QUANTITATIVE ANALYSIS OF DEATHS RESULTING FROM ACUTE MYOCARDIAL INFARCTION IN THE STATE OF RONDÔNIA BETWEEN 2014 TO 2020
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8014252
Celio Roberto da Silva Borges1
Douglas Rocha Santos2
Igor Lourenço Ferreira3
Eduardo Pereira Paschoal4
RESUMO
Objetivo: Realizar a análise quantitativa sobre a ocorrência de óbitos por Infarto Agudo do Miocárdio no Estado de Rondônia, no período de 2014 a 2020. Metodologia: Para a seleção dos artigos utilizou-se a base de dados através do portal da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) das suas fontes integradas LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde, MEDLINE e das bases SCIELO, PUBMED, Periódicos Online, utilizando a metodologia de Descritores em Ciências da Saúde (DecS). Foram selecionadas 20 (vinte) obras para compor o presente estudo. Para coleta de dados foram utilizados os óbitos por ocorrência causados por IAM registrados no Sistema de Informação sobre Mortalidade ( SIM) através da ferramenta DATASUS/TABNET, e com as informações encontradas definimos os indicadores de saúde. Resultados: Em Rondônia o risco de morte por IAM é 1,8 vezes maior para pacientes do sexo masculino e, para ambos os sexos, os óbitos prevalecem em idades avançadas, além disso, a incidência se concentra em centros urbanos, principalmente na Região de Saúde Madeira Mamoré, no município de Porto Velho, vale ressaltar que o hospital foi o local com mais mortos pela doença. Conclusão: Com os achados do estudo traçamos um perfil epidemiológico para pacientes acometidos pelo infarto agudo do miocárdio durante período definido, a fim de auxiliar na redução da taxa de morbidade por esta doença e promover melhorias no atendimento de IAM em todos os níveis assistenciais impactando na qualidade da saúde da população do estado, também, para prestar apoio aos profissionais que realizam o diagnóstico e tratamento dos pacientes com suspeita de IAM, tendo em vista as grandes alterações cardíacas e orgânicas trazidas pela pandemia de COVID-19.
Palavras-chave : Análise Quantitativa; Mortalidade; Infarto Agudo do Miocárdio; Perfil epidemiológico.
ABSTRACT
Objective: To carry out a quantitative analysis on the occurrence of deaths due to Acute Myocardial Infarction in the State of Rondônia, from 2014 to 2020. Methodology: For the selection of articles, the database was used through the Virtual Health Library portal (VHL) from its integrated sources LILACS (Latin American and Caribbean Literature in Health Sciences, MEDLINE and from the SCIELO, PUBMED, Online Journals databases, using the methodology of Health Sciences Descriptors ( DecS). Twenty (20) were selected works to compose the present study. For data collection, deaths caused by AMI recorded in the Mortality Information System ( SIM) through the DATASUS/TABNET tool were used, and with the information found we defined the health indicators: In Rondônia, the risk of death from AMI is 1.8 times greater for male patients and, for both sexes, deaths prevail at advanced ages, in addition, the incidence is concentrated in urban centers, mainly in the Health Region Madeira Mamoré, in the municipality of Porto Velho, it is worth mentioning that the hospital was the place with the most deaths from the disease. Conclusion: With the findings of the study, we drew an epidemiological profile for patients affected by acute myocardial infarction during a defined period, in order to help reduce the morbidity rate due to this disease and promote improvements in AMI care at all levels of care, impacting on the quality of health of the state’s population, also, to provide support to professionals who perform the diagnosis and treatment of patients with suspected AMI, in view of the major cardiac and organic changes brought about by the COVID-19 pandemic.
Keywords: Quantitative Analysis; Mortality; Acute myocardial infarction; Epidemiological profile.
