REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cs10202502282302
Amábille de Oliveira Martins1
Alonso Alves Pereira Neto2
Mário Pinheiro Espósito3
Thaís Antônia dos Anjos Ramos4
Walquiria Gelinski Henicka5
Karina dos Santos Alencastro6
Luanna Eugênia Camargo7
RESUMO
A disfunção olfativa pós viral (DO) persistente decorrente da pandemia de COVID-19 é uma preocupação de saúde global relevante que continua a crescer. Embora muitos consigam recuperar espontaneamente sua capacidade olfativa, a perda persistente do olfato e do paladar são sintomas comuns da síndrome pós-COVID-19, com impactos significativos na qualidade de vida. O objetivo deste estudo é investigar quais são as abordagens terapêuticas eficazes para a recuperação da anosmia em pacientes pós-COVID-19. Trata-se de uma revisão narrativa da literatura na base de dados da PubMed. A busca na base de dados da PubMed utilizou descritores do MeSH como “Síndrome de COVID-19 Pós-Aguda”, “Anosmia”, “Transtornos do Olfato”, combinados com o operador booleano AND para maximizar a relevância dos estudos selecionados. A estratégia de cruzamento dos descritores, inclui combinações como “Síndrome de COVID-19 Pós-Aguda” AND “Anosmia” e “Síndrome de COVID-19 Pós-Aguda” AND “Transtornos do Olfato”. Os estudos corroboram a recomendação de treinamento olfativo precoce e consistente nesses pacientes. Contudo, alguns desses estudos concluem que outras abordagens terapêuticas não demonstraram superioridade individual em relação ao treinamento olfativo, seja em termos de escores de olfato, duração da anosmia ou taxas de recuperação. Perspectivas futuras para pesquisa devem se concentrar na otimização das abordagens terapêuticas existentes e na investigação de novas estratégias para o tratamento da anosmia pós-COVID-19.
Palavras-chave: Síndrome de COVID-19 Pós-Aguda; Anosmia; Transtornos do Olfato; Otorrinolaringologia.
INTRODUÇÃO
COVID-19 é uma enfermidade multiorgânica provocada pelo SARS-CoV-2, apresentando sintomas comuns como febre, tosse e dificuldade para respirar. Alterações olfativas são vistas como sinais iniciais da infecção devido à alta carga viral nas vias nasais. A anosmia, que afeta cerca de 20% dos adultos, ainda não possui um mecanismo bem definido e conta com poucos tratamentos eficazes. Fatores neurológicos e bioquímicos concomitantes podem complicar a elaboração de protocolos terapêuticos1.
Anosmia é a perda do olfato, podendo ser parcial ou completa. Atualmente, a anosmia é reconhecida como um sintoma distintivo que facilita o diagnóstico da COVID-19. A patogênese precisa ainda não está bem elucidada. Foi registrado que 79,5% dos pacientes devem recuperar totalmente o olfato nos dois primeiros meses, enquanto os demais podem não restabelecer completamente essa função2.
A disfunção olfativa pós viral (DO) persistente decorrente da pandemia de COVID-19 é uma preocupação de saúde global relevante que continua a crescer. Embora muitos consigam recuperar espontaneamente sua capacidade olfativa, a perda persistente do olfato e do paladar são sintomas comuns da síndrome pós-COVID-19, com impactos significativos na qualidade de vida3.
Existem várias teorias que explicam como ocorre a perda do olfato em pacientes com COVID-19. Sugere-se que os coronavírus invadem a via olfativa através do neurônio sensorial primário do sistema nervoso central localizado na mucosa olfatória. Esta mucosa está situada no teto da cavidade nasal e é composta por um neuroepitélio especializado. O vírus atinge o neurônio sensorial secundário ao atravessar a placa cribriforme e, então, alcança o bulbo olfatório4.
A justificativa para mitigar a neuroinflamação em pacientes com COVID-19 fundamenta-se na observação de inflamação persistente no bulbo olfatório e nos centros olfativos após a infecção pelo SARS-CoV-2. Pacientes com anosmia ou hiposmia apresentam ativação de microglia pró-inflamatória e mudanças neuroinflamatórias. Isso indica que a neuroinflamação contínua pode dificultar a recuperação olfativa. Combater a neuroinflamação durante o treinamento olfativo pode promover a recuperação, sendo as alterações inflamatórias potencialmente mais tratáveis do que a perda neuronal permanente5.
