ANALYSIS OF PATHOLOGICAL MANIFESTATIONS IN PAINTINGS: IDENTIFICATION, CAUSES AND TREATMENT IN A SINGLE-FAMILY RESIDENCE.
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ch10202412080451
Gilvan Carlos de Sousa Dantas1
Wellington Ramos de Sousa2
Danilo Teixeira Mascarenhas de Andrade3
RESUMO
A análise de problemas em pinturas busca compreender e solucionar questões que envolvem a estética e funcionalidade de superfícies pintadas. O estudo foca em patologias comuns, como fissuras, bolhas, descascamentos, eflorescências e manchas, que surgem devido a falhas em materiais, erros na execução, condições climáticas, ação de produtos químicos ou desgaste natural. A investigação utiliza inspeções visuais, para determinar as causas e características dos danos. Os resultados apontam que a prevenção é um fator essencial, sendo possível minimizar as ocorrências por meio de escolha adequada de materiais, técnicas de aplicação e manutenção periódica. A identificação precisa das patologias e suas origens auxilia na tomada de decisões para a recuperação ou substituição de pinturas comprometidas, garantindo a durabilidade e a preservação de sua qualidade estética. Assim, a abordagem proposta oferece subsídios para um planejamento técnico mais eficaz, contribuindo para a redução de custos e a valorização dos ambientes tratados.
Palavras-Chave: Patologia. Pintura. Residência. Tratamento.
1 INTRODUÇÃO
A pintura é uma atividade que envolve enorme quantidade de variáveis, sendo o planejamento de atividades um dos principais obstáculos neste setor, seguido pela velocidade na entrega da edificação e a redução de gastos. Em muitos casos o objetivo fundamental é a obtenção de lucro ou a economia, o que leva a utilização de produtos de baixa qualidade, mão de obra sem qualificação, a não realização de etapas importantes ao longo da obra e a execução sem controle tecnológico (Carvalho et al., 2020).
A palavra patologia possui origem na língua grega, em que fatos significa doença, e logo pode ser traduzido como estudo. Logo, a patologia pode ser entendida como o “estudo das doenças”. Comparando-a com o ramo da medicina, elas podem ser relacionadas aos sistemas que desenvolvem algum tipo de enfermidade. Em outras palavras, são defeitos que prejudicam o desempenho da edificação a curto e longo prazo se não tratadas (Lima et al., 2020).
Um dos maiores fatores de patologia está relacionado à falta ou não existência de um planejamento e gestão da obra, a utilização de insumos de má qualidade, somada à ausência de profissionais qualificados na execução, associado à falta de manutenção; tem resultado direto em custos não previstos à edificação. Essas condições descritas levam a um consumo de recursos financeiros em reparações e manutenções corretivas que poderiam ser reduzidos, ou evitados (Walevein, 2022).
Diante disso, surgiu o seguinte problema de pesquisa: Qual a principal manifestação patológica encontrada em pinturas residenciais?
Tem-se as seguintes hipóteses:
H1: Bolhas e desplacamento da tinta devido à umidade é a principal patologia encontrada em pinturas residenciais;
H2: Eflorescência e manchas na pintura são a principal patologia encontrada em pinturas residenciais.
Dessa forma, a pesquisa tem por objetivo analisar as principais patologias encontradas em pinturas em residência unifamiliar.
Apesar de as patologias serem problemas recorrentes, elas ainda são persistentes em edificações, seja pela falta de gerenciamento adequado ou pela mão de obra inadequada. Ainda que exista um aumento na preocupação dos construtores em evitar as patologias, padronizando os processos construtivos, em alguns casos fatores externos acabam interferindo no resultado final da obra. Logo, identificar as principais patologias e assim rastrear a origem dela é de suma importância (Amarante, 2020).
Patologias em construções são frequentes e podem comprometer as estruturas e consequentemente seu funcionamento. Os custos com intervenção representam gastos que poderiam e deveriam ser evitados, pelo menos, a maioria. Como a construção civil basicamente se trata de mão de obra humana, sempre estará suscetível a falhas, porém, quanto melhor e mais cuidadoso for o gerenciamento e planejamento da obra, menores serão as chances de surgimento de patologias, resultando em menores índices de insatisfações e problemas futuros (Amarante, 2020).
As patologias nas edificações muitas vezes causam preocupações e desconforto pois esteticamente são desagradáveis e também podem oferecer riscos.
