrepõe ao segundo. A fome, o prazer e a saciedade são fatores que contribuem para esse descontrole e aumento da ingestão alimentar (Vieira, 2022, p.35).
O aumento no fornecimento de energia ao longo dos anos deve-se principalmente à maior facilidade na aquisição dos alimentos, à redução de seus custos e à maior produtividade. Além disso, as mudanças na qualidade dos alimentos produzidos são caracterizadas pela maior densidade energética nas porções, o que induz ao consumo exagerado (Cuppari, 2009).
Essas desordens alimentares podem estar associadas há vários fatores, dentre eles os fisiológicos, emocionais e sociais, conforme Alvarenga et al. (2019) enfrentamos dificuldades para mudar hábitos e comportamentos porque muitas vezes eles são inconscientes e nos levam a agir de forma automática.
Embora o transtorno de compulsão alimentar seja distinto da obesidade, há uma forte ligação entre eles. O peso não é um critério fundamental para diagnosticar o transtorno, mas muitas vezes a obesidade aparece como uma consequência comum em pessoas que sofrem desse distúrbio (Apolinario, 2022).
Assim, a obesidade geralmente resulta de pequenos e contínuos acúmulos de gordura corporal ao longo do tempo, devido a mudanças nos hábitos alimentares e ao aumento do sedentarismo, associados ao desenvolvimento industrial e tecnológico (Cuppari, 2009).
3.5 Microbiota intestinal e o impacto na saúde
O eixo intestino-cérebro regula funções cotidianas do sistema digestivo e do sistema nervoso central. A fisiologia tanto nervosa quanto intestinal depende dessa comunicação. Este eixo regula funções diárias, como a saciedade, e influencia o comportamento em resposta a estímulos ambientais adversos (Faintuch et al.,2017).
A microbiota intestinal, formada por uma diversidade de microrganismos como fungos, protozoários, vírus e bactérias, é um microbioma complexo presente no trato gastrointestinal humano (TGI). Esses microrganismos desempenham funções fundamentais para a saúde do hospedeiro, como a síntese de vitaminas, a regulação do sistema imunológico e a proteção contra patógenos (Souza et al., 2020).
A flora intestinal exerce uma influência significativa na rotina de cada indivíduo devido à diversidade de microvilosidade que proporciona uma extensa superfície de contato, facilitando a absorção de nutrientes. Em casos de desequilíbrio alimentar, a microbiota pode sofrer disbiose, levando a uma inflamação intestinal (Silvestrin, 2022).
As mudanças na microbiota intestinal, juntamente com o aumento da permeabilidade da mucosa intestinal, também contribuem para a inflamação em indivíduos com obesidade (Cozzolino; Marreiro, 2023).
O microbioma é sensível aos estímulos ambientais e atua como uma interface com o meio externo. Existem razões para acreditar que condições que promovam a redução do estresse e um estilo de vida saudável, incluindo a prevenção e correção das disbioses, fortalecem ainda mais a saúde imunológica, intestinal e psiquiátrica (Faintuch et al., 2017).
Diante disso, Silvestrin (2022) explica que a composição das cepas da microbiota intestinal é influenciada pela qualidade da dieta. Alguns tipos de alimentos causam mudanças previsíveis nas cepas bacterianas presentes no trato gastrointestinal (TGI). O tipo dessas bactérias, por sua vez, tem um impacto direto nos parâmetros imunológicos e metabólicos do hospedeiro, com implicações significativas para a saúde humana.
O microbioma pode influenciar a motilidade intestinal e na produção de hormônios, interferindo assim, na regulação central do apetite e na saciedade (Faintuch et al., 2017). Quando os alimentos consumidos são de baixa qualidade nutricional, ocorre uma perda fisiológica desse funcionamento, resultando em desequilíbrio ou disbiose que afeta diretamente o SNC e o Sistema Nervoso Entérico (Silvestrin, 2022).