RESUMEN
Objetivo: Realizar un análisis cuantitativo sobre la ocurrencia de muertes por Infarto Agudo de Miocardio en el Estado de Rondônia, de 2014 a 2020. Metodología: Para la selección de artículos, se utilizó la base de datos a través del portal Biblioteca Virtual en Salud ( BVS) de sus fuentes integradas LILACS ( Literatura Latinoamericana y del Caribe en Ciencias de la Salud, MEDLINE y de las bases de datos SCIELO, PUBMED, Online Journals, utilizando la metodología de Descriptores en Ciencias de la Salud (DecS). Se seleccionaron veinte (20) trabajos para componer el presente Para la recolección de datos, se utilizaron las muertes causadas por IAM registradas en el Sistema de Información de Mortalidad ( SIM) a través de la herramienta DATASUS/TABNET, y con la información encontrada se definieron los indicadores de salud. Resultado: En Rondônia, el riesgo de muerte por IAM es 1,8 veces mayor para los pacientes del sexo masculino y, para ambos sexos, las muertes prevalecen en edades avanzadas, además, la incidencia se concentra en los centros urbanos, principalmente en la Región de Salud Madeira Mamoré, en el municipio de Porto Velho, vale mencionar que la el hospital fue el lugar con más muertes por la enfermedad. Conclusión: Con los hallazgos del estudio, trazamos un perfil epidemiológico de los pacientes afectados por infarto agudo de miocardio durante un período definido, con el fin de ayudar a reducir la tasa de morbilidad por esta enfermedad y promover mejoras en la atención del IAM en todos los niveles de atención. repercutiendo en la calidad de salud de la población del estado, además, brindar apoyo a los profesionales que realizan el diagnóstico y tratamiento de pacientes con sospecha de IAM, ante las importantes alteraciones cardíacas y orgánicas provocadas por la pandemia del COVID-19.
Palabras llave: Análisis Cuantitativo; Mortalidad; Infarto agudo del miocardio; Perfil epidemiológico.
1 INTRODUÇÃO
O infarto agudo do miocárdio (IAM) pertence ao grupo das doenças cardiovasculares (DCV) é definido como um problema de saúde pública no Brasil e no mundo, apresentando elevadas taxas e índices de mortalidade. A taxa de óbitos no Brasil, por essa causa, está entre as maiores do mundo, similar à de países como a China e a Europa (leste) (SANTOS et al., 2018).
As doenças cardiovasculares (DCV) acometem uma parcela grande da população brasileira, a principal delas é o Infarto Agudo do Miocárdio (IAM). Dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde ( DATASUS) de 2013 demonstram que o IAM foi a principal causa de morte por doenças cardíacas no Brasil ( MEDEIROS, et al., 2018). Já em 2014 os dados demonstram que, entre as doenças cardiovasculares, o infarto agudo do miocárdio ( IAM) é o primeiro nas causas de mortes no Brasil ( BRASIL, 2014).
O Infarto agudo do Miocárdio ( IAM) é conhecido como uma Síndrome Isquêmica Miocárdica Instável, sua principal causa é a obstrução de uma placa aterosclerótica ocasionando em formação de um trombo causando diminuição ou ausência no fluxo de sangue ao tecido cardíaco ( MARTINS, et al., 2016). Quando há morte do músculo cardíaco, ocorre principalmente pela presença de placa de ateroma na parede do vaso sanguíneo, que diminui a passagem do sangue levando a falta de nutrientes provocando morte na musculatura cardíaca (OUCHI et al., 2017).
São fatores que aumentam os riscos de o indivíduo ter um infarto agudo do miocárdio, a obesidade, o sedentarismo, a alta densidade de colesterol, o tabagismo, antecedência familiar com histórico de diabetes mellitus ( DM), hipertensão arterial sistêmica ( HAS) ( BRUNORI et al., 2014). Além disso, o quadro clínico de estresse e depressão contribuem direta ou indiretamente na ocorrência do infarto do miocárdio (ALVES; FRAGUAS; WAJNGARTEN, 2008).
Segundo Oliveira (2020) “fatores como histórico de doenças cardiovasculares nas famílias e predisposição genética, aliada com a ausência de atividades físicas e alimentação saudável, são importantes para definir o aumento da mortalidade ocorrida por IAM”. Os pacientes que são os hipertensos, diabéticos, obesos, sedentários, e os que tem o alto índice da taxa do colesterol, tem altas chances de desenvolver o IAM, sendo orientados a realizar exames anualmente ou semestralmente para monitorar e auxiliar no controle dessas doenças, fatores que ajudam são da prática da atividade física e manter uma vida saudável (TEIXEIRA et al., 2015).
