QUANTITATIVE ANALYSIS OF HOSPITAL INTERVENTIONS FOR CARDIOVASCULAR DISEASES IN THE STATE OF TOCANTINS (2018-2024)
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cl10202504281635
Luís Otávio da Silva Lima1
Paulo Otavio Martins Moreira Gonçalves2
Valdeizio Júnior Modesto Silva de Sousa3
Raphaela Aguiar Paranaguá4
Ana Lucia Roselino Ribeiro5
Vanessa de oliveira Menezes6
As doenças cardiovasculares constituem a principal causa de morte no Brasil, representando um desafio contínuo para os sistemas de saúde pública. No estado do Tocantins, a análise do perfil epidemiológico dessas doenças é fundamental para a formulação de estratégias de prevenção e controle mais eficazes. Diante disso, este estudo teve como objetivo analisar o quantitativo de atendimentos hospitalares relacionados às principais patologias cardiovasculares no Tocantins, no período de 2018 a 2024, com recortes estatísticos por sexo, faixa etária e tipo de patologia. A metodologia utilizada baseou-se em pesquisa documental, com extração de dados secundários disponibilizados pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), por meio da plataforma TABNET. Foram selecionadas as doenças mais prevalentes, como infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral, insuficiência cardíaca, fibrilação atrial e doença arterial coronariana. Os dados foram organizados e apresentados por meio de gráficos comparativos, com segmentação anual, por sexo e por grupos etários. Os resultados apontaram um aumento significativo no número de atendimentos por essas patologias ao longo do período analisado. Verificou-se maior prevalência de atendimentos em indivíduos do sexo feminino, especialmente nas faixas etárias mais avançadas, acima dos 60 anos. As patologias com maiores registros de atendimento foram o infarto agudo do miocárdio e o acidente vascular cerebral, seguidos da insuficiência cardíaca. Conclui-se que as doenças cardiovasculares mantêm um padrão elevado de ocorrência no estado do Tocantins, com tendência de crescimento, especialmente entre mulheres idosas. Esses dados reforçam a importância do fortalecimento das ações de prevenção, promoção da saúde e monitoramento contínuo dos fatores de risco, com o objetivo de reduzir a carga dessas enfermidades sobre o sistema de saúde e sobre a população afetada.
Palavras-Chave: Doenças cardiovasculares; Epidemiologia; Tocantins.
Cardiovascular diseases are the leading cause of death in Brazil, posing an ongoing challenge for public health systems. In the state of Tocantins, the analysis of the epidemiological profile of these diseases is essential for the development of more effective prevention and control strategies. In this context, the present study aimed to analyze the number of hospital admissions related to the main cardiovascular pathologies in Tocantins, from 2018 to 2024, using statistical breakdowns by sex, age group, and type of disease. The methodology was based on documentary research, with secondary data extracted from the Department of Informatics of the Unified Health System (DATASUS), through the TABNET platform. The most prevalent diseases were selected, such as acute myocardial infarction, stroke, heart failure, atrial fibrillation, and coronary artery disease. The data were organized and presented through comparative graphs, segmented by year, sex, and age group. The results showed a significant increase in the number of admissions for these pathologies throughout the analyzed period. A higher prevalence of admissions was observed among female individuals, especially in older age groups, above 60 years. The pathologies with the highest number of admissions were acute myocardial infarction and stroke, followed by heart failure. It is concluded that cardiovascular diseases maintain a high pattern of occurrence in the state of Tocantins, with a growing trend, particularly among elderly women. These data highlight the importance of strengthening prevention efforts, health promotion, and the continuous monitoring of risk factors, aiming to reduce the burden of these diseases on the health system and the affected population.
Keywords: Cardiovascular diseases; Epidemiology; Tocantins.
1. Introdução
As doenças cardiovasculares (DCV) representam um dos principais desafios da saúde pública global, sendo responsáveis por um número significativo de internações hospitalares e óbitos anualmente. Esse grupo de enfermidades abrange patologias que afetam o coração e os vasos sanguíneos, como hipertensão arterial sistêmica (HAS), infarto agudo do miocárdio (IAM), acidente vascular cerebral (AVC), insuficiência cardíaca congestiva (ICC) e doenças valvares. A etiologia dessas doenças é multifatorial, envolvendo tanto predisposição genética quanto fatores de risco modificáveis, como tabagismo, sedentarismo, alimentação inadequada, obesidade, dislipidemias e diabetes mellitus (OLIVEIRA, 2022).
O impacto das DCV na sociedade se reflete não apenas na alta taxa de mortalidade, mas também nos custos econômicos e na sobrecarga dos sistemas de saúde. O tratamento dessas doenças demanda abordagens que vão desde a prevenção e o acompanhamento ambulatorial até intervenções de alta complexidade, como cirurgias cardíacas e procedimentos hemodinâmicos (SILVA, 2021). Dessa forma, a análise quantitativa das intervenções hospitalares por doenças cardiovasculares se torna fundamental para compreender os padrões de atendimento, identificar falhas na assistência e propor melhorias nos protocolos clínicos.
As intervenções hospitalares para doenças cardiovasculares envolvem abordagens clínicas e cirúrgicas que variam de acordo com a gravidade da condição. O uso de trombolíticos em casos de IAM e AVC isquêmico, a angioplastia coronariana, a revascularização do miocárdio e a colocação de dispositivos cardíacos são algumas das estratégias mais comuns no atendimento emergencial (SANTOS, 2022).
O SAMU e as UPAs desempenham um papel fundamental no manejo inicial desses pacientes, garantindo estabilização hemodinâmica e transporte seguro para centros especializados. Além disso, a falta de conhecimento da população sobre os sinais de alerta das DCV ainda é um grande desafio, atrasando o início do tratamento e reduzindo as chances de recuperação (BARROS, 2023).
Para melhorar a assistência hospitalar a pacientes com DCV, é essencial ampliar a capacitação dos profissionais de saúde, investir na estruturação dos serviços de emergência e fortalecer a atenção primária, garantindo o acompanhamento contínuo de pacientes de risco (GOMES, 2021). Além disso, a implementação de tecnologias como a telemedicina pode auxiliar no diagnóstico precoce e no manejo de pacientes em regiões remotas. O desenvolvimento de políticas públicas voltadas à conscientização da população sobre os fatores de risco e os sintomas das DCV também é crucial para reduzir a morbimortalidade associada a essas doenças.