A microbiota intestinal contribui para o desenvolvimento da obesidade ao aumentar a extração de energia dos alimentos, estimular a produção de gordura e modificar a permeabilidade intestinal (Oliveira; Hammes, 2016).
3.6 Estratégias Nutricionais na obesidade
A alimentação, além de nutrir o organismo, desempenha um papel psicossocial importante, contribuindo para o bem-estar das pessoas (Cuppari, 2009). A ingestão de nutrientes, fornecidos pela alimentação, é fundamental para a saúde. Além disso, a escolha dos alimentos, suas combinações, formas de preparo e os aspectos sociais e culturais das práticas alimentares também desempenham um papel importante no bem-estar (Brasil, 2014).
A alimentação e o comportamento alimentar são essenciais para a regulação fisiológica da homeostase energética e são determinantes para a sobrevivência do indivíduo. Dessa forma, a escolha alimentar é um processo dinâmico, influenciado por diversos fatores (Kachani; Cordás, 2021).
Com isso, Mancini (2021) explica que o balanço energético é determinado pela energia obtida através da ingestão de alimentos, que é usada para sustentar o gasto energético, incluindo a taxa metabólica basal, a termogênese e a atividade muscular.
Na obesidade o tratamento inicial consiste na modificação do estilo de vida, incluindo a adoção de hábitos alimentares saudáveis e a prática de atividade física. A abordagem dietética recomendada envolve uma redução calórica equilibrada em termos de macronutrientes, com uma dieta individualizada levando em consideração o estado de saúde e os hábitos alimentares individuais do paciente (Vieira et al., 2022).
Para o controle do peso corporal, recomenda-se estratégias nutricionais que incluam a ingestão de alimentos in natura ricos em fibras alimentares, maior consumo de proteínas, teor reduzido de gorduras, além de uma alimentação rica em grãos integrais, frutas e vegetais (Cozzolino; Marreiro, 2023).
As vitaminas são essenciais para a produção de energia, assim como muitas outras reações, e a eventual deficiência pode causar graves problemas cognitivos e de humor (Mahan; Raymond, 2018). Com isso, Cuppari (2014) recomenda o consumo regular de uma variedade de verduras e legumes fornece uma grande quantidade de vitaminas e minerais. Além disso, esses alimentos possuem baixo teor energético e são ótimas fontes de fibras, ajudando na prevenção e no controle da obesidade e de outras doenças crônicas não transmissíveis (DCNT).
Nesse sentido, Mattos e Saldanha (2023) destacam que o padrão alimentar do Mediterrâneo é frequentemente mencionado em discussões sobre dietas saudáveis. Ele se baseia no consumo de azeite, grãos, vegetais, frutas, legumes, nozes e sementes, além da ingestão moderada de peixes e aves, e uma baixa ingestão de laticínios e carnes vermelhas. A dieta é rica em gorduras insaturadas, como o ômega3, fibras dietéticas e fitoquímicos, alimentos que parecem conferir propriedades antioxidantes e benefícios anti-inflamatórios.
Segundo Cozzolino (2021), é importante destacar a relevância de minerais como zinco, magnésio e selênio na fisiopatologia da obesidade, pois esses nutrientes possuem ação antioxidante, anti-inflamatória e melhoram a sensibilidade à insulina.
O magnésio por exemplo, desempenha um papel crucial em diversos processos metabólicos e contribui para o aumento da atividade da lipoproteína lipase no tecido muscular. A ingestão adequada desse nutriente é essencial, e suas principais fontes alimentares incluem vegetais verdes escuros, grãos integrais, legumes, nozes, sementes, castanhas e amêndoas (Cozzolino; Marreiro, 2023).
Outro nutriente importante são os ácidos graxos poli-insaturados ômega-3, que são preferidos pelo cérebro e pelo sistema nervoso. Eles são encontrados no óleo de algumas sementes e nozes, como chia, girassol, soja e nozes. Para aqueles que não obtêm a quantidade ideal de ômega-3 em suas dietas, os suplementos podem ser uma opção eficaz (Mahan; Raymond, 2018).