O diagnóstico de IAM pode ser identificado quando houver aumento característico da troponina, mioglobina ou aumento e diminuição mais rápidos para Creatina fosfoquinase total (CK-MB-TOTAL), CK fração MB (CK-MB) acompanhados de alterações eletrocardiográficas e outros sintomas isquêmicos. Considerando a sensibilidade e especificidade, esses marcadores cardíacos são os mais indicados para realizar o diagnóstico do IAM ( ZARATIAN; BORJA, 2019).
O tratamento para pacientes com IAM clínico é realizado com terapia trombolítica ou a angioplastia
Percutânea de emergência que diminui a lesão do músculo do miocárdio e reduz a dor (OLIVEIRA, et al., 2019). Um medicamento utilizado é o sulfato de morfina, que é um narcótico com função do alívio de dor aguda e crônica, diminuindo ansiedade, dor e relaxando os bronquíolos para estimular a oxigenação ( ROCHA et al., 2012).
O pós-infarto acarreta problemas secundários que exigem mudanças radicais nos hábitos de vida e em seu dia a dia, portanto a família e seus cuidadores necessitam de mais conhecimento das fases da doença (VARGAS et al., 2017). Além do que o estudo e investigação do Infarto Agudo do Miocárdio (IAM), é fundamental por sua alta incidência e morbimortalidade, devido a diversos fatores sociais, ambientais, fator de idade e fatores biológicos que perpassam a população brasileira (FERREIRA, et al., 2022).
O vírus SARS-CoV-2 acarretou uma pandemia que foi evidenciada nos últimos anos e trouxe graves problemas para assistência de saúde de todo o mundo, afetando no atendimento hospitalar nos casos de Infarto Agudo do Miocárdio, pois houve uma redução nítida nas admissões de casos de IAM ligados ao medo de contaminação e grandes medidas de isolamento, consequentemente o aumento da mortalidade desses pacientes pode estar associado a esse atraso dos quadros de IAM durante a pandemia (LOPES, 2022).
Deste modo, a necessidade por se ampliar os estudos acerca do Infarto Agudo do Miocárdio se evidencia também após as grandes complicações e sequelas cardíacas deixadas pela pandemia de COVID-19, principalmente nos indivíduos que sofreram episódios de IAM. Há, também, a necessidade de novos estudos e a implementação de novos protocolos específicos e condutas para promover uma educação continuada para toda a equipe multidisciplinar, em todas as esferas assistenciais, seja na rede pública ou privada
Um dos países que mais apresentam casos de IAM, é o Brasil sendo que o sudeste é a região com o maior número de casos com óbito (47,9%), seguido pela região nordeste (20,2%) (MEDEIROS, et al., 2018). Em pesquisas realizadas com a população brasileira, foi evidenciado que há uma diferença etária e de gênero nos casos de IAM: há maior prevalência em homens de 60 a 80 anos, e em nas mulheres, a idade para a ocorrência destes episódios, é um pouco mais tardia, mas ainda observa-se o alto índice em homens (TRONCOSO et al, 2018).
O IAM encontra-se comumente presente nas emergências dos hospitais, representando um sério problema de saúde em função de sua alta taxa de morbimortalidade (SANTOS & CESÁRIO, 2019). Dados no Brasil, o Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), tiveram 1.066.194 casos de internações por IAM entre os anos de 2010 e 2021 (BRASIL, 2021). No ano de 2010 o número de óbitos por doenças isquêmicas do coração foi de 99.408 óbitos ou 52,11 óbitos/100 mil habitantes (PIEGAS, 2013). Com os dados de tais estudos epidemiológicos, obteve-se o seguinte questionamento: quais o perfil epidemiológico dos óbitos decorrentes de infarto agudo do miocárdio em Rondônia entre os anos de 2014 e 2020 ?
As motivações elencadas para escolha do presente tema foram a necessidade de atualizações a respeito do assunto abordado, a busca por novos instrumentos de pesquisa que possam ser aprimorados para investigação dos dados epidemiológicos do IAM. Paralelamente a isso, serve de instrumento de atualização e preparo para os futuros profissionais da medicina, bem como outros profissionais da saúde, tendo em vista que a educação continuada e atualização constante são primordiais para a formação de qualidade dos acadêmicos.