Este estudo tem como objetivo analisar o perfil epidemiológico das internações por doenças cardiovasculares no Estado do Tocantins entre 2018 e 2025, utilizando os dados disponíveis no DATASUS. Busca-se identificar o número total de internações ao longo do período, traçar o perfil demográfico dos pacientes internados considerando idade e sexo, além de determinar as condições cardiovasculares mais frequentes. Também será avaliada a taxa de mortalidade hospitalar associada a essas doenças, permitindo identificar tendências e padrões epidemiológicos que contribuam para a compreensão do impacto dessas enfermidades na população tocantinense e subsidiem estratégias de prevenção e manejo mais eficazes.
2. Referencial Teórico
As doenças cardiovasculares (DCV) apresentam-se como um dos maiores desafios para a saúde pública, com crescente prevalência e altas taxas de morbimortalidade. Elas englobam uma série de condições que afetam o sistema cardiovascular, tais como hipertensão arterial, insuficiência cardíaca, infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral, sendo responsáveis por uma significativa carga no sistema de saúde. A abordagem clínica para as DCVs demanda ações integradas que vão desde a prevenção até o tratamento de alta complexidade, envolvendo médicos, enfermeiros e outros profissionais da saúde. Estudos demonstram que a gestão efetiva dessas doenças pode reduzir a incidência de complicações e a mortalidade associada (BRASIL, 2021).
A complexidade do manejo das doenças cardiovasculares exige, além das intervenções terapêuticas de alta complexidade, uma abordagem integrada que envolva a promoção da saúde e a educação dos pacientes e seus familiares. Nesse contexto, programas de prevenção e a capacitação contínua dos profissionais de saúde são fundamentais para melhorar a identificação precoce dos fatores de risco e a adesão ao tratamento. A integração entre diferentes níveis de atenção – desde a atenção primária até os serviços de emergência, como o SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e as UPAs (Unidade de Pronto Atendimento) – se mostram cruciais para reduzir os índices de morbimortalidade e garantir um atendimento oportuno e qualificado (COSTA, 2020).
Torna-se fulcral a realização do acompanhamento contínuo em âmbito ambulatorial, dos pacientes com doenças cardiovasculares, por meio da monitoração de suas condições clínicas e do controle rigoroso dos fatores de risco, é essencial para evitar o agravamento das patologias. A implementação de práticas de cuidados prolongados, com foco na adesão ao tratamento e na educação do paciente, pode melhorar os desfechos de saúde e aumentar a qualidade de vida dos indivíduos afetados. Além disso, a colaboração entre as diversas especialidades médicas e a efetiva comunicação entre os profissionais são determinantes para o sucesso no tratamento das DCVs, especialmente em contextos emergenciais (SILVA, 2019).
2.1 Panorama Epidemiológico das Doenças Cardiovasculares
As doenças cardiovasculares seguem um padrão epidemiológico global que reflete fatores sociodemográficos, hábitos de vida e acesso aos serviços de saúde. Essas patologias apresentam diferenças em sua prevalência, manifestações clínicas e impactos na morbimortalidade, o que torna essencial a compreensão detalhada de cada uma delas. Segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), as DCV são responsáveis por cerca de 32% das mortes em todo o mundo, sendo que aproximadamente 85% dessas mortes ocorrem por infarto agudo do miocárdio e acidente vascular cerebral (WHO, 2023).
No Brasil, a prevalência das DCVs é crescente, com uma elevação significativa dos casos em razão do envelhecimento populacional e das condições de vida, como alimentação inadequada, sedentarismo e o consumo excessivo de álcool e tabaco. Esses fatores contribuem diretamente para o aumento da incidência de hipertensão, diabetes, dislipidemia e obesidade, que são comorbidades frequentemente associadas às doenças cardiovasculares (SILVA, 2022).
A hipertensão arterial, por exemplo, é considerada um dos principais fatores de risco para doenças cardiovasculares, sendo amplamente prevalente na população brasileira, especialmente em pessoas acima de 40 anos. Estudos apontam que cerca de 25% da população adulta brasileira é portadora dessa condição, com uma alta taxa de não adesão ao tratamento, o que agrava o quadro e aumenta o risco de complicações, como infarto do miocárdio e insuficiência renal (MARTINS, 2021).
Além disso, a prevalência do acidente vascular cerebral (AVC) também tem mostrado uma tendência de crescimento, principalmente entre os idosos, embora fatores como o controle adequado da hipertensão e a prevenção de fatores como o tabagismo e a alimentação saudável tenham demonstrado impacto positivo na redução dos casos. A insuficiência cardíaca, outra consequência comum das DCVs, apresenta um quadro de incidência crescente, especialmente entre as populações mais velhas, onde a degeneração do músculo cardíaco e a pressão arterial elevada contribuem para a disfunção do órgão (COSTA, 2022).
2.2 Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS)
A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma condição silenciosa, muitas vezes chamada de “assassina silenciosa”, pois pode não apresentar sintomas evidentes, o que dificulta o diagnóstico precoce. Em alguns casos, os pacientes podem relatar sintomas inespecíficos, como dores de cabeça, tontura, visão embaçada e sensação de cansaço, especialmente quando a pressão arterial está muito elevada. No entanto, esses sinais podem ser confundidos com outras condições e, portanto, muitos indivíduos com hipertensão permanecem sem diagnóstico até que apresentem complicações graves, como acidente vascular cerebral, insuficiência cardíaca ou infarto do miocárdio (SANTOS, 2021).
A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma das principais condições predisponentes para complicações cardiovasculares, afetando aproximadamente 30% da população adulta. Seu padrão epidemiológico indica maior incidência em indivíduos acima dos 50 anos, com prevalência acentuada entre afrodescendentes e pessoas com histórico familiar da doença. Além disso, a HAS está diretamente associada a fatores como consumo excessivo de sal, sedentarismo, obesidade e estresse (COSTA, 2020). A persistência de níveis elevados de pressão arterial pode levar a danos em órgãos-alvo, como coração, rins e cérebro, favorecendo o desenvolvimento de outras DCV.