A suplementação com ácidos graxos ômega 3 pode ajudar no controle de peso e na saúde da microbiota, devido à sua capacidade de aumentar a produção de ácidos graxos de cadeia curta e de moléculas anti-inflamatórias, como a interleucina (Cozzolino; Marreiro, 2023).
Atualmente, sabe-se que a ingestão de ácidos graxos pode alterar as respostas fisiológicas ao modificar o metabolismo dos eicosanoides, promovendo a síntese de prostaglandinas e leucotrienos anti-inflamatórios, auxiliando assim no tratamento da inflamação crônica (Mahan; Raymond, 2018).
Com isso o consumo de vitaminas, probióticos e prebióticos podem auxiliar na redução da inflamação causada pelo desequilíbrio da microbiota intestinal, melhorando assim também os sintomas cerebrais (Castro, et al., 2021).
O aumento da ingestão de fibras prebióticas, naturalmente presentes em alimentos de origem vegetal, nutre e mantém a microbiota mais saudável, contribuindo para o efeito anti-inflamatório de uma dieta equilibrada (Mattos; Saldanha, 2023). Além disso os prebióticos podem ajudar no controle da obesidade, influenciando o metabolismo da glicose e dos lipídios (Cozzolino; Marreiro, 2023).
Assim, a Nutrição permite ajustar a alimentação do indivíduo conforme seu estado nutricional, promovendo, dessa forma, o equilíbrio do organismo por meio da ingestão de uma dieta adequada e nutricionalmente equilibrada (Vieira, 2022).
4 CONCLUSÃO
A ansiedade, ao alterar os comportamentos alimentares, pode gerar episódios de compulsão alimentar e comer emocional, ambos diretamente associados ao aumento de peso. A ansiedade, portanto, não apenas intensifica o desenvolvimento da obesidade, mas também agrava sua persistência ao interferir nos mecanismos fisiológicos e psicológicos que regulam a fome e a saciedade.
A combinação de fatores biológicos, psicológicos e socioculturais influenciam também o desenvolvimento de transtornos alimentares, que são distúrbios complexos que afetam profundamente a saúde física e emocional das pessoas.
Além disso, o eixo intestino-cérebro tem uma forte a conexão entre a saúde intestinal e o bem-estar mental, sugerindo que o tratamento da obesidade deve integrar aspectos nutricionais e psicológicos. Pois, a microbiota intestinal desempenha um papel importante na obesidade, influenciando o acúmulo de gordura e a inflamação crônica. Dessa forma, o tratamento deve ir além das abordagens tradicionais, focando não apenas em dieta e exercício, mas também em fatores emocionais e fisiológicos que afetam a obesidade.
Estratégias nutricionais, como o consumo de fibras, grãos integrais, proteínas magras, ômega 3, probióticos e prebióticos, são eficazes no controle da obesidade e suas comorbidades. No entanto, é essencial que essas intervenções estejam alinhadas com o controle da ansiedade e de outros transtornos alimentares, já que o componente psicológico tem um papel central no ciclo da obesidade.
Portanto, este estudo destaca a importância de uma intervenção integrada, que considere os aspectos emocionais, comportamentais e nutricionais no tratamento da obesidade, visto que o processo de perda de peso é lento e complexo. A pesquisa abre caminhos para futuras investigações que explorem tratamentos mais específicos e holísticos, capazes de proporcionar melhorias sustentáveis na saúde e qualidade de vida dos indivíduos afetados pela obesidade.
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3 Co-orientadora do TCC, Mestre em Ciências da Saúde pela Universidade Federal do Amazonas. Docente do Curso de Bacharelado em Nutrição do Centro Universitário FAMETRO.E-mail: rebeca.figueiredo@fametro.edu.br