As edificações servem como suporte para a realização de atividades produtivas, sendo desse modo de valor social fundamental. E diferente de outros tipos de produtos, as edificações são construídas para atender as necessidades dos usuários por muitos anos, e no decorrer desses anos devem suportar as ações de agentes ambientais para a finalidade na qual foi projetada, propiciando condições adequadas de uso por seus usuários (ABNT, 2013; Sousa, 2023).
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Pintura
O conceito de pintura vai além de apenas aplicar tinta. Envolve a aplicação de diversas camadas que formam um sistema de revestimento, cada uma com sua função específica, todas trabalhando juntas para proteger e melhorar a superfície. É uma abordagem completa que valoriza não apenas o aspecto visual, mas também a resistência e a qualidade do acabamento (Britez, 2007).
A pintura é a mistura de tinta devidamente estabilizada de pigmentos e cargas em uma resina, misturadas com diluentes, sendo eles, água ou solventes, formando uma película sólida, fosca ou brilhante, com a finalidade de proteger e embelezar. A tinta é uma preparação, geralmente na forma líquida, que quando aplicada o diluente evapora cuja finalidade é a de revestir uma dada superfície (Polito, 2006).
A pintura desempenha um papel fundamental na construção civil, que tem como objetivo a aplicação de uma tinta sobre determinada base de aplicação com o fim de revestir, proteger, decorar ou corrigir propriedades específicas, sendo em superfícies internas ou externas. Para se conseguir uma pintura homogênea e que mantenha um bom aspecto durante um longo período de tempo sem perder a sua funcionalidade, é necessário que esta seja bem aplicada, respeitando as várias etapas importantes na sua aplicação e utilizando uma metodologia de pintura específica para cada tipo de substrato e de tinta, tendo ainda em consideração o ambiente em que é executada (Senna, 2011).
Os tipos de superfícies (substratos) mais comuns encontrados nas edificações são: alvenarias revestidas com argamassa de cimento/areia, e/ou cal, concreto, madeira e metais ferrosos e não ferrosos. Os sistemas de pintura existentes não são compatíveis com todos os tipos de superfícies e, portanto, devem ser analisados cada substrato e especificado levando-se em conta a existência ou não de incompatibilidades. Cada uma dessas superfícies possui características próprias de sua natureza, as quais influem no desempenho da tinta aplicada (Uemoto, 2002).
2.2 Patologia em edificações
Desde o início da civilização humana, o homem dedicou-se à edificação de estruturas que atendessem às suas necessidades. Ao longo dos séculos, essa busca incessante resultou na acumulação de vasto conhecimento científico, possibilitando o desenvolvimento da tecnologia da construção, abrangendo desde a concepção até o detalhamento das estruturas. Apesar desses avanços, as inevitáveis limitações e falhas do progresso científico e tecnológico conduzem ocasionalmente ao desempenho insatisfatório de algumas estruturas, manifestando-se em patologias na construção civil (Ferreira, 2018).
Ao longo de sua vida útil, uma estrutura é naturalmente submetida ao desgaste devido a diversas influências, como cargas estáticas e dinâmicas, vibrações, impactos e variações na fundação ao longo do tempo. Além disso, a erosão e a cavitação causadas por agentes sólidos e líquidos em reservatórios, canais e tanques também contribuem para esse desgaste. A “vida útil” da estrutura é definida como o período durante o qual ela mantém seus níveis mínimos de resistência e funcionalidade. Prolongar a vida útil ao máximo é um objetivo fundamental para profissionais envolvidos na construção de edificações (Helene, 2001).
A análise das anomalias presentes em construções civis é fundamental para aprimorar as técnicas construtivas, bem como garantir a habitabilidade e longevidade das edificações. Para prevenir tais anomalias, é essencial realizar uma investigação detalhada de suas origens, visando compreender melhor os fenômenos envolvidos e facilitar a implementação de planos de ação eficazes contra esses problemas. (Nazario; Zancan, 2011)
As manifestações patológicas são problemas comuns em construções e, como tal, são uma das maiores perturbações durante sua vida útil. A idade da construção, o clima, os materiais e técnicas construtivas usados e o nível de controle de qualidade usado na construção são alguns dos fatores potenciais que podem contribuir para as manifestações patológicas. Uma variedade de problemas pode surgir como resultado dessas causas, incluindo descolamento de revestimentos, fissuras, trincas, rachaduras, crescimento de fungos e bolhas nos acabamentos (Campos et al., 2018).