A hipertensão é considerada um problema de saúde pública devido à sua alta prevalência e ao impacto direto na mortalidade por doenças cardiovasculares. Estudo realizado em grandes centros urbanos brasileiros revela que a pressão arterial elevada é responsável por cerca de 20% das mortes por doenças do coração e mais de 50% dos casos de insuficiência renal terminal (ALMEIDA, 2022). Além disso, a falta de diagnóstico e tratamento adequados nas fases iniciais contribui significativamente para o agravamento do quadro, o que torna essencial a conscientização sobre a importância da triagem de hipertensão, especialmente em grupos de risco como idosos e pessoas com histórico familiar de doenças cardiovasculares.
2.3 Infarto Agudo do Miocárdio (IAM)
O infarto agudo do miocárdio (IAM) apresenta-se com sinais e sintomas típicos, os quais podem variar em intensidade e manifestação clínica, principalmente entre os sexos. A dor torácica, de caráter substernal, intensa e opressiva, é o sintoma mais prevalente, frequentemente descrita como sensação de compressão ou dor precordial, podendo irradiar para o membro superior esquerdo, região mandibular ou interescapular. Além disso, é comum a presença de sudorese profusa, dispneia, náuseas, vômitos e a sensação de lipotimia ou síncope (BRUNO, 2019).
O infarto agudo do miocárdio (IAM) resulta da obstrução súbita de uma artéria coronária, geralmente devido à ruptura de uma placa aterosclerótica, levando à isquemia e necrose do tecido miocárdico. Dados apontam que o IAM afeta predominantemente homens acima dos 45 anos, mas a incidência em mulheres tem aumentado, especialmente após a menopausa (ALMEIDA, 2021). Entre os principais fatores de risco estão o tabagismo, dislipidemia, hipertensão arterial, diabetes mellitus e histórico familiar. A taxa de mortalidade do IAM está diretamente relacionada ao tempo de intervenção médica, reforçando a necessidade de um diagnóstico precoce e do rápido encaminhamento para unidades de hemodinâmica.
Estudos recentes indicam que a reabilitação cardiovascular pós-infarto desempenha um papel crucial na recuperação dos pacientes, ajudando a prevenir recorrências e complicações relacionadas. A reabilitação envolve um conjunto de práticas que incluem acompanhamento psicológico, fisioterapia, orientação nutricional e atividades físicas supervisionadas. Esses programas de reabilitação têm evidenciado benefícios substanciais, como a redução da ansiedade e depressão, melhora no controle dos fatores de risco e aumento da capacidade funcional dos pacientes (MARTINS, 2020).
2.4 Acidente Vascular Cerebral (AVC)
O acidente vascular cerebral (AVC) pode ser classificado como isquêmico ou hemorrágico, com a apresentação clínica variando conforme a sua etiologia. Os sintomas iniciais geralmente envolvem o início súbito de fraqueza ou paralisia de um lado do corpo, perda de fala ou dificuldade para falar (afasia), além de distúrbios visuais, como visão turva ou perda de campo visual. A cefaleia intensa e súbita, associada a náuseas e vômitos, pode ser indicativa de AVC hemorrágico, enquanto a isquemia pode ser precedida de episódios de isquemia transitória (AIT) (ALMEIDA, 2022).
O acidente vascular cerebral apresenta uma das principais causas de incapacitação permanente em adultos. A incidência de AVC aumenta com a idade e está fortemente relacionada a fatores como hipertensão arterial descontrolada, tabagismo, consumo excessivo de álcool e sedentarismo (FERREIRA, 2023). O AVC isquêmico, mais comum, ocorre devido à obstrução de uma artéria cerebral, enquanto o AVC hemorrágico está associado ao rompimento de vasos sanguíneos, frequentemente causado por aneurismas ou picos hipertensivos. O rápido reconhecimento dos sinais clínicos e a administração de trombolíticos em ambiente hospitalar são fundamentais para a recuperação do paciente.
O prognóstico do AVC depende da rapidez do diagnóstico e da intervenção terapêutica. A reabilitação física, cognitiva e psicossocial é frequentemente necessária para maximizar a recuperação do paciente e minimizar as sequelas permanentes. A prevenção secundária também desempenha um papel importante, com o controle rigoroso dos fatores de risco, como a hipertensão, e a adesão a terapias anticoagulantes ou antiagregantes, conforme a etiologia do AVC (SANTOS, 2021).
2.5 Insuficiência Cardíaca Congestiva (ICC)
A insuficiência cardíaca congestiva (ICC) caracteriza-se pela incapacidade do coração de bombear sangue de forma eficiente, resultando em sintomas como dispneia, fadiga e edema. Os dados epidemiológicos indicam um crescimento progressivo da incidência de ICC, especialmente em idosos e indivíduos com histórico de infarto, hipertensão ou valvopatias (MENDES, 2022). A descompensação da ICC é uma das principais causas de internação hospitalar, demandando manejo clínico intensivo e, em casos avançados, o uso de dispositivos assistidos ou transplante cardíaco. Além disso, a ICC impõe um alto custo ao sistema de saúde, tanto pelo número de reinternações quanto pela complexidade do tratamento prolongado. A adesão ao tratamento farmacológico e às mudanças no estilo de vida ainda representa um desafio, sobretudo em regiões com menor acesso à informação e acompanhamento médico regular. Estudos também apontam que a qualidade de vida dos pacientes com ICC é significativamente comprometida, o que exige uma abordagem multidisciplinar e contínua. Portanto, o enfrentamento da insuficiência cardíaca requer não apenas medidas clínicas, mas também estratégias de educação em saúde e fortalecimento da atenção primária (PALMA, et al, 2024).
A insuficiência cardíaca congestiva (ICC) em sua apresentação sintomatológica inclui dispneia aos esforços, ortopneia, fadiga, edema de membros inferiores e ganho de peso devido à retenção hídrica. Além disso, em casos mais avançados, podem ocorrer episódios de dispneia paroxística noturna, hepatomegalia congestiva e estase jugular, refletindo a sobrecarga do sistema cardiovascular (SOUZA, 2021).