2 MÉTODOS
Este artigo trata-se de um estudo epidemiológico, descritivo e exploratório, em que objetivou-se descrever os óbitos ocorridos por Infarto Agudo do Miocárdio no estado de Rondônia, ocorridos no período de 2014 a 2020.
A fim de mensurar dados de óbitos por infarto Agudo do Miocárdio da população rondoniense, foram coletados os dados a partir da ferramenta DATASUS/TABNET, os dados extraídos compreendem os óbitos por infarto agudo do miocárdio por ocorrência registrados no período de 2014 a 2020. A delimitação do tema partiu do que é observado em alguns artigos científicos, e levando em consideração o número de óbitos provocados pelo Infarto Agudo do Miocárdio, a pesquisa reúne um intervalo de 7 anos (2014 a 2020) , um período referente para realizar índices e caracterização coletados da base de dados DataSus no intuito de responder ao problema de pesquisa. Além disso, foram definidos como parâmetros para coleta de dados: a causa CID-BR-10, Município/UF, Faixa etária e sexo do paciente, e alcança apenas os óbitos por ocorrência registrados no sistema de informação sobre mortalidade ( SIM) durante o período supracitado. Os resultados e informações encontrados a partir do banco de dados foram quantificados em cinco tabelas e, a partir desse levantamento em conjunto com dados estatísticos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ( IBGE), foi realizado o cálculo do coeficiente de mortalidade, Letalidade, Razão de óbito entre os sexos e Mortalidade proporcional segundo a causa do óbito. Para os cálculos dos indicadores de saúde, foram desconsideradas as características da população marcadas como ignoradas.
Taxa de Mortalidade específica pode ser calculada através de algumas características da população ou do óbito, logo, utilizamos a equação para definir a Taxa de mortalidade por causa e sexo:
A prevalência de óbitos entre os sexos pode ser apresentada através da razão de óbitos entre os sexos.
Por fim, o calculado da Mortalidade proporcional (MP) segundo a causa do óbito, que também se trata de um indicador do tipo proporcional do óbito (por região) pelo total de óbitos (por região) em um determinado período.
O referencial bibliográfico foi selecionado através do portal da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) das suas fontes integradas LILACS, MEDLINE além das bases SCIELO, PUBMED. Adotou-se como termo de busca “ infarto agudo do miocárdio ”, como consta na plataforma Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) para a ampliação do acesso à informação científica e técnica. A estruturação da revisão integrativa teve 6 fases para a busca e a análise: 1. Elaboração da pergunta norteadora e identificação do tema; 2. Estabelecimento dos critérios de inclusão e exclusão; 3. Busca nas bases de dados e amostragem e coleta de dados; 4. Avaliação dos estudos incluídos; 5. Interpretação dos resultados; e 6. Síntese do conhecimento. As obras foram selecionadas no idioma português, respeitando-se a investigação ao nível territorial nacional. Foram selecionados 60(sessenta) artigos e após leitura prévia dos resumos estes foram analisados os critérios de inclusão de artigos para aqueles que estavam de acordo da temática, publicados no período de 2009 a 2021 , e uma atualização de 2022. Assim, verificaram-se 20 ( vinte) artigos relevantes para compor a base teórica do estudo, pois utilizamos o critério de exclusão nas 60 obras iniciais para eliminar os estudos repetidos, pesquisas que não contemplavam a temática ou que apresentaram Descritores em Ciências da Saúde diferentes do tema proposto, pois não contribuíram com o embasamento da temática.
O presente estudo foi estruturado utilizando-se uma abordagem mista das metodologias científicas atuais: análise quantitativa de dados coletados no sistema DATASUS/TABNET, complementação da pesquisa e elaboração do estudo através da revisão da literatura a respeito do tema.
3 RESULTADOS
Segundo os dados extraídos do banco de dados do SUS ( DATASUS/TABNET), a região norte registrou o menor número de mortes por IAM (35.200 óbitos) no período de 2014 a 2020. No estado de Rondônia, durante esse intervalo de tempo ocorreram 3.916 óbitos, onde foi possível definir que o risco de morte por IAM ( taxa de mortalidade) que é 1 ,8 vezes maior no sexo masculino (318,89 óbitos por 100.000 habitantes se comparado ao feminino (165,35 óbitos por 100.000 habitantes). Ademais, podemos destacar que a menor proporção de mortes por IAM foi verificada em 2020 em ambos os sexos, mas, ainda, com preponderância para o sexo masculino (5,58%)( Tabela 1 ).