O microambiente iônico na fenda olfatória desempenha um papel essencial na conversão de sinais químicos em sinais elétricos, facilitando a transmissão de informações olfativas para o sistema central. A alteração dos níveis de íons está associada à presença ou progressão de várias doenças. O cálcio, junto com a calmodulina, controla a sensibilidade ao monofosfato de adenosina cíclico, influenciando a sensibilidade dos canais olfativos regulados por nucleotídeos cíclicos. Mudanças nos níveis de cálcio no nariz podem diminuir a sensibilidade dos neurônios receptores olfatórios, impactando a excitabilidade neuronal e possivelmente aprimorando o processo olfativo6.
Acredita-se que as alterações comportamentais resultem principalmente da disseminação da inflamação nos bulbos olfatórios para outras áreas do cérebro ou, menos frequentemente, da infecção direta do tecido cerebral parenquimatoso; a inflamação sistêmica provocada pelo SARS-CoV-2 também pode desempenhar um papel. A conexão entre a disfunção olfatória e outros sintomas prolongados da COVID ainda não é bem compreendida, e há poucos tratamentos baseados em evidências disponíveis7.
Nesse contexto, a anosmia pós-COVID-19 emergiu como uma preocupação significativa de saúde pública, afetando uma proporção significativa de pacientes que se recuperam da infecção pelo coronavírus.
O objetivo deste estudo é realizar uma revisão narrativa da literatura para investigar quais são as abordagens terapêuticas eficazes para a recuperação da anosmia em pacientes pós-COVID-19. Através da estratégia PICO, pretendemos analisar estudos que abordem a população de pacientes que tiveram COVID-19 e desenvolveram anosmia, sem restrição de idade ou gênero. Essa revisão contribuirá para o entendimento global dos efeitos da COVID-19 e ajudará a orientar práticas clínicas e políticas de saúde voltadas para a recuperação dos pacientes pós-infecção.
MÉTODOS
O estudo caracteriza-se como uma revisão narrativa da literatura discutindo a anosmia pós-COVID-19. Foram utilizadas estratégias de pesquisa e acrônimos para encontrar e sistematizar os resultados8.
A metodologia incluiu a elaboração da pergunta norteadora, busca ou amostragem na literatura, coleta de dados, análise crítica dos estudos incluídos, discussão dos resultados e apresentação da revisão. A partir desta estratégia, criou-se a seguinte questão central do estudo: Quais são as abordagens terapêuticas eficazes para a recuperação da anosmia em pacientes pós-COVID-19?
Utilizou-se a estratégia PICO (População, Intervenção, Comparação, Outcome) para orientação da pesquisa. A população incluiu pacientes que tiveram COVID-19 e desenvolveram anosmia. A intervenção foi a aplicação de terapias para a recuperação do olfato, em comparação com outras terapias ou placebo, com o objetivo de identificar as abordagens terapêuticas mais eficazes para a recuperação da anosmia pós-COVID-19.
A busca na base de dados da PubMed utilizou descritores do MeSH como “Síndrome de COVID-19 Pós-Aguda”, “Anosmia” e “Transtornos do Olfato”, combinados com o operador booleano AND para maximizar a relevância dos estudos selecionados.
A estratégia de cruzamento dos descritores, inclui combinações como “Síndrome de COVID-19 Pós-Aguda” AND “Anosmia” e “Síndrome de COVID-19 Pós-Aguda” AND “Transtornos do Olfato”.
Para a relevância do estudo, foram definidos critérios de elegibilidade. Os critérios de inclusão incluíram estudos que investiguem abordagens terapêuticas para a recuperação da anosmia em pacientes pós-COVID-19, publicados entre 2020 e 2024, sendo ensaios clínicos randomizados, estudos observacionais, prospectivos e transversais, com texto completo disponível em português, inglês ou espanhol. Os critérios de exclusão consistiram em estudos duplicados, revisões, teses e dissertações.
Esta revisão não envolve intervenção com seres humanos e, portanto, não requer aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP).
RESULTADOS
Mediante a combinação dos descritores, encontram-se na literatura 453 estudos. Destes, com a aplicabilidade dos critérios de elegibilidade, este número reduziu para 15. Com a leitura na íntegra, foram selecionados 14 estudos para compor a análise final.