O tratamento da ICC envolve abordagem multidisciplinar, incluindo o uso de fármacos como inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA), betabloqueadores e antagonistas dos receptores de mineralocorticóides, que demonstraram reduzir a morbimortalidade associada à doença. Além disso, a reabilitação cardíaca, com programas de exercícios supervisionados e educação em saúde, é fundamental para melhorar a qualidade de vida dos pacientes. O acompanhamento contínuo ambulatorial e a otimização do tratamento medicamentoso são essenciais para reduzir as taxas de hospitalização e a progressão da insuficiência cardíaca (PEREIRA, 2023).
2.6 Doenças arterial Coronariana (DAC)
A Doença Arterial Coronariana (DAC) é caracterizada pela obstrução ou estreitamento das artérias coronárias, responsáveis pelo fornecimento de sangue ao coração, geralmente em função do acúmulo de placas de aterosclerose. Essa condição leva à redução do fluxo sanguíneo e pode resultar em angina, infarto e, em casos graves, morte súbita. Trata-se de uma doença crônica, progressiva e fortemente associada a fatores de risco como hipertensão, dislipidemia, diabetes, tabagismo, sedentarismo e histórico familiar (SANTOS, 2022).
No Tocantins, os dados de 2018 a 2024 revelam um aumento progressivo nos atendimentos por DAC, refletindo o impacto do estilo de vida moderno e do envelhecimento populacional. A doença afeta principalmente adultos de meia-idade e idosos, com destaque para a faixa etária entre 60 e 79 anos, embora casos também sejam registrados entre pessoas mais jovens, sobretudo aquelas com múltiplos fatores de risco ou predisposição genética. O aumento de atendimentos em mulheres também é um dado relevante, indicando que a DAC não é mais uma doença predominantemente masculina, como outrora se acreditava. (RODRIGUES, 2021). O tratamento pode variar desde o uso de medicações para controle dos sintomas até procedimentos invasivos.
A DAC é uma condição que requer atenção contínua e integral. O diagnóstico precoce e o manejo adequado com medicamentos, mudanças no estilo de vida e, em alguns casos, intervenções cirúrgicas, como angioplastia e revascularização do miocárdio, são fundamentais para evitar complicações. A educação em saúde e o incentivo a hábitos saudáveis são estratégias-chave para reduzir a incidência e a progressão da doença. Os dados analisados neste estudo reforçam a necessidade de políticas públicas focadas na prevenção da aterosclerose desde a juventude, garantindo o controle efetivo dos fatores de risco ao longo da vida (BISOTTI, 2024).
2.7 Fibrilação Atrial (FA)
A Fibrilação Atrial (FA) é a arritmia cardíaca sustentada mais comum na prática clínica, caracterizada por uma atividade elétrica desorganizada nos átrios, que resulta em contrações atriais ineficazes e ritmo cardíaco irregular. A FA aumenta significativamente o risco de Acidente Vascular Cerebral, insuficiência cardíaca, hospitalizações e mortalidade, especialmente em pacientes idosos ou com múltiplas comorbidades. Embora possa ser assintomática, muitos pacientes relatam palpitações, tontura, fadiga e desconforto torácico (LANDSTEINER, et al, 2024).
Apesar de a FA apresentar menor incidência absoluta nos dados do Tocantins entre 2018 e 2024, sua importância clínica é significativa devido às graves complicações associadas. O crescimento dos atendimentos, ainda que mais discreto em comparação a outras doenças, sugere um aumento na detecção de casos, possivelmente relacionado ao avanço nos métodos diagnósticos e maior atenção dos profissionais de saúde à identificação de arritmias. É notável também que os casos se concentram em indivíduos com 60 anos ou mais, faixa etária em que a prevalência da FA aumenta substancialmente (DONALONSO, et al, 2024).
O tratamento da FA exige uma abordagem individualizada, que inclui o controle da frequência ou do ritmo cardíaco e a prevenção de eventos tromboembólicos com o uso de anticoagulantes. Além disso, a FA deve ser vista como um marcador de risco cardiovascular elevado, exigindo monitoramento contínuo e controle de comorbidades. A análise dos dados reforça a necessidade de capacitação das equipes de atenção primária para o rastreamento e manejo precoce da FA, especialmente em populações idosas. Estratégias como a triagem em consultas de rotina, uso de eletrocardiograma e o encaminhamento adequado aos serviços especializados são essenciais para reduzir as complicações e melhorar a qualidade de vida dos pacientes (NASER, et al, 2024).
3. Metodologia
Este estudo caracteriza-se como uma pesquisa quantitativa, descritiva e retrospectiva, cujo objetivo é analisar o perfil epidemiológico das doenças cardiovasculares no Brasil entre os anos de 2018 e 2024. Para a obtenção de dados primários, utilizou-se o portal DATASUS, uma plataforma do Ministério da Saúde que disponibiliza informações epidemiológicas e estatísticas de saúde pública. A coleta de dados foi realizada considerando variáveis como idade, sexo, tipo de acometimento cardiovascular e taxa de mortalidade associada, permitindo uma análise detalhada da evolução dessas doenças ao longo do período estudado.
Os dados extraídos do DATASUS foram refinados e organizados utilizando técnicas estatísticas, garantindo a eliminação de inconsistências e duplicações. Para a análise descritiva, empregou-se estatística simples, como médias, proporções e desvio-padrão, com o intuito de identificar tendências e padrões epidemiológicos. Além disso, foram realizadas análises comparativas entre os anos estudados, a fim de compreender a relação entre fatores de risco e desfechos clínicos, bem como a eficácia das políticas públicas na prevenção e tratamento das doenças cardiovasculares.
Para embasar teoricamente este estudo, foram utilizadas diversas plataformas de saúde reconhecidas internacionalmente, incluindo o UpToDate, que fornece diretrizes clínicas baseadas em evidências; a PubMed, uma das principais bases de dados científicas na área médica; a Scielo (Scientific Electronic Library Online), que reúne publicações relevantes no contexto da saúde pública brasileira; e os Arquivos Brasileiros de Cardiologia (ABC Cardiol), um periódico renomado que aborda estudos e revisões sobre doenças cardiovasculares no país.
A construção do referencial teórico envolveu uma revisão bibliográfica sistemática a partir dessas bases, priorizando estudos publicados entre 2018 e 2024, a fim de garantir informações atualizadas e alinhadas às diretrizes mais recentes. Foram selecionados artigos que abordam epidemiologia, fisiopatologia, diagnóstico e manejo das doenças cardiovasculares, bem como estratégias de prevenção primária e secundária. Essa abordagem permitiu a consolidação de um embasamento teórico robusto, alinhado às melhores evidências científicas disponíveis.