2.3 Manifestações patológicas em pinturas
Os problemas em uma edificação podem ser causados por uma variedade de fatores, muitas vezes não apenas por um único agente agressivo, mas sim por uma combinação de vários agentes aos quais o edifício não consegue se adaptar. Isso pode levar à perda de desempenho da estrutura. Esses agentes podem incluir fatores como umidade, mudanças climáticas, exposição prolongada ao sol, poluição, má qualidade dos materiais de construção, erros de projeto ou construção, entre outros. É fundamental considerar e mitigar esses fatores durante o processo de planejamento, construção e manutenção de uma edificação, a fim de garantir sua durabilidade e desempenho ao longo do tempo. (Lichtenstein, 1986).
O desbotamento da tinta ocorre quando os pigmentos na película de tinta perdem sua cor original devido à exposição a agentes climáticos, como os raios solares, ou ao envelhecimento natural da tinta. A exposição prolongada aos raios solares pode causar a deterioração dos pigmentos e das resinas na tinta, levando ao desbotamento e à perda das propriedades da resina, tornando-a mais quebradiça e menos resistente ao tempo. (Chaves, 2009).
As causas mecânicas, por sua vez, são as ocasionadas por choques e impactos, assim como por acidentes imprevisíveis tais como explosões, abalos sísmicos e inundações. Por fim, as causas físicas, cujas patologias estão relacionadas à elevação de temperatura, ventos e exposição a raios solares, provocando desgastes superficiais e fissuras no revestimento (Souza; Ripper, 2009).
As fissuras na pintura não são apenas um problema estético; elas podem desencadear uma série de outras complicações se não forem tratadas adequadamente. A principal preocupação é que essas fissuras permitem a entrada de água e outros agentes agressivos no interior do revestimento, o que pode levar a problemas como bolhas, descascamentos, manchas e, em última instância, reduzir a durabilidade da pintura. (Cunha, 2011).
3 METODOLOGIA
3.1 Quanto a abordagem
O artigo possui abordagem qualitativa. A pesquisa qualitativa geralmente é conduzida no ambiente onde os eventos ou objetos de estudo ocorrem, com o intuito de demonstrar os resultados de maneira lógica e coerente, decorrentes do rigor científico empregado pelo pesquisador. Esse tipo de abordagem possibilita a investigação e compreensão dos eventos dentro do contexto em que se manifestam, uma vez que o pesquisador se envolve diretamente na coleta e análise dos dados, permitindo uma compreensão mais profunda e dinâmica dos fenômenos estudados (Sidney, 2018).
3.2 Quanto aos objetivos
A pesquisa descritiva é uma forma de estudo que examina o estado atual de determinado fenômeno, sendo amplamente aplicada tanto na área educacional quanto nas ciências comportamentais. Seu valor reside na ideia fundamental de que problemas podem ser identificados e práticas podem ser aprimoradas através da observação detalhada e imparcial, bem como da análise e descrição meticulosas. Muitas técnicas e abordagens para solução de problemas são enquadradas dentro da categoria de pesquisa descritiva (Moreira; Callefe, 2008).
3.3 Quanto aos procedimentos
O artigo é desenvolvido a partir de estudo de caso. A escolha do sistema de pintura é diretamente influenciada por características das superfícies como permeabilidade, porosidade, resistência a radiações energéticas, plasticidade e reatividade química. A análise dessas propriedades do substrato é fundamental para determinar os materiais mais adequados para o sistema de pintura (Polito 2006).
3.4 População e amostra
As duas residências unifamiliares escolhidas aleatoriamente, que são o foco deste estudo, estão situadas na cidade de Teresina/PI, especificamente no bairro São Pedro. Esta cidade tem uma população de 866.300 habitantes, cobrindo uma área de 1.391,293 km² (IBGE, 2022). O bairro limita-se a oeste com a Av. Maranhão que separa Teresina do Município Maranhense de Timon, a Leste com a Av. Barão de Gurguéia, que o separa do bairro PIO IX, ao Norte com a Av. Nações Unidas, que o separa do bairro Vermelha e ao Sul com a Av. Gil Martins, que o separa do bairro Tabuleta, sendo antigamente considerado parte desses dois últimos bairros. Seu povoamento deu-se em torno da Igreja do São Pedro, que deu origem ao nome do bairro.
3.5 Procedimento e coleta de dados
Para o levantamento dos dados, foi usada como referência as normas brasileiras NBR 9575(2010), NBR 9574(2008), NBR 15575(2013) e as principais bibliografias, com intuito de classificação da estrutura quanto à erros de execução de impermeabilização, falta de impermeabilização e patologias decorrentes das mesmas.