Tabela 1: Óbitos segundo a (CID-BR- 10 – Infarto agudo do miocárdio) mortalidade proporcional e taxa de mortalidade (por 1.000 hab), por sexo, Rondônia, 2014 a 2020.
Conforme a idade, o maior número de mortes causadas por IAM ocorre na faixa etária entre 70 a 79 anos, com um total de 966 (24,67%) casos, seguida da faixa etária entre 60 e 69 anos, com 934 (23,86%) registros. Para os pacientes com idade inferior a 40 anos houve um registro de 149 (3,81%) ocorrências, seguido de 312 (7,97%) casos na faixa etária de 40 a 49 anos e 703 (17,96%) entre 50 e 59 anos.
Entretanto, na faixa etária de 80 anos e mais, o número de casos diminui para 851 (21,73%)( Tabela 2) .
Tabela 2: Óbitos em Rondônia causados por IAM pela faixa etária. Período de 2014 a 2020.
Conforme os registros de ocorrências por região de saúde, em Rondônia, podemos destacar a região Madeira Mamoré, a mais populosa do estado, com o maior número de incidentes de óbitos por IAM, somando 1.088 (27,78%), na sequência, o segundo maior número na região do Central com 873 (22,29%). Entretanto, na região Vale do Guaporé, com baixa concentração populacional, onde grande parcela é ribeirinha, houve o registro de 60 (1,53%) ocorrências de óbitos por infarto agudo do miocárdio ( Tabela 3 ).
Tabela 3: Óbitos por ocorrência causados por IAM em Rondônia de acordo com a região de saúde. Período de 2014 a 2020.
A quantidade de óbitos por município em Rondônia se concentra na capital, onde o município se destaca em número (968 óbitos). Em contrapartida, a menor proporção de mortes causadas por IAM pode ser verificada em Porto Velho (3 ,98%) que pode ser explicada pelo peso dos óbitos por outras causas, mesmo que os óbitos pela causa estudada seja equivalente a maior parcela dos óbitos causados por IAM no estado(Tabela 4) .
Tabela 4: Mortalidade Proporcional por ocorrência dos óbitos por Infarto agudo do miocárdio entre os cinco municípios com maior incidência no estado de Rondônia. Período de 2014 a 2020.
Verifica-se que, entre os 3.916 óbitos por IAM registrados no estado de Rondônia durante o período, 161 (3 ,65%) ocorreram em via pública, 1.338 (34,17 %) em domicílios, 2.170 (55,41%) nas dependências do Hospital e 96 (2,53%) em outros estabelecimentos de assistência à saúde ( Tabela 5 ).
Tabela 5: Óbitos por Local de ocorrência causados pelo IAM no estado de Rondônia. Período de 2014 a 2020.
4 DISCUSSÕES
O estudo demonstrou os aspectos relacionados aos óbitos causados por Infarto Agudo do Miocárdio durante o intervalo de tempo entre 2014 a 2020 , também, os achados demonstraram a prevalência das ocorrências em idades avançadas, onde os resultados alcançados apontam uma elevada taxa de mortalidade e maior risco de morte por essa doença no sexo masculino em todo o período que compreende a pesquisa se comparado ao sexo feminino.
No tocante da faixa etária evidenciou-se o maior risco de óbito entre os 70 a 79 anos, resultado que vai de encontro com o estudo de Medeiro et al. (2018) e Martins et al. (2016) que apresentam maior risco para indivíduos com 59 anos ou menos. Em contrapartida, os achados encontrados se assemelham ao estudo da mortalidade por infarto agudo do miocárdio no Brasil realizado por Santos et al. (2018) , no qual foi verificada a maior taxa de mortalidade aos 80 anos e mais.
Nesse sentido, devido à natureza crônica-degenerativa da doença e os fatores predisponentes da doença que são acumulados durante a vida, conforme os psicológicos elencados por Alves; Fráguas e WAJNGARTEN (2009), físicos e biológicos por Brunoli et al. (2014) e os biológicos, ambientais, de idade e sociais por Ferreira et al. (2022) respectivamente, aumentam a prevalência do infarto agudo do miocárdio entre os idosos, tendo em vista os riscos de intervenções invasivas associadas a outras alterações físicas e mentais comuns durante a faixas etárias mais avançadas.