Além disso, para validar a qualidade e relevância das informações coletadas, foram adotados critérios rigorosos na seleção das referências bibliográficas, incluindo fator de impacto dos periódicos e número de citações dos artigos consultados. As diretrizes do Ministério da Saúde do Brasil e da Organização Mundial da Saúde (OMS) também foram consideradas na análise dos dados, garantindo que as conclusões deste estudo estejam em conformidade com as políticas de saúde pública nacionais e internacionais.
Por fim, os resultados obtidos por meio desta metodologia permitiram uma análise detalhada do impacto das doenças cardiovasculares na população tocantinense ao longo dos últimos anos, possibilitando reflexões sobre a efetividade das políticas públicas de saúde e estratégias para aprimorar a prevenção, o diagnóstico e o tratamento dessas enfermidades. A consistência dos dados evidencia a necessidade de reforçar as ações de atenção básica, especialmente no monitoramento dos fatores de risco e no acompanhamento contínuo de pacientes crônicos. Dessa forma, espera-se que as informações aqui levantadas sirvam de base para decisões mais assertivas e direcionadas no enfrentamento das doenças cardiovasculares no estado.
4. Resultados
O gráfico evidenciado na figura 01, expõe o quantitativo da mortalidade por doenças cardiovasculares no Brasil no período de 2018 a 2024, retratando cinco das principais causas de óbito associadas a esse grupo de patologias: infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral, insuficiência cardíaca, doença arterial coronariana e fibrilação atrial. A análise dessa evolução temporal revela padrões importantes sobre a gravidade, o manejo e os desafios enfrentados pelo sistema de saúde brasileiro no enfrentamento das doenças cardiovasculares, que ainda figuram entre as principais causas de morte no país. A seguir, expõe-se o quantitativo de óbitos por doenças cardiovasculares, entre 2018 à 2024, figura 1:
Figura 1. Gráfico 01.
Fonte: AUTORES, Dados extraídos do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), disponível em: http://www.datasus.gov.br. Acesso em: março de 2025.
O infarto agudo do miocárdio se destaca como a patologia com maior número de óbitos em todos os anos analisados, com uma tendência clara de crescimento contínuo. Esse aumento pode ser atribuído a uma série de fatores, incluindo o envelhecimento populacional, o aumento da prevalência de comorbidades como hipertensão, diabetes e obesidade, bem como o estilo de vida predominantemente sedentário adotado por grande parte da população. Além disso, o diagnóstico tardio e o acesso desigual aos serviços de emergência, principalmente em regiões mais afastadas dos grandes centros urbanos, contribuem para que muitos pacientes não recebam atendimento adequado a tempo de reverter o quadro clínico.
A doença arterial coronariana apresenta-se como a segunda principal causa de mortalidade no gráfico, com um crescimento progressivo ao longo dos anos. Essa condição, que frequentemente antecede ou acompanha o infarto, também está relacionada a fatores de risco crônicos, como o tabagismo, dislipidemias e estresse, sendo agravada pela baixa adesão ao tratamento contínuo e pela desinformação da população sobre medidas preventivas. O aumento nos óbitos por essa doença reforça a necessidade de políticas públicas que priorizem não apenas o atendimento de urgência, mas também o monitoramento regular e o cuidado ambulatorial de pessoas em risco cardiovascular.
O acidente vascular cerebral, por sua vez, ocupa uma posição intermediária entre as principais causas de mortalidade cardiovascular. A progressão ascendente observada no gráfico sugere que, embora haja avanços no tratamento emergencial e na conscientização sobre os sinais de alerta do AVC, ainda há barreiras importantes no acesso rápido aos cuidados especializados. Essa realidade é especialmente crítica em áreas onde a rede hospitalar não dispõe de protocolos eficientes para o manejo de pacientes neurológicos agudos. O tempo entre o início dos sintomas e o atendimento adequado é um fator determinante na mortalidade por AVC, e a ampliação do conhecimento público e profissional sobre esse fator é essencial para reverter essa tendência.
No caso da insuficiência cardíaca, o gráfico aponta uma leve, porém constante, redução no número de óbitos ao longo do tempo. Tal comportamento pode indicar avanços no tratamento medicamentoso, melhorias na gestão da doença em estágios iniciais e maior controle de fatores desencadeantes. Contudo, é importante considerar que essa condição continua sendo altamente prevalente, especialmente entre idosos, e que a redução nos óbitos não elimina os altos custos assistenciais e a carga de sofrimento causada pela recorrência de internações. A redução na mortalidade pode também refletir uma possível melhoria na qualidade de vida dos pacientes por meio de estratégias de cuidado multidisciplinar e intervenções precoces.
Por fim, a fibrilação atrial, apesar de apresentar o menor número absoluto de óbitos entre as doenças cardiovasculares analisadas, também revela uma curva ascendente de mortalidade. Esse crescimento pode ser explicado pela maior identificação da patologia nos serviços de saúde, impulsionada pela ampliação do uso de exames de eletrocardiograma e pelo maior acesso ao diagnóstico, especialmente na atenção primária. No entanto, a fibrilação atrial ainda é subestimada por muitos pacientes e até por profissionais da saúde, o que pode levar à negligência no uso de anticoagulantes orais e, consequentemente, ao aumento de eventos fatais como o AVC isquêmico. O envelhecimento da população, que favorece o aparecimento da fibrilação atrial, também é um fator a ser considerado nesse contexto.
Em síntese, o gráfico destaca uma realidade preocupante: a mortalidade por doenças cardiovasculares no Brasil continua em crescimento, refletindo a complexidade de enfrentamento dessas enfermidades em um cenário marcado por desigualdades sociais, econômicas e regionais. A persistência dessas doenças como líderes em causas de morte exige uma abordagem integrada, que envolva ações de prevenção, diagnóstico precoce, ampliação do acesso à saúde e investimentos contínuos em educação em saúde. A redução efetiva da mortalidade cardiovascular só será alcançada por meio de políticas públicas que dialoguem com a realidade vivida pela população, garantindo equidade e qualidade nos serviços prestados, além de ações intersetoriais voltadas à promoção de um estilo de vida mais saudável.