Para a obtenção dos dados essenciais, foram escolhidas duas residências unifamiliares e realizadas visitas técnicas minuciosas às localidades, ao longo do mês de novembro de 2024, acompanhadas pela captura detalhada de registros fotográficos. Essa abordagem permitiu uma compreensão abrangente e visualmente documentada das condições e características analisadas, fornecendo uma base sólida para a análise e interpretação dos resultados.
3.6 Procedimento e análise de dados
Para analisar os dados coletados durante as visitas técnicas e fotografias de patologias, seguiu-se o seguinte processo estruturado:
Organização dos dados: Primeiramente, organizar os dados coletados de forma sistemática. Incluindo categorizar as patologias observadas, identificar a localização específica de cada problema em cada residência e catalogar os registros fotográficos de acordo com as áreas afetadas.
Classificação das patologias: Classificar as patologias observadas em categorias específicas, como infiltrações, mofo, umidade, deterioração de materiais, entre outros.
Avaliação da gravidade: Avaliar a gravidade de cada patologia identificada. Isso será feito utilizando uma escala ou sistema de classificação predefinido, atribuindo um grau de severidade a cada problema observado.
Elaboração de relatórios: Por fim, elaboração de relatórios detalhados que resumem os principais achados da análise dos dados. Incluindo informações sobre as patologias identificadas, sua gravidade, possíveis causas e recomendações para correção ou mitigação dos problemas.
Ao seguir essas etapas, foi possível realizar uma análise abrangente e significativa dos dados coletados durante as visitas técnicas e fotografias de patologias encontradas, fornecendo resultados valiosos para a tomada de decisões e a implementação de medidas corretivas.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
O objeto de estudo do presente artigo é duas residências de 1 pavimento térreo, executada em estrutura de concreto armado convencional (viga e pilar), localizada no bairro São Pedro, em Teresina-Piauí. Na residência 01, figura 01, seu pavimento térreo é constituído por uma garagem, sala de estar, quarto, cozinha, banheiro social, suíte e lavanderia, onde observou-se que na parede da lavanderia de entrada da casa apresenta-se algumas patologias. Enquanto na residência 02, figura 02, seu pavimento térreo é constituído por uma garagem, sala de estar/jantar, 02 quartos, cozinha, suíte, banheiro social. O acabamento das alvenarias de ambas as residências foi feito com chapisco e reboco de argamassa. Algumas paredes contêm acabamento em tinta fosca, e as áreas frias como banheiro e cozinha possuem acabamento em cerâmica. A residência 01 possui cerca de 10 anos e a família que reside no local ocupa o mesmo desde maio de 2014. Já a residência 02 possui cerca de 15 anos e seus moradores residem no local desde agosto de 2017, relatando que, os problemas patológicos decorrente da umidade sempre estiveram presentes. Para a análise das patologias foram coletados os dados a partir da observação direta presencial com realização de registros fotográficos. A parede que apresenta a maior patologia possui 7,5 m², com 2,5 m de comprimento, 3 m de altura e 0,13 m de espessura. A patologia está localizada a 40 cm de altura do chão e possui comprimento de 60cm, correspondendo a 31,25% da parede.
Umidade por capilaridade
Figura 3 – Bolhas em pintura por umidade com revestimento em reboco, argamassa e pintura (edificação 01). (Fonte: Autores, 2024).
A residência estudada possui distintas patologias provenientes de problemas de umidade por capilaridade, tais como bolhas, descolamento com empolamento da argamassa. As bolhas da pintura devido à umidade (fig. 3) é um problema comum que ocorre quando a água infiltra-se ou permanece retida na superfície da parede, causando o surgimento de bolhas na pintura. Esse problema pode ser agravado pela falta de preparação adequada da parede ou pelo uso de materiais inadequados.
O descolamento de tinta devido à umidade (fig. 04) é um problema comum que ocorre quando a presença de água compromete a aderência da tinta à parede. Isso pode ser causado por infiltração, vazamentos, condensação ou capilaridade. Na residência estudada verificamos o descolamento da tinta, analisamos o substrato e constatamos que a umidade ali presente foi o principal causador da patologia analisada.
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Figura 4 – Descolamento com empolamento da argamassa de revestimento efeito da umidade sobre o reboco (edificação 02). (Fonte: Autores, 2024).