Corroborando com os resultados alcançados pelos autores Medeiro et al. (2018), Mertins et al. ( 2016) e Silva et al (2017), a proporção de taxa de mortalidade foi superior em homens do que nas mulheres e, durante o estudo, foi possível definir que a diferença é em torno de 1,8 vezes maior, especificamente, no estado de Rondônia.
Conforme apontado por Martins et al. (2016) a região urbana é a que possui mais precedentes de de óbitos por infarto agudo do miocárdio, no estado de Rondônia as maiores quantidades se passaram na regional de saúde Madeira Mamoré, a mais populosa. Além disso, Ferreira et al. (2022) destacou uma elevada quantidade registrada na capital do Alagoas, análogo o achado de nosso estudo que evidencia uma preponderância de casos em Porto Velho, capital de Rondônia, por mais que a mortalidade proporcional tenha sido afetada por óbitos relacionados a outras causas.
No estado de Rondônia, o maior número de óbitos causados por IAM foram registrados em hospitais, por isso, consoante Santos et al. (2018), destacamos a carência de uma rede hospitalar estruturada para promoção da melhora na assistência de IAM.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A análise do estudo do perfil epidemiológico de óbitos decorrentes de infarto agudo do miocárdio em Rondônia entre os anos de 2014 e 2020 permitiu a identificação que a região norte tem menor número de ocorrência de Infarto Agudo do Miocárdio e a grande prevalência é nos centro urbanos. Evidenciou também que a maioria dos casos ocorrem em pessoas do sexo masculino e, para ambos os sexos, na faixa etária varia entre 70 a 79 anos. A maior incidência de óbitos por município em Rondônia se concentra na capital Porto Velho. Assim, conclui-se por meio dos dados e informações levantadas no presente estudo evidenciam a necessidade do conhecimento de profissionais de saúde, principalmente o médico que se deparam constantemente com esse tipo de casos nos hospitais de urgência e emergências para que assim tenham ciência dos fatores de risco e tracem o perfil destes pacientes e saibam os índices epidemiológicos da população que prestam atendimento. Além disso, são indispensáveis campanhas informativas, orientativas e conscientizadoras sobre o infarto agudo do miocárdio, por todos os meios de informação, para que a população possa identificar os sintomas e assim buscar auxílio médico, pois o diagnóstico é um fator decisivo para um prognóstico eficaz e tratamento adequado do paciente, a fim de causar uma redução da taxa de morbidade por esta doença e promover melhorias na saúde da população do estado de Rondônia. Ao utilizar a ferramenta TABNET encontramos dificuldade em relação a da disposição dos dados e o estudo ficou limitado apenas a análise quantitativa dos óbitos por ocorrência registrados no período de 2014 a 2020, entretanto, os autores buscaram implementar a literatura para comparar e discutir os indicadores de saúde apontado por outros autores a fim de traçar um perfil epidemiológico da população rondoniense. Assim, o estudo abre portas para novas pesquisas e investigações acerca de novas abordagens para prevenção e redução das taxas de mortalidade por IAM, além da otimização do atendimento em todos os níveis de atendimento, também, os resultados auxiliaram a traçar um perfil epidemiológico para que seja possível aumentar a eficácia do diagnóstico e tratamento de cardiopatias isquêmicas e outras doenças agudas graves no estado de Rondônia.
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1Graduando de medicina. União de Ensino Superior da Amazônia Ocidental – UNNESSA – Porto Velho/E-mail: roberto.ro.2006@hotmail.com
2Graduando de medicina. União de Ensino Superior da Amazônia Ocidental – UNNESSA – Porto Velho/E-mail: douglasrochamed2020@gmail.com
3Graduando de medicina. União de Ensino Superior da Amazônia Ocidental – UNNESSA – Porto Velho/E-mail: i.g@msn.com
4Enfermeiro. Mestre em Enfermagem. Professor de Ensino Superior da União de Ensino Superior da Amazônia Ocidental – UNNESSA – Porto Velho/E-mail: eduardoppaschoal@gmail.com