O gráfico representado na figura 02, apresenta a retratação do quantitativo geral dos atendimentos por doenças cardiovasculares no Brasil entre os anos de 2018 e 2024, destacando as cinco principais patologias que impactam a saúde pública nacional: infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral, insuficiência cardíaca, doença arterial coronariana e fibrilação atrial. Ao observar as tendências ao longo do tempo, é possível identificar tanto o crescimento progressivo dos atendimentos na maioria dessas condições quanto a estabilidade ou declínio em outras, revelando padrões distintos de incidência, diagnóstico e busca por cuidados de saúde. a seguir, tem-se o quantitativo geral de atendimentos por doenças cardiovasculares, entre 2018 a 2024, figura 2:
Figura 2: Gráfico 02.
Fonte: AUTORES, Dados extraídos do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), disponível em: http://www.datasus.gov.br. Acesso em: março de 2025.
Entre todas as patologias representadas, o infarto agudo do miocárdio se destaca como a mais frequente, com número crescente de atendimentos a cada ano. Esse dado é um reflexo direto do aumento dos fatores de risco na população brasileira, como hipertensão, diabetes, dislipidemia, sedentarismo, alimentação inadequada e estresse crônico. A urbanização acelerada, as jornadas de trabalho extensas e a precarização da qualidade de vida em muitas regiões do país também contribuem para o agravamento das condições cardiovasculares. Além disso, o maior acesso a serviços de emergência e ao diagnóstico rápido pode estar elevando os registros de atendimento hospitalar, especialmente nos centros urbanos.
Outra condição com alta incidência é o acidente vascular cerebral (AVC), que apresenta uma tendência de aumento ao longo dos anos, embora em proporção ligeiramente inferior ao infarto. O AVC permanece como uma das principais causas de mortalidade e incapacidade no Brasil, sendo altamente influenciado por fatores como envelhecimento populacional, controle inadequado da pressão arterial e atraso na busca por atendimento, especialmente em áreas mais remotas. O aumento contínuo dos registros pode estar associado, por um lado, à ampliação da cobertura de saúde e ao fortalecimento dos sistemas de notificação, e por outro, à persistência de desigualdades regionais que dificultam a prevenção efetiva.
A doença arterial coronariana, que frequentemente se sobrepõe ao infarto agudo do miocárdio em suas manifestações clínicas, também apresenta crescimento constante nos atendimentos, o que reforça a necessidade de estratégias de cuidado contínuo e acompanhamento ambulatorial. A natureza crônica dessa condição demanda um modelo de saúde baseado na longitudinalidade e na educação permanente dos pacientes, algo que ainda encontra barreiras significativas na estrutura do sistema de saúde brasileiro.
Em contraste com o aumento geral das demais doenças, os casos de insuficiência cardíaca demonstram uma leve redução ao longo do período. Essa diminuição pode ser interpretada de diversas formas. É possível que o avanço das terapias farmacológicas e o diagnóstico precoce estejam contribuindo para a estabilização clínica dos pacientes, reduzindo a necessidade de atendimentos emergenciais. No entanto, também deve ser considerada a possibilidade de subnotificação ou dificuldades no acesso ao diagnóstico correto, uma vez que os sintomas da insuficiência cardíaca podem ser confundidos com outras condições, especialmente em estágios iniciais.
Por fim, a fibrilação atrial, embora com menor número absoluto de atendimentos em relação às demais, apresenta uma curva ascendente, o que indica uma maior atenção à sua detecção e manejo clínico. O envelhecimento da população é um dos principais fatores que explicam esse aumento, já que a fibrilação atrial é mais comum entre os idosos e pode estar associada a outras comorbidades, como hipertensão e insuficiência cardíaca. O crescimento dessa condição demanda investimento na capacitação das equipes de atenção primária, no monitoramento contínuo dos pacientes e no uso racional de anticoagulantes para prevenção de eventos tromboembólicos.
Diante desse panorama, fica evidente que as doenças cardiovasculares continuam representando um dos maiores desafios para o sistema de saúde brasileiro. A tendência de crescimento dos atendimentos, principalmente em patologias agudas e de maior gravidade, reforça a importância de políticas públicas voltadas à promoção da saúde, prevenção de fatores de risco e fortalecimento da atenção básica. A adoção de hábitos saudáveis deve ser incentivada desde a infância, e campanhas educativas precisam ser permanentes e direcionadas às realidades socioculturais das diferentes regiões do país.
Em suma, o gráfico evidencia não apenas os números crescentes de atendimentos por doenças cardiovasculares no Brasil, mas também aponta para a complexidade da gestão dessas condições em um sistema de saúde que enfrenta desafios históricos e estruturais. O enfrentamento efetivo dessas doenças requer um esforço conjunto entre governo, profissionais de saúde e sociedade civil, com foco na equidade, na prevenção e na melhoria da qualidade de vida da população.
Já entre os anos de 2018 e 2024, observou-se no estado do Tocantins uma predominância de atendimentos por doenças cardiovasculares entre mulheres em comparação aos homens. As principais patologias analisadas foram infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral, insuficiência cardíaca, doença arterial coronariana e fibrilação atrial. Em todas essas condições, o número de atendimentos apresentou uma leve superioridade no sexo feminino, o que chama atenção para um fenômeno que pode estar ligado a múltiplos fatores de ordem biológica, social e comportamental. A literatura científica tem apontado que, com o envelhecimento, as mulheres perdem o fator protetor hormonal, tornando-se mais suscetíveis a doenças cardiovasculares. Além disso, fatores como o estresse crônico, a dupla jornada de trabalho e a baixa procura por serviços preventivos também contribuem para esse cenário. Questões relacionadas ao acesso ao diagnóstico precoce e à subnotificação de sintomas em mulheres, muitas vezes atípicas, também podem influenciar nas estatísticas. A seguir expõe-se o quantitativo de atendimentos por doenças cardiovasculares, por sexo, entre 2018 a 2024, figura 3:
Figura 3: Gráfico 03.
Fonte: AUTORES, Dados extraídos do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), disponível em: http://www.datasus.gov.br. Acesso em: março de 2025.