Quatorze estudos foram selecionados na PubMed para esta revisão, abrangendo os anos de 2021 a 2024. A maioria dos artigos selecionados foi publicada em 2022, representando 57,14% do total. Artigos de 2023 corresponderam a 21,43%, artigos de 2024 correspondem a 14,29%, e artigos de 2021 representaram 7,14% do total. Os estudos foram publicados em uma variedade de periódicos, incluindo American Journal of Rhinology & Allergy, International Forum of Allergy & Rhinology, Infection and Drug Resistance, Journal of Clinical Medicine and Cells, Brazilian Journal of Otorhinolaryngology.
Todos os estudos foram identificados como ensaios clínicos randomizados. Isso permitiu uma análise abrangente das diferentes abordagens terapêuticas e suas eficiências na recuperação da anosmia pós-COVID-19.
As terapias avaliadas nos estudos variaram amplamente, incluindo o uso de plasma rico em plaquetas, pentassódio dietilentriamina pentaacetato, ivermectina em nanossuspensão mucoadesiva nasal, palmitoiletanolamida ultramicronizada e luteolina, entre outras. A eficácia dessas terapias foi variada, com taxas de recuperação olfativa reportadas variando de 60% a 85%, dependendo da intervenção utilizada.
A distribuição dos estudos por tipos de terapia mostrou uma predominância de intervenções farmacológicas, com sete estudos investigando essas abordagens. Outros quatro estudos focaram em terapias baseadas em plasma, enquanto três estudaram o uso de suplementos dietéticos.
Essa diversidade metodológica reflete a busca por tratamentos eficazes para a disfunção olfativa pós-COVID-19. Os resultados destacam a importância do treinamento olfativo como terapia adjuvante, com estudos relatando melhorias significativas na função olfativa.
A combinação de palmitoiletanolamida ultramicronizada e luteolina com treinamento olfativo mostrou-se particularmente eficaz, sugerindo uma abordagem integrada no tratamento da anosmia pós-COVID-19. Esses achados reforçam a necessidade de mais investigações para otimizar o manejo dessa condição clínica desafiadora.
DISCUSSÃO
O pentaacetato de dietilenotriamina pentassódico (DTPA) pode ser eficaz na melhoria da anosmia pós-COVID-19, apresentando ganhos significativos na função olfativa em indivíduos tratados. Além de diminuir a quantidade de cálcio no muco nasal, contribuindo para a restauração da capacidade olfativa, o DTPA sugere-se como uma terapia promissora para pacientes com anosmia persistente após a infecção pelo SARS-CoV-2.1
Em contraste, o tratamento com plasma rico em plaquetas (PRP) demonstrou eficácia na melhoria da função olfativa em pacientes pós-COVID-19. Houve um aumento significativo no escore do teste Sniffin’ Sticks em comparação ao grupo placebo, além de uma taxa de resposta superior. A recuperação foi notada principalmente na capacidade de discriminação olfativa, indicando que o PRP pode ser uma opção terapêutica segura para a perda de olfato associada à COVID-19.2
O uso de gluconato de sódio intranasal foi eficaz na diminuição da concentração de cálcio no nariz e na melhoria da função olfativa. Observou-se uma significativa melhoria clínica na escala olfativa, de anosmia para hiposmia, em comparação a um grupo que recebeu cloreto de sódio. Adicionalmente, houve uma redução notável na concentração de cálcio nasal após o uso do gluconato de sódio.3 Assim como, o furoato de mometasona evidenciou uma maior modificação nos escores olfativos em comparação ao placebo após mais de 2 semanas de tratamento.4
Além disso, a combinação de suplementos orais de palmitoiletanolamida e luteolina (PEA-LUT) junto com treinamento olfativo demonstrou ser mais eficaz do que o treinamento olfativo isolado na recuperação da função olfativa em pacientes com disfunção olfativa persistente após infecção por COVID-19. Uma proporção maior de pacientes no grupo de intervenção apresentou melhora, destacando uma recuperação mais expressiva ao final de 90 dias em comparação aos controles.5, 7, 10