Figura 5 – Eflorescência e manchas (Edificação 01). (Fonte: Autores, 2024).
Os registros apresentados na figura 5, são exemplos das patologias estudadas na residência e são oriundas da umidade, além da falta de impermeabilização. A eflorescência (fig. 5) é um problema que ocorre quando manchas esbranquiçadas aparecem na pintura, devido ao acúmulo de sais solúveis na superfície. A origem dessa patologia está ligada a presença de umidade e/ou erro de preparação do substrato. Outros fatores que influenciam o surgimento da patologia são, aplicação da tinta em paredes úmidas ou mal secas, falta de impermeabilização, pintura mal feita, sem respeitar os tempos de cura e secagem.
Figura 6 – Bolor em uma das paredes de estudo (Residência 02). (Fonte: Autores, 2024).
A figura 06 apresenta a presença de bolor nas paredes externas de uma das edificações estudadas, o mofo se manifesta através de manchas escuras, seguidas de desagregação da superfície.
Os danos causados por fungos e bolor levam à deterioração e desintegração do material. O processo de decomposição é desencadeado pelo crescimento de mofo e bolor, que se desenvolvem em superfícies porosas, liberando enzimas corrosivas que, ao longo do tempo, degradam irreversivelmente o material.
Como medida paliativa, foi realizada a limpeza do local com uma solução de água sanitária e bicarbonato de sódio para tratar as manchas e o bolor, deixando agir por 10 minutos antes de enxaguar com água. Em seguida, o local foi raspado, aplicado argamassa branca e repintado. No entanto, essas ações não foram uma solução definitiva, resultando no reaparecimento das patologias em pouco tempo.
Figura 7 – Descolamento da pintura (Residência 01) (Fonte: Autores; 2024)
O descolamento de pintura, figura 07, é um problema frequente em obras e reformas, principalmente quando a mão de obra não tem a qualificação necessária. Ele ocorre porque a tinta não consegue aderir de forma adequada à superfície, o que resulta em bolhas, descascamento ou até o desprendimento da pintura. As causas mais comuns desse problema estão relacionadas diretamente ao despreparo da equipe responsável.
Após corrigir a origem, a parede afetada deve ser tratada. Isso inclui a remoção total do revestimento danificado, aplicação de produtos antifúngicos para eliminar mofo e bolor, e o uso de seladores ou impermeabilizantes antes de refazer o reboco. Com a superfície devidamente preparada e seca, é possível aplicar um novo revestimento, seguido de pintura com tintas resistentes à umidade, garantindo maior durabilidade.
Por fim, é essencial manter o monitoramento regular da área e realizar manutenções preventivas, como verificar calhas, telhados e sistemas de drenagem.
Essas ações asseguram uma solução definitiva, eliminando o problema na origem e prevenindo novas ocorrências.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante dos resultados analisados, verificamos que a principal manifestação patológica encontrada em pinturas residenciais são manchas e eflorescência, causada principalmente por paredes expostas as intempéries do ambiente.
Entre as limitações encontradas ao longo do desenvolvimento do trabalho, a mais frequente foi o escasso material bibliográfico voltado exclusivamente para o tema e fatores quanto a aceitação da comunidade local para participação e desenvolvimento no trabalho. Como sugestão para trabalhos futuros, sugerimos o desenvolvimento de pesquisa voltada para edificações multifamiliares e edifícios verticais.
A análise das patologias voltadas à revestimento em pintura de duas residências unifamiliares revelou necessidades críticas de intervenção, exigindo soluções urgentes. A deterioração avançada das paredes, causada por umidade e exposição a agentes externos, compromete a integridade estrutural, estética, sua valorização e a segurança da edificação. Para corrigir de maneira eficaz as patologias e eliminar problemas de umidade, sugere-se uma abordagem integral, incluindo impermeabilização completa da parede (externa e interna), instalação de um sistema de proteção lateral, melhoramento de escoamento de água pluvial e implementação de medidas preventivas para evitar futuras deteriorações. Essas medidas garantirão a durabilidade, segurança e conforto das residências.
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1Discente do curso de Engenharia Civil do Centro Universitário Santo Agostinho. Email: gilvandantaas@outlook.com;
2Discente do curso de Engenharia Civil do Centro Universitário Santo Agostinho. Email: wellington.ramos.975@gmail.com;
3Docente do curso de Engenharia Civil do Centro Universitário Santo Agostinho. Email: danilotma@unifsa.com.br