As doenças cardiovasculares, tradicionalmente associadas a uma maior prevalência entre os homens, vêm revelando um panorama distinto quando observadas com maior profundidade e em contextos específicos como o da região Norte do Brasil. No Tocantins, a maior incidência de atendimentos entre mulheres pode estar relacionada, primeiramente, à maior expectativa de vida feminina. Isso significa que, por viverem mais, as mulheres estão mais expostas, por mais tempo, aos fatores de risco acumulativos que levam ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Além disso, após a menopausa, há uma diminuição significativa na proteção hormonal natural conferida pelo estrogênio, o que aumenta a vulnerabilidade do sistema cardiovascular feminino.
Outro aspecto relevante é o comportamento de busca por serviços de saúde. As mulheres, de maneira geral, tendem a procurar atendimento médico com mais frequência e em estágios menos avançados das doenças, o que eleva os registros de atendimentos em serviços ambulatoriais e hospitalares. Esse fator pode não apenas influenciar os dados quantitativos, mas também revelar uma maior consciência e percepção dos sintomas por parte do público feminino. Em contrapartida, os homens, muitas vezes, negligenciam sinais iniciais e recorrem ao sistema de saúde apenas em situações de urgência ou emergência, o que pode subestimar a real incidência de determinadas patologias nesse grupo.
Do ponto de vista social, as transformações nas rotinas de trabalho, acúmulo de funções e estresse constante podem estar afetando de forma significativa a saúde cardiovascular das mulheres. A sobrecarga física e emocional, somada ao sedentarismo, alimentação inadequada e hábitos como tabagismo e consumo excessivo de álcool, contribuem para o desenvolvimento precoce de fatores de risco como hipertensão arterial, diabetes e dislipidemias. Esses fatores, quando associados à falta de políticas públicas de prevenção com recorte de gênero, ampliam a vulnerabilidade feminina às doenças do coração e dos vasos.
No cenário específico do Tocantins, onde se observa um processo de urbanização crescente e alterações no estilo de vida da população, torna-se evidente a necessidade de um olhar atento para as questões de saúde cardiovascular com foco em gênero. Estratégias de prevenção, promoção da saúde, educação e acompanhamento contínuo das mulheres em todas as fases da vida são fundamentais para reduzir a incidência e a gravidade dessas doenças. Além disso, é importante promover campanhas de conscientização voltadas também ao público masculino, incentivando a prevenção e o cuidado precoce, de modo a equilibrar o acesso e a qualidade dos atendimentos.
Portanto, os dados apontam para a urgência de ações integradas de saúde pública que levem em consideração as especificidades biológicas, sociais e culturais que impactam a saúde cardiovascular de homens e mulheres. A leitura atenta dos registros de atendimentos pode contribuir significativamente para a formulação de políticas mais justas, eficazes e equitativas, especialmente em regiões que ainda enfrentam desafios estruturais e desigualdades no acesso à saúde.
As doenças cardiovasculares representam uma das principais causas de atendimentos médicos no Brasil, e sua distribuição por faixa etária revela importantes padrões que contribuem para a formulação de estratégias de prevenção e cuidado. Ao observar o gráfico 04, que apresenta o número de atendimentos por doenças cardiovasculares entre diferentes grupos etários, nota-se uma clara tendência de crescimento da incidência à medida que a idade avança. Esse comportamento está diretamente relacionado ao processo natural de envelhecimento, que favorece o surgimento de comorbidades e o comprometimento progressivo do sistema cardiovascular. A seguir observa-se o gráfico quantitativo de atendimentos por doenças cardiovasculares, por faixa etária, entre 2018 a 2024, figura 3:
Figura 04: Gráfico 04.
Fonte: AUTORES, Dados extraídos do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), disponível em: http://www.datasus.gov.br. Acesso em: março de 2025.
Na análise detalhada do gráfico, é evidente que a maior concentração de atendimentos se encontra na faixa etária de 60 a 79 anos. Esse grupo responde por um número significativamente elevado de casos, o que se justifica pela maior exposição acumulada a fatores de risco como hipertensão, diabetes, tabagismo, sedentarismo e alimentação inadequada. Além disso, nesta fase da vida, é comum que haja menor capacidade de resposta fisiológica a agravos cardiovasculares, o que demanda maior procura por serviços de saúde. A segunda faixa com maior número de atendimentos é a de 40 a 59 anos, revelando que o início do envelhecimento e a transição da vida adulta ativa para a maturidade já impactam substancialmente a saúde cardiovascular, alertando para a necessidade de ações preventivas ainda nesta etapa da vida.
Por outro lado, faixas etárias mais jovens, como 20 a 39 anos e especialmente 0 a 19 anos, apresentam um número significativamente inferior de atendimentos por doenças cardiovasculares. Isso pode ser atribuído ao menor tempo de exposição a fatores de risco, ao metabolismo mais eficiente e à menor prevalência de doenças crônicas. Ainda assim, o número não é nulo, o que evidencia que, embora menos comum, eventos cardiovasculares podem ocorrer precocemente, especialmente em indivíduos com predisposições genéticas ou condições clínicas específicas.
Curiosamente, a faixa etária de 80 anos ou mais, embora ainda apresente números elevados de atendimentos, registra um leve decréscimo em relação à faixa imediatamente anterior. Essa aparente redução pode ser explicada por diversos fatores. Primeiramente, a população nessa faixa etária é numericamente menor do que nos grupos mais jovens, o que naturalmente reduz o número absoluto de casos. Em segundo lugar, pode haver uma subnotificação dos atendimentos em virtude de dificuldades de acesso aos serviços de saúde por limitações físicas ou cognitivas. Além disso, a letalidade das doenças cardiovasculares é maior entre os idosos mais avançados, o que também contribui para um menor volume de registros.
Em síntese, o gráfico evidencia a importância de considerar o fator etário no planejamento de políticas públicas de saúde cardiovascular. A crescente demanda por atendimentos a partir da meia-idade até a velhice exige uma resposta sistemática e antecipada do sistema de saúde, com ações que promovam hábitos saudáveis, diagnósticos precoces e controle rigoroso de fatores de risco. O envelhecimento populacional brasileiro torna essa abordagem ainda mais urgente, dado que a tendência é de aumento dos casos nas próximas décadas. Portanto, compreender como as doenças cardiovasculares se distribuem entre as faixas etárias é essencial para construir estratégias eficazes de prevenção, tratamento e promoção da saúde.