Adicionalmente, a administração de ivermectina local na forma de spray nasal de nanossuspensão mucoadesiva demonstrou eficácia na reversão da anosmia pós-COVID-19 em comparação com o placebo. Após uma semana de tratamento, o grupo que recebeu o spray nasal de ivermectina mostrou uma taxa de recuperação significativamente maior para a anosmia em comparação com o grupo placebo, embora não tenham sido observadas diferenças significativas nas taxas de recuperação entre os grupos nos meses subsequentes (1, 2 e 3 meses) de acompanhamento.4
Paralelamente, a administração de ácido etilenodiamino tetra-acético (EDTA) intranasal teve efeito positivo na diminuição dos sintomas. O treinamento olfativo combinado com EDTA resultou em melhorias clínicas em 88% dos pacientes, comparado a 60% daqueles que receberam apenas treinamento olfativo. Houve uma redução significativa nos níveis de cálcio nas secreções nasais após o uso do EDTA em comparação com o grupo que recebeu apenas treinamento olfativo.6
Todavia, o treinamento olfativo utilizando mais fragrâncias em um período mais curto não demonstrou ser superior ao método clássico para a recuperação da anosmia. Obteve-se melhorias significativas na função olfativa, avaliadas tanto subjetivamente quanto pelo teste de identificação de odores da Universidade da Pensilvânia (UPSIT). A presença de variações na capacidade olfativa foi associada a pontuações mais altas no UPSIT, indicando uma possível relação entre essas alterações e a resposta ao tratamento.11
Em síntese, os estudos corroboram a recomendação de treinamento olfativo precoce e consistente nesses pacientes. Contudo, alguns desses estudos concluem que outras abordagens terapêuticas não demonstraram superioridade individual em relação ao treinamento olfativo, seja em termos de escores de olfato, duração da anosmia ou taxas de recuperação.13, 14, 15
CONCLUSÃO
A revisão narrativa da literatura sobre a anosmia pós-COVID-19 revelou uma complexidade significativa na recuperação da função olfativa em pacientes afetados pelo SARS-CoV-2. A revisão identificou várias abordagens terapêuticas, incluindo treinamento olfativo e intervenções farmacológicas, que mostraram eficácia variável na recuperação da função olfativa.
Este estudo apresenta algumas limitações importantes. Primeiramente, a maioria dos estudos incluídos foi realizada em um período relativamente curto após a pandemia, o que limita a compreensão dos efeitos a longo prazo da anosmia pós-COVID-19. Além disso, a heterogeneidade dos métodos terapêuticos avaliados dificulta a comparação direta entre os estudos. A variação nos critérios de diagnóstico e nos desfechos avaliados também pode ter influenciado os resultados obtidos. Finalmente, a falta de ensaios clínicos randomizados de longo prazo impede uma análise mais robusta da eficácia das intervenções terapêuticas.
Perspectivas futuras para pesquisa devem se concentrar na otimização das abordagens terapêuticas existentes e na investigação de novas estratégias para o tratamento da anosmia pós-COVID-19. Estudos longitudinais são necessários para compreender melhor a evolução da recuperação olfativa ao longo do tempo e para identificar fatores preditivos de resposta ao tratamento. Além disso, são necessários ensaios clínicos randomizados de grande escala para validar as intervenções terapêuticas identificadas e para estabelecer diretrizes clínicas baseadas em evidências para o manejo dessa condição clínica desafiadora.
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1Hospital Otorrino de Cuiabá, Cuiabá, MT. Email: aamabillemartins@gmail.com. ORCID: https://orcid.org/0009-0007-2731-5415
2Hospital Otorrino de Cuiabá, Cuiabá, MT. Email: alonsoo.neto@gmail.com. ORCID: https://orcid.org/0009-0000-9514-8996
3Hospital Otorrino de Cuiabá, Cuiabá, MT. Email: mario@drmarioesposito.com.br. ORCID: https://orcid.org/0000-0001-5080-3424
4Hospital Otorrino de Cuiabá, Cuiabá, MT. Email: thaisramos0@gmail.com. ORCID: https://orcid.org/0009-0009-9475-122X
5Hospital Otorrino de Cuiabá, Cuiabá, MT. Email: walquiriahenicka@hotmail.com. ORCID: https://orcid.org/0000-0001-7057-9212
6Hospital Otorrino de Cuiabá, Cuiabá, MT. Email: karinaalencastro@gmail.com. ORCID: https://orcid.org/0009-0004-1735-8277
7Hospital Otorrino de Cuiabá, Cuiabá, MT. Email: luanninhacamargo@hotmail.com. ORCID: https://orcid.org/0009-0008-5643-359X