5. Conclusão
Com base na análise detalhada dos dados apresentados ao longo deste estudo, é possível afirmar com clareza que as doenças cardiovasculares representam um dos maiores desafios enfrentados pelo sistema de saúde pública no Brasil. A progressão dos números de atendimentos e de óbitos no período compreendido entre os anos de 2018 a 2024 revela um panorama preocupante, marcado por um crescimento constante, especialmente no que se refere às ocorrências de Infarto Agudo do Miocárdio, Acidente Vascular Cerebral e Doença Arterial Coronariana. Tais tendências indicam que, apesar dos avanços médicos e das políticas públicas voltadas à saúde cardiovascular, a população continua amplamente exposta a fatores de risco que, muitas vezes, poderiam ser prevenidos com ações mais eficazes e contínuas. Entre esses fatores destacam-se o sedentarismo, a má alimentação, o tabagismo, o consumo abusivo de álcool, o estresse crônico e o controle inadequado de doenças como hipertensão arterial e diabetes mellitus, todos elementos que, somados ao envelhecimento populacional, contribuem diretamente para a manutenção desse cenário.
Adicionalmente, ao observarmos o comportamento dos atendimentos segundo as faixas etárias mais comuns, percebemos que a maioria das ocorrências concentra-se em indivíduos com idade igual ou superior a 60 anos.
Isso confirma a relação direta entre envelhecimento e risco cardiovascular elevado, mas também levanta uma questão importante: a necessidade de intensificar as ações preventivas desde faixas etárias mais precoces. Ações de promoção da saúde e de educação para o autocuidado cardiovascular devem ser priorizadas desde a juventude, a fim de prevenir o surgimento de fatores de risco modificáveis e criar uma cultura de atenção à saúde do coração. Do ponto de vista epidemiológico, a crescente incidência entre idosos não é inesperada, mas evidencia lacunas no controle populacional dos principais determinantes das doenças crônicas não transmissíveis.
No tocante à mortalidade, os dados apresentados também demonstram uma elevação constante no número de óbitos por doenças cardiovasculares durante o período analisado. Os gráficos revelam que as doenças que mais causam atendimentos também são responsáveis pelas maiores taxas de mortalidade, com destaque para o Infarto Agudo do Miocárdio, cujos óbitos ultrapassam a marca de 98 mil em 2024. A constatação de que o número de mortes acompanha proporcionalmente o aumento de atendimentos sugere que, além da incidência crescente, existem dificuldades na linha de cuidado e no manejo clínico desses pacientes. Essa problemática pode envolver desde a demora na busca por atendimento, a falta de acesso a unidades de saúde equipadas, a escassez de profissionais especializados, até a fragilidade na adesão ao tratamento e no acompanhamento ambulatorial após a alta hospitalar.
Ao mesmo tempo, observamos dados que suscitam interpretações complementares. Por exemplo, a leve diminuição nos números de atendimentos e óbitos por Insuficiência Cardíaca pode indicar certo avanço terapêutico no tratamento dessa condição, mas também pode refletir inconsistências na notificação dos casos ou mudanças nos critérios diagnósticos e de codificação utilizados pelos sistemas de informação. Já o crescimento gradual dos atendimentos por Fibrilação Atrial, apesar de essa condição ainda representar a menor parcela do total de atendimentos, sugere que o envelhecimento da população brasileira e o aprimoramento dos métodos diagnósticos estão permitindo maior detecção e registro dessa arritmia, cuja associação com acidentes vasculares cerebrais e insuficiência cardíaca é bem documentada na literatura médica.
Diante de todos esses achados e reflexões, torna-se evidente que o presente estudo, embora significativo em termos de diagnóstico situacional, representa apenas uma etapa inicial de uma análise que precisa ser aprofundada e expandida. Por isso, como proposta concreta para os próximos passos, sugerimos a elaboração de um novo projeto de pesquisa que deverá ser submetido à apreciação e aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP). A aprovação ética permitirá o acesso a dados mais sensíveis e detalhados, fundamentais para uma investigação verdadeiramente abrangente. Com a devida autorização do CEP, poderemos consultar registros médicos individualizados, analisar prontuários clínicos, aplicar questionários validados e entrevistar pacientes, familiares e profissionais de saúde. Além disso, será possível obter informações mais específicas, como o tempo entre o início dos sintomas e o atendimento, a disponibilidade de terapias emergenciais, o tipo de intervenção realizada (farmacológica, cirúrgica, percutânea), taxas de readmissão hospitalar, causas associadas aos óbitos e os desfechos clínicos em médio e longo prazo.
A partir dessa base expandida, também poderemos cruzar os dados clínicos com variáveis socioeconômicas, demográficas, geográficas e comportamentais, de modo a compreender melhor os determinantes sociais da saúde cardiovascular e identificar desigualdades regionais ou populacionais que possam estar contribuindo para o agravamento da situação. Estudos futuros poderão ainda incorporar modelagens estatísticas mais sofisticadas, análises de custo-efetividade de políticas públicas, avaliações da eficácia das campanhas de prevenção e simulações que projetem o impacto de diferentes intervenções nos indicadores de morbimortalidade. Tudo isso contribuirá para a construção de um conhecimento mais robusto, subsidiando gestores públicos, profissionais de saúde e pesquisadores na tomada de decisões mais informadas e estratégicas.
Portanto, concluímos que este trabalho representa uma importante contribuição inicial para o entendimento do comportamento das doenças cardiovasculares no Brasil, sobretudo no que se refere à sua evolução recente e à distribuição por tipo de patologia e faixa etária. Os dados evidenciam a necessidade urgente de fortalecer as políticas de saúde pública voltadas à prevenção, ao diagnóstico precoce, ao acesso universal e ao tratamento eficaz dessas doenças. No entanto, reafirmamos que somente por meio de pesquisas futuras mais amplas, com respaldo ético e metodológico apropriado, será possível avançar na construção de soluções realmente eficazes, que respondam de forma equitativa e sustentável às necessidades da população brasileira. A saúde cardiovascular deve continuar sendo uma prioridade nas agendas de pesquisa, investimento e gestão pública, considerando seu impacto direto sobre a qualidade de vida, a produtividade, a sustentabilidade do SUS e os índices de desenvolvimento humano do país como um todo.
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